PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ
CURSO DE PEDAGOGIA
LUANA DE SOUZA MIGUEL
PEDAGOGIA HOSPITALAR:
um olhar sobre a ação dos grupos de animadores
São José
2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ
CURSO DE PEDAGOGIA
LUANA DE SOUZA MIGUEL
PEDAGOGIA HOSPITALAR:
um olhar sobre a ação dos grupos de animadores
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC II) elaborado para o curso de graduação em Pedagogia do Centro Universitário Municipal de São José – USJ. Orientadora: Prof.ª Ma. Marinez Chiquetti Zambon
São José
2015
Dedico este trabalho, primeiramente а Deus, pelo
discernimento concedido ao longo dessa caminhada, a
minha mãe, Teresinha de Fatima Souza, a minha irmã,
Tatiane Teresinha da Silva, ao meu marido, Jorge Carvalho
dos Santos Lima, e às colegas da faculdade: Marlete
Renosto Sperandio, Cione Vieira e Ana Cristina de Almeida,
pelo incentivo e apoio constantes.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pelo discernimento concedido ao longo
dessa caminhada, pois sem ele eu não teria conseguido nem a metade desta
conquista.
Ao Centro Universitário Municipal de São José-USJ, pela oportunidade de
fazer о curso de Pedagogia.
A minha mãe, Teresinha de Fátima Souza, que esteve internada, mas mesmo
assim me deu forças, sempre dizendo para eu não desistir do que mais gosto e do
meu sonho, que é ser professora.
À minha querida orientadora, Marinez Chiquetti Zambon, pela paciência na
orientação, por seus ensinamentos, por dedicar grande parte do seu tempo para me
ajudar, pelo incentivo e dedicação constantes durante o desenvolvimento deste
trabalho.
Meus agradecimentos às minhas colegas da faculdade: Marlete Renosto
Sperandio, Cione Vieira e Ana Cristina de Almeida, por terem me ajudado nos
momentos em que mais precisei. Pela amizade, alegria e tristeza compartilhadas
desde a primeira fase do curso.
Ao meu marido, Jorge Carvalho dos Santos Lima, por todo o apoio.
E agradeço aos membros da banca examinadora: Profª Ma. Carolina Ribeiro
Cardoso da Silva e Profª. Ma. Silvanira Lisboa Scheffler, por terem aceitado o
convite para participar desse momento tão importante para mim.
PARA REFLETIR...
O clown não é o palhaço que faz
rir, mas o homem e a mulher que
sabem ver o positivo mesmo onde
ele parece não existir, e sabem
arrancar o sorriso mesmo onde a
dor sugere apenas lágrimas.
Massimo Giuggiol
RESUMO O presente estudo teve a finalidade de investigar a Pedagogia Hospitalar com o olhar sobre a ação dos grupos de animadores que atuam nestes espaços. A questão problema surgiu ao se buscar identificar a proposta pedagógica que ocorre nas ações dos grupos de animadores que atuam nos hospitais da Grande Florianópolis. O estudo deste tema se amparou na importância de oferecer à criança e/ou adolescente a possibilidade de continuar o seu desenvolvimento intelectual de forma harmônica dentro dessas instituições, numa perspectiva de conhecer alguns dos grupos de animadores que atuam nos hospitais, identificando qual a formação dos indivíduos que participam dos grupos e buscando entender sua proposta de ação. Quanto aos referenciais teóricos, leram-se os estudos de diversos autores, como o do palhaço americano Michael Christensen, Fonseca, Nogueira, Matos, Mugiatti e Wallon. Quanto à metodologia, a pesquisa caracterizou-se como um estudo de caso, do tipo exploratório. Como instrumento de pesquisa, optou-se pelo questionário, aplicado com o grupo de animadores. O estudo foi realizado com 12 voluntários, sendo a população alvo constituída por sujeitos adultos de ambos os sexos. Os resultados da leitura de dados foram organizados em gráficos, a fim de facilitar sua visualização e discussão. A partir do trabalho realizado, foi possível concluir que o grupo investigado tem uma proposta pedagógica, sendo que todo o movimento que o grupo faz está baseado em uma proposta de ludicidade, potencializando as crianças em ambientes hospitalizados a alegria e a ludicidade. Palavras-chave: Pedagogia Hospitalar. Grupos de animadores. Proposta Pedagógica.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Resultados obtido sobre a formação acadêmica. ..................................... 42
Gráfico 2: Imitação ou reprodução das brincadeiras ................................................. 43
Gráfico 3: Retorno do grupo ...................................................................................... 44
Gráfico 4: Planejamento das atividades .................................................................... 45
Gráfico 5: Tempo do grupo para ir aos hospitais ....................................................... 46
LISTA DE ABREVIATURAS
APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte
ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente
LDB - Leis de Diretrizes e Bases da Educação
MEC - Ministério da Educação
ONG - Organização não Governamental
OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 10
1.2 PROBLEMÁTICA ................................................................................................ 11
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 11
1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................. 11
1.3.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 11
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................ 11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 13
2.1 CONCEITUANDO PEDAGOGIA HOSPITALAR .................................................. 13
2.2 O EDUCADOR NO HOSPITAL: APRENDIZAGEM DA CRIANÇA ...................... 16
