Transcript

ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

PROJETO INTEGRADOR I

Por:

Ana Flavia Gomes Bento, RA: 365915

Sonara Melo Lopes, RA: 368318

Wolker Sanches Dias, RA: 370877

Kamilla Correa Bueno, RA: 392218

Mayara de Oliveira Pereira, RA: 368295

Professor Presencial: Marizete Chaves

Jardim – MS

2015

PROJETO INTEGRADOR I

CRIAÇÃO DE PEIXES EM VIVEIROS ESCAVADOS

Por:

Ana Flavia Gomes Bento, RA: 365915

Sonara Melo Lopes, RA: 368318

Wolker Sanches Dias, RA: 370877

Kamilla Correa Bueno, RA: 392218

Mayara de Oliveira Pereira, RA: 368295

Professor Presencial: Marizete Chaves

Jardim – MS

2015

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. APRESENTAÇÃO DO PROJETO

3. NECESSIDADES DA EMPRESA

3.1 Localização

3.2 Equipamentos

3.3 Pessoal

4. ESCOPO DO PROJETO

4.1 CONSTRUÇÃO DOS VIVEIROS

4.1.1 Taludes

4.1.2 Entrada de Água e Canal de Abastecimento

4.1.3 Saída de Água e Canal de Deságue

4.1.4 Tanque de decantação ou estabilização

4.2 ESCOLHA DAS ESPÉCIES PARA OS CULTIVOS

5. POR QUE CRIAR PEIXE EM VIVEIROS?

6. ANALISE DE MERCADO

6.1 TENDÊNCIAS E OPORTUNIDADES

6.2 CLIENTES

7. PLANEJAMENTO FINANCEIRO

8. DIVULGAÇÃO

9. CONCLUSÕES FINAIS

10. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

1. INTRODUÇÃO

A piscicultura é uma atividade em ascensão dentro do setor agropecuário. Seus

altos índices produtivos vêm atraindo cada vez investidores na área. Porém, como

qualquer outra atividade que envolve uma cadeia produtiva elaborada, é necessário

que antes de implantada, o projeto deve ser bem planejado e avaliado, garantindo

assim, segurança ao sistema de produção; caso contraio, a atividade ao invés de

prosperar, pode vir a apresentar prejuízos, e por consequência, levar ao desestímulo e

até mesmo, ao abandono da atividade.

Contudo, não basta somente que o projeto de implantação seja aplicado de

forma correta. Também é necessário que o produtor adote boas práticas de manejo,

que estabeleçam procedimentos adequados como: densidade de estocagem; uma boa

qualidade de água; boa pratica de manejo alimentar; utilização de ração de boa

qualidade; aplicação de fertilizantes químicos ou orgânicos de forma correta; medidas

preventivas contra doenças; e, técnicas de despescas que minimizem o aporte de

efluente ao meio ambiente.

Esta atividade milenar com destaque em diversas regiões do mundo, tem

apresentado no Brasil um grande crescimento com destaque para a tilápia e alguns

peixes nativos como o tambaqui, o pacu e mais recentemente, o pintado e o pirarucu.

2. APRESENTAÇÃO DO PROJETO

Produto Principal Peixes

Setor Agronegócios

Função Produção

Área Produto de origem animal

Atividade Criação de Peixe (Piscicultura)

Atividades Relacionadas Produção de proteína animal para consumo.Processamento e distribuição de pescado.

3. NECESSIDADES DA EMPRESA

Dentre as várias formas de tanques e viveiros existentes, a escolhida para nosso

projeto será o viveiro escavado, pois apresentam condições próximas às naturais dos peixes.

São construções menos onerosas, mas necessitam de manutenção e reparos constantes.

Suas paredes devem apresentar inclinação máxima de 45 graus e ter suas bordas

gramadas para evitar desmoronamentos.

3.1 Localização

Para decidir o local para a construção do viveiro será avaliado os seguintes aspectos:

- Existência de água suficiente para o abastecimento dos viveiros;

- Adequação do terreno para a retenção de água;

- Existência de fornecedores de alevinos nas proximidades;

- E o mais importante: Existência de mercado consumidor para o nosso produto.

