Download - Producao de Concreto Celular- Import Ante
Laboratório de Reciclagem, Tratamento de Resíduos e Metalurgia Extrativa Avenida Prof. Mello Moraes, 2463 - CEP 05508-030 - São Paulo, SP - BRASIL. Telefone: +55 11 3091 5240
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Imagine, numa construção, poder escolher a densidade dos blocos de vedação e do
contrapiso.
Neste sentido, está sendo desenvolvido um agente expansor à base de escórias de
alumínio, de baixo custo, para a incorporação em argamassas, visando a substituição de pó
de alumínio (utilizado na fabricação de concreto celular autoclavado) e de agente
espumígeno (usado em concreto celular moldado “in loco”). Este agente expansor pode
ser produzido a partir da moagem de escória primária. O material resultante contém
alumínio metálico finamente dividido e carbonetos de alumínio que liberam, quando em
meio alcalino, hidrogênio e metano. Estes gases são responsáveis pela expansão da
argamassa, diminuindo sua densidade.
Ensaios foram realizados para a determinação das propriedades do concreto celular
autoclavado com a adição de agente expansor (densidade aparente seca – NBR 13440 e
resistência à compressão NBR 13439), mantendo-se as mesmas condições industriais do
processamento. No concreto não autoclavado foi avaliado o desempenho de ruptura por
compressão (NBR 5739), para densidades entre 500 e 1400 kg/m3 e idades de 7, 14 e 28
dias.
Em termos financeiros, esta técnica representa uma alternativa viável para a
substituição dos expansores comuns.
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Concretos leves
Em relação aos blocos de vedação de concreto, o principal critério de aceitação é a
obtenção de uma resistência à compressão da ordem de 2,5 MPa(1), com a menor
densidade possível. No que se refere a contrapisos de residências, a grande maioria deles
podem ter a metade da densidade normalmente utilizada.
Ao se utilizar a tecnologia de incorporação de ar em concretos leves, o ganho em
material e na diminuição dos esforços aos quais as estruturas estão sujeitas são muito
significativos. No entanto, atualmente, poucas opções estão disponíveis no mercado para a
produção de argamassas leves, sendo as principais o concreto celular autoclavado e o
concreto celular espumoso.
O concreto celular autoclavado é um material que parte da mistura de areia fina,
cal micro
adicionado pó fino de alumínio metálico. O alumínio quando em meio básico reage com a
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cal liberando o gás hidrogênio (2Al +2OH- -
pela expansão da argamassa. Esta argamassa expandida é autoclavada, ou seja, é
processamento faz com que ocorra uma transformação de fase, surgindo um componente
altamente resistente: a tobermorita. Os blocos de concreto celular autoclavado alcançam
os 2,5 MPa de resistência à compressão com densidade da ordem de 550 kg/m3 (este valor
de densidade corresponde a 30% da densidade das argamassas convencionais).
No concreto celular espumoso, a incorporação de ar é conseguida pela adição de
espuma, obtida num gerador. Em seguida essa espuma é misturada à argamassa. O
concreto espumoso é moldado “in loco”, sua densidade varia de 1000 a 1800 kg/m3 e a
respectiva resistência à compressão, após 28 dias, de 4 a 25 MPa(2). Assim, só é possível a
obtenção de produtos à base de concreto espumoso com resistência de 2,5 MPa com o
dobro da densidade do concreto autoclavado, ou seja, 1100 kg/m3. Neste caso, não é
realizada a autoclavagem, mas é necessário um gerador de espuma.
A Reciclagem de escórias de alumínio
As escórias decorrentes da produção de alumínio podem ser classificadas em dois
tipos:
• Primária, proveniente do processamento da bauxita, cujos principais
constituintes são: a alumina (Al2O3), o nitreto de alumínio (AlN), o espinélio
(MgAl2O4) e o alumínio metálico (Al) de 20 a 80% em peso. O teor de sais é baixo,
da ordem de 2%.
• Secundária, que tanto pode ser advinda da reciclagem da escória primária quanto
da reciclagem de sucata de alumínio, contém KCl, NaCl e sílica, além dos
constituintes presentes na escória primária. O teor de alumínio varia de 5 a 20% em
peso.
Os sais contidos na escória secundária são facilmente lixiviáveis pela água e, por
isso devem ser depositados em aterros industriais. Devido ao elevado custo desta
operação, cerca de US$ 50/ton, essa prática nem sempre é observada, principalmente por
pequenas empresas do setor.
Além dos sais, outros resíduos são gerados no processo de reciclagem, que envolve
moagem e lavagem de escórias. Esses resíduos são, de modo geral, uma mistura que
contém metais livres, óxidos metálicos, carbetos e nitretos, entre outros, e ao entrarem
em contato com a água produzem gases como acetileno (C2H2), metano (CH4) e amônia
(NH3), além de hidrogênio (H2). As principais reações que ocorrem durante a lixiviação da
escória são:
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2AlN (s) + 6H2O (l) 2Al(OH)3 (aq) + 2NH3 (g) (1)
2NH3 (g) + H2O (l) NH4+ (aq) + OH-
(aq) (2)
2Al + 2H2O (l) + 4OH- (aq) 2Al(OH)3 (aq) + H2 (g) (3)
Al4C3 (s) + 12H2O (l) 4Al(OH)3 (aq) + 3 CH4 (g) (4)
CaC2 (s) + 2H2O (l) Ca(OH)2 (s) +C2H2 (g) (5)
As reações (1) e (2) promovem um aumento na concentração de íons hidroxila,
aumentando o pH da solução para valores superiores a 8, o que favorece a ocorrência da
reação (3). Esta reação, além de liberar um grande volume de hidrogênio, é fortemente
exotérmica e eleva a temperatura do sistema, favorecendo o aumento da liberação dos
gases das reações (1), (4) e (5).