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  • ISBN 978-85-02-14788-1Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    (Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Bueno, Cassio ScarpinellaA nova etapa da reformado cdigo de processocivil, volume 3 :comentrios sistemticos Lein. 11.382, de 6 dedezembro de 2006 /CassioScarpinella Bueno. SoPaulo : Saraiva, 2007.07-1141 CDU-347.9 (81) (094.4).001.73

    ndice para catlogo sistemtico:1. Cdigo de processo civil : Brasil : Reforma

    347.9 (81) (094.4).001.73

    Diretor editorial Antonio Luiz de Toledo PintoDiretor de produo editorial Luiz Roberto Curia

  • Gerente de produo editorial Lgia AlvesEditora Manuella Santos de Castro

    Assistente editorial Aline Darcy Flor de SouzaAssistente de produao editorial Clarissa Boraschi Maria

    Arte e diagramao Know-how EditorialServios editoriais Ana Paula Mazzoco / Carla Cristina Marques

    Produo grfica Marli RampimImpresso Loyola

    Acabamento Loyola

    Data de fechamento daedio: 1-3-2007

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    Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida por qualquermeio ou forma sem a prvia autorizao da Editora Saraiva.

    A violao dos direitos autorais crime estabelecido na Lei n. 9.610/98e punido pelo artigo 184 do Cdigo Penal.

  • Com este novo volume da Srie dedicada aoscomentrios s mais recentes reformas do Cdigo de ProcessoCivil ficam, uma vez mais, prestadas minhas homenagens aoInstituto Brasileiro de Direito Processual, instituio decisiva noaprimoramento do direito processual civil brasileiro e narealizao concreta da to necessria efetividade doprocesso.

    Presto-as nas pessoas de alguns de seus ilustresmembros, que sabem conjugar exemplarmente oconhecimento cientfico e acadmico com as necessidadesprticas do dia-a-dia do foro e que tm papel fundamental naReforma do Cdigo de Processo Civil: Ada Pellegrini Grinover,Athos Gusmo Carneiro, Carlos Alberto Carmona, PetrnioCalmon Filho, Slvio de Figueiredo Teixeira e Teresa ArrudaAlvim Wambier.

  • ABREVIATURAS

    ADCT Atos das Disposies Constitucionais TransitriasCAE Comisso de Assuntos Econmicos (do Senado Federal)CC Cdigo CivilCF Constituio Federalcoord. coordenadorCPC Cdigo de Processo CivilDOU Dirio Oficial da UnioEC Emenda Constitucionaled. edioesp. especialmenteHC Habeas CorpusLC Lei ComplementarLICC Lei de Introduo ao Cdigo Civilp. pginaPL Projeto de leiPLC Projeto de Lei da Cmarapp. pginasRE Recurso ExtraordinrioRISTF Regimento Interno do Supremo Tribunal FederalRISTJ Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiass. seguintesSTF Supremo Tribunal FederalSTJ Superior Tribunal de Justiav. volumev. vide

  • SUMRIO

    UMA INTRODUO EM DUAS PARTES1.Sobre este volume 32. A vigncia da Lei n. 11.382/2006 e o direito intertemporal: linhasbsicas

    CAPTULO 1 ALTERAES ESPARSASComentrios ao art. 143, inciso V (avaliao pelo oficial)1.A avaliao a cargo do oficial de justia2.Direito intertemporalComentrios ao art. 238, pargrafo nico (intimaes)3.Intimaes e presuno de certeza4.Direito intertemporalComentrios ao art. 365, inciso IV (autenticao de cpias)5.A autenticao de cpias pelo advogado

    5.1A forma de autenticao da cpia pelo advogado6. Os incisos V e VI, 1 e 2 do art. 365, includos pela Lei n.11.419/20067. Direito intertemporalComentrios ao art. 411, inciso IV (oitiva de testemunhas)8.Oitiva de autoridades na qualidade de testemunhas9.Direito intertemporalComentrios ao art. 493, inciso I (procedimentos em ao rescisria)10. Papel dos Regimentos Internos dos Tribunais na ao rescisria11.Direito intertemporal

    CAPTULO 2 TEORIA GERAL DA EXECUOComentrios ao art. 580 (requisitos da execuo)1.O interesse de agir na execuo2.Direito intertemporalComentrios ao art. 585 (ttulos executivos extrajudiciais)

  • 3.Ttulos executivos extrajudiciais3.1O contrato de acidentes pessoais de que resulte morteou incapacidade3.2Crdito decorrente de foro e laudmio3.3Aluguel e encargos condominiais3.4Crditos de origem judicial3.5Certido de dvida ativa3.6A norma de encerramento

    4.Direito intertemporalComentrios ao art. 586 (requisitos da execuo)5.Obrigao certa, lquida e exigvel6.Os 1 e 2 do dispositivo7.Direito intertemporalComentrios ao art. 587 (execuo provisria)8.Execuo definitiva e execuo provisria9.Efeito suspensivo dos embargos do executado10.Sentena de improcedncia11. Efeito suspensivo apelao (o pargrafo nico do art. 558)12.O art. 475-O e a execuo provisria13.Direito intertemporalComentrios ao art. 592, inciso I (responsabilidade secundria)14.Bens do sucessor a ttulo singular15.Direito intertemporalComentrios ao art. 600, inciso IV (atos atentatrios dignidade dajustia)16.Devedor e executado17.Indicao dos bens penhora18.Indicao dos valores dos bens penhorados19.Descumprimento dos deveres do inciso IV do art. 60020.Direito intertemporalComentrios ao art. 614, inciso I (petio inicial da execuo)21.Requisitos da petio inicial do processo de execuo22.Direito intertemporalComentrios ao art. 615-A (certido comprobatria do ajuizamentoda execuo)

  • 23.Certido comprobatria do ajuizamento da execuo23.1 Ajuizamento da execuo23.2 Faculdade do exeqente23.3 Elementos da certido23.4 Averbao e no registro

    24.A comunicao da averbao25.Cancelamento das averbaes26.Fraude execuo27.Responsabilizao do exeqente28.Regulao pelos Tribunais29.Aplicao da regra para as execues de ttulo judicial30.Direito intertemporalComentrios ao art. 618, inciso I (nulidade da execuo)31.Obrigao certa, lquida e exigvel32.Direito intertemporal

    CAPTULO 3 EXECUO DAS OBRIGAES DE FAZER E NO FAZERComentrios ao art. 634 (prestao de fato por terceiro em execuode obrigao de fazer)1.Novas regras para a execuo da obrigao de fazer Comentriosao art. 637, pargrafo nico (exerccio do direito de preferncia peloexeqente)2.A preferncia pelo exeqente3.Direito intertemporal

    CAPTULO 4 EXECUO POR QUANTIA CERTACONTRA DEVEDOR SOLVENTE

    Comentrios ao art. 647 (formas de expropriao)1.As novas formas de expropriao2.O art. 647 e o cumprimento de sentena3.Direito intertemporalComentrios ao art. 649 (bens absolutamente impenhorveis)4.Impenhorabilidade absoluta

    4.1Mveis

  • 4.2Vesturios e pertences de uso pessoal4.3Valores destinados subsistncia do executado

    4.3.1Especificamente a impenhorabilidadede salrios

    4.4Bens para o exerccio da profisso4.5Seguro de vida4.6Obras em andamento4.7Pequena propriedade rural4.8Recursos pblicos4.9Depsitos em caderneta de poupana

    5.Crdito para aquisio do bem6.Bens no repetidos pela Lei n. 11.382/20067.Direito intertemporalComentrios ao art. 650 (bens relativamente impenhorveis)8.Impenhorabilidade relativa9.Especificamente a impenhorabilidade de bem de famlia10.Direito intertemporaComentrios ao art. 651 (remio da execuo)11.A remio da execuo12.Direito intertemporalComentrios ao art. 652 (citao, penhora e avaliao)13.Novo prazo para pagamento

    13.1A fluncia do prazo para pagamento13.2 Especificamente o mandado de citao, penhora eavaliao

    14.Penhora e avaliao de bens15.Indicao de bens penhora pelo exeqente16.A indicao de bens penhora pelo executado17.A intimao do executado18.No localizao do executado19.Direito intertemporalComentrios ao art. 652-A (honorrios advocatcios)20.Fixao de honorrios para o advogado do exeqente21.Pagamento pelo executado22.Direito intertemporal

  • Comentrios ao art. 655 (ordem da penhora)23.A ordem preferencial da penhora

    23.1Dinheiro23.2Veculos23.3Bens mveis23.4Bens imveis23.5Navios e aeronaves23.6Aes e quotas sociais23.7Faturamento de empresa23.8Pedras e metais preciosos23.9Ttulos da dvida pblica23.10Ttulos e valores mobilirios23.11 Outros direitos

    24.Execuo de crdito com garantia real25.Intimao do cnjuge26.Deveres do executado diante da penhora27.Direito intertemporalComentrios ao art. 655-A (penhora on line)28.A penhora on line29. Os limites das informaes e da indisponibilidade dos ativos30.As hipteses de impenhorabilidade31. Ainda a penhora de percentual do faturamento de empresa32.Direito intertemporalComentrios ao art. 655-B (meao do cnjuge)33.A meao do cnjuge no bem indivisvel34.Direito intertemporalComentrios ao art. 656 (substituio dos bens penhorados)35.Asubstituio dos bens penhorados

    35.1No-observncia da ordem legal35.2Penhora sobre coisa certa35.3Penhora de bens no foro da execuo35.4Penhora de bens j penhorados35.5Penhora de bens de baixa liquidez35.6 Nova penhora pela frustrao de anterior alienao

  • judicial35.7Falta de cumprimento de deveres pelo executado

    36.Deveres do executado37.Ainda a substituio da penhora: fiana bancria ou seguro38.Ainda a substituio da penhora: bem imvel39.Direito intertemporalComentrios ao art. 657 (oitiva das partes para a substituio do bempenhorado)40.O incidente para substituio do bem penhorado41.Direito intertemporalComentrios ao art. 659 (penhora)42.A penhora dos bens do executado pelo oficial de justia43.O local da penhora44.Penhora de bens imveis45.Penhora e meios eletrnicos46.Direito intertemporalComentrios ao art. 666 (depsito dos bens penhorados)47.Depsito dos bens penhorados48.Depsito em mos do executado49.Depsito de jias, pedras e objetos preciosos50.Priso de depositrio judicial infiel51.Direito intertemporalComentrios ao art. 668 (substituio dos bens penhorados peloexecutado)52.A substituio da penhora por iniciativa do executado52.1Prvia oitiva do exeqente53.Deveres do executado54.Direito intertemporalComentrios ao art. 680 (avaliao dos bens penhorados)55.A avaliao dos bens penhorados55.1 A oitiva das partes sobre a avaliao do oficial de justia56.O incidente de avaliao57.Direito intertemporalComentrios ao art. 681 (laudo de avaliao)58.A avaliao e o auto de penhora

  • 59.Avaliao de bem imvel suscetvel de diviso60.Direito intertemporalComentrios ao art. 683 (nova avaliao)61.Nova avaliao

    61.1Erro na avaliao ou dolo do avaliador61.2Variao no valor do bem61.3Dvida sobre o valor atribudo ao bem62.Direito intertemporal

    Comentrios ao art. 684 (dispensa de avaliao)63. Uma vez mais o papel do executado na avaliao dos benspenhorados64.Avaliao de quaisquer bens penhorados65.Direito intertemporalComentrios ao art. 685 (incio dos atos expropriatrios)66.ltimos atos antecedentes expropriao dos bens penhorados67.Direito intertemporalComentrios ao art. 685-A (adjudicao)68.Os novos contornos da adjudicao

