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PATOLOGIAS ASSOCIADAS À INFECÇÕES
CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS E
HELMINTOS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROSUNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDECENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
Mariléia Chaves AndradeProfessora UNIMONTESProfessora UNIMONTES
Pesquisadora do Centro de Pesquisa René Rachou-FIOCRUZ-MGPesquisadora do Centro de Pesquisa René Rachou-FIOCRUZ-MG
COMENSALISMO, MUTUALISMO, COMENSALISMO, MUTUALISMO,
SIMBIOSE, SIMBIOSE, PREDATISMO , CANIBALISMO E PREDATISMO , CANIBALISMO E
PARASITISMOPARASITISMO
Inter-relações entre os seres vivosInter-relações entre os seres vivos
COMENSALISMO, MUTUALISMO, COMENSALISMO, MUTUALISMO,
SIMBIOSE, SIMBIOSE, PREDATISMO , CANIBALISMO EPREDATISMO , CANIBALISMO E
PARASITISMOPARASITISMO
Inter-relações entre os seres vivosInter-relações entre os seres vivos
PARASITOLOGIA
Associcação entre seres vivos com unilateralidade de Associcação entre seres vivos com unilateralidade de benefíciosbenefícios
Tende ao equilíbrio entre parasito e hospedeiroTende ao equilíbrio entre parasito e hospedeiro
Por quê há casos graves de doenças e Por quê há casos graves de doenças e epidemias de parasitoses?????epidemias de parasitoses?????
ParasitismoParasitismo
Benefício = alimento e proteçãoBenefício = alimento e proteção
POR QUÊ ALGUMAS PESSOAS POR QUÊ ALGUMAS PESSOAS ADOECEM?ADOECEM?
ONDE A DOENÇA OCORRE E POR ONDE A DOENÇA OCORRE E POR QUÊ NAQUELE LUGAR?QUÊ NAQUELE LUGAR?
QUANDO A DOENÇA OCORRE E POR QUANDO A DOENÇA OCORRE E POR QUE APRESENTA VARIAÇÕES EM QUE APRESENTA VARIAÇÕES EM
SUA OCORRÊNCIA?SUA OCORRÊNCIA?
Questionamentos Epidemiológicos Questionamentos Epidemiológicos
Epidemiologia – ciência que estuda a distribuição de Epidemiologia – ciência que estuda a distribuição de doenças ou enfermidades, assim como seus determinantes doenças ou enfermidades, assim como seus determinantes
na populaçãona população
AGENTE
HOSPEDEIRO
MEIO AMBIENTE
VETOR
Tríade Epidemiológica de DoençasTríade Epidemiológica de Doenças
Tríade Epidemiológica de DoençasTríade Epidemiológica de Doenças
AGENTE
HOSPEDEIRO
MEIO AMBIENTE
VETOR
Etiologia das Doenças ParasitáriasEtiologia das Doenças Parasitárias
AGENTE
HOSPEDEIRO
MEIO AMBIENTE
VETOR
Fatores relacionados aos componentes desse complexo Fatores relacionados aos componentes desse complexo sistema de interações:sistema de interações:
- Suscetibilidade / Resistência:
fatores genéticos;
estado nutricional;
idade;
sexo;
status imunológico.
- Patogenicidade:
dose infectante;
tempo de exposição;
local de entrada;
adesão;
multiplicação;
virulência.
- Condições climáticas (temperatura, umidade);
- Condições sócio-econômico-culturais.
Fatores Associados à Distribuição Geográfica das Fatores Associados à Distribuição Geográfica das ParasitosesParasitoses
• Presença de hospedeiros Presença de hospedeiros suscetíveis apropriados;suscetíveis apropriados;
• Migrações humanas;Migrações humanas;• Condições ambientais Condições ambientais
favoráveis (temperatura, favoráveis (temperatura, umidade, altitude);umidade, altitude);
• Densidade populacional;Densidade populacional;• Hábitos higiênicos;Hábitos higiênicos;• Baixas condições de vida.Baixas condições de vida.