Alguns fatores que também serão levados em consideração para a escolha do local de

instalação da piscicultura, será: existência de uma infraestrutura mínima de rede de energia

elétrica; estradas em bom estado de conservação; relativa proximidade dos mercados

consumidores; e, condições climáticas minimamente favoráveis.

3.2 Equipamentos

- Bomba d’água

- Compressor

- Máquina para alimentar

- Máquina de moer

- Misturador de alimentos

- Aerador de 2HP

- Roçadeiras

- Carrinhos de mão, foice, pá e picaretas

- Freezer

- Caixas de isopor

- Balanças

- Redes fixas, de arrasto, tarrafas e peneiras,

- Termômetros

Além da necessidade de uma residência para os empregados, um escritório, uma oficina e

galpão para estocagem e manuseio de rações e medicamentos para os peixes e produtos

químicos.

3.3 Pessoal

Nos primeiros oito meses, basta apenas um funcionário. Sem especialização para o

trabalho com os peixes, desempenhando as tarefas de dar comida, tratar a criação e limpar a

área onde forem instalados os viveiros. A mão-de-obra qualificada é contratada apenas no

momento da realização da primeira despesa. Caso o empreendedor resida no local onde for

instalado o cultivo, pode até mesmo trabalhar sozinho de início.

4. ESCOPO DO PROJETO

Serão construídos apenas três viveiros para a criação de peixes, e será estudada as

melhores espécies a serem produzidas, onde as características atenderão ao melhor resultado

possível para a comercialização no mercado da região e futuramente para a exportação em

nível nacional e internacional.

4.1 CONSTRUÇÃO DOS VIVEIROS

A forma e dimensões dos viveiros variam de acordo com a espécie criada, topografia e

formato do terreno, disponibilidade de água, tipo de exploração e criação.

Os viveiros retangulares são os que apresentam melhor forma, tanto para o manejo

como para o bem-estar dos peixes. Viveiros muito pequenos (menor que 400 m2) aumentam

os custos e viveiros muito grandes (acima de 6000 m2) inviabilizam um bom manejo de

criação. A profundidade pode variar de 0,80 a 1,50 metro.

Figura 1 - Vista aérea de uma piscicultura.

O local escolhido para a construção será totalmente limpo, retirando-se toda a matéria

orgânica (restos de raízes, folhas, galhos, etc.), pedras, enfim; tornando o terreno mais estável

e evitando problemas de infiltração. Os viveiros serão construídos, escavados ou com

levantamento de diques aproveitando o máximo da topografia existente.

O fundo e as paredes serão compaquitados para evitar desmoronamentos, erosão e

infiltração (se necessário construir núcleos de argila nas paredes para maior segurança e

durabilidade); o fundo terá uma inclinação (declividade) de no mínimo 1,5% em direção ao

sistema de escoamento.

4.1.1 Taludes

Os taludes de um viveiro de terra devem ser bem construídos para garantir

durabilidade e impedir infiltrações e erosões. A construção será feita em camadas, colocando

20 cm de terra, molhando e compactando, repetindo estes passos até completar a altura total

do talude. O perfil de um talude ideal é mostrado na Figura 7, onde H representa a altura do

talude (entre 0,8m e 1,5m). Estes valores são referências para o tipo de solo próprio para

viveiros de terra (argiloso).

Em qualquer caso o ponto mais alto do talude deve ficar 50 cm acima do nível da água

(borda livre) para evitar problemas como transbordamentos. A largura da crista do talude

depende muito do tipo de empreendimento e do tamanho dos viveiros. Se os viveiros forem

muito grandes, a crista do talude deve ter 4 m para suportar movimento de caminhões de

Figura 2 - Ilustração das características gerais dos taludes de piscicultura.

Figura 3 - Ilustração das características gerais dos taludes de piscicultura.

despesca. Se os viveiros forem pequenos, basta um trator para a despesca, logo o talude pode

ser mais estreito, na faixa dos 2 m.

Figura 4 - Taludes com mesma altura e largura de crista, porém com diferentes inclinações (1:1, 1:2 e 1:3).