    68.1Instante procedimental da adjudicao68.2O preo da adjudicao

    69.Os legitimados adjudicao70.Preferncia na adjudicao71.O deferimento da adjudicao72.Direito intertemporalComentrios ao art. 685-B (auto e carta de adjudicao)73.Lavratura do auto de adjudicao74.Carta de adjudicao e mandado de entrega75.Direito intertemporalComentrios ao art. 685-C (alienao por iniciativa particular)76. Uma nova modalidade de expropriao: a alienao poriniciativa particular77.O procedimento da alienao78.A formalizao da alienao79.Regulamentao pelos Tribunais80.Direito intertemporal

  • Comentrios ao art. 686 (edital da alienao em hasta pblica)81.A alienao em hasta pblica82.Hasta pblica83.O edital da hasta pblica

    83.1Descrio do bem penhorado83.2Dia e hora da hasta

    84.Dispensa do edital85.Direito intertemporalComentrios ao art. 687 (divulgao eletrnica do edital)86.Meios eletrnicos de divulgao87.Intimao pessoal do executado88.Direito intertemporalComentrios ao art. 689-A (alienao eletrnica)89.Alienao judicial em ambiente virtual90.Regulamentao da regra91.Direito intertemporalComentrios ao art. 690 (arrematao)92.Pagamento da arrematao

    92.1Arrematao de bem imvel93.O arrematante vencedor94.Direito intertemporalComentrios ao art. 690-A (legitimados para a arrematao)95.Legitimados para a arrematao96.A legitimidade do exeqente para a arrematao97.Direito intertemporalComentrios ao art. 693 (auto e carta de arrematao)98.Auto de arrematao99.Ordem de entrega e carta de arrematao100.Direito intertemporalComentrios ao art. 694 (lavratura do auto de arrematao)101.Lavratura do auto de arrematao102.O desfazimento da arrematao103. Acolhimento dos embargos e a alienao do bem penhorado104.Direito intertemporal

  • Comentrios ao art. 695 (no-pagamento da arrematao)105.O no-pagamento do valor da arrematao106.Direito intertemporalComentrios ao art. 698 (intimaes prvias expropriao dos benspenhorados)107.Intimaes prvias expropriao dos bens penhorados108.Especificamente a intimao do exeqente com penhoraaverbada109.Direito intertemporalComentrios ao art. 703 (carta de arrematao)110.Elementos da carta de arrematao111.Direito intertemporalComentrios ao art. 704 (leilo)112.Leilo como forma preferencial das alienaes judiciais113.Direito intertemporalComentrios ao art. 706 (leiloeiro)114.Indicao do leiloeiro115.Direito intertemporalComentrios ao art. 707 (auto de arrematao e mandado deentrega)116. Auto de arrematao e mandado de entrega117. Direito intertemporalComentrios ao art. 713 (concurso singular de credores)118.O encerramento do concurso singular de credores119.Direito intertemporalComentrios ao art. 716 (usufruto de mvel ou imvel)120.O usufruto de mvel ou imvel121.Pressupostos para concesso do usufruto122.O momento de instituio do usufruto123.Direito intertemporalComentrios ao art. 717 (instituio do usufruto)124.Efeitos da instituio do usufruto125.Direito intertemporalComentrios ao art. 718 (deciso do usufruto)126.A deciso que concede o usufruto

  • 127.Direito intertemporalComentrios ao art. 720 (usufruto de imvel em condomnio)128.Usufruto de imvel em condomnio129.Direito intertemporalComentrios ao art. 722 (procedimento para instituio do usufruto)130.Procedimento para a instituio do usufruto131.Deciso do usufruto132.Carta de usufruto133.Direito intertemporalComentrios ao art. 724 (locao do bem em usufruto)134.Locao do bem em usufruto135.Direito intertemporal

    CAPTULO 5 EMBARGOS DO DEVEDORComentrios ao art. 736 (embargos execuo)1.Os embargos do executado2.Direito intertemporalComentrios ao art. 738 (prazo para apresentao dos embargos)3.Prazo para apresentao dos embargos execuo4. Prazo para embargos execuo promovida em face de vriosexecutados5.Prazo para embargos nas execues por carta precatria6. Prazo para embargos execuo com pluralidade de advogados7.Direito intertemporalComentrios ao art. 739 (rejeio liminar dos embargos)8.Rejeio liminar dos embargos execuo

    8.1Embargos intempestivos8.2Petio inicial inepta8.3Embargos manifestamente protelatrios8.4Outros casos de indeferimento liminar dos embargos

    9.Direito intertemporalComentrios ao art. 739-A (efeito suspensivo dos embargos)10.Os embargos execuo no tm mais efeito suspensivo11.A atribuio de efeito suspensivo aos embargos

  • 11.1 A prvia oitiva do exeqente para a concesso doefeito suspensivo aos embargos11.2Efeito suspensivo parcial

    12. A reviso da deciso relativa ao efeito suspensivo dos embargos13.Ainda o efeito suspensivo parcial14.Efeito suspensivo e pluralidade de embargos15.Excesso de execuo como fundamento dos embargos16. Penhora e avaliao de bens a despeito do efeito suspensivo dosembargos17.Direito intertemporalComentrios ao art. 739-B (cobrana de multas ou indenizaes)18. A cobrana das multas ou indenizaes pela litigncia de m-f19.Direito intertemporalComentrios ao art. 740 (procedimento dos embargos)20.O procedimento dos embargos21.Embargos protelatrios22.Direito intertemporalComentrios ao art. 745 (fundamentos dos embargos)23. As matrias argveis em embargos execuo de ttuloextrajudicial

    23.1Nulidade da execuo23.2Penhora incorreta ou avaliao errnea23.3 Excesso de execuo ou cumulao indevida deexecues23.4Embargos por reteno de benfeitorias23.5Outras matrias argveis nos embargos execuo

    24.Excees e objees de pr-executividade25.Direito intertemporalComentrios ao art. 745-A (moratria do executado)26. Uma nova postura para o executado: a moratria obtidajurisdicionalmente

    26.1 A consolidao da dvida e o depsito inicialdovexecutado

    27.O deferimento da moratria28.O descumprimento da moratria29.Direito intertemporal

  • Comentrios ao art. 746 (embargos adjudicao, alienao ouarrematao)30.Os embargos de segunda fase

    30.1O procedimento dos embargos de segunda fase31.A desistncia da aquisio32.Embargos protelatrios33.Direito intertemporalComentrios ao art. 791 (suspenso da execuo)34.O efeito suspensivo dos embargos execuo35.Direito intertemporal

    APNDICELEGISLAOBibliografia consultada

  • Uma Introduo em Duas Partes

    1) Sobre este volume 3

    No dia 7 de dezembro de 2006 foi publicada no Dirio Oficial da Unio aLei n. 11.382, de 6 de dezembro de 2006, que altera dispositivos da Lei n. 5.869,de 11 de janeiro de 1973 Cdigo de Processo Civil, relativos ao processo deexecuo e a outros assuntos. Trata-se de mais uma etapa completa da reformado Cdigo de Processo Civil que, de forma bastante intensa e visvel, tomou corpoe forma desde o incio da dcada de 1990.

    No mesmo ms de dezembro de 2006, ainda foram publicadas outras trsleis reformadoras do Cdigo de Processo Civil e, mais amplamente, do direitoprocessual civil como um todo, as Leis ns. 11.417 (que disciplina a edio, areviso e o cancelamento de enunciado de smula vinculante pelo SupremoTribunal Federal), 11.418 (que regulamenta a chamada repercusso geral dorecurso extraordinrio) e 11.419 (que dispe sobre a informatizao do processojudicial), todas do dia 19 e publicadas no Dirio Oficial da Unio do dia seguinte,20 de dezembro de 2006. No dia 5 de janeiro de 2007, o Dirio Oficial da Uniotrouxe a Lei n. 11.441, de 4 de janeiro de 2007, que altera dispositivos da Lei n.5.869, de 11 de janeiro de 1973 Cdigo de Processo Civil, possibilitando arealizao de inventrio, partilha, separao consensual e divrcio consensual porvia administrativa.

    A proposta deste trabalho a de examinar especificamente a Lei n.11.382/2006, deixando a anlise das trs leis do dia 19 de dezembro de 2006 e ado dia 4 de janeiro de 2007 para uma prxima oportunidade, qui um volume 4desta Srie.

    A anlise que pretendo fazer a respeito da mais recente etapa dareforma do Cdigo de Processo Civil segue a mesma proposta dos volumesanteriores: os comentrios a cada um dos dispositivos alterados so feitos deforma direta, buscando confrontar as novidades trazidas pela Lei n. 11.382/2006com aquilo que j constava e continua a constar do Cdigo de Processo Civil. Oscomentrios so, por isto mesmo, sistemticos: eles buscam apresentar umaproposta de leitura conjunta das novas regras, criando as condies maisfavorveis para sua compreenso e para sua aplicao no foro. O trabalho ,antes de tudo, um guia seguro de interpretao e conseqente aplicao dasnovas relativas. E urge que haja um guia como este que possa ser ao menos til,porque, por fora do veto do art. 6 do Projeto de lei que veio a se converter nalei aqui comentada, as novas regras entraram em vigor no dia 21 de janeiro de

  • 2007, j podendo ser aplicadas nos processos em curso desde o dia 22 de janeirode 2007, primeiro dia til forense que se seguiu quele domingo (v., a esterespeito, o nmero seguinte).

    Por observar a mesma metodologia dos volumes anteriores, penso serimportante referir-me a este e aos dois outros volumes em que me voltei anlise da nova etapa da reforma do Cdigo de Processo Civil como umaverdadeira Srie. Por isto as remisses feitas aos volumes anteriores valerem-sedeste designativo.

    Os comentrios voltam-se quilo que novo, substancialmente novo,apenas reflexamente cuidando do que no ou dos aperfeioamentosredacionais sentidos por diversos dispositivos. O que no foi alterado pela Lei n.11.382/2006 cuidado de forma indireta, o que no significa dizer que diversasquestes e problemas que consegui aventar a partir do confronto do que novocom aquilo que j constava no Cdigo de Processo Civil, inclusive levando emconta as alteraes mais recentes promovidas pela Lei n. 11.187/2005 (recursode agravo) e, sobretudo, a Lei n. 11.232/2005 (cumprimento de sentena), noforam tratadas ao longo dos comentrios.

    Para este volume da Srie, dedicado exclusivamente Lei n. 11.382/2006,optei em dividir o exame da matria em 5 captulos, cada um deles dedicado acuidar de um grupo de dispositivos alterados que guardam entre si algumarelao forte o suficiente para dar nome ao respectivo captulo. O resultado finalpareceu-me bastante satisfatrio porque foi possvel seguir a prpria ordem dosdispositivos do Cdigo de Processo Civil, o que, por si s, facilita a consulta dostemas tratados pelo leitor. De qualquer sorte, o sumrio, que reflete o tratamentodos temas e dos desdobramentos examinados, facilita e muito a consulta do livro,pela identificao clara e, na medida do possvel, bastante detalhada, dosespecficos pontos tratados.

    Que ningum estranhe, contudo, que o primeiro captulo do trabalho,dedicado s alteraes esparsas o nico para o qual no encontrei umcritrio unificador seguro para nomin-lo diferentemente , parea menosinteressante se comparado com os demais. O fato que a Lei n. 11.382/2006 nocuida s de promover substanciais alteraes no Livro II do Cdigo de ProcessoCivil, que disciplina o chamado processo de execuo, expresso empregada,neste volume, para identificar o modo de prestao da tutela jurisdicionalexecutiva pelo Estado-juiz quando rompida a sua inrcia por algum (oexeqente) munido com um ttulo executivo extrajudicial.

