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  • 8/11/2019 Reclamao Trabalhista Assdio Moral e Resciso Indireta.

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    Excelentssimo Senhor Doutor Juiz Federal do Trabalho da Comarca de Estado

    de So Paulo.

    [NOME E QUALIFICAO], por meio de seu advogado procurador, adiante firmado

    e qualificado em instrumento de mandato anexado, com escritrio profissional no

    cabealho desta, local onde indica para receber intimaes, vem presena de Vossa

    Excelncia, ajuizar a presente

    RECLAMAO TRABALHISTA em face de

    [NOME E QUALIFICAO], o que faz ante aos fatos e fundamentos jurdicos a

    seguir expostos:

    . O contrato de trabalho

    A Reclamante foi contratada pela Reclamada em [incluir data], com registro em CTPS,

    sob a rubrica de [incluir funo],para exercer as funes de cozinheira.

    Recebeu como ltima e maior remunerao o valor de [incluir remunerao] pela

    contraprestao dos servios (recibo de pagamento em anexo).

    . O trmino do contrato de trabalho

    Excelncia, a Reclamante fazia uso de equipamentos de cozinha industrial para preparar

    alimentos em larga escala. Para a execuo de seu labor, realizava o manuseio de

    caldeires enormes, estando sempre em contato com foges industriais,fontes de alto

    nvel de calor, sendo que o local de trabalho no possua sistema de exausto capaz de

    eliminar os efeitos insalubres advindos da prtica.

    Em meados do ms de abril deste ano, a Reclamante comeou a sentir dificuldades

    respiratrias seguida de vertigens, o que reduziu sua capacidade laborativa, comiminentes riscos de acidente no trabalho.

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    Pouco antes da interrupo dos servios...

    [incluir suporte ftico]

    A este ponto, Excelncia, a Reclamante passou a ser vtima de assdio moral.

    Mesmo sabendo que a Reclamante estava acometida dos males acima descritos, a

    superior hierrquica fazia questo de ordenar que sempre a Reclamante transportasse os

    caldeires pesados e quentes, e quando havia a recusa justificada por parte desta, vinha

    a reprimenda, que muitas vezes se repetiu:

    [incluir suporte ftico]

    No incio do ms subsequente, a Reclamante passou pelo mdico, que a diagnosticou

    com [incluir diagnstico], encaminhando-a ao INSS para eventual afastamento do

    trabalho, conforme documento anexado.

    Na oportunidade, foi alertada pelo mdico de que, no seu caso, no poderia inalar o

    vapor que sai das panelas quentes, porque isso prejudicaria ainda mais seu estado

    de sade.

    [incluir suporte ftico]

    Assim, Nobre Magistrado, diante dos fatos supramencionados, no resta dvidas que a

    Reclamante sofreu inmeros constrangimentos em decorrncia do pacto laboral, o que

    certamente da ensejo a resciso indireta.

    Sempre foram exigidos servios superiores suas foras, numa situao extenuante e

    humilhante, que acabou culminando com a interrupo da prestao dos servios pela

    Reclamante, em decorrncia dos atos ilegaispraticados pela Reclamada.

    No ltimo dia de trabalho a Reclamante, que j sofria de profundo abalo psicolgico,

    com prejuzos de ordem interna gravssimos, tudo em decorrncia dos abusos da

    Reclamada, interrompeu a prestao de trabalho.

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    Destarte, essa exigncia de servios superiores suas foras, Excelncia, aliada s

    constantes humilhaes, represlias injustificadas, e perseguies sofridas,

    caracterizam, de acordo com a lei, a doutrina e a jurisprudncia desta especializada,

    a resciso indireta do contrato de trabalho.

    . Fundamentao jurdica da resciso indireta in casu

    Com efeito, a exigncia de servios superiores s foras do funcionrio, alm das

    represlias injustificadas, perseguies e humilhaes acima narradas, constitui motivo

    de justa causa pelo empregado, nos termos do artigo483, letras a, b, d, e e,

    daCLT,alm de dano moral indenizado.

    Conforme o magistrio de Andr Luiz Souza Aguiar:

    Toda e qualquer conduta abusiva manifestando-se sobretudo por comportamentos,

    palavras, atos, gestos, escr itos que possam tr azer dano personal idade, dignidade

    ou integr idade fsica ou psquica de uma pessoa, pr em perigo seu emprego ou

    degradar o ambiente de trabalho(AGUIAR, Andr Luiz Souza. Assdio moral: o

    direito indenizao pelos maus-tratos e humilhaes sofridas no ambiente de

    trabalho. 2. ed. So Paulo: Ltr, 2006.).

    Diante de tais fatos e circunstncias a Reclamante tem pleno direito ao reconhecimento

    da resciso indireta do contrato de trabalho, com atilamento no art.483, daCLT,bem

    como a indenizao por danos morais.

