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Procedimentos especiais

Vamos estudar os ritos especiais que estão no cpp, mas existem outros procedimentos especiais que não estão no cpp, como por exemplo, o rito especial da lei de drogas, havia 4 ritos especiais no cpp, por exemplo crime de falência, mas como já existe uma lei que regula os crimes falimentares, o cpp só existem três.

1 – CRIME DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS (CRIME DE RESPONSABILIDADE DE FUNCIONARIOS PUBLICOS) Art. 513 ao 518 CPP.

Mesmo não tendo nada a ver com o conceito técnico de responsabilidade, pois os crimes de responsabilidade são praticados por agentes políticos, por exemplo: Presidente, prefeito, etc..

Esses crimes praticados por funcionários públicos, nada mais são do que os crimes próprios dos funcionários públicos, que são aqueles que estão previsto no CP 312 a 327. Não são todos os crimes praticados por funcionários públicos, no art. 514 CPP dispõe nos crimes afiançáveis, os crimes praticados desde o 312 ao 327 desde que seja afiançáveis.

P: Objetivamente qual o critério para determinar se o crime é ou não afiançável?

R: No art. 323, I, CPP, dispõe que não será concedida fiança nos crimes punidos com reclusão cuja pena mínima cominada for superior a 2 anos, se for até dois anos será afiançável se for superior é inafiançável, esse rito só se aplica para os afiançáveis.

Do art. 312 ao 327 apenas dois são inafiançáveis :

1 – Facilitação de contrabando ou descaminho (art. 318 CP) pena mínima 3 anos

2 – Excesso de exação (art. 316, § 1º CP) pena mínima 3 anos

Nesses casos não se aplica o rito especial Funcionário Publico, todos os demais podem ser aplicados no Rito especial, os que não estão elencados no rol desses art. do CP, Ex.: se esses funcionários públicos praticar estupro, roubo, homicídio, não é aplicado rito especial.

O RITO ESPECIAL É SÓ PARA O ROL DE CRIMES DE FUCIONÁRIOS PÚBLICOS (DO Art. 312 AO 327 DO CP CUJA PENA MINIMA NÃO ULTRAPASSA 2 ANOS)

Os crimes praticados por funcionários públicos que não podem ser tramitado por Rito especial vão ser Tramitados por Rito comum Ordinário.

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Os Aposentados não são considerados, apenas aqueles que estão na ativa, mesmo que estejam em licença premio.

No Procedimento Comum ordinário funciona da seguinte forma:

1 – Oferecimento da denúncia

2 – Recebimento da denúncia

No rito especial depois que é oferecida denuncia ou queixa, o juízo deve determinar a notificação do funcionário para que antes do juiz decidir se deve ou não receber a inicial acusatória, o funcionário publico apresente defesa previa, não existe réu, pois o juiz ainda não recebeu, ele notifica o funcionário para que no prazo de dez dias presente a defesa previa, só após o juiz vai decidir se recebe ou não. Antes de tornar um funcionário publico réu ele deve ouvi-lo primeiro, é uma benéfice que se dá ao func publico, pois ele é um integrante da administração publica.

A defesa previa tem caráter facultativo, se o sujeito não o quiser não é obrigado a apresentar defesa.

Há uma semelhança com o rito sumaríssimo qdo o acusado pode apresentar sua defesa oral na própria audiência para que o juiz não receba a denúncia ou queixa, a finalidade o rito especial é conceder beneficia para o integrante da admpublica.

A Súmula 330 STJ – é desnecessária a resposta preliminar que trata o 514 cpp, na ação penal instruída por inquérito policial.

Se houve inquérito policial prévio o juiz não precisa notificar para que apresente a defesa previa, na pratica o juiz ate faz, pois se nãohouver a notificação e tb não houver inquérito o processo é nulo, o que abunda não prejudica.

A súmula é criticada, pois por um lado ela diz menos do que deveria dizer por um lado e mais do que deveria dizer por outro lado.

P: Qual a razão da súmula?

R: A finalidade da notificação é para que func público apresente sua defesa previase houve inquérito policial, já há uma investigação previa e entende-se de que o acusado já foi chamado para apresentar suas razões, uma notificação para defesa previa seria desnecessária.

A Crítica a súmula é com relação ao inquérito adm, pois no inquérito adm o réu tem mais chance de se defender do que no inquérito policial,a doutrina diz se o que esta embargando a denuncia é o inquérito adm então se aplica a sumula 330, veio para dar uma interpretação extensiva a sumula.

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Por outro lado a doutrina diz que não é qq inquérito que torna desnecessária a notificação se no inquérito não deu a oportunidade de se defender, se não constar no inquérito a manifestação do funcionário, torna obrigatória a notificação, para apresentação da defesa previa.

OBS: No posicionamento que amplia o entendimento da sumula, é no sentido que se houve sindicância administrativa tb se aplica a súmula 330. Pois provavelmente o que ele iria apresentar na defesa previa é o mesmo que já apresentou no inquérito.

O PÚ do art. 514 do CPP, se não for conhecida residência ou se este se achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-ánomeado defensor, a quem caberá apresentar resposta preliminar.

Parte deste art. é inconstitucional, qdo dispõe que será nomeadodefensor, no CPP a notificação do acusado que esta fora da jurisdição é via carta precatória, se consta nos autos o endereço dele o juiz deve notifica-lo através de carta precatória.

Depois de apresentada a defesa previa tendo sido o funcpublic representado o juiz recebendo a denuncia o juiz deverá citar o func publico?

Resposta: Art. 517, mesmo após a notificação previa o juiz recebendo a denuncia ou queixa é indispensável a citação.

Art. 518 após a citação o processo se ordinariza, ou seja, segue o mesmo que o rito ordinário.

2 – CRIMES CONTRA HONRA ( ART. 519 A 523 CPP)

Os crimes contra honra são:

Calúnia, Injúria e difamação.

Com a edição da Lei 9099/95, ficou inutilizado rito especial para os crimes contra honra por estarem elencados nos crimes de menor potencial ofensivo.

As únicas hipóteses é nos casos de:

1ª - Calúnia qualificada , É a calúnia Art. 138 ( pena de 6 meses a 2 anos) combinada com art. 141 ( aumento de 1/3).

2ª – Injúria Racial ( art. 140 § 3º CP) ( Pena de 1 a 3 anos e multa)

Nesse Rito Especial, art. 520, antes de receber a queixa o juiz dará a oportunidade para reconciliar-se.

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Ocorre oferecimento da queixa elogo após o recebimento, nesse rito o juiz antes de receber deverá marcar audiência de conciliação sob pena de ser considerado nulo, esse rito só tem cabimento nos crimes de ação penal privada.

Pergunta: Existem crimes contra honra que não seja de ação penal privada?

Resposta: Sim, Nos crimes contra honra praticados contra funcionários públicos no exercício da sua função.

Súmula 714 STF

Se o funcionário público for ofendido no exercício de suas funções a legitimidade para propor ação é concorrente, ou ele entra com uma ação penal privada ou ele vai até o MP este o representa então o MP oferece a denuncia, será uma ação penal publica condicionada a representação.

Se o funcionário ofendido for representado pelo MP, não será utilizado o rito especial, pois no art. 520 CPP, este rito só tem cabimento quando é oferecida queixa.

Se o MP representa o ofendido o processo segue no rito comum ordinário.

+ Crimes praticados contra honra dopresidente da republica ou chefe do legislativo, a ação penal é ação penal publica condicionada a requisição do ministro da justiça.

ANTES DE O JUIZ RECEBER A QUEIXA, ELE DEVERÁ MARCAR AUDIENCIA DE CONCILIAÇÃO, COM OBJETIVO QUE AS PARTES SE ENTENDAM AFIM DE QUE NÃO DE PROCEGUIMENTO AO PROCESSO, SE NÃO HOUVER A AUDIENCIA DE CONCILIÇÃO O PROCESSOSERÁ NULO.

Quando houver conciliação assinarão termo de desistência. No art. 522 CPP, utiliza o termo de que a queixa será arquivada, esse termo é equivocado porque no Processo penal quando há arquivamento de inquérito ele poderá ser desarquivado caso haja provas novas, nesse caso , quando a vitima faz o acordo e assina o termo de desistência, ele estará abrindo mão do processo não podendo jamais desarquiva-lo.

