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COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO PEDRO ERNESTO
GARLET
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
SEDE ALVORADA
CASCAVEL – PR
2017
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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO .......................................................................................... .................................................................................................
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2. FUNDAMENTOS LEGAIS DO PPP................................................................ 07
3. IDENTIFICAÇÃO DO INSTITUIÇÃO
3.1 Dados Gerais .................................................................................................. 09
3.2 Organização interna da escola
3.2.1 Conselho Escolar ............................................................................................ 11
3.2.2 Direção ............................................................................................................ 12
3.2.3 Equipe Pedagógica ......................................................................................... 16
3.2.4 Corpo Docente ................................................................................................ 20
3.2.5 Setor Técnico Administrativo ........................................................................... 23
3.2.5.1 Compete ao funcionário que atua na biblioteca escolar ................................. 25
3.2.6 Órgãos Auxiliares ............................................................................................ 26
3.2.7 Estratégias e/ou ações para articulação com as famílias e a comunidade ..... 26
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1 Filosofia Educacional ...................................................................................... 27
4.2 Princípios Norteadores .................................................................................... 27
4.3 Objetivos Gerais .............................................................................................. 28
4.4 Diretrizes de Ação do Da instituição .......................................................... 29
4.5 Princípios Pedagógicos ................................................................................... 30
4.6 Princípios Psicológicos .................................................................................... 31
5. MARCO SITUACIONAL
5.1 Localização da escola ..................................................................................... 32
5.2 Trajetória histórica da instituição ..................................................................... 32
5.2.1 Breve histórico do patrono deste Estabelecimento de Ensino ........................ 33
5.3 Caracterização da comunidade ....................................................................... 33
5.4 Funcionamento da Instituição ......................................................................... 40
5.5 Quadro de Profissionais .................................................................................. 41
5.6 Ambientes pedagógicos disponíveis ............................................................... 44
5.7 Proposta de formação continuada .................................................................. 46
5.8 Organização da hora atividade ....................................................................... 48
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5.9 Inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais ...................... 48
6. MARCO CONCEITUAL
6.1 Concepção de homem .................................................................................... 51
6.2 Concepção de sociedade ................................................................................ 51
6.3 Concepção de criança e adolescente ............................................................. 52
6.4 Concepção de escola e educação .................................................................. 54
6.5 Concepção de ensino aprendizagem .............................................................. 56
6.6 Papel dos professores ..................................................................................... 57
6.7 Relação professor aluno ................................................................................. 58
6.8 Concepção de currículo .................................................................................. 58
6.9 Organização do tempo escolar ....................................................................... 59
6.10 Organização curricular utilizada ...................................................................... 59
6.11 Matriz curricular ............................................................................................... 61
6.12 Base Nacional Comum .................................................................................... 62
6.13 Parte diversificada ........................................................................................... 62
6.14 Concepção de avaliação ................................................................................. 62
6.15 Conselho de Classe ........................................................................................ 65
6.16 Formas de registro da avaliação ..................................................................... 65
6.17 Periodicidade da avaliação ............................................................................. 66
6.18 Proposta de recuperação de estudo ............................................................... 66
6.19 Avaliação institucional ..................................................................................... 66
6.20 Acompanhamento e avaliação do PPP ........................................................... 67
7. MARCO OPERACIONAL
7.1 Gestão Democrática ........................................................................................ 68
7.2 Formação continuada ...................................................................................... 68
7.3 Ações relativa à recuperação de estudos do aluno ........................................ 69
7.4 Linhas de ação para o trabalho pedagógico, administrativo, financeiro e político educacional .........................................................................................
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7.5 Intervenções Pedagógicas
7.5.1 Sala de Recursos Multifuncional...................................................................... 71
7.6 Diversidade Educacional
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7.6.1 Inclusão educacional ....................................................................................... 73
7.6.2 Cultura Afro brasileira ...................................................................................... 74
7.6.3 História e cultura dos povos indígenas ........................................................... 76
7.6.4 Educação do campo
7.6.4.1 Educação do campo: constituição, concepção e a escola do campo ............. 78
7.6.4.2 A educação rural no Brasil .............................................................................. 78
7.6.4.3 A constituição e concepção da educação do campo ...................................... 80
7.6.4.4 Educação do campo: direito nosso e dever do estado ................................... 80
7.6.5 Desafios educacionais contemporâneos
7.6.5.1 Educação Ambiental ....................................................................................... 83
7.6.5.2 Cidadania e direitos humanos ......................................................................... 85
7.6.5.3 Enfrentamento a violência na escola .............................................................. 86
7.6.5.4 Prevenção ao uso indevido de drogas ............................................................ 87
7.6.5.5 Gênero e diversidade sexual ........................................................................... 88
7.6.5.6 Educação fiscal ............................................................................................... 90
7.6.5.7 Estatuto do idoso ............................................................................................. 91
7.6.6 História do Paraná ........................................................................................... 92
7.6.7 Equipe Multidisciplinar ..................................................................................... 92
7.6.7.1 Plano de ação da equipe multidisciplinar ........................................................ 93
7.6.8 Brigada Escolar
7.6.8.1 Introdução ....................................................................................................... 99
7.6.8.2 Plano de abandono ......................................................................................... 99
7.6.8.3 Legislação ....................................................................................................... 100
7.6.8.4 Terminologia, encargos, funções e encarregados
7.6.8.4.1 Ponto de encontro ........................................................................................... 101
7.6.8.4.2 Rota de fuga .................................................................................................... 101
7.6.8.4.3 Membros da brigada escolar ........................................................................... 101
7.6.8.4.4 Organograma da brigada escolar .................................................................... 105
7.6.8.4.5 Preparação do ambiente escolar .................................................................... 105
7.6.9 Instâncias colegiadas ...................................................................................... 105
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7.6.9.1 APMF – Associação de pais, mestres e funcionários ..................................... 106
7.6.9.2 Reuniões Pedagógicas ................................................................................... 107
7.6.9.3 Conselho Escolar ............................................................................................ 107
7.6.9.4 Estágio não obrigatório ................................................................................... 108
7.6.9.5 Adolescente aprendiz ...................................................................................... 109
7.6.10 Projetos Integrados ao PPP
7.6.10.1 Projeto Festa Junina ....................................................................................... 110
7.6.10.2 Projeto Descobrindo a vida – Feira de Ciências ............................................. 111
7.6.10.3 Projeto Cataratas/Itaipu ................................................................................... 112
7.6.10.4 Projeto Mostra Cultural .................................................................................... 114
7.6.10.5 Projeto Olimpíada de Matemática ................................................................... 115
7.6.10.6 Projeto Horta Orgânica .................................................................................... 117
7.6.11 Bibliografia ..................................................................................................... 120
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1. APRESENTAÇÃO
O Projeto Político Pedagógico deste estabelecimento de ensino busca
explicitar as ações pedagógicas desenvolvidas pelo corpo de professores,
funcionários, equipe pedagógica, área administrativa, alunos e pais, entendendo que
todos estão envolvidos no processo de ensino-aprendizagem como integrantes da
Comunidade Escolar, e responsáveis pelo êxito da formação plena dos alunos.
Além de nortear o trabalho do colégio, o Projeto Político-Pedagógico visa
envolver a comunidade escolar no compromisso político e pedagógico da formação
dos alunos.
Neste sentido, quanto maior a participação da comunidade na elaboração e
implementação do Projeto Político-Pedagógico, maior será o seu compromisso em
levar adiante as prescritivas do mesmo.
Por se tratar de um documento que não se apresenta de forma acabada,
uma vez que o trabalho didático pedagógico precisa constantemente ser reavaliado
e repensado, o Projeto Político-Pedagógico necessita estar na pauta cotidiana de
trabalho dos envolvidos com o processo educativo, para que a contribuição para a
construção de uma sociedade mais justa e igualitária possa se efetivar.
Sabemos, contudo, das limitações do trabalho da escola, em relação às
intervenções na sociedade, pois
“a relação entre ensino e aprendizagem é um fenômeno complexo, pois diversos fatores de ordem social, política e econômica interferem na dinâmica da sala de aula, isto porque a escola não é uma instituição independente, está inserida na trama do tecido social. Desse modo, as interações estabelecidas na escola revelam múltiplas facetas do contexto mais amplo em que o ensino se insere”.
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Mesmo tendo os fatores sociais, políticos e econômicos como seus
principais determinantes, a escola é, como afirma Saviani, determinada pela
sociedade na qual está inserida, porém também pode apresentar-se como
determinante desta mesma sociedade
“sendo esta determinada de forma absoluta pela sociedade, isso significa que se ignora a categoria de ação recíproca, ou seja, que a Educação é, sim, determinada pela sociedade, mas que essa determinação é relativa e
1 REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 16
ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004, pg. 105.
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na forma da ação recíproca – o que significa que o determinado também reage sobre o determinante”.
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Neste sentido, impõe-se o desafio à comunidade escolar, de lutar por
condições físicas, materiais, políticas e pedagógicas, a fim de tornar o espaço
escolar apto a instrumentalizar e preparar de forma real e possível o educando, para
que a escola deixe de ser somente determinada e passe a ser determinante.
2. FUNDAMENTOS LEGAIS DO PPP:
De acordo com a instrução nº 007/2010 da Secretaria Estadual de
Educação, o Projeto Político Pedagógico dos estabelecimentos de ensino, devem
expressar a autonomia e a identidade de cada escola, sendo construído e
realimentado coletivamente por professores, funcionários, direção, coordenação,
alunos, pais e toda a comunidade escolar de acordo com o firmado no artigo 2º da
Deliberação nº 14/99 – CEE e no artigo 4º da Deliberação nº 16/99 - CEE.
Este importante documento deve conter o histórico da instituição, suas
concepções filosóficas, pedagógicas, psicológicas e o planejamento a curto, médio e
longo prazo das ações que serão praticadas pela escola.
O Projeto Político-Pedagógico expressa os princípios que fundamentam e
organizam toda a prática pedagógica através das quais são subsidiadas as
decisões, a condução das ações, dos programas desenvolvidos no estabelecimento
de ensino, os impactos destes sobre o processo de ensino aprendizagem, bem
como a análise dos seus resultados.
De acordo com a instrução nº 007/2010 o PPP deve:
[...]expressar o movimento da prática pedagógica, de forma dinâmica e não fragmentada, contudo para efeitos apenas didáticos, pode ser organizado através de elementos conceituais (os fundamentos), situacionais (diagnóstico) e operacionais (planejamento):
Identificação: localização, aspectos históricos, caracterização do atendimento, situação administrativa e geográfica, suas condições físicas, materiais e de recursos humanos, aspectos quantitativos e qualitativos; porte, regime escolar: classificação, reclassificação, promoção; progressão parcial, quantidade de profissionais em cada setor, quantidade de alunos, localização da instituição de ensino, características da comunidade escolar, corpo docente, corpo discente, perfil sócio econômico da comunidade escolar, organização da entidade escolar como um todo
O diagnóstico da instituição de ensino (Marco Situacional): Possibilidades e necessidades de avanços da prática pedagógica; identificação dos problemas relativos à gestão escolar, à aprendizagem, à
2 SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-crítica: primeiras aproximações. São Paulo:
Cortez: Autores Associados, 1991, pg. 95.
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participação dos pais, à formação inicial, ao atendimento da formação continuada dos profissionais da educação, à organização do tempo e do espaço, aos índices de aproveitamento escolar, à relação entre os profissionais da escola e discentes, aos equipamentos físicos e pedagógicos, aos critérios de organização das turmas, ao acompanhamento e realização da hora atividade e outros.
Princípios didático-pedagógicos (Marco Conceitual): concepção de educação, de homem, de mundo, de sociedade, de cultura, de gestão, de currículo, de conhecimento, de tecnologia, de ensino-aprendizagem, de avaliação, de cidadania, de tempo, de espaço e de formação continuada.
Planejamento de ações da escola (Marco Operacional): define linhas de ação e reorganização do trabalho pedagógico escolar, a curto, médio e longo prazo, na perspectiva pedagógica, administrativa e político-social, à luz de todos os elementos da prática pedagógica.
A elaboração do PPP está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional 9394/96, nos seus artigos 13, 14 e 15. O Projeto Político-Pedagógico
deverá ser discutido, aprovado e acompanhado em sua efetivação pelo Conselho
Escolar, conforme previsto no artigo 6º, § 1º da Deliberação N° 16/99 – CEE. 3. O
Projeto Político-Pedagógico em seus encaminhamentos, fundamentos e princípios
deve ser legitimado pelo Regimento Escolar, o qual, da mesma forma, deve ser
construído e definido coletivamente e aprovado pelo Conselho Escolar.
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3. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO:
3.1. Dados Gerais:
Nome da escola: Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet - Ensino
Fundamental e Médio.
Endereço: Rua Agibe Rosalino Vivian, s/n, Distrito de Sede Alvorada, Município de
Cascavel.
CEP: 85822-000
Telefone: (45) 3271-1272
Email: [email protected]
Núcleo Regional de Educação: Cascavel
Código da instituição (INEP): 41071980
Entidade Mantenedora: Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED
Regime de tempo escolar: seriado.
Organização Curricular: por disciplinas.
Oferta de Ensino: fundamental e médio.
Turnos de funcionamento: matutino e vespertino.
Número de turmas: 7 (4 no período da manhã e 3 no período da tarde).
Autorização de funcionamento da escola: Res. 464/1990 DOE 02/03/1990
Credenciamento para oferta da Educação Básica: Res. 3139/2012 DOE
12/06/2012
Ato de autorização e reconhecimento do Ensino Médio: Res. 1392/2006
Renovação de reconhecimento do Ensino Médio: Res. 3659/2015
Ato de autorização e reconhecimento do Ensino Fundamental: Res. 464/1990
Renovação do reconhecimento do Ensino Fundamental: Res. 607/2014
Ato de autorização da Sala Rec. S. Fi. D. Intel. Tran. F. E. : Res. 262/2006
Ato de autorização e reconhecimento da Sala de Recurso Multifuncional: Res.
2316/2016
Renovação de autorização da Sala de Recurso Multifuncional: Res. 4588/2014
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Histórico da instituição:
Localizado nas proximidades da BR 467 entre Cascavel e Toledo, atende
alunos do Distrito de Sede Alvorada e de localidades vizinhas, tais como: Ipiranga,
Chaparral, São Pedro, Esquina Memória, Gramado, São Roque da Lopei e
Planaltina.
A criação da Escola Estadual Pedro Ernesto Garlet foi autorizada pela
Resolução nº. 464/90 em 13/02/1990, pela Secretaria do Estado da Educação, e
reconhecida em 17/09/1992 pela Resolução nº 3057/92 desta mesma secretaria.
No ano de 2005, a escola recebeu, através dos alunos e seus responsáveis,
tanto desta comunidade como de outras vizinhas, pedidos no sentido de ofertar
também o Ensino Médio.
Até então, a oferta do Ensino Médio vinha sendo feita no Município de
Toledo, com o transporte dos alunos por parte da Secretaria de Educação do
Município de Cascavel. No entanto, a escola foi comunicada de que a partir do ano
de 2006 a Prefeitura Municipal de Cascavel, por meio da Secretaria Municipal de
Educação, não mais faria o transporte escolar destes alunos.
Neste sentido, o oferecimento do nível de Ensino Médio aos alunos da
comunidade e comunidades vizinhas pela Escola Estadual do Campo Pedro Ernesto
Garlet, se tornou uma necessidade, já que a distância de outros estabelecimentos
onde o Ensino Médio é ofertado ocasionava a impossibilidade de muitos alunos
frequentarem.
A partir desta necessidade, foi iniciado o processo de implantação do Ensino
Médio na escola, que a partir de 2006, passou a se chamar Colégio Estadual do
Campo Pedro Ernesto Garlet - Ensino Fundamental e Médio.
O transporte dos alunos que moram na zona rural em Sede Alvorada
continuou sendo feito pela parceria Estado/Município, da mesma forma que já vinha
ocorrendo no período matutino, quando eram transportados os alunos da Escola
Estadual e da Escola Municipal.
Atualmente, o colégio conta com treze professores, sendo que uma
professora é para Sala de Recursos Multifuncional; uma professora pedagoga; uma
diretora; uma agente educacional II que exerce a função de secretária; três agentes
educacionais I que exercem a função de serviços gerais e merenda; uma agente
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educacional II que exerce a função de bibliotecária; uma professora de apoio; e uma
agente educacional I que exerce a função de auxiliar operacional.
O Colégio atende aproximadamente 150 alunos, distribuídos em turmas
únicas de 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e de 1ª a 3ª séries do Ensino Médio,
nos turnos matutino e vespertino.
O espaço físico da escola é pequeno, pois na mesma dependência também
funciona o colégio municipal deste distrito. O prédio precisa de reformas e os
recursos materiais existentes nem sempre são suficientes para suprir as
necessidades, tanto pedagógicas como administrativas.
3.2. Organização Interna da Escola:
3.2.1 Conselho Escolar:
O Conselho Escolar é um órgão colegiado de natureza deliberativa,
consultiva, avaliativa e fiscalizadora sobre a organização e a realização do trabalho
pedagógico e administrativo da instituição de ensino, em conformidade com a
legislação educacional vigente e orientações da Secretaria de Estado da Educação.
É composto por representantes da comunidade escolar e representantes de
movimentos sociais organizados e comprometidos com a educação pública,
presentes na comunidade, sendo presidido por seu membro nato, o (a) diretor (a)
escolar.
A comunidade escolar é compreendida como o conjunto dos profissionais da
educação atuantes no estabelecimento de ensino, alunos devidamente matriculados
e frequentando regularmente, pais e/ ou responsáveis legais pelos alunos. A
participação dos representantes dos movimentos sociais organizados, presentes na
comunidade, não ultrapassará um quinto (1/5) do colegiado.
O Conselho Escolar poderá eleger seu vice-presidente dentre os membros
que o compõem, maiores de 18 (dezoito) anos e tem como principais atribuições,
acompanhar a efetivação do Projeto Político Pedagógico da instituição de ensino.
Cabe ao Conselho Escolar dar anuência no Regimento Escolar e atuar no
âmbito da instituição de ensino, conforme atribuições definidas em estatuto próprio.
Os representantes do Conselho Escolar são escolhidos entre seus pares,
mediante processo eletivo, de cada segmento escolar, garantindo-se a
representatividade dos níveis e modalidades de ensino.
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As eleições dos membros do Conselho Escolar, titulares e suplentes, realizar-
se-ão em reunião de cada segmento convocada para este fim, para um mandato de
02 (dois) anos, admitindo-se uma única reeleição consecutiva.
O Conselho Escolar, de acordo com o princípio da representatividade e da
proporcionalidade, é constituído pelos seguintes conselheiros:
I. Diretor (a);
II. Representante da Equipe Pedagógica;
III. Representante da Equipe Docente (professores);
IV. Representante dos funcionários que atuam nas áreas de Administração
Escolar e Operação de Multimeios Escolares;
V. Representante dos funcionários que atuam nas áreas de manutenção de
Infraestrutura Escolar e Preservação do Meio Ambiente, Alimentação Escolar
e Interação com o educando;
VI. Representante dos discentes (estudantes e/ou Grêmio Estudantil);
VII. Representante de pais ou responsáveis por alunos;
VIII. Representante da Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF);
IX. Representante dos movimentos sociais organizados da comunidade.
O Conselho Escolar é regido por Estatuto próprio, aprovado por 2/3 (dois terços)
de seus integrantes.
3.2.2 Direção:
A direção escolar é composta pelo diretor (a) e diretor (a) auxiliar, escolhidos
democraticamente entre os componentes da comunidade escolar, conforme
legislação em vigor. A função de diretor (a), como responsável pela efetivação da
gestão democrática, é a de assegurar o alcance dos objetivos educacionais
definidos no Projeto Político Pedagógico da instituição de ensino.
Compete ao diretor (a):
I. cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor;
II. responsabilizar-se pelo patrimônio público escolar recebido no ato da
posse;
III. coordenar a elaboração e acompanhar a implementação do Projeto
Político Pedagógico da escola, construído coletivamente e apreciado pelo Conselho
Escolar;
IV. coordenar e incentivar a qualificação permanente dos profissionais da
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educação;
V. implementar a proposta pedagógica curricular da instituição de ensino,
em observância às Diretrizes Curriculares Nacionais e Diretrizes Curriculares
Orientadoras da Educação Básica para a rede Estadual de Ensino;
VI. coordenar a elaboração do Plano de Ação da instituição de ensino e
submetê-lo à aprovação do Conselho Escolar;
VII. convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, dando
encaminhamento às decisões tomadas coletivamente;
VIII. elaborar os planos de aplicação financeira sob sua responsabilidade,
consultando a comunidade escolar e colocando-os em edital público;
IX. prestar contas dos recursos recebidos, submetendo sua aplicação e
utilização à aprovação do Conselho Escolar e fixando-os em edital público;
X. coordenar a construção coletiva do Regimento Escolar, em
consonância com a legislação em vigor, submetendo-o à apreciação do Conselho
Escolar e, após, encaminhá-lo ao Núcleo Regional de Educação para a devida
aprovação;
XI. garantir o fluxo de informações no estabelecimento de ensino e deste
com os órgãos da administração estadual;
XII. encaminhar aos órgãos competentes as propostas de modificações no
ambiente escolar, quando necessárias, aprovadas pelo Conselho Escolar;
XIII. deferir os requerimentos de matrícula;
XIV. elaborar, juntamente com a equipe pedagógica e coordenação, o
calendário escolar, de acordo com as orientações da Secretaria de Estado da
Educação, submetê-lo à apreciação do Conselho Escolar e encaminhá-lo ao Núcleo
Regional de Educação para homologação;
XV. acompanhar, juntamente com a equipe pedagógica, o trabalho docente
e o cumprimento dos dias letivos, da carga horária, conteúdos aos discentes e
estágios;
XVI. assegurar o cumprimento dos dias letivos, horas-aula e horas-
atividade estabelecidos;
XVII. promover grupos de trabalho e estudos ou comissões encarregadas
de estudar e propor alternativas para atender aos problemas de natureza
pedagógico-administrativa no âmbito escolar;
XVIII. Propor à Secretaria de Estado da Educação, via Núcleo Regional de
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Educação, após aprovação do Conselho Escolar, alterações na oferta de ensino e
abertura ou fechamento de cursos;
XIX. participar e analisar a elaboração dos Regulamentos Internos e
encaminhá-los ao Conselho Escolar para aprovação;
XX. supervisionar o preparo da merenda escolar, quanto ao cumprimento
das normas estabelecidas na legislação vigente atendendo às exigências sanitárias
e padrões de qualidade nutricional;
XXI. presidir o Conselho de Classe e o Conselho Escolar, dando
encaminhamento às decisões tomadas coletivamente;
XXII. definir horário e escalas de trabalho dos Funcionários que atuam nas
Áreas de Administração Escolar e Operação de Multimeios Escolares e equipe; dos
Funcionários que atuam nas Áreas de Manutenção de Infraestrutura Escolar e
Preservação do Meio Ambiente, Alimentação Escolar e Interação com o Educando;
XXIII. articular processos de integração da escola com a comunidade;
XXIV. solicitar ao Núcleo Regional de Educação suprimento e cancelamento
na demanda de funcionários e professores, observando as instruções emanadas da
Secretaria de Estado da Educação;
XXV. participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição de projetos
a serem inseridos no Projeto Político Pedagógico regulamentado no Regimento
Escolar da instituição de ensino, juntamente com a comunidade escolar;
XXVI. participar, com a equipe pedagógica e corpo docente, da análise e
definição de projetos/programas a serem inseridos no Projeto Político Pedagógico
da instituição de ensino, juntamente com a comunidade escolar, possibilitando a
implementação dos mesmos;
XXVII. cooperar com o cumprimento das orientações técnicas de vigilância
sanitária e epidemiológica;
XXVIII. viabilizar salas adequadas quando da oferta do ensino extracurricular
plurilinguístico da Língua Estrangeira Moderna, pelo Centro de Línguas Estrangeiras
Modernas – CELEM;
XXIX. assegurar a realização do processo de avaliação institucional da
instituição de ensino;
XXX. zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,
funcionários e famílias;
XXXI. manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com a
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comunidade escolar e demais segmentos;
XXXII. possibilitar e acompanhar o desenvolvimento dos programas federal e
estadual, no âmbito escolar;
XXXIII. cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar;
XXXIV. assegurar a composição da Equipe Multidisciplinar possibilitando sua
atuação educativa no âmbito escolar no que se refere a Educação das Relações
Étnico-Raciais;
XXXV. acompanhar o processo de atendimento pedagógico domiciliar ao
aluno impossibilitado de frequentar às aulas por problemas de saúde ou por licença
maternidade, devidamente comprovado por atestado/laudo médico, conforme
dispositivos legais;
XXXVI. fornecer informações ao responsável pela SAREH no NRE e ao
pedagogo que presta serviço na entidade conveniada sempre que solicitado;
XXXVII. possibilitar a implementação do “Programa Brigadas Escolares –
Defesa Civil na Escola”, indicando funcionários e profissionais da instituição de
ensino para compor o grupo da Brigada Escolar e acompanhar o desenvolvimento
de suas ações;
XXXVIII. participar com o Grupo Brigada Escolar na organização do Plano de
Abandono das edificações e acompanhar o desenvolvimento de suas ações;
XXXIX. participar com as equipes pedagógica e docente na construção de
estratégias pedagógicas de superação de todas as formas de discriminação,
preconceito e exclusão social;
XL. assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra qualquer tratamento
discriminatório em decorrência de diferenças físicas, étnicas, de gênero, orientação
sexual, credo, ideologia, condição sócio cultural;
XLI. viabilizar a igualdade de condições de acesso, permanência, inclusão e
sucesso do aluno na escola, respeitando a diversidade, a pluralidade cultural e as
peculiaridades de cada aluno, no processo de ensino-aprendizagem;
XLII. desenvolver campanhas educativas, informativas e de conscientização
com a utilização de cartazes e de recursos de áudio e audiovisual, esclarecendo
sobre os aspectos éticos e legais que envolve o bullying;
XLIII. orientar e auxiliar pais ou responsáveis legais, vítimas e agressores
sobre como proceder diante da prática do bullying, encaminhando-os para a rede de
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serviços sociais, sempre que necessário.