Ciclo doença x pobreza – OMS 1960Ciclo doença x pobreza – OMS 1960
Energia humana Energia humana deficientedeficiente
BAIXA PRODUÇÃOBAIXA PRODUÇÃO
(bens e serviços)(bens e serviços)
Baixos salários Baixos salários (subsistência)(subsistência)
Nutrição deficiente Nutrição deficiente
Educação Educação insuficienteinsuficiente
Inadequado modo Inadequado modo de vidade vida
DOENÇADOENÇA
Problemas com Problemas com tratamento tratamento
médicomédico
Pouco investimento em Pouco investimento em saúde pública e saúde pública e
medicina preventivamedicina preventiva
MAIS DOENÇAMAIS DOENÇA
Por quê há casos graves de doenças e epidemias Por quê há casos graves de doenças e epidemias de parasitoses?????de parasitoses?????
Alteração do meio ambiente, concentração Alteração do meio ambiente, concentração populacional, baixas condições higiênicas e populacional, baixas condições higiênicas e
alimentaresalimentares
Multiplicação do vetor e do parasitoMultiplicação do vetor e do parasito
ParasitismoParasitismo
Hospedeiro suscetível - alterações Hospedeiro suscetível - alterações imunológica / nutricionalimunológica / nutricional
Classificação das ParasitosesClassificação das Parasitoses
ProtozoosesProtozooses
HelmintosesHelmintoses
EntomozoosesEntomozooses
Classificação das ParasitosesClassificação das Parasitoses
ProtozoosesProtozooses
HelmintosesHelmintoses
EntomozoosesEntomozooses
Características Gerais dos ProtozoáriosCaracterísticas Gerais dos Protozoários
• organismos unicelulares;organismos unicelulares;
• 60.000 espécies conhecidas;60.000 espécies conhecidas;
• 50% são fósseis;50% são fósseis;
• 20.000 são de vida livre;20.000 são de vida livre;
• 10.000 espécies parasitam diversos animais;10.000 espécies parasitam diversos animais;
• dezenas de espécies de importância médica.dezenas de espécies de importância médica.
Principais Doenças Causadas por ProtozoáriosPrincipais Doenças Causadas por Protozoários
AMEBÍASE – (disenteria amebiana)- AMEBÍASE – (disenteria amebiana)- Entamoeba histolytica – protozoário Entamoeba histolytica – protozoário amebóideamebóide
-12% da população mundial é portadora da 12% da população mundial é portadora da E. histolyticaE. histolytica;;
- Maioria dos portadores são assintomáticos (80-90%);Maioria dos portadores são assintomáticos (80-90%);
- 10-20% de quadros sintomáticos – Retrocolite sintomática grave; Ulcerações; 10-20% de quadros sintomáticos – Retrocolite sintomática grave; Ulcerações; Amebomas; Amebíase extra-intestinal.Amebomas; Amebíase extra-intestinal.
- Leva a óbito 100.000 pessoas por ano.Leva a óbito 100.000 pessoas por ano.
Principais Doenças Causadas por ProtozoáriosPrincipais Doenças Causadas por Protozoários
- Distribuição mundial;Distribuição mundial;
- Aproximadamente 50% dos portadores são assintomáticos;Aproximadamente 50% dos portadores são assintomáticos;
- Acomete principalmente crianças – Gastroenterite ; Duodenite.Acomete principalmente crianças – Gastroenterite ; Duodenite.
GIARDÍASE – (parasitose intestinal)- GIARDÍASE – (parasitose intestinal)- Giardia lamblia - protozoário Giardia lamblia - protozoário flageladoflagelado
Principais Doenças Causadas por ProtozoáriosPrincipais Doenças Causadas por Protozoários
- 500 milhões de indivíduos com positividade no exame sorológico para 500 milhões de indivíduos com positividade no exame sorológico para detecção de anticorpos detecção de anticorpos anti-Toxoplasma gondii;anti-Toxoplasma gondii;
- Maioria das infecções são assintomáticas;Maioria das infecções são assintomáticas;
- Doença grave em crianças infectadas congenitamente e em indivíduos Doença grave em crianças infectadas congenitamente e em indivíduos imunossuprimidos – Retinocoroidite e Encefalite.imunossuprimidos – Retinocoroidite e Encefalite.
