Prof. Diogo Mayer Fernandes – Clínica Cirúrgica Medicina Veterinária – Faculdade Anhanguera de Dourados
CONCEITOS E DEFINIÇÕES
HÉRNIAS ABDOMINAIS INTERNAS Passagem de conteúdo abdominal por um orifício interno (ex. Hérnia Diafragmática, hérnia hiatal) HÉRNIAS ABDOMINAIS EXTERNAS Por defeitos na parede abdominal externa, que permite protusão do conteúdo abdominal interno HÉRNIAS VERDADEIRAS Saco, conteúdo e anel HÉRNIAS FALSAS (EVENTRAÇÃO!!!) Ausência de algumas estruturas ONFALOCELE Defeitos cutâneos e umbilicais na linha médica ventral
CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO Localização: Hipocondral, paracostal, inguinal, perianal, umbilical, escrotal, lateral, pré-púbica, diagfragmática
HÉRNIAS ABDOMINAIS
- Congênitas
- Afetam animais jovens
- São hereditárias. Raças Predispostas
- Traumáticas
- Hérnias falsas, associam-se ao traumatismo por ruptura da parede
abdominal interna, por um aumento na pressão intra-abdominal (pré-púbica e
flanco)
- Região púbica ocorrem em associação à fraturas púbicas
- Paracostais por migração do conteúdo abdominal
- Onfalocele é um defeito congênito. Os animais são sacrificados ao
nascimento ou vêm à óbito
HÉRNIAS ABDOMINAIS
HISTÓRICO E SINAIS CLÍNICOS:
-Hérnias são congênitas, a maioria não apresentam alterações clínicas
- Assimetria abdominal
- Dor, sensibilidade, hiporexia ou anorexia, êmese e depressão
(estrangulamento ou obstrução intestinal)
- Quando muito pequenas podem passar desapercebidos
- Buscar problema em raças predispostas
HÉRNIAS ABDOMINAIS
DIAGNÓSTICO:
CLÍNICO!!!!!
INSPEÇÃO E PALPAÇÃO
U.S. pode ajudar a identificar conteúdo herniado
Identificar tamanho do anel e conteúdo herniado com palpação minusciosa
HÉRNIAS ABDOMINAIS
HÉRNIAS ABDOMINAIS
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
- Abscessos, celulite, hematomas, neoplasias, seromas TRATAMENTO MÉDICO: - Somente quando necessário - Tratamento suporte clínico TRATAMENTO CIRÚRGICO: - Sutura muscular com desbridamento de bordas - Malha sintética ou membrana biológica - Cirurgias emergencial em estrangulamentos ou casos obstrutivos - Drenos (Hérnias contaminadas – mordeduras) COMPLICAÇÕES: - Recorrências - Deiscência de pontos
INGUINAL, FEMORAL E ESCROTAL
FISIOPATOLOGIA: - Anormalidades congênitas - Defeitos no anel inguinal - Pode se associar com criptorquidismo - Acredita-se que hérnia inguinal não seja hereditária, porém recomenda-se castração (hérnias não traumáticas) - Prenhez/obesidade - Escrotais são raras - Associadas ao estrangulamento de conteúdo / neoplasias testiculares - Hérnias femorais são mais raras (traumatismo) - Transecção do pectíneo - Podem ser confundidas com hérnia inguinal
DIAGNÓSTICO: -Clínico!!!! - Acometem animais de meia-idade intactas ou cães jovens
INGUINAL, FEMORAL E ESCROTAL
SINAIS CLÍNICOS: - Aumento de Volume na região - Hematomas (traumáticas) - Êmese, diarréia, letargia, dor ou depressão se houver estrangulamento - Pode haver edema testicular e de cordão espermático
EXAMES DE IMAGEM: -US e Radiografias podem auxiliar a identificar - o conteúdo herniário!!!
