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Proposta de
Plano municipal de ação de
gestão de resíduos urbanos
do Concelho de
Angra do Heroísmo
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Índice
1 Introdução ............................................................................................................................................. 6
2 Diagnóstico da situação atual ............................................................................................................... 8
2.1 Enquadramento geral.................................................................................................................... 8
2.2 Enquadramento legal .................................................................................................................... 9
2.3 Sistema de gestão de resíduos .................................................................................................... 12
2.3.1 Antecedentes ...................................................................................................................... 13
2.3.2 Sistema atual ....................................................................................................................... 14
2.4 Produção de resíduos .................................................................................................................. 17
2.5 Composição física dos resíduos ................................................................................................... 23
2.6 Destino final dos resíduos ........................................................................................................... 26
2.6.1 TERAMB E.M. - Empresa Municipal de gestão e valorização ambiental da ilha Terceira ... 28
2.7 Indicadores de gestão ................................................................................................................. 30
2.8 Campanhas de sensibilização ...................................................................................................... 30
2.9 Recursos humanos ...................................................................................................................... 33
3 Cenários Prospetivos ........................................................................................................................... 34
3.1 Métodos de cálculo da Decisão da Comissão n.º 753/2011, de 18 de novembro ..................... 34
3.2 Metas definidas pelo SMAUT da ilha Terceira ............................................................................ 36
3.2.1 Resíduos Urbanos Biodegradáveis - RUB ............................................................................ 37
3.2.2 Resíduos de construção e demolição - RCD ........................................................................ 41
3.2.3 Estimativa de Produção de Resíduos Sólidos Urbanos (2012-2020) ................................... 43
4 Análise SWOT ...................................................................................................................................... 45
5 Metas, objetivos, estratégias e ações a desenvolver .......................................................................... 48
5.1 Metas e objetivos ........................................................................................................................ 48
5.1.1 Posicionamento atual em termos de objetivos .................................................................. 54
5.1.2 Passivos ambientais............................................................................................................. 55
5.2 Estratégias ................................................................................................................................... 56
5.2.1 Estratégia de prevenção de resíduos urbanos .................................................................... 56
5.2.2 Estratégia de gestão de resíduos urbanos .......................................................................... 57
5.2.3 Estratégia de sensibilização ambiental para os resíduos urbanos. ..................................... 61
6 Análise económica e financeira ........................................................................................................... 64
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6.1 Demonstração de resultados financeiros ................................................................................... 64
6.2 Planeamento e horizonte temporal ............................................................................................ 68
6.3 Análise económica e financeira ................................................................................................... 71
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Índice de tabelas
Tabela 1 – População Residente no concelho de Angra do Heroísmo, em 2001 e 2011 (Censos) .............................. 13
Tabela 2 – Capitação diária e anual (kg/hab.dia), nos últimos 10 anos ...................................................................... 17
Tabela 3 – Quantitativos recolhidos pelos SMAH, em 2012 (ton) ............................................................................... 18
Tabela 4 – Quantitativos de Resíduos Urbanos recolhidos pelos SMAH (ton) ............................................................ 18
Tabela 5 – Quantitativos (ton) geridos pelos SMAH, ao longo de 10 anos ................................................................. 19
Tabela 6 - Resíduos geridos pelos SMAH em 2012 (Ton) ............................................................................................ 20
Tabela 7 – Resíduos geridos pelos SMAH em 2012 (Ton) (cont.) ................................................................................ 21
Tabela 8 – Caracterização física dos resíduos urbanos (ton) nos últimos 10 anos ..................................................... 25
Tabela 9 – Destinos, por código D e R dos resíduos urbanos geridos no Concelho de Angra do Heroísmo ............... 26
Tabela 10 - Infraestruturas do sistema de tratamento de resíduos urbanos na área geográfica de intervenção ...... 28
Tabela 11 – Tarifário de deposição de resíduos no AIIT .............................................................................................. 29
Tabela 12 - Quantitativos rececionados no AIIT, em 2012 .......................................................................................... 29
Tabela 13 – Resultados das análises físicas ................................................................................................................. 30
Tabela 14 – Resumo das campanhas de sensibilização efetuadas pelos SMAH, desde 2001 ..................................... 32
Tabela 15 – Recursos humanos dos SMAH afetos à gestão de resíduos urbanos ....................................................... 33
Tabela 16 – Resíduos recolhidos pelos SMAH no concelho e entregues a operadores licenciados ........................... 35
Tabela 17 - Resíduos recolhidos pelos SMAH, entregues e exportados pela empresa Resiaçores ............................. 35
Tabela 18 – Produção de RUB ..................................................................................................................................... 39
Tabela 19 - Produção de resíduos urbanos (ton) e população residente (hab) .......................................................... 43
Tabela 20 – Evolução da capitação e produção anual de resíduos no Concelho de Angra do Heroísmo ................... 44
Tabela 21 – Posicionamento dos SMAH em termos de objetivos e metas ................................................................. 54
Tabela 22 – Principais ações a desenvolver pelos SMAH no horizonte de vigência do plano municipal (2013-2020) 63
Tabela 23 – Tarifário de resíduos sólidos, em vigor em 2012 ..................................................................................... 64
Tabela 24 – Evolução da execução da despesa ........................................................................................................... 65
Tabela 25 – Custos operacionais por área de atividade .............................................................................................. 66
Tabela 26 – Custos operacionais – Resíduos ............................................................................................................... 66
Tabela 27 – Análise de custos/receita da área de resíduos ........................................................................................ 67
Tabela 28 – Planeamento, gestão de resíduos e horizonte temporal (2013-2022) .................................................... 69
Tabela 29 – Planeamento de ações e montantes de investimento (2013-2020) ........................................................ 70
Tabela 30 – Análise económica e financeira para 10 anos .......................................................................................... 74
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Siglas e abreviaturas
A.H. – Angra do Heroísmo AIIT – Aterro Intermunicipal da Ilha Terceira DL – Decreto-Lei DLR – Decreto Legislativo Regional DRA – Direção Regional do Ambiente ECAL – Embalagens de Cartão para Alimentos Líquidos Emb – Embalagem (ns) ETAL – Estação de Tratamento de Águas Lixiviantes GPS - Global Positioning System hab – habitante Kg – Quilograma L –Litro LA – Licença Ambiental LER – Lista Europeia de Resíduos MIS – Mistas OAU – Óleos Alimentares Usados PAYT - Pay as You Throw (Pagar pelo Produzido) PEGRA - Plano Estratégico de Prevenção e Gestão de Resíduos dos Açores RAA – Região Autónoma dos Açores RB – Resíduos Biodegradáveis RCD – Resíduos de Construção e Demolição RE – Resíduos Especiais REEE – Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos RIB – Resíduos Industriais Banais RINP – Resíduos Industriais não Perigosos RSU – Resíduos Sólidos Urbanos RU – Resíduos Urbanos RUB – Resíduos Urbanos Biodegradáveis RUR – Rurais SMAH – Serviços Municipalizados da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo SMAUT - Sistemas Multimunicipais, Intermunicipais e Câmaras Municipais SPV – Sociedade Ponto Verde SRIR – Sistema Regional de Informação sobre Resíduos SWOT - Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats TERAMB E.M. - Empresa Municipal de gestão e valorização ambiental da ilha Terceira Ton – Toneladas UE – União Europeia UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization URB – Urbanas VFV – Veículos em Fim de Vida
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1 Introdução
O Plano Municipal de Ação de Gestão de Resíduos dos Serviços Municipalizados da
Câmara Municipal de Angra do Heroísmo em articulação com o Plano Estratégico de
Prevenção e Gestão de Resíduos dos Açores (PEGRA), aprovado pelo Decreto
Legislativo Regional n.º 10/2008/A, de 12 de maio, tem como objetivo principal alinhar a
estratégia de gestão dos resíduos urbanos com o Decreto Legislativo Regional n.º
29/2011/A, de 16 de novembro.
Pretende-se assim identificar as medidas e ações a desenvolver para concretizar os
objetivos definidos no âmbito da legislação regional e no plano estratégico.
Neste contexto, a hierarquia das operações de gestão de resíduos constitui o princípio
geral da política de prevenção e gestão de resíduos devendo obedecer às seguintes
prioridades:
a) Prevenção e redução;
b) Preparação para a reutilização;
c) Reciclagem;
d) Outros tipos de valorização, incluindo a valorização energética;
e) Eliminação.
Nesta linha de orientação, o cumprimento dos objetivos de valorização multimaterial é
de importância fundamental, pelo que nesta vertente, os SMAH procuram dinamizar e
implementar as ações necessárias que permitam cumprir com os desideratos
estabelecidos para a região.
A TERAMB – Empresa Municipal de gestão e valorização ambiental da Ilha Terceira,
E.M., adiante designada por TERAMB E.M., é uma entidade empresarial local, de
natureza municipal, constituída pelos Municípios de Angra do Heroísmo e da Praia da
Vitória, na proporção de 60% e 40%, respetivamente.
Esta empresa tem como principal missão os serviços de interesse geral de gestão e
tratamento e valorização de resíduos sólidos urbanos dos Municípios de Angra do
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Heroísmo e Praia da Vitória. Para o efeito, para além dos atos de gestão corrente,
encontra-se a desenvolver e a implementar o novo plano de processamento de
resíduos, que inclui a construção e colocação em funcionamento das seguintes
infraestruturas: uma central de valorização energética por incineração (CVE); uma
central de compostagem e; ainda de ecocentros.
A 1 de julho de 2014 a TERAMB E.M., por ser a entidade agregadora da ação dos dois
municípios da Ilha Terceira para o processamento de resíduos urbanos sólidos é
designada por estes como SMAUT da Ilha Terceira, cedendo os SMAH a sua posição
contratual relativamente à gestão em alta.
A TERAMB E.M., em junho de 2014, enquanto SMAUT define as estratégias com vista
a atingir as metas de reciclagem/reutilização para 2020.
O princípio de ação destas entidades para atingir as metas é de prevenir, reutilizar,
reciclar e, por fim, incinerar e depositar em aterro, cumprindo com a hierarquia dos
resíduos. Como tal há um esforço significativo de incentivar os produtores de resíduos
no sentido de reutilizar e de os reencaminhar para sistemas de recolha seletiva.
Assim, apenas uma fração diminuta de resíduos para os quais não existe hipótese de
reutilização ou reciclagem serão processados na CVE, significando esta ação uma
melhoria substancial do paradigma atual de recolha de resíduos na Ilha Terceira.
Face ao exposto, apresenta-se de seguida proposta de Plano Municipal de Ação de
Resíduos Urbanos do Concelho de Angra do Heroísmo para um horizonte de 10 anos
(início a 2013 e término em 2022).
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2 Diagnóstico da situação atual
2.1 Enquadramento geral
A entidade gestora de resíduos urbanos no concelho é os Serviços
Municipalizados da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, doravante
designados por SMAH, serviço público de interesse local, dotado de autonomia
administrativa, financeira e técnica e explorados sob a forma empresarial, no quadro
da organização municipal, que visa satisfazer as necessidades coletivas da
população do concelho no âmbito do seu objeto, que contempla:
a) A captação, adução, o tratamento e distribuição de água para consumo
humano, no concelho;
b) A receção, drenagem e o tratamento de águas residuais domésticas;
c) A recolha, o transporte e a deposição de resíduos sólidos em destino final
adequado;
d) A limpeza e higiene de espaços urbanos;
e) A construção, ampliação, operação e manutenção dos sistemas de água,
águas residuais e resíduos sólidos;
f) Quaisquer outras funções que lhes sejam atribuídas pela Câmara Municipal
de Angra do Heroísmo ou por lei.
Na gestão de resíduos urbanos, os SMAH desenvolvem diversas atividades
nomeadamente:
a) Planificar e assegurar as operações de recolha, transporte e deposição final
dos resíduos sólidos urbanos;
b) Promover e assegurar a recolha seletiva de resíduos sólidos urbanos ou
outro tipo de resíduos;
c) Promover e assegurar ações de limpeza de espaços públicos atribuídos aos
SMAH em todo o Concelho;
d) Executar ou colaborar em ações de sensibilização que visem melhorar a
higiene urbana e a saúde pública do Concelho;
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e) Promover a colocação nas vias públicas de contentores para uso coletivo,
sua manutenção e limpeza;
f) Manter em condições de operacionalidade todo o material e equipamento
afeto à Divisão;
g) Fiscalizar o cumprimento da legislação e regulamentos em vigor sobre
resíduos sólidos urbanos;
h) Exercer as demais funções que lhe forem confiadas ou resultarem do normal
desempenho das suas tarefas.
2.2 Enquadramento legal
As entidades gestoras de resíduos, incluindo os municípios e empresas municipais
que se encontrem em atividade à entrada em vigor do DLR n.º 29/2011/A, de 16 de
novembro têm de elaborar planos municipais de ação de resíduos urbanos.
Os planos multimunicipais, intermunicipais e municipais de ação definem a
estratégia de gestão de respetiva elaboração quanto à gestão deste tipo de
resíduos, em articulação com o Plano Estratégico de Prevenção e Gestão de
Resíduos dos Açores (PEGRA), aprovado pelo DLR n.º 10/2008/A, de 12 de maio.
No âmbito do PEGRA foi aprovado o regime jurídico do Sistema Regional de
Informação sobre Resíduos, abreviadamente designado por SRIR, que agrega toda
a informação relativa à produção, importação, exportação e gestão de resíduos na
Região Autónoma dos Açores (RAA), bem como das entidades que operam no
sector.
Para o preenchimento do SRIR, é necessário proceder à caraterização de resíduos
urbanos produzidos no concelho e depositados em Aterro, tendo em conta o exposto
na Portaria n.º 28/2012, de 1 de março.
Em execução do disposto no n.º 3 do artigo 234.º do DLR n.º 29/2011/A, de 16 de
novembro, que fixa o regime geral de prevenção e gestão de resíduos, através do
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DLR n.º 24/2012/A, de 1 de junho, são aprovadas as normas específicas aplicáveis
aos seguintes fluxos específicos:
a) Pneus e pneus usados;
b) Óleos minerais novos e usados;
c) Veículos e veículos em fim de vida e seus componentes e materiais;
d) Equipamentos elétricos e eletrónicos e resíduos de equipamentos elétricos e
eletrónicos;
e) Pilhas, acumuladores e baterias, e respetivos resíduos;
f) Óleos alimentares usados.
Do ponto de vista técnico, e em termos das principais metas temporais e objetivos
quantificáveis, o DLR n.º 29/2011/A, de 16/11, fixa as metas de desvio dos resíduos
urbanos biodegradáveis (RUB) de aterro no espaço temporal que se prolonga até
2020, e os objetivos quantitativos de valorização e reciclagem de resíduos de
embalagens, relativa a embalagens e resíduos de embalagens, que se enquadra em
2011.