TOXOPLASMOSE – TOXOPLASMOSE – Toxoplasma gondiiToxoplasma gondii
Principais Doenças Causadas por ProtozoáriosPrincipais Doenças Causadas por Protozoários
TRIPANOSSOMÍASE (doença de Chagas) – TRIPANOSSOMÍASE (doença de Chagas) – Trypanosoma cruziTrypanosoma cruzi
Tripomastigota - extracelularTripomastigota - extracelular Amastigota - intracelularAmastigota - intracelular
- 16-18 milhões de pessoas infectadas no Brasil.- 16-18 milhões de pessoas infectadas no Brasil.
- 100 milhões de pessoas (25% da população da América latina) – risco 100 milhões de pessoas (25% da população da América latina) – risco de contaminação;de contaminação;
- Endêmica em 21 países;- Endêmica em 21 países;
Principais Doenças Causadas por ProtozoáriosPrincipais Doenças Causadas por Protozoários
Tripomastigota infectando fibra muscularTripomastigota infectando fibra muscular Tripomastigota no sangueTripomastigota no sangue
Focos de amastigota na fibra muscularFocos de amastigota na fibra muscular
Principais Doenças Causadas por ProtozoáriosPrincipais Doenças Causadas por Protozoários
LEISHMANIOSE LEISHMANIOSE
Características Gerais das LeishmaniosesCaracterísticas Gerais das Leishmanioses
• Protozoários pertencentes á Família Trypanosomatidae; gênero Protozoários pertencentes á Família Trypanosomatidae; gênero
LeishmaniaLeishmania (Ross, 1903); (Ross, 1903);
• Ciclo biológico– Heteroxeno (um hospedeiro vertebrado e um Ciclo biológico– Heteroxeno (um hospedeiro vertebrado e um
invertebrado);invertebrado);
• HOSPEDEIROS VERTEBRADOS: roedores, tatu, tamanduá, preguiça, HOSPEDEIROS VERTEBRADOS: roedores, tatu, tamanduá, preguiça,
gambá, canídeos e primatas, incluindo o homem.gambá, canídeos e primatas, incluindo o homem.
• HOSPEDEIROS INVERTEBRADOS: pequenos insetos (Ordem: HOSPEDEIROS INVERTEBRADOS: pequenos insetos (Ordem:
Diptera, Família: Psychodidae, Subfamília: Phlebotominae, Gênero: Diptera, Família: Psychodidae, Subfamília: Phlebotominae, Gênero:
LutzomyaLutzomya););
Tipos de LEISHMANIOSETipos de LEISHMANIOSE
• Leishmaniose Tegumentar - LTLeishmaniose Tegumentar - LT
• Leishmaniose Visceral - LVLeishmaniose Visceral - LV
Leishmania (Viannia) braziliensisLeishmania (Viannia) braziliensis
Leishmania (Viannia) guyanensisLeishmania (Viannia) guyanensis
Leishmania (Viannia) amazonensisLeishmania (Viannia) amazonensis
Leishmania (Leishmania) donovaniLeishmania (Leishmania) donovani
Leishmania (Leishmania) infantumLeishmania (Leishmania) infantum
Leishmania (Leishmania) chagasiLeishmania (Leishmania) chagasi
1,5 milhões novos casos / ano1,5 milhões novos casos / ano
Dados Epidemiológicos – Leishmaniose TegumentarDados Epidemiológicos – Leishmaniose Tegumentar
Fonte: site WHO www.who.intFonte: site WHO www.who.int
35 mil
Dados Epidemiológicos – Leishmaniose VisceralDados Epidemiológicos – Leishmaniose Visceral
Incidência anual global: 500.00 casosIncidência anual global: 500.00 casos
No Brasil: 2.000 – 3.000 casosNo Brasil: 2.000 – 3.000 casos
Fonte: site WHO www.who.intFonte: site WHO www.who.int
Aspectos Morfológicos da Aspectos Morfológicos da LeishmaniaLeishmania
• Formas PromastigotasFormas Promastigotas
