PROBLEMAS DIGESTÓRIO
Profº. Enfº. Esp. Diógenes Trevizan
Hemorragia Digestiva Alta e Baixa
• Conceito:• É o sangramento no tubo digestivo; é considerada alta quando se
localiza entre a faringe e o duodeno; e baixa quando localizada do jejuno para baixo (íleo, cólon, reto, ânus).
• Etiologia:• A causas mais frequentes são as lesões gastroduodenais crônicas
(úlcera duodenal e gástrica crônica); lesões agudas da mucosa gastroduodenais, anti-inflamatórios não hormonais, úlcera de stress,
varizes esofagianas.
• Quadro Clínico:• A hemorragia digestiva alta (HDA) geralmente se manifesta por
hematêmese (vômito de sangue vivo) HDB.• Geralmente se manifestam por palidez cutânea, sudorese fria, aumento das frequências cardíaca e respiratória, diminuição da
pressão arterial e agitação psicomotora.
• Diagnóstico e Tratamento:• O diagnóstico é feito através do quadro clínico e avaliação rápida do tempo e da qualidade de sangue perdido, seguido da estabilização do
paciente e realização de exames complementares de diagnóstico e terapêuticas (Endoscopia digestiva alta ou colonoscopia, dosagem
seriada de HB/HT).
• Hemácias: glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de oxigênio pelo organismo;
• Leucócitos: glóbulos brancos, responsáveis pelo sistema de defesa do organismo, auxiliam no combate a infecções;
• Plaquetas: fragmentos de células que são produzidos na medula óssea, responsáveis pela coagulação do sangue.
• Hemoglobina: é uma proteína presente nas hemácias, responsável por pigmentar o sangue e transportar o oxigênio pelo corpo. Quando
seus valores estão baixos, pode causar descoloração do sangue, palidez e falta de oxigênio nos órgãos;
• Hematócrito: representa a porcentagem de sangue ocupada pelas hemácias, por exemplo, caso apareça como 40%, significa que 40% do
sangue do paciente é composto de hemácias. Seus valores altos podem indicar policitemia, enquanto seus valores baixos podem
indicar um caso de anemia;• Eritrograma: É a primeira etapa de análise do exame, nela são
analisados os valores dos glóbulos vermelhos.
Tratamento• O tratamento inicial visa a estabilização hemodinâmica, feita de forma rápida e segura:
• Puncionar 01 ou 02 veias periféricas com abocath de grosso calibre (nº 14) para infusão de solução salina e sangue. Pode ser necessário a cateterização de veia central para mensuração da
pressão venosa central (PVC).• Coleta do sangue para verificação de HB/HT e tipo sanguíneo.• Sondagem vesical de demora para verificar débito urinário.
• A sonda nasogástrica na HDA é de uso discutível, porém pode ser importante verificar sangramento recente (sangue vivo) ou em “borra de café” e também para realizar lavagem
gástrica, melhorando as condições de visualização para a endoscopia.• É fundamental o controle rigoroso dos sinais vitais (P, R, PA), até de hora em hora, para o
diagnóstico e avaliação de qualquer alteração hemodinâmica.• Nos pacientes com HDA por varizes de esôfago estes podem se manter com balão de Sengtaken-
Blakemore com volume de 100ml para o balão gástrico e pressão de 40mmHg no balão esofágico.• Os pacientes mantêm-se em jejum sendo realimentados gradativamente com dietas apropriadas
para a patologia.• As medicações mais utilizadas na HDA são: omeprazol, ranitidina, cimetidina, metoclopramida,
hidróxido de alumínio e magnésio.
Cuidados de enfermagem ao paciente portador de hemorragia digestiva alta
• Manter o paciente em decúbito elevado 30 graus.• Oxigenioterapia (cerca de 2 litros por minuto).
• Monitorização cardíaca contínua.• Controle de sinais vitais de 1/1 hora, a princípio.
• Manter veia permeável.• Controle hídrico rigoroso (desidratação x hiperidratação).
• Se prescrito, explicar o procedimento ao paciente e passar sonda nasogástrica.• Manter SNG aberta, anotando débito e aspecto do conteúdo drenado.
• Realizar sondagem vesical, conforme orientação médica.• Observação constante de:
• Nível de consciência (confusão mental, agitação psicomotora, delírios)Padrão respiratório (dispneia, taquipnéia, apneia
• Sinais de choque (sudorese fria e pegajosa, cianose, pulso filiforme, palidez)• Distensão abdominal, eliminação intestinal (melena – quantidade, número de
vezes, aspecto).• Icterícia.
• Cuidados especiais:• Manter o paciente em cama berço.
• Se necessário, restringir o paciente, com cuidados para evitar o garroteamento.• Cuidados com cateteres e sondas.• Higiene oral de 4/4 horas e s/n.
• Cuidados ao executar enema ou enteroclisma.• Cuidados com transfusão sanguínea (temperatura, gotejamento, reações
alérgicas).• Manter o paciente o mais confortável possível.