São definidos ainda para efeitos de redução dos RUB destinados a aterro, os
seguintes objetivos:
a) Até 31 de julho de 2013, os resíduos biodegradáveis destinados a aterro
devem ser reduzidos para 50% da quantidade total, em peso, dos resíduos
urbanos biodegradáveis produzidos em 1995 ou no ano mais recente antes
de 1995 para o qual existam dados normalizados do Eurostat;
b) Até 31 de julho de 2020, os resíduos urbanos biodegradáveis destinados a
aterro devem ser reduzidos para 35% da quantidade total, em peso, dos
resíduos urbanos biodegradáveis produzidos em 1995 ou no ano mais
recente antes de 1995 para o qual existam dados normalizados do Eurostat.
Para cumprir as metas de reciclagem e valorização devem ser tomadas as
medidas necessárias para assegurar a consecução dos seguintes objetivos:
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a) Até 31 de dezembro de 2020, assegurar um aumento mínimo global para
50% em peso relativamente à preparação para a reutilização e a reciclagem
de resíduos urbanos, incluindo o papel, o cartão, o plástico, o vidro, o metal, a
madeira e os resíduos urbanos biodegradáveis.
b) Um aumento mínimo para 70% em peso relativamente à preparação para a
reutilização, a reciclagem e outras formas de valorização material, incluindo
operações de enchimento que utilizem resíduos como substituto de outros
materiais, resíduos de construção e demolição não perigosos, com exclusão
dos materiais naturais definidos na categoria 17 05 04 da Lista Europeia de
Resíduos (LER).
Com o DLR 24/2012/A, pretende-se proteger o ambiente e a saúde humana e a
segurança das pessoas e bens, prevenindo ou reduzindo os efeitos adversos
decorrentes da geração e gestão de resíduos, diminuindo os impactes gerais da
utilização dos recursos e melhorando a eficiência dessa utilização.
Na sequência da aprovação e publicitação do Regulamento Municipal de Resíduos
Urbanos e Limpeza Pública, aprovado em Assembleia da Câmara Municipal de 28
de fevereiro de 2011, são estabelecidas as regras e condições a que fica sujeita a
gestão de resíduos urbanos e limpeza pública no concelho.
Os SMAH encontram-se assim, providos de um instrumento legal que, para além de
traduzir a realidade atual em termos de gestão de resíduos urbanos no município de
Angra do Heroísmo, permite uma eficiente fiscalização das regras adotadas.
De acordo com o Regulamento Municipal, é da competência dos SMAH, a gestão
dos resíduos urbanos produzidos no concelho, desde que a produção diária não
exceda os 1100L por produtor.
Os SMAH atendendo a que realizam atividades definidas na alínea k) Recolha,
transformação e tratamento de subprodutos e resíduos, do artigo 3.º do DLR
31/2010/A são obrigados a aplicar os procedimentos definidos no Capítulo X do
manual de boas práticas de controlo de roedores para a RAA, e à implementação e
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aplicação de um plano de controlo de roedores, de acordo com os requisitos
técnicos definidos na Portaria n.º 98/2012.
No que concerne aos serviços específicos de recolha de resíduos urbanos e limpeza
pública e atendendo ao definido no Regulamento supra mencionado, segue-se breve
descrição sobre o tipo de resíduos recolhidos, os sistemas de recolha existentes, e
atividades desenvolvidas em termos de limpeza pública.
2.3 Sistema de gestão de resíduos no concelho de Angra do
Heroísmo
Os SMAH têm a responsabilidade de gestão de resíduos urbanos do concelho de
Angra do Heroísmo, abrangendo uma área de 239,0 km2. O concelho é composto
por dezanove freguesias, sendo sete urbanas (URB), dez rurais (RUR) e duas
mistas (MIS) com uma densidade populacional de 146,9 hab/km2.
A ilha Terceira tem uma população que se situa em cerca de 56.437 habitantes, uma
densidade populacional baixa, e está dividida em dois concelhos, o de Angra do
Heroísmo, com 35.402 habitantes e o da Praia da Vitória com 21.035 habitantes.
O declínio demográfico e o acentuado envelhecimento da população de algumas
ilhas, especialmente das mais pequenas, a par do êxodo insular, são os principais
traços de evolução da população das ilhas que refletem a forte descentralização da
função residencial para as ilhas mais desenvolvidas, às quais há que acrescentar a
descida da natalidade.
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A população residente em 2001 e 2011 é a apresentada na seguinte tabela n.º 1.
Freguesia 2001 2011
Altares 884 901
Na. Sra. da Conceição (A.H.) 4.509 3.717
Santa Luzia (A.H.) 3.001 2.755
São Pedro (A.H.) 3.638 3.460
Sé (A.H.) 1.200 955
Cinco Ribeiras 684 704
Doze Ribeiras 559 513
Feteira 1.044 1.239
Porto Judeu 2.425 2.501
Posto Santo 697 1.048
Raminho 550 565
Ribeirinha 2.733 2.684
Santa Bárbara 1.366 1.274
São Bartolomeu 1.569 1.983
São Bento 1.968 2.000
São Mateus da Calheta 3.343 3.757
Serreta 374 335
Terra-Chã 2.783 2.915
São Sebastião 1.984 2.096
TOTAL 35.311 35.402
Tabela 1 – População Residente no concelho de Angra do Heroísmo, em 2001 e 2011 (Censos)
2.3.1 Antecedentes
Os SMAH foram até ao ano de 2011 responsáveis não só pela recolha e transporte
de resíduos urbanos produzidos no concelho, mas também pelo seu tratamento e
destino final dos resíduos produzidos na ilha, gerindo o Aterro Intermunicipal da Ilha
Terceira (AIIT).
No AIIT existem as seguintes infraestruturas:
Instalações de apoio;
Báscula de pesagem;
Armazém de papel/papelão;
Pavimentação asfáltica, junto às instalações de apoio;
Vedação;
Rede Média Tensão;
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Estação de Tratamento de Águas Lixiviantes (ETAL);
Unidade de Queima de Biogás;
2.3.2 Sistema atual
Atualmente o modelo de gestão nos SMAH assegura a recolha e encaminhamento a
destino final adequado dos seguintes resíduos urbanos:
a) Embalagens de plástico, metal e ECAL e de vidro;
b) Papel/cartão;
c) Pilhas e acumuladores;
d) Óleos alimentares usados (OAU);
e) Monstros;
f) Indiferenciados;
g) Resíduos de construção e demolição (RCD).
Na recolha de resíduos do tipo indiferenciado e seletivo utilizam-se dois sistemas:
porta-a-porta e por contentorização.
A recolha porta-a-porta abrange os seguintes resíduos:
- Ao comércio e aos grandes produtores - Papel/cartão, embalagens de
plástico/metal/ECAL, embalagens de vidro, indiferenciado, pilhas e acumuladores.
- Aos munícipes da zona abrangida por este tipo de recolha - Embalagens de
plástico, ECAL, metal, embalagens de vidro, papel/cartão, indiferenciado e óleos
alimentares usados.
Para além da recolha porta-a-porta, realiza-se a recolha por contentor, de resíduos
indiferenciados e seletivos, em zonas citadinas e rurais.
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RECOLHA SELETIVA
A recolha seletiva multimaterial realizada no concelho tem por base o modelo de
proximidade assente na existência do sistema tri-fluxo com suporte em ecopontos
distribuídos da seguinte forma:
5 ecopontos subterrâneos de 4000L (4m3) de capacidade, em zona citadina;
280 ecopontos superficiais de 750L de capacidade;
19 oleões de 240L de capacidade;
19 porta-pilhas de 30L de capacidade.
A colocação dos ecopontos em 2001, no concelho teve em conta a distribuição da
população e densidade populacional por freguesia.
O rácio atual é de 1 ecoponto/124hab, que comparado com o rácio a nível nacional
de 1 ecoponto/400hab, proporciona aos munícipes boas condições para deposição
seletiva dos resíduos.
Atendendo às especificidades da cidade de Angra do Heroísmo, Património Mundial
da Humanidade pela UNESCO, e ainda tendo em conta as caraterísticas de certos
arruamentos que não são abrangidos de forma eficaz pelos meios convencionais,
para além do modelo descrito acima, realiza-se ainda a recolha porta-porta.
A estes circuitos estão afetas normalmente 3 viaturas de recolha. Os resíduos de
embalagens recolhidos seletivamente são encaminhados para operador licenciado
para a gestão de resíduos: Resiaçores – Gestão de Resíduos dos Açores.
Desde 2010, que existe um cadastro de toda a rede de ecopontos e recipientes de
deposição coletiva de resíduos urbanos, que permite o conhecimento da localização
do equipamento disponível e a otimização dos circuitos existentes.
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RECOLHA DE RESÍDUOS DO TIPO INDIFERENCIADO
Aos circuitos de recolha de resíduos do tipo indiferenciado, estão afetas 10 viaturas,
equipadas com sistema de compactação e sistema de elevação de contentores.
O sistema de contentorização existente no concelho para a deposição de resíduos
indiferenciados é composto por cerca de 1516 contentores, correspondendo a uma
capacidade de receção de 303 ton/dia, o que traduz um rácio de 1 contentor por 23
habitantes.
Os “monstros” são recolhidos de forma gratuita, a toda a população residente no
concelho, por sistema de recolha porta-a-porta.
Para o efeito existem dois circuitos de recolha de monstros, efetuados por duas
viaturas de caixa aberta de 3500 kg, com grua.
Após recolha e transporte os resíduos recolhidos são encaminhados para os
seguintes operadores de resíduos:
Os resíduos indiferenciados são AIIT, a cargo da empresa municipal TERAMB
E.M.;
Os restantes resíduos urbanos, nomeadamente OAU, RCD, são
encaminhados para operadores licenciados.
De acordo com o Decreto-Lei n.º 46/2008, de 12 de Março, os SMAH são a entidade
responsável pela gestão dos RCD de obras particulares isentas de licença e não
submetidas a comunicação prévia.
Os SMAH realizam a limpeza pública da zona citadina a qual engloba as atividades
de varredura; de lavagem de arruamentos, passeios e outros espaços públicos,
despejo, lavagem e manutenção de recipientes de uso coletivo, corte de infestantes,
aplicação de herbicida e limpeza superficial de sarjetas e sumidouros. Atualmente a
zona citadina encontra-se servida por 199 papeleiras e 148 cinzeiros. Estão afetos
aos dois circuitos de varredura diurna, 2 varredouras mecânicas, procedendo-se
ainda em complemento à varredura manual em 15 cantões para os quais estão
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afetos um cantoneiro por cantão. Existe ainda um circuito de recolha de resíduos
nas papeleiras/cinzeiros em zona citadina.
2.4 Produção de resíduos no concelho de Angra do Heroísmo
Os resíduos urbanos recolhidos pelos SMAH são na sua maioria de origem
doméstica, embora existam outras origens, nomeadamente: resíduos comerciais,
industriais, hospitalares e agropecuários equiparados a urbanos.
As capitações diárias e as anuais nos últimos 10 anos são apresentadas na tabela
n.º 2.
A produção per capita é de 430,7 kg/ano, valor ligeiramente inferior à média nacional
que é de 487 kg/ano, e ligeiramente abaixo dos 503 kg/ano para a média dos 27
estados-membros da UE, segundo os dados divulgados pelo Eurostat (2013).
Diária (kg/hab.dia) Anual (kg/hab.ano) Total (kg)
2003 1,20 438,37 15.597.820
2004 1,19 435,90 15.509.930
2005 1,23 449,14 15.981.020
2006 1,24 451,25 16.055.920
2007 1,29 471,60 16.779.830
2008 1,28 467,14 16.621.250
2009 1,27 464,61 16.531.377
2010 1,25 455,45 16.205.280
2011 1,22 443,55 15.702.720
2012 1,18 430,70 15.215,46
Tabela 2 – Capitação diária e anual (kg/hab.dia), nos últimos 10 anos
No ano 2012, foram recolhidas as quantidades de resíduos urbanos (ton) que se
apresentam na tabela n.º 3.
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Resíduos 2012 (ton)
Indiferenciado 15.215,16
Papel/cartão 826,83
Vidro 321,67
Plástico/Metal/ECAL 673,09 Tabela 3 – Quantitativos recolhidos pelos SMAH, em 2012 (ton)
Na tabela n.º 4 são apresentados os resíduos urbanos (ton) recolhidos ao longo de
10 anos.
Salienta-se que no programa informático da báscula do AIIT, os resíduos urbanos
rececionados não eram classificados por código LER, utilizando-se apenas códigos
para cada tipologia de resíduos, situação esta que sofreu alteração a partir do ano
2010.
Tipo de Resíduo 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Papel/Cartão 472 471 566 678 1280 1411 1533 957 844 826
Plástico/ECAL/metal
198 313 448 228 279 322
Plástico 124 64 103 199 9 17,9
Vidro 821 814 809 874 1270 1125 998 867 771 673
Doméstico 15598 15510 15981 16054 16780 16621 16015 16106 15703 15216
Metais/sucata 360 438 414 472 762 87 12 80 3 21,7
REEE 252 61 33 22,6
Res. Urb. Via Pública
0
Pilhas e Acumuladores
1 1 1 1 3,1 2,9 1,3 0,2 0,06
Baterias (acumuladores de chumbo)
7 0,04
Emb. Madeira 9,1 0,12 1,3
Monstros 433 288
RCD 192 230 68
Res. Biod. (Ramagens)
72 136 124
Gradados/ Areias
16 1 31
Lamas 846 4 240
Outras Madeiras 112 4
OAU (L) 3 8,1
Óleo usado (L) 72970 67000 63600
Pneus 152 99 111
Tabela 4 – Quantitativos de Resíduos Urbanos recolhidos pelos SMAH (ton)
19
Alguns dos resíduos enumerados na tabela anterior, não são indicados em alguns
dos anos, uma vez que nessas datas não se verificavam recolhas dedicadas a esses
resíduos ou não foram identificados por essa tipologia, aquando da sua receção em
aterro.
Na tabela n.º 5 são apresentados os quantitativos (ton) geridos pelos SMAH ao
longo de 10 anos.