( encontradas no homem e no ( encontradas no homem e no
flebotomíneo )flebotomíneo )
• Formas Amastigotas ( encontradas no homem )Formas Amastigotas ( encontradas no homem )
• Formas Paramastigotas ( encontradas no flebotomíneo )Formas Paramastigotas ( encontradas no flebotomíneo )
ovais ou arredondadas (aderidas ao epitélio do trato digestivo ovais ou arredondadas (aderidas ao epitélio do trato digestivo do vetordo vetor
Ciclo BiológicoCiclo Biológico
Saliva contém substâncias Saliva contém substâncias líticas, vasodilatadoras e líticas, vasodilatadoras e
imunossupressorasimunossupressoras
Formas Clínicas - LTFormas Clínicas - LT
LEISHMANIOSE CUTÂNEALEISHMANIOSE CUTÂNEA
Espécie de Espécie de LeishmaniaLeishmania X Estado imunológico do hospedeiro X Estado imunológico do hospedeiro
Lesões conhecidas como úlcera-de-Bauru, ferida brava, ferida Lesões conhecidas como úlcera-de-Bauru, ferida brava, ferida seca e boubaseca e bouba
L. amazonensis, L. guyanensis, L. braziliensisL. amazonensis, L. guyanensis, L. braziliensis
Úlceras únicas ou múltiplas confinadas na dermeÚlceras únicas ou múltiplas confinadas na derme
Formas Clínicas - LTFormas Clínicas - LT
LEISHMANIOSE CUTÂNEOMUCOSALEISHMANIOSE CUTÂNEOMUCOSA
L. braziliensisL. braziliensis
Lesões destrutivas envolvendo mucosas e cartilagensLesões destrutivas envolvendo mucosas e cartilagens
Nariz, faringe, boca e laringeNariz, faringe, boca e laringe
Dificuldades respiratórias e alimentaresDificuldades respiratórias e alimentares
Infecções secundárias - óbitoInfecções secundárias - óbito
Formas Clínicas - LTFormas Clínicas - LT
LEISHMANIOSE CUTÂNEA DIFUSALEISHMANIOSE CUTÂNEA DIFUSA
L. mexicana e L. amazonensisL. mexicana e L. amazonensis
Lesões difusas não ulceradas por toda a peleLesões difusas não ulceradas por toda a pele
FORMAS CLÍNICAS DA LVFORMAS CLÍNICAS DA LV
• ASSINTOMÁTICAASSINTOMÁTICAAusência de sintomatologia clínica aparenteAusência de sintomatologia clínica aparente
Reações sorológicas positivas e Intradermoreação Reações sorológicas positivas e Intradermoreação de Montenegro positivode Montenegro positivo
Maioria dos indivíduos de áreas endêmicasMaioria dos indivíduos de áreas endêmicas
• AGUDAAGUDA
Febre alta, diarréia e tosseFebre alta, diarréia e tosse
Discretas alterações hematopoiéticas, discreta Discretas alterações hematopoiéticas, discreta hepatoesplenomegaliahepatoesplenomegalia
Confundida com malária, febre tifóide, esquistossomose, doença Confundida com malária, febre tifóide, esquistossomose, doença de Chagas aguda, dentre outras doençasde Chagas aguda, dentre outras doenças
FORMAS CLÍNICAS DA LVFORMAS CLÍNICAS DA LV
• SINTOMÁTICA, SINTOMÁTICA, CRÔNICA OU CRÔNICA OU
CALAZAR CLÁSSICOCALAZAR CLÁSSICO
Evolução prolongadaEvolução prolongada
Desnutrição protéico-calórica, edema generalizado, Desnutrição protéico-calórica, edema generalizado, abdome aumentado (hepatoesplenomegalia), abdome aumentado (hepatoesplenomegalia), emagrecimento progressivo, caquexia acentuadaemagrecimento progressivo, caquexia acentuada
• OLIGOSSINTOMÁTICAOLIGOSSINTOMÁTICA
OU SUBCLÍNICAOU SUBCLÍNICA
Forma mais freqüente da doençaForma mais freqüente da doença