    Os arts. 4, 5 e 7 da Lei n. 11.382/2006, de sua vez, no foram objeto decomentrios apartados. Todas as alteraes por eles promovidas os novosnomes dos diversos Captulos, Sees e Subsees do Cdigo de Processo Civil eas revogaes de diversos dispositivos foram tratadas quando dos comentriosdos demais dispositivos que tiveram sua redao alterada ou que foram includosno Cdigo. Todos os comentrios, repito, foram feitos nos devidos contextos dasalteraes promovidas.

  • Embora o trabalho seja dedicado anlise da Lei n. 11.382/2006, nopude deixar de fazer, sob pena de reput-lo incompleto e no refletiradequadamente o Cdigo de Processo Civil em vigor, algumas breves incursesna Lei n. 11.419, de 19 de dezembro de 2006, que dispe sobre a informatizaodo processo judicial; altera a Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Cdigo deProcesso Civil; e d outras providncias. A principal e mais recorrente circunstncia de o pargrafo nico do art. 154 do CPC, includo pela Lei n.11.280/2006 e voltei-me anlise do dispositivo nas pp. 101-105 do volume 2desta Srie , ter passado a ser, por fora do art. 20 da Lei n. 11.419/2006, queintroduz um 2 naquele dispositivo, 1. Esta circunstncia colocada emrelevo na Mensagem n. 1.147, de 19 de dezembro de 2006, que acompanhou apromulgao da lei e justificou alguns vetos a ela, inclusive a da referncia a umveto anterior, da ento Lei n. 10.358/2001, ao mesmo pargrafo nico do art. 154.

    Para tornar a leitura mais fcil e menos cansativa, somente os dispositivosnormativos que no so do Cdigo de Processo Civil so identificados pelaindicao de suas leis respectivas ou da Constituio Federal.

    Por fim, mas no menos importante, o direito intertemporal. Uma dasprincipais dificuldades de toda lei reformadora do direito processual civil,codificado ou no, a relativa aplicao da lei nova no tempo. Para este novovolume, achei mais til tecer de pronto as consideraes genricas sobre o temaque ocupam o nmero seguinte por isto, uma Introduo em duas partes e, a cada dispositivo, fazer os comentrios cabveis sobre o tema.

    2) A vigncia da Lei n. 11.382/2006 e o direito intertemporal: linhasbsicas

    Esta Introduo no estaria completa sem algumas consideraesrelativas ao direito intertemporal, isto , sobre em que medida a Lei n.11.382/2006 dever ser aplicada aos processos em curso no dia de sua entradaem vigor.

    Passo, por isto, a apresentar as observaes tericas e genricas que meparecem indispensveis com relao ao tema, deixando para a anlise de cadaum dos dispositivos alterados, de alguma forma, por aquela lei, os comentriosespecficos sobre sua aplicao nos processos em curso. Isto mesmo quando anica observao que entendi pertinente de ser feita que a aplicao do novodispositivo no dever despertar, para aqueles fins, nenhuma dificuldade.

    A Lei n. 11.382, que datada de 6 de dezembro de 2006, foi publicada noDirio Oficial da Unio do dia seguinte, 7 de dezembro de 2006. Foi vetadoquando de sua promulgao o art. 6, que, a exemplo do que se deu com a Lei n.11.232/2006, estabelecia um prazo de 6 meses para vacatio legis.

  • Se assim foi, prevaleceu, para a lei em anlise, a regra genrica do art. 1,caput, da Lei de Introduo ao Cdigo Civil, o Decreto-Lei n. 4.657, de 4 desetembro de 1942: Salvo disposio contrria, a lei comea a vigorar em todo oPas 45 (quarenta e cinco) dias depois de oficialmente publicada. Estes 45 dias,de sua parte, devem ser contados levando-se em conta o disposto no art. 8, 1,da Lei Complementar n. 95/1998, acrescentado pela Lei Complementar n.107/2001: a lei entra em vigor no primeiro dia subseqente consumaointegral do prazo, incluindo-se, nesta contagem, o ltimo dia.

    A Lei foi publicada no Dirio Oficial da Unio de 7 de dezembro de 2006.O quadragsimo quinto dia que se seguiu quela data foi 20 de janeiro de 2007.No dia subseqente, 21 de janeiro de 2007, um domingo, a Lei n. 11.382/2006entrou em vigor. Na segunda-feira seguinte, dia 22 de janeiro de 2007, o foro detodo o Brasil j pde aplicar qualquer das muitas e substanciais alteraespromovidas por aquele diploma legislativo.

    importante, antes de apresentar as premissas e as concluses relativasao enfrentamento dos problemas de direito intertemporal, ler as razes quejustificaram o veto do precitado art. 6, que embasam a breve reflexo que faoem seguida. Sua transcrio literal, para tal mister, importante:

    O Projeto de Lei est vinculado Lei n. 11.232, de 22 dedezembro de 2005, que altera a Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Cdigo de Processo Civil, para estabelecer a fase de cumprimento dassentenas no processo de conhecimento e revogar dispositivos relativos execuo fundada em ttulo judicial, e d outras providncias, a qualentrou em vigor no dia 23 de junho do corrente ano.

    A entrada em vigor das alteraes relativas ao cumprimento dassentenas sem a entrada em vigor das alteraes relativas ao processo deexecuo gerou leve quebra do sistema processual civil.

    Ademais, o contedo do presente Projeto de Lei foi largamentedebatido pela comunidade jurdica durante o seu trmite parlamentar, nose fazendo necessrio aguardar seis meses para que se tenha o amploconhecimento de que fala o art. 8 da Lei Complementar n. 95, de 1998.

    Assim, parece conveniente o veto clusula de vigncia para fazercom que a Lei entre em vigor quarenta e cinco dias aps a data de suapublicao, nos termos do art. 1 do Decreto-Lei n. 4.657, de 4 desetembro de 1942 Lei de Introduo ao Cdigo Civil Brasileiro.

    No h razo para discordar do que justificou o veto do dispositivo relativo clusula de vigncia. Mesmo assim, contudo, acredito que valha a pena ser

  • colocado em destaque que, se verdade que a academia, onde o entoAnteprojeto de Lei nasceu e se desenvolveu at ser entregue Cmara dosDeputados e converter-se no Projeto de Lei n. 4.497/2004, teve bastante tempopara examinar e estudar as novas regras, a realidade do foro, os usurios dodireito processual civil e do Cdigo de Processo Civil como ferramenta detrabalho juzes, advogados pblicos e privados, membros do MinistrioPblico, defensores pblicos e, mais do que todos eles juntos, os verdadeirosdestinatrios de quaisquer regras de direito processual civil, os autores e osrus de todo e qualquer processo civil, no tiveram este mesmo tempo.

    No me cabe, contudo, nesta sede, demorar muito na crtica quanto srazes do veto clusula de vigncia original. O fato que as razes adotadaspelo Presidente da Repblica demonstram a total insensibilidade dos exercentesdo poder em nossa terra. Demonstram, com extrema facilidade, e isto no bomsinal na minha viso do problema, que eles, os exercentes do poder, nodesenvolveram nenhuma sensibilidade com a idia mais bsica de um EstadoDemocrtico de Direito, de que o poder, todo ele, emana do povo e exercidoem seu nome. No o contrrio.

    E h mais um dado digno de destaque. Quando o ento PLC n. 51/2006estava aprovado na Comisso de Constituio, Justia e Cidadania do SenadoFederal, houve pedido de seu envio para a Comisso de Assuntos Econmicosdaquela Casa Legislativa. As razes ento apresentadas pelo Senador lvaro Diaseram relevantssimas, a saber:

    Cuida esse projeto de uma verdadeira revoluo na forma quepessoas fsicas e jurdicas se socorrem do Poder Judicirio para ver seuscrditos quitados, que, juntamente com a Nova Lei de Falncias, formarum ambiente jurdico mais favorvel concesso de crdito e reduodo spread bancrio. V-se, desde logo, que o projeto repercute de formaintensa na economia do Pas, e no pode deixar de ser analisado sob seusaspectos econmicos.

    Assumidas essas premissas, de se ver que o inciso I do art. 99 doRegimento Interno desta Casa determina o pronunciamento da CAE sobreaspecto econmico e financeiro de qualquer matria que lhe sejasubmetida, e o inciso III do mesmo artigo fixa sua competncia paraavaliar matrias que se vinculem com problemas econmicos do Pas.

    A oitiva da CAE de extrema importncia, pois, no se pode tratarmatrias como o PLC n. 51, de 2006, como problemas exclusivamentejurdicos. imperioso que se lance um olhar econmico sobre aproposio, at para que se lhe d a exata importncia que ostenta nocenrio nacional (Requerimento n. 1.016, de 2006; Dirio do SenadoFederal, de 5-10-2006, p. 30238).

  • O pedido, contudo, foi retirado pelo mesmo Senador (Requerimento n.1.188, de 2006) e o Projeto, em 5 de dezembro de 2006, enviado sanopresidencial, quando, por causa do veto aqui discutido, permitiu que a Leientrasse em vigor depois de 45 dias de sua publicao no Dirio Oficial, perodoque coincidiu com o final do ano e com as frias de vero. O que releva destacardeste episdio, embora ele no tenha o condo de abalar a correo do processolegislativo, que qualquer alterao nos mecanismos de recuperao de crditos e disto que trata, em ltima anlise, o chamado processo de execuo tende a ter um impacto relevante na realidade econmica e financeira, o que,por si s, pode merecer alguma reflexo dos especialistas daquelas reas. O veto clusula de vacatio legis dificulta, tambm, esta necessria interao dosprofissionais do direito com os da economia, administrao e finanas, o quenada contribui para uma melhor compreenso da lei e, mais do que isto, darealidade sensvel sobre a qual a lei ser aplicada. O isolamento costumeiro doprofissional do direito em nada contribui para a melhor compreenso do seuprprio objeto de reflexo e de trabalho. Tambm aqui, data maxima venia,faltou sensibilidade s nossas autoridades que, repito, parecem no ter entendido,ainda, para que e para quem se fazem leis.

    Ir alm desnecessrio. H mais o que se preocupar por ora: a lei entrouem vigor no dia 21 de janeiro de 2007 e ela, como qualquer regra de direitoprocessual civil, eminentemente prtica. Ela foi promulgada para surtir efeitosna realidade sensvel, no plano exterior ao processo, no mundo do ser, no dodever-ser; no foro, no na academia. Por isto, melhor do que criticar a soluopoltica que se deu clusula de vigncia apresentar alguns caminhos paraserem trilhados para a resoluo dos variados problemas que a entrada em vigorda nova lei trar para os processos em curso.

    Feitas estas muito breves reflexes, hora de expor algumas noesfundamentais acerca do direito processual intertemporal, isto , as normasbsicas que guiam a interpretao da lei processual no tempo. importante, pois,fixar algumas premissas que vo nortear todas as reflexes expostas em cada umdos comentrios dos dispositivos alterados pela Lei n. 11.382/2006. Apresento-asde forma bem direta e esquemtica:

    a) As novas leis processuais incidem nos processos em curso a no ser quehaja alguma lei em sentido contrrio, inexistente no caso da Lei n. 11.382/2006.

    b) mister distinguir entre a incidncia imediata da nova lei, porque asnormas de direito processual civil so de ordem pblica, e a incidncia retroativada nova lei, prtica vedada em funo da ampla garantia que o inciso XXXVI doart. 5 da CF d a quaisquer direitos adquiridos, inclusive os processuais. Omesmo dispositivo tambm garante a proteo dos atos jurdicos perfeitosprocessuais.

    c) Chave da distino da letra anterior reside no chamado princpio do

  • isolamento dos atos processuais: cada ato processual deve ser regido pela leivigente no instante em que o ato, em si mesmo considerado, ser ou foipraticado.

    d) certo, contudo, que os atos do processo no so isolados eindependentes entre si. Pelo contrrio, eles so concatenados, logicamenteligados e relacionados para a prtica de outros atos deles dependentes.