Pergunta: O que acontece qdo na audiência não comparece querelante e querelado?

Resposta: Qdo o querelante não comparece, ocorre à perempção, é uma causa de extinção da punibilidade, se ele não comparece injustificadamente.

Se o querelado não comparece, não acontece nada, apenas demonstra que o querelado não tem interesse em conciliar.

Natureza jurídica dos institutos exceção da verdade e exceção da notoriedade?

Exceção da verdade é provar que o fato que eu imputei é verdadeiro, provar a alegação que eu falei. É uma excludente de tipicidade penal.

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É uma Questão prejudicial homogênea não devolutiva. Cabe nos crimes de calunia e difamação. Nos crimes de calunia que estão elencados no art. 138, § 3º e na difamação elencado no art. 139, PÚ.

Exceção de notoriedade não esta prevista na lei, é admitido.

INJÚRIA –ATINGE A HONRA SUBJETIVA DO SER HUMANO. (CAUSA MAGOA NA PESSOA, EX: CHAMAR PESSSOA DE GORDA, FEIA, ETC.).

DIFAMAÇÃO- ATINGE A HONRA OBJETIVA DO SER HUMANO, É AQUILO QUE A SOCIEDADE PENSA DE NÓS ( SE A PESSOA JÁ É DIFAMADA NÃO É CRIME. EX: CHAMAR A BRUNA SURFISTINHA DE PROSTITUTA, NÃO ESTA COMETENDO CRIME, POIS É NOTORIO QUE ELA É).

A exceção de notoriedade somente cabe nos crimes de difamação. É provar que aquilo que foi dito é notório.

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RECURSOS E AÇÕES AUTONOMAS DE IMPUGNAÇÃO

AÇÕES AUTONOMAS DE IMPUGNAÇÃO

Habeas Corpus, Mandado de segurança e Revisão criminal.

RECURSOS

Apelação

Recurso em sentido estrito

Embargos de declaração

Embargos infringentes e de nulidade

Carta testemunhável

Agravo em execução

Recurso especial

Recurso extraordinário

Distinção:

1 - O recurso é o desdobramento de uma ação penal já instaurada, o recurso não dá ensejo a instauração de uma nova relação jurídica processual.

2 - As ações autônomas provocam a instauração de uma nova relação jurídica processual, muitas delas não estão vinculadas a ação penal anterior.

O HC preventivo pode ser usado mesmo que nem haja ação penal instaurada da mesma forma que o MS dentro do inquérito policial, esses podem ser usados mesmo que não haja ação instaurada. A RC não é o desdobramento da ação anterior, ela provoca uma nova ação de revisão.

Os recursos só podem ser manejados até o transito em julgado da ação penal, não pode haver recurso após o transito em julgado de uma ação penal. Se esta havendo interposição de recurso é porque ainda a ação não transitou em julgado.

Já as ações de impugnação não têm esses pressupostos, a RC só pode ser utilizada após o transito em julgado, o HC e o MS podem ser usados antes de deflagrar ação penal, durante ou depois do transito em julgado da ação penal.

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PRESSUPOSTOS DOS RECURSOS

Os PRESSUPOSTOS são importantes para saber se os recursos devem ou não ser conhecido, existe diferença entre conhecimento e provimento de recurso.

Conhecimentoesta ligada a presença dos pressupostos recursais se todos os pressupostos objetivos e subjetivos estão presentes o recurso será conhecido. Se faltar pressuposto não será conhecido.

Provimento tem haver com mérito do recurso, o recurso provido é a mesma coisa que ele deu procedência, foi julgado procedente o recurso quer dizer que ele foi provido, isso tem haver com mérito recursal, já os pressupostos tem haver com conhecimento. O recurso pode ser conhecido e não ser provido, mas, se ele não for conhecido nem será analisada a possibilidade de provimento. Só será pensado em provimento ou desprovimento se ele primeiro tiver sido conhecido. Se presente todos os pressupostos ele será conhecido e depois será provido ou não provido.

Quem analisa o conhecimento?

Juízo (instância) a quo – é o juiz que procedeu a decisão a qual esta sendo recorrida.

Juízo (instância) ad quem – é o juízo que vai julgar o recurso (somente o juízo ad quem analisa os provimentos)

Tanto o juízo a quo ou juízo ad quemanalisa os pressupostos, mas só o juízo ad quem julga o provimento.

Pressupostosobjetivos

1 – previsão expressa na lei para aquela decisão pela qual deseja impugnar( recorrer);

2 – Adequação – deve escolher exatamente o recurso que a lei previu, para a decisão que deseja recorrer, não pode escolher por exemplo, recurso em sentido estrito para aquele que a lei prevê que é apelação, deve ser escolhido o recurso correto;

3 – tempestividade – obediência ao prazo legal, se não obedecer o prazo recursal, o recurso não será conhecido por falta de tempestividade;

4 – regularidade formal – observar a forma que esta prevista em lei;

5 –inexistências de fato impeditivo – Existiam dois:

1º fato impeditivo – renúncia – se for intimado da sentença, vai até o juízo e diz expressamente que não tem interesse em recorrer, esta renunciando o direito de recorrer.

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Existe uma discussão sobre qual vontade deve prevalecer a do réu ou do advogado?

(O réu não quer recorrer, mas o advogado quer).

Corrente majoritária: prevalece a vontade do réu, porque se ele tem o poder maior que é desconstituir o advogado ele pode decidir em não recorrer, quando o maior interessado é ele.

STF: Tem posicionamento que o que deve prevalecer é a vontade do advogado porque é ele que tem conhecimento técnico. É ele que conhece os fundamentos.

2º fato impeditivo –recolhimento do réu a prisão, não é mais utilizado, art. 594cpp( que expressava para recorrer o réu deverá recolher-se a prisão), foi revogado pela lei 11719/08. Antes da reforma se o sujeito apelasse sem se recolher a prisão e estava na sentença de que ele deveria recolher-se a prisão o recurso não poderia ser conhecido. Não tem mais problemas pois este art. esta revogado

6 –Inexistência de fato extintivo –

1º - fato extintivo – desistência, com um detalhe, o MP não pode desistir de recurso que haja interposto (art. 576 CPP);

2º - deserção – se dá em duas hipóteses: Falta de preparo (Pagamento das custas, tem pouca aplicação, pois só se faz recolhimento das custas em ação penal privada, na ação penal publica, somente paga às custas no final), ou pela fuga do réu ( art. 595 CPP), hoje se entende que a fuga do réu não pode extinguir o recurso, porque o recurso é uma manifestação constitucional de ampla defesa, se é de natureza constitucional não pode ser o CPP norma infra constitucional limitar esse direito, esse dispositivo não é recepcionado.

“Súmula 347 STJ – O conhecimento de recurso de apelação do réu independe da sua presença”.

Pressupostos subjetivos

1 – Interesse em recorrer – Art. 577, Pú CPP, não será admitido recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão.

Pergunta: MP pode recorrer contra sentença condenatória para recorrer paraà absolvição,ou na melhora da pena, ele tem interesse para recorrer?

Resposta: Sim, pois no processo penal o MP não é apenas parte acusadora, mas sim fiscal da lei (custus legis), se ele entender que a sentença condenatória foi injusta ele

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tem sim interesse em recorrer, não na qualidade de parte, mas na qualidade de fiscal da lei. (art. 257, II CPP).

Pergunta: O acusado pode recorrer contra sentença absolutória?

Resposta: sim, quando o acusado for absolvido por falta de provas, esse tipo de absolvição não impede que ingresse com uma ação civil de reparação de dano. Diferente da absolvição em que se prova que não foi o acusado, nesse tipo de absolvição impede que abra uma ação civil de reparação de dano. Desde que o sujeito prove interesse jurídico na modificação do fundamento da absolvição, ele poderá recorrer da sentença absolutória.

2 – Legitimidade para recorrer( art. 577 CPP) – O recurso poderá ser interposto pelo MP, querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor. Desde que tenha o interesse elencado no processo poderão recorrer.

Preenchidos os pressupostos objetivos e subjetivos ele será conhecido, a questão do provimento é mérito recursal.

O direito de recorrer esta vinculado ao direito de duplo grau de jurisdição, o DGJ tem previsão expressa no ordenamento jurídico?