Assistência de enfermagem a pacientes em pós-operatório de cirurgias abdominais de grande porte
O paciente responde de modo muito satisfatório quando ele sabe antecipadamente o que vai acontecer durante toda a internação. Essas
informações não devem ser apenas do médico, e para que a enfermagem possa dar essas informações, antecipando o
acontecimento, elas devem ser muito bem orientadas.
Patologias Cirúrgicas Mais Frequentes no Trato Digestivo:
• Esôfago:• Queixas mais constantes dos pacientes portadores de patologias no
esôfago são:• Azia, queimação e dor retroesternal, disfagia, anorexia, desnutrição,
emagrecimento.• As patologias cirúrgicas mais frequentes são:
• Corpo estranho no esôfago, esofagite de refluxo com hérnia hiatal, megaesôfago, varizes esofágicas (cirrose), câncer do esôfago.
• Pacientes com SNG devem ter sempre a cabeceira do leito elevado em 30 graus, com essa medida estamos prevenindo a Esofagite de refluxo,
patologia seria no esôfago podendo terminar até em estenose total do órgão.
• Estômago e Duodeno:• Queixas mais constantes dos portadores de patologias no estômago e
duodeno são:• Dor em queimação, dor tipo “vazio”, náuseas, vômitos, soluços, eructação,
distenção, anorexia, emagrecimento.• As patologias cirúrgicas mais frequentes são:
• Úlcera gástrica estenosante, hemorrágica, câncer do estômago, úlcera duodenal com estenose, hemorragia, perfurada, câncer do duodeno.
• Atualmente a cirurgia laparoscópica começa a ter maior frequência, sem incisão cirúrgica, com uma recuperação cirúrgica fantástica, porém com os mesmos transtornos hemodinâmico, cardiorrespiratórios e circulatórios do
paciente “aberto”. Os cuidados da enfermagem nesse tipo de paciente devem ser redobrados e a monitorização contínua.
• Intestino Delgado e Grosso:• As queixas constantes dos pacientes portadores de patologias no Intestino Delgado são:
• Distensão abdominal, dor tipo cólica, vômitos e vômitos fecalóides.• O intestino grosso se manifesta com os seguintes sintomas: dor em quadrante inferior,
“empachamento”, distensão, flatulência, anorexia, emagrecimento, anemia crônica, enterorragia/sangue vivo pelo anus, melena, tenesmo/sensação dolorosa na bexiga ou
na região anal, parada de eliminação de gases e fezes, fecaloma, entre outros.• As patologias cirúrgicas mais frequentes do Intestino Delgado são:
• Estenoses, tumores de delgado, enterite regional (Síndrome de Crohn), pólipos.• As patologias do Intestino Grosso são mais frequentes, e em maior números, são elas:• Doenças inflamatórias, megacólon, pólipos intestinais, apendicites, câncer do cólon,
prolapso retal, entre outras.
• Fígado, Vias Biliares e Pâncreas:• As queixas mais constantes dos pacientes portadores de patologias no
Fígado, Via Biliares e Pâncreas são:• Dor, de intensidade variável, no quadrante superior direito, tipo cólica,
icterícia, náuseas, vômitos, febres, calafrios, sepses. Esses sinais e sintomas vão ser variáveis de acordo com a gravidade e local da patologia: fígado,
vesícula ou pâncreas.• As patologias cirúrgicas mais frequentes do Fígado são:
• Abcessos hepáticos, câncer hepático primário, câncer metastático hepático, entre outros.
• As patologias cirúrgicas mais frequentes das Vias Biliares são:• Colecistites agudas e crônicas, coledocolotíase, estenose de colédoco,
câncer das vias biliares, entre outros.• As patologias cirúrgicas mais frequentes do Pâncreas são:
• Câncer do pâncreas, pseudocisto ( não tem parede organizada de epitélio e sim de granulação) do pâncreas, pancreatite crônica, pancreatite necro-
hemorrágica, entre outras.
Cuidados de enfermagem ao paciente portador de pancreatite aguda
• Os cuidados básicos são os mesmos da HDA, porém com alguns cuidados especiais a saber:
• Manter jejum, cpm;• Controle de glicemia, pois o paciente pode apresentar hipo ou hiperglicemia;• Observar distensão abdominal, eliminações intestinais;• Observar icterícia e presença de petéquias;• Dar atenção às queixas de dor;• Observar e anotar as características da drenagem gástrica;• Controlar SSVV de 2/2horas;• Higiene oral de 4/4horas e s/n.• Após melhora do quadro, (quando não mais em jejum):• Iniciar e incentivar hidratação;• Incentivar ingesta de dieta hipogordurosa e hipercalórica
• Complicações no Pós-Operatório:• As complicações acontecem e devem ser corrigidas no momento do
diagnóstico. Deve ser precoce, e só é possível quando o paciente é observado pelo grupo de enfermagem. Essa atenção acontece na
observação clínica, na sua monitorização, no tipo e aspecto da drenagem da cavidade.
Fim!!!