    Neste sentido, anote-se aqui o seguinte julgado, proveniente do Egrgio TRT da 15

    Regio:

    RESCISO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. ALTERAO DAS

    CONDIES DE TRABALHO. ILICITUDE. CONFIGURAO. ALNEA D DOART.483DACLT.Ainda que o trabalhador assine documento aceitando expressamente

    a condio de prestar servios em qualquer um dos outros turnos de trabalho existentes

    na empresa, fato que por perodo de praticamente 1 ano e meio, laborou na jornada

    12 x 36, sem qualquer insurgncia por parte da reclamada, o que lhe permitiu

    compatibilizar seus horrios e funes com aqueles que praticava em outra empresa,

    em atividade semelhante. No se ignora que ao empregador permitido, dentro do seu

    poder diretivo, alterar as condies de trabalho do empregado, implementando as

    modificaes que melhor lhe aprouver. Todavia, o denominado variandi no

    http://www.jusbrasil.com/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
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    a subordinao que o contrato de trabalho impe aos empregados e o poder de

    comando que incumbe ao empr egador no pode se estender ao ponto de atentar

    contr a a honr a e a boa fama dos seus servidores ul trapassando, assim, os limi tes

    permitidos pela lei, que no tolera seja afrontada a pessoa humana.(A justa causa na

    resciso do contrato de trabalho, p. 109)

    . Equiparao salarial

    Excelncia, a Reclamante laborava na mesma localidade, em funo idntica, com a

    mesma perfeio tcnica e produtividade, com diferena de tempo na funo no

    superior a dois anos, em relao a outras funcionrias que trabalhavam no mesmo local.

    Todavia, a Reclamante no tem como informar exatamente os salrios e benefcios que

    os paradigmas recebiam, requerendo desde j que a primeira Reclamada seja instada a

    trazer aos autos os recibos de pagamento de todos os funcionrios que trabalhavam na

    funo de cozinheira, independentemente da rubrica pela qual estejam registrados.

    cedio que os empregados, desde que preenchidos os requisitos legais, no podem ter

    salrios diversos, ante a proibio do artigo7,XXX,daCF.

    Neste passo, todos os trabalhadores possuem idntica funo, prestado ao mesmoempregador e na mesma localidade caso da Reclamante devero receber salrios

    iguais, consoante dico do artigo461e pargrafos daCLT.

    A Smula 6 do TST afasta qualquer dvidas sobre este ldimo direito da reclamante,

    valendo citar o entendimento sedimentado no E. Tribunal Superior do Trabalho sobre o

    nus da prova:

    EQUIPARAO SALARIAL. - do empregador o nus da prova do fato impediti vo,

    modi f icativo ou exti nt ivo da equi parao salar ial - (Smula n. 6, item, VI I I , desta

    Corte superior) .Revelando a deciso recorrida sintonia com a jurisprudncia pacfica

    do Tribunal Superior do Trabalho, no se habilita o processamento do recurso de

    revista, nos termos do artigo896, 5,daConsolidao das Leis do Trabalho.Agravo

    de instrumento a que se nega provimento. (TST - AIRR: 4594005220085090670

    459400-52.2008.5.09.0670, Relator: Lelio Bentes Corra, Data de Julgamento:

    21/08/2013, 1 Turma, Data de Publicao: DEJT 23/08/2013grifo nosso sempre)

    Portanto, observando-se o princpio da isonomia salarial, a Reclamante tem direito areceber o mesmo salrio dos paradigmas, devendo ser pagos os saldos de salrios e os

    http://www.jusbrasil.com/topicos/10641213/artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988http://www.jusbrasil.com/topicos/10641213/artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988http://www.jusbrasil.com/topicos/10641213/artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988http://www.jusbrasil.com/topicos/10725856/inciso-xxx-do-artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988http://www.jusbrasil.com/topicos/10725856/inciso-xxx-do-artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988http://www.jusbrasil.com/topicos/10725856/inciso-xxx-do-artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988http://www.jusbrasil.com/legislacao/1034025/constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988http://www.jusbrasil.com/legislacao/1034025/constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988http://www.jusbrasil.com/legislacao/1034025/constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988http://www.jusbrasil.com/topicos/10712674/artigo-461-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10712674/artigo-461-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10712674/artigo-461-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/topicos/10637358/artigo-896-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10637358/artigo-896-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10637358/artigo-896-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10637449/par%C3%A1grafo-5-artigo-896-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10637449/par%C3%A1grafo-5-artigo-896-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10637449/par%C3%A1grafo-5-artigo-896-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/topicos/10637449/par%C3%A1grafo-5-artigo-896-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10637358/artigo-896-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/topicos/10712674/artigo-461-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/legislacao/1034025/constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988http://www.jusbrasil.com/topicos/10725856/inciso-xxx-do-artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988http://www.jusbrasil.com/topicos/10641213/artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
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    reflexos em especial as diferenas das verbas rescisrias e salrios, posto que pagas

    apenas com base no salrio no equiparado do laborista.

    . Verbas rescisrias e trabalhistas

    Acolhida a resciso indireta, a Reclamante faz jus a receber as verbas rescisrias e

    trabalhistas do mesmo modo que receberia em caso de dispensa imotivada.