    Destas premissas, seguem-se algumas concluses. So as seguintes:a) Todos os atos processuais praticados antes da entrada da nova lei

    devem ser respeitados e seus efeitos no podem ser desfeitos.b) Todos os atos processuais ainda no praticados sob a gide da lei

    velha sero praticados com total observncia da lei nova.c) A entrada em vigor da lei nova, quando est em curso a prtica de atos

    processuais, deve respeitar os efeitos j consumados, sendo sua aplicao derigor para disciplinar os novos efeitos que ainda se esperam.

    d) A lei nova captura e passa a reger tudo aquilo que no contradiz, queno anula, que no elimina a lgica, os efeitos e os prprios atos anteriores a ela.

    a partir destas consideraes que enfrento, em cada um dos dispositivoscomentados nos captulos seguintes, os problemas relativos aplicao imediatada Lei n. 11.382/2006.

  • Captulo 1

    ALTERAES ESPARSAS

    Normaatual

    Normaanterior

    Art. 143.(...)V efetuaravaliaes.

    Art. 143.Incumbe aooficial dejustia:I fazerpessoalmente ascitaes,prises,penhoras,arrestos e maisdilignciasprprias do seu

  • prprias do seuofcio, certificando nomandado oocorrido, commeno delugar, dia ehora. Adiligncia,sempre quepossvel,realizar-se- na presenade duastestemunhas;II executaras ordens dojuiz a que

  • juiz a queestiversubordinado;III entregar,em cartrio, omandado, logodepois decumprido;IV estarpresente saudincias ecoadjuvar o juizna manutenoda ordem.

    1. A avaliao a cargo do oficial de justia

    A Lei n. 11.382/2006, ao acrescentar um novo inciso no art. 143, apenastorna expresso o que j havia sido criado pela Lei n. 11.232/2005. De acordo como disposto no art. 475-J, 2, do Cdigo de Processo Civil, na redao dada por

  • aquele diploma legislativo, o oficial de justia j havia passado a ter, dentre assuas incumbncias deveres funcionais , a de avaliar os bens penhorados.

    O que era, vale a pena colocar em destaque, exceo, assim, porexemplo, no sistema da Lei n. 6.830/80, que rege a execuo fiscal (arts. 7, V, e13, caput), passou a ser regra. Naqueles Estados que j previam, em suas normasde organizao judiciria, um tal dever para o oficial de justia, a regra, federal,no surtir nenhuma alterao prtica. Nos Estados, a grande maioria, em que aavaliao dos bens penhorados ou de quaisquer outros bens que, por qualquerrazo, requeiram conhecimentos tcnicos e especializados para seremquantificados em dinheiro , a boa aplicao da regra depende e isto, fundamental destacar, desde a Lei n. 11.232/2005 de os oficiais de justiaserem devidamente treinados, ensinados, mesmo, a avaliar. No se podeconceber, sob o manto do princpio da eficincia da atividade jurisdicional, quecompita apenas lei criar um novo dever aos oficiais de justia. To importantequanto o estabelecimento do novo dever de atuao, que os Tribunais de Justiae os Regionais Federais, estes a partir da atuao do Conselho da Justia Federal,criem condies concretas, efetivas, de que seus oficiais de justia recebamtreinamento adequado para bem desempenharem sua nova funo.

    A ressalva do pargrafo anterior no pode ter sua importnciaminimizada. Toda lgica da Lei n. 11.382/2006 para a prtica dos atos executivosrelativos execuo por quantia certa contra devedor solvente, que se volta, emltima anlise, prtica de atos de expropriao dos bens de propriedade doexecutado para satisfao do exeqente (art. 646), depende do adequado preparodo oficial de justia. Porque, penhorado o bem (o que s admitido se nohouver pagamento nos 3 dias a que se refere o caput do art. 652), ele deve seravaliado desde logo. E a prtica do ato seguinte pelo exeqente, que o deexercer a sua opo de adjudicar o bem como forma de pagamento (total ouparcial, isto indiferente para c), depende desta escorreita avaliao. Aguardar,como a prtica do foro revela dia aps dia, antes ou depois da Lei n. 11.232/2005,antes ou depois da Lei n. 11.382/2006, que o bem penhorado seja avaliadosempre e em qualquer caso por um avaliador (art. 680), com todas as demorase custos que a nomeao de um profissional deste gabarito ocasiona para oJudicirio e para o exeqente, desprezar uma das enormes novidades que anova sistemtica, ora generalizada, dos atos executivos traz.

    No que uma tal avaliao, realizada por tcnico especializado, no possase fazer necessria, indispensvel mesmo, luz das exigncias de cada casoconcreto no que, alis, o art. 475-J, 2, introduzido pela Lei n. 11.232/2005, eo art. 680, na redao da Lei n. 11.382/2006, so claros em ressalvar , mas, nanormalidade dos casos, o bom funcionamento da lei depender de o oficial dejustia ter condies suficientes para, desde logo, dizer qual o valor do bempenhorado para todos os fins. E ser este o valor que servir de balizamento paratodos os atos executivos subseqentes, a comear pela adjudicao preferencial,regulada pelos arts. 685-A e 685-B.

  • Uma ltima observao se faz pertinente com relao aos presentescomentrios. Deve prevalecer o entendimento de que, no obstante a revogaodo antigo inciso V do 1 do art. 655 pela Lei n. 11.382/2006, ainda subsiste aoexecutado o dever de secundar a avaliao dos bens penhorados e, portanto,municiar o oficial de justia a quem cabe, preferencialmente, a prtica daqueleato (a nomeao de um avaliador para aquele fim exceo, de acordo com o 2 do art. 475-J e com o art. 680) com elementos objetivos e seguros daquelaavaliao. To logo o meirinho, munido da segunda via do mandado (art. 652, 1), d incio penhora, o executado deve desincumbir-se adequadamentedaquele dever. Caso no o faa espontaneamente, o juzo pode intim-lo paratanto (art. 600, IV), sob as penas do art. 601. O assunto ser retomado quando doscomentrios aos arts. 600, IV (n. 18 do Captulo 2); 656, VII (n. 35.7 do Captulo4), 668, pargrafo nico, V (n. 53 do Captulo 4), 680 (n. 55 do Captulo 4), incisoII do art. 683 (n. 61.2 do Captulo 4) e 684, I (n. 63 do Captulo 4).

    2. Direito intertemporal

    O novo inciso V do art. 143 no deve despertar quaisquer problemasrelativos ao direito intertemporal. Ou o bem penhorado est avaliado ou no este, nesta hiptese, deve o oficial de justia avali-lo, levando em conta oselementos fornecidos pelo executado e pelo exeqente. Na discordncia ou naimpossibilidade de a avaliao ser levada a cabo pelo oficial de justia atmesmo por falta de preparo adequado para desempenhar a contento aquelafuno , a hiptese ser a nomeao de um avaliador. J assim com relaoaos ttulos judiciais (art. 475-J, 2) e dever ser assim tambm com relao aosttulos extrajudiciais (art. 680).

    Norma atual Normaanterior

    Art. 238. (...)Pargrafo

    Art. 238. Nodispondo a lei

  • Pargrafonico.Presumem-sevlidas ascomunicaese intimaesdirigidas aoendereoresidencialouprofissionaldeclinado nainicial,contestaoou embargos,cumprindo spartesatualizar orespectivo

    de outromodo, asintimaessero feitas spartes, aosseusrepresentanteslegais e aosadvogadospelo correioou, sepresentes emcartrio,diretamentepelo escrivoou chefe desecretaria.

  • respectivoendereosempre quehouvermodificaotemporria oudefinitiva.

    3. Intimaes e presuno de certeza

    O novo pargrafo nico do art. 238 tem em mira criar uma presuno,presuno iuris tantum, no h razo para duvidar, de que os endereosresidenciais e profissionais indicados na petio inicial, na contestao ou nosembargos so aqueles para os quais eventuais intimaes pessoais devem serdirigidas. por isto que, complementando a regra mais ampla do art. 39, II, odispositivo exige que os endereos sejam sempre atualizados, mesmo que suamodificao se d apenas temporariamente.

    A regra refere-se s partes, que elas, as partes devem atualizar orespectivo endereo. O mais correto, contudo, entender o dispositivo como seele fizesse meno aos advogados das partes. Apenas nos casos em que, porqualquer motivo, a parte no estiver (ainda) representada por advogado que umtal dever pode recair sobre ela.

    O dispositivo faz meno, outrossim, aos endereos constantes da petioinicial, contestao e embargos. Ele deve, contudo, ser lido amplamente: osendereos que constem de quaisquer outros atos ou documentos do processo,mesmo que no sejam um daqueles trs indicados pela lei, inclusive daprocurao prtica comunssima, alis , que esto sujeitos a atualizao,sob pena de serem tidos como os corretos para quaisquer intimaes.

  • 4. Direito intertemporal

    A aplicao imediata da lei significa que, aps o dia 22 de janeiro de2007, primeiro dia til, isto , de expediente forense, que se segue ao incio de suavigncia, todas as intimaes dirigidas aos endereos dos autos seroconsideradas vlidas. importante, para afastar a presuno do dispositivo, queos advogados de ambas as partes e de eventuais intervenientes encarreguem-se oquanto antes de atualizar os dados constantes dos autos que, por qualquer razo,no se mostrarem corretos.

    Norma atual Normaanterior

    Art. 365. (...)IV as cpiasreprogrficas depeas do prprioprocessojudicialdeclaradasautnticas peloprprioadvogado sob

    Art. 365.Fazem amesmaprova queos originais:I ascertidestextuais dequalquerpea dos

  • advogado sobsuaresponsabilidadepessoal, se nolhes forimpugnada aautenticidade.

    pea dosautos, doprotocolodasaudincias,ou de outrolivro acargo doescrivo,sendoextradaspor ele ousob suavigilncia epor elesubscritas;II ostraslados e

  • traslados eas certidesextradaspor oficialpblico, deinstrumentosoudocumentoslanados emsuas notas;III asreproduesdosdocumentospblicos,desde queautenticadaspor oficial

  • por oficialpblico ouconferidasem cartrio,com osrespectivosoriginais.

    5. A autenticao de cpias pelo advogado

    A regra veio para generalizar, no melhor sentido da palavra, o que,timidamente, foi introduzido pela Lei n. 10.352/2001 no art. 544, 1.

    Com ela, no h mais lugar para as discusses doutrinrias ejurisprudenciais quanto a outras peas, que no as destinadas a formar os autosdo chamado agravo de instrumento de despacho denegatrio de recursoespecial e extraordinrio (art. 544), poderem ser autenticadas pelo prprioadvogado. Desde que se tratem de cpias extradas de autos judiciais (e no doprocesso, como acentua a regra), o advogado pode declar-las autnticas.

