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    MEDIDA DE PRODUTIVIDADE DE MO DE OBRA PARA ALVENARIA E APLICAO EM

    PLANEJAMENTO PELO MTODO DAS LINHAS DE BALANO

    PATRCIA LIZI DE OLIVEIRA MAGGIProfessora Engenharia Civil Universidade Positivo/UP

    [email protected]

    NGELA MARIANI R. DOS SANTOSEgressa Engenharia Civil Universidade Positivo/UP

    [email protected]

    JULIANA DE ARAJO BARBOSAEgressa Engenharia Civil Universidade Positivo/UP

    [email protected]

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    MEDIDA DE PRODUTIVIDADE DE MO DE OBRA PARA ALVENARIA E APLICAO EM PLANEJAMENTO PELO MTODO DAS LINHAS DE BALANO

    RESUMO Aconstruocivil tembuscadodesenvolver formasdeobterumprocessopro-dutivomaisadequado,deacordocomasperspectivasdomercadoatual.Paraatingiressesobjetivos,aetapadeplanejamentodeveserbemelaborada.Tendoemvistaquepormeiodeinformaesdeprodutividadepossveldiagnosticar,noprocessodeproduo,asatividadesquedirecionamoplanejamentodaobra,estetrabalhotemcomoobjetivoestimaramdiadaprodutividadedamodeobra,naatividadedealvenariadeblocoscermicosnacidadedeCuritiba,parautilizaonomtododeplanejamentodaslinhasdebalano.Aalvenaria consideradaumaatividade-chave,pois sua concluso libera frentede trabalhoparaou-trasatividadesimportantescomoinstalaeserevestimentos.Paraaestimativadamdiadeprodutividadedesteservio,foirealizadaumapesquisadecampo,pormeiodaobservaodeoperriosexecutandooserviodealvenariadeblocoscermicospeloprocessoconven-cional.OuniversodapesquisafoideempresasdeconstruocivilqueatuamnacidadedeCuritiba.Admitiram-secomomembrosdas equipesospedreiros e serventesdiretamenteenvolvidosno servio.Foipossvel determinar amdiadeprodutividadeda atividadedealvenariadeblocoscermicos,considerandoumerrodeamostragemde5%pormeiode42medies realizadas que resultaram numa confiana superior a 95%. Palavras-chave:Produtividadedemodeobra,linhasdebalano,planejamento.

    ABSTRACT Theconstructionindustryisengagedindevelopingwaystogetmoreappropriateproductionprocesses,accordingtothecurrentmarketoutlook.Toachievetheseobjectives,planningrepresentsacriticalstep.Consideringthatitispossibletodiagnose,intheproduc-tionprocess,themainactivitiesthatdirecttheworkplanning-throughinformationaboutproductivity-thisstudyaimstodeterminetheaverageproductivityof thehumanresourcesworking in theproductionof brickmasonryat thecityof Curitibawith thepurposeof produceinputdataforthebalancelinesmethod.Themasonryisconsideredasakeyactivityonceitsconclusionmakesworkersavailableforotherimportanttasks,suchasfacilityins-tallationsandrevetments.Todeterminetheaverageproductivityof themasonryserviceafield survey was made by observing workers performing the task using conventional process. TheresearchincludedconstructioncompanieswhichoperateatCuritiba.Onlymasonsandauxiliariesdirectlyinvolvedintheservicewastookintoaccount.Theaverageproductivityof theproposedactivitywasfound,admittingasampleerrorof 5%in42measurements,witha confidence level greater than 95%. Keywords:Planning,productivity,masonry.