    Neste sentido, anote-se recente julgado do E. TRT da 15 Regio:

    RESCISO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. A resciso indir eta

    uma das formas de dissoluo do contrato de trabalho em vir tude da justa causaprati cada pelo empregador , nos termos ar tigo483daCLT,e, por consequncia, o

    pagamento de todas as verbas rescisr ias requeri das na exordial . Deste modo, nos

    exatos termos preconizados pelos artigos818,daCLT,e333,I,doCPC,cabe

    reclamada a prova da exi stncia de fato modif icativo, impediti vo ou exti nt ivo do

    dir eito pleiteado pelo recorrente [...](TRT-15 - RO: 57753 SP 057753/2012, Relator:

    EDER SIVERS, Data de Publicao: 27/07/2012)

    Destarte, em decorrncia da extino do contrato a Reclamante faz jus s seguintesverbas:

    Aviso prvio;

    Saldo de salrio de 7 dias;

    Frias proporcionais + 1/3 constitucional concernente ao perodo de [incluir pedido];

    (8/12 avos, com aviso prvio projetado)

    Dcimo terceiro salrio proporcional do ano de 2013 (6/12 avos, com aviso prvio

    projetado);

    Todos os depsitos de FGTS sobre todas as verbas aqui pleiteadas, e a multa de 40%

    sobre o saldo; apurar

    http://www.jusbrasil.com/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/topicos/10647746/artigo-818-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10647746/artigo-818-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10647746/artigo-818-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/topicos/10704289/artigo-333-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973http://www.jusbrasil.com/topicos/10704289/artigo-333-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973http://www.jusbrasil.com/topicos/10704289/artigo-333-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973http://www.jusbrasil.com/topicos/10704253/inciso-i-do-artigo-333-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973http://www.jusbrasil.com/topicos/10704253/inciso-i-do-artigo-333-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973http://www.jusbrasil.com/topicos/10704253/inciso-i-do-artigo-333-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973http://www.jusbrasil.com/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73http://www.jusbrasil.com/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73http://www.jusbrasil.com/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73http://www.jusbrasil.com/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73http://www.jusbrasil.com/topicos/10704253/inciso-i-do-artigo-333-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973http://www.jusbrasil.com/topicos/10704289/artigo-333-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/topicos/10647746/artigo-818-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/topicos/10708868/artigo-483-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
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    a liberao das guias TRCT, CD e SD, ou indenizao substitutiva do seguro

    desemprego.

    . Insalubridade

    A Reclamante, como j informado alhures, realizava o manuseio de caldeires enormes,

    estando sempre em contato com foges industriais, fontes de alto nvel de calor.

    A Portaria NR-15, Anexo 03, do Ministrio do Trabalho e Emprego estabelece que

    nveis de temperatura acima de 25 IBUTG (ndice usado para avaliao da exposio

    ao calor) so considerados insalubres em atividades pesadas.

    A atividade da Reclamante, nos termos do anexo 3, quadro 3, da referida Portaria NR-

    15, anexo 3, considerada pesada, nos seguintes termos:

    TRABALHO PESADO

    Tr abalho intermi tente de levantar, empurrar ou ar rastar pesos (ex.: r emoo com

    p).

    Trabalho fatigante

    A 6 Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve o adicional por insalubridade a

    um cozinheiro em julgamento advindo do E. TRT da 2 Regio, nos seguintes termos:

    O Eg. Tribunal Regional, ao apreciar o conjunto probatrio, em especial laudo

    peri cial , constatou que o reclaman te sempre desempenhou as atr ibuies de um

    cozinheiro, exposto a condies insalubres em grau mdio, poi s as medies de nveis

    de calor do local onde trabalhava variavam de 26,9 a 29,3C, nos termos da Portar ia

    n 3.214/78, NR15, Anexo 03.

    Tambm f icou delimi tado que essas variaes de calor estavam presentes tan to na

    bancada quanto j unto ao fogo, sendo que essa exposio no se dava de forma

    eventual , mas sim contnua. Por f im, conforme delimi tado na r . deciso recorr ida, o

    laudo pericial i nf ormou que inexiste qualquer EPI que possa eliminar esse agente

    insalubre.

    Assim, no se tratando, no caso dos autos, de di scusso de tese jurdica, mas sim de

    fato contr over tido, suj ei to anlise probatria dos autos, o conhecimento do recurso

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    de revista encontra o bice consagrado na Smula 126 do C. TST.

    Ademais, quan to alegao de que o agente nocivo constante da petio inicial

    diverso do constatado em laudo per icial , este C. Tr ibunal, por in termdio da Smula

    n 293 pacif icou o entendimento de que tal fato no prejudi ca o pedido do adicional

    de insalubridade.(Processo n TST-RR-47800-15.2007.5.02.0255, 09 de junho de

    2010, Relator Ministro Aloysio Corra da Veiga - grifos nossos sempre)

    O E. TRT da 15 Regio j teve oportunidade de se manifestar a respeito de tema

    bastante semelhante, tendo concludo que:

    E M E N T A ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - Mantida a condenao no adicional

    de insalubridade quando tal condio est comprovada por meio de laudo pericial

    conclusivo. I nsuf iciente a uti l izao de EPI s para neutr al izar o agente insalubr e,

    quando dever iam ter sido providenciados equipamentos de proteo coletiva, no caso

    a melhor ia da circul ao de ar na cozinha.REFLEXOS DO ADICIONAL DE

    INSALUBRIDADE - Mantida a deciso de origem, pois o adicional de insalubridade

    possui natureza salarial e in integra a remunerao do trabalhador para todos os fins