Resíduo 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Entulho - RCD 39028 49384 46373 28159 23000 9403 1390 4381 230 68
Doméstico 14891 26203 27079 26965 27572 27066 26184 26072 15703 15216
Mat. Orgânica 2233 3183 4069 4510 4796 5382 4989 3242 136
Ramagens 1152 2218 3136 2341 2622 2877 4339 6441 124
Sucata/metais 1198 2223 2014 1703 1687 417 94 21,7
Vidro 613 1076 1093 1110 1656 1921 1993 27 673
Lamas 269 1228 4212 2622 2171 2463 2754 3059 4 240
Papel/cartão 554 709 1299 1556 2208 2585 2798 41 826
Oficinal 301 49 2 3
Pneus 93 255 232 189
Plástico 87 77 134 237 251 4 4 17,9
Emb. Metal 5 2 4 3 5
Pilhas 1 1 2 1 3 0,06
Emb. Madeira 10 35 39 114 39 9 1 0,04
Baterias 0,5
REEE 14 78 53 2 22,6
Plástico/Metal/ECAL
648 1198 48
321,7
Monstros 651 571 433 288
Madeira 1359 1988 3,7
Tabela 5 – Quantitativos (ton) geridos pelos SMAH, ao longo de 10 anos
20
Nas tabelas seguintes apresenta-se o resumo dos resíduos geridos em 2012 (ton),
divulgados no Mapa de Registo de Resíduos das Entidades Gestoras de Resíduos
Urbanos na RAA.
Código LER Designação LER Quantidade (ton)
Destino
15 01 01 Embalagens de papel e cartão 826,833 Resiaçores
15 01 06 Mistura de embalagens 321,667 Resiaçores
15 01 07 Embalagens de vidro 673,292 Resiaçores
16 01 07 (*) Filtros de óleo 0,018 Resiaçores
16 01 19 Plástico 0,104 Resiaçores
16 01 20 Vidro 0,451 Resiaçores
16 06 01 Acumuladores de chumbo 0,151 Resiaçores
20 01 25 Óleos e gorduras alimentares 8,1 Resiaçores
20 01 36 Equipamento elétrico e eletrónico fora de uso, não abrangido em 200121, 200123 ou 200135
5,065 Resiaçores
20 01 23 Equipamento fora de uso, contendo clorofluorocarbonetos
8,941 Resiaçores
20 01 35 Equipamento elétrico e eletrónico fora de uso, não abrangido em 200121 ou 200123, contendo componentes perigosos
8,57 Resiaçores
20 01 21 Lâmpadas fluorescentes e outros resíduos contendo mercúrio
0,021 Resiaçores
20 01 33 Mistura de pilhas e acumuladores abrangidos em 160601, 160602 ou 160603 e pilhas e acumuladores, não triados, contendo essas pilhas e acumuladores
0,056 Resiaçores
20 01 39 Plásticos 17,87 Resiaçores
20 01 40 Metais 21,655 Resiaçores
08 03 17 (*) Resíduos de toner de impressão, contendo substâncias perigosas
0,48 Resiaçores
02 02 02 Resíduos de tecidos animais 0,23 TERAMB
20 01 11 Têxteis 0,05 TERAMB
20 03 01 Mistura de resíduos urbanos e equiparados 15215,46 TERAMB
20 02 01 Resíduos Biodegradáveis 123,50 TERAMB
20 01 38 Madeira não abrangida em 200137 3,68 TERAMB
20 03 07 Monstros 287,95 TERAMB
20 01 39 Plásticos 27,14 TERAMB
20 02 02 Terras e Pedras 46,52 TERAMB
17 09 04 Mistura de resíduos de construção e demolição, não abrangidos em 170901, 170902 e 170903
21,38 TERAMB
19 08 02 Resíduos de desarenamento 31,39 TERAMB
19 08 12 Lamas do tratamento biológico de águas residuais industriais, não abrangidas em 190811
TERAMB
19 08 05 Lamas do tratamento de águas residuais urbanos 239,54 TERAMB
16 01 03 Pneus usados 3,77 Varela e C.ª Lda
Tabela 6 - Resíduos geridos pelos SMAH em 2012 (Ton)
21
Código LER Designação LER Quantidade (ton)
Destino
20 01 25 Óleos e gorduras alimentares 3,106 Varela e C.ª Lda
03 01 99 Outros resíduos não anteriormente especificados 5,44 Tecnovia Ambiente, Lda
17 01 01 Betão 4,46 Tecnovia Ambiente, Lda
17 02 01 Madeira 21,64 Tecnovia Ambiente, Lda
17 01 07 Misturas de betão, tijolos, ladrilhos, telhas e materiais cerâmicos, não abrangidas em 170106
12,36 Tecnovia Ambiente, Lda
17 09 04 Misturas de resíduos de construção e demolição, não abrangidos em 170901, 170902 e 170903
3,12 Tecnovia Ambiente, Lda
Tabela 7 – Resíduos geridos pelos SMAH em 2012 (Ton) (cont.)
Em 2012 foram recolhidas 1.821,79 toneladas provenientes da recolha seletiva. Em
média 25,9% foram provenientes da recolha por ecopontos, 7,7% da recolha porta-
a-porta e 66,4% da recolha efetuada aos grandes produtores.
Os resíduos de embalagens são enviados para a Sociedade Ponto Verde para
reciclagem e valorização.
A ilha Terceira, durante o ano de 2012, ocupou o 2.º lugar em termos de retomas de
embalagens per capita, como se pode comprovar na figura seguinte.
Figura 1– Retomas de embalagens per capita, 2012
22
Segundo a Sociedade Ponto Verde, em 2008, dos 31 sistemas aderentes, a
Resiaçores foi considerado o 2.º sistema aderente com maior quantidade de retomas
de resíduos de embalagens per capita.
Em 2009, a Resiaçores passou a liderar a tabela dos SMAUT (Sistemas
Multimunicipais, Intermunicipais e Câmaras Municipais) aderentes, sendo o sistema
que mais exportou resíduos de embalagens para valorização, lugar que se manteve
em 2010.
No entanto, 2011 e 2012 e conforme se verifica pelo gráfico anterior, a Resiaçores
ficou em 2.º lugar em termos de retomas per capita dos materiais.
Os resíduos seletivos resultantes das recolhas efetuadas pelos SMAH, antes da
entrada em funcionamento do centro de valorização de resíduos da Resiaçores, em
dezembro de 2009, eram encaminhados para o armazém de papel/cartão no AIIT,
onde estavam sujeitos a triagem, enfardamento (quando aplicável), contentorização
e exportação para valorização.
Alguns desses resíduos pelas suas caraterísticas eram armazenados no exterior do
referido armazém.
Atualmente, e uma vez que já existem instalações licenciadas e sempre que seja
possível, os SMAH encaminham os resíduos recolhidos para reciclagem em
detrimento da deposição em aterro.
Assim, são encaminhados para deposição final em aterro, apenas os resíduos
urbanos e equiparados, o plástico sujo, os RB, as lamas, alguns RCD, monstros, etc.
Os RCD recolhidos pelos SMAH, em 2012 foram encaminhados para o Aterro de
Inertes da Tecnovia Ambiente.
23
2.5 Composição física dos resíduos
A determinação da composição física dos RSU (e a respetiva análise ponderal)
permite o conhecimento das principais componentes presentes na fração
indiferenciada dos RSU, bem como a identificação das componentes de maior
predominância e das que representam um potencial de reciclagem e/ou valorização.
Para além destes dados, também o seu conhecimento é um suporte fundamental de
apoio à tomada de decisão quanto às opções a assumir perante o leque de soluções
de valorização, tratamento e/ou destino final a adotar para os resíduos, ou mesmo
para a otimização de meios, equipamentos e recursos humanos necessários à
eficiente gestão do sistema de recolha e triagem, sem esquecer a possibilidade de
avaliação prévia do aproveitamento energético dos efluentes residuais gasosos
gerados em aterro por resíduos biodegradáveis.
A caracterização física dos resíduos efetuada permite assim a obtenção de um
conhecimento mais profundo do tipo de resíduos produzidos no sistema
multimunicipal, permitindo fundamentar a definição de objetivos dentro de um
compromisso de uma gestão sustentável dos resíduos encarados agora como
recursos.
As campanhas de caracterização e quantificação de resíduos urbanos efetuadas
pelos SMAH têm por base o estipulado na Portaria n.º 28/2012, de 1 de março e nos
manuais “Resíduos Sólidos Urbanos – Quantificação e Caraterização – Metodologia
- Documento Técnico n.º 1 da Direção-Geral da Qualidade do Ambiente. 1989, com
as devidas adaptações introduzidas no manual elaborado pela DRA - Campanha de
Quantificação e Caraterização de Resíduos Sólidos Urbanos.
Assim, e para o efeito, em 2012 realizaram-se duas campanhas de caracterização e
quantificação de resíduos urbanos.
Os resultados (%) provenientes das análises físicas realizadas em 2012 são os
apresentados na figura n.º 2:
24
Figura 2– Resultados (%) das análises físicas dos Resíduos Urbanos - 2012
13,1
7,4
8,3
3,4
50,3
1,6
12,4
3,6
Papel/cartão
Vidro
Plástico
Metais
Materiais fermentáveis
Texteis
Outros
Finos
25
Os resultados de 10 anos das campanhas de caraterização, em termos quantitativos (ton) são os apresentados na tabela
seguinte:
Tabela 8 – Caracterização física dos resíduos urbanos (ton) nos últimos 10 anos
Tipo de Resíduo
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Papel/cartão 2043,3 1647,2 2109,5 2001,5 1661,2 2602,4 2370,1 2391,0 2239,2 1993,2
Plástico 1709,5 1389,7 1694,0 1458,1 1795,4 2060,1 1600,6 1688,5 1503,7 1262,9
Vidro 1848,3 1132,2 2093,5 2060,3 2147,8 2352,1 1466,0 1738,7 1318,4 1125,9
Matéria Orgânica
6301,5 6565,4 6823,9 7592,0 8171,8 6421,0 7064,0 7098,1 6799,2 7653,4
Têxteis 374,3 437,4 894,9 366,5 167,8 783,6 930,8 517,4 256,1 243,4
Metais 513,2 375,3 335,6 229,3 469,8 619,2 349,0 669,5 706,9 517,3
Finos 592,7 569,2 223,7 647,1 352,4 328,7 784,5 522,8 596,6 547,8
Outros 2214,9 3393,6 1805,9 1701,2 2013,6 1454,1 1966,3 1579,4 2282,7 1886,7
Total 15597,8 15509,9 15981,0 16055,9 16779,8 16621,3 16531,4 16205,3 15702,7 15215,5
26
Da análise dos dados de caraterização física constata-se uma predominância de
resíduos biodegradáveis (50,3%), sendo a segunda categoria o papel/cartão.
Verifica-se ainda uma percentagem considerável de resíduos do tipo plástico e vidro.
Face às quantidades consideráveis de resíduos valorizáveis presentes nos resíduos
depositados em aterro, os SMAH têm vindo ao longo dos anos a apostar em
campanhas de sensibilização vocacionadas para a separação seletiva de resíduos
no sentido de encaminhar esse tipo de resíduos para reciclagem em detrimento de
deposição em aterro.
2.6 Destino final dos resíduos
Na tabela n.º 9 são apresentadas as operações de eliminação dos resíduos urbanos
Tipo de Resíduo 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Papel/Cartão R13 R13 R13 R13 R13 R13 R13 R13 R13 R13
Plástico/ECAL/metal - - - - R13 R13 R13 R13 R13 R13
Plástico R13 R13 R13 R13 - - - - R13 R13
Vidro R13 R13 R13 R13 R13 R13 R13 R13 R13 R13
Doméstico D1 D1 D1 D1 D1 D1 D1 D1 D1 D1
Metais/sucata R13 R13 R13 R13 R13 R13 R13 R13 R13 R13
REEE - - - - - - R13 R13 R13 R13
RU Via Pública - - - - - - - D1 -
Pilhas e Acumuladores R13 R13 R13 R13 - - R13 R13 R13 R13
Baterias (acumuladores de chumbo)
R13 - - - - - - - R13 -
Emb. Madeira - - - - - - R13 R13 R13 -
Monstros - - - - - - - - R13 R13
RCD - - - - - - D1 - R13/D1 D1
RB (Ramagens) - - - - - - D1 - D1 D1
Gradados/Areias - - - - - - D1 - D1 D1
Lamas - - - - - - D1 - D1 D1
Outras Madeiras - - - - - - D1 - - -
Óleo alimentar usado - - - - - - - - R13 R13
Óleo usado (L) R13 R13 R13 - - - - - - -
Pneus R13 R13 R13 - - - - - - -
Tabela 9 – Destinos, por código D e R dos resíduos urbanos geridos no Concelho de Angra do Heroísmo
27
Relativamente ao encaminhamento de resíduos para valorização ou tratamento por
eliminação em aterro, foram contratualizados com empresas locais diversos
serviços. Assim, atualmente existe uma concessão com vista à valorização dos
resíduos que engloba os seguintes serviços:
Recolha de resíduos de embalagens de vidro, papel e cartão, plástico,
madeira e pilhas aos grandes produtores do concelho;
Triagem, enfardamento (quando aplicável), contentorização e exportação de
resíduos de embalagens provenientes da recolha porta-a-porta, por
ecopontos e dos grandes produtores;
Triagem, enfardamento (quando aplicável), contentorização e exportação de
resíduos urbanos, tipo “monstros”;
Armazenagem de óleos alimentares usados provenientes da recolha efetuada
pelos SMAH pelo sistema porta-a-porta e por ecopontos.
Armazenamento temporário de resíduos, nomeadamente, REEE, outros
metais, pilhas e acumuladores, VFV, entre outros.
Como referido anteriormente, os resíduos urbanos indiferenciados, são
encaminhados para tratamento por eliminação em aterro, da responsabilidade da
empresa municipal, TERAMB E.M.
Alguns resíduos recolhidos pelos SMAH, no âmbito da recolha seletiva de monstros,
são de igual modo encaminhados para deposição final em aterro na medida em que
não existem instalações na ilha que procedam à sua valorização.
Os RCD de obras particulares isentas de licença e não submetidas a comunicação
prévia recolhidos pelos SMAH, no âmbito das competências definidas no DL n.º
46/2008, de 12 de Março, são encaminhados para aterro de inertes existentes na
ilha Terceira.
De seguida na tabela n.º 10, carateriza-se sumariamente as
instalações/infraestruturas na área geográfica de intervenção, para onde são
encaminhados os resíduos urbanos recolhidos.