Resposta: Não, mas o art. 8º do O Pacto de São José da Costa Rica foi incorporado no nosso ordenamento jurídico e neleesta expressamente previsto o duplo grau de jurisdição.

Na nossa constituição não esta expressa, mas a doutrina diz que implicitamente esta, qdo pegamos a estrutura do poder judiciário a partir do art. 94 CF, percebe o direito a duplo grau de jurisdição, qdo dispõe que os Superior Tribunais Regionais tem competência para julgar as decisões dos juiz de direito de 1º grau.

Pergunta: Todo o cidadão tem direito ao duplo grau de jurisdição?

Resposta: não, é o caso dos ministros do STF, ou seja, aquele que tem foro por prerrogativa de função.

Pergunta: Juiz de direito tem direito ao duplo grau de jurisdição?

Resposta: Não, Os processos julgados nos casos de Juízes de direito são feitos pelo órgão superior (TJ), a decisão do TJ contra o juiz de direito, até vai admitir recurso especial ou recurso ordinário, mas estes recurso não admite reexame de mateira fática e sim de direito, Resp e Rext, não são considerados recurso a duplo grau de jurisdição, todo aquele que tem foro por prerrogativa de função não terão direito ao duplo grau de jurisdição.

Outros exemplos de quem tem foro por prerrogativa e não tem direito a duplo grau?

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EX: Juiz com um sujeito pratica um crime, o deve ser julgado pelo TJ, o sujeito deveria ser julgado pela vara comum, nesse caso prevalece o órgão de maior hierarquia, ou seja, o TJ, ele até teria direito ao duplo grau, mas como praticou um crime em conexão ou continência com aquele que te foro por prerrogativa de função, perdeu esse direito.

Essa hipótese não é considerada inconstitucional, a Súmula 704 STF, dispõe que não viola a garantia constitucional do corréu.

PRINCIPIOS RECURSAIS

1º - Taxatividade – No Processo Penal só pode haver recurso das decisões para as quais a lei expressamente preveja uma modalidade recursal.

No processo penal vai elencando para qual decisão vai poder interpor recurso. O art. 581 do CPP é um exemplo de taxatividade no CPP, o legislador colocou caberá recurso estrito (>>>) ele elenca todos os casos que poderá interpor RE. Se o Legislador não Elencou, a decisão não cabe recurso.

EX: No Processo Civil se o juiz indeferir uma prova poderá interpor agravo contra decisão do juiz, mas se no Processo penal um juiz indefere uma prova, por mais que seja considerado injusto não poderá haver recurso, pois não tem previsão expressa na lei.

2º - Unir recorribilidade(Unicidade ou singularidade recursal) – Cada decisão via de regra só pode ser impugnada por uma modalidade de recurso, não se pode atacar uma decisão com dois recursos distintos. Aparece implicitamente noArt. 593 §4º CPP.

EX: Se o juiz extingue a punibilidade pela perempção, é atacado via R.S.E, se ele não reconhece tb, se o juiz condena o réu e no corpo da sentença condenatória ele não reconhece a perempção, ainda que vc queira atacar somente o não acatamento da perempção, ainda que esta no corpo de uma sentença condenatória, o réu vai ter que apelar, não se poderá usar o R.S.E para uma parte e apelação para outra que é a sentença condenatória. Cada decisão vai utilizar via de regra apenas uma modalidade de recurso.

Há duas hipóteses de exceção a esse principio:

1ª – a Sucumbência recíproca, qdo ambas as partes abrem mão de alguma coisa, setanto MP ou réu ficarem insatisfeitos.

EX: Se o MP pediu uma condenação por furto qualificado, o réu queria a absolvição, o MP sucumbiu na qualificadora deu furto simples, e o réu sucumbiu pela absolvição, ambos sucumbiram dessa decisão caberão dois recursos, apelação da defesa e apelação do MP.

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2ª – Interposição concomitante de recurso especial com recurso extraordinário – qdo acórdão do tribunal viola algum principio constitucional, mas tb viola norma infraconstitucional, poderá se interpor concomitantemente, o Rext e o Resp, e o prazo é o mesmo para interpor os dois recursos. Deverá ser interpostos juntos.

3º – Voluntariedade – O recurso somente poderá ser interposto pelas partes, somente cabe recurso se as partes tem vontade de recorrer.

A lei criou o Recurso de Oficio – Art. 574, I CPP, mas a doutrina diz que tecnicamente não pode ser considerado Recurso, pois não respeita o principio da voluntariedade, porque não há vontade de recorrer, é uma imposição da lei em recorrer.

É chamado de duplo grau de jurisdição obrigatória - A lei exige para que a decisão transite em julgado que o próprio juiz prolator, remeta os autos para um órgão superior,

EX: No Processo penal quando o juiz conceder Habeas corpus deverá recorrer de oficio da decisão, senão ela não transita em julgado.

4º - Fungibilidade recursal – esta prevista no art. 579 CPP, se a parte interpuser recurso incorreto, por que algumas decisões deixam margens, ou seja, dúvida pode acontecer de um individuo pensar que é apelação, mas é R.S.E, ou vice versa.

“A lei dispõe que qdo não há má fé do recorrente, o juiz percebendo o erro, mandará processá-lo como se fosso com o rito correto”.

O STF entende que o juiz deve analisar senão houve má fé, mas não basta só a inexistência de má fé é necessário também observar o prazo do recurso correto.

EX: Sujeito acha que o Recurso X, qdo na verdade o correto é o Y, se o Xtem o prazo de dez dias e o outro tem o prazo de cinco dias, tem que ter recorrido dentro dos cinco dias, se o prazo for maior do que o recurso correto, não se admite a fungibilidade.

5º - Tantum devolutum quantum apellatum – Previsto no art. 599 CPP,as apelações podem ser propostas em todo o julgado ou em parte dele, o dispositivo legal dispõe sobre a apelação, mas serve para qualquer outro recurso.Existe dois tipos de apelação:

- Apelação plena -

-Apelação limitada -

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Não precisa recorrer contra toda decisão, mas pode ser recorrer contra parte dela. Só pode ser apreciado pelo tribunal o que for objeto do recurso, a matéria que não devolve não pode ser objeto de apreciação do tribunal.

EX:Saiu uma sentença que condenou um sujeito pelo crime tal, ai o MP apela, pedindo o reconhecimento de uma qualificadora, ainda que na denuncia estivesse pedindo mais abrangente, o Tribunal não pode ir além do que MP esta pedindo por não ter sido objeto da apelação.

EX: O MP pediu na denúncia a condenação por furto qualificado, o juiz condena por furto simples, MP apela e não pede a 2ª qualificadora, pediu apenas a 1ª o Tribunal esta circunscrito naquilo que foi objeto do apelo. Mesmo que estava no pedido inicial não estava no pedido recursal.

O Tantum devolutum quantum apellatum é uma regra absoluta para a condenação, mas não é uma regra absoluta paraadefesa.

Pergunta: Se o TJ entender que não era caso de condenação, o TJ pode absolver na apelação do MP?

Resposta: Sim, por causa do princípio maior do processo penal, do Favor Rei, se o TJ entender que o réu merecia ser absolvido ou tiver uma sentença mais branda, ainda que só o MP tenha apelado para piorar a situação do réu, o TJ pode melhorar a situação do réu. Se só o MP apela ele fica circunscrito ao que foi objeto do apelo. Nunca poderá ir além para piorar a situação.

6º - Vedação Reformatio in pejus – divide-se em direta e indireta.

Vedação a reformatio in pejus direta - Prevista no art. 617 CPP, o que esta previsto nesse art. é, quando só o réu apela o tribunal não pode piorar a sua situação.

EX: O sujeito foi denunciado por roubo com causa especial de aumento de pena, o juiz condenou por roubo simples, só o réu apela pela absolvição, pelo art. 617 CPP o Tribunal não pode piorar a situação do réu em razão do recurso ser exclusivo do réu, ou o Tribunal mantém a sentença que foi proferida ou melhora, é vedado agravar.

EX 2: Se o MP tivesse recorrido, para piorar a situação do réu, pedindo que TJ reconheça a causa especial de aumento de pena, o TJ seguindo o principio do tantum devolutum quantum apellatum poderá apreciar nos limites do que foi objeto de recurso.