    (OJ 102 da SDI-1, do C. TST). (TRT-15 - RO: 45312 SP 045312/2004, Relator:

    SAMUEL CORRA LEITE, Data de Publicao: 19/11/2004grifos nossos sempre)

    Colhe-se ainda do voto do Douto Relator que a situao do julgado paradigma muito

    semelhante a destes autos, valendo anotar o trecho de interesse:

    O laudo pericial de fls. 63/73, com os esclarecimentos de fls. 82/83, concluiu pela

    existncia de insalubridade em grau mdio, decor rente da exposio do empregado ao

    calor proveni ente dos foges industriais e, ainda, que a eliminao da insalubr idade,

    no caso do reclamante, no est ligada ao uso de equipamentos de proteo

    individual, mas a equipamentos de proteo coletiva, visando a melhora da

    circulao de ar na cozinha. E no se tem notcia de que a empresa tenha tomado tal

    providncia.

    A Reclamante efetuava suas atividades no restaurante da reclamada, cozinhando e

    fritando os alimentos a serem servidos no almoo do dia seguinte. Utilizava-se, para

    tanto, do fogo industrial, fornos e fritadeiras eltricas, fontes geradoras do agente

    insalubre constatado pela percia. (grifos nossos sempre)

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    Destarte, a Reclamante laborava em condies insalubres, sendo devido o adicional de

    insalubridade por exposio ao calor excessivo, vez que a Reclamante no recebia EPI's

    que pudessem neutralizar os fatores de risco individuais e coletivos,sendo, por isso,

    devido adicional no percentual mximo.

    A Reclamante tambm faz jus a incidncia reflexiva do adicional de insalubridade sobre

    todas as verbas de direito, tais como frias, 13 salrio, DSR, FGTS e demais verbas de

    direito.

    Saliente-se ainda que, por mais que o Supremo Tribunal Federal tenha decidido no

    adotar nenhum novo parmetro em substituio ao salrio mnimo para o clculo base

    da insalubridade, declarou inconstitucional sua aplicao(Smula Vinculante n 4).

    Neste sentido:

    " EMENTA: Adicional de insalubr idade: vinculao ao salrio mnimo, estabelecida

    pelas instncias ordinrias, que contraria o disposto no art.7,IV,

    daConstituio."(RE-236396/MG, Relator: Ministro Seplveda Pertence, DJ DATA-

    20-11-98 PP-00024 EMENT VOL-01932-10 PP-02140, 02/10/1998 - Primeira Turma,

    Unnime, RECTE.: FIAT AUTOMVEIS S/A RECDO.: SILAS DOS REIS)

    Destarte, soluo outra no resta ao Nobre Julgador que aplicar, por equidade e

    razoabilidade, o salrio base da Reclamante para apurao de tal verba.

    Neste sentido j decidiu o E. TRT da 2 Regio:

    [...] para deferir o pagamento do adicional de insalubridade em Grau Mdio (20%),

    durante todo o perodo do contrato laboral , incidente sobre a remunerao do

    autor;[...] (ACRDO N: 20091081615 N de Pauta:033 PROCESSO TRT/SP N:

    01991200606102000 RECURSO ORDINRIO - 61 VT de So Paulo RECORRENTE:

    1. Anesio Bento de Moraes 2. Saint-Gobain Vidros S.A.)

    . Dano Moral

    Da exposio ftica, resta claro que a Reclamante foi vtima de assdio moral,

    provocado por pessoas que possuem vnculo de trabalho com a Reclamada, e noexerccio de atribuio funcional, tendo tudo ocorrido dentro do local de trabalho.

    http://www.jusbrasil.com/topicos/10641213/artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988http://www.jusbrasil.com/topicos/10641213/artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988http://www.jusbrasil.com/topicos/10641213/artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988http://www.jusbrasil.com/topicos/10726905/inciso-iv-do-artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988http://www.jusbrasil.com/topicos/10726905/inciso-iv-do-artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988http://www.jusbrasil.com/topicos/10726905/inciso-iv-do-artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988http://www.jusbrasil.com/legislacao/1034025/constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988http://www.jusbrasil.com/legislacao/1034025/constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988http://www.jusbrasil.com/legislacao/1034025/constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988http://www.jusbrasil.com/legislacao/1034025/constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988http://www.jusbrasil.com/topicos/10726905/inciso-iv-do-artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988http://www.jusbrasil.com/topicos/10641213/artigo-7-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
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    Inobstante no ter sido demitida, a moral da Reclamante, com efeito, foi drasticamente

    afetada, pois se viu na vergonhosa situao de, injustamente, ser acusada de no

    realizar corretamente seu trabalho, de no ter vontade de trabalhar, sendo

    constantemente humilhada, tendo por isso sido alvo de olhares desaprovadores dos seuscolegas de profisso, e de verdadeira segregao e humilhao pblica.

    A humilhao se estendeu ainda perante os parentes e o crculo familiar da Reclamante,

    que pouco a pouco foi entrando em estado de profunda depresso.