28
Infraestrutura Alvará Titular Valências Capacidade Vida útil Utilizadores
AIIT 9/DRA/2008 Teramb Aterro para deposição de
resíduos urbanos e equiparados
30.000 ton/ano
2020 SMAH Praia Ambiente
População em geral
Unidade de gestão de resíduos de
embalagens
8/DRA/2007 Resiaçores Triagem e enfardamento de
resíduos de embalagens
3.620 ton/ano - SMAH Praia Ambiente
População em geral
Unidade de gestão de REEE
8/DRA/2007 Resiaçores Armazenamento 210 ton/ano - SMAH Praia Ambiente
População em geral
Unidade de gestão de REEE
4/DRA/2009 Serralharia do Outeiro
Armazenamento - - SMAH Praia Ambiente
População em geral
Aterro de RCD 7/DRA/2007 Tecnovia Ambiente
Armazenamento, triagem e tratamento
de RCD
- - SMAH Praia Ambiente
População em geral
Unidade de gestão de resíduos
8/DRA/2007 Resiaçores Armazenamento temporário de óleos
e gorduras alimentares
20 ton/ano - SMAH Praia Ambiente
População em geral
Unidade de gestão de resíduos
1/DRA/2008 Bencom Armazenamento temporário de Óleos
Usados
SMAH Praia Ambiente
População em geral
Tabela 10 - Infraestruturas do sistema de tratamento de resíduos urbanos na área geográfica de intervenção
2.6.1 TERAMB E.M. - Empresa Municipal de gestão e valorização ambiental da ilha Terceira
A TERAMB E.M. é uma entidade empresarial local, de natureza municipal,
constituída pelos municípios de Angra do Heroísmo e da Praia da Vitória e está
encarregada prioritariamente dos serviços de interesse geral de gestão, tratamento e
valorização de resíduos sólidos urbanos dos Municípios de Angra do Heroísmo e
Praia da Vitória, detida a 60% pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e a
40% pela Câmara Municipal da Praia da Vitória.
Têm como principal objeto social os serviços de interesse geral de gestão,
tratamento e valorização de resíduos sólidos urbanos dos municípios de Angra do
Heroísmo e Praia da Vitória, sendo a entidade responsável pela gestão do AIIT.
A gestão desta empresa é regulada pelo contrato programa celebrado entre os dois
municípios e a TERAMB, E.M. a 7 de Junho de 2011.
Os resíduos recolhidos pelos SMAH, que se destinem a deposição em aterro estão
sujeitos a um tarifário apresentado na tabela n.º 11.
29
2012
Até 1.000 kg Particular Isento
Entidades 1,50
+ de 1.000 kg (preço por cada tonelada)
RCDs* 3,00
RIBs 50,00
Restantes RSU 1,50
Espaço Feusaçores 70,48
Municípios 25,00
Tabela 11 – Tarifário de deposição de resíduos no AIIT
Aos valores apresentados acresce o IVA à taxa legal em vigor
* Só poderão ser depositados RCDs resultantes de obras particulares que não careçam de licenciamento e em quantidades
inferiores a 1500 Kg/hab.dia
O AIIT tem licença no âmbito do DLR n.º 29/2011/A, de 16/11, e DLR n.º 30/2010/A,
de 15/11, que estabelece o regime jurídico da avaliação do impacte e do
licenciamento ambiental.
Os quantitativos de resíduos que deram entrada no AIIT, no ano de 2012,
provenientes das recolhas efetuadas pelos SMAH no concelho, são os apresentados
na tabela n.º 12:
Código LER Quantidade (ton)
Outros resíduos urbanos e equiparados 20 03 01 15.215,46
Resíduos Biodegradáveis 20 02 01 123,50
Madeiras 20 01 38 3,68
Monstros 20 03 07 287,95
Plástico sujo 20 01 39 27,14
Têxteis (carpetes) 20 01 11 3,68
RCD'S 17 09 04 67,90
Terras e pedras de jardins 17 05 04 20,59
Resíduos do Desarenamento (ETAR, areias) 19 08 02 31,39
Lamas do Tratamento de Águas 20 08 05 239,54
Matéria Orgânica 02 02 02 0,23
TOTAIS
16021,06
Tabela 12 - Quantitativos rececionados no AIIT, em 2012
30
Os resultados (%) provenientes das análises físicas realizadas pela TERAMB E.M.,
aos “Outros resíduos urbanos e equiparados” em 2012, provenientes dos concelhos
de Angra do Heroísmo e da Praia da Vitória, são os apresentados na tabela n.º 13.
Componente %
Papel/cartão 12,53 Vidro 8,09 Plástico 10,81 Metais 3,88 Materiais fermentáveis 46,34 Têxteis 2,20 Outros 12,63 Finos 3,53 Tabela 13 – Resultados das análises físicas
2.7 Indicadores de gestão
Têm sido implementados alguns indicadores de gestão, nomeadamente a análise e
registo da quantidade de resíduos recolhidos, a quilometragem percorrida e
consumos de combustível com uma base mensal.
2.8 Campanhas de sensibilização
As campanhas de sensibilização são um instrumento privilegiado de comunicação
entre o serviço prestado pelos SMAH e a população, na medida em que estabelece
canais de mensagens entre ambos, transmitindo a importância da participação de
todos na gestão adequada de resíduos sólidos.
Com a realização de campanhas de sensibilização pretende-se promover a tomada
de consciência, a alteração de comportamentos e a promoção de hábitos
ambientalmente corretos, motivar e potenciar a participação voluntária ativa e eficaz
na correta deposição seletiva dos resíduos, aumentar quantidades de resíduos
recolhidos seletivamente e exportados para reciclagem, promover a mudança de
31
hábitos e esclarecer para a importância da Política dos 5 R’s – Redução,
Reutilização, Reciclagem, Recuperação e Gestão de Resíduos.
Anualmente são planeadas e realizadas pelo menos duas campanhas de
sensibilização para a prevenção e separação de resíduos, dirigidas à população em
geral e escolar.
De seguida apresenta-se na tabela n.º 14, um resumo das diversas campanhas de
sensibilização efetuadas desde 2001.
32
NOME ANO OBJETIVOS POPULAÇÃO-ALVO
ECOAMIGOS 2001 Separar as embalagens para envio
para reciclagem
Reduzir as quantidades em aterro
Ensino pré-escolar e 1.º
ciclo
Compostagem 2001 Incentivar a compostagem doméstica
de RUB
Ensino pré-escolar e 1.º
ciclo
ECO-LATA 2003 Desviar as embalagens de metal para
reciclagem
Ensino pré-escolar e 1.º
ciclo
O regresso dos Ecoamigos 2005 Sensibilizar para a reciclagem e
reutilização de embalagens
Ensino pré-escolar e 1.º
ciclo
A natureza fica agradecida,
se lhe retirarem uma saca
perdida
2005 Sensibilizar para o combate ao lixo
disperso – abandono de sacas de
ração e adubo
Ensino pré-escolar e 1.º
ciclo
Só com o arraial limpo, é
que a tourada brilha
2006
2007
Sensibilizar para o combate ao lixo
disperso – abandono de resíduos nas
touradas
Ensino pré-escolar e 1.º
ciclo
ECOAMIGOS – Para uma
boa seleção, vamos todos
entrar em ação
2008 Sensibilizar para a reciclagem e
reutilização de embalagens
Ensino pré-escolar e 1.º,
2.º e 3.º ciclo
Reutilizo e Gosto 2009
2010
2011
Sensibilizar para a adoção de bons
hábitos ambientais
População em geral
Eu separo. E você? 2012 Motivar e potenciar a participação
voluntária ativa e eficaz na correta
deposição seletiva dos resíduos
População em geral
Colar para valorizar 2012 Motivar e potenciar a participação
voluntária ativa e eficaz na correta
deposição seletiva dos resíduos
População em geral
Touradas 2012 Sensibilizar para o combate ao lixo
disperso – abandono de resíduos nas
touradas
Tasqueiros
O meu ex-lixo 2012 Motivar e potenciar a participação
voluntária ativa e eficaz na correta
deposição seletiva dos resíduos
1.º ciclo
Tabela 14 – Resumo das campanhas de sensibilização efetuadas pelos SMAH, desde 2001
33
2.9 Recursos humanos
Os recursos humanos afetos à gestão de resíduos são os apresentados na tabela
n.º 15, dos quais seis fazem parte do gabinete técnico e sessenta e oito encontram-
se a desempenhar funções nos serviços de recolha de resíduos e limpeza urbana.
Tarefas/ cargo
Diretor-Delegado
Chefe de
Divisão
Técnico Superior
Assistente Técnico
Encarregado
Fiscal Assistente Operacional
Total
Planeamento e gestão
1 1 2 1 3 8
Recolha, varredura e
transporte de resíduos
65 65
Fiscalização 2 2 Tabela 15 – Recursos humanos dos SMAH afetos à gestão de resíduos urbanos
Os recursos humanos apresentados, com exceção da Direção, desempenham a
tempo inteiro, ações de planeamento e gestão em termos de resíduos.
34
3 Cenários Prospetivos
Relativamente às metas de reciclagem e valorização apresenta-se o cálculo
efetuado para verificar o cumprimento dos objetivos estabelecidos no artigo 11.º, n.º
2, da Diretiva Quadro Resíduos 2008/98/CE, transposta para os Açores pelo DRL n.º
29/2011/A.
Este foi efetuado recorrendo-se ao método de cálculo n.º 2 da Decisão da Comissão
n.º 753/2011, de 18 de novembro de 2011.
Com base no valor da taxa de reciclagem obtida pelo método de cálculo n.º 2, é
efetuada uma avaliação relativamente às metas definidas pela empresa TERAMB
E.M., atual SMAUT.
3.1 Métodos de cálculo da Decisão da Comissão n.º 753/2011, de
18 de novembro
A Decisão da Comissão n.º 753/2011, de 18 de novembro de 2011, estabelece que
os Estados-Membros devem verificar o cumprimento dos objetivos estabelecidos no
artigo 11.º, n.º 2, da Diretiva 2008/98/CE através do cálculo do quantitativo em peso
dos fluxos de resíduos que são gerados e dos fluxos de resíduos que são
preparados para a reutilização, reciclados ou objeto de outra operação de
valorização de materiais durante um ano civil.
Com base no anexo I dessa decisão, onde se encontram previstos os quatro
métodos de cálculo para os pesos dos fluxos de resíduos, considerou-se o método
de cálculo 2.
Para efeitos de cálculo foram consideradas as quantidades presentes nas tabelas
seguintes:
35
Em Resíduos Quantidade (Ton)
Resíduos urbanos e equiparados e RUB (AIIT) 12.536,89
Resíduos de embalagem e outros resíduos urbanos entregues na Resiaçores
1.892,09
Outros resíduos urbanos entregues no AIIT (não valorizáveis) 486,71
TOTAL 14.915,69
Tabela 16 – Resíduos recolhidos no concelho e entregues a operadores licenciados
Tabela 17 - Resíduos exportados pela empresa Resiaçores
Cálculo da taxa recorrendo ao método de cálculo n.º 2:
Taxa de reciclagem de resíduos domésticos e semelhantes em % =
Taxa de reciclagem de resíduos domésticos e semelhantes =
Taxa de reciclagem de resíduos domésticos e semelhantes = 12,05%
Resíduos Gerado (ton) Exportado (ton) Refugo 5%
Papel/cartão 826,83 785,49 41,34
Vidro 673,29 639,63 33,66
Mistura de embalagens 321,67 305,58 16,08
20 01 40 21,66 20,57 1,08
20 01 39 17,89 17,00 0,89
20 01 33 0,06 0,05 0,003
REEE 22,60 21,47 1,13
Resíduos biodegradáveis 123,50
OAU 8,10 8,10
TOTAL 1892,09 1797,89
36
3.2 Metas definidas pelo SMAUT da ilha Terceira
As metas e ações definidas pelo SMAUT que visam atingir as metas de reciclagem
de 2020, assentam em quatro objetivos estratégicos, nomeadamente:
Objetivo 1 - Intensificar a recolha seletiva de materiais, potenciando os
quantitativos da reciclagem (multimaterial)
Objectivo 2 – Prevenção da produção de resíduos indiferenciados
Objectivo 3 - Garantir a sustentabilidade do Sistema.
Objectivo 4 – Implementar a valorização orgânica
Descrevem-se de seguida as metas definidas para cada objetivo.
Objetivo 1 - Intensificar a recolha seletiva de materiais, potenciando os quantitativos da reciclagem
(multimaterial)
Meta 1: Acréscimo de 30% de recolha seletiva até 2020, relativamente a 2012, para cada
uma das fileiras.
Meta 2: 70% dos metais recuperados após a incineração dos resíduos indiferenciados.
Objetivo 2 – Prevenção da produção de resíduos indiferenciados
Meta 1 – Promover a venda/troca de produtos em 2ª mão.
Meta 2 – Promover a reutilização de resíduos no local de produção.
Objetivo 3 - Garantir a sustentabilidade do Sistema.
Meta 1 – Garantir tarifa de equilíbrio.
Meta 2 : Acréscimo de 70% de recolha seletiva até 2020, relativamente a 2012, para cada
uma das fileiras.
37
Objetivo 4 – Implementar a valorização orgânica
Meta 1: Assegurar o encaminhamento de resíduos biodegradáveis dos grandes clientes do
sector Horeca, cantinas, instalações militares e recolha de verdes provenientes da
jardinagem que atualmente vêm incluídos nos resíduos indiferenciados (200301) para a
central de valorização orgânica por compostagem simplificada;
Meta 2: Promover a compostagem caseira.
A taxa reciclagem de resíduos no concelho é de 12,05%, valor este que até 2020
deverá sofrer um incremento de 38,62% perfazendo uma taxa de reciclagem de
50,67% para o ano de 2020, a que corresponde a um incremento de cerca de
4841,75 toneladas de resíduos valorizáveis, considerando os valores existentes em
2012.
Em conclusão, verifica-se que a taxa de reciclagem para 2020 implica um esforço
substancial em termos de gestão e correto encaminhamento de resíduos, por forma
a ser atingido o valor pretendido.
Assim, tendo em conta que os cálculos foram efetuados apenas com dados do
concelho de Angra do Heroísmo e atendendo a que a empresa TERAMB E.M. é o
novo SMAUT, estas metas deverão ser consideradas para a ilha na sua globalidade
e deverão ser implementadas novas medidas que visem o melhor aproveitamento
possível dos resíduos gerados na Ilha Terceira.
3.2.1 Resíduos Urbanos Biodegradáveis - RUB
Os RUB atualmente apenas têm como tratamento a deposição em aterro.
A produção RUB no concelho, que pode ser observada na tabela seguinte, foi
efetuada com base na produção estimada de RUB para 1995 presente no PEGRA
para o ano 1995, tendo em conta a população existente na ilha Terceira em 1991
38
(censos de 1991) e utilizando-se os dados estatísticos que os SMAH possuem
desde 2003 até 2012.
A produção de RUB para 2020 foi estimada tendo em atenção um cenário de
diminuição cuja ordem de grandeza se situa nos 3 a 4 % tendo como ano referência
o ano de 2012.