    Justamente por isto que o novo inciso IV do art. 365 acaba por tornarsuprflua a nova redao, dada pela mesma Lei n. 11.382/2006, ao pargrafonico do art. 736. Quando menos, que a nova regra l introduzida fizesseremisso ao dispositivo aqui comentado e no ao 1 do art. 544, que se ocupa dehiptese totalmente diversa. A remisso ao 1 do art. 544 justificou-se, porexemplo, quando a Lei n. 11.232/2005 alterou a disciplina da execuo provisriae permitiu que as cpias formadoras da carta de sentena fossem declaradasautnticas pelo advogado na forma autorizada por aquele dispositivo (a respeito,v. as pp. 196-197 do volume 1 desta Srie). A Lei n. 11.382/2006, contudo, nopoderia deixar de levar em conta o que ela prpria traz de novo.

    As observaes que ocupam o pargrafo anterior, contudo, no tm ocondo de tirar o mrito do dispositivo em prol de uma maior racionalizao dosatos processuais.

  • O inciso IV do art. 365 tambm coloca por terra discusso importante,mas bastante esquecida, que surgiu com uma medida provisria (n. 1.360, de 12-3-1996) que acabou por se converter, aps aproximadamente setenta reedies,na Lei n. 10.522, de 19 de julho de 2002, que dispe sobre o CadastroInformativo dos crditos no quitados de rgos e entidades federais e d outrasprovidncias. De acordo com o art. 24 daquela lei, as pessoas jurdicas dedireito pblico so dispensadas de autenticar as cpias reprogrficas de quaisquerdocumentos que apresentem em juzo. Prerrogativa ou privilgio das pessoas dedireito pblico? Aquela regra poderia ser aproveitada por pessoas de direitoprivado, em nome do princpio da isonomia? O advogado pblico precisava semanifestar quanto autenticidade da cpia juntada? Se sim, em que termos?Todas estas interrogaes, que poderiam se multiplicar, ningum duvide disto, spodem receber afirmaes positivas luz da nova regra trazida pela Lei n.11.382/2006. Generalizou-se o que, de uma forma ou de outra, s havia sidocriado para uma classe de pessoas, as pessoas jurdicas de direito pblico, tpicaregra de direito processual pblico para empregar nomenclatura que propuspara descrever este fenmeno h algum tempo.

    O novo dispositivo diz ainda que as cpias declaradas autnticas peloprprio advogado fazem a mesma prova que os originais se no lhes forimpugnada a autenticidade. A pergunta que se pe se a impugnao daautenticidade da cpia reclama a instaurao do incidente regulado pelos arts.390 a 395, isto , o chamado incidente de falsidade.

    A resposta positiva. Para o Cdigo de Processo Civil, cabe parte contraquem um documento produzido manifestar-se sobre ele no prazo de 5 diasestabelecido pelo art. 398. Se quiser, contudo, questionar a sua no-autenticidade, dizer, a sua falsidade, o prazo que dispe para tanto de 10 dias contados daintimao da sua juntada aos autos (art. 390).

    Observado o decndio legal pela parte interessada, contudo, a forma a serassumida para discusso quanto autenticidade do documento no pode sesobrepor sua finalidade, dizer, descobrir em que medida a declarao deautenticidade da cpia no corresponde ao original. A forma, em direitoprocessual civil, no pode nunca sobrepor-se ao contedo. O que h de relevantena nova regra que a cpia pode ter sua autenticidade questionada,independentemente da forma em que sua impugnao seja apresentada aomagistrado.

    Vale a notcia de que h, perante a Comisso de Constituio e Justia daCmara dos Deputados, dois outros Projetos de Lei (ns. 7.547/2006 e 1.522/2003)que introduzem um novo art. 5-A na Lei n. 8.906/1994, o Estatuto da Advocaciae da Ordem dos Advogados do Brasil, com a mesma finalidade. Com o adventoda regra ora comentada, aquelas iniciativas mostram-se desnecessrias.

    5.1 A forma de autenticao da cpia pelo advogado

    Questo tormentosa, com os olhos voltados para o dia-a-dia do foro que se

  • tornou verdadeiramente clssica desde a primeira oportunidade em que a leiprocessual civil reconheceu ao advogado a possibilidade de declarar autntica,ele mesmo, uma cpia saber como o advogado faz uma tal declarao.

    que as cpias autenticadas pelos Tribunais ou pelos cartrios possuemuma forma prpria. Da oposio de carimbos a selos hologrficos, tudo semprecuidadosamente rubricado e assinado, pe-se a questo relativa forma daautenticao feita pelo advogado.

    falta de qualquer exigncia da lei, a melhor soluo s pode ser a que adispensa qualquer forma especfica. O que se faz necessrio, porque este oobjetivo da nova regra, que fique claro saber qual a cpia que se declaraautntica e em que extenso esta declarao se d. No h necessidade decarimbos, assinaturas ou, at mesmo, selos de quaisquer espcies eventualmentemandados fazer pelo advogado. Basta que ele declare a autenticidade da pea.Uma tal declarao pode ser lanada na prpria cpia, uma a uma, ser feita parte, ou na prpria petio com a qual as cpias so apresentadas ao juiz. O queimporta que a finalidade da regra no seja reduzida por formalismos que nogarantem, por si ss, qualquer finalidade. Ademais, a parte contrria poder, seentender que o caso, questionar a autenticidade da cpia produzida, a cpia elamesma, e no a forma de sua autenticao, que, repito, simplesmente no existe.

    6. Os incisos V e VI, 1 e 2 do art. 365, includos pela Lei n. 11.419/2006

    Embora no seja objeto deste trabalho, no posso me furtar de destacarque, ao lado do novo inciso IV que foi includo no art. 365 pela Lei n.11.382/2006, a ainda mais recente Lei n. 11.419, de 19 de dezembro de 2006, quedispe sobre a informatizao do processo judicial; altera a Lei n. 5.869, de 11de janeiro de 1973 Cdigo de Processo Civil; e d outras providnciasintroduz, naquele mesmo dispositivo, quatro novas regras: dois novos incisos (V eVI) e dois novos pargrafos ( 1 e 2).

    Nenhuma delas diz respeito ao tema tratado nos presentes comentriosmas buscam, para os fins buscados por aquela lei, criar condies para queextratos digitais de bancos de dados e reprodues digitalizadas de quaisquerdocumentos pblicos ou particulares inclusive a cpia digital de ttuloexecutivo extrajudicial ( 2 do art. 365) possam fazer a mesma prova que osoriginais. O inciso VI ressalva expressamente a possibilidade de impugnao dodocumento antes ou durante o processo de digitalizao, desde que ela sejamotivada e fundamentada. O art. 11, 2, da precitada lei admite, at mesmo,que o incidente de falsidade se processe eletronicamente, observando odisposto nos arts. 390 a 395 do CPC que a lei processual em vigor para estescasos.

  • 7. Direito intertemporal

    A incidncia imediata do novo inciso IV do art. 365 significa que oadvogado, pblico ou privado, pode declarar autnticas quaisquer cpias ouquaisquer documentos extrados de autos judiciais, que apresente em juzo apartir do dia 22 de janeiro de 2007.

    Com relao s peas e documentos anteriormente juntados, porque seusefeitos sero sentidos sob a gide da lei nova, no h por que recusar aoadvogado o exerccio desta mesma prerrogativa. Se, por exemplo, h pendentede discusso a autenticidade de alguma cpia juntada antes do incio de vignciada Lei n. 11.382/2006, o advogado poder declar-la autntica, sob suaresponsabilidade, pondo fim ao incidente.

    Normaatual

    Norma anterior

    Art. 411.(...)IV osministrosdoSupremoTribunalFederal,

    Art. 411. Soinquiridos emsua residncia,ou onde exercema sua funo:I o Presidentee o Vice-Presidente da

  • Federal,doSuperiorTribunaldeJustia,doSuperiorTribunalMilitar,doTribunalSuperiorEleitoral,doTribunalSuperiordo

    Presidente daRepblica;II opresidente doSenado e o daCmara dosDeputados;III osministros deEstado;IV osministros doSupremoTribunalFederal, doTribunal Federalde Recursos, doSuperior

  • Trabalhoe doTribunalde Contasda Unio;

    SuperiorTribunal Militar,do TribunalSuperiorEleitoral, doTribunalSuperior doTrabalho e doTribunal deContas da Unio;V oprocurador-geralda Repblica;VI ossenadores edeputadosfederais;VII os

  • VII osgovernadoresdos Estados, dosTerritrios e doDistrito Federal;VIII osdeputadosestaduais;IX osdesembargadoresdos Tribunais deJustia, os juzesdos Tribunais deAlada, os juzesdos TribunaisRegionais doTrabalho e dosTribunais

  • TribunaisRegionaisEleitorais e osconselheiros dosTribunais deContas dosEstados e doDistrito Federal;X oembaixador depas que, por leiou tratado,concede idnticaprerrogativa aoagentediplomtico doBrasil.Pargrafo nico.

  • Pargrafo nico.O juiz solicitar autoridade quedesigne dia, horae local a fim deser inquirida,remetendo-lhecpia da petioinicial ou dadefesa oferecidapela parte, quearrolou comotestemunha.

    8. Oitiva de autoridades na qualidade de testemunhas

    A nova regra quis atualizar a meno que o dispositivo fazia aosMinistros do Tribunal Federal de Recursos que, desde a Constituio de 1988, foiextinto, dando lugar aos cinco Tribunais Regionais Federais (art. 27, 6, doADCT e Lei n. 7.727/1989). A nova redao dada ao inciso IV do art. 411, poristo mesmo, deixou de fazer meno ao Tribunal Federal de Recursos.

    Eliminada aquela meno, a regra explicitou que tambm os Ministros do

  • Superior Tribunal de Justia, Tribunal que tambm foi criado pela Constituio de1988 (art. 27, caput, do ADCT) como verdadeiro desdobramento de parcela dacompetncia anteriormente reservada para o Supremo Tribunal Federal, seroinquiridos como testemunhas em sua residncia ou no local em quedesempenhem suas funes.

    As consideraes dos pargrafos anteriores servem como lembrete deque a comparao entre a antiga e a atual redao do inciso IV do art. 411 nopode levar o intrprete ao entendimento de que o Superior Tribunal de Justiaveio para substituir o antigo Tribunal Federal de Recursos.

    Com relao aos Desembargadores dos Tribunais Regionais Federais edos Tribunais de Justia, a regra do art. 411 aplica-se em funo do disposto noinciso IX. A omisso do dispositivo quanto aos primeiros no bice para tanto,de resto, a anterior redao do inciso IV nunca foi bice para interpret-lo, desdeo advento da Constituio Federal de 1988, para nele comprender os Ministros doSuperior Tribunal de Justia pelas razes expostas acima.

    9. Direito intertemporal

    A regra no traz nenhuma novidade propriamente dita, razo pela qualno deve despertar nenhum problema relativo sua aplicao imediata.

    Normaatual

    Norma anterior

    Art. 493.(...)I noSupremoTribunal

    Art. 493.Concluda ainstruo, seraberta vista,sucessivamente,

  • TribunalFederal enoSuperiorTribunalde Justia,na formados seusregimentosinternos;

    sucessivamente,ao autor e aoru, pelo prazode 10 (dez) dias,para razesfinais. Emseguida, osautos subiro aorelator,procedendo-seao julgamento:I no SupremoTribunalFederal e noTribunalFederal deRecursos, naforma dos seus

  • forma dos seusRegimentosInternos;II nosEstados,conformedispuser anorma deOrganizaoJudiciria.