Vedação da Reformatio in pejus indireta – Quando

Ex: a denuncia pediu a condenação com causas de aumento de pena, na sentença condena por roubo simples, só o réu apela, só que o réu pede a nulidade, e o

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tribunal de justiça anula a sentença de 1º grau, ele devolve para 1ª instância, ele caça a sentença de 1º grau e remete ao juiz prolator para que ele prolate uma nova sentença sem o vicio que estava presente na 1ª, voltando para o juiz de 1º grau, ele não pode proferir sentença pior do que foi proferida antes.

EX: Ele na 2ª decisão não pode reconhecer o roubo com causa de aumento de pena, por não ter reconhecido na 1ª, ele não pode piorar a situação do réu, pois foi decorrente exclusivamente de um recurso da defesa.

O juiz fica limitado a pena que ele deu na 1ª sentença, mas o MP pode recorrer dessa decisão.

A Reformatio in pejus indireta tem duas exceções:

1ª –Quando a sentença foi proferida por juízo absolutamente incompetente, não é razoável que a decisão dele possa vir a vincular ao juízo competente. Seria um absurdo um juiz incompetente (ex.: juiz do trabalho julgando um crime), a decisão deste pudesse vincular ao juiz competente, então a 1ª decisão não há violação a reformatio in pejus indireta.

2ª – Se o Tribunal do Júri tiver reconhecido um crime de homicídio simples na 1ª sentença e juiz tenha aplicado a pena de 10 anos, só réu apela Tribunal de Justiça ao julgar o apelo do réu anula a 1ª sentença do júri, esta decisão vai para 2º júri, o Tribunal do Júri não fica limitada a decisão proferida no 1º julgamento, ele poderá se quiser reconhecer as qualificadoras, e condenar por homicídio qualificado.

Pergunta: Porque o Tribunal do júri não se fala em violação a reformatio in pejus indireta?

Resposta: por causa do principio da soberania dos vereditos. Que esta previsto na CF/88. A reformatio in pejus esta prevista no art. 617 CPP, enquanto que o principio da soberania dos vereditos esta previsto na Constituição Federal. Este princípio prepondera a violação da reformatio in pejus que esta numa norma infraconstitucional. Então o Tribunal do júri que é soberano não fica limitado a nenhuma decisão anterior.

Quem tem soberania são os jurados, se por acaso os jurados entenderem que o crime foi o mesmo que o da decisão anterior, o juiz fica limitado a aplicação da pena anterior. Os jurados por serem soberanos podem reconhecer o tipo penal mais grave, se ele reconhecerem o juiz pode aplicar pena maior, se porém eles reconhecerem o mesmo tipo penal ou mais brando, o juiz presidente fica limitado a pena do 1º júri, pois para ele existe a vedação da reformatio in pejus.

PODE CAIR NA AV 2 OU AV 3 VIOLAÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS DIRETA E INDIRETA!!!

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AULA DO DIA 09/05/11

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

(previsto no art. 581 ao 592 CPP)

Este recurso é considerado um primo irmão do agravo de instrumento no processo civil, mas não se pode dizer que ele é a mesma espécie de recurso do Processo Civil pois o agravo de instrumento ele é cabível única e exclusivamente para decisões interlocutórias, já o R.S.E, caberá das decisões, despacho ou sentença.

Há um erro do legislador em dispor sobre o recurso sobre o despacho, pois nenhum despacho admite recurso. O que se pode recorrer em sentido estrito é contra decisões interlocutórias e eventualmente sentença, a regra geral vai ser para decisões interlocutórias, mas pode eventualmente usar o R.S.E para atacar sentença, não sentença condenatória nem absolutória, mas em outras espécies de sentença.

O rol do art. 581 CPP é taxativo, não se pode aplicar R.S.E, não pode interpor res para hipótese não contempladas na lei, mas o STF falou que não obstante se trata de rol taxativo admite-se interpretação extensiva e analogia.

I – Da decisão que não receber denúncia ou queixa – este inciso é exemplo de que pode ser utilizada interpretação e também analogia, pois se esta previsto que cabe ser da decisão que não recebe denuncia ou queixa pode-se também aplica-lo da decisão que rejeita o aditamento a denuncia ou queixa, que é um complemento da inicial acusatória.

EX: O MP recorreu em sentido estrito porque o juiz rejeitou a denuncia ou queixa, não existe réu ainda, o acusado tem que ser intimado para contrarrazoar esse R.S.E do MP?

Resposta: Havia um entendimento que não cabeira pois ele ainda não era considerado réu, por não haver recebimento, mas hoje é entendido que ele é diretamente interessado na decisão desse recurso, porque se o Tribunal vier a reformar a decisão do juiz ele que não era réu passará a ser réu, O STF editou a súmula 707, haverá nulidade da decisão em que o denunciado não foi intimado para oferecer contra razões.

OBS: Se for no JECRIM da decisão que rejeita denúncia ou queixa seria apelação. Se for vara criminal ou tribunal do júri contra decisão que rejeita denúncia ou queixa é o R.S.E, se for no JECRIM é cabível apelação, com base no art. 82 da lei 9.099/95.

II – que concluir pela incompetência do juízo – aqui o juiz julga de oficio

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III – Que julgar procedentes as exceções(Suspeição, incompetência, litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada), salvo a de suspeição; - aqui há uma arguição da parte e o juiz julga.

Diferenciação dos incisos II e III:

Pergunta: Se for uma decisão que julgue procedente a exceção de incompetência do juízo deve ser recorrida com base no inciso II ou III?

Resposta: No inciso II é quando o juiz conclui pela incompetência do juízo de oficio, ou seja, quando não se tem arguição, se o juiz entender incompetente o juízo, será com base no inciso II, se houver arguição seja de incompetência, litispendência, coisa julgada, etc., ai R.S.E com base no inciso III.

Na 1ª fase do júri o juiz deve decidir pronunciar, impronunciar, desclassificar ou absolver sumariamente. Essa decisão que desclassifica de crime doloso contra vida para não doloso contra a vida ela é atacada por R.S.E com base no inciso II do art. 581 CPP, O juiz ao desclassificar sem que ninguém tenha arguido uma exceção de incompetência esta reconhecendo a incompetência do juízo do júri, então ele desclassifica para crime não doloso contra vida e remete o processo para uma vara singular.

Pergunta: Por que não se admite R.S.E quando o juiz acolhe a exceção de suspeição?

Resposta: a suspeição esta ligada a perda imparcialidade por alguma razão pelo juiz, seria absurdo o juiz que se diz suspeito o Tribunal querer reformar a decisão dele; ao infundar a suspeição, se é arguido a suspeição e este não a admite quem vai decidir isto já é o tribunal, no próprio procedimento de suspeição é remetida para o tribunal, não cabe recurso uma vez que é o próprio Tribunal quem decide.

Resposta: Se é arguido exceção de coisa julgada ou de incompetência do juízo, se o juiz julgar improcedente pode ser recorrida esta decisão?

Resposta: Embora o princípio da taxatividade somente admitir recurso nos casos em que se tenha previsão legal, a doutrina defende que não seria cabível ser julgado pelo mesmo juiz que proferiu a decisão de improcedência das exceções arguidas. Nesse caso admite-se a impetração de habeas corpus.

IV – da decisão que pronunciar o réu;

Ve VII – qualquer decisão que estiver relacionada a fiança será atacada através de R.S.E.

- indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, a lei não fala de prisão temporária, mas a doutrina diz que se aplica por analogia, já que a prisão temporária assim como a preventiva é uma espécie de prisão cautelar.

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- conceder liberdade provisória ou relaxar prisão em flagrante, a lei não trouxe previsão para o contrário, ou seja, quando o juiz nega a liberdade provisória ou indefere o relaxamento de prisão, não cabe recurso, mas caberá habeas corpus.

VIII e IX – que decretar a prescrição ou julgar por outro modo extinta a punibilidade; que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva de punibilidade.

- esses incisos tratam do mesmotema, mas situações diferentes, o juiz indeferiu ou reconheceu a prescrição ou de outra causa qq de extinção de punibilidade, (art. 197 CP causas de extinção de punibilidade).

- deve ser observado o seguinte:

- as decisões que reconhecem ou rejeitam a prescrição são decisões terminativas de mérito (não apreciam a pretensão punitiva, mas termina o mérito).

Obs: As sentenças absolutória ou condenatória no Processo penal são atacadas por Apelação.