XLIV. definir horário e escalas de trabalho dos funcionários da educação que
atuam nas Áreas de Administração Escolar, Operação de Multimeios Escolares,
Manutenção de Infraestrutura Escolar, Preservação do Meio Ambiente, Alimentação
Escolar, Interação com o aluno (a), garantindo que, no intervalo do almoço e das
atividades, os (as) alunos (as) matriculados (as) nas Atividades de Ampliação de
Jornada, sejam atendidos nas especificidades dessa oferta;
XLV. supervisionar o preparo da merenda escolar e o almoço, para todos os
alunos, matriculados nas Atividades de Ampliação de Jornada;
XLVI. viabilizar espaços físicos adequados para o desenvolvimento das
atividades pedagógicas e dos intervalos para almoço, lanches e descanso dos
alunos matriculados nas Atividades de Ampliação de Jornada ou em regime de
Educação em Tempo Integral;
LVII. disponibilizar materiais e recursos pedagógicos necessários para o
desenvolvimento das atividades diferenciadas, propostas nas Atividades de
Ampliação de Jornada ou no currículo da Educação em Tempo Integral.
3.2.3. Equipe Pedagógica:
A equipe pedagógica é responsável pela coordenação da implantação e
implementação, na instituição de ensino, das Diretrizes Curriculares Nacionais
Gerais da Educação Básica e Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação
Básica, para a rede Estadual de Ensino contempladas/inseridas no Projeto Político
Pedagógico e regulamentadas no Regimento Escolar, em consonância com a
política educacional e orientações emanadas da Secretaria de Estado da Educação
e é composta por professores graduados em Pedagogia.
Compete à equipe pedagógica:
I. coordenar a elaboração coletiva do Projeto Político Pedagógico - PPP
e a sua regulamentação no Regimento Escolar e do Plano de Ação e acompanhar a
efetiva implementação dos mesmos, na instituição de ensino;
II. orientar a comunidade escolar na construção de um processo
pedagógico, em uma perspectiva democrática;
III. participar e intervir, junto à direção, na organização do trabalho
pedagógico escolar, no sentido de realizar a função social e a especificidade da
educação escolar;
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IV. coordenar a construção coletiva e a efetivação da Proposta
Pedagógica Curricular na instituição de ensino, a partir das políticas educacionais da
Secretaria de Estado da Educação, das Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Básica e das Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica
para a rede Estadual de Ensino bem como, observado as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais, em Direitos Humanos e
Ambiental;
V. orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho Docente
junto ao coletivo de professores da instituição de ensino;
VI. promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para
reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico visando à
elaboração de propostas de intervenção para a qualidade de ensino para todos;
VII. participar da elaboração de projetos de formação continuada dos
profissionais da instituição de ensino, que tenham como finalidade a realização e o
aprimoramento do trabalho pedagógico escolar;
VIII. organizar, junto à direção da escola, a realização dos Pré-Conselhos
de Classe e dos Conselhos de Classe, de forma a garantir um processo coletivo de
reflexão-ação sobre o trabalho pedagógico desenvolvido no estabelecimento de
ensino;
IX. coordenar a elaboração de proposta de intervenção pedagógica e de
recuperação de estudos, decorrentes das decisões do Conselho de Classe e
acompanhar a sua efetivação;
X. subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de professores
da instituição de ensino, promovendo estudos sistemáticos, trocas de experiências,
debates e oficinas pedagógicas;
XI. organizar a hora-atividade dos professores da instituição de ensino, de
maneira a garantir que esse espaço-tempo seja de efetivo trabalho pedagógico;
XII. proceder à análise dos dados do aproveitamento escolar de forma a
desencadear um processo de reflexão sobre esses dados, junto à comunidade
escolar, com vistas a promover a aprendizagem de todos os alunos;
XIII. coordenar o aprimoramento e de modificação do Projeto Político
Pedagógico e sua regulamentação no Regimento Escolar em forma de adendo
regimental, garantindo a participação democrática de toda a comunidade escolar;
XIV. participar do Conselho Escolar, quando representante do seu segmento,
18
subsidiando teórica e metodologicamente as discussões e reflexões acerca da
organização e efetivação do trabalho pedagógico escolar;
XV. orientar e acompanhar a distribuição e disponibilização, conservação e
utilização dos livros e demais materiais pedagógicos, no estabelecimento de ensino.
XVI. coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e
seleção de materiais, equipamentos e/ou livros de uso didático-pedagógico, a partir
do Projeto Político Pedagógico da instituição de ensino;
XVII. planejar com o coletivo escolar, os critérios pedagógicos de utilização
dos espaços da biblioteca;
XVIII. acompanhar as atividades desenvolvidas nos Laboratórios de Química,
Física e Biologia e de Informática;
XIX. propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e de sua
participação nos diversos momentos e Órgãos Colegiados da escola;
XX. coordenar o processo democrático de representação docente de cada
turma;
XXI. colaborar com a direção na distribuição das aulas, conforme orientação
da Secretaria de Estado da Educação;
XXII. coordenar, junto à direção, o processo de distribuição de aulas e
disciplinas, a partir de critérios legais, didático-pedagógicos e do Projeto Político
Pedagógico da instituição de ensino;
XXIII. acompanhar os estagiários vindos de outras instituições de ensino
quanto às atividades a serem desenvolvidas na Instituição de ensino;
XXX. promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de
todas as formas de discriminação, preconceito e exclusão social;
XXXI. coordenar a análise de projetos e programas a serem inseridos no
Projeto Político Pedagógico da instituição de ensino;
XXXII. acompanhar o processo de avaliação institucional da instituição de
ensino realizada mediante avaliação interna avaliação externa e pelo desempenho
dos estudantes;
XXXIII. participar na elaboração do Regulamento interno e os regulamentos
que estabelecem o uso dos espaços pedagógicos;
XXXIV. orientar, coordenar e acompanhar a efetivação de procedimentos
didático-pedagógicos referentes à avaliação processual e aos processos de
classificação, reclassificação, aproveitamento de estudos, adaptação e progressão
19
parcial, conforme legislação em vigor;
XXXV. organizar e acompanhar, juntamente com a direção, as reposições de
dias letivos, horas e conteúdos aos discentes;
XXXVII. registrar o acompanhamento da vida escolar do aluno;
XXXVIII. organizar registros para o acompanhamento da prática pedagógica
dos docentes da instituição de ensino;
XLI. acompanhar os aspectos de sociabilização e aprendizagem dos alunos,
realizando contato com a família com o intuito de promover ações para o seu
desenvolvimento integral;
XLII. acompanhar a frequência escolar dos alunos, contatando as famílias e
encaminhando-os aos órgãos competentes, quando necessário;
XLIII. acionar serviços de proteção à criança e ao adolescente, sempre que
houver necessidade de encaminhamentos;
XLIV. orientar e acompanhar o desenvolvimento escolar dos alunos público
alvo da Educação Especial, nos aspectos pedagógicos, adaptações físicas e
curriculares e no processo de inclusão na escola;
XLV. manter contato com os professores dos serviços de apoio complementar
e suplementar especializados de alunos, público alvo da educação especial, para
intercâmbio de informações e trocas de experiências, visando à articulação do
trabalho pedagógico entre Educação Especial e ensino regular;
L. assegurar a realização do processo de avaliação institucional da instituição
de ensino;
LI. manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com colegas,
alunos, pais e demais segmentos da comunidade escolar;
LII. zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,
funcionários e famílias;
LIII. elaborar o seu plano de ação e orientar a elaboração do plano de ação da
instituição de ensino;
LIV. assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra qualquer tratamento
discriminatório em decorrência de diferenças físicas, étnicas, de gênero, orientação
sexual, credo, ideologia, condição sócio cultural;
LV. viabilizar a igualdade de condições para a de acesso, permanência,
inclusão e sucesso do aluno na escola, respeitando a diversidade, a pluralidade
cultural e as peculiaridades de cada aluno, no processo de ensino-aprendizagem;
20
LVI. participar da equipe multidisciplinar da Educação das Relações Étnico-
Raciais, subsidiando professores, funcionários e alunos;
LVII. fornecer informações ao responsável pelo Serviço de Atendimento à
Rede de Escolarização Hospitalar-SAREH no Núcleo Regional de Educação e ao
pedagogo que presta serviço na instituição conveniada;
LVIII. viabilizar junto à equipe docente, o atendimento pedagógico domiciliar,
para os alunos (as) impossibilitados de frequentar às aulas por problemas de saúde
ou licença maternidade comprovado por atestado/laudo médico, conforme os
dispositivos legais;
LIX. coordenar e orientar a equipe docente quanto a forma de atendimento e
na elaboração do material didático a ser disponibilizado para os (as) alunos (as)
impossibilitados (as) de frequentar a escola por problema da saúde ou licença
maternidade, comprovado por atestado/laudo médico, acompanhando o processo de
avaliação, formas de registros, orientando também a secretaria escolar, na
organização da documentação escolar, desse (a) aluno (a);
LX. organizar juntamente com o professor especializado o cronograma de
atendimento dos alunos matriculados nas Salas de Recursos Multifuncional.
3.2.4. Corpo Docente:
A equipe docente é constituída de professores regentes, devidamente
habilitados. Os docentes especializados em educação especial que atuam na
Educação Básica, com alunos com deficiência física neuromotora, são nominados
de Professores de Apoio a Comunicação Alternativa. Os docentes especializados em
educação especial que atuam na Educação Básica, com alunos com Transtornos
Globais do Desenvolvimento são nominados de Professores de Apoio Educacional
Especializado.
Compete aos docentes:
I. participar da elaboração, implementação e avaliação do Projeto Político
Pedagógico e sua regulamentação no Regimento Escolar da instituição de ensino,
construído de forma coletiva e apreciado pelo Conselho Escolar;
II. elaborar, com a equipe pedagógica, as Propostas Pedagógicas
Curriculares da instituição de ensino, integrados no seu Projeto Político Pedagógico
e participar da sua regulamentação no Regimento Escolar, em consonância às
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica e as Diretrizes
21
Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual de Ensino;
III. participar do processo de escolha, juntamente com a equipe pedagógica,
dos livros e materiais didáticos, em consonância com o Projeto Político Pedagógico
da instituição de ensino;
IV. elaborar seu Plano de Trabalho Docente;
V. desenvolver as atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão
crítica do conhecimento, pelo aluno;
VI. proceder à reposição dos conteúdos, carga horária e/ou dias letivos aos
alunos, quando se fizer necessário, a fim de cumprir o calendário e o Currículo
escolar, resguardando prioritariamente o direito do aluno;
VII. proceder à avaliação contínua, cumulativa e processual dos alunos,
utilizando-se de instrumentos e formas diversificadas de avaliação, previstas no
Projeto Político Pedagógico da instituição de ensino;
VIII. promover o processo de recuperação concomitante de estudos para os
alunos, estabelecendo estratégias diferenciadas de ensino-aprendizagem, no
decorrer do período letivo;
IX. participar do processo de avaliação educacional no contexto escolar dos
alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem, sob coordenação e
acompanhamento do pedagogo, com vistas à identificação de possíveis
necessidades educacionais especiais e posterior encaminhamento aos serviços e
apoios especializados da Educação Especial, se necessário;
X. participar de processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da
escola, com vistas ao melhor desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem;
XI. participar de reuniões, sempre que convocado pela direção;
XII. assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra qualquer tratamento
discriminatório em decorrência de diferenças físicas, étnicas, de gênero, orientação
sexual, de credo, ideologia, condição sócio cultural, entre outras;
XIII. viabilizar a igualdade de condições para a permanência do aluno na
escola, respeitando a diversidade, a pluralidade cultural e as peculiaridades de cada
aluno, no processo de ensino-aprendizagem;
XIV. participar de reuniões e encontros para planejamento e
acompanhamento, junto ao professor de Sala de Recursos e de, a fim de realizar
ajustes ou modificações no processo de intervenção educativa;
XV. estimular o acesso a níveis mais elevados de ensino, cultura, pesquisa
22
e criação artística;
XVI. participar ativamente dos Pré-Conselhos e Conselhos de Classe, na
busca de alternativas pedagógicas que visem ao aprimoramento do processo
educacional, responsabilizando-se pelas informações prestadas e decisões
tomadas, as quais serão registradas e assinadas em Ata;
XVII. propiciar ao aluno a formação ética e o desenvolvimento da autonomia
intelectual e do pensamento crítico, visando ao exercício consciente da cidadania;
XVIII. zelar pela frequência do aluno à escola, comunicando qualquer
irregularidade à equipe pedagógica;
XIX. cumprir o calendário escolar, quanto aos dias letivos, horas-aula e
horas-atividade estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos
dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
XX. cumprir suas horas-atividade no âmbito escolar, dedicando-as a
estudos, pesquisas e planejamento de atividades docentes, sob orientação da
equipe pedagógica, conforme determinações da Secretaria de Estado da Educação;
XXI. manter atualizados os Registros de Classe, conforme orientação da
equipe pedagógica e secretaria escolar, deixando-os disponíveis no estabelecimento
de ensino;
XXII. participar do planejamento e da realização das atividades de
articulação da escola com as famílias a comunidade;
XXIII. desempenhar o papel de representante de turma, contribuindo para o
desenvolvimento do processo educativo;
XXIV. dar cumprimento aos preceitos constitucionais, à legislação
educacional em vigor e ao Estatuto da Criança e do Adolescente, como princípios da
prática profissional e educativa;
XXV. participar com a equipe pedagógica da análise e definição de
programas/ a serem inseridos no Projeto Político Pedagógico da Instituição de
Ensino;
XXVI. comparecer ao estabelecimento de ensino nas horas de trabalho
ordinárias que lhe forem atribuídas e nas extraordinárias, quando convocado;
XXVIII. zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,
funcionários e famílias;
XXIX. manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus
colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
23
XXX. participar da avaliação institucional, conforme orientação da Secretaria
de Estado da Educação;
XXXI. trabalhar a temática da Educação das Relações Étnico Raciais para o
Ensino de História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena em todas as
disciplinas;
XXXII. cumprir e fazer cumprir o Regimento Escolar.
3.2.5 Setor Técnico Administrativo:
Os funcionários das áreas de administração escolar e operação de multimeios
escolares atuam na secretaria, biblioteca e laboratório da instituição de ensino. O
funcionário que atua na secretaria como secretário (a) escolar é indicado pela
direção da instituição de ensino e designado por Ato Oficial, conforme normas da
Secretaria de Estado da Educação. O serviço da secretaria é coordenado e
supervisionado pela direção.
Compete a (o) Secretária (o) Escolar:
I. conhecer o Projeto Político Pedagógico da instituição de ensino;
II. cumprir a legislação em vigor e as instruções normativas emanadas da
Secretaria de Estado da Educação, que regem o registro escolar do aluno e a vida
legal da instituição de ensino;
III. distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da secretaria aos
demais funcionários;
IV. receber, redigir e expedir a correspondência que lhe for confiada;
V. organizar e manter atualizados a coletânea de legislação, resoluções,
instruções normativas, ordens de serviço, ofícios e demais documentos;
VI. efetivar e coordenar as atividades administrativas referentes à
matrícula, transferência e conclusão de curso;
VII. elaborar relatórios e processos de ordem administrativa a serem
encaminhados às autoridades competentes;
VIII. encaminhar à direção, em tempo hábil, todos os documentos que
devem ser assinados;
IX. organizar e manter atualizado o arquivo escolar ativo e conservar o
inativo, de forma a permitir, em qualquer época, a verificação da identidade e da
regularidade da vida escolar do aluno e da autenticidade dos documentos escolares;
X. responsabilizar-se pela guarda e expedição da documentação escolar
24
do aluno, respondendo por qualquer irregularidade;
XI. manter atualizados os registros escolares dos alunos no sistema
informatizado;
XII. organizar e manter atualizado o arquivo com os atos oficiais da vida
legal da escola, referentes à sua estrutura e funcionamento;
XIII. atender a comunidade escolar, na área de sua competência, prestando
informações e orientações sobre a legislação vigente e a organização e
funcionamento da instituição de ensino, conforme disposições do Regimento
Escolar;
XIV. zelar pelo uso adequado e conservação dos materiais e equipamentos
da secretaria;
XV. orientar os professores quanto ao prazo de entrega do Livro Registro
de Classe com os resultados da frequência e do aproveitamento escolar dos alunos;
XVI. cumprir e fazer cumprir as obrigações inerentes às atividades
administrativas da secretaria, quanto ao registro escolar do aluno referente à
documentação comprobatória, de adaptação, aproveitamento de estudos,
progressão parcial, classificação, reclassificação e regularização de vida escolar;
XVII. organizar o Livro Ponto de professores e funcionários, encaminhando
ao setor competente a sua frequência, em formulário próprio;
XVIII. secretariar os Conselhos de Classe e reuniões, redigindo as
respectivas Atas;
XIX. conferir, registrar e/ou patrimoniar materiais e equipamentos recebidos;
XX. comunicar imediatamente à direção toda irregularidade que venha
ocorrer na secretaria da escola;
XXI. participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por
iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento
profissional de sua função;
XXIII. auxiliar a equipe pedagógica e direção para manter atualizados os
dados no Sistema de Controle e Remanejamento dos Livros Didáticos;
XXIV. fornecer dados estatísticos inerentes às atividades da secretaria
escolar, quando solicitado;
XXV. participar da avaliação institucional, conforme orientações da
Secretaria de Estado da Educação;
XXVI. zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,
25
funcionários e famílias;
XXVII. manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus
colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
XXXI. organizar a documentação escolar do aluno afastado da escola por
problema de saúde ou por licença maternidade, comprovado por atestado/laudo
médico, conforme os dispositivos legais;
XXXII. incluir o nome social do aluno(a) travesti ou transexual, maior de 18
anos, que requeira por escrito, esta inserção nos documentos escolares internos da
escola; (Parecer nº 01/2009 – CP/CEE e Instrução Conjunta nº 02/2010 –
SEED/SUED/DAE);
XXXIII. anexar a Ficha Individual de Serviço de Atendimento à Rede de
Escolarização Hospitalar à Ficha Individual do Aluno e, posteriormente, arquivar na
Pasta Individual;
XXXVIII. organizar a documentação escolar do aluno afastado da escola por
problema de saúde ou por licença maternidade, comprovado por atestado/laudo
médico, conforme os dispositivos legais;
XXXIX. exercer as atribuições específicas de sua função e, quando
necessário, participar e auxiliar nas demais atribuições, correlatos à sua função,
conforme regulamenta o Regimento Escolar.
3.2.5.1 Compete ao funcionário que atua na biblioteca escolar, indicado pela
direção da instituição de ensino:
I. cumprir e fazer cumprir o Regulamento de uso da biblioteca,
assegurando organização e funcionamento;
II. atender a comunidade escolar, disponibilizando e controlando o
empréstimo de livros, de acordo com Regulamento próprio;
III. auxiliar na implementação dos projetos de leitura previstos na
Proposta Pedagógica Curricular da instituição de ensino;
IV. auxiliar na organização do acervo de livros, revistas, gibis, vídeos,
DVDs, entre outros;
V. encaminhar à direção sugestão de atualização do acervo, a partir das
necessidades indicadas pelos usuários;
VI. zelar pela preservação, conservação e restauro do acervo;
26
VII. registrar o acervo bibliográfico e dar baixa, sempre que necessário;
VIII. receber, organizar e controlar o material de consumo e equipamentos
da biblioteca;
IX. manusear e operar adequadamente os equipamentos e materiais,
zelando pela sua manutenção;
X. participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por
iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento
profissional de sua função;
XI. auxiliar na distribuição e recolhimento do livro didático;
XII. participar da avaliação institucional, conforme orientações da
Secretaria de Estado da Educação;
XIII. zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,
funcionários e famílias;
XIV. manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus
colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;
XV. exercer as atribuições específicas de sua função e, quando necessário,
participar e auxiliar nas demais atribuições, correlatos à sua função, conforme
regulamenta o Regimento Escolar.
3.2.6 Órgãos Auxiliares:
Os segmentos sociais organizados e reconhecidos como Órgãos Colegiados
de representação da comunidade escolar estão legalmente instituídos por Estatutos
e Regulamentos próprios.
A Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMF ou similar, pessoa
jurídica de direito privado, é um órgão de representação dos Pais, Mestres e
Funcionários da instituição de ensino, sem caráter político partidário, religioso, racial
e sem fins lucrativos, não sendo remunerados os seus dirigentes e conselheiros,
sendo constituída por prazo determinado. A Associação de Pais, Mestres e
Funcionários é regida por Estatuto próprio, aprovado em Assembleia Geral,
convocada especificamente para este fim e registrado em cartório.
3.2.7. Estratégias e/ou ações para articulação com as famílias e a comunidade:
Com o objetivo de promover a articulação com os pais e/ou responsáveis
pelos alunos, o Colégio Pedro Ernesto Garlet convida para reuniões de abertura do
27
ano letivo e entrega de boletins. Também são convidadas as famílias e a
comunidade em geral para participarem de eventos como a Festa Junina, que
proporciona uma integração entre a comunidade e também desenvolve no aluno a
atenção e a sociabilização através das apresentações artísticas feitas em público,
bem como proporciona uma maior interação entre escola e comunidade.
4. Fundamentação Teórica:
4.1. Filosofia Educacional:
O Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet visa a educação para a
cidadania assumindo um compromisso com a comunidade de ser educativa,
democrática e transformadora. Construindo o conhecimento em conjunto com o
esforço de todos, pois, a proposta pedagógica caracteriza-se como um processo em
permanente construção pelo coletivo da escola.
A comunidade escolar deve agir com respeito ao indivíduo se comprometendo
em relação aos direitos e deveres individuais e coletivos. Sendo democrática, no
sentido de que todos os seus membros participem da formação da produção do
conhecimento científico.
Dessa forma surge a prática social, através do comprometimento do agir e
interagir, de acordo com uma ideia coletiva e partilhada, o viver e o conviver numa
escola onde o educando é o centro das atenções.
A escola em suas práxis prepara os educandos, formando cidadãos críticos,
pensantes, participantes e atuantes na sociedade na qual estão inseridos, que
saibam escolher e decidir, enfrentar os desafios do cotidiano e transformar a
sociedade.
Neste sentido, a opção filosófica desta instituição é embasada nos
pressupostos do materialismo histórico dialético, A fundamentação, possibilita o
entendimento, em uma perspectiva crítica, da realidade social na qual estamos
inseridos, haja vista que a educação não é uma instância isolada da sociedade
capitalista. Teoria esta pautada nas concepções de estudiosos como Marx e Frigoto.
Segundo Borges (2004, s/p), o método está "fundamentalmente distribuído
nas três grandes matrizes paradigmáticas: positivismo, fenomenologia e
materialismo histórico dialético". Esse aporte exemplifica os conflitos de classe
contrários entre a classe trabalhadora e a hegemonia capitalista tão presente.
28
4.2. Princípios Norteadores:
Ter uma escola inovada, prescreve em muitos aspectos, ir no caminho
contrário da escola atual que temos, esta que se apresenta sem muitas condições,
sem espaço físico adequado, materiais pedagógicos, laboratórios, computadores,
biblioteca, recursos humanos especializados, etc.
Mesmo com as adversidades primamos para termos estes aspectos
amplamente atendidos, seguindo o artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação que estabelece a igualdade de condições para o acesso e permanência
na escola, liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber, o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas,
respeito à liberdade e apreço à tolerância, gratuidade do ensino, valorização do
profissional da educação escolar, gestão democrática, garantia de padrão de
qualidade, valorização da experiência extra-escolar, vinculação entre a educação
escolar, o trabalho e as práticas sociais e as considerações com a diversidade
étnico-racial.
Para isso faz-se necessário uma melhor valorização do professor, para que
este inclusive tenha condições de aperfeiçoamento através de cursos e
especializações.
A mantenedora da escola pública, ou seja, o Estado deve fazer maiores
investimentos na educação, não fugindo de sua responsabilidade de fornecer uma
educação de qualidade.
A qualificação do professor pode proporcionar maior qualidade das aulas,
além de trazer conhecimentos necessários para que o mesmo faça sua escolha
política e ideológica de educação e que embase sua prática pedagógica.
Uma vez que atua na educação pública, frequentada pela massa
trabalhadora, o professor deve ter uma opção ideológica que resgate o aluno,
através da transmissão e apropriação do conhecimento e da possibilidade de
entendimento da prática social em que vive.