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    1 INTRODUO

    Oaumentodaconcorrnciaeaevoluodastecnologiasmodernaspressionamasempresasaaperfeioaremseusmtodosesistemasdeproduoembuscademelhorcompeti-tividade.Paratanto,aetapadeplanejamentodeveserbemelaborada.Opensamentomodernosobreplanejamentooentendecomoprocessodeanliseecontroleorganizacional,focadonaminimizaoderiscoseincertezas.Deve-sereconhecerqueaminimizaoderiscosoprinci-palobjetivodoplanejamentodeumaobra,namedidaemquedevemseralcanadosresultadospositivosmedianteaprevisoesoluodediferentesproblemas. Nestecenrio,destaca-seaimportnciadeseconheceraprodutividadedamodeobra,devidoaofatodeestaserresponsvelpeloritmodaobra.Apartirdomomentoquea construo civil possuir informaes confiveis relativas produtividade da mo de obra, vrios benefcios sero alcanados (CARRARO, 1998). Alguns dos benefcios, citados por este autor,so:previsodoconsumodemodeobra;previsodaduraodoservio;avaliaoecomparaodosresultados;edesenvolvimentoouaperfeioamentodemtodosconstrutivos. Atcnicadeplanejamentodaslinhasdebalanoindicadaparaprojetosnosquaisexistamatividadesrepetitivas.Atividadesrepetitivassoencontradas,porexemplo,emedifciosdemltiplospavimentos,conjuntoshabitacionaiseestradas.Omtododaslinhasdebalanopartedopressupostodequeasatividadesrepetitivasdevemserplanejadasconformeoritmodeproduo da obra. Consiste em um grfico que relaciona quantidade e tempo, proporcionando facilidadedeobtenodeinformaessobredesempenhodeproduo,duraoeritmodeatividades. Oobjetivoprincipaldestetrabalhoadeterminaodamdiadaprodutividadedamodeobra,naatividadedealvenariadeblocoscermicos,nacidadedeCuritiba,parautiliza-oemplanejamentodeobrasdeconstruocivilpelomtododaslinhasdebalano.

    2 FUNDAMENTAO TERICA

    Atcnicadaslinhasdebalanooutambmconhecidacomotempo-caminhoummtododeplanejamentodotempoindicadoparasituaesnasquaisocorremprocessosrepe-titivos (MENDES JNIOR, 1999). Na tabela 1 citam-se alguns exemplos de obras de constru-ocivilcomessacaracterstica.Entende-seporunidadedeconstruoapartedaobraqueserepeteaolongodela.

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    Tabela1Exemplosdeobrasdeconstruocivilcomatividadesrepetitivas.

    Cadaunidadedeveserdesmembradanumasequnciadeprocessosouatividades.Tomandocomoexemploumedifciodemltiplospavimentos,asunidadessoospavimen-tosealgunsexemplosdeprocessosso:

    Frmas. Armaduras. Concretagem. Alvenaria. Revestimentos. Pintura.

    Quantomaisdesmembradososprocessos,maiscomplexoedetalhadooplanejamento. Atcnicadaslinhasdebalanoconsisteemumdiagramaquantidade-tempo.Suaprogramao utiliza conceitos de curvas de produo ou linhas de fluxo conforme indicado na figura 1, onde A, B, C, D e E so os processos.

    Figura1Linhasdebalano.

    Esteummtododeplanejamentodotempoqueapresentaclaramenteoritmodeproduo,mostrafacilmentepossveisinterfernciasentreatividadesepermitedetectargargaloscomclareza. As linhas de balano podem ser representadas por faixas. Dessa forma, fica eviden-ciada a durao de cada processo em cada uma das unidades repetitivas (figura 2).

    Figura2Linhasdebalan-o representadas em formadefaixas.

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    Tambmpossvelrepre-sentar as linhas em escala menor(figura 3), de forma a se fornecer, commaiorclareza,asseguintesin-formaes:

    Processo. Recurso. Tempo. Unidade.

    O ritmo de produo (figura 4) de um determinado processo dado pelo coeficien-te angular de sua linha de fluxo:

    (1)

    Sendo: n:nmerodeunidades; tn:tempodetrminodoprocessonaltimaunidade; t1:tempodetrminodoprocessonaprimeiraunidade.

    R1

    R1

    R1

    R1

    Recurso

    Figura 3 Linha de balano em escala menor.

    Figura4Ritmodeproduo.

    O ritmo assim definido dado em unidades/tempo, por exemplo: Casas/ms. Pavimentos/semana. Anis/dia.

    3 MTODO

    Paradeterminaodaprodutividadedoserviodealvenariadeblocoscermicos,rea-lizou-seumapesquisadecampo,pormeiodeobservaesdeoperriosexecutandooservio. As informaes eram registradas em uma planilha conforme mostra a figura 5.

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    Figura5Planilhapararegistrodosdadosdecampo.