Este cenário tem por base o incremento da reciclagem das frações valorizáveis
existentes nos resíduos indiferenciados, o que implica uma redução apreciável do
valor global de resíduos do tipo indiferenciado que irão ser encaminhados para a
empresa TERAMB E.M.
39
Ano 1995
*
(…) 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 (…) 2020**
Recolha de RSU
Crescimento anual
(%)
-0,87 -0,99 1,03 1,00 1,05 -0,99 -0,96 1,01 -0,97 -0,97
0,00
Global (t) 15598 15510 15981 16054 16780 16621 16015 16106 15703 15216
11135
Matéria orgânica
(MO)
MO existente (%) 40,3 42,3 42,7 47,3 48,7 38,6 42,5 43,8 43,3 50,3 51,07
MO existente (t) 6800 6286 6561 6824 7594 8172 6416 6806 7054 6799 7654 5687
MO limites diretiva
(% ano 1995)
50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
35
MO admissível (t) 3400 3143 3281 3412 3797 4086 3208 3403 3527 3400 3827 1990
MO a valorizar (t) 3400 3143 3281 3412 3797 4086 3208 3403 3527 3400 3827 3697
*valor resultante da Tabela n.º 2.5 (DLR 10/2008/A – página 2551) – Produção estimada de RUB, em 1995 RUB grupo central – 19520 toneladas. Terceira - 35270 habitantes, o que corresponde 6800 toneladas. **valor estimado
Tabela 18 – Produção de RUB
40
Para cumprir as metas de reciclagem e valorização devem ser tomadas as
medidas necessárias para assegurar até 31 de dezembro de 2020, um aumento
mínimo global para 50% em peso relativamente à preparação para a reutilização e a
reciclagem de resíduos urbanos, incluindo o papel, o cartão, o plástico, o vidro, o
metal, a madeira e os resíduos urbanos biodegradáveis.
Assim, atendendo a que para além da redução pretendida no que concerne à
deposição de resíduos biodegradáveis em aterro, é absolutamente necessário que
essa redução seja acompanhada de uma efetiva reciclagem e valorização, e
constatando-se que a valorização energética não é considerada como uma forma de
reciclagem, foi estabelecido como objetivo prioritário, a valorização orgânica,
recorrendo-se à compostagem, assegurando o encaminhamento dos resíduos
biodegradáveis dos grandes produtores, a realização de recolhas dedicadas de
verdes e fomentando a prática da compostagem caseira, resíduos estes constantes
atualmente no indiferenciado (LER 20 03 01).
Deste modo está previsto a construção de uma central de valorização orgânica de
verdes e madeiras por compostagem simplificada, sendo que logo que esta
infraestrutura entre em funcionamento, os resíduos desta natureza recolhidos pelos
SMAH serão valorizados nessa central.
Desta forma, excepto em períodos em que a central esteja parada por avaria ou
para manutenção, todos os RUB existentes nos resíduos indiferenciados recolhidos
serão valorizados.
Os valores de resíduos biodegradáveis a serem valorizados por compostagem,
definidos pelo SMAUT são de:
1600 toneladas de resíduos biodegradáveis provenientes dos grandes
produtores;
4000 toneladas de resíduos verdes.
41
Em conclusão, em termos redução dos RUB destinados a aterro, os SMAH
atualmente não cumprem as metas impostas nas alíneas a) e b) do artigo 238.º do
DLR n.º 29/2011/A, de 16 de novembro.
Com a compostagem e valorização energética prevista, os SMAH conseguem
garantir o cumprimento das alíneas a) e b) do artigo 238.º do DLR n.º 29/2011/A, de
16 de novembro.
Com a introdução das metas definidas pelo SMAUT, em 2020 prevê-se cumprir os
valores correspondentes a uma valorização da matéria orgânica, tendo como
processo base uma compostagem simplificada.
3.2.2 Resíduos de construção e demolição - RCD
De acordo com o Decreto Legislativo Regional n.º 29/2011/A, de 16 de novembro,
nomeadamente o n.º 2 do artigo 12.º, a gestão de resíduos cuja produção não
exceda 1100L ou 250 kg por produtor é assegurada pelos municípios.
No ano 2012 foram recolhidas 187,40 toneladas que tiveram como destino final o
aterro de inertes e o AIIT.
Salienta-se que os SMAH à data não executam uma recolha dedicada a este tipo de
resíduo, prestando assim este serviço, apenas por constatação no local ou por
solicitação do cliente.
Refira-se contudo que a gestão do universo dos RCD produzidos na ilha Terceira,
não passa apenas pela responsabilidade dos SMAH, envolvendo diversas entidades
para os quais estão definidas regras de gestão deste tipo resíduo.
O PEGRA prevê uma capitação para a RAA de 200 kg/hab.ano e uma produção
máxima de RCD para a ilha Terceira (PERIEA, 2003) de 11 174 toneladas.
42
Em 2012, os SMAH apenas recolheram e enviaram para operador licenciado e para
o AIIT 187,40 toneladas, o que corresponde a 1,68% da produção máxima prevista
para a ilha Terceira.
Desta forma o valor percentual determinado anteriormente demonstra o quanto os
SMAH estão aquém em termos de levantamento dos RCD produzidos.
Assim, esta situação deverá ser substancialmente melhorada, promovendo-se em
articulação com outras entidades, a recolha dedicada acompanhada de uma forte
campanha de sensibilização junto da população.
De acordo com a alínea b) do artigo 239.º do DLR n.º 29/2011/A, de 16 de
novembro, em termos de das metas para reciclagem e valorização, prevê um
aumento mínimo para 70% em peso relativamente à preparação para a reutilização,
a reciclagem e outras formas de valorização material, incluindo operações de
enchimento que utilizem resíduos como substituto de outros materiais, resíduos de
construção e demolição não perigosos, com exclusão dos materiais naturais
definidos na categoria 17 05 04 da Lista Europeia de Resíduos (LER).
Face ao exposto, o cumprimento desta meta é à data atual, completamente
inexequível na medida em que o valor recolhido é extremamente diminuto e existem
diversos produtores/gestores no processo que efetivamente irão contribuir
fortemente para o valor global de RCD produzidos na ilha Terceira.
43
Em conclusão, urge ser feita uma avaliação concreta do produtores/gestores de
RCD na Ilha Terceira para que seja efetivamente avaliado o valor total de RCD.
Apenas sobre o valor apurado se poderá aplicar o disposto na alínea b) do n.º 1 do
artigo 239.º e consequentemente avaliar o grau de cumprimento da meta
estabelecida.
Em particular, os SMAH deverão iniciar uma recolha dedicada e elaborar campanha
de sensibilização para a população com vista a que o valor recolhido aumente para
valores considerados razoáveis face ao estimado pelo PEGRA.
3.2.3 Estimativa de Produção de Resíduos Sólidos Urbanos (2012-2020)
Considerando o relatório de resíduos urbanos referente à ilha Terceira (2009-2012)
da DRA (agosto de 2013/Revisão 1), os dados de produção de resíduos urbanos e
população residente são os presentes na tabela seguinte:
Tabela 19 - Produção de resíduos urbanos (ton) e população residente (hab)
A evolução da produção de RSU, em toneladas, na ilha Terceira, tendo como base
valores provenientes do SRIR não é clara na medida em que obedece ao registo
44
efetivo de todos os produtores de resíduos estando assim para o efeito, dependente
do número de registos efetivos e quantidades declaradas.
No entanto, constata-se que em 2011 existe um aumento de resíduos declarados e
que em 2012, provavelmente derivado da recessão económica, esse valor diminuiu
significativamente.
Como resultado da atual situação económica, poderá perspetivar-se uma
consequente retração do consumo, o que poderá implicar uma diminuição da
produção de resíduos.
Igualmente, e atendendo a que será absolutamente necessário cumprir as metas de
reciclagem e valorização, a presença das frações valorizáveis nos resíduos
indiferenciados será substancialmente menor.
Assim, considera-se para o período de 2013 a 2022 uma redução de 3 a 4% na
produção total de resíduos indiferenciados.
Unidade Territorial
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Produção AH (ton)
14514 14078 13656 13110 12585 12082 11599 11135 11000 11000
Tabela 20 – Evolução da produção anual de resíduos no Concelho
Relativamente à composição dos resíduos e face à necessidade do cumprimento
das metas para 2020, a mesma terá necessariamente que sofrer alterações,
nomeadamente nas frações que se consideram potencialmente valorizáveis e para
as quais se verificará a existência de adequada reciclagem/valorização.
Em resumo estima-se para 10 anos, um cenário de diminuição da produção de
resíduos urbanos.
No concerne à composição física essa necessariamente deverá sofrer alterações
atendendo ao cumprimento das metas para 2020.
45
4 Análise SWOT
Um dos instrumentos mais utilizados para a perceção das características internas
(organizacionais) e externas (ambientais) de projetos e instituições consiste na
análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats). Esta
metodologia, combinando as forças e as fraquezas das organizações com as
oportunidades e ameaças, permite, quando efetuado com espírito crítico e auxílio de
outras ferramentas e instrumentos de análise estratégica, traçar um rumo ou uma
estratégia eficiente de negócio.
Foi efetuada uma análise SWOT com auxílio de uma matriz que distingue os fatores
internos (Pontos Fortes e Pontos fracos), de forma a estabelecer prioridades de
atuação, dos fatores externos aos SMAH (Oportunidades e Ameaças) com a
identificação dos riscos/problemas a resolver.
A análise SWOT é a apresentada na tabela seguinte:
AMBIENTE INTERNO AMBIENTE EXTERNO
+ Pontos Fortes Oportunidades +
Recursos humanos – Know-how;
Qualidade da operação do serviço;
Atendimento ao munícipe (linha verde);
Campanhas de sensibilização/ disponibilidade de informação, visando a redução, triagem e valorização de resíduos;
Situação atual comparativamente com a de 10 anos atrás;
Cobertura da rede de recolha de resíduos (100%);
Níveis de recolha e valorização de alguns resíduos;
Rácios do equipamento de deposição de resíduos;
Destino final adequado para alguns resíduos, a nível local;
Adaptabilidade à mudança;
Recursos informáticos;
Regulamento Municipal de Resíduos Urbanos;
Qualidade de vida;
Sensibilização para as metas a atingir;
Aquisição progressiva de equipamento.
Soluções de valorização de resíduos, a nível local;
Legislação adequada;
Possibilidade de maiores receitas com contrapartidas financeiras e por prestação de novos serviços;
Possibilidade de novos clientes;
Progressiva consciencialização dos munícipes em relação ao ambiente;
Oferta de equipamento e serviços;
Sistema PAYT
46
- Pontos Fracos Ameaças -
Deficit tarifário na gestão de RU e equiparados;
Idade avançada do equipamento de deposição de embalagens e de viaturas de recolha;
Custos elevados de manutenção com a frota automóvel de recolha de resíduos;
Lavagem de viaturas e recipientes;
Manutenção do equipamento;
Recursos humanos – Assistentes Operacionais com idade avançada;
À data o Aterro Sanitário possui reduzida capacidade de receção de resíduos.
Política económica - restrições orçamentais;
Fatores geográficos – Insularidade;
Comportamentos ambientais da população;
Inexistência de destinos finais adequados, a nível local;
Custos elevados no transporte marítimo de resíduos;
Após a elaboração da matriz SWOT analisaram-se as diversas combinações
possíveis, concluindo-se:
1. Os SMAH, possuem “know-how”, qualidade de operação de serviço, bons rácios,
uma cobertura da rede de recolha de resíduos a todo o concelho, recursos
informáticos e destino final adequado para alguns resíduos a nível local, os
quais tendo em conta as oportunidades definidas na matriz poderão
proporcionar a angariação de novos clientes e consequentemente novas
receitas.
2. A realização contínua de campanhas de sensibilização, acompanhada da
existência de um instrumento legal como seja o Regulamento Municipal de
Resíduos Urbanos e Limpeza Pública do Concelho de Angra do Heroísmo, irá
permitir a progressiva consciencialização dos munícipes em relação ao
ambiente, com todas as consequências ambientais e económicas que daí
poderão resultar.
3. Os atuais níveis de recolha e valorização de alguns resíduos, associados ao
facto de existir localmente empresas que apresentam soluções em termos de
valorização, contribui eficazmente para uma eficiente gestão de resíduos e
consequentemente a possibilidade de se atingirem as metas definidas por lei.
47
4. A construção de uma solução integrada na ilha Terceira, contemplando um
centro de processamento com triagem por separação mecânica, uma central de
valorização orgânica de verdes e uma central de valorização energética que
permitirá a valorização de resíduos verdes e madeiras e dos resíduos
indiferenciados, contribuindo grandemente para as metas de redução de
deposição de RUB em aterro.
5. A atual política económica engloba um conjunto vasto de restrições orçamentais
e atendendo à insularidade, os SMAH poderão minimizar os possíveis efeitos
negativos recorrendo à atual gestão, associada a uma boa avaliação da oferta, e
à repartição dos investimentos, consoante as necessidades prioritárias.
48
5 Metas, objetivos, estratégias e ações a desenvolver
5.1 Metas e objetivos
A gestão de resíduos deve consubstanciar o desenvolvimento de procedimentos e
dos sistemas que, com elevado grau de eficiência e numa relação de custo-benefício
otimizada, cumpram a missão estratégica da política de resíduos.
No âmbito da implementação do PEGRA está a ser promovida a execução do
Sistema de Gestão de Resíduos da RAA.
O sistema de gestão de resíduos da RAA será tanto mais eficiente quanto maior for
a percentagem relativa à recolha seletiva. Apostar na separação adequada dos
resíduos produzidos, garante que estes sejam reencaminhados para tratamento e
destino final adequado, salvaguardando a saúde pública e o ambiente. Para esta
prática é muito importante o papel dos cidadãos no setor, cada vez menos como
produtores passivos e mais como consumidores responsáveis, com influência clara
no domínio da prevenção e como agentes decisivos na gestão de resíduos, por via
da adesão aos esquemas de recolha seletiva.
A Estratégia Nacional e Comunitária de Gestão de Resíduos no que respeita aos
objetivos do presente Plano Municipal, encontra-se fundamentalmente
consubstanciada no DL n.º 178/2006, de 5 de setembro, no PEGRA, publicado no
DLR n.º 10/2008/A, de 12 de maio, que define o quadro jurídico para a regulação e
gestão dos resíduos na RAA e no DLR n.º 29/2011/A, de 16 de novembro.
49
Para efeitos de redução dos resíduos urbanos biodegradáveis (RUB)
destinados a aterro, são fixados os seguintes objetivos:
c) Até 31 de julho de 2013, os resíduos biodegradáveis destinados a aterro
devem ser reduzidos para 50% da quantidade total, em peso, dos resíduos
urbanos biodegradáveis produzidos em 1995 ou no ano mais recente antes
de 1995 para o qual existam dados normalizados do Eurostat;
d) Até 31 de julho de 2020, os resíduos urbanos biodegradáveis destinados a
aterro devem ser reduzidos para 35% da quantidade total, em peso, dos
resíduos urbanos biodegradáveis produzidos em 1995 ou no ano mais
recente antes de 1995 para o qual existam dados normalizados do Eurostat.
Do ponto de vista técnico, e em termos das principais metas temporais e objetivos
quantificáveis, o DLR n.º 29/2011/A, de 16/11, fixa as metas de desvio de RUB de
aterro no espaço temporal que se prolonga até 2020, e os objetivos quantitativos de
valorização e reciclagem de resíduos de embalagens, relativa a embalagens e
resíduos de embalagens, que se enquadra em 2011.
Para cumprir as metas de reciclagem e valorização devem ser tomadas as
medidas necessárias para assegurar a consecução dos seguintes objetivos:
a) Até 31 de dezembro de 2020, assegurar um aumento mínimo global para
50% em peso relativamente à preparação para a reutilização e a reciclagem
de resíduos urbanos, incluindo o papel, o cartão, o plástico, o vidro, o metal, a
madeira e os resíduos urbanos biodegradáveis.
b) Um aumento mínimo para 70% em peso relativamente à preparação para a
reutilização, a reciclagem e outras formas de valorização material, incluindo
operações de enchimento que utilizem resíduos como substituto de outros
materiais, resíduos de construção e demolição não perigosos, com exclusão
dos materiais naturais definidos na categoria 17 05 04 da Lista Europeia de
Resíduos (LER).
50
Em 1 de julho de 2014 a empresa,TERAMB E.M., por ser a entidade agregadora da
ação dos dois municípios da ilha Terceira para o processamento de resíduos
sólidos urbanos assume o papel de SMAUT da ilha Terceira.
Desta alteração resulta que a empresa em articulação com os dois municípios
definiu medidas que visam atingir as metas de reciclagem e valorização impostas
para 2020.
Assim, foram definidos objetivos, metas e ações que permitirão o cumprimento dos
requisitos legais exigidos para esta matéria, os quais se descrevem de seguida.
Objetivo 1 - Intensificar a recolha seletiva de materiais, potenciando os
quantitativos da reciclagem (multimaterial)
Para o cumprimento do objetivo 1 foram definidas as seguintes metas:
Meta 1 - Acréscimo de 30% de recolha seletiva até 2020, relativamente a 2012,
para cada uma das fileiras.
Meta 2 - 70% dos metais recuperados após a incineração dos resíduos
indiferenciados.
As ações que serão necessárias realizar com vista ao cumprimento do objetivo 1 e
consequentemente das metas estabelecidas são as seguintes:
a) Promover a recolha seletiva em todos os eventos, disponibilizando ecopontos;
b) Melhorar a rede de ecopontos tendo em conta as taxas de utilização por zonas
geográficas e os tipos de ecopontos – estabelecer como área de influência de
cada ecoponto 200 metros;
c) Aumentar a capacidade dos ecopontos conforme as zonas geográficas;
51
d) Implementar o projeto de recolha porta-a-porta específico para todos os
serviços públicos;
e) Implementar ferramentas de SIG na gestão de ecopontos;
f) Recuperar a fração metal, proveniente da incineração dos resíduos
indiferenciados;
g) Implementar rede de ecocentros;
h) Realizar ações de sensibilização ambiental, em particular junto dos grandes
produtores e entidades públicas e privadas;
i) Associar a cada ecoponto pelo menos um contentor de resíduos
indiferenciados;
j) Implementar uma rede de ilhas ecológicas nas zonas urbanas.
Objectivo 2 – Prevenção da produção de resíduos indiferenciados
Para o cumprimento do objetivo 2 foram definidas as seguintes metas:
Meta 1 – Promover a venda/troca de produtos em 2.ª mão.
Meta 2 – Promover a reutilização de resíduos no local de produção.
Para o cumprimento do objetivo 2 as ações que serão necessárias efetuar são as
seguintes:
a) Fomentar a criação de mercados de venda/troca de produtos em 2.ª mão,
nomeadamente através da realização de parcerias com entidades que podem
fazer a recolha e reutilização destes produtos;
b) Divulgar formas de reutilização dos resíduos, seja de embalagens, como de
outras naturezas.
52
Objectivo 3 - Garantir a sustentabilidade do Sistema
Para o cumprimento do objetivo 3 foram definidas as seguintes metas:
Meta 1 – Garantir tarifa de equilíbrio.
Meta 2 : Acréscimo de 70% de recolha seletiva até 2020, relativamente a 2012,
para cada uma das fileiras.
As ações que serão necessárias efetuar são as seguintes:
a) Implementar progressivamente o sistema PAYT, começando pelos grandes
produtores, seguido pelos centros urbanos e, por último, estender a toda a
Ilha.
b) Criar mecanismos económico-financeiros para incentivar a separação e
entrega de resíduos (promoção de empresas de recolha seletiva e
mecanismos de prémio/penalização para incentivar a reciclagem/reutilização
doméstica).
Objectivo 4 – Implementar a valorização orgânica
Para o cumprimento do objetivo 4 foram definidas as seguintes metas:
Meta 1: Assegurar o encaminhamento de resíduos biodegradáveis dos grandes
clientes do setor Horeca, cantinas, instalações militares e recolha de verdes
provenientes da jardinagem que atualmente vêm incluídos nos resíduos
indiferenciados (20 03 01) para a central de valorização orgânica por
compostagem simplificada;
Meta 2: Promover a compostagem caseira.
53
As ações que serão necessárias efetuar são as seguintes:
a) Implementar uma rede de recolha seletiva de verdes;
b) Implementar uma rede de recolha seletiva de orgânicos nos centros urbanos
e grandes produtores;
c) Distribuir nos centros urbanos contentores para receção de orgânicos;
d) Distribuir compostores caseiros;
e) Fomentar ações de formação sobre compostagem.
54
5.1.1 Posicionamento atual em termos de objetivos
O posicionamento atual do concelho em termos de objetivos e metas de gestão de resíduos é apresentado de acordo com a
tabela n.º 28:
Tema Enquadramento legal Posicionamento
Normas técnicas para a gestão de bio resíduos
Artigo 32.º DLR 29/2011/A a) Não existe recolha seletiva de RUB; b) Existe recolha de verdes. c) Quando há recolha de verdes são encaminhados para a zona das
ramagens do AIIT (futura compostagem).
Normas para reutilização e reciclagem Artigo 34.º DLR 29/2011/A Cumpre. Encontra-se implementado um sistema de recolha seletiva para os resíduos de Papel, Cartão, Metal, ECAL, Plástico, Vidro, OAU, pilhas e acumuladores, REEE, monstros e pneus usados.
Utilização de resíduos de construção e demolição em obra
N.º 3 do artigo 50.º DLR 29/2011/A
Não se aplica dadas as caraterísticas e as atividades previstas para as obras
Plano de prevenção e gestão de RCD Artigo 53.º DLR 29/2011/A Cumpre. Encontra-se definido nas empreitadas.
Os municípios devem planear e organizar uma rede de recolha de resíduos de embalagem por fileira
N.º 4 do artigo 182.º DLR 29/2011/A
Cumpre. Existe rede de recolha seletiva de resíduos de embalagem para a fileira de Papel, Cartão, Plástico, ECAL, Metal, Vidro e OAU.
Os municípios devem ter uma rede de recolha de resíduos de embalagens por fileira operacional até 30.06.2012
N.º 3 do artigo 237.º DLR 29/2011/A
Cumpre. Existe uma rede de recolha seletiva de embalagens. São encaminhadas para entidades gestoras licenciadas.
Redução de resíduos biodegradáveis em aterro
N.º 1 do artigo 238.º do DLR 29/2011/A
a) Não cumpre. b) Está previsto a compostagem simplificada e valorização energética a entrar em funcionamento em janeiro de 2016
Metas de reciclagem e de valorização N.º 1 do artigo 239.º DLR 29/2011/A
a) Não cumpre.
Planeamento municipal da recolha seletiva de óleos alimentares
N.º 2 do artigo 55.º DLR 24/2012/A
Cumpre. Existem 19 pontos de recolha de OAU no concelho de Angra do Heroísmo.
Tabela 21 – Posicionamento dos SMAH em termos de objetivos e metas
55
5.1.2 Passivos ambientais
Passivo ambiental é definido como “a situação de degradação ambiental resultante
do lançamento de contaminantes ao longo do tempo e ou de forma não controlada,
nomeadamente nos casos em que não seja possível identificar o respetivo agente
poluidor” (DLR n.º 29/2011/A).
Nesta matéria salienta-se que não estão identificados passivos ambientais em
matéria de resíduos.
56
5.2 Estratégias
Tendo em conta as metas e objetivos definidos anteriormente, bem como o
posicionamento atual dos SMAH em termos dos objetivos, procede-se de seguida à
definição das estratégias necessárias à sua concretização.
5.2.1 Estratégia de prevenção de resíduos urbanos
Em termos de prevenção de resíduos urbanos, os SMAH preveem implementar as
seguintes ações:
1. Reduzir substanciamente a deposição em aterro, promovendo todas as
formas de valorização com contrapartidas efetivas, (atualmente 22% dos
custos operacionais dos SMAH são respeitantes à deposição em aterro);
2. Fomentar a compostagem doméstica/caseira;
3. Promover a recolha seletiva de RUB aos grandes produtores;
4. Promover e dar continuidade à recolha dedicada de verdes aos grandes
produtores;
5. Reforçar a recolha seletiva multimaterial por ecopontos, com incremento de
novo equipamento e meios de recolha seletiva;
6. Recolher o maior número possível de fluxos de resíduos potencialmente
valorizáveis;
7. Promover a criação de mercados de venda/troca de produtos em 2.ª mão,
através de parcerias com entidades que possam efetuar a recolha e
reutilização desse tipo de resíduos;
8. Promover a reutilização de resíduos no local de produção, através da
divulgação de formas de reutilização de embalagens e outro tipo de resíduos;
9. Implementar o sistema PAYT - Pay as You Throw (princípio do poluidor-
pagador) por fases, iniciando-se primeiro aos grandes produtores, seguido
pelos centros urbanos e, por último, estender em todo o concelho. Com este
sistema inovador será possível premiar os comerciantes que fazem a
57
separação seletiva e que têm preocupação na redução de resíduos
indiferenciados, bem como fomentar hábitos de separação de resíduos;
10. Reforçar a recolha de pilhas, com a colocação de receptáculos em ecopontos;
11. Estabelecer parcerias sempre que possível e surgam novas entidades
gestoras de resíduos em determinadas fileiras de resíduos, de modo a
encaminhar os resíduos para valorização.
5.2.2 Estratégia de gestão de resíduos urbanos
Para a ilha Terceira, foi prevista uma solução integrada, contemplando um centro de
processamento com triagem por separação mecânica (já existente), uma central de
valorização orgânica de verdes e uma central de valorização energética (a construir),
destinando-se ainda, a receção na forma de refugo dos RSU, RINP e RE dos
centros de processamento das restantes ilhas do grupo central e ainda do grupo
ocidental.
Para além do esperado no PEGRA, está ainda previsto a construção de nove
econcentros, de um aterro de resíduos banais, de um aterro de resíduos perigosos,
de um parque de contentores e de um edifício administrativo com centro de
educação ambiental e a beneficiação das infraestruturas de apoio existentes,
nomeadamente: a portaria, a báscula, o sistema de lavagem de rodados e a ETAL.
A central de valorização orgânica de verdes simplificada a construir pela empresa
municipal TERAMB, E.M., vem assegurar um destino alternativo adequado para os
resíduos biodegradáveis, correspondendo aos objetivos da Diretiva Aterros e das
metas de redução de RUB em aterro.
Por outro lado, há a produção de materiais de valor acrescentado, com benefício
ambiental, aumentando o tempo de vida útil do AIIT.
58
Em termos de gestão de resíduos urbanos, os SMAH preveem implementar as
seguintes ações:
1. Gestão de otimização e procura da rentabilidade em termos de recursos
humanos com aproveitamento do seu “know-how” e da sua capacidade em
termos de adaptação à mudança;
2. Continuação do investimento, ponderando-se o custo-benefício e garantindo a
manutenção de todo o sistema;
3. Planear as atividades, no sentido de minimizar o impacto económico, com
distribuição dos investimentos necessários ao longo da próxima década;
4. Implementar o princípio do poluidor-pagador, aplicando o sistema PAYT onde
será cobrada uma tarifa em função do volume de resíduos produzido;
5. Promover a otimização dos circuitos com recurso a indicadores e meios de
informação auxiliares colocados nas viaturas;
6. Adaptar os circuitos existentes a novas recolhas de resíduos, de modo a evitar
custos acrescidos com recursos humanos e combustíveis;
7. Melhorar e aumentar a rede de ecopontos, tendo em conta as taxas de utilização
por zonas geográficas e os tipos/capacidade dos ecopontos;
8. Colocar ilhas ecológicas nas zonas urbanas, no sentido de proporcionar uma
maior capacidade de receção de resíduos e consequente redução do impacto
visual;
9. Implementar ecocentros em zonas estratégicas no sentido de proporcionar aos
munícipes condições para deposição de resíduos urbanos e especiais;
10. Reforçar a recolha de RCD;
11. Reforçar a recolha dos REEE no sentido de alcançar as metas nacionais de
recolha;
12. Reforçar a rede de recolha de OAU, adquirindo oleões para deposição de OAU,
para que exista em cada freguesia do concelho mais de que um equipamento,
de forma a incentivar-se a deposição seletiva deste tipo de óleos. Em fases
posteriores proceder-se-á ao reforço e substituição dos existentes;
59
13. Adquirir porta pilhas para colocação nos ecopontos do concelho e posterior
substituição e/ou manutenção das existentes;
14. Reforçar a recolha de resíduos agrícolas e promover um destino final adequado
através dos SMAH ou de outros operadores;
15. Implementar uma rede de recolha de resíduos biodegradáveis aos grandes
produtores e recolha de verdes provenientes de jardinagem com vista à sua
valorização, através de compostagem simplificada;
16. Aumentar a eficiência do sistema de recolha de resíduos, com a utilização de um
sistema de GPS em todas as viaturas, já existente, que permite em tempo real
obter a localização, percurso efetuado, tempo de paragens, velocidades, entre
outras coisas;
17. Adotar um sistema digital e recorrer a ferramentas de SIG com o objetivo de
otimizar e definir diariamente os circuitos de recolha;
18. Garantir a formação anual dos recursos humanos, a pelo menos 10% dos seus
colaboradores;
19. Criar mecanismos económico-financeiros para incentivar a separação e entrega
de resíduos (oficialização de catadores e mecanismos de prémio/penalização
para incentivar a reciclagem/reutilização doméstica);
20. Incluir no tarifário, tarifa para execução do serviço de recolha de resíduos
especiais;
21. Adquirir equipamento no sentido de proporcionar um serviço de limpeza pública
urbana mais eficiente;
22. Adquirir equipamento para apoio no serviço de recolha e transporte de resíduos;
23. Adquirir bens móveis, com vista ao términus de serviços de alocação;
24. Substituir a frota e proceder ao abate de equipamento cujos custos de reparação
e manutenção são elevados em comparação aos custos inerentes a uma nova
aquisição;
25. Promover a execução de serviços dedicados com valores previamente
estabelecidos, podendo abranger produtores com produções diárias acima dos
1100L;
60
26. Realizar anualmente, duas campanhas de caracterização e quantificação de
resíduos urbanos;
27. Promover e aplicar boas práticas de controlo de roedores.
No que diz respeito ao controlo de roedores, os SMAH enquanto entidade pública
que exerce uma atividade suscetível de potenciar a proliferação de roedores
(recolha e transporte de resíduos) ficam obrigados a aplicar um conjunto de
procedimentos definidos no Capítulo X do Manual de boas práticas de controlo de
roedores para a Região Autónoma dos Açores.