Observe que a suavização do talude aumenta o volume de terra no corpo do dique e o

percentual de áreas mais rasas no viveiro. Também aumenta a área da borda livre, exigindo

maior atenção quanto a proteção desta área. Note as linhas de capilaridade (linhas tracejadas –

solo com baixo teor de argila; linhas contínuas – solo com maior percentual de argila). Os

taludes construídos com solos muito argilosos podem apresentar uma inclinação mais

acentuada nos taludes externos. Já nos solos com baixo teor de argila, a inclinação deve ser

mais suave para não ocorrer drenagem da água infiltrada sobre o talude. A movimentação de

terra e o custo de construção ficam maiores quanto mais suaves for a inclinação dos taludes.

Viveiros com taludes muito suaves também podem apresentar problemas com o

estabelecimento de algas e plantas aquáticas nas áreas próximas as suas margens.

4.1.2 Entrada de Água e Canal de Abastecimento

O abastecimento dos viveiros será feito com cano PVC e registro para regular a vazão.

A água cairá de uma altura de aproximadamente 50 cm, o que ajuda na oxigenação. Na região

onde a água atinge o fundo do viveiro, será colocado pedras para evitar danos de erosão e

ressuspensão de material argiloso.

A água de captação será de boa qualidade, apresentando as características físico-

químicas que atenda a espécie cultivada e seu volume será suficiente para atender as

renovações diárias (5 a 10 L/s/hectare).

Para abastecimento geral dos viveiros, será construído um canal em concreto, ou

manilhas de concreto. Para cada viveiro será construída uma caixa de derivação, para então

derivar a água por um tubo de PVC para abastecimento do viveiro.

4.1.3 Saída de Água e Canal de Deságue

Um dos fatores importantes no cultivo de peixes é poder esgotar totalmente um açude

ou viveiro, visando a despesca, manutenção, adubação e principalmente a desinfecção feita

pelo sol.

É importante a retirada de água do fundo dos viveiros, uma vez que essa água

apresenta menor qualidade e, níveis baixos de oxigênio.

Para isso, o canal de deságue será feito similar ao canal de abastecimento, utilizando

calhas e os tubos de PVC, que levam a água até o tanque de decantação ou estabilização. A

estrutura de saída de água implantada, estará localizadas na parte mais baixa do viveiro, para

que o mesmo possa ser totalmente drenado.

4.1.4 Tanque de decantação ou estabilização

O tanque de decantação ou estabilização é recomendável para melhorar a qualidade de

água depois de utilizada na piscicultura, e assim devolve-la ao meio ambiente. Tem a

finalidade de reciclar os nutrientes e metabólitos em excesso, providos de restos de rações,

excretas dos peixes, etc., e também decantar os materiais em suspensão.

É exigida uma área de 10% da soma da área total alagada dos viveiros de cultivo. As

características deste tanque são as mesmas de um viveiro de produção.

4.2 ESCOLHA DAS ESPÉCIES PARA OS CULTIVOS

As espécies de peixes para o cultivo devem apresentar as seguintes características:

- Sejam adaptadas ao clima da região - para o Centro-oeste temos, como opção,

tambaqui, (Colossoma macropomum) pirapitinga, (C. brachypomum); carpa comum,

(Cyprinus carpio); macho da tilápia do Nilo, (Oreochromis niloticus); híbrido de tilápias

(Oreochromis hornorum × O. niloticus); pacú (Piaractus mesopotamicus); Pintado, Surubim

(Pseudoplatystoma coruscan).

- Apresentem crescimento rápido - É necessário que atinja peso comercial antes de 1

ano de cultivo. Isto acontece com todas as espécies citadas no item acima.

- Reproduzam-se naturalmente em cativeiro, de preferência, ou sejam passíveis de

se obter a propagação artificial (hipofisação). - No primeiro caso, estão as tilápias e a carpa

comum. As demais só se propagam em cativeiro através da hipofisação;

- Aceitem alimentos artificiais com bom índice de conversão alimentar. As

espécies citadas no primeiro item atendem a esta necessidade;

- Suportem elevadas densidades de estocagem. - Sob este aspecto as tilápias são

imbatíveis, vindo em seguida tambaqui, pirapitinga e carpa comum.

- Sejam resistentes ao manuseio e as enfermidades. - Sob este aspecto, as tilápias

são também imbatíveis, vindo em seguida tambaqui, pirapitinga, carpa comum;

- Sejam de boa aceitação comercial - Isto acontece com todas as espécies citadas no

primeiro item.