    10. Papel dos Regimentos Internos dos Tribunais na ao rescisria

    Os dois incisos do art. 493 autorizam que os Regimentos Internos dosTribunais disponham, sempre em obedincia s leis de processo, acerca dojulgamento da rescisria. Assim, por exemplo, a definio do rgo competentee outros aspectos administrativos ou burocrticos que se fizerem necessrios parao julgamento da ao. neste sentido a vedao de que a rescisria sejadistribuda a julgador que foi relator do acrdo rescindendo, expressamenteprevista pelo art. 238 do RISTJ. No obstante, de acordo com a Smula 252 doSTF, na ao rescisria, no esto impedidos juzes que participaram dojulgamento rescindendo e a oitiva do Ministrio Pblico aps a apresentao dasrazes finais pelas partes, como acentuado no nmero precedente.

    O que os Regimentos Internos dos Tribunais no podem disciplinar oprocessamento ou o procedimento da ao rescisria (CF, art. 96, I, a). No hautorizao constitucional nesse sentido para eles. S o Legislativo da UnioFederal que detm competncia para criar normas processuais e,

  • concorrentemente com os Estados, procedimentais (CF, arts. 22, I, e 24, XI,respectivamente).

    O que expressamente estabelecido para a rescisria no Cdigo deProcesso Civil a existncia de revisor (art. 551, caput) e que cpia do relatrioser previamente distribuda a todos os integrantes do rgo competente parajulgamento da ao (art. 553). No mais, e falta de regras especficas, observar-se-o, para a rescisria, as disposies constantes dos arts. 547 a 565.

    A novidade que a Lei n. 11.382/2006 trouxe ao dispositivo, a exemplo danova redao dada ao inciso IV do art. 411 (v. n. 8, supra), foi a expressameno ao Superior Tribunal de Justia, retirando a aluso ao Tribunal Federalde Recursos.

    Aqui, como no comentrio daquele dispositivo, contudo, no deve serentendido como se o Superior Tribunal de Justia tivesse sido criado paradesempenhar a mesma funo do extinto Tribunal Federal de Recursos. O queveio a substituir aquele Tribunal foram os cinco Tribunais Regionais Federais, queso, a exemplo do que era o Tribunal Federal de Recursos, a segunda instnciada Justia Federal.

    Tanto assim que, no caso do art. 493, no h como recusar que a regratambm tenha aplicao, a despeito de seu silncio, aos Tribunais RegionaisFederais e aos Tribunais de Justia. Respeitadas, como j colocado em destaque,as regras de processo, podem os Regimentos Internos de quaisquer Tribunaisdisciplinar subsidiariamente o procedimento da ao rescisria.

    11. Direito intertemporal

    A regra tambm no traz nenhuma novidade propriamente dita, razopela qual no deve despertar nenhum problema relativo sua aplicaoimediata.

  • Captulo 2

    TEORIA GERAL DA EXECUO

    Norma atual Norma anterior

    Art. 580. Aexecuo podeser instauradacaso o devedorno satisfaa aobrigao certa,lquida eexigvel,consubstanciadaem ttuloexecutivo.Pargrafo

    Art. 580.Verificado oinadimplementodo devedor,cabe ao credorpromover aexecuo.Pargrafo nico.Considera-seinadimplente odevedor, queno satisfaz

  • Pargrafonico.(Revogado.)

    no satisfazespontaneamenteo direitoreconhecidopela sentena,ou a obrigao,a que a leiatribuir aeficcia de ttuloexecutivo.

    1. O interesse de agir na execuo

    A alterao do art. 580 mais redacional do que substancial. Nada h,com efeito, de relevante nela. A sua teleologia continua a mesma, no obstanteser diversa sua expresso redacional, que, a bem da verdade, uma mescla doque o caput e o pargrafo nico originais disciplinavam.

    Desde que a obrigao constante do ttulo executivo no seja cumpridapelo devedor, nasce o interesse na promoo da execuo, isto , na provocaodo Estado-juiz para prestar a chamada tutela jurisdicional executiva. Seja umttulo executivo judicial (art. 475-N), seja um ttulo executivo extrajudicial (art.585), dado o no-cumprimento voluntrio e, mais do que isto, espontneo pelodevedor, nasce o interesse de agir, surge a necessidade de provocao doJudicirio para que o credor obtenha uma dada utilidade.

    O dispositivo busca transformar em lei, outrossim, observao corrente nadoutrina de que liquidez, certeza e exigibilidade so atributos da obrigao

  • documentada no ttulo executivo (judicial ou extrajudicial) e no do ttulo, eleprprio. O ttulo executivo documenta aquela obrigao e, desde que ela, aobrigao, seja certa, lquida e exigvel, possvel a execuo, sempre entendidacomo a prtica de atos jurisdicionais tendentes satisfao do exeqente, isto ,daquele que promove a execuo. Tal observao fica ainda mais clara dianteda atual redao do caput do art. 586 (v. n. 5, infra).

    Parece ter sido esta a razo pela qual o art. 583 foi expressamenterevogado pela Lei n. 11.382/2006. A regra segundo a qual toda execuo tempor base ttulo executivo judicial ou extrajudicial consta suficientemente do art.580 na sua atual redao, bem assim do art. 586, aplicveis, ambos os dispositivospara os ttulos judiciais em funo do que dispe o art. 475-R.

    2. Direito intertemporal

    A regra no traz nenhuma novidade propriamente dita, razo pela qualno deve despertar nenhum problema relativo sua aplicao imediata.

    Norma atual Norma anterior

    Art. 585. (...)III oscontratosgarantidos porhipoteca, penhor,anticrese ecauo, bem

    Art. 585. Sottulosexecutivosextrajudiciais:I a letra decmbio, a notapromissria, a

  • cauo, bemcomo os deseguro de vida;IV o crditodecorrente deforo e laudmio;V o crdito,documentalmentecomprovado,decorrente dealuguel deimvel, bemcomo deencargosacessrios, taiscomo taxas edespesas decondomnio;

    promissria, aduplicata, adebnture e ocheque;II aescriturapblica ououtrodocumentopblicoassinado pelodevedor; odocumentoparticularassinado pelodevedor e porduastestemunhas; o

  • condomnio;VI o crditode serventuriode justia, deperito, deintrprete, ou detradutor, quandoas custas,emolumentos ouhonorrios foremaprovados pordeciso judicial;VII a certidode dvida ativada FazendaPblica daUnio, dosEstados, do

    testemunhas; oinstrumento detransaoreferendadopeloMinistrioPblico, pelaDefensoriaPblica oupelosadvogados dostransatores;III oscontratos dehipoteca, depenhor, deanticrese e decauo, bemcomo de

  • Estados, doDistrito Federal,dos Territrios edos Municpios,correspondenteaos crditosinscritos naforma da lei;VIII todos osdemais ttulos aque, pordisposioexpressa, a leiatribuir foraexecutiva.

    como deseguro de vidae de acidentespessoais deque resultemorte ouincapacidade;IV o crditodecorrente deforo, laudmio,aluguel ourenda deimvel, bemcomo encargode condomniodesde quecomprovadopor contrato

  • por contratoescrito;V o crditodeserventuriode justia, deperito, deintrprete, oude tradutor,quando ascustas,emolumentosou honorriosforemaprovados pordecisojudicial;VI a

  • VI acertido dedvida ativa daFazendaPblica daUnio, Estado,DistritoFederal,Territrio eMunicpio,correspondenteaos crditosinscritos naforma da lei;VII todos osdemais ttulos,a que, pordisposio

  • disposioexpressa, a leiatribuir foraexecutiva. 1 Apropositura dequalquer aorelativa aodbitoconstante dottuloexecutivo noinibe o credorde promover-lhe a execuo. 2 Nodependem dehomologao

  • homologaopelo SupremoTribunalFederal, paraseremexecutados, osttulosexecutivosextrajudiciais,oriundos pasestrangeiro. Ottulo, para tereficciaexecutiva, hde satisfazeraos requisitosde formao

  • exigidos pelalei do lugar desua celebraoe indicar oBrasil como olugar decumprimentoda obrigao.

    3. Ttulos executivos extrajudiciais

    O art. 585 continua a ser o repositrio bsico dos ttulos executivosextrajudiciais. Aqueles cujo inadimplemento das obrigaes que representam,isto , documentam, d ensejo promoo da execuo regulada pelo Livro II doCdigo de Processo Civil ou, para fazer uso da expresso consagrada, sempreobservadas as consideraes do n. 1 da Introduo, processo de execuo. Orol dos ttulos executivos judiciais , hoje, aquele que consta do art. 475-N,introduzido pela Lei n. 11.232/2005. Para as consideraes a ele respeitantes, v.as pp. 160-170 do volume 1 desta Srie.

    3.1 O contrato de acidentes pessoais de que resulte morte ouincapacidade

    O inciso III do art. 585, a par de modificaes redacionais, que tornammais tcnicas as descries dos contratos a que se refere, no faz maisreferncia aos contratos de acidentes pessoais de que resulte morte ouincapacidade.

    O significado desta omisso o de que tal contrato no mais ttulo

  • executivo extrajudicial falta de lei que assim o defina. O seguro de acidentes,destarte, haja ou no morte ou incapacidade do segurado, desafiar a propositurade ao de conhecimento.

    3.2 Crdito decorrente de foro e laudmio

    O inciso IV do art. 585 no traz nenhuma novidade. Ele continua areconhecer o crdito decorrente de foro e laudmio como ttulo executivoextrajudicial, o que s concebvel para as enfiteuses anteriores ao Cdigo Civilde 2002, dada a regra proibindo-as em seu art. 2.039.

    A outra hiptese que a anterior redao do dispositivo trazia passou aocupar o inciso V do mesmo art. 585, objeto dos comentrios do nmeroseguinte.

    3.3 Aluguel e encargos condominiais

    O inciso V do art. 585 no deve ser tratado como uma verdadeira ecompleta novidade trazida pela Lei n. 11.382/2006. A inovao que ele traz menos substancial que uma primeira leitura da regra poderia fazer crer. No setrata, contudo, de um mero desdobramento do antigo inciso IV do mesmodispositivo (v. nmero anterior). Explico.

    Antes da Lei n. 11.382/2006, o ttulo executivo extrajudicial ento previstono inciso IV do art. 585 era o crdito decorrente de aluguel ou renda de imvel,bem como encargo de condomnio desde que comprovado por contrato escrito.Agora, para ser ttulo executivo, no h necessidade de contrato escrito (e alocao verbal admitida) mas, apenas e to-somente, que o referido crditoseja documentalmente comprovado. ler o novo inciso V do art. 585: o crdito,documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imvel, bem como deencargos acessrios, tais como taxas e despesas de condomnio.

    Para atender exigncia legal de prova documental, no h como afastara serventia do boleto bancrio usualmente empregado para cobrana dos maisdiversos encargos condominiais. Desde que ele no seja pago na data aprazada,est autorizada a execuo independentemente de quaisquer outras formalidades,inclusive a de sua apresentao para protesto.

    Ademais, o rol dos encargos no pagos pelo locatrio, a admitir aexecuo extrajudicial fundada no ttulo aqui examinado, claramenteexemplificativo na regra atual. Assim, quaisquer que eles sejam (art. 23, I, VIII,XI, XII e 1, e art. 25 da Lei n. 8.245/1991, a lei de locao de imveisurbanos), desde que documentalmente comprovadas, cabe a execuo nosmoldes do inciso V do art. 585.

    O novo inciso V do art. 585, contudo, nada acrescenta clssica discussoque existe em doutrina e em jurisprudncia quanto a haver ttulo executivoextrajudicial decorrente da prpria relao entre condomnio e condmino e noda relao de locao, limitada, apenas, ao locador e ao locatrio.