Se o juiz reconhece a prescrição ou outra causa extintiva de punibilidade (sentença terminativa de mérito) será usado R.S.E.

Hipótese:

Eu tive uma sentença condenatória, lá nas alegações finais eu pedi para o juiz reconhecer a prescrição, na sentença o juiz afasta a prescrição, e depois diz que tem provas suficientes para a condenação. Nesta hipótese tendo o juiz deferido o reconhecimento da prescrição, qual o recurso que será utilizado para atacar a decisão?

Resposta:Apelação, pois de acordo com art. 593, § 4º, as sentenças absolutórias ou condenatórias no Proc. Penal é sempre atacada por apelação, se tiver uma sentença condenatória ainda que eu queira apenas recorrer do indeferimento da prescrição o instrumento apropriado é a apelação.

Se for a sentença terminativa de mérito, utiliza-se o R.S.E.

Hipótese 2:

Pode ocorrer que o indeferimento do reconhecimento da prescrição ocorra se dê no corpo de uma sentença condenatória.

Nomomento em que o processo chega ao final é apresentado os memoriais, é pedido o processo é nulo, se o juiz não reconhecer a extinção de punibilidade deve reconhecer a prescrição, se não reconhecer a prescrição absolve por falta de provas. Na sentença o juiz decide que não nulidade, não tem prescrição e tem provas suficientes para condenar, ele neste caso proferiu uma sentença condenatória, se quiser impugnar o

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fato dele não ter reconhecido a prescrição, como foi numa sentença condenatória só cabe apelação, ainda que queira recorrer apenas de uma parte da sentença. ( art. 593, §4º)

Pergunta:Na fase de execução o juiz não reconhece a prescrição e extinção de punibilidade é atacada por qual recurso?

Resposta: Hoje para atacar uma decisão na fase de execução utiliza-se o recurso agravo de execução ou agravo em execução.

Qualquer decisão proferida no curso da execução penal é atacada por agravo em execução, é o recurso próprio da execução penal, esta previsto no art. 197, lei 7210/84.

X – que conceder ou negar a ordem de habeas corpus

- se o juiz conceder ou negar a ordem impetrada de HC pode recorrer em sentido estrito.

Esse recurso na pratica para HC é pouco utilizado, pois foi criada uma figura de HC substitutivo. Qdo o juiz nega, a ordem de HC, pode ser recorrido em sentido estrido, só que R.S.E tem contra razões , demora mais tempo para ser julgado, na pratica qdo o juiz nega impetra-se um outro HC que é chamado de HC substitutivo.

Quando o juiz concede HC além da possibilidade de R.S.E, tem que haver o recurso de ofício, art. 574, I, CPP.

Recurso de oficio – é qdo a lei impõe que o próprio juiz prolatou a decisão ele remeta a sua decisão para o Tribunal de justiça. A decisão só produz efeitos quando o tribunal confirma. A lei é quem exige. (tb chamado pela doutrina de exame necessário ou duplo grau de jurisdição obrigatório).

XI e XII estão revogados – não tem mais aplicação, pois hoje é utilizado o agravo em execução para recorrer na fase de execução.

XV – da decisão que denegar a apelação ou a julgar deserta.

Hipótese

Se sair uma sentença condenatória ou absolutória é recorrível por apelação, você interpõe apelação no processo penal perante o juiz de primeiro grau,a interposição é perante o juiz a quo, então o juízo a quo fará o primeiro o juízo de admissibilidade do recurso ele vai analisar se estão presentes os pressupostos, ele pode entender que não estão presentes alguns pressupostos, ai ele não admite o recurso, ou seja ele denegara a apelação, contra essa decisão caberá R.S.E.

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Julgar deserta a apelação há duas hipóteses no processo penal. A 1ª qdo o sujeito não se recolhe a prisão, qdo ele foge, e a 2ª qdo não recolhe as custas, hoje a deserção somete se dá com o não recolhimento de custas.

Pergunta: A decisão que julga deserta a apelação é atacada por R.S.E e quando o juiz negar o R.S.E?

Resposta: se o juiz denegar o R.S.E caberá um recurso que só existe no Processo penal que é chamado de Carta Testemunhável.

A regra no processo penal é que se o juiz denegar a apelação cabe R. s. e, se ele denegar qualquer outro recurso cabe carta testemunhável. (Art. 639 CPP).

XVI – que ordenar a suspensão do processo em virtude de questão prejudicial, c/c arts. 92 e 94 CPP.

XVIII – que decidir o incidente de falsidade c/c art. 145 e 148 CPP.

Incidente de falsidade – algumas das partes entendem que o doc utilizado pela outra não é autentico. Ela argui o incidente de falsidade a falsidade documental.

Se o juiz reconhecer que o doc é falso ou autentico, qq que seja a decisão será atacada através de R.S.E.

R.S.E é interposto perante o juízo a quo, o prazo para interpor é de 5 dias, apenas informativo de que vc esta recorrendo da decisão. ( art. 586 CPP)

Há uma exceção que esta previsto no PÚ do art. 586 CPP que é no caso do inciso XIV ( incluir jurado ou exclui-lo da lista geral. O prazo e de 20 dias.

Como funciona:

Após a decisão do juiz, você querendo recorrer deverá no prazo de 5 dias encaminhar um informativo para o juiz da vara que vc pretende recorrer informando que está recorrendo da decisão, então o juiz irá analisar se o recurso preenche todos os pressupostos, se for aceito ele encaminhará uma notificação para que vc apresente suas razões que deverá ser apresentada no prazo de 2 dois contados da data de intimação( art.588 CPP). Depois de recebidas as razões e contra razões, neste recurso existe aquilo que existe no agravo de instrumento, que é a possibilidade do juiz se retratar, o juiz pode voltar atrás da decisão dele que é o juízo de retração.

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AULA DO DIA 23/05/2011.

Cont. R.S.E

Os prazos para interposição das razões e contra razões, no Processo Penal, tem grande diferença do agravo de instrumento e apelação do proc. civil, no Proc. civil tem um prazo único do agravo que são 10 dias e na apelação que são 15 dias para vc interpor esses recursos já com as razões. No Proc. penal vc tem o primeiro prazo para vc interpor o recurso (5 dias) e depois que vc interpõe perante o juiz de 1º grau, ele dirá se deve ou não receber o seu recurso, se ele receber ele o notificará para que seja apresentada as razões recursais que deverá ser proposta no prazo de 2 dias da data da notificação.

Juízo de retratação

Art. 589 CPP, no R.S.E tem a possibilidade do juiz se retratar da decisão que proferiu após a interposição de R.S.E.

O PÚ do art. 589 CPP,

A decisão que julgou procedente o incidente de falsidade, (inciso XVIII do art. 581 CPP), dessa decisão admite-se o R.S.E. o réu interpõe recurso, e constará as razões e as contrarrazões, o juiz se constatar que assiste razão a parte que recorreu, ele poderá se retrará da decisão. O que ele havia julgado procedente agora ele julgou improcedente.

A lei diz se o juiz se retrata a parte contraria, ou seja, a parte que não recorreu agora esta insatisfeita (seria no caso o MP) ele poderá impugnar a decisão originária da retratação, só que ele não vai interpor novo recurso, até porque já existe razões e contrarrazões, então deverá o MP apresentar simples petição que tem valor de R.S.E. Inclusive essa petição diz a doutrina deverá ser apresentada no mesmo prazo que o R.S.E, 5 dias já que ela tem o valor de um R.S.E. o juiz neste caso não poderá mais se retratar pois não existe retratação da retratação, só existe uma única vez a possibilidade da retratação, que é após a interposição do R.S.E, após a petição o juiz deve encaminhar o R.S.E para o Tribunal. A parte insatisfeita fará o recurso subir e deixar que o tribunal decida.

OBS: No PÚ do art. 589, CPP dispõe que esta simples petição só cabe quando a decisão originada a partir do juízo de retratação for tb ela elencada no rol do art. 581. Neste caso cabe, pois ele esta elencado no rol do art. 581, XVIII, mas existem casos que não caberia.

EX: a decisão que o juiz julga procedente uma exceção de litispendência.

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O MP interpõe R.S.E com base no art. 581, III CPP, o MP apresentou suas razoes e o recorrido as suas contra razões e volta pro juiz que se retrata, a exceção que ele havia julgado procedente agora exercendo o juízo de retratação, julga improcedente.