Neste sentido, inculcar no aluno o compromisso social que a escola
desempenha, principalmente no sentido de fornecer a ele condições de libertação de
sua situação alienada na sociedade, é uma das grandes tarefas do trabalho
desenvolvido pelos professores e demais envolvidos no processo educativo.
29
A formação do aluno será enriquecida com a convivência e interação social,
resgatando a importância da formação humanizadora, onde receberá concomitante
a este processo, a valorização de conteúdos e reflexões propostos pelas disciplinas
como Filosofia e Sociologia, as quais passaram, a partir de 2007, a fazer parte da
Base Nacional Comum de nossas Diretrizes.
Na situação atual do cotidiano escolar, é preciso resgatar no aluno o
compromisso pelo estudo, de maneira que ele entenda o papel social da educação,
e não como uma obrigação dos pais ou das leis vigentes.
4.3. Objetivos Gerais:
O Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet oferece atualmente o
Ensino Fundamental e Médio. O tipo de formação perseguida pela comunidade
escolar está explicitado ao longo deste documento.
Todavia, muitos dos objetivos em relação à formação pretendida aos alunos,
vão de encontro aos itens citados na LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, n.º 9394/1996, que postulam em relação ao Ensino Fundamental3:
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meio básico o pleno
domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia,
das artes e dos valores em que se fundamentam a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição
de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e
de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
Quanto às finalidades do Ensino Médio4:
I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino
fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar
aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas
condições de ocupação ou aperfeiçoamento posterior;
3 BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB: lei nº.9.394 de 1996. Rio de
Janeiro: DP&A, 1999, artigo 32. 4 Idem, ibidem, artigo 35.
30
III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação
ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
4.4. Diretrizes de Ação da instituição:
A consciência de quem somos nos permite projetar o que precisamos ser
para atingir a efetivação da tarefa educativa. A escola será competente à medida
que se tornar democrática, que esteja a serviço de todos os cidadãos, rompendo
com a seletividade e atingir o equilíbrio entre os valores, as habilidades e
conhecimento. Definir metas é o primeiro passo para tornarmos esta escola real. Na
Área Pedagógica a escola tem como metas:
A viabilização e efetivação deste projeto político pedagógico;
O assessoramento a todos os setores e/ou comunidade escolar sempre que
houver necessidade;
O comprometimento com a viabilização dos projetos propostos e aceitos;
O acompanhamento do processo ensino-aprendizagem, propondo alternativas
para enfrentamento dos problemas;
Atendimento aos alunos com defasagens ou dificuldades no aproveitamento
escolar através da Sala de Recursos Multifuncional;
Desenvolvimento de projetos que atendam às necessidades da comunidade
escolar nas diferentes áreas da formação cidadã;
Parcerias com as instituições de ensino superior, com o desenvolvimento de
projetos de complementação na relação ensino aprendizagem e na
construção/reflexão de valores de convívio como amizade, solidariedade, respeito e
responsabilidade. Na área de relacionamento, as metas propostas são:
Proposição de capacitação em exercício através de grupos de estudos ou outras
formas, com temas relevantes e que atendam necessidades da comunidade escolar.
Orientações através de profissionais habilitados sobre os cuidados do corpo
durante as atividades laborais;
Incentivo ao trabalho em equipe com metas conjuntas;
Monitoramento e avaliação dos diferentes trabalhos desenvolvidos na escola com
feedback positivo;
31
Organização do espaço e tempo escolar para o desenvolvimento de atividades
complementares e que promovam a valorização humana.
Entendimento de que todas as relações estabelecidas na escola têm caráter
educativo.
4.5 Princípios Pedagógicos
Em função da linha pedagógica histórico-crítica adotada por todos os
envolvidos com a educação do Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet,
entende-se que a sistematização do processo ensino-aprendizagem auxilia a
elaboração crítica dos conteúdos, por meio de métodos e técnicas de ensino que
valorizem a pesquisa e a relação democrática.
É fundamental que ao longo de sua escolaridade os estudantes transformem
suas reflexões sobre as vivências sociais, considerando a diversidade de modos de
vida em uma mesma época e em épocas diferentes. É igualmente importante que
aprendam procedimentos para realizar pesquisas históricas, para discernir e refletir
criticamente sobre os indícios das manifestações culturais, dos interesses
econômicos e políticos e dos valores presentes na sua realidade social.
Cabe ao professor, em diferentes momentos de estudo, incentivar a
construção que possa caracterizar contextos históricos, de modo geral, os
conhecimentos históricos tornam-se significativos para os estudantes, como saber
escolar e social, contribuindo para que eles reflitam sobre suas vivências e suas
inserções históricas. É fundamental que aprendam a reconhecer costumes, valores
e crenças em suas atitudes e hábitos cotidianos e na organização da sociedade; a
identificar os comportamentos, as visões de mundo, as formas de trabalho, as
formas de comunicação, as técnicas e as tecnologias em épocas datadas; e a
reconhecer os sentidos e significados para os acontecimentos históricos e
cotidianos.
Oportunizaremos a nossos educandos desenvolver valores e atitudes como
condição imprescindível para o exercício da cidadania, que sejam capazes de
construir conhecimentos, não simplesmente como informação, mas como marca
para o prosseguimento de seus estudos.
32
4.6 Princípios Psicológicos
A aprendizagem dos conteúdos por parte dos alunos significou por muito
tempo um requisito para obter notas, provas, concursos, vestibulares com objetivo
de promoção. No entanto, na perspectiva da Pedagogia Histórico Cultural,
considera-se que a proposta pedagógica construída coletivamente oportuniza a
articulação de todos os elementos da comunidade escolar em torno de objetivos
comuns oriundos da realidade escolar, influenciando na aprendizagem dos alunos.
Para tanto, professores e alunos devem assimilar para que servem os
conteúdos científicos propostos pela escola. Isto exige um novo posicionamento do
professor em relação ao conteúdo e à sociedade. O conhecimento escolar passa a
ser teórico-prático, fundamental na compreensão e na transformação da sociedade.
Neste sentido a abordagem histórico crítica, segundo Vygotsky, privilegia a
importância das interações sociais para o desenvolvimento do indivíduo.
Nessa linha pedagógica, os conteúdos são ministrados de forma a fazer
ligações com outros conteúdos. Busca-se cada vez mais a interdisciplinaridade, não
como forma de pensamento único, mas como uma apreensão crítica das diversas
dimensões da realidade pois a “grande maioria de conhecimentos, habilidades e
procedimentos do comportamento de que dispõe não são o resultado de sua
experiência própria mas adquiridos pela assimilação da experiência histórico-social
de gerações” ( DUARTE,1993).
Desta forma percebe-se que, para o indivíduo construir seu próprio
conhecimento é necessário que se reporte ao conhecimento já adquirido em sua
individualidade e pela sociedade, que está à disposição. Para Gasparin, (2003,p.83),
essa assimilação o torna capaz de compreender a sociedade em que vive, e que se
aproprie dos conhecimentos produzidos historicamente pela humanidade.
5. MARCO SITUACIONAL:
5.1 Localização da escola
O Distrito de Sede Alvorada está localizado entre duas importantes cidades
do Oeste do Estado do Paraná: Toledo e Cascavel. A primeira fica
aproximadamente a 15 km e a segunda, aproximadamente a 25 km da sede do
Distrito.
33
Na sede do Distrito de Sede Alvorada, a população conta com uma modesta
rede de serviços e casas comerciais, sendo que as atividades que marcam a vida
social da comunidade concentram-se no Salão Comunitário da Igreja Católica no
Clube 12 de Outubro.
O Distrito de Sede Alvorada possui uma área de solos férteis na ordem de
9.000 alqueires, onde mais ou menos 70% desta área são ocupados por pequenos e
médios produtores rurais.
5.2 Trajetória histórica da instituição
A partir de 1990, as quatro últimas séries do 1º Grau, até então de
responsabilidade do município, da Escola Arthur Oscar Mombach, passaram para a
dependência administrativa da Secretaria de Estado da Educação do Paraná,
passando a denominar-se então, Escola Estadual Pedro Ernesto Garlet - Ensino de
1º Grau, com autorização de funcionamento e criação em 13/02/90, conforme
Resolução nº. 464/90 da Secretaria do Estado da Educação. Foi reconhecida em
17/09/92 com o reconhecimento do 1º Grau pela Resolução nº. 3057/92.
Desde 1990, passaram pela direção da Escola Pedro Ernesto Garlet:
1990 a 1992: Marlise Schmidt (Indicada pelo NRE)
1992 a 1998: Domingos Cappellesso (Indicado pelo NRE)
1998 a 2003: Domingos Cappellesso (Eleito pela Comunidade Escolar)
2003 a 2007: Domingos Cappellesso (Eleito pela Comunidade Escolar)
2008 a 2010: Domingos Cappellesso (Eleito pela Comunidade Escolar)
2011 a 2014: Domingos Cappellesso (Eleito pela Comunidade Escolar)
2015: Domingos Cappellesso (Extensão do mandato pela SEED);
2015: Nerci Maria Westenhofen Turatto
2016: Nerci Maria Westenhofen Turatto
5.2.1 Breve histórico do patrono deste estabelecimento de ensino
Pedro Ernesto Garlet nasceu no dia 04 de julho de 1915, no município de
Júlio de Castilhos, no Rio Grande do Sul. Era filho de Félix e Catarina Daronch
Garlet, ambos nascidos na Itália.
34
No ano de 1964 adquiriu terras em Sede Alvorada - Cascavel, vindo em 1967
para a região com sua família, sendo um dos pioneiros desta localidade.
Durante a década de 70, destacou-se juntamente com outras lideranças, pela
implantação de diversos benefícios em prol da comunidade, tais como: escola,
igreja, estradas, eletrificação rural, lutou pela implantação e funcionamento dos
clubes 4-S, sindicato e cooperativa.
Em 1975 e anos subsequentes, notabilizou-se juntamente com Arthur Oscar
Mombach (in memoriam) e outros líderes na encampação da luta contra a permuta
de Sede Alvorada para Toledo.
Vencida patrioticamente a questão, e continuando a pertencer para Cascavel,
eis que, nova batalha os esperava: a criação do distrito administrativo de Sede
Alvorada, conquistada anos mais tarde.
Em 1982, constatou-se sofrer de câncer, doença na qual Pedro Ernesto
Garlet combateu com resignação e paciência.
Lamentavelmente, aos 30 dias do mês de agosto de 1989, Pedro Ernesto
faleceu em consequência do câncer.
5.3 Caracterização da comunidade
O perfil sócio-econômico-cultural da Comunidade Escolar do Colégio Estadual
do Campo Pedro Ernesto Garlet - Ensino Fundamental e Médio foi evidenciado
através da aplicação e tabulação de um questionário junto aos alunos realizado
entre os meses agosto e setembro de 2016.
No questionário aplicado, foram respondidas questões relevantes à
caracterização da comunidade escolar, buscando fatores sócio-econômico-culturais
que influenciam no trabalho pedagógico desenvolvido pelo colégio.
A seguir, serão evidenciados os principais dados obtidos em cada pergunta
respondida no questionário pelos alunos e suas famílias, enfatizando as três ou
quatro maiores incidências nas respostas (dependendo da importância da pergunta
para as possíveis intervenções didático-pedagógicas):
Iniciamos o questionário perguntando com quem nossos educandos moram e
62,15% responderam que residem com os pais. Os outros 37,85% disseram morar
apenas com o pai, apenas com a mãe ou algum outro tipo de constituição familiar.
35
Sobre a quantidade de irmãos que nossos alunos possuem 7,85% disseram
ser os únicos filhos, 32,14% afirmaram ter apenas um irmão, 26,42% relataram ter 2
irmãos e os outros 33,59% possuem 3 ou mais irmãos.
Em relação ao estado civil dos pais, verificamos que a maioria dos alunos são
de famílias bem estruturadas sendo 88,68% casados; 5,66% amasiados e 4,71%
separados.
Segundo Piletti (1984), as primeiras experiências educacionais da criança são
geralmente, proporcionadas no ambiente familiar. Através destas influências as
crianças vão moldando seu comportamento. Assim sendo, as crianças que são
afastadas de um ambiente familiar estruturado terão, mais facilmente, dificuldades
de relacionamento e assimilação no aprendizado.
O levantamento da escolaridade do pai mostra que 2,14% dos entrevistados é
analfabeto, 39,28% possuem o Ensino Fundamental, 30,71% o Ensino Médio, 2,85%
concluiu a Graduação e 1,42% a Pós-Graduação.
Em relação à escolaridade da mãe, 2,85% é analfabeta, 44,28% concluiu o
Ensino Fundamental, 27,14% o Ensino Médio, 5,71% possui Graduação e 5% a
Pós-Graduação.
Observamos que a maioria, tanto dos pais quanto das mães, abandonaram os
estudos no Ensino Fundamental.
Segundo reportagem da revista Veja de 06/08/2010, o baixo grau de instrução
dos pais interfere no desempenho escolar dos filhos pois eles se espelham nos pais.
Mauro de Almeida, neurologista e pesquisador, analisa a influência dos pais
na educação dos filhos: “Os pais podem até ter pouco estudo, mas bem orientados
eles podem fazer com que os filhos entendam a importância da escola”.
Os pais que ajudam com o dever, verificam as correções dos professores e
conversam com os filhos, mesmo sobre assuntos não ligados à escola, mostram
interesse pela vida dos mesmos e incentivam uma rotina de estudos, influenciando
positivamente no desempenho escolar, o que se torna mais difícil em famílias
numerosas.
Quanto à renda familiar 18,57% recebem um salário mínimo, 22,85% dois
salários, 17,14% recebem três salários mínimos, 5% quatro salários, 7,14% cinco
salários e 5,71% mais de cinco salários mínimos.
36
Na comunidade, segundo os questionários, 83,96% dos alunos ainda não
estão inseridos no mercado de trabalho, mas auxiliam os pais nos trabalhos
domésticos.
Em relação à moradia 43,87% dizem morar em residência própria, 21,42%
residem em moradia cedida pelo proprietário da terra onde trabalham e 12,85%
moram em residências alugadas. Quanto ao tipo de moradia 60% dos entrevistados
residem em casas de alvenaria, 15% em casa mista e apenas 4,28% em casas de
madeira.
Na distância de casa até a escola observamos que 49,28% residem de 1 a 5
km, 19,28% moram de 5 a 10 km e 21,42% residem a mais de 10 km da escola.
Sobre a forma de captação da água 29,28% possuem água encanada, 24,28
% água de poço artesiano, 20% água de mina e 11,42% água de poço.
Quanto ao acesso à internet 57,14% possuem em suas residências e 25%
não possuem.
Sobre fazer parte ou não de programas sociais do governo, 70% das famílias
não fazem parte de nenhum programa; 7,85% fazem parte da Bolsa Família e 2,83%
de outros programas.
Pesquisa realizada pela PNAD/IBGE em 28/03/2008 confirma influência do
programa Bolsa Família na educação. O benefício chega aos mais pobres e as
famílias apresentam uma elevação na melhoria das suas condições.
Em relação à localização da residência das famílias, 49,28% residem na sede
do distrito e 22,85% residem em outras localidades.
Quanto à locomoção até o colégio, 63,57% utilizam o transporte escolar e
24,28% se utilizam de outros meios de locomoção.
Atualmente a distância e dificuldade de acesso dos alunos que não residem
no distrito prejudica ou impede o planejamento de trabalhos no contra turno.
Quanto ao atendimento médico, 80,18% utilizam os serviços públicos (SUS);
18,86% atendimento particular e 0,95% não informaram.
A maior parte das famílias do distrito dependem de atendimento através do
SUS que geralmente é demorado, prejudicando a qualidade de vida.
À respeito da religião, 85,84% participam da católica; 8,49% evangélica e
5,66% não responderam a esta questão.
37
Em se tratando da continuidade dos estudos, 66,98% dos alunos pretendem
ingressar no Ensino Superior. Através de um trabalho pedagógico, tentaremos
melhorar esse índice mostrando a eles a necessidade de se ter uma faculdade para
melhorar a qualidade de sua vida futura.
Através da observação das informações obtidas pelo questionário
socioeconômico cultural aplicado, podemos verificar alguns fatores.
A situação sócia econômica da maioria dos alunos que frequentam o colégio
é caracterizada pela classe média, com alguns alunos carentes, sendo que são
advindos de famílias de proprietários de terras de pequeno e médio porte,
responsáveis pela renda familiar.
Por se tratar de um colégio de pequeno porte, inserido numa comunidade
pequena5, uma das características que permeiam as relações entre professores e
alunos é o conhecimento entre as famílias, especificidade esta, pertencente às
comunidades pequenas.
Como os integrantes da comunidade são em sua maioria moradores antigos,
as famílias acabam se conhecendo, até mesmo através de encontros em atividades
fora da escola, como festas, eventos, cultos religiosos, etc., formando em muitos
casos, laços estreitos de ligação.
Em relação às famílias dos alunos, são em sua maioria de relacionamentos
estáveis, sendo que a maior parte deles mora com pais legalmente casados.
Por ter sua base econômica na agricultura, a vida dos habitantes do distrito,
fica condicionada às variações do mercado agropecuário, que oscila em relação às
políticas de governo para a agricultura, ao mercado externo, à taxa cambial, entre
outros.
Outro aspecto relevante é a necessidade de manutenção periódica das
estradas vicinais que interligam a sede do distrito com localidades vizinhas, já que
mais da metade dos alunos matriculados no colégio necessita do transporte escolar.
Desta forma, se as estradas não oferecem condições de tráfego, em dias de
chuva o transporte não passa em muitos pontos, impossibilitando a vinda de muitos
alunos até o colégio.
5 Os dados de 1997, citados por CAPPELLESSO, em Monografia apresentado ao curso de
Especialização em História da UNIOESTE, em 1998), davam conta de que a população do distrito era composta de 2.976 habitantes, dentro os quais, 1.322 residiam na sede.
38
A compreensão da realidade social na qual o Colégio Estadual do Campo
Pedro Ernesto Garlet está inserido, é essencial para o entendimento dos aspectos
sócio-econômico-culturais que influenciam na aprendizagem e formação dos alunos.
Desta forma, muitas informações contidas nos questionários respondidos, tem
relação direta com o contexto social mais amplo, este, determinante também do
processo educativo do colégio.
Em relação ao contexto que o Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto
Garlet faz parte, verificamos uma sociedade industrializada, com grande
desenvolvimento científico, tecnológico e informacional, com economia e finanças
globalizadas, com trabalho e produção (re) estruturados e com uma diversidade
cultural ampla.
Mas, apesar de dispor de altas tecnologias que historicamente foram
construídas pela capacidade de transformação da natureza pelo trabalho do homem,
a sociedade atual impede o acesso a estas tecnologias por parte da maioria da
população, ficando restrito o seu acesso a uma minoria que detém uma enorme
acumulação de renda.
Assim, o montante da população que não detém os meios de produção,
necessita vender sua força de trabalho, sendo esta sua única fonte de
sobrevivência.
Outra característica de nossa sociedade é o individualismo e o consumismo,
influenciado pelos meios de comunicação e pela mídia, fornecendo ao sistema
capitalista condições de reproduzir, já que uma de suas bases fundamentais é a
produção e consumo. Desta forma, quanto mais consumidores alienados, melhor
será sua implementação e continuidade.
Assim, a escola necessita promover através da transmissão e apropriação
dos conhecimentos historicamente acumulados, a instrumentalização do aluno, de
maneira que este possa intervir na realidade em que vive, superando com
criticidade, o papel de consumidor que o sistema capitalista prescreve.
O contexto social onde a escola deverá atuar caracteriza-se pela própria
prática social, esta entendida como as relações pautadas pelas contradições
existentes na interação entre os homens e o meio social no qual estão inseridos.
Questionar “o quê”, o “por que” e o “para que” da ação docente, é ampliar a
compreensão da ação pedagógica articulada com o contexto social.
39
O professor deve desenvolver o ato educativo fazendo o diagnóstico dos
conhecimentos que os alunos possuem, para a partir daí, propiciar uma articulação
do conhecimento local com o conhecimento acumulado historicamente e com o que
eles ainda não se apropriaram.
A educação como prática social incorpora significados sociais também na
prática docente, implicando em compromisso, cientificidade, coletividade,
competência e comunicabilidade entre os envolvidos com o processo ensino-
aprendizagem.
Assim, um dos principais papéis da escola está em propor objetivos de ensino
articulados às necessidades sociais, de maneira que possa formar alunos aptos a
interagirem na sua própria prática social, de maneira a transformá-la.
Cada agente educativo tem o seu papel no processo da transformação social.
A família deverá oferecer suporte educativo aos alunos, lhes repassando
valores, tipos de condutas, compromisso e responsabilidade.
Já o professor e envolvidos diretamente com o processo educativo, têm o
papel de fornecer, através da mediação, os vários saberes necessários para uma
formação que propicie ao aluno, a capacidade de enfrentar os desafios que se
impõe para a transformação social.
A escola oferecerá aos alunos experiências referentes ao desenvolvimento
das capacidades de comunicação, cognitivas, de técnicas operacionais por meio das
várias disciplinas trabalhadas para lhes propiciar condições de interação na prática
social de maneira crítica e consciente.
O contato com a escola faz o aluno desenvolver sua capacidade de aprender
e de compreender o ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia,
das artes e dos valores em que se fundamentam a sociedade.
Enfim, o aluno adquirirá uma experiência integrada, que favoreça seu
desenvolvimento humano, cultural, científico e tecnológico, estimulando o
enfrentamento de suas incertezas.
Atualmente a escola apresenta um ambiente heterogêneo, caracterizado pela
diversidade cultural e pluralidade entre as pessoas.
Dessa forma, o professor de hoje necessita de uma formação global para
trabalhar com toda essa complexidade, tendo que desenvolver a capacidade de
40
confrontar problemas e buscar alternativas para o êxito da relação ensino-
aprendizagem, já que cada aluno é singular, tem seus valores, crenças, hábitos,
saberes, padrões de conduta, trajetórias peculiares e possibilidades cognitivas em
relação à aprendizagem.
Além disso, é necessário investimento nas instalações físicas, recursos
materiais pedagógicos, tecnológicos e informacionais, biblioteca, laboratórios e
mobiliário.
A escola necessita de condições físicas, materiais, equipamentos adequados
e suficientes para o desenvolvimento de todas as atividades pedagógicas, bem
como de profissionais formados e valorizados.
O processo de aprendizagem passará pela ação baseada na reflexão sobre a
prática pedagógica. Sendo assim, o professor tomará consciência das dificuldades
que enfrenta e poderá repensar sobre estas mesmas práticas, sobre situações
conflituosas na relação com os alunos e com isso melhorar sua metodologia de
trabalho.
Em relação a evasão e repetência, para desvendar suas causas, é necessário
fazer uma análise coletiva, onde os problemas possam ser acompanhados por todos
os professores e profissionais buscando alternativas e sugestões de melhoria,
podendo apontar as mudanças necessárias para se obter uma aprendizagem de
qualidade.
É necessário desenvolver processos mentais de autorregularão e de
promoção da aprendizagem com emprego de novos processos de pensamento:
hipotético, problematizador, crítico, criativo, capazes de sistematizar as informações.
Exige-se ainda do professor e envolvidos no processo educativo, o preparo
para trabalhar em grupo, de maneira a terem iniciativa e propor novas alternativas
para os desafios do cotidiano escolar.
Há uma necessidade de dividir com a família o compromisso e apoio
necessário para o bom andamento da aprendizagem dos alunos.
A participação dos pais e o compromisso por parte da família e principalmente
por parte do aluno, são essenciais no processo de transformação social, utilizando a
escola como elemento determinante para a aquisição de conhecimentos necessários
para este intento.
41
5.4. Funcionamento da instituição
As turmas são organizadas e distribuídas por turno, onde cada professor
ministra suas aulas de acordo com sua especificidade. Cada aula tem 50 minutos de
duração distribuídos no horário das 7:30 até 11:45 e das 13:15 até 17:15.
O funcionamento dos turnos está classificado em diurno (matutino e
vespertino) atendendo a demanda de 150 alunos distribuídos no ensino fundamental
e médio, conforme quadro abaixo:
ANOS – ENS. FUNDAMENTAL TURNO QUANTIDADE
6º ano Vespertino 23
7º ano Vespertino 30
8º ano Vespertino 25
9º ano Matutino 17
SÉRIE – ENS. MÉDIO TURNO QUANTIDADE
1ª série Matutino 24
2ª série Matutino 17
3ª série Matutino 15
TOTAL GERAL 151
Os professores geralmente utilizam a hora-atividade para realização de outras
atividades fora da sala de aula, como a preparação de provas, seleção de materiais
de ensino, registros de avaliação, comunicação com os pais, planejamentos de
aulas, etc.
O fazer cotidiano dos professores durante as aulas, quando tomado pela
rotina das atividades propostas, uma após outra, sem aprofundar em implicações
desse fazer, fica restrito a essas ações, ou seja, é uma descrição da rotina do
professor como se resumisse em formar as filas dos alunos, explicar a matéria,
propor exercícios e corrigir.