Amastigotas encontradas em macrófagos do baço, Amastigotas encontradas em macrófagos do baço, pulmões, intestino, linfonodos e órgãos pulmões, intestino, linfonodos e órgãos hematopoiéticoshematopoiéticos
Febre baixa recorrente, tosse seca, diarréia, Febre baixa recorrente, tosse seca, diarréia, sudorese, prostraçãosudorese, prostração
TratamentoTratamento
média toxicidade, podendo apresentar alguns efeitos média toxicidade, podendo apresentar alguns efeitos
colaterais, como dores musculares e articulares, colaterais, como dores musculares e articulares,
náuseas, vômitos, dores abdominais, febre e cefaléia. náuseas, vômitos, dores abdominais, febre e cefaléia.
Drogas de primeira escolha:Drogas de primeira escolha:
Glucantime® ou Pentostam®Glucantime® ou Pentostam®
Geralmente, esses sintomas são discretos e não exigem a suspensão do Geralmente, esses sintomas são discretos e não exigem a suspensão do tratamento.tratamento.
Preconizado: 15-20 mg/kg/dia de antimônio puro (no máximo 1.200 Preconizado: 15-20 mg/kg/dia de antimônio puro (no máximo 1.200 mg/dia), por via intramuscular ou endovenosa, por 30 dias. mg/dia), por via intramuscular ou endovenosa, por 30 dias.
TratamentoTratamento
Droga de segunda escolha:Droga de segunda escolha:
Anfotericina B®Anfotericina B®
Preconizado: infusão por via endovenosa com 0,25 mg/kg/dia de Preconizado: infusão por via endovenosa com 0,25 mg/kg/dia de
anfotericina B diluídos em soro glicosado a 5%, por um período de anfotericina B diluídos em soro glicosado a 5%, por um período de
seis horas. seis horas.
Caso o paciente apresente boa tolerância, aumenta-se a dose para 0,5 Caso o paciente apresente boa tolerância, aumenta-se a dose para 0,5
mg/kg e, posteriormente, até 1 mg/kg/dia, administrados diariamente mg/kg e, posteriormente, até 1 mg/kg/dia, administrados diariamente
ou em dias alternados até a cicatrização das lesões.ou em dias alternados até a cicatrização das lesões.
Critério de CuraCritério de Cura
Acompanhamento mensal por três meses consecutivos e, após a Acompanhamento mensal por três meses consecutivos e, após a
cura clínica, continuar até 12 meses após o término do tratamento. cura clínica, continuar até 12 meses após o término do tratamento.
- Leishmaniose visceral a cura é representada pelo desaparecimento da Leishmaniose visceral a cura é representada pelo desaparecimento da
febre, reversão da pancitopenia e melhora geral do paciente. Não se febre, reversão da pancitopenia e melhora geral do paciente. Não se
recomenda a realização de nova pesquisa de formas amastigotas em tecido recomenda a realização de nova pesquisa de formas amastigotas em tecido
ou medula óssea.ou medula óssea.
-Na forma cutânea, o critério de cura é definido pelo aspecto clínico das Na forma cutânea, o critério de cura é definido pelo aspecto clínico das
lesões, reepitelização das lesões ulceradas ou não-ulceradas, regressão lesões, reepitelização das lesões ulceradas ou não-ulceradas, regressão
total da infiltração e eritema, até três meses após a conclusão do esquema total da infiltração e eritema, até três meses após a conclusão do esquema
terapêutico. terapêutico.