Pergunta: Neste caso acima, cabe a simples petição que se refere o art. 589, PÚ?

Resposta: Não, porque o Pú do art. 589 dispõe que a parte contraria poderá recorrer por simples petição, se couber recurso, ou seja, a decisão deveria estar elencada nos inciso do art. 581, a decisão quejulga improcedente uma exceção não esta no rol do art. 581, CPP, só dispõe da decisão que julga procedente, a que julga improcedente não esta por isso não caberá a simples petição, a lógica é que esta petição vale como R.S.E. ela só poderá se utilizar daquelas decisões possíveis de se atacar com R.S.E. Neste caso caberia um Habeas Corpus.

AV2 - PODE CAIR UMA QUESTÃO REFERENTE AO ART. 589, PÚ DO CPP, AQUELAS QUE CABEM SIMPLES PETIÇÃO SOMENTE PARA AS DECISÕES QUE CABE R.S.E.

APELAÇÃO

CPP (Art. 593 e seguintes) e no JECRIM (Art. 82 da lei 9099/95)

A diferença entre a apelação no CPP e no JECRIM é o prazo. A apelação no CPP se tem o prazo para interposição e outro para apresentação das razões, no JECRIM a apelação tem um prazo único. O prazo da apelação no JECRIM é de 10 dias depois que foi intimado da sentença, para interpor apelação já com as razões do recurso (Art. 82, § 1º 9099/95). No CPP o prazo é de 5 dias para interpor ( art. 593 caput) já as razões tem o prazo de 8 dias nos casos de crime e 3 dias nos casos de contravenções (art. 600 CPP), na pratica hoje em dia não se usa mais, pois todas as contravenções penais, são crimes de menor potencial ofensivo, então todas elas vão para o JECRIM. Na prática as contravenções são resolvidas no JECRIM.

Existe a possibilidade na apelação das razões serem apresentadas na 2ª instância, (art. 600, § 4º) na apelação o apelante poderá escolher por apresentar as suas razões apenas para o Tribunal, desde que ao interpor recurso de apelo, seja tb requerido. O juiz de 1º grau recebe a apelação se for verificado os pressupostos de admissibilidade ele receberá o recurso e encaminhara para o tribunal que será distribuída por desembargador relator que tb vai verificados pressupostos recursais, se ele entender cabível, ele vai notificar para seja apresentada suas razões lá na 2ª instância. Nesse caso ganhasse meses.

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Porque na apelação alei permite que o apelante apresente suas razões na 2ª instancia e na R.S.E. a lei não permite?

Resposta: Porque na apelação não é admitido o juízo de retratação, no R.S.E. é necessário apresentar razões para que o juiz conheça para saber se vai ou não se retratar. Na apelação pouco importa os fundamentos do seu recurso, ele só vai estar preocupado se o seu recurso preenche todos os pressupostos ou não, por isso é permitido que o apelante escolha por apresentar suas razões apenas no Tribunal.

Quando caberá apelação no Processo Penal

Art. 593 CPP

I – Sentença definitiva de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular.

- Nesse tipo de sentença o recurso cabível será sempre apelação.

II – das decisões definitivas ou com força de definitivasproferidas por juiz singularnos casos não previstos no capitulo anterior.

- Nesse inciso traz o que é chamado de apelação residual, é um recurso residual, porque só vai ser cabível para as decisões definitivas ou com força de definitivas (chamadas de decisões interlocutórias mistas), mas desde que não caiba recurso em sentido estrito. Neste caso só é cabível qdo não couber R.S.E.

Hipótese

O réu apresentou resposta na preliminar, arguiu na RPO. A prescrição o juiz reconheceu a prescrição, neste caso é uma decisão definitiva, mas cabe a apelação residual? Não, pois no art. 581, VIII, caberá RSE. Se o juiz reconhece a prescrição, poderá de cara pensar que é cabível apelação, mas não é, pois ela só tem lugar qdo não couber RSE.

Qdo houve decadência do prazo, o juiz extinguirá a ação pela decadência, ou seja, não absolveu nem condenou o querelado, mas é uma decisão definitiva que extingue a ação penal, não cabe apelação quando não houver previsão na lei para RSE. Daquela decisão, e qdo o juiz reconhece uma causa de extinção de punibilidade cabe RSE.

Se for decisão interlocutória, mas que não caiba RSE ai tem a possibilidade da apelação do inciso II.

EX: Sequestro de bens que foram comprados com dinheiro ilícito, contra a decisão do sequestro cabem embargos, contra a decisão do juiz que aprecia os embargos caberá a apelação com base no art. 593, II CPP.

EX: Contra a decisão que julga o incidente de insanidade mental do acusado não caberá RSE. Pois não há previsão legal e sim, apelação com base art. 593, II, CPP.

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Esse tipo de apelação é por exclusão, se não for achada no art. 581, vai para o art. 593.

III – das decisões do Tribunal do Júri

- a doutrina chama de apelação de fundamentação vinculada, ou clausulada, porque a lei restringe a possibilidade de recorrer contra decisão do tribunal do júri, somente nessas hipóteses da alínea deste artigo será cabível.

a) ocorrer nulidade posterior a pronúncia. Porque a pronuncia gera a sanatóriadas nulidades relativas. As nulidades absolutas não são sanáveis até o transito em julgado deve-se apelar. Até após o transito em julgado da sentença vc poderá alegar qdo a nulidade for absoluta. Se for absoluta pode ser usada a apelação, as nulidades relativas foram sanadas no momento que o juiz pronunciou.

b e c) for a sentença contraria a lei expressa ou a decisão dos jurados, ou houver injustiça na aplicação da pena e na medida de segurança. Tanto na alínea b e c a lei prevê apelação quanto na aplicação da pena ou da medida de segurança, então nessas alíneas não tem nada haver com veredito é esperado que a sentença do tribunal do júri é subjetivamente complexa, porque é composta de veredito mais aplicação da pena, veredito quem da são os jurados e aplicação da pena quem faz é o juiz presidente, é por isso que as alíneas dispõe que as únicas hipóteses que é possível o TJ reforme uma sentença do júri em tribunal de apelação, aqui nas alíneas b e c vc pode pedir que a câmara ao julgar a apelação reforme a sentença porque quem tem soberania são os jurados o juiz não tem nenhuma.

EX: Os jurados reconhecem o homicídio qualificado e o juiz plica a pena de homicídio simples, ou seja, foi contraria a posição dos jurados, o que se pena na apelação das alíneas b e c é quantum de pena ou da medida de segurança, não tem nada a ver com veredicto. Não afeta a soberania do juro, pois o que o tribunal vai mexer é no quantum da pena e da medida de segurança.

d) quando a decisão dos jurados for manifestamente contraria a prova dos autos.

Quando a apelação é provida o Tribunal de justiça cassa a primeira decisão e submete o réu o segundo júri, que é tb o que ocorre na apelação da alínea a, nessas duas hipóteses o TJ não pode reformar a sentença senão estaria ferindo a soberania dos vereditos e sim cassar a 1ª sentença.

§ 3º do art. 593 não se pode apelar pelo mesmo motivo mais de uma vez.

EX: Caso da Missionaria Dora Stendill, o MP apelou com base no inciso III do art. 593 CPP, o Tribunal deu provimento ao apelo, qdo provida submete- se o reu a segundo júri, o segundo absolveu, e a parte contraria ao MP poderia apelar dizendo que esta decisão é manifestamente contraria a prova dos autos?

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Resposta: a alínea d só pode ser usada uma única vez naquele processo, não importa por quem, ela só tem cabimento uma única vez no feito. O que não significa que não possa ter outra apelação pode, mas com base em outras alienas e não na d. para as outras não tem limitação apenas para a d.

AULA DO DIA 30/05/11

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Há três previsões legais de embargos de declaração:

1ª - (Art. 382 CPP) – Nas sentenças sempre que houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão dá-se o prazo de dois dias para que o juiz declare a sentença.

2ª – (Art. 619 CPP) – Aos acórdãos proferidos pelos tribunais poderão ser opostos embargos de declaração sempre que houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão no prazo de dois dias.

A única diferença entre o art. 382 e 619 é que o 1º é para as sentenças e o 2º é para os acórdãos. O instrumento é o mesmo só que utilizado em instâncias diferentes.