  • Afinal, a que crdito estaria o antigo inciso IV do art. 585 a se referir:quele no pago pelo condmino ou quele no pago pelo locatrio? A relaojurdica tutelada pela lei era a que existe entre condomnio e condmino, que notem natureza contratual, ou a que existe entre locador e locatrio?

    As questes sempre exigiram a anlise do disposto no art. 275, II, b,segundo o qual observar-se- o procedimento sumrio, nas causas, qualquer queseja o valor, de cobrana ao condmino de quaisquer quantias devidas aocondomnio.

    Nada h de novo no inciso V do art. 585 quanto a esta discusso. Deveprevalecer, portanto, a orientao majoritria de que o ttulo executivoextrajudicial previsto no dispositivo refere-se, apenas e to-somente, s relaesem que existe locao de unidade condominial. A novidade reside, apenas, nadesnecessidade de apresentao de contrato escrito para embasar a execuo,sendo suficiente qualquer outro documento que prove o crdito que, pordefinio, dever ser certo, exigvel e lquido.

    A maior prova do acerto desta concluso est na prpria redao do incisoV do art. 585: a expresso bem como de encargos acessrios, tais como taxas edespesas de condomnio refere-se apenas a aluguel de imvel, no admitindo,sequer gramaticalmente, que ela possa ser entendida independentemente dela. Aexemplificao trazida por aquela expresso pressupe a relao locatcia, daqual decorre no s o dever principal (pagar aluguel) mas, tambm, asobrigaes acessrias, os encargos acessrios, tais como taxas e despesas decondomnio. Assim, no h como sustentar que taxas e despesas decondomnio no sejam lidas e interpretadas seno na funo gramatical queassumem na orao constante do dispositivo em comento: o crdito a elasrelativo deriva da relao locatcia.

    No pode haver dvida de que a Lei n. 11.382/2006 poderia ter criado umnovo ttulo executivo extrajudicial, o que colocaria um fim na discusso jnoticiada, admitindo que tambm os encargos derivados da relao entrecondomnio e condmino (art. 12 da Lei n. 4.591/1964, que dispe sobre ocondomnio em edificaes e incorporaes imobilirias) fossem todos hbeis,quando certos, exigveis e lquidos, para embasar execuo de ttulo extrajudicial.Pelas razes expostas, contudo, a nova lei no foi to longe, limitando-se a tratarde forma mais ampla a nica hiptese que j previa e continuou a prever.

    Subsiste, por isto mesmo, a discusso tal qual existente antes da novaredao do inciso V do art. 585. Mais ainda porque, segundo os que sustentamaquele entendimento, o ttulo executivo que fundamenta a execuo direta pelocondomnio em face do condmino (com o descarte da ao a que se refere oart. 275, II, b), reside no disposto no art. 12, 2, da Lei n. 4.591/1964, norevogado, no particular, pelo Cdigo de Processo Civil e, mais recentemente,pelo Cdigo Civil de 2002. Assim, como ainda so ttulos extrajudiciais todos osdemais ttulos a que, por disposio expressa, a lei atribuir fora executiva(inciso VIII do art. 585; v. n. 3.6, infra), nada h de novo sobre a questo, quando

  • analisada sob esta perspectiva. Para a defesa desta tese, v. Srgio Shimura, Ttuloexecutivo, pp. 508-517.

    3.4 Crditos de origem judicial

    O inciso VI do art. 585 tem a mesma redao do inciso V anterior.Segundo a regra, ttulo executivo extrajudicial o crdito de serventurio dejustia, de perito, de intrprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ouhonorrios forem aprovados por deciso judicial. falta de qualquermodificao no dispositivo, despiciendo qualquer comentrio a seu respeito,providncia irrecusvel para manter inclumes os propsitos deste trabalho.

    3.5 Certido de dvida ativa

    A regra constante do inciso VII no difere substancialmente do anterior(inciso VI). Trata-se de pequeno aprimoramento redacional sem que sua diretrizou finalidade tenha sido alterada. ttulo executivo a certido de dvida ativa quedeve ser expedida em conformidade com o disposto no art. 2 da Lei n.6.830/1980, que tambm disciplina o procedimento jurisdicional que visa suacobrana, o que chamado de execuo fiscal.

    falta de qualquer alterao substancial, desnecessrio qualquercomentrio ao dispositivo.

    3.6 A norma de encerramento

    O inciso VIII do art. 585 traz a chamada norma de encerramento dosttulos executivos extrajudiciais. Ser ttulo executivo qualquer outro documentoque a lei admita, mesmo que estranho s disposies codificadas. A regra nodifere da anterior, exceo da retirada da vrgula antes da conjuno a que,razo pela qual no h necessidade de tecer quaisquer comentrios a seu respeitonesta sede.

    4. Direito intertemporal

    S h uma questo relativa aplicao imediata da Lei n. 11.382/2006 noque diz respeito ao art. 585. Ela se refere extino do contrato de acidentespessoais de que resulte morte ou incapacidade, anteriormente previsto no incisoIII do art. 585 como ttulo executivo extrajudicial.

    No caso de extino de ttulo executivo extrajudicial, a aplicao imediatada nova regra no pode significar, pura e simplesmente, que as execues emcurso venham a ser julgadas extintas. Entendimento como este acabaria porimpedir a propagao de efeitos que, antes da Lei n. 11.382/2006, eram

  • legtimos. De resto, poderia acontecer que, vedado o acesso execuo porquantia certa contra devedor solvente, o credor da obrigao estivesseimpossibilitado para valer-se de outros meios para perseguir o seu crdito. Paraevitar tal situao, a melhor interpretao a de vedar que a nova lei interfiranas execues em curso. Tal entendimento no significa, contudo, que, em cadacaso concreto, no caiba ao magistrado verificar a legitimidade do ttuloexecutivo e os atributos da obrigao por ele representadas, isto , sua certeza,exigibilidade e liquidez.

    Outra interpretao que poderia ser proposta para a questo, de conversoda ao executiva em ao de conhecimento ou, at mesmo, em aomonitria deve ser descartada porque totalmente incompatveis osprocedimentos de cada uma daquelas pretenses.

    Esta concluso no significa, contudo, que aqueles contratos existentesantes da Lei n. 11.382/2006 possam ainda, j sob a gide da nova lei, embasarnovas execues. Para eles, esta via vedada.

    Para as situaes previstas no inciso V do art. 585, naquilo que ele novo,isto , no alargamento das formas de comprovao dos encargos no pagos pelolocatrio, a imediata aplicao da Lei n. 11.382/2006 significa dizer que todosaqueles documentos que venham a preencher as exigncias do inciso V do art.585 passam a ser ttulos hbeis para embasar a execuo, mesmo que parareclamar crditos anteriores ao dia 21 de janeiro de 2007.

    Norma atual Norma anterior

    Art. 586. Aexecuoparacobrana decrditofundar-se-

    Art. 586. Aexecuo paracobrana decrdito fundar-se- sempre emttulo lquido,

  • fundar-se-sempre emttulo deobrigaocerta,lquida eexigvel. 1(Revogado.) 2(Revogado.)

    ttulo lquido,certo e exigvel. 1 Quando ottulo executivofor sentena,que contenhacondenaogenrica,proceder-se-primeiro sualiquidao. 2 Quando nasentena h umaparte lquida eoutra ilquida,ao credor lcito promoversimultaneamente

  • simultaneamentea execuodaquela e aliquidaodesta.

    5. Obrigao certa, lquida e exigvel

    O caput do art. 586, na sua atual redao, vem apenas para acolherorientao vencedora na doutrina de que o ttulo executivo no , ele mesmo,certo, lquido e exigvel. Bem diferentemente, o ttulo apenas o documento querepresenta uma obrigao, entendida amplamente, como sinnimo de relaojurdica, ela prpria, a obrigao, certa (definida), lquida (quantificada ouquantificvel) e exigvel (passvel de cumprimento).

    A nova redao do dispositivo, de outro lado, tambm justifica, semprejuzo do que j escrevi no n. 1, supra, a revogao do art. 583 pela Lei n.11.382/2006. A regra, a bem da verdade, quer quando analisada desde odispositivo aqui estudado, quer quando estudada a partir do art. 580, tornou-sesuprflua, verdadeiramente desnecessria no Cdigo de Processo Civil.

    No obstante o acerto da redao atual do caput do art. 586, ela no tem ocondo de acarretar nenhuma questo nova, pelo que no h razo paraquaisquer comentrios a seu respeito.

    6. Os 1 e 2 do dispositivo

    A Lei n. 11.382/2006 revogou expressamente os 1 e 2 do art. 586 (art.7, III). A bem da verdade, as regras j haviam sido revogadas (tacitamente, porincompatibilidade, nos termos do art. 2, 1, da LICC) pela Lei n. 11.232/2005.

    que as regras tratavam especificamente de questes relativas execuo de ttulos judiciais que, com o advento daquele diploma legislativo,passaram a ser reguladas pelos arts. 475-A a 475-R.

  • A regra que ocupava o 1, quando o ttulo executivo for sentena, quecontenha condenao genrica, proceder-se- primeiro sua liquidao, ocupahoje, com alteraes, o caput do art. 475-A.

    De sua parte, o antigo 2, quando na sentena h uma parte lquida eoutra ilquida, ao credor lcito promover simultaneamente a execuo daquelae a liquidao desta, est, hoje, tambm com alteraes, no 2 do art. 475-I.

    Para o leitor interessado, os comentrios a cada um daqueles dispositivosesto nas pp. 43-50 e 80-81 do volume 1 desta Srie, respectivamente.

    7. Direito intertemporal

    No h, propriamente, nada de novo no art. 586, pelo que a regra noapresenta problemas relativos sua aplicao imediata nos processos em curso.

    Norma atual Normaanterior

    Art. 587. definitiva aexecuofundada emttuloextrajudicial; provisria

    Art. 587. Aexecuo definitiva,quandofundada emsentenatransitada em

  • provisriaenquantopendenteapelao dasentena deimprocednciados embargosdo executado,quandorecebidos comefeitosuspensivo(art. 739).

    transitada emjulgado ouem ttuloextrajudicial; provisria,quando asentena forimpugnadamedianterecurso,recebido sno efeitodevolutivo.

    8. Execuo definitiva e execuo provisria

    O art. 587, na sua atual redao, dada pela Lei n. 11.382/2006, mantm adicotomia tradicional entre a chamada execuo definitiva e a execuoprovisria. As aspas e o itlico justificam-se porque, rigorosamente, aexecuo, nestes casos, no nem definitiva nem provisria e, sim, o ttulo que afundamenta que, por qualquer razo, pende de uma ulterior deliberaojurisdicional. Por outro lado, os atos executivos que so praticados em um e emoutro caso no tm nada de definitivos ou provisrios. So, pelo contrrio,

  • tanto l como c os mesmos atos executivos que e aqui repousa a diferena podem receber alguma restrio em prol de provveis direitos do executado, isto, daquele que os sofre.

    O que sensivelmente diverso na regra que enuncia, contudo, que o art.587 passou a se referir, apenas, aos casos de execuo de ttulo extrajudicial. Oscasos de execuo definitiva e de execuo provisria respeitantes aos ttulosexecutivos judiciais passaram a ser objeto de disciplina suficiente no art. 475-I, 1, introduzido pela Lei n. 11.232/2005. Para meus comentrios a este dispositivo,v. as pp. 80-81 do volume 1 desta Srie.