O trabalho docente é muito mais que isso. Portanto, os professores podem
construir uma prática mais aproximada da realidade, sabendo utilizar do tempo para
articular suas ações com as finalidades de uma educação mais emancipadora no
contexto social.
42
Neste aspecto, é essencial aos envolvidos pela formação pedagógica,
administrar o tempo e o espaço onde atuam, de maneira a transformar suas práticas
tanto pedagógicas como sociais.
Na prática, a administração do espaço-tempo escolar deve ser organizada de
maneira a proporcionar um maior aproveitamento das contribuições que cada um
pode dar ao bom andamento do processo ensino-aprendizagem.
5.5 Quadro de profissionais
NOME HABILITAÇÃO FUNÇÃO
Nerci Maria
Westenhofen
Turatto
Graduação: Estudos Sociais com
Licenciatura Plena em Geografia;
Pós-Graduação: Didática e
Metodologia de Ensino.
DIRETORA
Romana Andréa
Barbian Hoff
Graduação: Administração e
Pedagogia;
Pós-Graduação: Recursos
Humanos e MBA em Gestão
Empresarial.
SECRETÁRIA
Vera Lúcia
Panisson
Matucheski
Graduação: Licenciatura em
Pedagogia;
Pós-Graduação: Educação Infantil
– Pré escola e alfabetização
PEDAGOGA
Nancy de
Almeida Souza
Fusiger
Graduação: Licenciatura em
Pedagogia;
Pós-graduação: Ensino nos anos
iniciais e finais do Ensino
Fundamental e Educação Especial
PEDAGOGA
43
QUADRO DOCENTE
DISCIPLINAS PROFESSORES HABILITAÇÃO
Eliana Delatore
Graduação: Ciências Biológicas /
Biotecnologia
Pós-Graduação: Educação
especial, atendimento às
necessidades especiais.
PROFESSORA DE
SALA DE RECURSO
MULTIFUNCIONAL
RITA DE CASSIA
DAMASCENO E
SOUZA
Graduação: Psicologia
Pós-Graduação: Educação
Especial
PROFESSORA DE
APOIO
ELIZANE
HERMES
CECONI
Ensino Médio – Magistério AUXILIAR
OPERACIONAL
QUADRO DOCENTE - BASE NACIONAL COMUM
DISCIPLINAS PROFESSORES HABILITAÇÃO
ARTE Edinéia Sirlene da Silva
Graduação: Artes Visuais
Pós-Graduação: Educação Especial
e Inclusiva;
Educação do Campo
BIOLOGIA Elisangela Watthier
Graduação: Ciências Biológicas;
Pós-Graduação: Auditoria, Perícia e
Gestão Ambiental e Educação do
Campo.
CIÊNCIAS Elisangela Watthier
Graduação: Ciências Biológicas;
Pós-Graduação: Auditoria, Perícia e
Gestão Ambiental e Educação do
Campo.
EDUCAÇÃO
FÍSICA
Roberto Monteiro de
Oliveira
Graduação: Educação Física;
Pós-Graduação: Educação Física –
Treinamento Desportivos e Educação
44
Especial e Atendimento às
Necessidades Especiais.
HISTÓRIA
Gilberto Neske
Graduação: Filosofia;
Pós-Graduação: Gestão, Supervisão
e Orientação Educacional.
ENSINO
RELIGIOSO
Keli Gonçalves Patem
dos Santos
Graduação: Licenciatura em História
Pós-Graduação: História e Cultura
Afro-brasileira;
Metodologia de Ensino de Sociologia
e Artes
FILOSOFIA
Carlito Giacobbo
Graduação: Filosofia
Pós-Graduação: Metodologia do
ensino de História.
FÍSICA Celmar Correa Lemos Graduação: Licenciatura em Física
GEOGRAFIA Prissyane Giacomel
Graduação: Licenciatura em
Geografia;
Pós-Graduação: Educação do
Campo.
MATEMÁTICA
Edevaldo João
Berwanger
Graduação: Ciências com Habilitação
em Matemática;
Pós-Graduação: Didática e
Metodologia de Ensino.
MATEMÁTICA Regiane Aparecida de
Abreu
Graduação: Programa especial de
formação pedagógica – Matemática
Pós-Graduação: Educação do
Campo;
Docência no Ensino Superior;
Ensino da Matemática – Teoria e
prática;
45
MATEMÁTICA Helena Marques da Silva
Mantovani
Graduação: Licenciatura em
Educação do Campo
Pós-graduação: Educação Especial;
Educação do Campo
LÍNGUA
PORTUGUESA Vilson Pruzak dos Santos
Graduação: Licenciatura em Letras
Pós-Graduação: Língua Portuguesa
e Literatura;
Educação de Jovens e Adultos;
Ensino de Ciências Humanas e
Sociais em Escolas do Campo.
LÍNGUA
PORTUGUESA
Graziela Mossmann da
Silva
Graduação: Licenciatura em Letras
Pós-graduação: Literatura Brasileira;
Mestra em Ciências Sociais.
LÍNGUA
PORTUGUESA Aline Carla Castilho
Graduação: Licenciatura em Letras
Pós-graduação: Educação Especial;
Educação do Campo
LÍNGUA
PORTUGUESA
Angela Maria Ludwig
Berwanger
Graduação: Letras –
Português/Inglês;
Pós-graduação: Didática e
Metodologia do Ensino.
QUÍMICA Patricia Massing Meotti
Graduação: Química;
Pós-Graduação: Gestão e
Experimentação Laboratorial.
QUÍMICA Jucimara Cavichioni
Graduação: Ciências Biológicas /
Biotecnologia
Pós-Graduação: Educação no
Campo;
Formação Pedagógica em Química
SOCIOLOGIA Cristiano Neri Graduação: Licenciatura em Ciências
Sociais
46
QUADRO DOCENTE - PARTE DIVERSIFICADA
DISCIPLINAS PROFESSORES HABILITAÇÃO
LEM INGLÊS Angela Maria Ludwig
Berwanger
Graduação: Letras –
Português/Inglês;
Pós-graduação: Didática e
Metodologia do Ensino.
LEM INGLÊS Luciane Gomes Favero Graduação: Letras –
Português/Inglês;
QUADRO DE SERVIÇOS GERAIS E MERENDA
FUNÇÃO NOME FORMAÇÃO
MERENDEIRA Marlice Bach
Schallenberger Ensino médio
AGENTE I Nair Wendling Rohte Ensino médio
AGENTE I Elizane Hermes Ceconi Ensino médio - Magistério
AGENTE I Cezar Luiz Hillesheim
Filho
Graduando: Letras – Português /
Inglês
AGENTE II Juliana de Andrade
Neitzke Bacharelado em Ciências Contábeis
5.6 Ambientes pedagógicos disponíveis
O prédio escolar pertence à Escola Municipal Arthur Oscar Mombach, que
compartilha todas as dependências da instituição com o Colégio Estadual do Campo
Pedro Ernesto Garlet. Sua estrutura compõe-se de oito salas de aula, duas
secretarias, uma sala de professores, uma biblioteca, dois laboratórios de
informática, uma cozinha, dois banheiros, uma lavanderia, um saguão e um ginásio
de esportes.
Como a implantação do Ensino Médio é recente, ainda não existe laboratório
de ciências, por isso são necessárias melhorias contínuas, investindo no porte físico
e estrutural do colégio, adquirindo equipamentos mais modernos, além da
47
manutenção, ampliação, ajustes e mudanças quanto à estrutura, distribuição física e
material da escola.
Quanto à qualificação dos espaços e equipamentos, buscaremos em conjunto
com a comunidade escolar, possibilidades de trazer melhorias para o colégio,
inclusive reivindicando à mantenedora ampliação e readequação dos espaços hoje
existentes, pois com a implantação do Ensino Médio, há necessidade de ampliar
salas e demais dependências do colégio.
Deste modo, colocamos aqui as principais necessidades, que poderão ser
superadas a partir do compromisso e trabalho coletivo entre escola, pais e governo:
Ampliação da estrutura física do colégio, com espaços adequados para a direção,
coordenação, biblioteca, laboratórios, ampliação do número de salas de aula, sala
de hora atividade, dentre outros.
Uma biblioteca com acervo ampliado de livros, revistas, materiais pedagógicos,
mapas e demais materiais didáticos pedagógicos, com funcionário do Estado
responsável pelo atendimento à comunidade escolar.
Laboratório e equipamentos para laboratório de físico-química/química/biologia de
uso pelos professores e alunos, auxiliados por um (a) laboratorialista, sendo este,
responsável pela manutenção e preparação dos equipamentos utilizados nas
experiências e demonstrações.
Aquisição de materiais pedagógicos para utilização do processo ensino-
aprendizagem, como mapas, livros, dicionários, jogos didáticos, acervo de DVD,
materiais escolares para os alunos, dentre outros.
Aquisição de mobiliários para os espaços físicos utilizados no colégio, como
mesas, cadeiras, armários, estantes, dentre outros.
Entendemos, desta forma, a importância de existir um espaço físico mínimo
necessário para que os profissionais e alunos envolvidos diretamente com o
processo de ensino-aprendizagem possam desenvolver adequadamente um
trabalho de qualidade.
5.7 Proposta de formação continuada
Para que o professor tenha uma maior autonomia nos encaminhamentos
dados aos conteúdos trabalhados, sendo o grande mediador do trabalho em sala de
48
aula, é necessário lhe proporcionar espaços e momentos de qualificação profissional
de maneira contínua, para que o professor também possa desempenhar o seu
trabalho de maneira crítica e com uma opção ideológica clara.
Resgatar o compromisso por parte da mantenedora da Escola Pública de
proporcionar estes espaços e condições de formação continuada através de ações
reivindicatórias, também deve ser uma ação visando a melhoria da qualidade de
ensino ofertada.
A valorização dos profissionais de educação por meio de melhorias salariais e
incentivos, além de promover mais cursos de capacitação e momentos de estudos
deve ser cobrada da mantenedora da escola pública.
Da mesma forma, o professor deve ter o compromisso político pedagógico de
aproveitar os momentos de reuniões, conselhos e grupos de estudo, para trocar
experiências e refletir sobre sua prática em sala de aula.
A troca de experiências didático pedagógicas pelas diversas disciplinas
existentes, deve ser proporcionada, inclusive constando no calendário anual do
colégio, de maneira a contemplar uma necessidade que hoje se apresenta no que se
refere ao espaço-tempo dentro das escolas.
Também poderão ser viabilizadas parcerias com universidades, de maneira a
possibilitar a formação continuada dos trabalhadores em educação.
Cursos, palestras, seminários, discussões e reuniões entre os profissionais
atuantes em universidades e os envolvidos diretamente com o trabalho educativo do
colégio, podem proporcionar importantes momentos de reflexão sobre a prática
educativa, para sua melhoria e transformação.
De acordo com a realidade escolar, muitos professores e gestores tiveram ou
estão tendo uma formação continuada em cursos de pós-graduação e cursos de
capacitação. Porém, sabendo que a formação continuada é uma exigência para os
tempos atuais, sendo fundamental a reflexão constante, muitos profissionais da
educação reivindicam formação contínua e melhores condições de trabalho, seja
através de estudos em cursos, programas, projetos e valorização salarial.
A avaliação dos programas de formação continuada para a educação precisa
considerar as características dos participantes, o ambiente em que se realizam as
atividades e sua duração, assim como aos propósitos do programa e quais
mudanças pretendem realizar na prática pedagógica e na organização escolar.
49
Viabilizar um tempo maior para reuniões, encontros entre os professores e
demais profissionais que atuam na escola para discussões e sugestões do próprio
trabalho desenvolvido no espaço escolar, também é essencial para possíveis
intervenções nas ações pedagógicas desenvolvidas.
A formação continuada é um direito de todos os trabalhadores em educação,
na perspectiva da especificidade de sua função.
Para um ensino qualificado, além da formação adequada, são necessárias
concepções de metodologias e materiais didáticos adequados, assim como os
professores devem fazer uso de recursos didáticos como mapas, jornais, revistas,
cartazes, TV pendrive, DVD, quadro negro, giz e jogos educativos em geral.
É necessário que os materiais sejam utilizados de maneira adequada,
planejada, criativa e organizada de acordo com o conteúdo proposto.
Definida uma avaliação estrutural composta pela parte física e material da
escola, temos uma compreensão do processo metodológico aplicado e da
importância no uso adequado dos diversos recursos, visando à melhoria no
aprendizado.
Valorizar de maneira intelectual o significado do uso de equipamentos físicos
e pedagógicos no espaço escolar é entender as estratégias cognitivas do processo
de humanização da criança ou adolescente, já que estão articulados às
necessidades de conhecimento do real para o aluno e não apenas como atividades
lúdicas.
Portanto, as condições de trabalho precisam ser mais valorizadas, pois os
trabalhadores em educação necessitam de recursos didáticos, físicos, materiais,
valorização salarial, entre outros.
Para que isto se concretize, é necessário a readequação e planejamento do
tempo disponível no ambiente escolar, possibilitando no calendário escolar anual,
momentos para esta formação continuada dos trabalhadores em educação.
Esta readequação deve ser feita com a intervenção e auxílio do Conselho
Escolar, envolvendo toda a Comunidade Escolar, para criar possibilidades de
disposição de tempo espaço no calendário escolar, uma vez que os 200 dias letivos
devem ser garantidos aos alunos.
50
5.8 Organização da hora/atividade
Refletir sobre o trabalho docente não se constitui em uma tarefa fácil, implica
em entendê-lo na sua natureza como um trabalho pedagógico, no interior de sua
complexidade e tem como base organizacional, os princípios que fundamentam a
relação entre teoria e prática.
A hora atividade é o espaço reservado ao professor em exercício da docência
para estudos, avaliação e planejamento e deve ser cumprida em período integral na
escola. A organização deverá favorecer o trabalho coletivo dos professores e
garantir carga horária que permita a realização de atividades pedagógicas
individuais inerentes ao exercício da docência. Cabe a equipe pedagógica coordenar
as atividades coletivas e acompanhar as atividades individuais a serem
desenvolvidas, durante a hora atividade.
O espaço da hora atividade também deve ser usado para fazer atendimento
aos alunos que apresentam alguma defasagem de conteúdo e para atendimento aos
pais. A hora atividade não pode ser tratada isoladamente. Exige a articulação do
interesse e o compromisso de todos aqueles que compõem o universo educacional,
portanto, é imprescindível o planejamento e a organização do uso do tempo da hora
atividade para que nela se possa realizar todo trabalho docente, necessário à
concretização de um trabalho pedagógico de melhor qualidade.
Seguindo essas orientações organizou-se da seguinte forma a hora/atividade:
Hora atividade – Período da manhã
SE
GU
ND
A-F
EIR
A
1ª aula
2ª aula Vilson
3ª aula Grasiela
4ª aula João
5ª aula
******* *******
TE
RÇ
A-F
EIR
A
1ª aula
2ª aula Angela
3ª aula Celmar / Angela
51
4ª aula Grasiela
5ª aula Grasiela
******* *******
QU
AR
TA
-FE
IRA
1ª aula Celmar / Cristiano
2ª aula Roberto / Gilberto / Carlito
3ª aula João / Gilberto / Carlito
4ª aula João / Gilberto
5ª aula Gilberto / Cristiano
******* *******
QU
INT
A-F
EIR
A
1ª aula Jucimara
2ª aula Elisangela
3ª aula João
4ª aula
5ª aula Patrícia
******* *******
SE
XT
A-F
EIR
A
1ª aula Cristiano
2ª aula Prissyane
3ª aula Gilberto
4ª aula Roberto
5ª aula Cristiano
Hora atividade – Período da tarde
SE
GU
ND
A-F
EIR
A
1ª aula Regiane
2ª aula Regiane
3ª aula Regiane
4ª aula
5ª aula
******* *******
TE
RÇ
A-
FE
IRA
1ª aula Vilson
2ª aula Vilson
52
3ª aula Vilson / Helena
4ª aula Elisangela
5ª aula
******* *******
QU
AR
TA
-FE
IRA
1ª aula
2ª aula
3ª aula
4ª aula
Prissyane
5ª aula Prissyane
******* *******
QU
INT
A-F
EIR
A
1ª aula
2ª aula
3ª aula
4ª aula
Edinéia
5ª aula
******* *******
SE
XT
A-F
EIR
A
1ª aula Gilberto
2ª aula Roberto
3ª aula Roberto
4ª aula Gilberto
5ª aula Angela
5.9 Inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais
A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais do Colégio
Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet vem de encontro aos movimentos
históricos da educação dentro do contexto da inclusão. Estes movimentos mundiais
que surgiram a partir da década de 90 tinham uma nova concepção de educação.
Entre eles podemos citar a Conferência Mundial sobre Educação para Todos
(Jomtien, Tailândia, 1990), que reforça a Declaração Mundial dos Direitos e
estabelece que todos devem ter acesso à Educação, a Declaração de Salamanca
(Espanha, 1994), define políticas, princípios e práticas da Educação Especial e influi
53
nas políticas públicas da Educação e a Convenção de Guatemala (1999) convenção
da organização dos estados americanos com o decreto 3.298 em que prevê a
eliminação de todas as formas de discriminação contra todas as pessoas com
deficiência.
Nesses movimentos, se reflete a necessidade de construir espaços
educacionais na perspectiva de educação de qualidade para todos, reconhecendo
as diferenças, promovendo aprendizagem e atendendo as necessidades individuais
de cada um, além das escolas se ajustarem as necessidades de todos os alunos,
com quaisquer condições físicas, sociais, linguísticas e mentais.
No Brasil, em 1994, é publicada a Política Nacional de Educação Especial,
orientando o processo de „integração instrucional‟ que condiciona o acesso às
classes comuns do ensino regular àqueles que "(...) possuem condições de
acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino
comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais (1994, p.19) ”. Também vale
destacar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Lei 9394/96 que estabelece os
rumos e os fundamentos da educação brasileira, reconhecendo a importância da
Educação Especial em seu capítulo V art. 58, 59 e 60, que se destacam:
reafirmação e clarificação do ensino regular para portadores de necessidades
educacionais especiais; determinação da obrigatoriedade de matrícula nos
estabelecimentos públicos e particulares de ensino regular fundamental; garantia de
educação especial em todos os níveis e modalidades de ensino; definição da
Educação Especial como modalidade de ensino de educação escolar; flexibilização
da organização escolar para atender as necessidades educacionais especiais e;
atenção a qualificação dos professores especializados e comuns.
É importante salientar também, que a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação responsabilizou o Conselho Nacional da Educação pela regulamentação
dos níveis e modalidades de ensino, no qual, elaborou e aprovou através da
resolução 02/2001, o Parecer Nº 17/2001, as Diretrizes Nacionais para a Educação
Especial na Educação Básica.
A Educação Especial, como modalidade da educação escolar, começa a
fazer parte da escola comum, dentro de todas as etapas da educação básica e
ensino superior com princípios éticos, políticos e estéticos de modo a assegurar a
54
dignidade humana, busca da identidade própria para cada educando e o
desenvolvimento para o exercício da cidadania para todos.
No Paraná, a educação inclusiva entra em foco no período de 2000-2002, no
qual, foi muito discutido o processo de inclusão, o qual mobilizou grande parte do
sistema educacional paranaense.
O Departamento de Educação Especial do Estado adota como um dos
referenciais a afirmação de que, a inclusão educacional é mais que a presença
física, é muito mais que acessibilidade arquitetônica, é muito mais que matricular
alunos com deficiência nas salas de aula do ensino regular, é bem mais que um
movimento da educação especial, pois se impõe como movimento responsável que
não pode abrir mão de uma rede de ajuda e apoio aos educadores, alunos e
familiares.
Neste contexto, o Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet adotou
no ano de 2006 uma educação inclusiva, com foco principal em atender todos os
alunos, que os mesmos possam aprender juntos, independentemente de suas
origens, crenças, valores, capacidade intelectual e cultural, todos dentro de uma
mesma escola, num sistema de ensino acolhedor e que respeite e valorize o aluno
em tua totalidade e que cada um se sinta bem, reciprocamente apoiados/ ajudados
e reconhecidos como pertencentes à escola, trabalho e família, gerando e
disseminando valores como dignidade, cidadania, reconhecimento, responsabilidade
e lealdade.
Os alunos com necessidades educacionais especiais, por sua vez, pela
dificuldade acentuada em sua aprendizagem, são atendidos pela Sala de Recursos
com o objetivo de complementar e auxiliar estes na série que estão inseridos, além
de um trabalho junto com os professores, através de adaptações necessárias a
serem realizadas com cada um e seus familiares para o melhor atendimento a eles e
desta forma, proporcionar uma educação de qualidade para todos.
55
6. MARCO CONCEITUAL:
6.1. Concepção de Homem:
Na trajetória histórica da constituição do homem enquanto ser social, a
concepção que norteia nosso entendimento acerca do tópico em questão é a de que
o processo de humanização do homem não se deu de forma natural e espontânea,
mas, sim, guiado pelas necessidades de sobrevivência de cada geração.
Fundamentado-nos nessa perspectiva teórica, nos afastamos dos aportes que
primam pelas heranças hereditárias e pelas capacidades inatas, pois entendemos
que o gênero humano é o resultado das condições materiais de existência,
transformadas ao longo dos séculos pela ação do homem sobre a natureza, feito
que possibilitou a transformação da própria espécie ao criar gradativamente, utilizar
e aperfeiçoar os instrumentos de trabalho, assim como pelo desenvolvimento e uso
da linguagem, signo primordial para a mediação do conhecimento e da apropriação
do mesmo.
Dito isto, voltamos a salientar que o homem é um ser sócio, histórico e
cultural, fruto do meio em que vive e das relações sociais que estabelece, sendo
portanto, determinado por seu processo de vida real, não simplesmente nascendo,
mas tornando-se humano em meio ao convívio social e à apropriação da cultura,
costumes, hábitos e valores de cada época, diferenciando-se dos animais pela
capacidade de produzir seus meios de subsistência ao passo em que age e
transforma seu meio circundante, não apenas adaptando-se a este. Face ao
posicionamento, salientamos que o processo ensino-aprendizagem, mediado no
interior da instituição educacional, tem um papel fundamental na
formação desse ser social, à medida que possibilita a apropriação dos saberes
historicamente construídos, com base científica e não do senso comum, salto
significativo que a escola deve proporcionar ao gênero humano.
6.2.Concepção de Sociedade:
Fazer a distinção entre a sociedade que somos e a sociedade que queremos
ser, é a principal tarefa da escola. Para que isso se concretize em atitudes para além
dos muros escolares, é imprescindível compreender a formação da sociedade
brasileira e sua divisão em classes. O resgate histórico torna-se um processo vivo e
contínuo nas aulas de qualquer disciplina, se houver o comprometimento de todos
56
os docentes com um ensino dinâmico que objetive proporcionar uma visão ampla ao
aluno do meio em que vive, quando e como poderá interferir em prol de sua
transformação.
Uma sociedade mais igualitária, na qual todos tenham oportunidades, é o que
almejamos, e nossos alunos precisam compreender isso e entenderem que “são
parte do processo”, e não meros e passivos espectadores. Fazer valer as leis que
regem nossa sociedade e intervir em defesa de seus direitos, são atitudes que
precisam ser reforçadas nos bancos escolares.
6.3. Concepção de criança e adolescente:
Desde 2005 quando foi promulgada a lei 11114/05 que tornou o ensino de 9
anos obrigatório, incluindo assim, crianças de 6 anos no Ensino Fundamental, as
escolas e os profissionais que nela trabalham vêm se organizando e se preparando
para cumprir esta determinação legal, de maneira que garantam um trabalho de
qualidade em relação a aprendizagem das crianças, assegurando a aquisição dos
conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade, mas sem deixar de
levar em consideração as especificidades da infância nos seus aspectos físico,
psicológico, cognitivo, social e intelectual. Para tanto, a compreensão da concepção
de infância, em suas diversas matizes, se faz necessária e urgente para o
cumprimento do trabalho do profissional da educação. Devemos levar em conta que
não temos apenas uma concepção de infância ou de adolescência, mas as
discussões acerca do tema são de indispensável importância para orientação dos
professores, discussões estas que muito provavelmente já estavam sendo feitas,
mas que, no momento histórico pelo qual estamos passando será de extrema
necessidade para orientação do trabalho pedagógico nas escolas. Historicamente, o
conceito de infância passou por diversas transformações tanto na literatura
pedagógica quanto nos debates de cunho político, mas foi a partir da década de 80
que o assunto se tornou relevante. Há séculos atrás a criança não era vista como
um ser em particular e por muito tempo foram tratadas como adultos em miniatura
tendo, a partir dos 7 anos que trabalhar para ajudar nas despesas da família. Para
entender essas questões é necessário um levantamento histórico sobre o
sentimento de infância e definir o seu surgimento e sua evolução:
“o sentimento de infância não significa o mesmo que afeição
57
pelas crianças, corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, e portanto merece um olhar mais específico. (Áries, 1978)”
Analisando por essa perspectiva vemos que o sentimento de infância é algo
que caracteriza a criança, a sua essência enquanto ser, o seu modo de agir e
pensar, o que é bastante diferente da maneira de agir e pensar do adulto. Até
meados do século XVII as crianças não tinham a devida atenção. As condições
sanitárias na época eram péssimas e a mortalidade infantil era enorme, por isso as
famílias não se apegavam muito, pois sabiam que a criança poderia morrer ainda na
primeira infância. O índice de natalidade também era altíssimo o que ocasionava “a
troca” de uma criança por outra. Entretanto, ainda no século XVII, as crianças de
famílias abastadas, nobres ou burguesas passaram a ser tratadas de maneira
diferente, com mais afetividade por parte das famílias e grandes transformações
sociais ocorreram, contribuindo para o início da construção do sentimento de
infância.