3º - (art. 83 da lei 9099/95) – contra sentenças ou acórdãos, quando houver obscuridade, contradição, omissão ou duvida.

A lei trocou ambiguidade por dúvida. A diferença do Embargo de declaração do CPP para o JECRIM é o termo utilizado e o prazo, no CPP é de 2 dias e no JECRIM 5 dias.

Outra diferença é que no JECRIM a lei dispõe expressamente que os embargos suspendem o curso do prazo para recurso posterior (Art. 83, §2º JECRIM).

EX: O prazo para apelar no JECRIM é de 10 dias, interpõe um embargo de declaração no 4º dia, o prazo ficará suspenso depois terá somente 6 dias para apresentar apelação.

NO CPP não há regra, se os embargos de declaração suspenderiam ou interromperiam o pra para interposição do recurso posterior. Há duas correntes:

1ª – corrente -O ED do CPP suspenderia o prazo para interposição de recurso posterior, aplicando-se por analogia o art. 83, § 2º da lei 9099/95.

Crítica da 1ª corrente: Esta corrente afirma não ser possível aplicação de analogia da lei 9099/95, para suprir lacuna do CPP eis que não se admite que lei especial complemente a lei de caráter geral (CPP). Somente sendo possível o inverso como aliais explicitada esta no art. 92 9099/95.

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2ª – corrente - Assim sendo quando lacunoso o CPP necessário se faz buscar a fonte primaria do processo Brasileiro que é CPC, aplicando-se então a regra do art. 538 do referido código que concede efeito interruptivo aos embargos de declaração.

EX: Saiu a sentença no CPP o prazo para apelar é de 5 dias se eu interpor embargo de declaração no 2º dia o prazo para interpor recurso continuará sendo de 5 dias, pois o embargo no CPP segue a mesma regra que o CPC ele interrompe o prazo pra interposição de recurso.

EX: No CPP os embargos de declaração é de 2 dias e no JECRIM é de 5 dias.

Saiu a sentença no JECRIM, o sujeito tem 10 dias para interpor apelação, se ele interpôs oposição em 4 dias, suspendem o prazo para interposição do recurso posterior, o juiz tem um prazo para analisar os embargos, qdo ele decide os embargos e o intima da decisão dos embargos declaração, se a parte não ficar satisfeita e decidir apelar o prazo restante é de 6 dias para interpor apelação.

EX: Saiu a sentença no CPP, pela corrente majoritária o prazo para interpor recurso é interrompido,saiu à sentença se eu quiser recorrer, ainda terei os 5 dias inteiros para interpor a apelação.

Pergunta: é possível atribuir efeitos infringentes aos embargos de declaração?

Infringentes: é igual a efeito modificativo aos embargos de declaração, existe a possibilidade de atribuir efeitos modificativos a sentença.

Resposta: A finalidade dos ED não é modificar a decisão embargada, todavia, admite-se que tal efeito possa se dar como consequência necessária qdo do provimento do recurso utilizado para espancar um dos vícios que autorizam este instrumento.

Em regra não é a finalidade dos ED modificar, mas pode ser que ao espancar os vícios a decisão possa ser alterada automaticamente.

EX: Nos memoriais eu argui como tese defensiva duas matérias, a prescrição e subsidiariamente pedi absolvição por insuficiência de provas. Na sentença há a condenação o réu só que a sentença em momento algum se refere a tese da prescrição, o juiz tem o dever de enfrente todos as teses defensivas, ele se omite qto a tese defensiva da prescrição, o vicio que tem nesta sentença de condenação é a omissão. O ED vai conter o pedido para que ele supra a tese de prescrição que ele não enfrentou, se ele enfrentar e der provimento, o que era uma sentença condenatória vira sentença terminativa de mérito sem condenação, pois ele reconheceu a prescrição, nesse caso houve a modificação da sentença, ele modificou como efeito reflexo ao espancamento do vicio omissão.

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EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE (Art. 609 PÚ do CPP)

- Qdo não for unânime a decisão de 2ª instancia desfavorável ao réu, (esse é um recurso exclusivo da defesa), No Proc. Penal embargos infringentes apenas pro réu.

EX: Votação não unanime e tem que ser desfavorável ao réu, qdo vai ser utilizado os EI, o de Nulidade e os dois.

- Os Embargos infringentes serão utilizados qdo versar sobre error in judicando( as matéria que se referem ao mérito, ou ao direito material) EX: se o sujeito é culpado ou não, se o fato é típico ou não, se é licito ou não, se prescreveu ou não, tudo isso é erro in judicando.

- Os Embargos de Nulidades serão utilizados qdo o desacordo for erro in procedendo (as questões que versam sobre direito processual) EX: se a discussão é um vicio processual, vicio de citação isso será erro in judicando.

- Quando houver no fato erro in judicando e erro in procedendo será utilizado os dois embargos os infringentes e os de nulidade.

- se o desacordo for parcial os embargos serão restritos a matéria objeto de divergência.

EX: Saiu uma sentença que condenou o réu a furto duplamente qualificado, o réu apela, na apelação ele faz dois pedidos: absolvição ou pelo menos desclassificação para furto simples. A apelação é julgada por três desembargadores, ao julgarem a apelação dois desembargadores votamno sentido de manter a condenação igual a que foi proferida, um vota por reconhecer a desclassificação, o embargo cabível é o infringente.

Pergunta: Referente ao caso acima no embargo infringente o sujeito poderá ainda pleitear a absolvição?

Resposta: Não, pois não houve divergência com relação a condenação, a divergência foi com relação a desclassificação para furto simples .

A finalidade dos EI e EM é fazer prevalecer o voto vencido mais favorável ao acusado. Os embargos tem a finalidade de fazer prevalecer o voto mais favorável ao acusado, que foi vencido.

AULA DO DIA 06/06/11

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AÇÕES AUTONOMAS DE IMPUGNAÇÃO

REVISÃO CRIMINAL E HABEAS CORPUS

Ambas são ações autônomas de impugnação, mas no código estão elencadas na parte de recursos, mas não são recursos, pois ambos provocam a instauração de uma nova ação, ou seja, de uma nova relação jurídica processual, os recursos representam o desdobramento de uma ação penal já existente. A RC e o HC dão ensejo a deflagração de uma nova ação.

REVISÃO CRIMINAL- só existe pró-réu, é um instrumento exclusivo da defesa, não existe RC pró societatti, portanto se o sujeito foi absolvido, no dia em que transita em julgado a absolvição dele, ele pode reunir a imprensa dizer que foi ele quem matou, entregar as provas que incriminem ele, e ainda assim nada poderá ser feito contra ele, porque uma vez transitada em julgada a absolvição ela se torna absolutamente imutável, a absolvição não admite revisão criminal, pela própria previsão legal que esta no art. 621 incisos assim define, a lei exige que haja uma condenação. Esse rol do art. 621 é numero claus (taxativo).

Existe, porém um único caso em que a doutrina diz ser possível a revisão criminal ainda que a sentença tenha sido absolutória, é no caso da sentença absolutória impropria, é a sentença absolutória do inimputável que recebe uma medida de segurança em razão da doença mental, se o sujeito for inimputável, ele é impropriamente absolvido e receberá uma medida de segurança, como a medida de segurança não é tão agradável a doutrina dispõe que poderá ser feita uma interpretação extensiva do rol do art. 621 e aplicar a RC quando for o caso de sentença absolutória imprópria.

A RC não tem prazo, a única exigência da lei é que tenha tido o transito em julgado da ação penal condenatória. A RC faz paralelo com a ação rescisória do CPC, só que a diferença é que a ação rescisória tem prazo de dois anos e a RC não tem prazo pode ser feita a qualquer tempo. Conforme art. 622 CPP, antes ou após da extinção da pena, o sujeito pode até ter morrido e mesmo assim poderá ser feito (Neste caso serviria para limpar a honra do sujeito). A revisão poderá ser proposta pelo advogado, se já estiver morto, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (art. 623 CPP).

O que poderá ser pedido na revisão criminal?

O pedido primário da RC sempre esta relacionado à rescisão da sentença, podendo alterar a classificação, absolver, modificar a pena, anular o processo (Art. 626 CPP), observando o disposto no PÚ, a situação do réu nunca poderá ser agravada. Embora a

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RC não seja propriamente um recurso, ela segue o mesmo principio de que a situação do réu jamais poderá ser agravada (Vedação a reformatio in pejus).