    O E. TRT da 15 Regio, em situao que se adequa perfeitamente ao caso concreto, se

    manifestou no sentido de que:

    DANOS MORAIS. ASSDIO MORAL. CARACTERSTICAS. CONFIGURAO.O

    assdio moral caracter iza-se pela exposio do tr abal hador a situaes humi lhantes e

    constrangedoras, de forma repeti tiva e prolongada, dur ante a jornada de trabalho, de

    modo a desestabi l izar a relao do mesmo com o ambiente de trabalho e com a

    prpria empresa, forando-o atmesmo, a desisti r do emprego.No presente caso, a

    prova oral produzida nos autos noticia que a reclamante foi vtima de perseguio no

    ambiente de trabalho, perpetrada por empregada da segunda reclamada, de forma

    repetitiva e prolongada, considerando a durao de seu pacto laboral (cerca de 1

    ano),consistente em um tr atamento di ferenciado a ela di recionado, em comparao

    aos demais empregados, cerceando-l he a l iberdade de movimentao dentro da

    empresa, bem como pressionando-lhe nas atividades mais comezinhas do cotidiano,

    como por exemplo, ir ao banheiro, o que, por cer to, a fez senti r -se inf er iori zada

    diante dos colegas, desestabi l izando sua r elao com o ambiente de trabalho,

    restando, pois, caracterizado o assdio moral . Recurso ordinrio da primeira

    reclamada a que se nega provimento. (TRT-15 - RO: 44671 SP 044671/2012,

    Relator:ANAPAULA PELLEGRINA LOCKMANN, Data de Publicao: 22/06/2012,

    grifamos)

    Agregue-se ainda o seguinte julgado, tambm proveniente do E. TRT da 15 Regio, o

    qual ainda expe de forma didtica o critrio para arbitramento do valor devido em caso

    de condenao:

    ASSDIO MORAL. PRESENA DE ELEMENTOS QUE COMPROVEM A CONDUTA

    NEGATIVA DO EMPREGADOR, CAPAZ DE ATINGIR A AUTO-ESTIMA DO

    http://www.jusbrasil.com/legislacao/101714/lei-de-criacao-da-ana-lei-9984-00http://www.jusbrasil.com/legislacao/101714/lei-de-criacao-da-ana-lei-9984-00http://www.jusbrasil.com/legislacao/101714/lei-de-criacao-da-ana-lei-9984-00http://www.jusbrasil.com/legislacao/101714/lei-de-criacao-da-ana-lei-9984-00
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    EMPREGADO. CONFIGURAO. O assdio moral caracteriza-se como a conduta

    que expe o trabalhador a situaes humilhantes, incmodas e constrangedoras. Seu

    reconhecimento baseia-se no direito dignidade da pessoa humana, fundamento da

    Repblica Federativa do Brasil, e nos direitos fundamentais do cidado sade,

    honra e a um ambiente de trabalho saudvel.Configura-se o assdio mor al sempre que

    h tentativa de desestabil izao emocional da vtima, a par ti r de ataques regul ares e

    contnuos que lhe exponham a situaes vexatr ias perante os colegas de trabalho e

    possam acar retar -l he danos fsicos, psquicos e morais, com o fim de afast-la do

    trabalho. Assim, restando comprovada a ocorrncia de qualquer conduta, por par te

    da reclamada, que tenha causado danos emocionais vitima, configura-se o assdio

    moral. ((TRT-15 - RO: 36187 SP 036187/2012, Relator: LUS CARLOS CNDIDO

    MARTINS SOTERO DA SILVA, Data de Publicao: 25/05/2012, grifo nosso sempre)

    E na segunda ementa do mesmo julgado, anote-se as importantes consideraes acerca

    dos elementos considerados para efeito do quantum indenizatrio, ressaltando o carter

    sancionatrio que a indenizao deve conter:

    DANO MORAL. ARBITRAMENTO. SISTEMA ABERTO. CONSIDERAO DE

    ELEMENTOS ESSENCIAIS INERENTES S PARTES E AS CIRCUNSTNCIAS

    FTICAS ENVOLVIDAS. CARTER, ALM DE COMPENSATRIO,SANCIONATRIO. O arbitramento da condenao por dano moral deve ter um

    contedo didtico, visando tanto compensar a vtima pelo dano - sem, contudo,

    enriquec-la - quanto punir o infrator, sem arruin-lo. O valor da indenizao pelo

    dano moral no se configura um montante tarifado legalmente, mas, segundo a melhor

    doutrina, observa o sistema aberto, no qual o rgo Julgador leva em considerao

    elementos essenciais, tais como as condies econmicas e sociais das partes, a

    gravidade da leso e sua repercusso e as circunstncias fticas, como o tempo de

    servio prestado ao reclamado e o valor do salrio percebido.Assim, a impor tnciapecuniria deve ser capaz de produzir -lhe um estado tal de neutr al izao do

    sofr imento impingi do, de forma a " compensar a sensao de dor" experimentada e

    representar uma satisfao, igualmente moral . No se pode olvidar , ainda, que a

    presente ao, nos dias atuais, no se restr inge a ser apenas compensatria; vai mais

    alm, verdadeir amente sancionatri a, na medida em que o valor f ixado a ttulo de

    indenizao reveste-se de pena civi l .(TRT-15 - RO: 36187 SP 036187/2012, Relator:

    LUS CARLOS CNDIDO MARTINS SOTERO DA SILVA, Data de Publicao:

    25/05/2012)

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    A prtica do ato ilcito praticado pela Reclamada ainda repudiada pelo Cdigo

    Civilem seu artigo186, sendo garantido o direito de reparao do dano, ainda que

    exclusivamente moral.

    o que versa a lei:

    " Arti go 186: Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou

    imprudncia, violar dir eito e causar dano a outr em, ainda que exclusivamente moral,

    comete ato ilcito" .