“Essa afetividade era demonstrada, principalmente, por meio da valorização que a educação passou a ter. A aprendizagem das crianças, que antes se dava na convivência com os adultos em suas tarefas cotidianas, passou a dar-se na escola. O trabalho com fins educativos foi substituído pela escola, que passou a ser responsável pelo processo de formação. As crianças foram então separadas dos adultos e mantidas em escolas até estarem “prontas” para a vida em sociedade. (Áries, 1978)”
E assim, com o passar dos séculos, as crianças foram deixando de ser
consideradas seres sem importância, saem do anonimato e lentamente passam a
ocupar um papel de destaque nas sociedades. Essa evolução traz consigo
modificações profundas em relação à educação, que teve que começar a atender as
novas demandas que foram surgindo pela valorização da infância e a aprendizagem
passou a ser um pilar no atendimento à criança. Começam a surgir preocupações
sobre os métodos de aprendizagem e como facilitar esse processo para os
pequenos. Nos dias atuais a criança é vista como um sujeito de direitos, com suas
especificidades físicas, cognitivas, psicológicas e sociais muito diferentes das do
adulto e seus direitos estão garantidos em lei através do ECA (Estatuto da Criança e
do Adolescente) e através de Conselhos Municipais, Estaduais e Nacionais,
respaldando assim a formulação, implantação e monitoramento de políticas públicas
58
que promovam e protejam os direitos das crianças e dos adolescentes. Nesta etapa
histórica em que vivemos, com tantas transformações tecnológicas e enquanto
profissionais da educação, devemos pensar em como tornar, de fato, efetiva essa
conquista e esse salto na educação brasileira que foi a inserção das crianças de seis
anos no Ensino Fundamental e legitimá-las finalmente como figura social de grande,
importante e insubstituível papel na sociedade.
6.4 Concepção de Escola e Educação:
Os esforços despendidos pela nossa Comunidade Escolar, vão em busca de
uma sociedade mais justa, igualitária, democrática, autônoma, emancipadora, que
deve servir a todos os cidadãos, com alunos responsáveis, críticos e participativos.
Sabemos da existência de determinantes sociais, políticos e econômicos que
influenciam diretamente no trabalho da escola, porém, se compreendemos a prática
social como ponto inicial da ação educativa da escola, faz-se necessário que a
escola possa intervir, dentro de suas especificidades, nesta prática social.
Assim, fugindo de uma análise reprodutivista do papel da escola, onde esta é
determinada em última instância pela sociedade, uma visão dialética de relação
entre a sociedade e a educação deve embasar o trabalho pedagógico, uma vez que
a educação é determinada pela sociedade, mas de maneira recíproca, também é
sua determinante.
Nas afirmações de Saviani, a educação
“... ainda que elemento determinado, não deixa de influenciar o elemento determinante (a sociedade). Ainda que secundário (o papel da escola), nem por isso deixa de ser instrumento importante e por vezes decisivo no processo de transformação da sociedade”.
6
A escola que queremos deve ser transformadora, e para desempenhar este
papel, deve repassar os conhecimentos historicamente acumulados, através dos
vários saberes, instrumentalizando o aluno de maneira a torná-lo um cidadão crítico,
que tenha autonomia para intervenções na sociedade que vive.
A instrumentalização do aluno com o conhecimento, deve ser um dos
principais objetivos da educação, pois
6 SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 32 ed. Campinas: Autores Associados, 1999,
pg. 59 (grifos nossos).
59
“... o conhecimento nos diferentes âmbitos do saber é uma poderosa ferramenta para analisar e compreender as características, os determinantes e as consequências do complexo processo de socialização reprodutora. ”
7
Neste sentido, buscamos formar um aluno capaz de repensar a sociedade de
modo geral, emitindo suas opiniões e tendo ações transformadoras para a melhoria
desta mesma sociedade onde vive e atua.
A prática social deve ser o ponto de partida do trabalho pedagógico
desenvolvido no âmbito escolar, para que haja uma leitura crítica desta prática por
parte dos alunos e envolvidos com o trabalho escolar.
O conhecimento é construído a partir do trabalho do homem no processo
histórico de transformação do mundo e da sociedade, inclusive com a reflexão sobre
esse processo.
Desta forma,
“... o conhecimento se origina na prática social dos homens e nos processos
de transformação da natureza por ele forjados. [...]. Agindo sobre a
realidade os homens a modifica, mas numa relação dialética, esta prática
produz efeitos sobre os homens, mudando tanto seu pensamento, como
sua prática. ”8
Para haver a intermediação entre os conteúdos adquiridos pelos alunos no
espaço escolar com a realidade global, a totalidade da prática social e histórica, faz-
se necessário a teorização sobre a prática social e a mediação do professor.
Através da teorização sobre a prática social, passa-se do senso comum
particular para os conceitos científicos e universais que permitem a compreensão
dessa realidade em todas as suas dimensões.
A análise da prática social e sua teorização proporciona aos professores e
alunos, retornarem à prática social, mas com uma melhor compreensão dos
fenômenos sociais, com a possibilidade de transformação desta prática, ao mesmo
tempo em que o sujeito envolvido com esta transformação também se transforma.
7 SACRISTÁN, J. Gimeno. Compreender e transformar o ensino. Porto Alegre: Artmed,
1998, pg. 22. 8 CORAZZA, S.M. Manifesto por uma dida-lé-tica. Contexto e Educação, Ijuí, vol.6, n.22, pp.
83-99, abril-junho. in GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 2 ed. Campinas: Autores Associados, 2003, pg. 04.
60
Entendemos necessárias algumas mudanças nos conteúdos curriculares,
valorizando as diferenças humanas, buscando maior interdisciplinaridade de modo
que a formação do aluno possa estar vinculada à realidade social em que vive, para
que esta possa ser transformada.
6.5 Concepção de ensino aprendizagem
A aprendizagem ocorre em todos os momentos de nossa vida, porém na
escola, que é uma instituição com função social definida, a aprendizagem se torna
peculiar já que os conteúdos do currículo que são estudados transformam-se nos
fins específicos das atividades escolares e das relações entre os indivíduos que
formam esse grupo social.
Quando tratamos de educação em âmbito escolar, sabemos que há várias
formas de promover as relações que permeiam o conhecimento. Paulo Freire,
educador consagrado, revela que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar
possibilidades para a sua produção ou sua construção”. Surge então, desafios para
quem deseja construir estratégias educacionais de forma adequada para a
concretização do processo. Cabe ao professor, partindo do contexto onde o aluno
está inserido, problematizar o conhecimento empírico e transformá-lo em científico.
A aprendizagem se concretiza na interligação de dois momentos
indissociáveis: transmissão/assimilação do conhecimento. Para que isso ocorra,
esse momento deve ser significativo para o aluno e a relação entre ele e o professor
deve ser recíproca e necessária. Esta relação é dinâmica e se dá num processo
coordenado de ações, onde o professor planeja e dirige a metodologia de ensino,
tendo em vista estimular a atividade dos alunos para a aprendizagem.
A tarefa do professor é complexa, uma vez que são muitos os fatores que
intervêm no caminho de ensino aprendizagem. Não basta o docente dominar o
conteúdo que planeja trabalhar, é preciso saber o objetivo que pretende atingir e
organizar as informações de maneira significativa para o aluno.
A aprendizagem é um processo gradativo e com mudança de comportamento.
A unidade entre o ensino e a aprendizagem fica comprometida quando o ensino se
caracteriza pela memorização, quando o professor concentra na sua pessoa a
exposição da matéria e não busca o envolvimento com o aluno. O processo deve
estabelecer exigências e expectativas que os alunos possam cumprir e mobilizem
61
energia para alcançar a aprendizagem. Alguns métodos facilitam o processo e
devem ser levados em conta pelo professor. Dentre eles podemos citar as dinâmicas
de grupo, a elaboração criativa de apresentações sobre o conteúdo que está sendo
trabalhado, o uso de recursos didáticos e tecnológicos e outros, mas sempre
levando em consideração as necessidades educacionais de cada aluno e suas
especificidades. Neste sentido, considera-se a pluralidade étnico racial, econômica,
de gênero sexual, de diferentes ritmos de aprendizagem dos alunos existentes em
sala de aula e cabe ao educador preparar e efetivar uma metodologia diferenciada
para atender esta inevitável diversidade.
A elaboração de um Plano de Trabalho Docente coerente com a realidade e
necessidade do aluno pode dar maior estabilidade e segurança, sem perder de vista
a flexibilidade, a observação dos detalhes como fonte de informação e reflexão.
Ao tratarmos de Plano de Trabalho Docente, não podemos deixar de nos
referirmos às Diretrizes Curriculares Nacionais que propõe os conteúdos
estruturantes como conhecimento histórico e a partir destes organizam-se os
conteúdos básicos a serem trabalhados em cada série.
6.6 Papel dos professores
A concepção a qual defendemos não é a que concebe o docente enquanto
um mero facilitador das aprendizagens livres e espontâneas dos alunos; tão pouco
àquela que o restringe a um simples técnico organizador das condições de
aprendizagens.
Também não percebemos o professor enquanto figura autoritária e detentor
da verdade absoluta. Para nós, o professor deve ocupar papel de destaque no
processo ensino-aprendizado enquanto sujeito que em decorrência de sua trajetória
de formação específica, de qualificação para o desempenho do ato educacional e de
diuturnos estudos, se coloca enquanto autoridade do conhecimento apto a mediar,
com competência não só técnica, mas também, política.
O professor deve ser valorizado pela importância de sua função social e pelo
comprometimento com esta profissão, bem como por ser a pessoa que orienta,
favorece e dirige de forma intencional o processo científico de ensinar e de
aprender, contribuindo para que seja possível a ruptura da experiência e saberes
ainda pouco elaborados do aluno, o qual estando em contínua formação, eleva-se
gradativamente a um patamar superior ao que encontrava-se outrora.
62
6.7 Relação professor aluno
O respeito é a palavra-chave quando se trata da relação entre o professor e seus
alunos. O ser humano sente-se valorizado ao ser respeitado. Na prática diária, em
sala de aula, se cada um cumprir com seu papel e respeitar as normas
estabelecidas por todos e que estão regimentadas, isso é que chamar-se-á respeito.
Podemos, uma vez que falamos de seres humanos, falar também de relações
interpessoais, não podemos omitir esta relação, que ocorre naturalmente. Respeitar
o espaço do outro e enxergá-lo como ser humano e cidadão, é imprescindível para
entender que ele deve ter preservados suas escolhas e modo de ser e viver,
contanto que não fira os direitos do outro. Em primeiro lugar, cada um deve ser
cumpridor com seus deveres. Dentro da escola, a gestão democrática é que abre
espaço para que todos sejam respeitados ao dar vez e voz ao educando e a todos
os membros da comunidade escolar.
6.8 Concepção de currículo
As Diretrizes Curriculares são documentos norteadores do planejamento
curricular do Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet. O ponto de partida
para a formulação das diretrizes foi o primeiro artigo da Lei 9.394/96 (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB). Esse artigo afirma que a educação
escolar deverá estar vinculada ao trabalho e a prática social.
Os conteúdos disciplinares devem ser tratados, na escola, de modo
contextualizado, estabelecendo-se, entre eles, relações interdisciplinares e
colocando sob suspeita tanto a rigidez com que tradicionalmente se apresentam
quanto o estatuto dado a eles. Desta perspectiva, propõe-se que tais conhecimentos
contribuam para a crítica às contradições sociais, políticas e econômicas presentes
nas estruturas da sociedade contemporânea e propiciem compreender a produção
científica, a reflexão filosófica, a criação artística, nos contextos em que elas se
constituem.
Fundamentando-se nos princípios teóricos expostos, propõe-se que o
currículo da Educação Básica ofereça, ao estudante, a formação necessária para o
enfrentamento com vistas à transformação da realidade social, econômica e política
de seu tempo. Esta ambição remete às reflexões de Gramsci em sua defesa de uma
educação na qual o espaço de conhecimento, na escola, deveria equivaler à ideia de
63
atelier-biblioteca-oficina, em favor de uma formação, a um só tempo, humanista e
tecnológica.
A produção científica, as manifestações artísticas e o legado filosófico da
humanidade, como dimensões para as diversas disciplinas do currículo, possibilitam
um trabalho pedagógico que aponte na direção da totalidade do conhecimento e sua
relação com o cotidiano.
6.9 Organização do tempo escolar
A organização escolar é seriada, baseada em conteúdos descritos na
Proposta Pedagógica Curricular da escola, tendo como base as Diretrizes
Curriculares Estaduais do Paraná, para cada ano escolar a ser cursado.
O ensino seriado permite maior monitoramento dos alunos, visto que passam
por avaliações de desempenho contínuas, o que permite uma intervenção mais
pontual para atender os alunos que estão com alguma dificuldade e respondem de
uma forma mais rápida mediante as estratégias de apoio paralelo, neste caso a
Sala de Recursos.
6.10 Organização Curricular utilizada
Nas Diretrizes Curriculares Estaduais, as disciplinas escolares são entendidas
como campos do conhecimento, identificam-se pelos respectivos conteúdos
estruturantes e por seus quadros teóricos conceituais, destacando a importância dos
conteúdos disciplinares e do professor como autor de seu plano de ensino,
contrapondo-se, assim, aos modelos de organização curricular que vigoraram na
década de 1990, os quais esvaziaram os conteúdos disciplinares para dar destaque
aos chamados temas transversais.
Ainda hoje, a crítica à política de esvaziamento dos conteúdos disciplinares
sofre constrangimentos em consequência dos embates ocorridos entre as diferentes
tendências pedagógicas no século XX. Tais embates trouxeram para “[...] o discurso
pedagógico moderno certo complexo de culpa ao tratar o tema dos conteúdos”
(SACRISTÁN, 2000, p. 120).
A discussão sobre conteúdos curriculares passou a ser vista, por alguns,
como uma defesa da escola como agência reprodutora da cultura dominante.
Contudo, “sem conteúdo não há ensino, qualquer projeto educativo acaba se
64
concretizando na aspiração de conseguir alguns efeitos nos sujeitos que se educam.
Referindo-se estas afirmações ao tratamento científico do ensino, pode-se dizer que
sem formalizar os problemas relativos aos conteúdos não existe discurso rigoroso
nem científico sobre o ensino, porque estaríamos falando de uma atividade vazia ou
com significado à margem do para que serve” (SACRISTÁN, 2000, p. 120).
É preciso, também, ultrapassar a ideia e a prática da divisão do objeto
didático pelas quais os conteúdos disciplinares são decididos e selecionados fora da
escola, por outros agentes sociais. Quanto aos envolvidos no ambiente escolar,
sobretudo aos professores, caberia apenas refletir e decidir sobre as técnicas de
ensino.
Os estudos sobre a história da produção do conhecimento, seus métodos e
determinantes políticos, econômicos, sociais e ideológicos, relacionados com a
história das disciplinas escolares e as teorias da aprendizagem, possibilitam uma
fundamentação para o professor em discussões curriculares mais aprofundadas e
alteram sua prática pedagógica.
Por serem históricos, os conteúdos estruturantes são frutos de uma
construção que tem sentido social como conhecimento, ou seja, existe uma porção
de conhecimento que é produto da cultura e que deve ser disponibilizado como
conteúdo, ao estudante, para que seja apropriado, dominado e usado. Esse é o
conhecimento instituído.
Além desse saber instituído, pronto, entretanto, deve existir, no processo de
ensino/aprendizagem, uma preocupação com o devir do conhecimento, ou seja,
existem fenômenos e relações que a inteligência humana ainda não explorou na
natureza. Portanto, de posse de alguns conhecimentos herdados culturalmente, o
sujeito deve entender que isso não é todo o conhecimento possível que a
inteligência tem e é capaz de ter do mundo, e que existe uma consciência, uma
necessidade intrínseca e natural de continuar explorando o “não saber” (CHAUÍ,
1997), a natureza (VASQUEZ, 1997).
Ao vincular o conceito de conteúdo estruturante tanto a uma análise histórica
quanto a uma opção política, considera-se que “o envelhecimento do conteúdo e a
evolução de paradigmas na criação de saberes implica a seleção de elementos
dessas áreas relativos à estrutura do saber, nos métodos de investigação, nas
técnicas de trabalho, para continuar aprendendo e em diferentes linguagens. O
conteúdo relevante de uma matéria é composto dos aspectos mais estáveis da
65
mesma e daquelas capacidades necessárias para continuar tendo acesso e renovar
o conhecimento adquirido” (SACRISTÁN, 2000, p. 152-153).
6.11 Matriz Curricular
MATRIZ CURRICULAR DE REFERÊNCIA PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Disciplina 6º 7º 8º 9º
Base Nacional Comum (Número de horas/aula semanais)
Arte 2 2 2 2
Ciências 3 3 3 3
Educação Física 2 2 2 2
Ensino Religioso 1 1 - -
Geografia 2 3 3 3
História 3 2 3 3
Língua Portuguesa 5 5 5 5
Matemática 5 5 5 5 Parte Diversificada
(Número de horas/aula semanais)
Língua Estrangeira (Inglês) 2 2 2 2
Total 25 25 25 25
MATRIZ CURRICULAR DE REFERÊNCIA PARA O ENSINO MÉDIO
Disciplina 1ª 2ª 3ª
Base Nacional Comum
(Número de horas/aula semanais)
Arte 2 - -
Biologia 2 2 2
Educação Física 2 2 2
Filosofia 2 2 2
Física 2 2 2
Geografia 2 2 2
História 2 2 2
Língua Portuguesa 2 4 4
Matemática 3 3 3
Química 2 2 2
Sociologia 2 2 2
Sub-Total 23 23 23
Parte Diversificada
(Número de horas/aula semanais)
66
L E M Espanhol * 4 4 4
L E M Inglês 2 2 2
Sub-Total 6 6 6
Total Geral 29 29 29
Nota: * Disciplina de matrícula facultativa ofertada no turno contrário – CELEM.
6.12 Base Nacional Comum
O Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet trabalha com 100% da
Base Nacional Comum.
6.13 Parte diversificada
De acordo com a LDB lei n° 9394/96 (artigo 26 § 5º) o ensino de uma língua
estrangeira moderna passou a ser obrigatório no Ensino Fundamental, na parte
diversificada, a partir da 6º ano, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar,
dentro das possibilidades da instituição. Quanto ao Ensino Médio, a lei determina
que “será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória,
escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das
possibilidades da instituição” (Art. 36, inciso III).
De acordo com as diretrizes curriculares um dos objetivos do ensino é a
formação de um sujeito crítico, capaz de interagir criticamente com o mundo à sua
volta, sendo assim, o ensino-aprendizagem da Língua Estrangeira Moderna deverá
ultrapassar as questões técnicas e instrumentais e se centralizar na educação. O
professor deverá passar aos alunos maneiras de construir significados, elaborar
procedimentos interpretativos e construir sentidos do mundo, pois está na linguagem
uma das possibilidades de se perceber, se entender e se construir a realidade.
É ofertada do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e todas as séries do
Ensino Médio em caráter obrigatório da Língua Inglesa, sendo duas aulas semanais
dentro do horário de cada turma, podendo ser ou não germinadas, as quais serão
ministradas por um professor contratado via SEED e seguirão os conteúdos
previstos nas diretrizes curriculares da disciplina em questão, além de interagir com
as demais disciplinas, eventos e seguir os critérios de avaliação estabelecidos
coletivamente com os docentes pertencentes nesta instituição.
67
6.14 Concepção de avaliação
A avaliação é parte integrante do processo ensino-aprendizagem, e se
apresenta como momento privilegiado deste processo, na forma de reflexão sobre o
trabalho didático-pedagógico e posterior mudança para melhorias.
No que se refere ao retorno para o próprio educando, a avaliação se traduz
como instrumento necessário para a condução e acompanhamento dos seus
estudos.
No entanto, buscando a superação dos modelos pontuais de avaliação e
que, tem vistas somente na classificação do aluno, ela deve ser implementada
dentro da escola de maneira a contemplar os avanços na transmissão e apreensão
dos conhecimentos das várias disciplinas por parte do aluno.
A avaliação é um dos elementos do processo de construção da aprendizagem
e por isso deve ocorrer de forma diagnóstica, contínua, permanente, cumulativa,
criteriosa e qualitativa.
A avaliação diagnóstica consiste no fato de que o processo de efetivação da
aprendizagem deve fornecer dados e informações essenciais à tomada de decisões
a respeito das condições de continuidade e/ou retomada do ensino, bem como
atribuir juízo de valor à aprendizagem efetivada, oferecendo condições para análise
e julgamento dos aspectos quantitativos e qualitativos do processo construído
(capacidade de análise crítica, associação, generalização e síntese manifesta em
sua compreensão e reflexão sobre a realidade). Conceber a avaliação enquanto um
dos elementos do processo de ensino-aprendizagem, uma vez que se vincula
diretamente aos objetivos, à metodologia, à seleção e organização dos conteúdos, à
relação professor-aluno e à construção do saber.
Contínua porque se estende por todo o processo de mediação e de
construção da aprendizagem, fornecendo elementos para sua análise e julgamento
e pressupõe uma estrutura e uma organização curricular que possibilitem a
continuidade/retomada do processo de ensino-aprendizagem, assim como formas
contínuas de acompanhamento.
Cumulativa por oferecer um acompanhamento gradativo da complexidade do
trabalho pedagógico e do processo de construção da aprendizagem, oferecendo
elementos para análise dos avanços obtidos com relação à compreensão e reflexão
sobre a realidade. Critérios porque pressupõe a definição clara e objetiva dos
68
critérios utilizados para análise, julgamento de qualidade e atribuição de valor à
aprendizagem.
Esses critérios por sua vez, devem ser elaborados a partir das expectativas
político-sociais, com relação à finalidade do trabalho pedagógico escolar, à função
social do conjunto de conteúdos, à abordagem metodológica e à especificidade da
área do conhecimento do nível e modalidade de ensino.
Qualitativa, tendo em vista que une qualidade e quantidade, pois estes são
atributos inalienáveis, havendo uma combinação de aspectos qualitativos
(capacidade de análise crítica, elaboração intelectual, estabelecimento de relações
etc) e quantitativos (intensidade, tempo, valor etc) na avaliação.
O rendimento escolar mínimo exigido para aprovação é 6,0 (seis vírgula
zero) por matéria ou disciplina, respeitando a frequência mínima de setenta e cinco
por cento do total de horas letivas para a aprovação, conforme legislação vigente
para o Ensino Fundamental e Médio. Seguindo a fórmula abaixo para se obter a
média anual
média1ºtrim + média2ºtrim + média3ºtrim = Média Anual
3
O regime trimestral de notas para o controle da vida escolar do aluno é
utilizado, de maneira a proporcionar ao educando condições de acompanhamento
de seu aproveitamento dos conteúdos, bem como de sua frequência.
Dentro do processo avaliativo no trabalho do colégio, os outros envolvidos
com o ensino-aprendizagem também terão seus momentos avaliativos.
Neste sentido, LUCKESI (2005, p. 94) aponta que:
O atual processo de aferir a aprendizagem escolar, sob a forma de verificação, além de não obter as mais significativas conseqüências para a melhoria do ensino e da aprendizagem, ainda impõe aos educandos consequências negativas, como a de viver sob a égide do medo, pela ameaça de reprovação [...] O momento de aferição do aproveitamento escolar não é ponto definitivo de chegada, mas um momento de parar para observar se a caminhada está ocorrendo com a qualidade que deveria ter. [...] A avaliação, ao contrário, manifesta-se como um ato dinâmico que qualifica e subsidia o reencaminhamento da ação, possibilitando consequências no sentido da construção dos resultados que se deseja.
69
Desta forma, o trabalho pedagógico desenvolvido pelos professores, também
é avaliado, através da auto avaliação por instrumentos como textos e questionários
colocados à disposição dos professores na hora-atividade, além de outros
momentos importantes destinados à avaliação do trabalho pedagógico, como
reuniões pedagógicas e conselhos de classe, uma vez que este último também deve
destinar-se à análise do trabalho desenvolvido pelo corpo docente, e não somente
do desempenho dos educandos.
Os alunos e pais também terão seu espaço de avaliação do trabalho
desenvolvido pelo colégio, assim como avaliar as ações por parte do poder público e
mantenedor da educação pública, uma vez que a análise somente do trabalho
desempenhado internamente por parte do colégio, não abrange todo o complexo
sistema escolar.
As reuniões de pais e eventos proporcionados pelo colégio, são momentos
importantes para os pais e alunos estarem avaliando o trabalho pedagógico
desenvolvido, entendendo também, que os mesmos fazem parte do bom
desempenho do processo de ensino-aprendizagem.
A avaliação será de forma qualitativa e não quantitativa, valorizando o
trabalho de sala de aula, e através de grupos de estudo e discussões entre os
professores, encontrar melhores metodologias avaliativas, evitando somente
classificar e excluir os alunos considerados “não aptos” a aprender.
