RAIVA DOS HERBÍVOROS E ENCEFALOPATIA ESPONGIFORME BOVINA
EPIDEMIOLOGIA, VIGILÂNCIA E PREVENÇÃO
ROMERSON DOGNANI
MÉDICO VETERINÁRIO FISCAL DE DEFESA AGROPECUÁRIA
ADAPAR – PARANÁ
MESTRE EM CIÊNCIA ANIMAL – ÊNFASE EM SANIDADE ANIMAL – UEL
44 32323336
2016
o Enfermidade de importância para a pecuária
o Zoonose x alteração do perfil epidemiológico
o Distribuição por todo território brasileiro
o Paraná – endêmica com variações regionais e cíclicas
RAIVA DOS HERBÍVOROS
o Definição
-“Encefalite aguda progressiva”
o Histórico
-Raiva dos herbívoros: Carini (1911)
-1º relato no Paraná: 1927
o Importância
-Econômica
-Saúde pública
RAIVA DOS HERBÍVOROS
RAIVA DOS HERBÍVOROS
o Agente
-Vírus envelopado
-Diferentes variantes
o Patogenia e sinais clínicos
-Transmissão direta (transmissor)
-Sinais clínicos neurológicos
-Formas de apresentação clínica
-Morte - invariavelmente
RAIVA DOS HERBÍVOROS
o Manifestações clínicas
Manifestações clínicas depressivas (Raiva Paralítica)
- Mais comum em herbívoros – 77,4% dos casos (Reis et al., 2003)
- Incoordenação
- Decúbito esternal e/ ou lateral (com ou sem movimentos de pedalagem)
- Paresia/Paralisia membros pélvicos e torácicos
- Salivação e Dificuldade de deglutição
- Isolamento do rebanho e Apatia
- Ataxia
-Duração da doença: Geralmente de 2 a 5 dias.
RAIVA DOS HERBÍVOROS
o Diagnóstico
-Suspeita clínica
-Diagnóstico laboratorial indispensável
Material de eleição:
-Sistema nervoso central
Testes diagnóstico:
-IFD
-PB
o Enfermidade de importância para a pecuária
o Zoonose
o Brasil – Apenas a ocorrência da forma atípica
o Paraná – Registro de um caso (atípico).
EEB
o Definição
- Neuropatia degenerativa com lesões espongiformes
o Histórico
- Primeira descrição em 1986
- Epizootia no Reino Unido: 1985 a 2015
o Importância
-Econômica
-Saúde pública
EEB
EEB
o Agente
- Presença de proteína anormal (PrPsc)
- Sem resposta imune contra o agente
Transmissível, mas não contagiosa!
o Patogenia e sinais clínicos
- Típica e atípica
-Transmissão por ingestão de proteína anormal
- Período de incubação longo: 4 a 7 anos
- Morte - invariavelmente
EEB
o Manifestações clínicas
- Alteração de comportamento
- Incoordenação motora
- Paralisia progressiva
- Dificuldade em manter-se estação
- Perda de peso
- Hiperestesia
-Duração dos sinais: Geralmente 1-2 semanas
DIAGNÓSTICO NESSES CASOS?
Diagnóstico laboratorial
é indispensável
SÍNDROMES NEUROLÓGICAS EM HERBÍVOROS DOMÉSTICOS
Fragmentação das amostras
Cérebro
- Cortes transversais para obter 5 fragmentos
Tronco encefálico
- Manter intacto. Retirada de porção de tálamo
Cerebelo
- Cortes na direção do verme para obter 3 fragmentos
Medula oblonga
- Corte para dividir a amostra.
Gânglio do trigêmeo e rede admirável
- Manter intacto.
Separação das amostras e envio
Formol(diagnóstico histopatológico)
Gelo *(diagnóstico biológico)
1. Fragmentos de cérebro (2) 1. Fragmentos de cérebro (3)
2. Fragmentos de cerebelo (2) 2. Fragmento de cerebelo (1)
3. Tronco encefálico (inteiro) 3. Fragmento de tálamo
4. Fragmento de medula oblonga 4. Fragmento de medula oblonga
5. Gânglio do trigêmeo e rede admirável
Formulários
Form in (serviço oficial)
Form SN (todos)
Laboratório
CENTRO DE DIAGNÓSTICO “MARCOS ENRIETTI” - CDME
Rua Jaime Balão, 575Bairro Hugo Lange, Curitiba - Paraná,
CEP: 80.040-340
Instrução normativa nº 5, de 1º de março de 2002Portaria SDA Nº 168, de 27/09/2005
MANUAL TÉCNICO PARA CONTROLE DA RAIVA DOS
HERBÍVOROS.
Ações do Programa Nacional de Controle da Raiva dos
Herbívoros e Outras Encefalopatias (PNCRH) em todo o Território Nacional.
Controle da Raiva dos
HerbívorosManual Técnico - 2009
Programa oficial - regulamentação
Diretrizes Notificação, Investigação
Diagnóstico
Estratégica:-Focos, perifocos
-Em regiões de risco
Cadastramento e monitoramento
Atuação estratégica
Atuação estratégica
Créditos: Ellen Laurindo - Mapa
Modelos para Atuação em Focos de Raiva:
Medidas Sanitárias:
•Busca ativa de novos casos;
•Orientação à vacinação;•Controle transmissores;
•Educação em Saúde Animal.
Vacinação
- Importante: Dose de reforço.
- Focal, perifocal e em áreas de risco
- Custo baixo da vacina.
- Manejo juntamente com outras vacinações
- Revacinação anual
- Vacinação sempre que houver ataque de morcegos
Endêmica
Diferentes graus, de acordo com as regiões
- Região Sudeste – Maior ocorrência- Minas Gerais – Estado com maior ocorrência
Fatores envolvidos
Aumento na oferta de alimento
Ocupação desordenada e alterações ambientais
Oferta de abrigos
Atuação insatisfatória serviço oficial
DOENÇA NO BRASIL
DOENÇA NO PARANÁ
CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA RAIVA DOS HERBÍVOROS NO ESTADO DO PARANÁ ENTRE 1977 E 2012 (Dissertação de mestrado)
Dognani, 2014
Prevenção e Monitoramento da Raiva dos Herbívoros no Paraná
Ações considerando as características da Raiva dos herbívoros no PR:
- Ciclicidade (18 anos)- Áreas de maior Risco = Áreas com maior nº de abrigos
= Maior número de casos
Objetivo:
- Diminuir o número de casos- Interromper a curva histórica- Antecipar a ocorrência da raiva nos herbívoros
Dognani, 2015
Prevenção e Monitoramento da Raiva dos Herbívoros no Paraná
Estratégias:
Ênfase das ações em regiões de maior risco
Vigilância do transmissor (D. rotundus):
- Intervalos de 60 dias nas regiões de maior risco
- Diagnóstico sistemático da raiva em Desmodus rotundus
Diagnóstico (+) em morcegos:
- Tratamento do abrigo a cada 15 dias até eliminação total
- Vacinação imediata dos herbívoros das proximidades
- Educação Sanitária contínua
- Novos estudos complementares
Dognani,2015
Programa oficial - regulamentação
Desde 1990 o MAPA adota medidas de prevenção por meio de normas específicas
Instrução Normativa 44/2013:
Programa Nacional de Prevenção e Vigilância da
EEB – PNEEB
IN 08/2004
Proíbe uso de cama de aviário na alimentação de ruminantes
IN 41/2009
Fiscalização do uso de proteína de origem animal na alimentação
de ruminantes
Objetivos do PNEEB
I - Evitar a entrada do agente da EEB no território Nacional;
II - Aplicar medidas de mitigação de risco, evitando eventual reciclagem e difusão do agente da EEB; e
III - Manter um sistema de vigilância para detecção precoce de animais infectados.
Entrada do agente no pais
via importação de bovinos
ou de alimentos
Bovino
infectado
Matadouro
Graxaria
Fábrica de
ração
Alimentar
ruminantes com
FCO*
- Proibição de alimentar
ruminantes com certos
produtos de origem animal
(‘feed ban’)
- Restrições em importações
- Controle de bovinos importados de país de risco para EEB
- Proibição abate de bovinos importados de país de risco
- Vigilância de doença nervosa - notificação e investigação obrigatórias
- Vigilância no abate de emergência
- Remoção de material de risco específico EEB
- Boas práticas fabricação (BPF), controle de origem
dos resíduos, processamento “esterilização” (133ºC,
20’, 3 bar) das farinhas de ruminantes
- Proibição de alimentar ruminantes com certos produtos de origem
animal (‘feed ban’) e rotulagem de embalagens desses produtos
com o alerta “Proibido na alimentação de ruminantes”
- Controle de processamento nas plantas fabricantes de alimentos
para animaisRação de aves/suínos ou resíduos
(cama de aviário ou dejetos)
*FCO: farinha de carne e ossos
CADEIA EPIDEMIOLÓGICA DA EEB
Créditos: Carlos Henrique Pizarro Borges - Mapa
Procedimentos pós suspeita
Colheita de amostra
Identificação de animais com acesso
Interdição dos animais
Envio e analise laboratorial
Se negativo: Libera-se os animaisSe positivo: Abate ou sacrifício
Envio para abate com comunicação e carga lacrada.
Autuação
Ministério público
Controle alimentos para ruminantes
em estabelecimentos de criação
2014 2015 2016 (set)
Nº de fiscalizações 26 65 70
Municípios fiscalizados 14 33 44
Fiscalizações Positivas 4 9 7
Bovinos abatidos ou destruídos
491 498 120 (202)
Fiscalizações ativas 19% 72% 98%
Controle alimentos para ruminantes
em estabelecimentos de criação
2014 2015 2016 (set)
Nº de fiscalizações 26 65 70
Municípios fiscalizados 14 33 44
Fiscalizações Positivas 4 9 7
Bovinos abatidos ou destruídos
491 498 120 (202)
Fiscalizações ativas 19% 72% 98%