Reincidida a sentença penal anterior e absolvendo o réu que fora condenado volta a ser réu primário e ter bons antecedentes, “estado quo ant” (Art. 627 CPP), a absolvição implicará o restabelecimento de todos os direitos anteriormente perdidos em virtude da condenação.

EX: se o juiz absolver em razão do julgamento da RC, ele retorna a seu estado normal, quo ant. se ele tiver perdido cargo publico, ele recupera o cargo publico, inclusive se le tiver sido obrigado a pagar indenização civil ex-delicto, em razão de uma sentença penal condenatória anterior, ele vai ter direito ao ressarcimento do que ele pagou, ( deverá ajuizar uma ação de repetição de indébito), se ele tiver pago pena de multa de sucumbenciais do processo penal ele deverá receber de volta.

Além do pedido primário que é a rescisão da sentença penal condenatória, é facultado ao réu inserir no pedido na R C um pedido de indenização (art. 630 CPP), porá requerer justa indenização por prejuízos sofridos. Neste caso deve haver pedido de indenização, senão o Tribunal vai se limitar a julgar a rescisão da sentença penal condenatória, mas não dará o pedido de indenização.

O pedido de indenização na RC tem previsão constitucional, embora a RC em si não esteja prevista na CF, mas a indenização está previsto no art. 5º LXXV, o Estado indenizará o condenado por erro judiciário. O pedido de indenização aparece no art. 630 do CPP, mas tb tem previsão constitucional.

- o § 2º do art. 630 do CP, dispõe que a indenização não será devida:

Se o erro do judiciário foi por ato ou falta imputável ao próprio condenado; se foi ele quem induziu o judiciário ao erro é obvio que não terá direito a indenização.

A alíneab foi considerada inconstitucional e existe 2 fundamentos:

1º - A CF dispõe quetodo o cidadão que foi preso por erro do judiciário, não importa se foi por ação penal publica ou privada terá direito a indenização do estado.

2º - O fato da ação penal ser privada, não muda em nada pois quem sentencia é o estado juiz, se ele erra não importa se quem ajuizou foi o MP ou o Particular, o erro é do Próprio Juiz que sentenciou erradamente.

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COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DAS REVISÕES CRIMINAIS

Estava prevista no art. 624 CPP, mas hoje a matéria esta prevista na CF no art.o que importa no art. 624 CPP é qual a regra geral para julgar RC.

- Juiz jamais pode julgar RC, ela só é julgada em sede de tribunais,

A regra é a seguinte:

O ultimo órgão a proferir decisão naquele caso, é o órgão que vai julgar a RC, se o último a ter proferido um acordão foi o STF, então ele quem julgará a RC, se foi no STJ, é ele quem julgará a RC, se tiver sido o TRF, será julgado pelo TRF, se tiver sido julgado pelo TJ, quem julga é o TJ, se tiver sido um juiz de 1º grau, vai para o TJ, se foi julgado por um juiz federal, será julgado no TRF.

Pergunta: E se tiver parado a condenação num juiz de JECRIM?

Resposta:A RC deverá ser julgada no TJ, jamais em turma recursal.

Competência do STF para julgar RC (art. 102, I, al. j CF);

Competência do STJ para julgar RC (art. 105, I, al. e CF);

Competência dos TRF para julgar RC (art. 108, I, al. b CF);

Competênciado TJ para julgar RC (este previsto no Regimento interno de cada tribunal).

OBS: Para ajuizar RC o sujeito não precisa se recolher a prisão conforme súmula 393STF, “para requerer RC o condenado não é obrigado a recolher-se a prisão”.

HABEAS CORPUS – (CF art. 5º, LXVIII) conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação de sua liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder.

Existem duas espécies de HC:

- Preventivo – quando existe uma ameaça do sujeito vir a ser preso. (Trancar ação penal ou Inquérito Judicial, excluir alguém que esteja no inquérito é usado o HC preventivo).

- Liberatório – quando o acusado esta preso. Ex: o sujeito foi preso em flagrante e o juiz não concedeu a liberdade provisória, usa-se o HC liberatório, ou se o juiz determinar prisão preventiva ou temporária também se utiliza o HC liberatório.

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EX: se o sujeito vai depor na CPI e tem medo de ficar preso, ele pede um HC preventivo (tb denominado salvo conduto, que é qdo a pessoa tem receio de fazer determinada coisa com medo de ser preso) impetra-se HC preventivo requerendo um salvo conduto. que é também uma ordem do juiz garantindo que o acusado poderá ficar em silêncio.

OBS: Testemunha não tem obrigação de entregar documento e sim de prestar esclarecimentos, somente tem o dever de entregar quando houver medida judicial de busca e apreensão.

O art. 647 CPP, esta ligado ao direito de ir e vir ambulatorial, ele exclui nos casos de prisão disciplinar de militar.

Pergunta: O Judiciário então nunca poderia julgar HC para prisão de militar?

Resposta: sim, quando for cometida por ilegalidade na prisão, não é possível discutir o mérito, se ultrapassou o prazo máximo que o Regimento militar exige ou quem decretou a prisão não foi a autoridade com competência para fazê-lo nessas hipóteses existe um vicio de ilegalidade na prisão.

QUAIS OS PERSONAGENS QUE APARECE NO HC?

Impetrante – qualquer pessoa (menor poderá desde que representado, analfabeto, pessoa jurídica).

Paciente-Qualquer pessoa desde que seja física, a pessoa jurídica pode até cometer crime (Crime ambiental), mas como ela não tem direito ambulatorial, ou seja, direito de ir e vir, então ela não pode ser paciente de HC.

Coator – Pode ser praticado por Pessoa relacionada ao poder publico e também a doutrina e jurisprudência já é pacifica em entender que a Pessoa particular também pode ser coatora.

Abuso de poder só pode ser cometido por agente publico, mas ilegalidade pode ser cometida por qualquer um.

EX: é muito comum quando os filhos colocam os pais no asilo, a polícia não tem como intervir, mas se alguém impetrar um HC poderá tirá-los de lá.

É possível liminar em HC, não tem previsão legal, mas o fundamento esta na lei de Mandado ode segurança (Lei 12016/09). Pois este é um remédio muito semelhante ao HC, pois serve para defender todo direito liquido e certo que não seja o direito de ir e vir. A doutrina e jurisprudência estão pacificamente admitem cabimento de liminar em HC aplicando subsidiariamente as disposições da lei de MS.

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O rol do art. 648 é exemplificativo, ou seja, não tem restrição a cabimento de HC. Se houver risco atual ou iminente ao direito ambulatorial é cabível o HC. Sempre que tiveruma restrição ainda que em tese.

COMPETÊNCIA PARA JULGAR HC:

STF: Esta prevista no Art. 102, I, al. d e iCF;

STJ: Esta prevista no Art. 105, I, al. c CF;

TRF: Esta previsto no art. 108, I, al. d CF;

TJ: Art. 7 e 8º do Regimento Interno do TJ.

Pergunta: Se a autoridade coatora for:

1 - Delegado de polícia, quem julgará o HC será um juiz de direito, pois o delegado de policia não tem foro por prerrogativa de função;

2 – Delegado da PF,quem julgará o HC será um juiz federal;

3 –Juiz de direito, quem julga o HC é o TJ;

4 – Juiz Federal, quem julga é o TRF;

5 – Membro do MP, quem julga é o TJ.

OBS: PODE CAIR NA AV2 OU AV3: MEMBRO DO MP, PROMOTOR DE JUSTIÇA, REQUISITA A AUTORIDADE POLICIAL, EXPEDE OFICIO REQUISITANDO A INSTAURAÇÃO DE UM INQUÉRITO POLICIAL, EM FACE DE UM SUJEITO, O DELEGADO INSTAURA O INQUÉRITO ATENDENDO A SOLICITAÇÃO DO MP, O SUJEITO QUER TRANCAR O INQUÉRITO POLICIAL, POIS O CRIME JÁ PRESCREVEU, DEVE SER IMPETRADO O HC PREVENTIVO, QUEM JULGARÁ O HC SERÁ O TJ. POIS A AUTORIDADE COATORA NÃO É O DELEGADO E SIM O PROMOTOR, O DELEGADO AGIU POR REQUISIÇÃO DO MEMBRO DO MP.

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