Os demais envolvidos com o processo de ensino-aprendizagem (professores,
equipe pedagógica, direção, equipe de apoio) também necessitam de momentos
avaliativos, como reuniões e encontros para haver uma socialização intermediada
por materiais bibliográficos que fundamentem e orientem suas ações, de forma que
toda a comunidade escolar também possa ser avaliada.
6.15 Conselho de Classe
A participação no conselho é de caráter obrigatório e as datas foram
programadas para que todos os envolvidos possam participar.
Anualmente são realizados quatro Conselhos de Classe, distribuídos ao longo
do ano, precedidos de pré-conselhos os quais serão realizados na hora atividade de
cada professor.
70
Aborda-se individualmente o desempenho de cada aluno do 6º ano do Ensino
Fundamental à 3ª série do Ensino Médio e quando apresentam alguma dificuldade,
são encaminhados conforme a necessidade.
Todas as informações repassadas pelos professores são anotadas em ata e
após a realização do Conselho de Classe os pais comparecem individualmente ao
colégio.
6.16 Formas de registro da avaliação
A nota de 0 a 10 é utilizada como forma de registro das avaliações, um sinal,
um indicador da aprendizagem do aluno num determinado momento de sua
trajetória escolar, e deve ser entendida como tal, ou seja, não como algo estático,
definitivo.
6.17 Periodicidade da avaliação
As avaliações são aplicadas em regime trimestral de notas, de maneira a
proporcionar condições de acompanhamento de aproveitamento dos conteúdos e
frequência.
6.18 Proposta de recuperação de estudos
É um direito do aluno e dever do colégio oportunizar a recuperação de
estudos, não apenas da nota, mas sobretudo dos conteúdos em que não foram
apropriados de modo integral aos objetivos.
A Recuperação de Estudos será realizada de forma permanente e
paralela/concomitantemente com o processo de ensino-aprendizagem. A
recuperação de estudos paralela é direito dos alunos, independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos, ou seja, deverá ser ofertada a todos os
estudantes e será organizada com atividades significativas, utilizando-se dos mais
diversos instrumentos, meios e procedimentos didático-metodológicos para a
retomada dos conteúdos e, portanto, para a sua ampliação da aprendizagem.
A Deliberação 007/99 CEE, que orienta a recuperação de estudos e orienta a
retomada dos conteúdos, garantindo assim que a avaliação tenha o cunho
71
diagnóstico, processual, contínuo, cumulativo, criterioso, qualitativo e somatório,
fazendo com que se prevaleça os aspectos qualitativos em detrimento aos
quantitativos.
Neste sentido, o Colégio Estadual do Campo Pedro Garlet enfatiza o esforço
de retomar os conteúdos, de modificar os encaminhamentos metodológicos, para
assegurar a possibilidade de aprendizagem, sendo assim, se oportunizará ao aluno
diversas formas de apreensão e verificação do conteúdo em defasagem em
diferentes momentos.
A proposta de recuperação de estudos do Colégio Estadual do Campo Pedro
Ernesto Garlet está estruturada em duas etapas: 1ª Etapa de Recuperação de
Estudos – CONTEÚDOS; 2ª Etapa de Recuperação de Estudos – NOTAS. Onde, a
Recuperação de Estudos – Conteúdos: é ofertada para todos os estudantes através
da retomada dos conteúdos, após constatação da dificuldade de compreensão pelos
estudantes, o professor deverá definir estratégias para recuperação, tais como:
debate, questionamentos orais, discussões, atividades de fixação, reelaboração de
atividades e outras intervenções que possibilitem a apropriação dos conhecimentos.
A Recuperação de Estudos – Notas: é o processo de ensino-aprendizagem que visa
o pleno desenvolvimento do(a) estudante e ainda que o processo de recuperação de
estudos visa recuperar 100% (cem por cento) dos conteúdos trabalhados. Desta
forma os resultados da recuperação devem ser retomados na sua melhor forma,
oportunizando ao estudante o seu melhor momento de aprendizagem.
6.19 Avaliação Institucional:
A Avaliação Institucional tem sido desenvolvida pela mantenedora, através de
instrumentos de avaliação e orientação da SEED/SUED/CEPE enviados e discutidos
pela comunidade escolar, em reuniões e espaços apropriados para este fim com
todos os envolvidos no trabalho do colégio.
Além da avaliação advinda do Estado, a escola tem concomitante a este
processo a sua avaliação institucional que se dá através de questionários, onde é
avaliada toda a comunidade escolar, bem como a prestação de serviços e espaço
físico.
Fazem parte do conjunto de aspectos, serviços e setores avaliados:
a) Espaço Físico
72
b) Direção
c) Equipe Pedagógica
d) Professores
e) Funcionários
f) Qualidade da prestação dos serviços oferecidos nos diversos setores da escola
(professores, merenda, biblioteca, secretária, direção, equipe pedagógica)
g) Além dos itens a que todos são submetidos dentro do processo de avaliação,
todos, ou seja, avaliado e avaliadores devem fazer as suas próprias auto avaliações.
Os professores avaliam a Direção e equipe pedagógica, biblioteca, condições
físicas e materiais para o trabalho pedagógico e demais setores da escola.
Os alunos realizam avaliação semelhante dos professores, avaliando o
trabalho dos mesmos e se auto avaliando.
A todos que participam da escola, quer sejam alunos, pais, professores,
funcionários, equipe pedagógica e direção, são solicitados que façam sua auto
avaliação como forma de aperfeiçoamento pessoal e da instituição.
6.20 Acompanhamento e avaliação do PPP
Como documento norteador do trabalho desenvolvido por todos na escola, o
Projeto Político Pedagógico não se apresenta de modo acabado. O movimento
dialético de buscar a prática social, teorizá-la e retornar a ela de maneira
intervencionista, permeia todo o processo ensino-aprendizagem.
Da mesma forma, o movimento de colocar os pressupostos aqui explicitados
também se apresenta de forma dialética, pois a necessidade de refletir sobre estes
pressupostos leva a possibilidade de mudar até mesmo as ações educativas
desenvolvidas pelos principais envolvidos no processo educativo.
Assim, serão necessários constantes momentos de parada no trabalho
educativo, para muitas vezes repensar e mudar os rumos deste trabalho.
Pretendemos colocar este Projeto Político-Pedagógico em prática, de
maneira coletiva, da mesma forma com que foi elaborado pela Comunidade Escolar,
bem como repensá-lo coletivamente, para que o compromisso seja assumido por
todos aqueles que fazem do espaço escolar, um lugar possível de melhorar a
sociedade na qual vivemos.
73
Desta forma, buscaremos fazer a avaliação do Projeto Político Pedagógico
ao menos semestralmente, aproveitando o espaço das reuniões pedagógicas,
utilizando materiais de apoio como: textos, livros, e outros, para fundamentar as
discussões acerca do PPP.
7. MARCO OPERACIONAL
7.1 Gestão democrática
Almejamos para nosso colégio, uma gestão democrática e participativa,
articulada com a família e comunidade, para buscar cada vez mais, melhorias que
propiciem o desempenho das ações formativas do aluno até aqui propostas.
É preciso construir práticas coletivas que possibilitem a participação nas
decisões por parte dos envolvidos diretamente com o processo educativo,
horizontalizando as relações de poder, pois através da gestão democrática, todos
são considerados sujeito no processo educativo, devendo ser tratados como tais.
Uma gestão democrática capaz de intermediar as relações e contradições
existentes também no espaço escolar, contradições estas que também permeiam as
relações sociais, e fundamentam a própria sobrevivência do homem em sociedade.
Apesar de formações diferenciadas por parte dos professores, a gestão
democrática intermediará as concepções filosóficas e ideológicas dos envolvidos no
processo educativo, de maneira a canalizar para objetivos comuns, traçados
coletivamente por toda comunidade escolar.
Assim, a gestão democrática necessita ser colocada em prática nos
pressupostos do Projeto Político-Pedagógico da escola, tornando possível sua
implementação de maneira concreta e material, uma vez que se trata de um
documento elaborado a partir da realidade concreta e material do colégio.
O envolvimento coletivo no desenvolvimento do trabalho da escola tem de ser
cobrado e implementado pela gestão democrática, com vistas a proporcionar a
formação plena do aluno, lhe oferecendo condições de continuidade nos estudos,
com a possibilidade de uma maior participação na transformação e melhoria do meio
em que vive.
74
7.2 Formação Continuada
A formação continuada deverá proporcionar aos professores, funcionários, a
comunicação, a interação, a produção e a validação de conhecimentos inerentes à
prática pedagógica. Levar-se-á em conta as políticas educacionais, as práticas
docentes em consonância com o desenvolvimento socioeconômico, político e
cultural da comunidade escolar, no contexto tecnológico da sociedade
contemporânea no decorrer de cada ano letivo.
Objetiva-se criar espaços para atualização, trocas de experiências,
aprofundar discussões frente aos programas curriculares e as necessidades
decorrentes do processo pedagógico, leituras, reflexões e tomadas de decisões no
espaço escolar. A formação capacitação continuada dar-se-á na forma de:
Grupo de estudos: por área do conhecimento e temas afins da educação;
Momentos coletivos para reflexão da prática pedagógica e troca de experiências:
em reuniões pedagógicas, hora atividade e semana pedagógica;
Incentivo a participação em cursos oferecidos a nível de extensão. Todas essas
atividades constituem-se em ações que buscam fortalecer a formação dos
profissionais da educação a fim de possibilitar uma atuação cada vez mais efetiva,
consciente e comprometida da escola na construção da sociedade.
7.3 Ações relativas à recuperação de estudos dos alunos
No decorrer de cada bimestre os professores deverão ofertar a Recuperação
de estudos aos alunos que, ao serem avaliados, demonstraram que não se
apropriaram a contento dos conteúdos. Importante ressaltar que todos os alunos têm
direito de realizarem a recuperação de estudos, independentemente da nota que
tiraram nas avaliações, pois a recuperação é de estudos e não de notas. Ressalta-
se ainda, que o instrumento avaliativo utilizado para avaliar o conhecimento dos
alunos após a retomada dos conteúdos na recuperação de estudos de estudos
deve ser diferente do instrumento utilizado na primeira avaliação do mesmo
conteúdo, pois entende-se que existe a possibilidade de os alunos terem
compreendido os conteúdos trabalhados porém não terem tido compreensão da
proposta de avaliação adotada pelo professor em determinado instrumento
avaliativo, apresentando assim um entendimento equivocado dos conteúdos. No
mais, o Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet adota, por questão de
75
organização interna, um padrão de procedimento quanto ao registro das avaliações
correspondentes à recuperação de estudos, que devem ocorrer no campo de
avaliações no Livro Registro de Classe na sequência do registro da avaliação
primeira do conteúdo e serem explicitadas no campo observações.
7.4 Linhas de ação para o trabalho pedagógico, administrativo, financeiro e
político educacional
Com o auxílio dos professores, será feita a distribuição dos alunos por sala,
garantindo a heterogeneidade;
Planejar organizadamente e proporcionar de forma proveitosa, momentos de
confraternização, de palestras sobre temas atrativos e importantes para os pais ou
responsáveis dos alunos, de forma a instigar nestes, o compromisso em participar
da vida escolar dos filhos;
Garantir aos alunos atividades atrativas, pedagógicas, vinculadas a uma postura
política crítica e emancipadora, tanto no cotidiano da sala de aula quanto nos
eventos periódicos da escola, sendo estes últimos momentos de integração e união
de toda Comunidade Escolar;
Elaborar projetos em parceria com todos os professores, equipe pedagógica e
direção, sobre temas importantes como: meio ambiente, paz, drogas, álcool, direitos
e deveres, ética, consumismo, patriotismo, valorização das culturas regionais
brasileiras, dentre outros temas pertinentes à formação plena do educando;
Formular um plano de ação para conscientizar a comunidade local e regional sobre
a necessidade de preservação do meio ambiente em que vivemos, de forma que
esta proposta envolva o colégio, subprefeitura, prefeitura, câmara de vereadores,
empresas e instituições de Ensino Superior;
Organizar o cardápio do lanche do colégio promovendo um enriquecimento da
dieta alimentar, inclusive aproveitando a horta do colégio, com projetos
interdisciplinares. No espaço disponível existente no colégio, uma horta com
temperos e legumes poderão ser cultivados, com o auxílio dos alunos, através de
projetos de todas as disciplinas de forma a enriquecer o conteúdo nutritivo da
merenda do colégio;
76
Requerer às autoridades competentes, em conjunto com a comunidade, melhorias
nas estradas, possibilitando aos alunos o acesso ao colégio, inclusive nos dias de
chuva;
Trabalhar com a diversidade cultural, valorizando a predominância cultural da
região, através de projetos envolvendo danças, contos, pratos típicos, vestuário,
dentre outros.
Queremos ressaltar aqui, que traçamos linhas de ações de maneira geral,
apresentando as principais possibilidades de interferência na realidade escolar.
Porém, no decorrer da aplicação das mesmas em termos práticos, estão
passíveis de complementação e alterações, adequando-se a novas necessidades
que possam surgir no trabalho educativo (inclusive por segmentos, com fins a
melhoria em todos os segmentos da instituição).
7.5 Intervenções Pedagógicas
7.5.1 Sala de Recursos
A Sala de Recursos Multifuncional Tipo - I na Educação Básica é um
Atendimento Educacional Especializado, de natureza pedagógica que complementa
a escolarização de estudantes que apresentam Deficiência Intelectual, Deficiência
Física Neuromotora, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Transtornos
Funcionais Específicos, matriculados na Rede Pública de Ensino, orientado pelas
legislações vigentes como a LDB, as Diretrizes Nacionais, Diretrizes Curriculares
Escolar, a Resolução CNE n° 02/01 e a Deliberação n° 02/03 CEE.
As regulamentações para os critérios de funcionamento estão estabelecidas
na Instrução n° 13/08 – SUED/SEED, para o Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano na
área de Deficiência Intelectual, Transtornos Funcionais Específicos e Transtorno de
Atenção com ou sem Hiperatividade e na Instrução nº 011/2011 – SUED/SEED para
o Ensino Médio da 1ª a 3ª série, na área de Deficiência Intelectual, Transtornos
Funcionais Específicos e Transtornos Globais do Desenvolvimento. O atendimento
estabelece como alguns dos critérios as seguintes orientações:
- Alunado: alunos regularmente matriculados no Ensino Fundamental do 6° ao 9°
ano e no Ensino Médio da 1ª a 3ª série, egressos da Educação Especial ou aqueles
que apresentam problema de aprendizagem, com atraso acadêmico significativo,
distúrbios de aprendizagem e/ou deficiência intelectual e que necessitem de apoio
77
especializado complementar para obter sucesso no processo de aprendizagem na
Classe Comum;
- Ingresso: a avaliação pedagógica de ingresso deverá ser realizada no contexto
escolar do Ensino Regular, pelo professor da Classe Comum, professor
especializado e equipe técnico-pedagógica da Escola, com assessoramento de uma
equipe multiprofissional (externa) e equipe do NRE e/ou SME, quando necessário,
considerando as necessidades específicas do aluno e as dificuldades em seu
processo de escolarização;
- Organização: na Sala de Recursos, para 20 horas semanais, sendo elas 13
horas/aulas com o aluno e 7 horas/aulas de hora atividade o número máximo é de
20 (vinte) alunos, com atendimento por meio de cronograma, em grupo e/ou
individual, conforme as especificidades e necessidades de aprendizagem do
estudante, no período contrário da matricula no ensino comum, sendo no mínimo
duas vezes por semana;
- Recursos Humanos: para atuar na Sala de Recursos Multifuncional Tipo - I o
professor deverá apresentar formação acadêmica na área de Educação Especial,
nas modalidades de Licenciatura e/ou Estudos Adicionais e/ou Especialização a
nível de Pós-Graduação;
- Recursos Materiais: o espaço físico deve estar conforme os Padrões da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT 9050/1994) e os materiais
pedagógicos são de responsabilidade da escola, por intermédio de sua
mantenedora; no Colégio temos um espaço específico para a Sala de Recursos com
os materiais pedagógicos específicos adaptados, equipamentos tecnológicos e
mobiliários, entre eles destacam-se os jogos pedagógicos que valorizam os aspectos
lúdicos, estimulam a criatividade, a cooperação, a reciprocidade e promovem o
desenvolvimento dos processos cognitivos, utilizados para as atividades com os
alunos;
- Aspectos pedagógicos: o trabalho pedagógico a ser desenvolvido na Sala de
Recursos Multifuncional – Tipo I, deve partir dos interesses, necessidades e
dificuldades de aprendizagem específica de cada aluno, oferecendo subsídios
pedagógicos e contribuindo para a aprendizagem dos conteúdos da Classe Comum,
utilizando metodologias e estratégias diferenciadas, objetivando o desenvolvimento
da autonomia, independência e valorização do aluno;
- Acompanhamento: o acompanhamento pedagógico de cada aluno é
78
observado/analisado no contexto comum de ensino e no atendimento educacional
especializado, registrado assim em relatório trimestral, oficial do NRE, elaborado
pelo professor da Sala de Recursos a partir do parecer dos professores das
disciplinas no conselho de classe e orientado pela equipe pedagógica;
Dentro das características do trabalho desenvolvido, prioriza-se as atividades
pedagógicas que contemplam as funções psicológicas superiores (linguagem), área
do desenvolvimento (cognitivo, motor e sócio-afetivo-emocional) e áreas do
conhecimento de cada aluno.
A Sala de Recursos do Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet
funciona em dois períodos de contra turno, atendendo alunos do Ensino
Fundamental do 6º ao 9º ano e do Ensino Médio da 1º a 3ª série, sendo atendidos
aproximadamente 09 (nove) alunos, distribuídos em turmas de 2 a 3 alunos, os
atendimentos são de segundas as quintas-feiras, sendo cada turma atendida duas
vezes por semana, mantendo sempre o contato com os professores das salas
regulares, propiciando o direcionamento principalmente nas áreas e dificuldades
específicas e adaptações necessárias para cada aluno.
A atual professora que atende a Sala de Recursos é Elisa Konrad Bocchi,
com formação acadêmica em Ciências/habilitação em Biologia pelo Centro
Universitário Diocesano do Sudoeste do Paraná – UNICS e Pós-Graduada em
Educação Especial: Atendimento às Necessidades Especiais; LIBRAS/LÍNGUA
PORTUGUESA/INTERPRETE/TRADUTOR/BILINGUISMO e Supervisão,
Orientação e Gestão Escolar.
7.6 Diversidade Educacional
7.6.1 Inclusão Educacional
As instâncias colegiadas do Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto
Garlet, entende a necessidade da inclusão na sua prática pedagógica,
considerando-a como um desafio, agravado pela falta de capacitação dos
professores e funcionários para identificar e trabalhar as necessidades de cada
aluno. Considera-se de grande importância sensibilizar não somente os professores,
mas todos os funcionários, os alunos e pais já que todos devem desempenhar um
papel ativo no processo de inclusão.
79
Uma educação inclusiva permite ao estudante com necessidades especiais
ou não, preparar-se melhor para a vida, em uma sociedade diversificada, adquirindo
experiência direta com a variedade das capacidades humanas.
Quando se trata de oportunidades iguais e justas para todos, as escolas ainda
têm muito que fazerem, sejam quais forem suas capacidades ou realizações. O
preconceito ainda é constante quando o aluno está com alguma dificuldade
momentânea, seja por motivo intelectual, social, emocional, físico cultural e outros.
O Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet tem como desígnio incluir
todos os alunos, garantindo um ensino de qualidade.
A construção da cidadania envolve um processo ideológico de formação de
consciência pessoal, social e de reconhecimento. A escola é um espaço institucional
do projeto educacional, deve mediar e articular a sociedade e os sujeitos envolvidos
na educação.
Segundo Veiga “a escola é lugar de concepção, realização de seu projeto
educativo, uma vez que necessita organizar seu trabalho pedagógico com base em
seus alunos. Nessa perspectiva, é fundamental que ela assuma suas
responsabilidades, sem esperar que as esferas administrativas superiores tomem
essa iniciativa, mas que lhe deem as condições necessárias para levá-la adiante.
Para tanto, é importante que se fortaleçam as relações entre escola e sistema de
ensino” (1995:11-12).
Para que isso de fato aconteça, a escola deve estar aberta a mudanças e
adotar posturas que impliquem na necessidade de rever constantemente sua
prática, para que possa refletir sobre o individual e pensar na qualidade da educação
nos aspectos políticos, culturais e pedagógicos.
Concebe-se como escola democrática e cidadã, aquela que luta pela
qualidade da educação para todos, preocupando-se com a ação educacional, a
formação social e a de construção de conhecimentos socialmente significativos,
relevante para a cidadania e apropriação do conhecimento científico.
A escola deve pensar na diversidade do seu alunado como um todo. A
legislação vigente considera a diversidade de educandos em nossas escolas, bem
como a importância dos educadores reconhecer esta diversidade, respeitando os
tempos de aprendizagem e buscando meios para promover a apropriação do
conhecimento e a autonomia intelectual de todos os alunos.
80
Neste sentido, a flexibilização curricular para alunos que apresentem
dificuldades durante a apropriação dos conhecimentos é fundamental. Dar-se-á
através de momentos de instrumentalização dos professores, durante reuniões
pedagógicas, formações continuadas e nas Horas-atividades. Os profissionais que
atuam junto às pessoas com deficiências e/ou dificuldades de aprendizagem
direcionem o processo educativo, que é, em si, um processo de humanização. É
fundamental considerar que todo ser humano tem a capacidade de aprender,
contudo, não ao mesmo tempo e com os mesmos recursos. Neste sentido, “os
impedimentos, mesmo que graves, de forma alguma explicam todas as dificuldades
e há muitas possibilidades para intervenção nos contextos em vários níveis:
ensino, criação, família, apoio dos colegas e amizade, atitudes positivas,
relação com os vizinhos e remoção de barreiras de todos os tipos.” (MITTLER,
2003, p. 26).
A intencionalidade em cada atividade proposta deve ser bem clara, ou seja,
oque, como e quando ensinar determinado conteúdo para que respeitar as formas
diferentes de aprendizagem existente na escola seja respeitada. Proporcionar maior
tempo para realização das atividades, redução do número de do grau de
dificuldades das atividades a serem abordadas, estabelecer dialogo com aluno-
professor-família são algumas das intervenções realizadas no intuito de minimizar as
barreiras estabelecidas e enfatizando apropriação do conhecimento e a autonomia
intelectual de todos os alunos.
De acordo com a Resolução CNE/CNB nº 02/2001, às escolas compete oferecer:
VI – condições para reflexão e elaboração teórica da educação inclusiva, como
protagonismo dos professores, articulando experiência e conhecimento com as
necessidades/possibilidades surgidas na relação pedagógica, inclusive por meio de
colaboração com instituições de ensino superior e de pesquisa;
VII – sustentabilidade do processo inclusivo, mediante aprendizagem cooperativa
em sala de aula, trabalho de equipe na escola e constituição de redes de apoio, com a
participação da família no processo educativo, bem como de outros agentes e
recursos da comunidade; VIII – temporalidade flexível do ano letivo, para atender às necessidades
educacionais especiais de alunos com deficiência mental ou com graves deficiências
múltiplas, de forma que possam concluir em tempo maior o currículo previsto para a
série/etapa escolar, principalmente nos anos finais do ensino fundamental, conforme
estabelecido por normas dos sistemas de ensino, procurando-se evitar grande
defasagem idade/série. (BRASIL, 2001, p. 2 e 3)
81
Sendo assim, efetivar meios em que buscam responder às demandas educacionais e
aos anseios da comunidade de estudantes laudados ou não.
7.6.2 Cultura Afro Brasileira
A sociedade brasileira, embora ainda enfrente impasses e contradições
acerca do reconhecimento de direitos aos quais todos os grupos humanos devem ter
acesso, apresenta, gradativamente, mudanças significativas.
No campo educacional, entre as medidas afirmativas que visam combater as
desigualdades sociais brasileiras, bem como propiciar desconstruções e construções
necessárias para práticas da promoção de igualdade racial, temos a Resolução
CP/CNE n° 1, de 17 de junho de 2004 (DOU n° 118, 22/6/2004, Seção 1, p. 11), que
instituiu diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais
e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, a serem observadas
pelas instituições, em todos os níveis e ensino, em especial, por instituições que
desenvolvem programas de formação inicial e continuada de professores. A
resolução tem por base o Parecer CP/CNE n° 3, de 10 de março de 2004,
homologado pelo Ministro da Educação, em 19 de maio de 2004.
As decisões do Conselho Nacional de Educação cumprem a Lei n° 10.639, de
9 de janeiro de 2003 (DOU n° 8, 10/1/2002, Seção 1, p. 1) que altera a Lei no 9.394,
de 20 de dezembro de 1996 (LDB), para tornar obrigatório o ensino da História e
Cultura Afro-Brasileira na Educação Básica. A lei dispõe que o conteúdo
programático incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos
negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade
nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e
política pertinentes à História do Brasil.
Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados
no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas da disciplina de Arte,
Literatura e História Brasileira. Estabelece, ainda, o dia 20 de novembro como “Dia
Nacional da Consciência Negra", onde a professores juntamente com os estudantes,
pais e comunidade escolar realizam momentos de valorização da Cultura Afro-
Brasileira, através de exposições de artesanatos, músicas, danças e comidas típicas
e que fazem parte do dia-a-dia atual.