5. POR QUE CRIAR PEIXE EM VIVEIROS?

A criação de peixes já existia há dois mil anos antes de Cristo, quando os egípcios

cultivavam tilápias em tanques ornamentais visando o consumo em ocasiões especiais. No

Brasil, entretanto, os primeiros registros da piscicultura datam da década de 30, quando foram

feitas as experiências iniciais para obter a desova de espécies nativas em cativeiro. Nas

décadas de 30 e 40 foram introduzidas no Brasil a carpa comum, a tilápia do nilo e a truta

arco-íris. Nos anos 60 é que foram importadas as carpas chinesas.

A aceitação da carne destas espécies, porém, não correspondeu às expectativas dos

criadores. Apesar do rápido crescimento e da facilidade em seu manejo, a carpa comum não

conseguiu uma boa inserção no mercado consumidor de peixes por causa do sabor de sua

carne. O mesmo aconteceu com as carpas chinesas que, também rápidas no crescimento,

encontraram resistências por parte dos consumidores brasileiros que consideraram sua carne

de qualidade inferior. Melhor destino encontrou a criação de trutas arco-íris que tem boa

aceitação nos estados do sul e no sudeste do país.

A pesquisa de desenvolvimento da piscicultura progrediu e hoje várias espécies

nativas, como o tambaqui, o pacu, a curimatã e o piau estão sendo produzidos em larga escala

pelos criadores nacionais. Embora em algumas partes do país, principalmente na criação das

espécies exóticas, os resultados colhidos sejam excelentes, não se pode dizer que a

piscicultura brasileira seja desenvolvida. A criação destinada ao consumo doméstico é de

baixa produtividade, comparada a índices obtidos em outros países, mas mercado brasileiro

ainda tem muito espaço para novos empreendimentos.

Os fatores primordiais para o sucesso de uma criação de peixes são a qualidade do

produto, o preço competitivo, a localização adequada, a facilidade para distribuição e a

diversificação de espécies. E de todos esses fatores, a qualidade sanitária do produto é a

principal. Para isso, são essenciais os cuidados veterinários com a criação, a limpeza geral dos

tanques, a boa saúde dos empregados e a qualidade das rações, além de boas instalações e

manutenção adequada.

6. ANALISE DE MERCADO

6.1 TENDÊNCIAS E OPORTUNIDADES

Quando comparada aos outros segmentos de produção animal, a aquicultura ou cultivo

de organismos aquáticos, incluindo peixes, ostras, camarões, se destaca em nível mundial com

15,7% de crescimento médio entre 2007 e 2010, enquanto a taxa de crescimento do segmento

de bovinos, frangos e suínos obtiveram -8,6%, 9,2% e 12,9%, respectivamente. Por sua vez, a

pesca extrativa tem apresentado tendências de queda ou estagnação desde os anos 90.

Com a exaustão do setor pesqueiro extrativo nas últimas décadas, o rápido

crescimento da aquicultura tem sido a única forma de acompanhar esta crescente demanda do

consumo de pescado no contexto mundial.

Segundo levantamento estatístico divulgado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura

em 2010, a produção de peixes atingiu 60,2% de crescimento apenas entre 2007 e 2009.

Isoladamente, a produção de tilápias aumentou 105% em apenas sete anos (2003-2009).

A piscicultura possui segmentos e possibilidade ao longo de toda a cadeia produtiva. É

importante que o empresário tenha consciência de que faz parte de uma cadeia produtiva, em

que vários elos estão presentes (insumos, produção, beneficiamento, logística e

comercialização), e que cada um deve estar devidamente preparado para fazer a sua parte ou

até mesmo somarem forças.

Aspectos como características intrínsecas do pescado (facilmente perecíveis),

distâncias dos centros consumidores, descontrole entre oferta e demanda, questões legais e

pouco hábito de consumo tornam esta cadeia muito dinâmica e complexa. Por outro lado,

quando o setor trabalha de forma organizada, possibilita um maior controle da oferta,

escalonamento da produção, uniformidade dos produtos gerados e garantia de qualidade.

O que se pode observar é que existem muitas oportunidades para quem pretende

trabalhar nesta cadeia produtiva, que quando desenvolvida corretamente é uma atividade

aliada à sustentabilidade, já que possibilita a substituição dos peixes da pesca extrativa,

contribuindo com a preservação do meio ambiente e criando um ponto positivo a favor do

marketing da aquicultura.