-Na forma mucosa é definido pela regressão de todos os sinais e Na forma mucosa é definido pela regressão de todos os sinais e
comprovado pelo exame otorrinolaringológico, até seis meses após a comprovado pelo exame otorrinolaringológico, até seis meses após a
conclusão do esquema terapêutico.conclusão do esquema terapêutico.
Aspectos ImunológicosAspectos Imunológicos
MacrófagosMacrófagos
Leish Leish promastigotapromastigota
Leish Leish amastigotaamastigota
MHC + MHC + peptídeos da peptídeos da
LeishLeish Linfócito T Linfócito T CD4+ CD4+ naivenaive
Th0Th0
Linfócito T Linfócito T CD4+CD4+
Linfócito T Linfócito T CD4+CD4+
IFN-IFN-, , TNF-TNF-, IL-, IL-2, IL-122, IL-12
IL-4, IL-5 IL-4, IL-5
IL-6, IL-IL-6, IL-10, TGF-10, TGF-
Resistência – Th1 ativadoResistência – Th1 ativado
Suscetibilidade – Th2 ativadoSuscetibilidade – Th2 ativado
Características Gerais dos HelmintosCaracterísticas Gerais dos Helmintos
• organismos pluricelulares;organismos pluricelulares;
• espécies de vida livre e espécies parasitas;espécies de vida livre e espécies parasitas;
• compreendem 3 filos:compreendem 3 filos:
- Platelmintos (vermes achatados) – tubo digestivo Platelmintos (vermes achatados) – tubo digestivo ausente ou rudimentarausente ou rudimentar
- Nematelmintos (vermes cilíndricos) – tubo digestivo Nematelmintos (vermes cilíndricos) – tubo digestivo completocompleto
- Anelídeos – não são parasitas.Anelídeos – não são parasitas.
Características Gerais dos Nematelmintos
• Vermes que infectam principalmente o trato intestinal.• Tamanho - grande.• Corpo cilíndrico não segmentado.• São dióicos.• Infecção confirmada pela detecção de ovos nas fezes.
Classificação dos Helmintos de acordo com o Ciclo Classificação dos Helmintos de acordo com o Ciclo EvolutivoEvolutivo
Dados Epidemiológicos - HelmintosesDados Epidemiológicos - Helmintoses
• 3,5 bilhões de pessoas infectadas por helmintos (800 milhões de crianças 3,5 bilhões de pessoas infectadas por helmintos (800 milhões de crianças infectadas);infectadas);
• 450 milhões de doentes;450 milhões de doentes;
• 65000 óbitos/ano decorrentes de infecções por Ancilostomídeos;65000 óbitos/ano decorrentes de infecções por Ancilostomídeos;
• 60000 óbitos/ano decorrentes de infecções por 60000 óbitos/ano decorrentes de infecções por Ascaris lumbricoidesAscaris lumbricoides;;
(WHO, 2000)(WHO, 2000)
Complicações das Enteroparasitoses- HelmintosComplicações das Enteroparasitoses- Helmintos
• Afetam o equilíbrio nutricionalAfetam o equilíbrio nutricional
- Compromete a absorção de - Compromete a absorção de nutrientes;nutrientes;
-Induz sangramento intestinal;Induz sangramento intestinal;
- Causa complicações graves: Causa complicações graves: obstrução intestinal, prolapso retal, obstrução intestinal, prolapso retal, formação de abscessosformação de abscessos
- Interferem no crescimento e desenvolvimento infantil;- Interferem no crescimento e desenvolvimento infantil;
- Baixo rendimento escolar infanto-juvenil;Baixo rendimento escolar infanto-juvenil;
- Altera a produtividade no trabalho dos adultos;Altera a produtividade no trabalho dos adultos;
- Aumento dos fastos com assistência médica.Aumento dos fastos com assistência médica.