82
O sucesso das políticas públicas de Estado, institucionais e pedagógicas, visando a reparações, reconhecimento e valorização da identidade, da cultura e da história dos negros brasileiros depende necessariamente de condições físicas, materiais, intelectuais e afetivas favoráveis para o ensino e para aprendizagens; em outras palavras, todos os alunos negros e não negros, bem como seus professores, precisam sentir-se valorizados e apoiados (BRASIL, 2004, p. 13).
Depende também, de maneira decisiva, da reeducação das relações entre
negros e brancos, o que aqui estamos designando como relações ético-raciais. E,
ainda, de trabalho conjunto, de articulação entre processos educativos escolares,
políticas públicas, movimentos sociais, visto que as mudanças éticas, pedagógicas e
políticas nas relações ético-raciais não se limitam à escola.
Assim sendo, a educação das relações ético-raciais impõe aprendizagens
entre brancos e negros, trocas de conhecimento, quebra de desconfianças, projeto
conjunto para construção de uma sociedade justa, igual, equânime.
O currículo do Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet está
organizado para atender às determinações da lei n° 9.394/96 Art.26 de incluir o
ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana em todas as disciplinas do
ensino fundamental e médio, como conteúdo complementar.
A inclusão do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana tem como
objetivo valorizar devidamente a história e a cultura do povo negro na perspectiva de
ampliar o conhecimento para diversidade cultural, racial, social e econômica
brasileira. (Parecer n°003/2004 pg. 21).
7.6.3 História e Cultura dos povos indígenas
Em cumprimento a Lei 11.645 de 2008, que institui o ensino da cultura
indígena nas escolas públicas do estado do Paraná, o Colégio Pedro Ernesto Garlet
procura desenvolver um trabalho de conscientização e incentivo a todos os
professores para que busquem estudar a cultura afro-brasileira e africana, assim
como a cultura indígena no Brasil. O objetivo é levá-los a adquirirem conhecimento
para falarem com propriedade aos alunos sobre estes assuntos, os quais devem
perpassar de algum modo por todas as disciplinas, inclusive aparecendo nos planos
de trabalho docente de cada professor.
A educação indígena se caracteriza pelos processos tradicionais de
aprendizagem de saberes e costumes característicos de cada etnia. Estes
conhecimentos são ensinados de forma oral no dia-a-dia, nos rituais e nos
83
mitos. Entretanto, várias etnias indígenas têm buscado a educação escolar
como um instrumento de redução da desigualdade, de firmação de direitos
e conquistas e de promoção do diálogo intercultural entre diferentes agentes
sociais (GONÇALVES & MELLO, 2009).
Museus e Associações Culturais Indígenas têm realizado um trabalho
permanente de divulgação da arte e da cultura, contribuindo para preservar as
tradições e as diversidades como veículos de afirmação de cada etnia.
Lideranças indígenas e pesquisadores fazem distinção entre educação
indígena e educação escolar indígena. Essa última complementaria aqueles
conhecimentos tradicionais por processos de ensino-aprendizagem que lhes
garantissem acesso aos códigos escolares não-indígenas. (BRASIL, 2007)
A prática docente contribui com subsídios teórico-metodológico em relação à
questão indígena, a fim de angariar por uma educação que dê visibilidade a todos os
sujeitos sociais:
-Visualizando os indígenas como sujeitos segregados ao longo do
desenvolvimento da História do Brasil;
-Desenvolvendo a questão indígena, observando o cuidado para não apenas
positivar, negativar ou homogeneizar a prática pedagógica em relação aos índios;
-Representando cartograficamente a distribuição dos grupos indígenas pelo
território brasileiro;
-Possibilitando a discussão pela autoafirmação identitária (não existe um índio
genérico);
-Trabalhando o discurso preconceituoso presente no imaginário individual e
coletivo da população (índio cruel, bárbaro, canibal, selvagem, preguiçoso,
traiçoeiro, nu, etc)
-A matriz dominante, euro descendente, permeada pela visão evolucionária
da história e da cultura que continua considerando os povos indígenas como uma
cultura em estágio inferior, cuja perspectiva é a integração e a assimilação à cultura
global.
-Visão romântica, criada por cronistas, romancistas e intelectuais, que
concebe o índio como ligado à natureza, protetor das flores, ingênuo, pouco capaz
ou incapaz de compreender o mundo não-índio com suas regras e valores.
84
-Defendendo o direito a terra coletiva suficiente aos indígenas, para sua
reprodução física, cultural e espiritual, e de educação escolar diferenciada;
-Elucidando que a apropriação dos códigos não-índios, não significa deixar de
ser índio e que fazer parte da modernidade não significa abdicar de sua origem nem
de suas tradições e modos de vida próprios;
-Conhecendo a luta contemporânea em prol da autonomia defendida pelo
movimento indígena brasileiro;
-Entendendo a riqueza da língua, da literatura, dos contos, dos rituais,
celebrações indígenas como prática pedagógica tradicional para a educação,
instrução, preservação dos costumes, da cultura e da história específica de cada
grupo.
-Especificando a riqueza dos conhecimentos, realizações e saberes dos
indígenas nas artes, religiosidade, ritos de passagem, alimentos, técnicas, ciência
que investiga a natureza como fonte de conhecimento;
-Compreendendo a dinâmica da organização social, familiar e da produção
econômica indígena que respondem às suas necessidades e desejos;
-Analisando as consequências econômicas, socioculturais e ambientais da
ocupação/invasão de agropecuaristas, madeireiras, mineradoras e projetos
governamentais nos territórios indígenas, bem como os conflitos atuais decorrentes
desta prática;
-Caracterizando o movimento indígena ou movimentos indígenas organizados
a partir de 1970 no Brasil, especificando seus objetivos, estratégias, possibilidades,
limites, bem como a atuação das ONG's e Órgãos Governamentais, determinando
seus objetivos.
A formação da consciência da cidadania, a capacidade de
reformulação de estratégias de resistência, a promoção de suas culturas e a
apropriação das estruturas da sociedade não-indígenas, pela aquisição de
novos conhecimentos úteis para melhoria de suas condições de vida, estão
em pauta nas propostas relativas à educação escolar indígena.
Abandonam-se os pressupostos educacionais que, desde a colônia, tinham
características integracionistas visando a homogeneização da sociedade
brasileira pela aculturação e assimilação. (GONÇALVES, MELLO,2009)
85
7.6.4 Educação do Campo
7.6.4.1 Educação do Campo: constituição, concepção e a escola do campo.
... é necessário romper com a lógica do capital se quisermos contemplar a criação de uma alternativa educacional significativamente diferente. (Mészáros, 2005, pág.27)
7.6.4.2 A educação rural no Brasil A educação rural, através da escola formal regulamentada pelo Estado, teve
seu início no Brasil no final do Segundo Império, porém foi disseminada na primeira
metade do século 20. Assim, a educação rural vem responder uma necessidade
imediata para a população campesina do fim século XIX e começo do século XX,
que segundo Martins (2008) a educação urbana e rural eram postas em oposição,
lembrando que esta última era vista como atrasada e de baixa qualidade, ou seja, a
educação urbana era vista como melhor, tinha por objetivo desconsiderar a vida no
campo e contribuir com o processo de êxodo rural para impulsionar a
industrialização.
Com isso, sabe-se que a educação ofertada à população do campo deveria
como cita Ribeiro (2010), “aparelhar-se convenientemente para adequar-se às novas
formas que assumia a dependência estrutural, no momento em que se iniciava um
incipiente processo de industrialização no Brasil”, pois se pretendia que os sujeitos
do campo pudessem manusear conhecimentos que lhes seriam necessários em
caso de sua migração aos centros urbanos.
Ainda de acordo com Ribeiro (2010), a educação rural era permeada por
intervenções de campanhas nacionais, como a Campanha Nacional de Educação
Rural (CNER) e órgãos internacionais como a Organização das Nações Unidas para
a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e empresas estadunidenses que
direcionavam o debate referente à educação e produção agrícola do povo camponês
(1950-1960). Alguns professores e técnicos da década de 80, que estavam ligados
às pesquisas do campo apontavam em seus estudos um estereótipo de camponês
rude e atrofiado no tempo, um ser criado aos olhos de Monteiro Lobato, como seu
personagem Jeca Tatu, desnutrido, ignorante, doente, isolado, anêmico.
Segundo Ribeiro (2008) entre as décadas de 60 e 70 alguns estudiosos,
técnicos e professores, contribuíram significativamente para divulgar a ideologia da
Revolução Verde, repassando aos agricultores a dependência de um novo sistema
86
agrícola, no qual seus saberes acumulados não tinham relevância como antes, e
assim formulando uma nova concepção de produção. Nesse momento os técnicos e
professores eram a fonte mediadora importante entre o capital e o camponês, que
se voltava à modernização da produção agrícola. Desse modo, o sistema capitalista
no meio rural se fortalecia e as grandes empresas de insumos, máquinas e adubos
enriqueciam cada vez mais.
Após a década de 60, pode-se perceber que a educação ofertada aos
trabalhadores do campo pouco se diferenciava da educação urbana, transpassando
aos alunos no campo uma realidade que não lhes pertencia, dificultando a
assimilação dos conteúdos por parte dos educandos e excluindo a realidade dos
mesmos, sendo que o estereótipo de cidade era formado pela pressuposição de
avanço e modernidade, subentendendo-se que o campo era o contrário, ou seja, o
atrasado e antigo.
E para contrapor a educação rural e denunciar as precárias condições da
educação do campo, toma forma, nas últimas décadas do século XX, um movimento
pela Educação do Campo, que ganha fôlego em meio aos movimentos sociais e que
vem questionar a educação urbana e rural, buscando deslocar o protagonismo da
intencionalidade da formação aos sujeitos do campo.
7.6.4.3 A constituição e concepção da Educação do Campo
A discussão de Educação do Campo começa a se constituir entre 1997/98,
período este em que foi feito o I Encontro Nacional dos Educadores da Reforma
Agrária (1997), que foi realizado por entidades e movimentos sociais como CNBB,
MST, UNICEF, UNESCO e UnB. Nesta ocasião firma-se a necessidade de ampliar
com os demais sujeitos que vivem e trabalham no campo a discussão sobre a
educação existente no campo. A materialidade destas discussões está referenciada
nas experiências educacionais existentes no referido período, em acampamentos e
assentamentos e em outras comunidades do campo. Uma das deliberações deste
encontro foi a constituição da Articulação Nacional Por uma Educação Básica do
Campo. Esta articulação desencadeou algumas ações, dentre elas a realização da I
Conferência Nacional: Por uma Educação Básica no Campo, que ocorreu em
Luziânia (GO), no ano de 1998. As reflexões e debates realizados nesses primeiros
momentos de constituição da Educação do Campo podem ser sintetizados em
87
quatro pontos: a educação e a relação com o campo e seu desenvolvimento, a
denúncia da precariedade da educação do campo (em especial da estrutura física
das escolas), necessidade de um projeto formativo para o campo - que valorize a
cultura do campo e suas especificidades, e a reivindicação por políticas públicas
para o campo. Tais questões estão desenvolvidas no texto base desta conferência e
outros que foram compilados no Caderno n. 1 da Coleção de Cadernos: Por uma
Educação Básica do Campo, 1999.
7.6.4.4 Educação do Campo: direito nosso e dever do Estado
O campo que é abordado na Educação do Campo, em sua especificidade,
não é aquele que é formado a partir de uma ideia abstrata, mas sim de um contexto
concreto, no qual a terra e os sujeitos que dela usufruem são fundamentais para que
esse espaço seja visto e pensado num processo de formação de pessoas, de
trabalhadores,
“podemos dizer sobre a Educação do Campo, parafraseando Emir Sader (prefácio Mészáros, 2005, pág. 15) que sua natureza e seu destino estão ligados ao destino do trabalho no campo e, consequentemente, ao destino das lutas sociais dos trabalhadores e da solução dos embates e projetos que constituem a dinâmica atual do campo brasileiro...” (Caldart, 2008, pág.2)
Vale lembrar que o campo é repleto de contradições, pois os movimentos
sociais, em especial o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o MST, tiveram e
ainda têm muitas dificuldades, limites e contradições para efetivar uma educação
pública para as comunidades camponesas. E nesse modo, foi-se constituindo uma
educação pautada na discussão e nas contradições do homem do campo, no
espaço de luta pela terra como fator de produção da vida e apropriação de
conhecimento, e não um espaço de alienação e de deformação do trabalhador do
campo, como está presente em forma de ridicularização em festas juninas, onde o
camponês é estereotipado como ser ignorante e que “fala errado”.
Como visto anteriormente uma das bandeiras de origem da Educação do
Campo é a luta por políticas públicas que atendam às necessidades dos povos
camponeses, sendo eles quilombolas, ribeirinhos, faxinalenses, ilhéus, sem-terra,
assentados, entre outros. Reivindicam que essas políticas públicas não sejam
constituídas apenas por um determinado grupo de pessoas, mas sim, algo pensado,
88
refletido, debatido, e construído na coletividade de todos os sujeitos que se
debruçam a estudar e pensar a Educação do Campo, sendo eles os movimentos
sociais, alunos, pais, comunidade, professores, pesquisadores, entre outros, pois o
que se tinha até então era uma educação rural pensada por um determinado grupo
de pessoas que não pensava na materialidade do campo, a terra e os sujeitos
sociais que dela vivem, assim os forçando a aprender “coisas” que não eram
compatíveis com sua realidade e que atendiam os interesses, não dos trabalhadores
do campo, mas sim dos grandes capitalistas (latifundiários), que tem como objetivos
a formação de mão-de-obra barata e a alienação da classe trabalhadora. E para
contrapor esse contexto é que alguns autores pensam e discutem a proposição de
uma educação que atenda o povo camponês.
Segundo Caldart (2005, pág.19) “A Educação do Campo se constitui a partir
de uma contradição de classe no campo: existe uma incompatibilidade de origem
entre a agricultura capitalista e a Educação do Campo. ” A autora explica que ambas
são coisas distintas, pois a agricultura capitalista visa à exclusão e a “extinção” dos
povos camponeses, e a Educação do Campo luta pela valorização a cultura, a
origem, os saberes dos povos camponeses, enfim pela vida no campo. Nessa
direção pontua Ribeiro que,
Os movimentos sociais populares rurais/ do campo não querem hoje apenas uma escola de quatro séries iniciais, mas exigem educação infantil, educação básica, educação profissional e ensino superior direcionado à produção familiar e à cultura dos povos do campo (RIBEIRO,2010, p.196).
Desse modo, percebe-se que a Educação do Campo ressalta a valorização
dos povos camponeses, lembrando suas lutas pela terra, sua cultura, seu modo de
viver e sua relação com o trabalho, fator de grande relevância para a constituição
dessa educação. O trabalho como forma de produzir a vida é tido como princípio
educativo, em que o sujeito aprende por meio dele e se constituí enquanto sujeito, e
num movimento dialético este trabalho poder ser educativo e/ou deseducativo:
Não existe trabalho que seja completamente deseducativo. Todo o trabalho educa o sujeito, pelo menos, em alguma dimensão. O que acontece é que o trabalho muitas vezes é educativo e deseducativo, quer dizer, educa de um lado e deseduca de outro. (MST, 2005, pág.63).
E com isso, a Educação do Campo vem assumindo, como gênese de
identidade e como base de suas formulações, seu vínculo com os sujeitos
concretos, ou seja, com os trabalhadores e trabalhadoras do campo.
89
Assim, a Educação do Campo não se limita somente às questões do campo,
pois de acordo com Caldart (2008) “A materialidade de origem da Educação do
Campo exige que ela seja pensada/trabalhada sempre na tríade: Campo - Política
Pública - Educação”. Ou seja, a educação dos trabalhadores camponeses vai além
da educação em si, pois ela é permeada por outros segmentos que a constitui, como
a vida do próprio camponês e a relação dele com a terra.
Segundo Caldart (2008) “O movimento da educação do campo se constituí
em três momentos que são distintos, mas simultâneos e que se completam na
configuração do seu conceito, do que ela é, está sendo, e poderá ser”. Também a
autora aborda o conceito de Educação do Campo no aspecto da negatividade,
positividade e superação.
A negatividade que é mencionada é a denúncia/ resistência à deformidade do
sujeito camponês como atrasado, inferior. A positividade está baseada não na
espera de que as coisas aconteçam, mas sim, em propostas e práticas concretas do
que fazer. A superação está vinculada no processo formativo, na projeção de outra
concepção de campo, de sociedade, ou seja, na transformação social e na
emancipação humana. Lembrando que, o modelo de educação que temos hoje é
majoritariamente voltado para a reprodução do capital e para a formação de força de
trabalho para atender as demandas do mercado, que desde sempre exclui os
trabalhadores no processo da tomada de decisões e que os coloca na posição de
subalternos e incapazes de pensar.
7.6.5 Desafios Educacionais Contemporâneos
No Colégio Pedro Ernesto Garlet, os temas Estudos do Paraná, Educação
Ambiental, Violência, Alcoolismo, Drogas, e outros, são trabalhados de forma
interdisciplinar, sendo estes temas abordados pelas várias disciplinas, de maneira
que o aluno possa compreender que os mesmos não podem estar separados dos
estudos dos conteúdos, uma vez que estão com relação direta à realidade
vivenciada.
Os estudos sobre o meio ambiente também são abordados de modo
interdisciplinar, inclusive com a criação de uma horta no colégio, além do
ajardinamento, ambos montados e cuidados pelos alunos, com o intermédio da
professora de inglês. É uma das formas de estudo do meio ambiente relacionando
este estudo com a realidade vivenciada, principalmente dentro da realidade de Sede
90
Alvorada, onde os alunos em sua maioria dependem do meio ambiente para
sobreviver, pois a agricultura é o meio de sustento da maioria dos alunos.
Os temas Violência, Alcoolismo, Drogas, também são trabalhados de modo
interdisciplinar, inclusive com a vinda de profissionais da saúde, da unidade básica
de saúde da sede do distrito proferindo palestras abordando vários assuntos
pertinentes aos alunos.
O trabalho interdisciplinar proporciona um melhor aprendizado aos alunos,
principalmente se entendemos que os temas citados anteriormente fazem parte de
nossas vidas, e estão diretamente ligados aos conteúdos trabalhados em sala de
aula pelas várias disciplinas que compõem o currículo escolar, que por sua vez,
estão contextualizados com a realidade vivenciada pelos envolvidos no processo
ensino aprendizagem.
7.6.5.1 Educação Ambiental
Entende-se por educação ambiental os processos contínuos e permanentes
de aprendizagem, em todos os níveis e modalidades de ensino, em caráter
formal e não-formal, por meio dos quais o indivíduo e a coletividade de
forma participativa constroem, compartilham e privilegiam saberes,
conceitos, valores socioculturais, atitudes, práticas, experiências e
conhecimentos voltados ao exercício de uma cidadania comprometida com
a preservação, conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente e
da qualidade de vida, para todas as espécies (Lei 17505/2013).
A Educação Ambiental deve ser contemplada no Projeto Político Pedagógico
da Escola, e trabalhada de forma interdisciplinar em todos os níveis e modalidades
de ensino, para a construção de conhecimento de todos, num diálogo dos saberes,
combinadas as ações individuais e coletivas, para a necessária transformação da
escola em um espaço educador sustentável.
Pensando em uma educação de qualidade, formadora e seguindo as leis
vigente o Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet segue os objetivos
propostos na Lei Federal Nº 9.795, de 27 de abril de 1999 e Lei Estadual 17505 - 11
de Janeiro de 2013, como: desenvolver práticas integradas que contemplem suas
múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos de saúde, históricos, políticos,
sociais, econômicos, científicos, culturais, filosóficos, estéticos, tecnológicos, éticos,
psicológicos, legais e ecológicos; divulgar e socializar as informações
socioambientais; estimular o fortalecimento de uma consciência crítica sobre as
91
questões ambientais e sociais; promover e incentivar o envolvimento e a
participação individual e coletiva, de forma permanente e responsável, como um
valor inseparável do direito e do exercício da cidadania, visando à promoção da
saúde ambiental; estimular a cooperação entre as diversas regiões do Estado do
Paraná, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção integrada de
sociedades sustentáveis, fundamentada nos princípios da solidariedade, liberdade
de ideias, democracia, responsabilidade, participação, mobilização e justiça
social; fomentar e fortalecer a integração com a ciência, as tecnologias apropriadas
e os saberes tradicionais e inovadores, tendo como base a ética de respeito à vida,
assegurados os princípios desta Lei; fortalecer a democracia, a cidadania, a
mobilização, a emancipação dos povos e a solidariedade como fundamentos para o
futuro de todos os seres que habitam o planeta.
Durante discussões e orientações a respeito do que seja o ideal para um ambiente
adequado para a vida do planeta são instituídas a Política Estadual de Educação
Ambiental e o Sistema Estadual de Educação Ambiental como
“...ressaltando que todos têm direitos e deveres em relação à
educação ambiental, sendo a sua realização e coordenação de
competência do Poder Público, por meio das secretarias de estado,
com a colaboração de todos os órgãos públicos, empresas estatais,
fundações, autarquias e institutos, bem como dos meios de
comunicação, organizações não governamentais, movimentos
sociais, demais organizações do terceiro setor e organizações
empresariais. O Sistema Estadual de Educação Ambiental será
implantado com a finalidade de integrar, sistematizar e difundir
informações e experiências, programas, projetos e ações, bem
como realizar diagnósticos, estabelecer indicadores e avaliar a
política de educação ambiental no Estado do Paraná. (PARANÁ,
2013)
Deve ser de responsabilidade da Política Estadual de Educação Ambiental
“... promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o
engajamento da sociedade na preservação e conservação,
recuperação e melhoria do meio ambiente; promover e desenvolver a
educação ambiental de maneira integrada, interdisciplinar e
transversal no currículo escolar, bem como integrá-la como prática e
princípio educativo contínuo e permanente, em todos os níveis e
modalidades do ensino formal; promover ações de educação
ambiental integradas aos programas de preservação, conservação,
recuperação e melhoria do meio ambiente; promover, disseminar e
democratizar de maneira ativa e permanente informações e práticas
educativas socioambientais numa perspectiva inovadora,
transformadora, emancipatória em sua programação; promover
92
programas destinados ao aprendizado e ao exercício da cidadania,
visando à melhoria e o controle efetivo sobre o ambiente e os
processos de trabalho, bem como sobre as atividades exercidas e
respectivos impactos no meio ambiente; estimular a sociedade como
um todo a exercer o controle social sobre as ações da gestão pública
na execução das políticas públicas ambientais e atuação individual e
coletiva voltadas para a prevenção, identificação, minimização e
solução de problemas socioambientais; desenvolver programas,
projetos e ações de educação ambiental voltados a estimular a
formação crítica do cidadão no conhecimento e exercício de seus
direitos e deveres constitucionais na perspectiva socioambiental, com
a transparência de informações sobre sustentabilidade e com
controle social.”
Deste modo, pretende-se transformar todos estes desafios contemporâneos
em conteúdos a serem trabalhados em sala de aula, nas mais diversas áreas do
conhecimento, ampliando as possibilidades de contextualizá-los, compreendê-los,
ressignificá-los, produzindo no aluno atitudes de valorização da vida e dos valores
sociais da diversidade brasileira.
7.6.5.2 Cidadania e direitos humanos
A demanda de Cidadania e Direitos Humanos nasceu com o desafio de
implementar o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos nas escolas da
nossa rede. Seu objetivo maior é a busca dos princípios da dignidade humana,
respeitando os diferentes sujeitos de direito, para proporcionar maior justiça social.
Com a intenção de valorizar ações de cidadania, esta demanda é responsável ainda
pelas ações interinstitucionais de acompanhamento e fomento de programas
federais e estaduais como: Atitude, Saúde na Escola, Segurança Social, entre
outros. Dentro dessa visão, os professores, em sala de aula, poderão utilizar-se da
legislação vigente para trabalhar os diferentes aspectos dos direitos dos cidadãos:
Decreto 5.109, de 17.06.2004: que dispõe sobre a composição, estruturação,
competências e funcionamento do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso - CNDI,
e dá outras providências.
Decreto nº 5.130, de 07.07.2004: que regulamenta o art. 40 da Lei n o 10.741,
de 1 o de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso), e dá outras providências.
Decreto nº 5.296, de 02.12.2004: que determina as normas gerais e os critérios
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência
93
ou com mobilidade reduzida, e outras providências.
Lei nº 10.639, de 09. 01. 2003: que dispõe sobre a obrigatoriedade do Ensino de
História e Cultura Afro, incluindo o estudo da História da África e dos Africanos e a
luta dos negros no Brasil. Lei nº 10.741, de 01.10.2003: que dispõe sobre o Estatuto
do Idoso e dá outras providências.
7.6.5.3 Enfrentamento a violência na escola
A violência é, de fato, um tema que permeia o cotidiano escolar. Tendemos a
pensar que o “vilão” desse problema sejam, talvez, os alunos, porém, temos de
considerar a conjuntura da sociedade na qual vivemos e da escola que temos.
Provavelmente, o enfrentamento a esse problema esbarra no desconhecimento
sobre suas raízes e suas inadequações quanto às estratégias de como fazê-lo. Toda
sociedade precisa dos que se rebelam e a questionam. Porém, deve haver limites à
indisciplina, os quais, se ultrapassados, inexoravelmente gerarão desrespeito e
violência.