    De acordo com o dispositivo, quando a execuo for fundada em ttuloexecutivo extrajudicial ela definitiva. Por execuo definitiva deve serentendida a execuo que no encontra qualquer restrio na prtica de atosexecutivos tendentes satisfao do exeqente. Diferentemente, a execuoprovisria aquela em que podem haver restries ou limitaes na prtica deatos executivos voltados mesma finalidade. Embora tais restries e limitaesvenham, desde a Lei n. 10.444/2002, sido abrandadas, elas ainda existem, comose verifica da letra do 1 do art. 475-O. neste ponto, vale enfatizar, que residea distino entre a chamada execuo definitiva e a execuo provisria.

    A segunda parte do dispositivo altera substancialmente o entendimentoconsolidado na doutrina e na jurisprudncia, quanto natureza da execuo que retomada com a rejeio dos embargos ao executado, prova segura e recente aSmula 317 do STJ: definitiva a execuo de ttulo extrajudicial, ainda quependente apelao contra sentena que julgue improcedentes os embargos.Doravante, a execuo ser provisria quando pendente de exame a sentenaque julga improcedentes os embargos opostos pelo executado, desde que e aressalva feita pelo prprio art. 587 , os embargos tenham sido recebidos (eprocessados) com efeito suspensivo. A remisso feita no artigo est errada,porque leva em conta o sistema anterior Lei n. 11.382/2006, razo pela qualcabe fazer a devida correo, que em nada prejudica a compreenso dodispositivo. A referncia ao 1 do art. 739-A. Por fora da nova regra, nopodem prevalecer, com relao aos ttulos executivos extrajudiciais, asconsideraes que lancei nas pp. 80-81 do volume 1 desta Srie, que subsistem,contudo, para os casos de impugnao dirigida ao cumprimento de sentenafundada em ttulos judiciais.

    No recuso que a regra pode ser alvo de severas crticas por parte dadoutrina e da jurisprudncia justamente porque ela se mostra na contramodaquilo que, j h muito tempo, havia sido bem resolvido: como uma execuoque se inicia definitiva (e nisto o novo art. 587 no trouxe qualquer modificao)pode prosseguir provisria, isto , com restries, justamente quando o juizrejeita os embargos do executado e o faz porque reconhece legtimos, em todosos seus aspectos, o ttulo executivo e os atos executivos praticados at ento?

    O que importa destacar, contudo, que o legislador mais recente fez umantida opo na segunda parte do dispositivo. Mesmo que tenha ido contra o

  • entendimento doutrinrio e jurisprudencial consolidado, no h nada no modeloconstitucional do processo civil que lhe negue o direito de faz-la, dizer, aregra s poderia ter sua aplicao recusada se e enquanto inconstitucional. No o caso, todavia. Assim, a tarefa que se pe doutrina e jurisprudncia construir os contornos da nova regra e verificar em que medida uma execuoque era, at a oposio dos embargos, definitiva e que ficou suspensa por forado disposto no 1 do art. 739-A (art. 791, I), passa a ser, desde o recebimento daapelao dirigida sentena que julga improcedentes os embargos, provisria.

    9. Efeito suspensivo dos embargos do executado

    O art. 587 claro quanto circunstncia de a execuo s ter aptido deconverter-se em provisria se os embargos do executado forem recebidoscom efeito suspensivo nos termos do atual 1 do art. 739-A. Caso contrrio, aexecuo que definitiva, nos termos da primeira parte do mesmodispositivo, vale a nfase no se suspende, os atos executivos devemprosseguir e eventual interposio de apelo da sentena que os julgaimprocedentes no tem o condo de transformar a qualidade dos atos executivos.Assim, o caso no de aplicao do art. 587 e, conseqentemente, do art. 475-O.

    Considerando os comentrios do art. 739-A, 1 (v. n. 11 do Captulo 5),no vejo razo nenhuma para negar que o efeito suspensivo aos embargos sejaconcedido no s quando de sua interposio, mas tambm, pelas razes e deacordo com as circunstncias l discutidas, ao longo de seu procedimento. Casoisto ocorra, a soluo dada pela segunda parte do art. 587 a de que a execuoprosseguir provisria, isto , com as restries encontradas no art. 475-O.

    10. Sentena de improcedncia

    A converso da execuo definitiva em provisria depende no s dorecebimento (ou tramitao) dos embargos com efeito suspensivo, objeto deconsideraes do nmero anterior, mas, tambm, de que a sentena que osrejeite seja uma sentena de mrito desfavorvel ao executado. Dito de maneiratcnica, tendo em conta a regra em estudo, tem que se tratar de sentena deimprocedncia, sentena que diga que o executado no tem razo, que seusembargos so rejeitados no mrito, que o ttulo executivo que fundamenta aexecuo legtimo em todos os seus aspectos e que no h qualquer vcio noprocesso de execuo e nos atos praticados at ento, pelo que ele deveprosseguir. uma sentena que tem fundamento no art. 269, I (art. 162, 1; v.

  • pp. 14-18 do volume 1 desta Srie).Nestas condies, a opo do legislador parece clara: se no se tratar de

    sentena de improcedncia, a segunda parte do art. 587 no tem aplicao.Assim, nos casos em que os embargos so rejeitados por quaisquer questesprocessuais, isto , quando a sentena que os rejeita tem fundamento em algumdos dispositivos do art. 267, inclusive liminarmente para os fins do art. 739 na suaatual redao, no h como negar que a execuo, que retomar seu curso como proferimento da sentena, seja (melhor: volte a ser) definitiva e noprovisria. A justificativa do legislador para estes casos facilmenteperceptvel: na hiptese, o executado no logrou sequer convencer o magistradode primeira instncia que tinha direito a impugnar a execuo e, nestascondies, no obstante o efeito suspensivo concedido de incio (art. 739-A, 1),com o proferimento da sentena, a eficcia total do ttulo executivo liberada eretomada, sem quaisquer restries, a execuo.

    Mesmo que, em todas as hipteses at aqui discutidas, a apelao doexecutado no seja recebida com efeito suspensivo (art. 520, V), oprosseguimento da execuo sem as restries do art. 475-O, isto , definitiva,no encontra seu fundamento nesta regra, mas, bem diferentemente, no prprioart. 587, que reserva o carter de provisria somente execuo que seguenos casos de apelao interposta da sentena de improcedncia dos embargos.

    importante analisar a situao oposta quela discutida at aqui, isto , desentena que acolhe os embargos, que os julga procedentes. Se se tratar desentena de procedncia dos embargos, a possibilidade de retomada da execuomerece uma ressalva. Isto porque a apelao eventualmente interposta daquelasentena ser recebida com efeito suspensivo, diante do prevalecimento da regrageral do caput do art. 520. O problema desta afirmao reside no quecaracteriza, como tal, o efeito suspensivo da apelao: ineficcia momentneada sentena. Na medida em que a sentena que paralisa, de vez, oprosseguimento da execuo, total ou parcialmente, em consonncia com oacolhimento total ou parcial dos embargos, se ela , merc do efeito suspensivoda apelao, ineficaz, difcil sustentar, por este fundamento, que a execuo nopossa legitimamente prosseguir.

    A prtica do foro, contudo, sempre repeliu este entendimento,prevalecendo, desde o proferimento da sentena favorvel ao executado, aparalisao da execuo e da prtica dos atos executivos, de acordo com oacolhimento total ou parcial dos embargos. como se o efeito suspensivo dosembargos e a determinao da suspenso da execuo que era automtica,desde que os embargos fossem recebidos (arts. 739, 1, e 791, I, antes da Lei n.11.382/2006) operassem independentemente do proferimento da sentena e desua ineficcia por causa do efeito suspensivo da apelao interposta peloexeqente (art. 520, caput).

    O que se pe para refletir com a nova lei e a radical modificao doregime dos embargos execuo, que s tero efeito suspensivo se presentes os

  • pressupostos do atual 1 do art. 739-A (v. n. 11 do Captulo 5), dependendo disto,conseqentemente, a suspenso da execuo (art. 791, I; v. n. 34 do Captulo 5), em que medida o entendimento exposto no pargrafo anterior tem lugar paraprevalecer.

    Nada h de novo quando aos embargos for concedido efeito suspensivo. Adeterminao da suspenso da execuo (art. 791, I) tem tudo para continuar aprevalecer sobre o efeito suspensivo da apelao interposta pelo exeqente-embargado e o prolongamento da ineficcia da sentena que julga procedentesos embargos, como se observa na prtica do foro. Na hiptese inversa, contudo, difcil sustentar que a sentena de procedncia dos embargos possa, desde logo,surtir seus efeitos, incluindo os de paralisar a execuo, justamente por causa doefeito suspensivo da apelao dela interposta. Em casos como estes, serimportante, para no usar a palavra indispensvel, sempre muito forte, que oexecutado, consoante o comportamento a ser adotado pelo exeqente, requeiraao juzo dos embargos ou, at mesmo, ao Tribunal competente para julgar aapelao, o efeito suspensivo a que se refere o 1 do art. 739-A, medida que,concedida, ter aptido de paralisar a execuo nos termos do art. 791, I. Omesmo entendimento deve ser reservado se esta suspenso da execuo forobtida por intermdio de cautelar ajuizada com fundamento no pargrafo nicodo art. 800. Tanto uma como outra providncia ter o condo de discernir aineficcia da sentena dos embargos (ineficcia que deriva do recebimento daapelao interposta pelo exeqente com efeito suspensivo) da determinao desuspenso da execuo nos moldes do art. 791, I.

    11. Efeito suspensivo apelao (o pargrafo nico do art. 558)

    O recurso de apelao dirigido sentena que rejeita os embargos,qualquer que seja seu fundamento, isto , sentena terminativa (art. 267) ousentena definitiva (art. 269), no tem efeito suspensivo. E isto mesmo quando ahiptese de rejeio dos embargos for liminar (art. 739). a regra, que aindasubsiste, do inciso V do art. 520.

    H, certo, projeto de lei, recentemente aprovado no Senado Federal, quemodifica o dispositivo. Trata-se do Projeto de Lei da Cmara (PLC) n. 30/2005,que leva apelao a mesma regra do recurso de agravo de instrumento, isto ,a apelao passar a no ter efeito suspensivo a no ser que o apelantedemonstre a necessidade de sua concesso por fora da probabilidade deacolhimento de seu recurso (fumus boni iuris) e a probabilidade de dano imediatoe irreparvel ou, quando menos, de difcil reparao at o julgamento do recurso(periculum in mora). Enquanto no se encerra o processo legislativo com relao aprovao daquela nova e interessantssima regra, contudo, prevalece, paratodos os fins, o dispositivo destacado no pargrafo anterior.

  • O que, por vezes, parece escapar da apreciao geral e, sobretudo, daaplicao do dia-a-dia do foro, que a regra do art. 520, V (e de todos os demaisseis incisos do mesmo dispositivo), independentemente de qualquer novaalterao do Cdigo de Processo Civil, j aceita temperamento expresso nopargrafo nico do art. 558, que consagra apelao a mesma regra do agravode instrumento, dizer de forma bem direta: a apelao que no tem efeitosuspensivo (e este o caso aqui examinado) pode vir a ter desde que o apelantedemonstre a necessidade de sua concesso, pela ocorrncia do fumus boni iuris edo periculum in mora referidos acima.

    Caso isto se d e sempre me pareceu que um tal pedido pode, desdelogo, ser formulado para o juzo a quo, de interposio do apelo , a regra dasegunda parte do art. 587 no tem aplicao. que, na hiptese, a execuo nopode prosseguir quer definitiva ou provisria justamente pelo efeitosuspensivo dado apelao do executado-embargante e, nestas condies, tudose passa, para ir direto ao ponto, como se o efeito suspensivo eventualmenteco


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