Os SMAH exercem atividades previstas na alínea k) do DLR n.º 31/2010/A, de 17/11
que define as normas de prevenção e controlo da presença de roedores, invasores e
comensais, e ainda à implementação de um plano de controlo de roedores cujos
requisitos técnicos são definidos na Portaria n.º 98/2012, de 18/09.
Assim, em colaboração com a CMAH foi elaborado um Plano de Controlo Integrado
de Roedores para o serviço de recolha e transporte de resíduos do concelho de
Angra do Heroísmo onde são definidas as estratégias em termos de locais a intervir,
medidas corretivas e preventivas, medidas de eliminação e verificação e respetiva
calendarização.
Foi igualmente elaborado um folheto informativo de boas práticas para o controle de
roedores a ser distribuído aos munícipes com a fatura da água, informando as boas
práticas que devem adotar em matéria de prevenção e eliminação de roedores,
nomeadamente:
À capacidade instalada dos recipientes de deposição, de forma a evitar a
deposição de resíduos fora dos recipientes;
Efetuar recolhas que permitam uma remoção atempada dos resíduos nos
recipientes e noutros locais que tenham sido indevidamente depositados;
Proceder à substituição de recipientes danificados;
61
Efetuar a lavagem periódica dos recipientes de deposição;
Proceder à varredura e lavagem da área afeta ao recipiente de deposição;
Efetuar um transporte adequado de forma a evitar a dispersão de resíduos;
Efetuar a lavagem e higienização das viaturas de recolha;
Colocar armadilhas junto aos recipientes de deposição de resíduos;
Construção de nichos para efeitos de receção de recipientes de deposição
de resíduos.
5.2.3 Estratégia de comunicação e sensibilização ambiental para os resíduos urbanos.
Em termos de comunicação e sensibilização ambiental, os SMAH preveem
implementar as seguintes ações:
1. Realizar campanhas de sensibilização com vista ao cumprimento das metas
impostas em termos de valorização de resíduos.
2. Continuar com campanhas e ações de sensibilização/educação ambiental na
área de resíduos, atendendo à pretensão de se atingir o maior número possível
de fluxos potencialmente valorizáveis.
3. Iniciar campanhas direcionadas para determinados público-alvo, atendendo a
que se irá dar início a recolhas dedicadas, nomeadamente a recolha de RUB e
resíduos verdes.
62
SÍNTESE
Em síntese, com base nas estratégias definidas, as ações a desenvolver por estes
SMAH constam de:
Implementação do sistema PAYT;
Realização de recolhas dedicadas de embalagens valorizáveis, RUB, verdes
e RCD e outros fluxos que se justifiquem.
Aquisição de equipamento de recolha, transporte e deposição de resíduos,
nomeadamente implementação de ilhas ecológicas, viaturas e equipamento
de apoio à limpeza urbana;
Aquisição de equipamento para lavagem de contentores;
Implementação de rede de ecocentros;
Realização de campanhas de sensibilização a diverso público-alvo;
Realização de campanhas de caraterização e quantificação de resíduos
urbanos;
Controlo de roedores.
Com a concretização destas ações, ao longo do espaço temporal definido no Plano
Municipal, pretende-se de forma efetiva promover um serviço de qualidade onde se
prima pela eficiência e pelo cumprimento da legislação em vigor.
Na tabela seguinte, são apresentadas as principais ações a desenvolver, com base
nas estratégias definidas:
63
Tabela 22 – Principais ações a desenvolver pelos SMAH no horizonte de vigência do plano municipal (2013-2020)
Ação Objetivos/Descrição Resultados Recursos a afetar
Inicio execução
Prioridade execução
Recolha seletiva de RUB Redução da deposição de RUB em aterro Valorização orgânica dos RUB
Cumprimento da legislação em vigor Aumento da vida útil do aterro Produção de composto
Financeiros humanos e equipamento
2015 Alta
Compostagem caseira Redução da deposição de RUB em aterro Valorização orgânica dos RUB
Aumento da vida útil do aterro Produção de composto
Financeiros humanos e equipamento
2016 Alta
Aplicação do Sistema PAYT Aplicação do princípio do poluidor-pagador Aumentar as quantidades de resíduos valorizáveis
Premiar os comerciantes que fazem a separação seletiva Aumentar as quantidades de resíduos valorizáveis Diminuir as quantidades de resíduos valorizáveis para aterro/incineração
Financeiros humanos e equipamento
2015 Alta
Aquisição de viaturas Substituição da frota envelhecida Maior rentabilidade Redução dos custos de manutenção Redução dos custos de serviços de alocação
Financeiros e humanos
2016 Alta
Aquisição de equipamento e construção de infraestruturas
Reforço, substituição e uniformização do equipamento disponível Disponibilização de novos equipamentos para deposição seletiva
Maior disponibilidade para deposição de resíduos Aumentar a reciclagem
Financeiros e humanos
2015 Alta
Campanhas de sensibilização Sensibilização a vários públicos-alvo
Aumentar as quantidades de resíduos valorizáveis
Financeiros humanos e equipamento
2014 Alta
Ecocentros Reforço da recolha seletiva/captação de novos fluxos
Aumentar as quantidades de resíduos valorizáveis
Financeiros humanos e equipamento
2015 Alta
Campanhas de caraterização resíduos urbanos
Planear e realizar anualmente a caraterização de resíduos Tratar os dados a enviar à autoridade ambiental. Divulgar os dados
Dispor de informação fiável sobre a produção de resíduos
Financeiros e humanos
Anual Alta
Aplicação de boas práticas de controlo de roedores e colocação de equipamentos
Reduzir substancialmente a proliferação de roedores Prevenção de problemas económicos, sanitários e ambientais
Controlo de roedores Financeiros humanos e equipamento
2014 Alta
64
6 Análise económica e financeira
6.1 Demonstração de resultados financeiros
A Lei das finanças locais (Lei n.º 2/2007, de 15 de janeiro) estipula que “os preços e
demais instrumentos de remuneração a fixar pelos municípios relativos aos serviços
prestados e aos bens fornecidos em gestão direta pelas unidades orgânicas
municipais ou pelos serviços municipalizados não devem ser inferiores aos custos
direta e indiretamente suportados com a prestação desses serviços e com o
fornecimento desses bens”.
Aos serviços de recolha, transporte e tratamento de resíduos é aplicado um tarifário
de resíduos sólidos, apresentado na tabela n.º 24.
TIPO TARIFA DE RESÍDUOS SÓLIDOS €
DE UTILIZADOR 2011 2012 var. (%)
DOMÉSTICO COLECTIVO 4,30 4,30 0,00%
DOMÉSTICO INDIVIDUAL 5,38 5,38 0,00%
NÃO DOMÉSTICO
1.º escalão 5,71 5,71 0,00%
2.º escalão 10,00 10,00 0,00%
3.º escalão 15,50 15,50 0,00%
4.º escalão 21,33 21,33 0,00%
5.º escalão 36,18 36,18 0,00%
6.º escalão 54,92 54,92 0,00%
7.º escalão 78,40 78,40 0,00%
8.º escalão 105,39 105,39 0,00%
9.º escalão 140,52 140,52 0,00%
10.º escalão 187,35 187,35 0,00%
Produção de resíduos superior a - Orçamento
1100 l/dia ou 250kg/dia
AGRO-PECUÁRIA 1,50 1,50 0,00%
Tabela 23 – Tarifário de resíduos sólidos, em vigor em 2012
A tabela seguinte permite analisar as percentagens de execução da despesa global
(medida pelo peso da despesa processada no valor do orçamento) e da receita
global (medida pelo peso da receita liquidada no orçamento) no último quadriénio.
65
2009 2010 2011 2012
Receita Corrente 93,95% 93,06% 100,60% 98,06
Capital 11% 49,75% 126,81% 89,06
Despesa Corrente 92,55% 86,25% 95,03% 93,73
Capital 30,41% 64,71% 71,86% 81,52
Tabela 24 – Evolução da execução da despesa
Em termos de demonstração de resultados financeiros relativos a 2012, o total de
proveitos foi de €7.653.004,23, e o total de custos de €7.842.996,61. Desta forma,
obteve-se um resultado líquido negativo de €189.992,38.
A análise da demonstração de resultados dos SMAH aponta para um decréscimo
dos proveitos de 7,07% e igualmente um decréscimo dos custos de 3,68%.
A evolução dos custos e proveitos no último quadriénio pode ser visualizada na
figura 3.
Figura 3 – Relação entre proveitos e custos em 103€
Os resultados operacionais (diferença entre os proveitos e os custos relacionados
com a atividade principal dos SMAH) conheceram uma ligeira melhoria, continuando
negativos (-€1.524.478,80).
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
2009 2010 2011 2012
Proveitos
66
Neste ponto é de realçar que a manutenção dos resultados operacionais num
patamar negativo ao longo dos anos alerta para a necessidade de criar tarifários que
permitam a sustentabilidade dos sistemas, com especial atenção para os resíduos.
Salienta-se que os proveitos repartem-se por vendas; prestações de serviços;
subsídios à exploração; trabalho para a própria entidade; outros proveitos
operacionais, proveitos financeiros e proveitos extraordinários.
Os custos operacionais por área de atividade são os apresentados na tabela n.º 26:
2010 2011 2012
Águas
Custos Operacionais (€) 2.027.143,42 2.450.595,98 2.731.376,38
Quantidade de água faturada (m3) 3.282.574,00 3.266.784,00 3.172.891,00
Custo unitário (m3/€) 0,62 0,75 0,86
Resíduos
Custos Operacionais (€) 3.150.560,41 3.657.414,42 3.259.303,27
Quantidade de resíduos recolhidos
Kg 19.801.937,00 16.467.781,00 17.932.250,00
Custo unitário €/Kg 0,16 0,22 0,18
Saneamento
Custos Operacionais (€) 1.343.279,98 1.751.346,39 1.311.900,11
Quantidade de efluente entrado (m3) 1.187.632,00 1.001.801,00 861.248,00
Custo unitário (m3/€) 1,13 1,75 1,52
Tabela 25 – Custos operacionais por área de atividade
No que concerne à área dos resíduos, os custos operacionais permanecem
negativos, ascendendo a 2.182,26 mil euros.
Na tabela seguinte é apresentado o cálculo dos custos unitários para a área de
resíduos, tendo por base os custos operacionais diretos e indiretos.
Resíduos 2010 2011 2012
Custos Operacionais (€) 3.150.560,41 3.657.414,42 3.259.303,27
Quantidade de resíduos recolhidos
Kg 19.801.937,00 16.467.781,00 17.932.250,00
Custo unitário €/Kg 0,16 0,22 0,18
Tabela 26 – Custos operacionais – Resíduos
67
Na tabela n.º 28 apresenta-se alguns indicadores que permitem avaliar o custo real
do serviço por cliente, a receita obtida por cliente e o deficit tarifário.
Dados 2012
Resíduos urbanos recolhidos 17.932,25 t/ano
Clientes 15.319 un
Custos operacionais 3.259.303,27 €/ano
Custo operacional/cliente 212,76 €/ano
Custo operacional/cliente 17,73 €/mês
Receita 1.077.043,27 €/ano
Receita/cliente 70,31 €/cliente/ano
Receita/cliente 5,86 €/cliente/mês
Saldo (diferença entre o custo operacional e a receita)
-142,45 €/ cliente/ano
Resultados operacional -2.182.260,00 €
Tabela 27 – Análise de custos/receita da área de resíduos
Em conclusão, urge para a próxima década proceder de forma gradual à aplicação de
medidas, tendo em atenção que a sustentabilidade para além de ser um fator que
revela o equilíbrio financeiro de uma atividade tem sempre que ser acompanhada de
investimento com vista a que efetivamente se preste um serviço público de qualidade.
68
6.2 Planeamento e horizonte temporal
Os objetivos/ações anteriormente explicitados articulam-se nas linhas estratégicas
do PEGRA, no que diz respeito aos princípios instituicionais, socioeconómicos,
ambientais e de informação e participação que são aplicados nas áreas temáticas de
usos eficentes de recursos, gestão integrada de resíduos, informação, comunicação
e educação, inovação e conhecimento, regime económico-financeiro e quadro legal
e institucional.
Com a publicação da legislação que regula a gestão do fluxo das embalagens e
resíduos de embalagens há necessidade de implementar políticas de gestão de
resíduos de embalagens de forma a fomentar a sua valorização em deterimento da
sua deposição em aterro.
A reciclagem de resíduos de embalagens, a sua reutilização e/ou valorização são
medidas que reduzem o potencial de resíduos a encaminhar para destino final.
Na tabela seguinte apresenta-se de forma resumida o planeamento das ações para
a vigência do Plano Municipal tendo como base, as estratégias de prevenção,
gestão e sensibilização anteriormente definidas.