    Ainda sob a gide da lei civil, no artigo 927, fazendo manifesta a obrigao de indenizar

    a parte lesada:

    Aquele que, por ato ilcito, causar dano a outrem, fica obrigadoa repar-lo.

    Roberto Ruggiero, in Instituies de Direito Civil, vol.3, ed. Saraiva, 3 edio, salienta:

    Qualquer comportamento de uma pessoa, que injustamente prejudique a esfera

    alheia, um ato i lcito e a esfera jurdica alheia prejudica-se quer por quem estando

    l igado a outrem por uma obr igao no a cumpra, quer por quem, fora de qualquer

    vnculo obrigatr io, ofenda o direito de uma pessoa, violando o preceito legal que

    probe perturbar as relaes jurdicas alheias.

    Segundo J. M. de Carvalho Santos, inCdigo CivilBrasileiro Interpretado, ed. Freitas

    Bastos, 1972:

    Em sentido restrito, ato ilcito todo fato que, no sendo fundado em direito, cause

    dano a algum.

    No mesmo sentido, outros doutrinadores tm se manifestado:

    Se o interesse moral justifica a ao para defend-l o, claro que tal interesse

    indenizvel, ainda que o bem moral no expr ima em dinheir o. uma necessidade dos

    nossos meios humanos, sempre que insuf iciente, e no raro grosseiros, que o dir ei to

    se vforado a aceitar que se compute em dinheiro o interesse de afeio e os outros

    interesses morais" .(Bevilqua, Clvis. Teoria Geral do Direito Civil, p. 30).

    Sabe-se que na prtica deveras difcil a estimativa r igorosa em dinheiro que

    cor responde extenso do dano moral experimentado pela vtima. O valor dever ser

    encontr ado levando-se em considerao o fato, a mgoa, o tempo, a pessoa ofendi da,

    http://www.jusbrasil.com/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02http://www.jusbrasil.com/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02http://www.jusbrasil.com/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02http://www.jusbrasil.com/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02http://www.jusbrasil.com/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002http://www.jusbrasil.com/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002http://www.jusbrasil.com/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002http://www.jusbrasil.com/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02http://www.jusbrasil.com/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02http://www.jusbrasil.com/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02http://www.jusbrasil.com/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02http://www.jusbrasil.com/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002http://www.jusbrasil.com/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02http://www.jusbrasil.com/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
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    sua formao social, econmica, cultural e religiosa, entre outros atributos.(Mello

    da Silva, Wilson, in o Dano Moral e a sua Reparao, ed. Forense.)

    Nosso direito civil no afasta em nenhuma hiptese a reparabilidade do dano moral

    quando, no ar tigo 159, que todo e qualquer dano causado a algum por imprudncia,

    negligncia, impercia , ausncia de cautela etc. deve ser indenizado.(Santos,

    Ulderico Pires dos . A Responsabilidade Civil na Doutrina e na Jurisprudncia, Rio de

    Janeiro, Editora Forense, p. 234).

    O principal sujeitar seu autor reparao do dano. Claramente isso preceitua este

    art.186,doCdigo Civil,que encontra apoio num dos princpios fundamentais da

    equi dade e ordem social , qual a que probe ofender o direito de outr em neminem

    laedere.(Carvalho de Mendona, in Doutrina e Prtica das Obrigaes, vol. 2,n.739).

    O comportamento do agente ser reprovado ou censurado, quando, ante

    cir cunstncias concretas do caso, se entende que ele poder ia ou dever ia ter agido de

    modo diferente.(Maria Helena Diniz, in Curso de Direito Civil, vol.7, ed. Saraiva).

    . Responsabilidade Subsidiria

    Excelncia, a primeira Reclamada foi contratada para fornecimento de mo de obra,

    sendo que a segunda Reclamada foi a beneficiria direta do trabalhoda Reclamante.

    Destarte, a segunda Reclamada deve ser considerada solidariamente responsvel no

    presente caso, nos termos do artigo455daCLT, ou ainda, na pior das hipteses, de

    forma subsidiria, de conformidade com o Enunciado 331 do TST.

    De se registrar por oportuno que a segunda Reclamada responsvel pela situao

    existente, pois escolheu mal a primeira Reclamada como fornecedora de mo de obra,

    tendo inclusive deixado de fiscalizar o cumprimento de obrigaes legais e contratuais

    por parte da mesma (culpa" in eligendo e "in vigilando)

    A Reclamante pede vnia para transcrever a seguinte ementa do Egrgio Tribunal

    Superior do Trabalho:

    AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. RITO SUMARSSIMO.