Em 2009, a Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação,
Ciência e Cultura (OEI) entrevistou 8,7 mil professores. Desses, 83% defenderam o
uso de medidas mais repressivas para combater o “mau comportamento” dos
alunos, sendo que 67% acreditavam ser a expulsão a melhor solução e 52%
gostariam que as escolas fossem melhor policiadas (Moço, 2009:83).
Desse modo, a repressão e a punição se apresentam, num primeiro momento, como
sendo as medidas mais eficazes para essas situações. No entanto, essa postura na
realidade não é adequada, uma vez que distancia a escola de soluções mais
amistosas e efetivas diante dos problemas enfrentados. Essa perspectiva, também,
centra a culpa tão somente nos alunos, muitas vezes transformando os problemas
em caso de polícia. O fato é que a grande, difícil e saudável característica das
crianças e adolescentes é a de pertencerem a um mundo que deve ser prontamente
superado à medida que caminham em direção à idade adulta – art. 3º do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA).
Em pleno século XXI ainda temos um ranço medieval de querer transformar
precocemente as crianças em adultos. É o culto e a ditadura do rápido
amadurecimento, de converter crianças em pequenos adultos. Esse processo
colabora, também, para o afloramento da violência. Aliás, vivemos uma adultização
das crianças e uma infantilização dos adultos.
94
Deste modo, o Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet pretende
juntamente com os discentes, docentes, agentes educacionais e comunidades em
geral transformar estes desafios contemporâneos em conteúdos a serem
trabalhados em sala de aula, nas mais diversas áreas do conhecimento, ampliando
as possibilidades de contextualizá-los, compreendê-los, ressignificá-los, produzindo
no aluno atitudes de valorização da vida e dos valores sociais através de parcerias
com Ong‟s que possibilitem palestras e atividades que minimizem essas dificuldades
bem como com CONSEG (Conselho de Segurança) e Policia Militar, Municipal e
Civil através de palestras e dinâmicas que possibilitem os próprios estudantes serem
agentes transformadores de sua realidade.
7.6.5.4 Prevenção ao uso indevido de drogas
A prevenção ao uso indevido de drogas, no âmbito das escolas públicas
estaduais, pode ser entendida como um processo complexo e desafiador que requer
uma abordagem desprovida de discriminações, bem como ser fundamentada
teoricamente, por meio de conhecimentos científicos. As propostas de prevenção
predominantes na sociedade legitimam um discurso moralista e repressivo, limitando
assim, a compreensão das múltiplas manifestações das drogas na sociedade.
Diante disso, percebe-se a necessidade de problematizá-las e desconstruí-las, a fim
de avançar em outras perspectivas que possibilitem uma análise contextualizada
sobre a questão das drogas e sua prevenção.
Os professores da Educação Básica, das diversas disciplinas, de todos os
níveis e modalidades de ensino, precisam tratar das questões referentes à
prevenção ao uso indevido de drogas, conforme a realidade e a necessidade do seu
estabelecimento de ensino. Nesse sentido, a intervenção que se faz e/ou as ações
preventivas desenvolvidas precisam partir do que está sendo vivido, pensado e
realizado pela comunidade escolar.
Outro aspecto relevante é o fato de a própria comunidade escolar assumir o
processo preventivo e não esperar que outros agentes de fora da comunidade o
façam. Neste sentido, promover discussões nas reuniões pedagógicas sobre
prevenção é uma oportunidade para inserir este assunto no currículo escolar por
meio dos conteúdos das diversas disciplinas da Educação Básica.
É importante destacar o papel do professor no planejamento de suas aulas e
a preocupação com a melhoria da sua didática. Nesse sentido, é relevante
95
incorporar situações que promovam uma leitura crítica de livros, jornais, televisão,
filmes e internet no decorrer do processo educativo. Os filmes, os quais nos
referimos são os comerciais – aqueles projetados nas salas de cinema ou mesmo
convertido em VHS ou DVD. Estes são carregados de códigos, linguagens,
símbolos, imagens e ícones, e, portanto, trazem a estética, o lazer, a ideologia e os
valores sociais.
Podemos contar com palestras educativas, com universitários da área da
saúde e do CAPE que visa prevenir sobre o uso indevido das drogas e suas
consequências, porém somente serão realizadas quando a instituição solicitante
possuir um projeto mais abrangente, uma vez que estudos demonstram que a
simples menção do tema sem respaldo prévio poderá gerar mais curiosidade do que
realizar o trabalho proposto, a prevenção.
7.6.5.5 Gênero e diversidade sexual
Ao nos aproximarmos das nossas escolas, observamos as múltiplas
determinações, sua cultura, as influências do contexto e as diversas interferências
do processo educacional nelas próprias e no seu entorno, trazendo o seu
significado, as oportunidades criadas, os processos nelas vividos e as experiências
ali realizadas.
O desafio maior é sem dúvida, o conhecimento em si, razão do nosso
trabalho e função essencial da escola. No entanto, constantemente vai além,
demonstrando-nos demandas novas, exigindo um posicionamento em relação aos
novos desafios que se apresentam para a educação e que devem ser trabalhados
neste contexto, tanto para os (as) profissionais da escola, como para os(as)
educados(as), seus pais e mães e a comunidade, em toda a complexidade de cada
um desses segmentos.
Tais desafios trazem as inquietudes humanas, as relações sociais,
econômicas, políticas e culturais, levando-nos a avaliar os enfrentamentos que
devemos fazer. Implica, imediatamente, a organização de nossas tarefas e o projeto
político pedagógico que aponta a opção pela direção educacional dada pelo coletivo
escolar, nossos planos, métodos e saberes a serem enfrentados, para hoje, sobre o
ontem e com a intensidade do nosso próximo passo.
A relativização constante nos impele a pedir mais: mais estudos, pesquisas,
debates, novos conhecimentos, e aquilo que nos abastece e reconhecemos como
96
valoroso, inserimos e disponibilizamos nessa escola que queremos fazer viva
replanejamos e reorganizamos nossas práticas. Os princípios, sem dúvida, são
diretrizes que nos guiam, entendidos como perenes. A escola é, na nossa
concepção, por princípio, o local do conhecimento produzido, reelaborado,
sociabilizado dialeticamente, sempre na busca de novas sínteses, construídas na e
com a realidade.
A tarefa de rever a prática educativa nos impulsiona para que voltemos aos
livros, analisemos os trabalhos desenvolvidos por nossos professores e professoras,
adicionemos, coparticipemos, contribuamos, façamos a releitura das realidades
envolvidas e caminhemos para o futuro.
A escola é um dos espaços privilegiados para discussões qualificadas sobre
sexo e sexualidade e sobre as relações que se estabelecem entre mulheres e
homens nos diferentes momentos históricos da nossa sociedade.
A necessidade de trazermos o tema para o interior das instituições de ensino
se justifica pelo intuito maior de proporcionar a toda a comunidade escolar, o acesso
a informações sérias e interpretações críticas acerca de diversos assuntos e
situações que permeiam a sociedade contemporânea. Entendemos que a
compreensão da realidade em que estamos inseridos é fundamental, pois é por
meio do conhecimento que nos emancipamos; é por meio do conhecimento que nos
damos conta de que as questões afetas à sexualidade são tratadas de forma
diferenciada, de acordo com o momento histórico em que se manifestam.
Podemos afirmar que a sexualidade e suas formas de expressão são
produções humanas e, como tais, estão sujeitas a uma série de determinantes
socioeconômicos.
Assim, as desigualdades de direito e de fato que observamos quando
falamos de mulheres e homens são produções históricas, e, portanto, passíveis de
mudanças. Da mesma forma, é possível a superação de outros tipos de preconceito
sexual.
Ao trazermos este debate para o interior das escolas, queremos dar mais um
suporte para que se faça uma ampla discussão dos fatores que influenciam na
configuração do conhecimento e da vivência da sexualidade para,
consequentemente, termos plenas condições de agir cotidianamente no sentido de
construir uma sociedade que saiba lidar com as diferenças.
97
Neste estabelecimento de ensino, o trabalho em relação à diversidade de
gênero e sexualidade acontece de forma intrínseca, ou seja, o tema é abordado nas
diversas disciplinas sempre que pertinente, ou mediante solicitação específica de
uma determinada turma. Este tema também é discutido através filmes e palestras
realizadas por pessoas que pertencem a instituições que trabalham e pesquisam
este tema.
7.6.5.6 Educação Fiscal
A proposta da Educação Fiscal é estimular o cidadão a refletir sobre a função
socioeconômica dos tributos, possibilitar aos cidadãos o conhecimento sobre
administração pública, incentivar o acompanhamento, pela sociedade, da aplicação
dos recursos públicos e criar condições para uma relação harmoniosa entre o
Estado e o cidadão.
No Projeto Político Pedagógico a Educação Fiscal se justifica pelo fato de a
escola ser um local de construção de possibilidades que viabilizam a compreensão
da realidade e a formação de cidadãos atuantes no meio em que vivem. Deve-se ter
em mente que o indivíduo vai organizando a construção de seu conhecimento,
mediado pela atuação do professor, através de ações concretas que formarão o seu
modo de ser, sendo, por isso, indispensável para a construção de um mundo mais
humano que se privilegie os ideais de paz, liberdade e justiça social com cidadãos
participativos e cientes de seus direitos, deveres e responsabilidades sociais. Dessa
forma, a Educação Fiscal foca a conscientização da sociedade sobre a função
socioeconômica do tributo, com vistas a despertar a consciência do cidadão para
acompanhar a aplicação dos recursos públicos, almejando assim o benefício de toda
a população.
A Educação Fiscal na prática educacional deve ser vivenciada em todas as
disciplinas oferecendo uma oportunidade aos alunos de praticarem atitudes cidadãs
tão necessárias nos dias de hoje, envolvendo a escola, a comunidade, professores e
alunos de forma participativa, mostrando a importância da educação fiscal para a
construção de uma sociedade mais digna, almejando que este trabalho venha
contribuir de forma positiva destacando o desempenho do cidadão na sociedade e
evidenciando seu papel como agente de transformação do meio em que vive através
de uma atuação consciente e eficaz.
98
A relevância do conhecimento sobre Educação Fiscal, visa o desenvolvimento
da consciência para o pleno exercício da cidadania bem como:
Possibilita aos alunos vivenciar situações envolvendo o Sistema Monetário,
favorecendo o desenvolvimento de um olhar crítico sobre os diferentes produtos e
serviços ofertados no mercado, refletindo sobre o consumismo exacerbado em
confronto com as necessidades básicas reais, visto a necessidade de planejar e
priorizar gastos, a fim de racionalizar o consumo, desenvolvendo conceitos como
orçamento familiar, pesquisa de preços e poupança.
Conscientiza os futuros cidadãos para a necessidade da emissão de documentos
fiscais como forma de arrecadação de tributos necessários para o provimento,
conservação e manutenção dos benefícios públicos, desenvolvendo assim a
consciência crítica em relação à aplicação do dinheiro arrecadado pelo governo para
o financiamento das políticas públicas, desestimulando atitudes de sonegação de
impostos e corrupção, com isso sensibilizar os alunos para a conservação do bem
comum, como forma de exercício da cidadania.
7.6.5.7 Estatuto do idoso
A Lei nº 10741, sancionada no dia 01/10/2003 pelo então presidente Luís
Inácio Lula da Silva, que define medidas de proteção às pessoas com idade igual ou
superior aos 60 anos, assegura-lhes todas as oportunidades e facilidades para
preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual,
espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade, sendo obrigação da
família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar ao idoso, com
absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, à cultura, à cidadania, à convivência familiar e comunitária, não podendo
nenhum idoso ser objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência,
crueldade ou opressão. É obrigação do estado garantir à pessoa idosa todos esses
direitos através da efetivação de políticas sociais públicas que permitam um
envelhecimento saudável e em condições de dignidade, colocando-o à salvo de
qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
De acordo com o capítulo V da Educação, Cultura, Esporte, Lazer e parágrafo
§ 2º, os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural, para
transmissão do conhecimento e vivências às demais gerações, no sentido da
preservação da memória e da identidade cultural.
99
No Colégio do Campo Pedro Ernesto Garlet, os idosos têm participação
especial nas entrevistas para a contação de suas histórias, para a produção de
textos referente ao gênero Memórias Literárias, Poemas, Crônicas, Artigo de
Opinião, destinadas à Olimpíada de Português, bem como explanação do uso de
objetos antigos na Amostra Cultural realizada pela escola a fim de resgatar a história
dessa localidade por meio da vivência dos idosos, colonizadores deste local.
7.6.6 História do Paraná
A Lei Estadual n.º 13.381/2001, determina a obrigatoriedade do ensino de
conteúdos da História do Paraná em estabelecimentos de Ensino Fundamental e
Médio. O objetivo, conforme determina o artigo 1.º, é “a formação de cidadãos
conscientes da identidade, potencial e valorização do nosso Estado”, em busca das
permanências, das mudanças e descontinuidades ocorridas na História do Paraná
enquanto saber escolar. A intenção da lei é clara e compreende a formação cívica
do povo do Paraná desde sua base, já que prevê que o ensino se inicia no período
fundamental e se estenda até o médio.
A História do Paraná contribui para a formação de uma consciência histórica
de professores e alunos. A partir desse pressuposto, no ano de 2006, a
preocupação com essa consciência histórica se efetivou com a regulamentação da
lei, que retomou a indicação da obrigatoriedade do ensino desses conteúdos como
tema na parte diversificada do currículo escolar, para serem aplicados nas diferentes
séries e disciplinas, além da História. Nessa Disciplina, a História do Paraná está
diluída ao longo das séries do Ensino Fundamental e Médio.
7.6.7 Equipe Multidisciplinar
A primeira Equipe Multidisciplinar na escola iniciou suas atividades em 2014,
cumprindo com todas as exigências dispostas na legislação, conforme a lei nº
10.639/03 e a lei nº 11645/08, estabelece instituindo a obrigatoriedade do ensino
História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena no Estabelecimento de Ensino.
Sendo a Equipe Multidisciplinar um espaço de análise, reflexão e discussão muito
importante para a integração social, elaborou-se todos os documentos e anexos
referentes a constituição da equipe (cadastro, ata digitada, comissão especial, termo
de homologação, etc) bem como organizou um livro ata no qual são registrados os
encontros a respeito da equipe.
100
Em 2015 o Colégio realizou a Mostra Cultural, onde foram apresentados a
comunidade os trabalhos realizados pelos alunos no tocante da Cultura Negra e
Indígena, representados através da exposição de cartazes e trabalhos artísticos.
Houve mobilização de todos os envolvidos no ensino/aprendizagem no
tocante a realização das ações educativas, propostas no Plano de Ação neste
período. A Equipe Multidisciplinar realizou o acompanhamento contínuo no
desenvolvimento dos trabalhos e ações, comparando os avanços no
desenvolvimento dos alunos em relação ao ano anterior. Chegou-se à conclusão
que houve participação, interesse de todos os envolvidos na realização das
atividades propostas.
As atividades foram realizadas através de oficinas, com a finalidade de
apresentar a comunidade escolar resultados alcançados com as atividades
pedagógicas e valorizar o envolvimento dos alunos no processo de ensino-
aprendizagem.
A Equipe Multidisciplinar deve estar atualizada e anualmente realizar seu
Plano de Ação, uma vez que as equipes são homologadas, devendo também postar
o plano de ação e seguir orientações dos responsáveis. Atualmente a equipe
multidisciplinar está formada conforme estabelece a deliberação nº 04/2016 –
CEE/PR, Resolução 3399/2010-GS/SEED e Instrução nº 010/2010-SUED/SEED.
Avaliação
Avaliação considerará o envolvimento dos educandos nas atividades
propostas, diagnosticando através dos resultados auferidos mudança de
comportamento, de atitude em relação à temática trabalhada. Avaliará, também, a
superação do senso comum, do pensamento dogmático.
Os alunos serão avaliados de maneira contínua. Portanto, será observado o
empenho e comprometimento de cada um na construção do trabalho.
101
7.6.8 Brigada Escolar
7.6.8.1 Introdução
O Plano de Abandono faz parte do Programa Brigadistas Escolares - Defesa
Civil na Escola, o qual tem como objetivo a proteção humana e o mantimento da
segurança da comunidade escolar em situações de risco, por meio de treinamentos
pautados em normas de segurança nacionais e internacionais (NR‟s e NBR‟s), que
visam organizar a saída da população de maneira ordeira dos ambientes de risco,
instruindo-a e treinando-a a agir de forma ativa em eventuais situações de risco que
envolvam ameaças de desastres.
O Programa Brigadistas Escolares - Defesa Civil na Escola aborda os
conhecimentos relacionados a construção de uma Plano de Abandono, a formas de
proteção e ações que possam minimizar os impactos desastrosos de um sinistro,
seja natural, humano ou misto.
O Brasil é um país pouco afetado por desastres naturais de grande magnitude
tais como maremotos, tufões e tornados, porém, devido as interferências humanas
no meio ambiente vem sofrendo as consequências das mudanças climáticas. Nas
últimas décadas o Brasil teve um aumento de registros relacionados a ocorrências
como enchentes de grandes proporções, deslizamentos de encostas, inundações de
cidades, temporais, que causaram não só perdas materiais, mas também de vidas.
Tais eventos são potencializados quando não se tem uma cultura
prevencionista que mantenha os habitantes preparados para agir diante de uma
ocorrência desastrosa. A ação da natureza não pode ser evitada, contudo, é sabido
que seus efeitos podem ser minimizados quando a população enfrenta as
ocorrências de maneira organizada.
O ambiente escolar é um dos locais mais indicados para implantação do
Programa Brigadistas Escolares – Defesa Civil na Escola, pois, é possível promover
a mudança comportamental de hábitos, visto que crianças e adolescentes por
estarem em formação são menos resistentes e mais receptíveis a transformações
culturais e potencialmente capazes de influenciar pessoas, atuando como
multiplicadores das medidas preventivas.
7.6.8.2 Plano de Abandono
O Plano de Abandono é uma ação de desocupação de um prédio, e tem por
objetivo minimizar e prevenir o máximo possível a ocorrência de acidentes que
102
possam provocar danos pessoais. Este plano deve ser elaborado pelas pessoas que
ocupam a edificação que apresente algum risco a vida ou que esteja na eminencia
de sofrer um acidente.
É a eficiência do Plano de Abandono que delimita as perdas humanas,
principalmente em edifícios de vários pavimentos, tais como hospitais, creches e
escolas, ou qualquer estabelecimento em que haja um número considerável de
pessoas fixas e/ou circulantes.
7.6.9 Instâncias colegiadas da escola
Quanto às relações de trabalho desenvolvidas na escola, estas são
democráticas, havendo respeito pela diversidade cultural e valores de cada um,
assim como o respeito ao caráter ético da atividade de ensino.
A gestão da escola é realizada de forma integrada a fim de alcançar um
objetivo comum através da cooperação e coordenação aos colaboradores.
Enfim, o trabalho na escola exige e articula a participação de todos os sujeitos
do processo educativo: professores, alunos, funcionários, pais e outros, para
construir uma totalidade da realidade e dos compromissos coletivos, e isto se dá
através de reuniões, encontros e eventos promovidos pelo colégio em conjunto com
a APMF.
O trabalho na escola é um processo de construção contínua, nunca é pronto e
acabado. Fundamenta as transformações internas da organização escolar e explicita
suas relações com as transformações mais amplas: econômica, social, política,
educacional e cultural.
Portanto, as relações de trabalho na escola são caracterizadas por um
processo coletivo, onde todos contribuem para a construção de um futuro a fazer.
A participação dos pais ou responsáveis pelos alunos, articula a socialização
do poder e seus pressupostos, eliminando o individualismo e formando cidadãos
capazes de participar na vida socioeconômica, cultural e política da escola e da
sociedade.
Esta participação dos pais deve ser instigada através de momentos onde os
pais ou responsáveis possam se sentir como parte do conjunto da comunidade
103
escolar, como eventos, reuniões e encontros com os outros integrantes da
comunidade escolar.
Desta forma, a participação dos pais pressupõe a concepção de uma
sociedade mais democrática, justa, igualitária, formando um cidadão mais crítico,
participativo, responsável, criativo, considerando a existência de uma escola
transformadora, autônoma e emancipadora, na tentativa de propiciar um mundo com
igualdade para todos.
Além disso, a participação dos pais assegura a transparência das decisões e
legitimidade da participação na construção de instrumentos de gestão democrática,
através de eleições para diretores, constituição do Conselho Escolar e APMF.
A participação de todos na tomada de decisão leva a uma descentralização
proporcionando uma redistribuição do poder.
A teoria é decorrente da análise da prática, e, portanto, as categorias da
historicidade, totalidade, movimento e contradição devem passar por um processo
de conscientização, fazendo com que o professor reflita sobre o seu trabalho, por
que faz e como faz, estabelecendo o confronto entre como está sendo desenvolvida
a ação pedagógica e como reconstruí-la para fazer coisas diferentes do que sempre
faz.
7.6.9.1 APMF – Associação de Pais, Mestres e Funcionários
A associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) é o órgão destinado a
promover o intercâmbio entre a família e o aluno, os professores, a Direção da
instituição de Ensino e propor medidas que visem o aprimoramento do ensino,
ministrando e apoiando também as iniciativas de ordem econômica para a
manutenção dos serviços emergenciais da instituição.
A APMF possui Estatuto próprio, onde se encontra estabelecido seus
objetivos e suas atribuições, bem como, a composição e forma de organização.
Objetivando cumprir com suas atribuições, a mesma propõe:
Participar, de forma ativa, das atividades desenvolvidas por esta instituição de
ensino;
104
Lutar, em conjunto com os demais órgãos representativos do colégio e entidades
da comunidade externa, pela reforma das instalações deste estabelecimento de
ensino, bem como, por outras melhorias que se fazem necessárias;
Contribuir para manter os pais ou representantes de alunos informados a respeito
das atividades e acontecimentos que envolve o cotidiano escolar;
Apoiar professores e funcionários em suas reivindicações salariais;
Atuar no sentido de conscientizar pais ou representantes de alunos sobre a
importância dos mesmos estarem mais envolvidos com o processo ensino-
aprendizagem;
Desenvolver ações que contribuam para estreitar as relações entre professores,
funcionários, alunos e seus representantes, buscando com isto, o fortalecimento do
compromisso coletivo com uma educação de qualidade;
Promover cursos, palestras envolvendo pais ou representantes de alunos e
funcionários, objetivando ampliar a capacidade de reflexão dos mesmos a respeito
do papel da educação na sociedade contemporânea.
7.6.9.2 Reuniões Pedagógicas
São realizadas três reuniões pedagógicas anualmente. Estes momentos
constituem-se em espaço privilegiado de formação, troca de ideias e experiências
além de uma oportunidade singular de avaliação do trabalho pedagógico.
7.6.9.3 Conselho Escolar
O Conselho Escolar é a instância máxima da escola e é constituído por
representantes de pais, estudantes, professores, demais funcionários, membros da
comunidade local e o diretor da escola.
Cabe ao Conselho Escolar zelar pela manutenção da escola e participar da
gestão administrativa, pedagógica e financeira, contribuindo com as ações dos
dirigentes escolares a fim de assegurar a qualidade de ensino. Eles têm funções
deliberativas, consultivas, fiscais e mobilizadoras, garantindo a gestão democrática
nas escolas públicas.
105
Entre as atividades dos conselheiros estão, por exemplo, definir e fiscalizar a
aplicação dos recursos destinados à escola e discutir o projeto pedagógico com a
direção e os professores.
7.6.9.4 Estágio não obrigatório
Uma das finalidades do Ensino Médio constitui-se no preparo do educando
para o mercado de trabalho. Diante dessa perspectiva o estágio não obrigatório
assumido como parte integrante do Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual
do Campo Pedro Ernesto Garlet, busca articular o processo produtivo à atividade
educativa.
Ao ser inserido neste PPP o estágio não obrigatório não se contrapõe a
concepção da escola pública emancipatória, antes vai além da formação articulada
as necessidades do mercado de trabalho, contemplando a formação humana pelo
trabalho partindo da prática cultural. Romper com a dicotomia do mercado, assumida
na sociedade excludente, implica segundo GARCIA (2009) um compromisso de
construir uma articulação e integração orgânica entre trabalho como princípio
educativo a ciência e tecnologia como síntese da formação geral específica por meio
de diferentes formas de criações existentes na sociedade.
Assim o estágio como atividade que visa a preparação para o trabalho
produtivo, conforme lei n° 11.788/2008, de forma que os conhecimentos transmitidos
sejam instrumentos para se compreender de que forma tais relações se
estabelecem histórica, econômica, política, cultural e socialmente.
Ao não se contrapor à concepção de escola pública o estágio previsto neste
PPP é o ato educativo escolar desenvolvido no ambiente de trabalho, cujas
atividades devem estar adequadas as exigências pedagógicas relativas ao
desenvolvimento cognitivo, pessoal e social do educando, de modo a prevalecer
sobre o aspecto cognitivo, tendo como referência seu papel a partir das relações de
trabalho diante da contraditória sociedade atual.
106
7.6.10 Bibliografia
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