    No campo obra, da planilha, eram identificados o tipo de obra e o local onde estava sendorealizadaamedio,comoedifcioresidencialdecincopavimentos. Nocamporefernciaeramarmazenadosonomedapessoaquerecebeuaequipedepesquisaeobairronoqualestavasendorealizadaaobra.Asconstrutoraspesquisadasnoso identificadas no trabalho. Os campos data, dia da semana e horrio foram utilizados para identificaes tem-porais. Aps as informaes de cabealho, identificava-se a equipe de trabalho, ou seja, o nmerodetrabalhadoresdaequiperesponsvelpeloservioobservado.Foramencontradas,duranteapesquisa,doistiposdeequipe:equipesformadaspordoispedreiroseumserventeeequipesformadasportrspedreirosedoisserventes. Asmediesnasequipesformadasportrspedreirosedoisserventesnoforamconsideradasparaoclculodamdiadeprodutividadedevidoasuabaixarepresentatividadena populao. Foram realizadas quarenta e oito medies, onde 87,5% delas possuam uma equipeformadapordoispedreiroseumservente.Desprezandoasseismediesnasquaisasequipeseramformadasportrspedreirosedoisserventes,restaramquarentaeduasme-diesparadeterminaodoresultadodapesquisa. Antesdoinciodasmedies,algumasinformaesconsideradasrelevanteseramregistradas:

    Dimensesdosblocos. rea de execuo do servio (parede externa ou interna).Condiesclimticas.Presenaouausnciadecobertura. Forma de remunerao dos operrios (mensal, por hora, ou por tarefa).Padrodeacabamentodaobra.

    Depois de identificadas as equipes de trabalho e de registradas as informaes con-sideradasrelevantes,erainiciadooprocessoprticodemedio.Ocronmetroeradisparadoao sinal dos observadores e a equipe iniciava o levantamento das paredes. Ao final do levan-tamentodecadapanodeparede,ocronmetroeratravadoeanotava-seotempodecorridoe a quantidade de servio executada. Na figura 6 mostrada uma equipe de dois pedreiros eumserventeexecutandoolevantamentodeumpanodeparededealvenaria.

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    3.1 Populao e amostra

    O universo da pesquisa foi de empresasde construocivil que atuamna cidadedeCuri-tiba,admitindo-secomomembrosdasequipesospedreiroseos serventesqueestavamdiretamenteenvolvidosnoservio. O perfil da amostra constituiu-se de em-presasqueestavamrealizandoobrasnacidadedeCuritiba,ondeoserviodealvenariaeraexecutadocomblocoscermicos.Asconstrutoraseasobrasforamescolhidas aleatoriamente, semrestriodeporte ou tipo da obra, ou seja, o tipo da edificao e o porte da construtora no foram fa-toresdeterminantesparaaescolha.Fizerampartedaamostratantoconstrutorasdeportenacional,comopequenasempreiteirasfamiliares.Damesmaforma,existirammediesre-alizadasemedifciosdealtopadroassimcomomediesemsobradosdepadromdio. Otamanhodaamostra foideterminadopor infernciaestatstica.A infernciaestatsticaoprocessoqueutilizaoresultadodeamostrasparatirarconclusessobreascaractersticas de uma populao (TRIOLA, 1999). Com base no resultado das medies, tornou-se necessrio avaliar se o tamanho da amostra pesquisada atingira a confiana de-sejada de 95%. Pode-se interpretar que uma estimativa de confiana de 95% signifique que, setodasasamostraspossveisdeummesmotamanhoigualanfossemretiradasdapo-pulao, 95% delas iria conter a verdadeira mdia da populao (LEVINE et al., 2000). Otamanhodaamostrafoideterminadopelaexpresso:

    (2)

    Sendo: n: tamanho da amostra necessria para se obter a confiana desejada; : desvio padro da amostra;E:errodeamostragempermitido; : valor obtido da curva de distribuio normal a partir da confiana

    desejada.

    Odesviopadroobtidopelaequao:

    (3)

    Onde:xi:valorindividualdecadamedio;x:mdiadetodasasmedies;

    Figura 6 Equipe executando o servio de alvena-riadeblocoscermicos

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    n:nmerodeelementosdaamostra.