    SESI. RESPONSABILIDADE SUBSIDIRIA. O Tribunal Regional, sob o fundamentode que o reclamado no integra a Administrao Pblica, considerou irrelevante para

    http://www.jusbrasil.com/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002http://www.jusbrasil.com/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002http://www.jusbrasil.com/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002http://www.jusbrasil.com/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02http://www.jusbrasil.com/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02http://www.jusbrasil.com/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02http://www.jusbrasil.com/topicos/10713675/artigo-455-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10713675/artigo-455-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10713675/artigo-455-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/topicos/10713675/artigo-455-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02http://www.jusbrasil.com/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
  • 8/11/2019 Reclamao Trabalhista Assdio Moral e Resciso Indireta.

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    o deslinde da controvrsia as disposies do art.71, 1da Lei8.666/93. Concluiu,

    com base nos itens I V e V da Smula 331 do TST, que o reclamado deve responder

    subsidiar iamente pelos crditos deferi dos ao reclamante. Ressaltou que o reclamado

    no escolheu bem a empresa contr atada e no f iscali zou se estava havendo o

    cumpr imento das obrigaes contratuais. Nesse contexto, no h contrar iedade

    Smula 331 do TST.Agravo de Instrumento a que se nega provimento. (TST - AIRR:

    16239620115030134 1623-96.2011.5.03.0134, Relator: Joo Batista Brito Pereira,

    Data de Julgamento: 07/08/2012, 5 Turma)

    O Egrgio Tribunal Regional do Trabalho da 15 Regio tambm j teve oportunidade e

    julgar processo em que a segunda Reclamada figurava no polo passivo, tendo assim

    decidido:

    [incluir julgados especficos da Reclamada, se houver]

    . FGTS

    A Reclamada tambm dever ser condenada ao pagamento de FGTS sobre todas as

    verbas devidas em relao ao presente contrato, bem como multa de 40% sobre o saldo.

    . Contribuies fiscais

    Dever a Reclamada ser condenada ao recolhimento de eventuais a valores referentes ao

    IR, pois se os encargos tributrios tivessem sido pagos em poca prpria, certamente

    recolhimentos remanescentes no existiriam.

    . Honorrios advocatcios

    A Reclamada dever ainda ser condenada ao pagamento dos honorrios advocatcios,

    conforme atilamento dopargrafo 2do art.22da Lei8.906/94:

    (...) na falta de estipulao ou de acordo, os honorrios sero f ixados por

    arbi tr amento judicial , em remunerao compatvel com o trabalho e o valor

    econmi co da questo, no podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela

    organizada pelo Conselho Seccional da OAB.

    . Juros e correo monetria

    http://www.jusbrasil.com/topicos/11299595/artigo-71-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1993http://www.jusbrasil.com/topicos/11299595/artigo-71-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1993http://www.jusbrasil.com/topicos/11299595/artigo-71-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1993http://www.jusbrasil.com/topicos/11299528/par%C3%A1grafo-1-artigo-71-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1962http://www.jusbrasil.com/topicos/11299528/par%C3%A1grafo-1-artigo-71-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1962http://www.jusbrasil.com/topicos/11299528/par%C3%A1grafo-1-artigo-71-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1962http://www.jusbrasil.com/legislacao/1027021/lei-de-licita%C3%A7%C3%B5es-lei-8666-93http://www.jusbrasil.com/legislacao/1027021/lei-de-licita%C3%A7%C3%B5es-lei-8666-93http://www.jusbrasil.com/legislacao/1027021/lei-de-licita%C3%A7%C3%B5es-lei-8666-93http://www.jusbrasil.com/topicos/11708188/par%C3%A1grafo-2-artigo-22-da-lei-n-8906-de-04-de-julho-de-1994http://www.jusbrasil.com/topicos/11708188/par%C3%A1grafo-2-artigo-22-da-lei-n-8906-de-04-de-julho-de-1994http://www.jusbrasil.com/topicos/11708188/par%C3%A1grafo-2-artigo-22-da-lei-n-8906-de-04-de-julho-de-1994http://www.jusbrasil.com/topicos/11708237/artigo-22-da-lei-n-8906-de-04-de-julho-de-1994http://www.jusbrasil.com/topicos/11708237/artigo-22-da-lei-n-8906-de-04-de-julho-de-1994http://www.jusbrasil.com/topicos/11708237/artigo-22-da-lei-n-8906-de-04-de-julho-de-1994http://www.jusbrasil.com/legislacao/109252/estatuto-da-advocacia-e-da-oab-lei-8906-94http://www.jusbrasil.com/legislacao/109252/estatuto-da-advocacia-e-da-oab-lei-8906-94http://www.jusbrasil.com/legislacao/109252/estatuto-da-advocacia-e-da-oab-lei-8906-94http://www.jusbrasil.com/legislacao/109252/estatuto-da-advocacia-e-da-oab-lei-8906-94http://www.jusbrasil.com/topicos/11708237/artigo-22-da-lei-n-8906-de-04-de-julho-de-1994http://www.jusbrasil.com/topicos/11708188/par%C3%A1grafo-2-artigo-22-da-lei-n-8906-de-04-de-julho-de-1994http://www.jusbrasil.com/legislacao/1027021/lei-de-licita%C3%A7%C3%B5es-lei-8666-93http://www.jusbrasil.com/topicos/11299528/par%C3%A1grafo-1-artigo-71-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1962http://www.jusbrasil.com/topicos/11299595/artigo-71-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1993
  • 8/11/2019 Reclamao Trabalhista Assdio Moral e Resciso Indireta.