Patogenicidade dos HelmintosPatogenicidade dos Helmintos
• Ação espoliativa Ação espoliativa • Ação tóxicaAção tóxica• Ação traumáticaAção traumática• Ação irritativaAção irritativa• Ação enzimáticaAção enzimática• AnóxiaAnóxia
Principais Doenças Causadas por HelmintosPrincipais Doenças Causadas por Helmintos
ASCARIDÍASE – ASCARIDÍASE – Ascaris lumbricoidesAscaris lumbricoides
• Acomete 30% da população mundial;Acomete 30% da população mundial;
• Endêmica em aproximadamente 150 países ;Endêmica em aproximadamente 150 países ;
• 70 – 90% das crianças na faixa etária de 1-10 anos.70 – 90% das crianças na faixa etária de 1-10 anos.
Principais Doenças Causadas por HelmintosPrincipais Doenças Causadas por Helmintos
TRICURÍASE– TRICURÍASE– Trichuris trichiuraTrichuris trichiura
• Elevada prevalência na população mundial;Elevada prevalência na população mundial;
• No Brasil: No Brasil:
taxas elevadas nos estados do Norte, Nordeste e Região litorânea: taxas elevadas nos estados do Norte, Nordeste e Região litorânea: Pará (68%), Alagoas (72%).Pará (68%), Alagoas (72%).
Goiás e Mato Grosso (2,5% e 8,9%, respectivamente)Goiás e Mato Grosso (2,5% e 8,9%, respectivamente)
Minas Gerais – 13,8%Minas Gerais – 13,8%
Principais Doenças Causadas por HelmintosPrincipais Doenças Causadas por Helmintos
FASCIOLOSE– FASCIOLOSE– Fasciola hepatica – Fasciola hepatica – zooantroponosezooantroponose - - parasitose parasitose emergenteemergente
• 2,4 milhões de pessoas infectadas.2,4 milhões de pessoas infectadas.
Características Gerais da Resposta Imune em Características Gerais da Resposta Imune em Infecções por HelmintosInfecções por Helmintos
• Aumento da produção de IgA secretória na mucosa Aumento da produção de IgA secretória na mucosa intestinal;intestinal;
• Aumento da produção de muco – induzido pela Aumento da produção de muco – induzido pela resposta imune local;resposta imune local;
• Resposta inflamatoria local do tipo 2- produção de IL-4, Resposta inflamatoria local do tipo 2- produção de IL-4, IL-5;IL-5;
• Produção de Eotaxina;Produção de Eotaxina;
• Eosinopoiese – Eosinofilia – Aumento de Eosinófilos Eosinopoiese – Eosinofilia – Aumento de Eosinófilos no Tecido;no Tecido;
• Ativação de Mastócitos.Ativação de Mastócitos.
ESQUISTOSSOMOSEESQUISTOSSOMOSE
Principais Doenças Causadas por HelmintosPrincipais Doenças Causadas por Helmintos
classe: Trematodaclasse: Trematoda
família: Schistosomatidaefamília: Schistosomatidae
sub-famílias: Bilharzielinae e sub-famílias: Bilharzielinae e SchistosomatinaeSchistosomatinae
Taxonomia do Agente Etiológico Taxonomia do Agente Etiológico
Espécies de Interesse MédicoEspécies de Interesse Médico
• Schistosoma haematobiumSchistosoma haematobium- Bilhartz, 1852- Bilhartz, 1852
Encontrado em grande parte da ÁfricaEncontrado em grande parte da África
• Schistosoma japonicum – Schistosoma japonicum – Katsurada, 1904Katsurada, 1904
Causador da esquistossomose japônicaCausador da esquistossomose japônica
• Schistosoma intercalatumSchistosoma intercalatum – Fischer, 1934 – Fischer, 1934
Agente de uma esquistossomose intestinal Agente de uma esquistossomose intestinal encontrada no interior da África Centralencontrada no interior da África Central
• Schistosoma mansoniSchistosoma mansoni – Sambon, 1907 – Sambon, 1907
Agente da esquistossomose encontrada na África, Agente da esquistossomose encontrada na África, América do Sul.América do Sul.
