O chão não tem a grama verde

como na maioria dos cemitérios do

Ocidente. Ao contrário, é árido, seco,

sem nenhuma vegetação à vista. Os

túmulos são marcados por pedras

“rachinha”, de granito bruto, aquelas

usadas de maneira ornamental em boa

parte das calçadas daqui do Brasil.

O homem que os Estados

Unidos mais caçaram e fizeram tanto

esforço para encontrar está em um

daqueles túmulos sem inscrição. O

homem que tinha a fortuna avaliada

de US$ 300 milhões a US$ 600

milhões, mesmo tendo que dividi-la

com 53 irmãos, ainda ficaria com o

suficiente para ser enterrado em lugar

melhor. Mas não, fora enterrado ali.

Para os muçulmanos, tudo o

que se refere ao sepultamento é

impuro, razão pela qual seus mortos

não podem ser enterrados em caixões,

nem flores podem ser colocadas em

seus túmulos. Ele foi envolvido em

um sudário, e seu corpo foi enterrado,

voltado para Meca, como manda a

religião. Ao redor da pedra que marca

o túmulo, fiéis recitavam versos do

Alcorão, e eram encorajados a manter

a calma. É permitido chorar, mas é

proibido para aqueles que estão de

luto chorar excessivamente e gritar.

Eles se esforçaram muito para

enterrá-lo o mais rapidamente pos-

sível, evitando a necessidade de

embalsamamento ou perturbação do

corpo já falecido. Mais do que um

mulçumano com direito a um

sepultamento digno, foi um mártir

para aqueles presentes. Antes havia

sido lavado respeitosamente, com

água limpa e perfumada. O corpo foi

envolto em folhas de papel branco e

em um pano limpo, chamado kafan.

Depois, foi enterrado com as roupas

que usava quando morreu. Toda a

oração era dita em silêncio.

O homem que o mundo se

acostumara a ver com um turbante

branco enrolado na cabeça, a barba

grande e mal cuidada e as roupas

típicas de um mulçumano, sempre foi

rico, mas nem tão religioso. Durante a

infância, Osama viveu cercado pela

criadagem e dificilmente esteve na

companhia de sua mãe. Os irmãos

costumavam rejeitá-lo e o pai

impunha uma educação severa voltada

para a formação de uma prole de

homens determinados. Aos dez anos

de idade, Bin Laden perdeu o pai e foi

obrigado a viver com uma mãe que

pouco conhecia. No início da década

de 70, foi mandado para o Líbano,

com o intuito de completar o ensino

médio.

Na sua juventude, passou por

uma fase de muita libertinagem, onde

frequentava boates, bebia bastante e se

envolvia com prostitutas. Com o

estouro da guerra civil no Líbano, foi

obrigado a retornar para a Arábia

Saudita onde ingressou no curso de

Engenharia da Universidade de King

Abdul. Bin Laden arrependeu-se das

suas aventuras no Líbano e, por isso,

passou a estudar fervorosamente os

valores de religião mulçumana.

Islam ou Islã é uma palavra

árabe que significa submissão,

entrega. O verdadeiro muçulmano é

aquele que se declara submisso ao

poder e à vontade de Deus, Allah em

árabe. Osama interpretou também

como aquele que luta contra o mal, e

foi assim que ele se tornou o homem

mais procurado do mundo de um lado,

e o mártir do outro.

O chão não tem a grama verde

como na maioria dos cemitérios do

Ocidente, as câmeras estão voltadas

para o túmulo, os Estados Unidos

precisam saber se é verdade, mas há

um carro não tão longe com um

homem sem barba, sem turbante,

olhando para o cemitério. Ele olha

para o relógio, que zera, um homem

explode perto do túmulo, os Estados

Unidos nunca saberão.

Por Hévilla Wanderley

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Bin Laden, o homem mais procurado do mundo

Não há nada mais desesperador do que ver as pessoas em pânico, seja correndo de um prédio que vai ruir, ou ver uma mãe chorando em busca de seu

filho. Todos sempre admiram oficiais que salvam a vida das pessoas, intitulados de heróis, mas como chamar aqueles que torturam e humilham? Um bombeiro

americano, que olha para o céu e pede socorro, não sente mais dor do que outras mães que precisam proteger seus indefesos filhos de seus próprios compatriotas,

mas estes também podem ajudar. Acordos podem ser feitos e o mundo pode melhorar.

Por Equipe Questão de Ordem

Foto: Divulgação

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