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: -Neoplasias mamárias, Lipomas, linfadenopatia - Hematomas e Abscessos - Neoplasias/traumas testiculares, orquite, inflamações ou edemas por traumas -
INGUINAL, FEMORAL E ESCROTAL
INGUINAL, FEMORAL E ESCROTAL
TRATAMENTO MÉDICO: -Sintomático
TRATAMENTO CIRÚRGICO: - Evitar estrangulamento ou prenhez - Associar orquiectomia ou OSH - Orquiectomia dos criptorquidas obrigatório (necrose e neoformações) PROTOCOLO ANESTÉSICO: - Anestesia Geral Inalatória ou Intravenosa - Anestesia Dissociativa
INGUINAL, FEMORAL E ESCROTAL
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO 1. HÉRNIA INGUINAL Acesso pela linha media ventral em cadelas Divulsionamento até localização do saco e anel herniário Reduzir o conteúdo, se necessário amplie o anel cranialmente Ampute o saco herniário Suture o saco herniário e a musculatura do anel Caso não for possível a redução do conteúdo, realize laparotomia e explore
INGUINAL, FEMORAL E ESCROTAL
INGUINAL, FEMORAL E ESCROTAL
INGUINAL, FEMORAL E ESCROTAL
INGUINAL, FEMORAL E ESCROTAL
2. HÉRNIA ESCROTAL Acesso pelo anel inguinal Incisão em saco herniário Redução do conteúdo Realizar procedimento de orquiectomia Caso necessário realize laparotomia
INGUINAL, FEMORAL E ESCROTAL
INGUINAL, FEMORAL E ESCROTAL
INGUINAL, FEMORAL E ESCROTAL
3. HÉRNIA FEMORAL Acesso paralelo ao ligamento inguinal Incisar e reduzir o saco herniário Cuidado para não danificar estruturas neurovasculares do canal
INGUINAL, FEMORAL E ESCROTAL
PÓS-OPERATÓRIO - Caminhadas restritas na corrente - Edemas testiculares podem evidenciar comprometimento vascular - Infecções = retirar pontos de pele para drenagem e terapia tópica - Déficts nervosos ou dor intensa podem evidenciar comprometomento do nervo femoral PROGNÓSTICO - Excelente
HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA
CAUSA: - Defeito na continuidade do diafragma - Congênita (óbito) ou traumática FISIOPATOLOGIA: - Atropelamentos (↑ pressão intra-abdominal quando glote está aberta) HISTÓRICO E SINAIS CLÍNICOS: - Trauma Torácico e politraumatismos - Dispnéia, respiração abdominal, taquipnéia, taquicardia - Cianose ou palidez, Dor torácica, Respiração oral (observar felinos) - Hematomas na região, cuidado com pêlos!!! - Fratura de costelas - Pode apresentar sintomas associados: êmese, diarréia, depressão, perda de peso e intolerância ao exercício - Pode ocorrer hidrotórax quando há oclusão venosa por herniação hepática
CUIDADO COM TRAUMAS CRÔNICOS, SEMPRE PERGUNTAR ANTEPASSADOS...
HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA
DIAGNÓSTICO - Radiografia simples ou celiografia - US. Pode ser útil em radiografias duvidosas - Observar linha diafragmática - VD e LL
HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA
HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: - Derrames pleurais - Pneumonia - Pneumotórax - Neoplasias torácicas focais TRATAMENTO: - Estabilização das condições clínicas - Oxigenioterapia - Decúbito esternal - Derrames = toracocentese - Fluidoterapia e controle analgésico - Choque = antibioticoterapia e fluido intensivo - CORREÇÃO CIRÚRGICA - QUAL O MOMENTO CERTO PARA OPERAR?????
HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA
PROTOCOLO ANESTÉSICO: - Anestesia Geral - Não utilizar drogas com efeitos depressores respiratórios mínimos (controverso) - Oxigênioterapia - Ventilação adequada Ventilação com pressão positiva - Restabelecimento da pressão negativa do tórax TÉCNICA CIRÚRGICA: - Decúbito dorsal, inclinação - Laparotomia cranial (xifóide) - Reposicionar os órgãos - Observar aderências - Hérnias crônicas, debridar as bordas do ferimento - Síntese do defeito diafragmático com sutura contínua simples - Fio inabsorvível
HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA
CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIO - Monitoração 24 a 48 horas - Evitar hipoventilação - Analgesia - Antibioticoterapia/profilaxia PROGNÓSTICO: - Excelente com técnica apropriada após 24 horas sem intercorrências - Mortalidade de 12 a 48% - Êxito 75% tratados cirurgicamente
HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA
HÉRNIA PERINEAL
CAUSA: - Separação da musculatura perineal, permitindo a protusão de conteúdo retal, pélvico e abdominal, deslocando a pele perineal FISIOPATOLOGIA: - Situações que sobrecarregam e/ou enfraquecem o diafragma pélvico - Associada à hormônios masculinos, esforços, fraqueza e atrofia muscular congênita ou adquiria - Tenesmo, prostatites, cistites, obstrução intestinal, obstrução urinária - Atrofia muscular (diafragma pélvico) por origem neurológica - Uni ou bilateral - Músculo elevador anal, esfinctérico anal externo e obturador interno (Hérnia caudal) - Ligamento sacrotuberoso e o m. coccígeo (Hérnia ciática) - Mm. elevador anal e cocígeo (Hérnia dorsal) - Mm. Isquiouretral, bulbocavernoso e isquiocavernoso (Hérnia Ventral)
HÉRNIA PERINEAL
- O conteúdo é circundado por uma fina camada de fáscia perineal (saco herniário), tecido subcutâneo e pele - Poder conter tec. Adiposo pélvico ou retroperitoneal, fluido seroso, reto desviado ou dilatado, divertículo retal, próstata, bexiga ou intestino delgado - Gatos apresentam geralmente o reto - Estrangulamento e obstrução - São mais comuns em cães do que em gatos - Os machos apresentam maior fragilidade da musculatura do que em fêmeas - Ocorrem em machos inteiros - Cães de meia-vida à idosos SINAIS CLÍNICOS: - Tenesmo - Disquezia - Inchaço na região (uni ou bilateral) ou como uma única massa - Uremia quando há encarceramento de vesícula urinária - Choque (estrangulamento intestinal)
HÉRNIA PERINEAL
- Constipação - Prolapso Retal - Estrangúria - Anúria - Êmese - Flatulência - Incontinência Fecal
HÉRNIA PERINEAL
DIAGNÓSTICO: - Clínico EXAMES DE IMAGEM: - Auxiliam na identificação do conteúdo herniado e ao diagnóstico diferencial DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: - Neoplasias Perianal - Abscessos - Seromas - Traumatismo - Patologias de Gl. Adeanal (saculites, neoplasias..) - Atresia Anal
HÉRNIA PERINEAL
TRATAMENTO MÉDICO: - Sintomático - Corrigir a causa - Laxantes, emolientes, sondagem... TRATAMENTO CIRÚRGICO: - Herniorrafia - Retroflexão e aprisionamento vesical = emergência - Realizar orquiectomia - TÉCNICA: reaproximação tradicional, transposição de musculaturas ou malhas sintéticas - CUIDADO: musculatura muito friável!!!! Pontos de ancoragem.
PROTOCOLO ANESTÉSICO - Anestesia Geral ou Dissociativa associado à EPIDURAL
HÉRNIA PERINEAL
HÉRNIA PERINEAL
HÉRNIA PERINEAL
TRATAMENTO PRÉ-OPERATÓRIO - Amolecedores Fecais 2 a 3 dias antes - Administrar antibióticos contra Gram negativos e anaeróbicos - Esvaziamento urinário por sondagem - Bolsa de Tabaco no ânus POSICIONAMENTO: -Decúbito ventral com inclinação do posterior
PÓS-OPERATÓRIO: - Analgésicos - Antiinflamatórios - Antibióticos - Fluidoterapia se necessário - Alimentação pastosa e/ou emolientes por 30 dias
HÉRNIA PERINEAL
COMPLICAÇÕES: - Deiscências - Reincidivas PROGNÓSTICO: - Variável
HÉRNIA PERINEAL
HÉRNIA PERINEAL
HÉRNIA PERINEAL
HÉRNIA PERINEAL
HÉRNIA PERINEAL