6.2 CLIENTES

O consumo de pescado está em alta no mundo inteiro e cada vez mais procurado pela

população, em todas as faixas de renda. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda

o consumo anual de pescado de pelo menos 12 quilos por habitante/ano, número acima da

média dos brasileiros que é cerca de 9,75 quilos por habitante/ano.

Nunca se teve uma demanda tão alta por produtos saudáveis e ao mesmo tempo

nutritivos. Os peixes participam dessa tendência, pois reúnem características nutricionais

importantes, como: são altamente digestíveis, devido a sua composição proteica; são ricos em

ácidos graxos poli-insaturados, principalmente ômegas 3 e 6; são importante fontes de

vitaminas e minerais.

Nesse sentido, destaca-se a importância da aproximação entre o setor produtivo e os

mercados potenciais com essas características. A cada dia, observa-se um incremento da

participação no consumo doméstico e ampliam-se as ofertas deste produto nos mercados

varejistas.

Os pescados são muito apreciados pelo setor gastronômico especializado,

proporcionando pratos requintados, principalmente por meio da exploração de características

regionais. Também neste segmento, destaca-se a culinária japonesa, que vem se estabelecendo

nas principais capitais brasileiras. Associa-se a isto o incremento do fluxo turístico com os

grandes eventos.

Outro mercado interessante, principalmente em áreas rurais, é o mercado institucional,

com destaque para a merenda escolar. Atualmente, existem incentivos para a utilização de

produtos locais da agricultura familiar nestes mercados, gerando oportunidades para pequenos

empreendedores e proporcionando novas possibilidades de segurança alimentar. Além disso, é

importante destacar o potencial de eventos gastronômicos como a semana do peixe, que

incentiva o consumo de pescados.

Finalmente, existe um esforço recente para a exportação de espécies nativas

vinculadas a “santuários ecológicos” brasileiros, como os peixes da Amazônia e do Pantanal.

7. PLANEJAMENTO FINANCEIRO

O acesso cada vez mais facilitado a informações, tanto dentro quanto fora das

empresas, tem possibilitado uma administração mais criteriosa e apurada por parte das micro

e pequenas empresas. No entanto, o que pode ser observado é que grande parte destas

empresas continuam mantendo uma visão imediatista e centralizadora nas questões relativas à

gestão. Os reflexos deste comportamento são inadimplência e elevação dos custos

operacionais. Os controles financeiros quando praticados de forma eficiente disponibilizam

aos gestores informações necessárias ao planejamento e a tomada de decisão.

Um bom orçamento de caixa considera previsões de vendas, compras, despesas e

investimentos para períodos futuros. O principal ponto do orçamento de caixa é a previsão das

vendas. Estas projeções são realizadas a partir da análise de informações referentes ao

histórico de períodos anteriores, projeções de crescimento da economia, expectativa de

investimentos, objetivos e metas estratégicos, capacidade produtiva da empresa e

sazonalidade.

A partir das previsões de vendas, estimam-se os custos e as despesas variáveis (que

variam proporcionalmente em relação ao volume de vendas) como impostos e comissões e os

pagamentos aos fornecedores de matérias-primas. É importante que o empreendedor esteja

atento aos prazos de pagamento e recebimento e para lançar as entradas e saídas de caixa no

período correto. Também é importante estar atento Às despesas fixas como telefone, energia,

aluguel, água, funcionários, encargos etc.

Esta visão do futuro auxilia o processo de tomada de decisão por oferecer informações

sobre a geração de caixa da atividade, proporcionando reflexões sobre a viabilidade de

investimentos e possíveis “furos de caixa” (descasamento entre entradas e saídas de caixa). A

comparação do que foi planejado com o que está ocorrendo periodicamente é uma ferramenta

de análise de desempenho importante.

8. DIVULGAÇÃO

O meio de divulgação deste segmento empresarial são os tradicionais, como exemplo

cita-se:

• Propagandas em rádio e TV;

• Folder, cartazes e outdoor;

• Publicação em jornais, revistas e internet.

Deve-se atentar que a maioria dos meios de comunicação citados acima apresentam

alto custo, por isso mesmo deverá optar entre o que melhor se enquadre no perfil do

empreendimento, visando alocar recursos em divulgação com melhores possibilidades de

retorno.

Além destes mecanismos de divulgação tradicional o empreendedor deverá primar

pela qualidade e esmero no atendimento, pois desse processo irá advir à melhor propaganda

existente no mercado que é o boca a boca, que sem dúvida continua sendo a melhor forma de

divulgar e manter a clientela, pois é uma mídia indireta e por isso mesmo muito eficaz.

Outra forma de divulgar é a venda direta, ou seja, colocar vendedores para visitar os

consumidores potenciais, tais como bares, lanchonetes, restaurantes, buffet especializados,

dentre outros, com isto a possibilidade de ampliar a venda dos peixes de seu criatório tenderá

a ampliar-se sensivelmente.

9. CONCLUSÕES FINAIS

Diferentemente de outros segmentos de produção animal, os quais possuem poucas ou

até uma única espécie para foco na produção, facilitando assim a organização e prestação de

serviços à cadeia produtiva, a piscicultura no Brasil possui diferentes características de acordo

com a espécie alvo para o cultivo, região geográfica e tecnologia de cultivo aplicada.

Essa diversidade, na maioria das vezes, necessita de uma gama de diferentes produtos,

equipamentos e conhecimentos técnicos específicos. Por exemplo, no Norte se cultiva

Tambaqui e Pirarucu, e sua tecnologia pouco se aplica ao cultivo de trutas realizado no

Sudeste do Brasil, havendo características diferentes entre os produtos, equipamentos e

serviços demandados. Empresas devem estar atentas a essas particularidades, que limitam o

sucesso de empreendimentos de piscicultura. Neste caso, as rações, as estruturas de cultivo,

equipamentos de apoio e manejo, entre outros, devem ser desenvolvidos considerando as

especificidades de cada espécie.

Com o aumento na produção e demanda por pescados, as empresas que atuam nessa

cadeia produtiva (insumos, equipamentos, produção, beneficiamento, logística e

comercialização) vem desenvolvendo produtos cada vez mais especializados.

A piscicultura, realizada como negócio, é considerada vulnerável quando a gestão

produtiva se realiza de maneira ineficiente, gerando riscos de prejuízos ao empresário.

Por essa razão, o principal serviço demandado pelos pequenos empreendedores de

peixes é a assistência técnica. Os produtores devem estar atentos ainda ao principal insumo,

que representa em torno de 70% do custo de produção, que é a ração (alimento fornecido aos

peixes), além da oferta regular de alevinos, devendo-se considerar a espécie cultivada,

tecnológica de produção e região geográfica que influenciam na oferta, preço e

disponibilidade desses fatores.

10. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

COELHO, S.R.C. Produção de peixes em alta densidade em tanques-rede de

pequeno volume. Tradução de Eduardo Ono. Campinas: Mogiana Alimentos S.A., 77p.

SEBRAE/NA. Como abrir seu negócio: Criação de peixes. Brasília, Ed. Sebrae,

1996.

SEBRAE/MT. Piscicultura, Edição: Sebrae, 1996.

FURTADO, J. F.R. Piscicultura: uma alternativa rentável. Guaíba: Agropecuária,

1995. 180 p.

MOREIRA,H.L.M.; VARGAS,L.; RIBEIRO,R.P.; ZIMMERMANN,S. Fundamentos

da Aqüicultura. Canoas: Ed. ULBRA, 2001. 200p.

OSTRENSKY, A.; BOEGER, W.. Piscicultura: fundamentos e técnicas de manejo.

Guaíba: Agropecuária, 1998. 211 p.

PISCICULTURA, Série Perfil de projetos. SEBRAE. Vitória, 1999. 32 p.

MINISTÉRIO da Pesca e Aquicultura, 2012. Boletim estatístico da pesca e

aquicultura 2010 – Brasil. Disponível em: http://www.mpa.gov.br Acesso em: 15

Abril. 2015.

http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/Como-montar-um-neg

%C3%B3ciopara-cria%C3%A7%C3%A3o-de-peixes Acesso em 16 Abril. 2015

SEBRAE. Idéias de Negócios: Criação de Peixe. Acesso em Abril de 2015:

http://www.amazoncourses.com/monte_seu_negocio/criacao-de-peixes.pdf


Top Related