Introdução da Doença no BrasilIntrodução da Doença no Brasil
Tráfico de escravosTráfico de escravos
Imigração japonesaImigração japonesa
Aspectos MorfológicosAspectos Morfológicos
cercáriacercária verme adultoverme adulto ovo maduroovo maduro
PatogeniaPatogenia
• cepa do parasito;cepa do parasito;
• carga parasitária adquirida;carga parasitária adquirida;
• idade;idade;
• estado nutricional;estado nutricional;
• resposta imune do hospedeiro.resposta imune do hospedeiro.
Esquistossomose AgudaEsquistossomose Aguda
-Fase pré-postural:Fase pré-postural:
Sintomatologia variada, ocorre cerca de 10-35 dias após a Sintomatologia variada, ocorre cerca de 10-35 dias após a infecçãoinfecção
-Fase Aguda:Fase Aguda: (surge cerca de 50 dias após a infecção) (surge cerca de 50 dias após a infecção)
Enterocolite aguda, formação de granulomas, estado Enterocolite aguda, formação de granulomas, estado febril, sudorese, calafrios, emagrecimento, leucocitose febril, sudorese, calafrios, emagrecimento, leucocitose com eosinofilia, fenômenos alérgicos, diarréia, lesões com eosinofilia, fenômenos alérgicos, diarréia, lesões hepatoesplênicas (hipersensibilidade do hospedeiro a hepatoesplênicas (hipersensibilidade do hospedeiro a antígenos solúveis liberados pelos ovos),etc... antígenos solúveis liberados pelos ovos),etc...
Manifestações ClínicasManifestações Clínicas
Patogenia da Esquistossomose CrônicaPatogenia da Esquistossomose Crônica
Reação Inflamatória Granulomatosa induzida pela Reação Inflamatória Granulomatosa induzida pela presença dos ovos no tecido intestinal ou hepáticopresença dos ovos no tecido intestinal ou hepático
Esquistossomose CrônicaEsquistossomose Crônica
-Intestino:Intestino:
Diarréia mucosanguinolenta (passagem dos Diarréia mucosanguinolenta (passagem dos ovos para a luz intestinal), dor abdominal, ovos para a luz intestinal), dor abdominal, diminuição do peristaltismo, etc...diminuição do peristaltismo, etc...
-Fígado e Baço: Fígado e Baço:
Formação de granulomas em torno dos ovos, Formação de granulomas em torno dos ovos, hepatomegalia, dor, fibrose - hipertensão hepatomegalia, dor, fibrose - hipertensão portal – ocasionando alterações no baço portal – ocasionando alterações no baço (esplenomegalia) (esplenomegalia)
Doença de múltiplos mecanismos, com lesões diretamente ligas à Doença de múltiplos mecanismos, com lesões diretamente ligas à presença local do agente etiológico, alterações hemodinâmicas, presença local do agente etiológico, alterações hemodinâmicas,
alterações da reatividade imunológica, etc...alterações da reatividade imunológica, etc...
TratamentoTratamento
Praziquantel (Cestox®)Praziquantel (Cestox®) - administrado por via oral- administrado por via oral
60mg/kg de peso para crianças com até 15 anos, e 50mg/kg de peso para 60mg/kg de peso para crianças com até 15 anos, e 50mg/kg de peso para adultos.adultos.
Droga de segunda escolha:Droga de segunda escolha:
Oxamniquine (Mansil®)Oxamniquine (Mansil®) – administrado por via oral – administrado por via oral
15mg/kg de peso para adultos, e 20mg/kg para crianças até 15 anos. 15mg/kg de peso para adultos, e 20mg/kg para crianças até 15 anos.
efeitos colaterais: vertigens, náuseas, vômitos e sonolênciaefeitos colaterais: vertigens, náuseas, vômitos e sonolência
Droga de primeira escolha:Droga de primeira escolha: