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PROTOCOLO DE IMPLANTAÇÃO DO BANCO DE GERMOPLASMA DE MACAÚBA DA 1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (BAG - MACAÚBA) 2
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FRANCISCO DE ASSIS LOPES1; SÉRGIO YOSHIMITSU MOTOIKE1; EMILIANO 4
HENRIQUES1; GUSTAVO DA SILVEIRA1 5
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INTRODUÇÃO 7
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Diante das novas perspectivas mundiais na busca de um sistema cada vez mais sustentável, a 9
utilização de energias renováveis é fundamental para atingir este objetivo. Deste modo, os 10
biocombustíveis têm se tornado alvo de inúmeras pesquisas e a macaúba está sendo apontada como 11
uma das espécies oleaginosas com grande potencial na produção de biodiesel. No entanto, a exploração 12
da macaúba atualmente é realizada de forma extrativista, o que não permite explorar totalmente seu 13
potencial genético. Uma forma de contornar este problema é a produção da macaúba em cultivo 14
comercial, mas para isso, é fundamental o conhecimento dos genótipos que serão utilizados para 15
compor o plantio. 16
A caracterização do material genético de uma espécie é o primeiro passo de um programa de 17
melhoramento. Nesta fase é possível mensurar a variabilidade genética existente entre os genótipos e 18
definir quais apresentam potencial para serem lançados como futuras cultivares ou então, quais estão 19
aptos a fazer parte dos blocos de cruzamentos. Para realizar esta caracterização é importante que todos 20
os genótipos estejam na mesma condição ambiental, tal qual uma coleção ex situ (ALLARD, 1971). A 21
Universidade Federal de Viçosa é uma das primeiras instituições credenciadas como fiel depositária de 22
amostras de macaúba junto ao MMA (nº 084/2013 SECEX / CGEN) na forma de uma coleção ex situ. 23
Este banco ativo de germoplasma (BAG- Macaúba) foi implantado em Fevereiro de 2009 na fazenda 24
Experimental da UFV em Araponga / MG. 25
O objetivo do trabalho foi descrever as etapas de implantação e montagem do banco de 26
germoplasma de macaúba da Universidade Federal de Viçosa. 27
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ETAPAS PARA MONTAGEM DO BAG – MACAÚBA 29
A implantação e manutenção do BAG-macaúba compreende as etapas de Coleta, Receptação e 30
Germinação, Pré-viveiro, Viveiro, Introdução / Enriquecimento, Manutenção (figura 1). 31 1Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Fitotecnia; e-mails: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]
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Figura 1. Etapas da implantação e enriquecimento do BAG-Macaúba: a) coleta dos frutos; b) sementes 41 pré-germinadas (detalhe: sementes tratadas com fungicida); c) Pré-viveiro; d) Viveiro; e) Introdução no 42 campo (detalhe: coveamento e adubação de plantio) ; f) Manutenção e limpeza do BAG-macaúba 43 44
COLETA 45
A etapa é composta por excursões à campo, onde são identificadas populações naturais de 46
macaúba. Após autorização do proprietário ou responsável da área, inicia-se a coleta de dados 47
pertinentes as características agronômicas de interesse, tais como: sanidades das plantas, produtividade, 48
vigor da planta, precocidade, tamanho dos frutos e índice de massa processável dos frutos (IMP). Após 49
a tomada dos dados e sua avaliação, os frutos são coletados para a retirada das sementes realizando-se a 50
codificação de origem com: o registro da localidade, referência geográfica, data da coleta e nome do 51
coletor (figura 1a). 52
RECEPTAÇÃO E GERMINAÇÃO 53
Os frutos coletados são embalados em sacos de ráfia e armazenados em local seco e ventilado 54
para acelerar o processo de secagem. Ao atingirem umidade adequada os frutos são quebrados 55
manualmente com uma morsa para retirada das sementes. As sementes são então submetidas a 56
tratamento com fungicida. Devido à baixa germinação natural da espécie a produção de mudas é realizada por 57
meio de plantios de sementes pré-geminadas em laboratório segundo protocolo desenvolvido por Motoike et 58
al. (2007). Após período de 30 dias de germinação as sementes já apresentam a plúmula e radícula 59
desenvolvidas e estão prontas para serem plantadas (figura 1b). 60
PRÉ-VIVEIRO 61
Em decorrência da fragilidade das sementes pré-germinadas estas são acondicionadas em 62
tubetes de 180 cm3 contendo substrato comercial acrescido de superfosfato simples na proporção de 3 63
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kg m-3 de substrato, que são acomodadas sob estruturas protegidas (casa de vegetação) com sombrite 64
50% em bancadas suspensas. O pré-viveiro é a fase preparatória onde as mudas ganham vigor, sendo 65
climatizadas para resistir às condições ambientais do viveiro.. Durante a fase de pré-viveiro, a irrigação 66
deverá ser realizada diariamente. A etapa de pré-viveiro tem duração media de dois meses, quando a 67
muda apresenta a primeira folha aberta e 10 a 15 cm de altura. Com a utilização dessas recomendações, 68
garante-se na fase de pré-viveiro um estabelecimento de pelo menos 90% das sementes pré-germinadas 69
(figura 1c). 70
VIVEIRO 71
Após 60 dias no pré-viveiro, as mudas são transplantadas para sacolas de polietileno com 72
capacidade de aproximadamente 5 L. O substrato é preparado com solo, areia e fonte de matéria 73
orgânica (esterco de curral), na proporção de 2:1:1, enriquecido com calcário e nutrientes de acordo 74
com a análise de solo. 75
O viveiro deve ser instalado em terreno plano, bem drenado, com insolação uniforme e de fácil 76
acesso à água para irrigação. As sacolas devem ser colocadas em fileiras, sendo duas a quatro sacolas 77
por fileira, deixando-se um corredor para trânsito de pelo menos 70 cm. Neste período de 78
desenvolvimento das mudas devem ser realizados os tratos culturas como a irrigação, a adubação, o 79
manejo de plantas daninhas, pragas e doenças, servindo também como fase de quarentena, onde as 80
mudas com desenvolvimento não adequado são descartadas. 81
Durante a fase de viveiro a irrigação deverá ser realizada diariamente ou em intervalos propícios 82
à manutenção da umidade adequada do substrato. Antes de ir para campo, é necessário fazer uma 83
aclimatação das mudas, com redução gradativa da irrigação. Quando as plantas estiverem com idade de 84
10 a 12 meses e com duas folhas definitivas totalmente abertas, é feita uma seleção das melhores 85
mudas e estas recebem uma codificação. Após este processo, as mudas estão prontas para o plantio no 86
campo. 87
Antes de serem introduzidas no campo, as mudas recebem nova codificação alfanumérica 88
(BGP-xxx), obedecendo ao sequenciamento do BAG – macaúba (Figura 1d). 89
INTRODUÇÃO E ENRIQUECIMENTO DO BAG-MACAÚBA 90
O plantio da macaúba é variável devido à declividade da área de plantio. Algumas práticas são 91
recomendadas: cultivo mínimo, plantio em nível, terraceamento, cordão vegetativo e cordão de 92
contorno para redução da velocidade do escoamento superficial. Além disso, a localização da área 93
deve ser de fácil acesso, a pleno sol, solo com boa drenagem e boa profundidade efetiva. 94
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Antes do plantio das mudas que irão compor o BAG, devem ser realizadas as seguintes etapas: 95
o local deve ser roçado e destocado; demarcação da área em espaçamento de 5 x 5 m, em áreas com 96
declividade acentuada esta demarcação deverá ser feita em curva de nível; retirada de amostras de solo 97
para realização da análise em laboratório; recomendação de corretivos e adubos. O preparo do solo 98
pode ser feito na área total, com a realização de uma aração e duas gradagens, ou adotar o cultivo 99
mínimo, o qual concentra as operações na linha de plantio. 100
A marcação das covas é feita manualmente, seguindo o espaçamento estabelecido, utilizando-se 101
de estacas de bambu com aproximadamente 150 cm. As covas devem ter no mínimo 40 x 40 x 40 cm e 102
podem ser preparadas manualmente (com enxadão e cavadeira de boca), com perfurador de solo 103
manual ou com um perfurador adaptado ao trator. O plantio deve ser realizado no inicio do período das 104
águas ou em qualquer época do ano com a presença de um sistema de irrigação (Figura 1e). 105
Uma das finalidades do BAG é conservar a variabilidade genética da cultura de interesse, para 106
isto, torna-se necessário introduzir novos acessos, organizar e conservar estes acessos, garantindo desta 107
forma, a manutenção da variabilidade/representatividade dos recursos genéticos coletados. Deve-se 108
então, sempre manter atualizada e documentada a caracterização dos acessos (tanto antigos como os 109
novos) principalmente quanto aos aspectos morfológicos, permitindo o conhecimento da divergência 110
genética entre os acessos. 111
MANUTENÇÃO 112
Para o pleno desenvolvimento das mudas que compõe o BAG torna-se necessário realizar 113
manutenções periódicas como: manejo de plantas daninhas; controle de pragas e doenças; adubações de 114
cobertura; podas de limpeza de folhas e cachos. Além disso, é importante desenvolver um inventário 115
anual, descrevendo todas as atividades realizadas no BAG (Figura 1f). 116
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Agradecimentos: Aos Doutores Candia Elisa Manfio, Aurora Satiko Sato e Carlos Nick Gomes pela 118
participação na elaboração e implantação iniciais do BAG – macaúba. À Petrobras e Fapemig pelos 119
recursos disponibilizados. 120
REFERÊNCIAS 121
ALLARD, R.W. Princípios do melhoramento genético das plantas. São Paulo: Edgard Blücher, 1971. 122 381p. 123 MOTOIKE, S.Y.; LOPES, F.A.; SÁ JÚNIOR, A.Q.; CARVALHO, M.; OLIVEIRA, M.A.R. Processo 124 de germinação e produção de sementes pré-germinadas de palmeiras do gênero Acrocomia, 2007. 125 Registro de Patente: PI0704180-7. 126
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