    Quandoserealizaumprocessodeamostragem,espera-sequecadaamostrasejaumarepresentaominiaturadapopulaoequeproduzaestimativasrazoveisdesuascaracters-ticas (LEVINE et al., 2000). Os erros de amostragem refletem a diferena de oportunidade deamostraparaamostra,combasenaprobabilidadedeoselementosseremselecionadosnapopulao.Paraesteestudo,oerrodeamostragemconsideradodeverepresentaroerroprove-nientedaseleodasobraspesquisadas,medianteapopulaodeobrasexistentesnacidadedeCuritiba.importanteressaltarquequantomenoroerrodeamostragemestipulado,maioronmerodeelementosnecessriosnaamostra. Oerrodeamostragempermitidovariadeacordocomapesquisa,poisdeve-seavaliarqual nvel de erro pode ser aplicado pesquisa, para que ela ainda represente a populao de maneiraadequada.Paraessapesquisa,foiestipuladoumerrodeestimativade5%dovalordamdia dos elementos da amostra, resultando em valores absolutos prximos de 0,2. OltimoelementoparaoclculodaamostraavarivelZ,ouseja,ovalorcrticodadistribuio normal de acordo com a confian-a especificada. A curva normal uma distri-buio de probabilidades, definida pela mdia e pela varincia (TRIOLA, 1999). A tabela de distribuio normal fornece a probabilidadedeocorrnciadeumeventoentrezeroeZ.Para uma confiana de 95%, Za/2 igual a 1,96. Dessaforma,paradeterminaodotamanhodaamostraforamtomadososvalo-res de produtividade, em m/h das quarenta e duasmediesrealizadas.

    4 ANLISE DOS RESULTADOS

    4.1 Mdias de produtividade

    Osvaloresmedidosemcamposoencontradosnatabela1. Amdiaentreas42mediesde5,48 m/h. O desvio padro obtido foi de 0,8584 m/h. Para um erro equivalente a 5% e confiana de 95%, o tamanho da amostra deveria ser de 38 medies. Conclui-se, por-tanto,queotamanhodaamostracom42me-dies adequado para se obter a confiana desejada. Devidoaonmerodemediesrea-lizadastersidosuperioraomnimodaamostrapara alcanar a confiana de 95%, verificou-se

    Tabela2Resultadosdasmediesdecampo.

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    que o resultado obtido tem confiana superior estipulada previamente. Paradeterminaodamdiadeprodutividadedo serviode alvenaria comblocoscermicosnacidadedeCuritiba,oselementosquenoseencontravamentreumvalormximode 7,20 m/h e um mnimo de 3,77 m/h foram desprezados. Esses valores equivalem mdia maisoumenosduasvezesodesviopadro.Dessaforma,trsleiturasforamdesconsideradaseaamostrapassouacontarcomtrintaenovemedies,aindaacimadomnimodetrintaeoito. Considerandoapenasasmediesquetiveramvaloresentreomnimoeomximo,amdiadeprodutividadedamodeobranaexecuodealvenariadeblocoscermicosnacidadede Curitiba foi de 5,62 m/h. Asmediesforamrealizadasemdoistiposdeconstruo:

    Edifciosdemltiplospavimentos. Residnciasunifamiliares.

    Normalmenteascondiesdetrabalhonosedifcioserammelhores,poisaalvenariaeraexecutadadepoisdaconcretagemdalaje,oqueabrigavaostrabalhadoresdachuvaedosol.Jnasresidnciasessacondionoeraobservada.Realizou-seentoumnovoclculodamdiadaprodutividadeseparandoosdoistiposdeconstruo. Dentretodasasmedies,21foramrealizadasemedifciosdemltiplospavimentos.O tamanho mnimo da amostra, mantendo a confiana de 95%, deveria ser de 17 medies. Por-tanto a amostra era suficiente para a determinao da mdia com confiana superior desejada. Dessa forma, a mdia de produtividade obtida, para edifcios, foi de 5,71 m/h. Comoodesviopadroobtidoparaasmediesrealizadasemresidnciasunifamilia-resfoisuperioraodasmediesemedifcios,otamanhodaamostranecessriaparafornecerresultados dentro da confiana desejada tambm foi maior: 51 medies. Visto que no perodo dedesenvolvimentodapesquisafoipossvelrealizarapenas21mediesdeprodutividadeemconstrues de residncias unifamiliares, a mdia obtida no satisfaz aos critrios de confiana predeterminados. Nesse caso, a confiana obtida foi de apenas 79%.