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    A Reclamada dever efetuar o pagamento do crdito ao reclamante acrescido de juros e

    correo monetria, conforme determinao legal.

    . Pedidos

    Por todo o exposto, respeitosamente a Reclamante REQUER:

    a)Seja o reclamado notificado, advertido de que a inrcia sofrer as sanes do

    artigo844daCLT;

    b) Seja reconhecida a resciso indireta do contrato de trabalho da Reclamante;

    c) Seja condenada a Reclamada a pagar a importncia de, no mnimo, R$ a ttulo dedanos morais;

    d) Seja condenada a Reclamada ao pagamento das seguintes verbas trabalhistas e

    rescisrias da Reclamante (mais diferenas referentes ao cmputo da equiparao

    salarial e insalubridade - a apurar):

    Aviso prvio; R$

    Saldo de salrio de 7 dias; R$

    Frias proporcionais + 1/3 constitucional concernente ao perodo de [incluir

    perodo]; (8/12 avos, com aviso prvio projetado) R$

    Dcimo terceiro salrio proporcional do ano de 2013 (6/12 avos, com aviso prvio

    projetado); R$

    Todos os depsitos de FGTS sobre todas as verbas aqui pleiteadas, e a multa de 40%

    sobre o saldo; apurar

    a liberao das guias TRCT, CD e SD, ou indenizao substitutiva do seguro

    desemprego.

    e)Seja condenada a reclamada a recolher as contribuies fiscais para a Reclamante;

    http://www.jusbrasil.com/topicos/10645658/artigo-844-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/topicos/10645658/artigo-844-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/legislacao/91896/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com/topicos/10645658/artigo-844-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943
  • 8/11/2019 Reclamao Trabalhista Assdio Moral e Resciso Indireta.

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    f)Seja a Reclamada condenada ao pagamento de honorrios advocatcios a 20% (vinte

    por cento), assim como ao pagamento das custas processuais; R$

    g)Requer a incidncia de juros e correo monetria na forma da lei;

    h) Seja a Reclamada compelida a dar baixa na CTPS da Reclamante com data de

    [incluir data], sob pena de faz-lo a Secretaria do Juzo;

    j) Recolhimento de todos os depsitos de FGTS sobre todas as verbas devidas em

    decorrncia do contrato de trabalho; a apurar;

    k)a emisso e liberao das guias TRCT, CD e SD, e demais necessrias aorecebimento de FGTS e seguro desemprego, ou indenizao substitutiva.

    l) Seja equiparado o salrio do reclamante ao do paradigma, devendo ser pagos os

    saldos de salrios e os reflexos em todas as verbas devidas pelo contrato de trabalho,

    devendo ser instada a Reclamada a trazer aos autos os recibos de pagamento de todos os

    funcionrios que trabalhavam na funo de cozinheira, independentemente da rubrica

    pela qual estejam registrados.;

    m)Adicional de Insalubridade sobre todo o perodo laborado, conforme exposto supra

    (conta para efeitos de distribuio na base de 40% ao ms sobre o salrio da

    Reclamante). R$

    n)Incidncia reflexiva do acima pleiteado sob todas as verbas de direto, aviso prvio,

    depsitos do FGTS, multa de 40 %, frias e seu tero constitucional, 13 salrio, DSR, e

    todas as demais, que Vossa Excelncia entender devidas. - a apurar

    o)O reconhecimento da responsabilidade solidria ou subsidiria da segunda

    Reclamada.

    Todos os clculos apresentados se tratam de estimativas para fins de distribuio,

    baseados na ltima remunerao da Reclamante, sem a incluso de reflexos, devendo

    ser apurados em regular liquidao de sentena, e acrescidos de juros e correo

    monetria, at a data do efetivo pagamento.

  • 8/11/2019 Reclamao Trabalhista Assdio Moral e Resciso Indireta.

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    . Justia Gratuita

    Sendo certo que a Reclamante atualmente encontra-se desempregada, e no possui

    condies de arcar com os nus processuais sem prejuzo do seu sustento e de sua

    famlia, requer se digne Vossa Excelncia de deferir-lhe os benefcios da Justia

    Gratuita.

    . Outros requerimentos

    Requer ainda que se digne Vossa Excelncia designar dia e hora para a audincia

    inaugural, notificando a Reclamada, no endereo de sua sede, conforme consta do

    prembulo desta pea, para comparecer e, querendo, produzir defesa, sob pena derevelia e confisso, julgando-se ao final totalmente procedente esta ao, nos termos

    acima pleiteados.

    . Provas

    Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, sobretudo,

    ouvida de testemunhas e depoimento pessoal dos representantes das Reclamadas, e

    ainda, mediante produo de prova pericial.

    D se causa o valor de R$ ,apenas para efeito de distribuio.

    Nestes termos,

    Pede deferimento.


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