69
Planeamento das ações para o vigência do Plano Municipal
Estratégia de Prevenção Vetor de Intervenção Ações Prazo Situação atual Redução de RUB do aterro Compostagem simplificada Recolha de orgânicos e verdes 2015-2022 Em estudo
Redução de RUB do aterro Compostagem doméstica Instalação de compostores 2016 Em estudo
Valorização de RCD Recolha de RCD Reforço das recolhas 2015-2022 Em estudo
Valorização de resíduos Resíduos agrícolas Reforço das recolhas 2015-2022 Em estudo
Valorização de resíduos Resíduos urbanos Reforço de recolhas e venda/troca de resíduos de 2.ª mão
2015-2022 Em estudo
Valorização de resíduos Resíduos urbanos Incremento de um maior n.º de fluxos de resíduos
2015-2022 Em estudo
Estratégia de Gestão Vetor de Intervenção Ações Prazo Situação atual Valorização de embalagens Recolha seletiva Reforço ecopontos 2015-2022 Aquisições anuais
Valorização de pilhas Recolha seletiva Reforço de porta-pilhas 2015-2022 Aquisições periódicas
Valorização de embalagens Recolha seletiva Projeto PAYT 2015-2022 Em estudo
Valorização de embalagens Recolha seletiva Ilhas ecológicas 2015-2022 Em estudo
Recolha de resíduos Recolha seletiva Ecocentros 2015-2022 Em estudo
Recolha de resíduos Recolha de indiferenciados Reforço e uniformização 2015-2022 Aquisições anuais
Recolha de resíduos Recolha de indiferenciados Reforço de papeleiras e cinzeiros 2015-2022 Aquisições periódicas
Substituição de viaturas Recolha seletiva e indiferenciada
Aquisição de viaturas 2015-2022 Aquisições periódicas
Viatura de lavagem de contentores Recolha Aquisição de viaturas 2017 Em estudo
Varredoura mecânica Recolha de indiferenciados Aquisição de viaturas 2017 Em estudo
Controlo de roedores Deposição de Resíduos Urbanos
Plano de controlo de roedores e implementação de procedimentos
2014-2022 Em execução
Estratégia de Sensibilização Vetor de Intervenção Ações Prazo Situação atual Cumprimento da legislação Campanha de caraterização
física Realização bianual 2013-2022 Em execução
Reforço da sensibilização Campanhas de sensibilização
Realização bianual 2013-2022 Em execução
Tabela 28 – Planeamento, gestão de resíduos e horizonte temporal (2013-2022)
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Na tabela seguinte encontra-se definido resumidamente para cada aquisição o montante a investir.
Anos 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025
Investimento
Ecopontos 19.668,24 19.668,24 19.668,24 19.668,24 19.668,24 19.668,24 19.668,24 19.668,24 19.668,24 19.668,24 19.668,24
Ilhas ecológicas 150.000,00 150.000,00
Contentores indiferenciados 12.360,50 12.360,50 12.360,50
Oleões 8.000,00
Porta-pilhas 1.628,40
Compostores 8.963,52 8.963,52 8.963,52 8.963,52 8.963,52 8.963,52 8.963,52 8.963,52 8.963,52 8.963,52
Viatura monstros 92.500,00
Viatura RSU 55.000,00 200.000,00
Viatura ecopontos 200.000,00 200.000,00
Viatura lavagem contentores
160.000,00
Pórtico de lavagem de viaturas
45.300,00
Sistema PAYT 74.000,00
TOTAL 272.168,24 190.992,26 138.560,16 228.631,76 40.992,26 178.631,76 40.992,26 228.631,76 228.631,76 28.631,76 28.631,76
Tabela 29 – Planeamento de ações e montantes de investimento (2013-2020)
Assim, com base na demonstração financeira referente aos anos 2011-2012 e aos objetivos a que os SMAH se propõem
cumprir para o horizonte temporal da presente proposta de Plano, proceder-se-á de seguida à realização da análise económica
e financeira com vista à viabilidade da execução do presente Plano Municipal.
71
6.3 Análise económica e financeira
A analise financeira teve por base o modelo explicitado anteriormente incluindo a
discriminacão dos investimentos, os pressupostos assumidos na valorização das
receitas e dos custos, e a respetiva demonstração de resultados previsional
associado ao sistema ao longo do horizonte temporal.
O investimento total a realizar é de 1.679.495,70€, sendo repartido ao longo do
horizonte temporal de 10 anos.
O valor do investimento encontra-se repartido da seguinte forma:
Aquisição de equipamento (ecopontos, ilhas ecológicas, etc) –
652.695,70€;
Aquisição de viaturas – 952.800,00€;
Aquisição de software e assistência técnica - 74.000,00€;
Consideraram-se nos custos de investimento os referentes à aquisição e
amortização dos bens e nos custos de exploração os seguintes itens:
Custos de pessoal;
Aquisição de combustível;
Realização de campanhas de sensibilização;
Entrega de resíduos em operador licenciado;
Outros que incluem manutenção de viaturas, fornecedores e
aquisições/prestações de serviço.
No cálculo das receitas, consideraram-se os valores de contrapartida financeira
devidos pela recolha seletiva e a tarifa com base no princípio poluidor-pagador.
Deste modo admitiram-se os seguintes pressupostos:
1. O tarifário dos SMAH não sofre alterações ao longo do periodo temporal;
2. A recolha de monstros e verdes é gratuita;
3. Será implementado o sistema PAYT de forma gradual;
4. A comparticipação por fundos comunitários é de 85%;
72
5. Não existe alteração na estrutura do pessoal afeto a este setor, pelo que nos
custos de pessoal tiveram-se por base os salários pagos em 2013;
6. O custo de entrega dos resíduos indiferenciados na TERAMB E.M. não sofre
alterações, mantendo-se o valor de 25€/ton;
7. Não existe custo na entrega de verdes e de biodegradáveis na CVO;
8. Não existe custo pela entrega de monstros;
9. As contrapartidas financeiras têm o valor atribuído em 2014 pela SPV,
recebendo os SMAH, 35% desse valor;
10. O custo de exploração sofre ligeiro incremento relacionado com a
implementação do PAYT e aquisição de sacos/contentores para o efeito;
11. As amortizações foram realizadas em função do tipo de investimento/bens a
adquirir conforme as normas legais.
Na tabela seguinte apresentam-se os investimentos totais a realizar e a
demonstração dos resultados previsionais ao longo do horizonte temporal.
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Anos 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025
Quantidades (ton)
Indiferenciados 13.655,80 13.109,57 12.585,18 12.081,78 11.598,51 11.134,57 11.000,00 11.000,00 11.000,00 11.000,00 11.000,00
Recicláveis 4.790,80 5.550,20 6.309,59 6.607,91 6.906,22 7.204,54 7.212,00 7.212,00 7.212,00 7.212,00 7.212,00
Papel/cartão 1.037,84 1.128,53 1.219,23 1.309,93 1.400,63 1.491,32 1.492,00 1.492,00 1.492,00 1.492,00 1.492,00
Metal 46,35 50,93 55,52 60,10 64,69 69,28 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00
Plástico 348,75 391,20 433,64 476,09 518,53 560,98 560,00 560,00 560,00 560,00 560,00
Vidro 920,03 1.080,61 1.241,20 1.401,79 1.562,37 1.722,96 1.730,00 1.730,00 1.730,00 1.730,00 1.730,00
RUB 2.437,84 2.898,92 3.360,00 3.360,00 3.360,00 3.360,00 3.360,00 3.360,00 3.360,00 3.360,00 3.360,00
Receita (€) 1.200.739,55 1.189.007,21 1.179.343,44 1.171.794,18 1.152.693,61 1.127.790,80 1.092.320,88 1.118.593,35 1.120.215,81 1.121.838,28 1.119.958,60
Indiferenciados 1.005.066,82 964.864,15 926.269,58 889.218,80 853.650,05 819.504,04 809.600,00 809.600,00 809.600,00 809.600,00 809.600,00
Contrapartidas SPV 130.666,53 145.512,25 160.357,97 175.203,70 190.049,42 204.895,14 204.906,80 204.906,80 204.906,80 204.906,80 204.906,80
Papel/cartão 44.315,57 48.188,37 52.061,16 55.933,95 59.806,74 63.679,53 63.708,40 63.708,40 63.708,40 63.708,40 63.708,40
Metal 5.791,12 6.364,11 6.937,09 7.510,07 8.083,05 8.656,04 8.746,50 8.746,50 8.746,50 8.746,50 8.746,50
Plástico 69.289,53 77.722,28 86.155,04 94.587,80 103.020,55 111.453,31 111.259,40 111.259,40 111.259,40 111.259,40 111.259,40
Vidro 11.270,31 13.237,50 15.204,69 17.171,88 19.139,07 21.106,26 21.192,50 21.192,50 21.192,50 21.192,50 21.192,50
Subsídio ao investimento 65.006,20 78.630,81 92.715,88 107.371,68 108.994,15 103.391,62 77.814,08 104.086,55 105.709,01 107.331,48 105.451,80
Ecopontos 1.114,53 2.229,07 3.343,60 4.458,13 5.572,67 6.687,20 7.801,74 8.916,27 10.030,80 11.145,34 12.259,87
Ilhas ecológicas 0,00 8.500,00 8.500,00 8.500,00 8.500,00 17.000,00 17.000,00 17.000,00 17.000,00 17.000,00 17.000,00
Contentores indiferenciados 0,00 3.502,14 3.502,14 3.502,14 3.502,14 3.502,14 3.502,14 3.502,14 3.502,14 3.502,14 0,00
Oleões 0,00 0,00 453,33 453,33 453,33 453,33 453,33 453,33 453,33 453,33 453,33
Porta-pilhas 0,00 0,00 92,28 92,28 92,28 92,28 92,28 92,28 92,28 92,28 92,28
Compostores 0,00 507,93 1.015,87 1.523,80 2.031,73 2.539,66 3.047,60 3.555,53 4.063,46 4.571,39 5.079,33
Viatura monstros 15.725,00 15.725,00 15.725,00 15.725,00 15.725,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Viatura RSU 0,00 0,00 9.350,00 9.350,00 9.350,00 9.350,00 9.350,00 34.000,00 34.000,00 34.000,00 34.000,00
Viatura ecopontos 0,00 0,00 0,00 34.000,00 34.000,00 34.000,00 34.000,00 34.000,00 34.000,00 34.000,00 34.000,00
Viatura lavagem contentores 27.200,00 27.200,00 27.200,00 27.200,00 27.200,00 27.200,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Pórtico de lavagem de viaturas
0,00 0,00 2.567,00 2.567,00 2.567,00 2.567,00 2.567,00 2.567,00 2.567,00 2.567,00 2.567,00
74
Sistema PAYT 20.966,67 20.966,67 20.966,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TOTAL 1.200.739,55 1.189.007,21 1.179.343,44 1.171.794,18 1.152.693,61 1.127.790,80 1.092.320,88 1.118.593,35 1.120.215,81 1.121.838,28 1.119.958,60
Custos (€) 1.632.211,31 1.629.584,47 1.633.045,58 1.632.702,51 1.622.529,51 1.572.339,79 1.570.884,43 1.601.793,21 1.603.702,00 1.605.610,78 1.603.399,40
Exploração 1.555.733,43 1.537.077,63 1.523.968,07 1.506.382,88 1.494.301,10 1.482.702,60 1.479.338,45 1.479.338,45 1.479.338,45 1.479.338,45 1.479.338,45
Pessoal 697.264,18 697.264,18 697.264,18 697.264,18 697.264,18 697.264,18 697.264,18 697.264,18 697.264,18 697.264,18 697.264,18
Combustível 152.074,27 152.074,27 152.074,27 152.074,27 152.074,27 152.074,27 152.074,27 152.074,27 152.074,27 152.074,27 152.074,27
Campanhas de sensibilização 15.000,00 10.000,00 10.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00
Entrega de resíduos 341.394,98 327.739,18 314.629,61 302.044,43 289.962,65 278.364,15 275.000,00 275.000,00 275.000,00 275.000,00 275.000,00
Outros 350.000,00 350.000,00 350.000,00 350.000,00 350.000,00 350.000,00 350.000,00 350.000,00 350.000,00 350.000,00 350.000,00
Investimento 76.477,88 92.506,83 109.077,51 126.319,63 128.228,41 89.637,19 91.545,98 122.454,76 124.363,55 126.272,33 124.060,95
Ecopontos 1.311,22 2.622,43 3.933,65 5.244,86 6.556,08 7.867,30 9.178,51 10.489,73 11.800,94 13.112,16 14.423,38
Ilhas ecológicas 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 20.000,00 20.000,00 20.000,00 20.000,00 20.000,00 20.000,00
Contentores indiferenciados 4.120,17 4.120,17 4.120,17 4.120,17 4.120,17 4.120,17 4.120,17 4.120,17 4.120,17
Oleões 533,33 533,33 533,33 533,33 533,33 533,33 533,33 533,33 533,33
Porta-pilhas 108,56 108,56 108,56 108,56 108,56 108,56 108,56 108,56 108,56
Compostores 597,57 1.195,14 1.792,70 2.390,27 2.987,84 3.585,41 4.182,97 4.780,54 5.378,11 5.975,68
Viatura monstros 18.500,00 18.500,00 18.500,00 18.500,00 18.500,00
Viatura RSU 11.000,00 11.000,00 11.000,00 11.000,00 11.000,00 40.000,00 40.000,00 40.000,00 40.000,00
Viatura ecopontos 40.000,00 40.000,00 40.000,00 40.000,00 40.000,00 40.000,00 40.000,00 40.000,00
Viatura lavagem contentores 32.000,00 32.000,00 32.000,00 32.000,00 32.000,00
Pórtico de lavagem de viaturas
3.020,00 3.020,00 3.020,00 3.020,00 3.020,00 3.020,00 3.020,00 3.020,00 3.020,00
Sistema PAYT 24.666,67 24.666,67 24.666,67
TOTAL 1.632.211,31 1.629.584,47 1.633.045,58 1.632.702,51 1.622.529,51 1.572.339,79 1.570.884,43 1.601.793,21 1.603.702,00 1.605.610,78 1.603.399,40
RESULTADO OPERACIONAL PREVISIONAL
-431.471,77 -440.577,26 -453.702,14 -460.908,33 -469.835,90 -444.548,99 -478.563,55 -483.199,87 -483.486,18 -483.772,50 -483.440,79
Tabela 30 – Análise económica e financeira para 10 anos
75
Conclui-se que, com a implementação destes investimentos sem financiamento
comunitário, estimam-se resultados operacionais negativos em todos os anos de
exploração. Estes resultados são derivados da incapacidade financeira de cobrir a
totalidade dos gastos com as amortizações anuais e os encargos financeiros.
Na análise financeira na ótica do investimento com subsídio mantém-se um valor
negativo variando entre os -€431.000,00 a -€484.000,00, o que evidencia uma
necessidade de revisão do tarifário e de que o investimento apenas será possível
com financiamento comunitário.