    4.2 Exemplo de aplicao dos resultados no mtodo das linhas de balano

    Para exemplificar a aplicao do resultado obtido no planejamento pelo mtodo das linhasdebalano,foiescolhidaumaobradeedifciodemltiplospavimentoscomseispavi-mentos tipo. Cada pavimento considerado unidade repetitiva. Cada pavimento possui 393 m de parede de alvenaria de blocos cermicos. Considerando um perodo de trabalho de 8 horas por dia e uma produtividade mdia de 5,71 m/h, uma equipe de dois pedreiros e um servente seria capaz de construir 45,68 m de alvenaria por dia. Para construir os 393 m seriam ento necessrios 8,6 dias. O ritmo equivale ento a:

    pavimentos/dia

    Adeterminaodotempodetrminodaatividadenasextaunidadepodeserde-terminada pela equao (1), considerando que o primeiro pavimento ser iniciado no tempo igual a zero e concludo em 8,6 dias:

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    T6=51,7dias

    Na figura 7 apresentada a linha de balano obtida para o exemplo desenvolvido.

    4.3 Anlise dos fatores de influncia

    Apesar doobjetivoprincipal deste estudo ser a determinaodamdiadepro-dutividade da atividade de alvenaria, alguns fatores que influenciaram estes valores foram observados. Deacordocomapesquisa,otipopredominantederemuneraoencontradanasconstruesderesidnciasunifamiliaresaremuneraomensal.Dasvinteeumamediesrealizadas,apenascincodelaspossuammodeobraremuneradaporprodutividade,ouseja,tarefeira. Pode-se atribuir a este fato e s piores condies de exposio ao clima o fato de havermaiorvariabilidadedaprodutividadenestetipodeconstruo. Nosedifcios,ascondiesdetrabalhoerammelhoresearemuneraoerapredo-minantemente tarefeira, considerada uma forma de incentivo produtividade.

    5 CONCLUSES

    Estipulada uma confiana de 95% e um erro de amostragem de 5%, foi obtido, pormeiodeinfernciaestatstica,otamanhodaamostranecessriaparadeterminaodamdiadaprodutividadedamodeobranacidadedeCuritiba.Pormeiode21mediesemedifcios de mltiplos pavimentos, obteve-se uma mdia de produtividade igual a 5,71 m/h, paraumaequipededoispedreiroseumservente. Avariabilidadedosvaloresobtidosnamediesemresidnciasunifamiliaresnopermitiu a determinao de uma mdia confivel. Este resultado poderia ser obtido com uma amostramaior.

    Figura 7 Exemplo de linha de balano para a atividade de alvenaria de blocos cermicos emedifcio de mltiplos pavimentos com 393 m de paredeporpavimento.

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    Desconsiderando o tipo de edificao, com 39 medies, obteve-se uma mdia de produtividade de 5,62 m/h para uma equipe de dois pedreiros e um servente no levanta-mentodealvenariadeblocoscermicosdeseisfuros. Apresentou-seumexemplodeaplicaodomtododaslinhasdebalanonoqualfoipossveldeterminaroritmodaatividade,empavimentospordia,apartirdaprodutivida-dedamodeobraobtidaemcampo. Alguns fatores encontrados durante o desenvolvimento da pesquisa foram identifi-cados como influenciadores na produtividade do servio. Os principais so as condies de exposioaoclimaeotipoderemuneraodostrabalhadores.Aremuneraomensalnoproporcionanenhumtipodeincentivoaodesenvolvimentodaprodutividadedofuncionrio,pois,independentedaquantidadedealvenarialevantada,aremuneraosemantminalte-rada.Porsuavez,aremuneraotarefeiraapresentou-seclaramentecomoumincentivoaoaumentodaprodutividade,jqueasequipessoremuneradasdeacordocomsuaproduomensal. Amdiadeprodutividadeapresentadanestetrabalholevaemconsideraoapenasotemporealmentetrabalhado,desconsiderandointerrupesdevidoa,porexemplo,aciden-tesoumautempo.Paraconsideraodeimprevistos,pode-sefazerumareduodashorasefetivamentetrabalhadasdiariamentepelosfuncionrios,pormeiodepesquisaestatstica.

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    REFERNCIAS

    CARRARO, F.Produtividade da mo de obra no servio de alvenaria. Dissertao(Mestrado) Escola Politcnica, Universidade de So Paulo, So Paulo, 1998.

    LEVINE, D. M.; BERENSON, M. L. STEPHAN, D. Estatstica: teoriaeaplicaes.Riode Janeiro: LTC, 2000.

    MENDESJNIOR,R.Programao da produo de edifcios de mltiplos pavimen-tos. Tese (Doutorado) Centro de Tecnologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis, 1999.

    TRIOLA,M.F.Introduo estatstica. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.


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