2.3 O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO? ............................................................................. 21
2.4 AS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS ............................................... 23
2.5 GRUPOS DE ANIMADORES .............................................................................. 24
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 28
3.1 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................... 28
3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA ....................................................................... 29
3.3 INSTRUMENTO DA PESQUISA ......................................................................... 30
3.4. PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS ...................................................... 30
3.5 ANÁLISE DE DADOS .......................................................................................... 31
3.6 CARACTERÍSTICAS DO CONTEXTO DA AMOSTRA ....................................... 31
3.7 FINALIZAÇÃO E CONCLUSÃO DA COLETA DE DADOS .................................. 47
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 48
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49
APÊNDICES ............................................................................................................. 53
APÊNDICE A – CONHECIMENTO DO GRUPO EM RELAÇÃO À CRIANÇA
HOSPITALIZADA ...................................................................................................... 54
ANEXOS ................................................................................................................... 57
ANEXO A – DECLARAÇÃO DE REVISÃO ............................................................... 58
10
1 INTRODUÇÃO
O Trabalho de Conclusão de Curso- TCC aborda o tema Pedagogia
Hospitalar com o olhar direcionado à ação dos grupos de animadores, uma atividade
que vem se ampliando e oferecendo cada vez mais espaço para o profissional que
atende as crianças, dando-lhes suporte pedagógico. Sabendo-se que a educação
em ambientes hospitalares é um direito da criança, de acordo com Brasil (1995, p.1),
elas têm o: “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de
educação para a saúde, acompanhamento do curriculum escolar durante sua
permanência hospitalar”.
1.1 JUSTIFICATIVA
A escolha do tema Pedagogia Hospitalar e os grupos de animadores que
atuam nos hospitais se deu pelo fato de ser uma área do interesse da pesquisadora
que pretende prosseguir os estudos dentro do contexto da pedagogia e dos
hospitais, em virtude de sua curiosidade em saber mais sobre as ações pedagógicas
que podem ser realizadas dentro de um hospital, em especial, sobre os grupos de
animadores que atuam nesse ambiente.
É sabido que a educação é um direito de todos, e mesmo estando em um
ambiente hospitalar, o indivíduo deve receber a atenção da sociedade, pois tem
direito a dar continuidade a seus estudos, independente das condições em que se
encontra. Toda criança, hospitalizada ou não, de acordo com a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LDB) 9394/96, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e
a Constituição Nacional, tem direito à educação e ao acesso a todas as
oportunidades educacionais, devendo ser garantido a ela seu desenvolvimento
físico, afetivo e cognitivo.
Dessa forma, o estudo do tema justifica-se tendo em vista a importância de
oferecer à criança e/ou ao adolescente a possibilidade de continuar o seu
desenvolvimento intelectual de forma harmônica. Este estudo é relevante também
porque traz a possibilidade de conhecer melhor os direitos das crianças que estão
dentro das instituições, tendo momentos lúdicos, por meio das ações criadas pelos
grupos que atuam nesses ambientes.
11
1.2 PROBLEMÁTICA
A partir dos grupos de animadores que atuam em ambiente hospitalar, na
Grande Florianópolis, surgiu a questão problema do presente estudo: qual a
proposta pedagógica que ocorre nas ações dos grupos de animadores que atuam
nos hospitais da Grande Florianópolis?
1.3 OBJETIVOS
Para encontrar respostas à questão problema, formulou-se um objetivo geral
e alguns objetivos específicos.
1.3.1 Objetivo geral
Identificar a proposta pedagógica, nas ações dos grupos de animadores que
atuam nos Hospitais da Grande Florianópolis.
1.3.2 Objetivos específicos
Conhecer alguns dos grupos de animadores que atuam nos hospitais.
Registrar a formação dos sujeitos atuantes nos grupos de animadores.
Reconhecer o planejamento do grupo em relação à proposta pedagógica
para aplicação com crianças nos hospitais da Grande Florianópolis.
Investigar os objetivos da proposta pedagógica nas ações dos grupos de
animadores nos hospitais.
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
Para melhor orientação do leitor, dividiu-se o trabalho em três partes ou
capítulos.
No capítulo um apresenta-se a fundamentação teórica, tendo sido feitas
pesquisas em obras literárias e sites acadêmicos que nortearam o percurso do
estudo, consultando autores, como: Sellier (2005), Matos, Mugiatti, Wallon, Vygotski
12
e Fonseca. No decorrer do capítulo, discorre-se sobre a aprendizagem da criança
hospitalizada, sobre a autoestima, o ambiente e as emoções. Tratando a importância
da integração do pedagogo hospitalar com a equipe multidisciplinar formada de
médicos, enfermeiras e psicólogos. Para um bom andamento da ação pedagógica
da criança internada, todas as áreas que estão cuidando da criança devem
colaborar umas com as outras. Neste mesmo capítulo também se identifica o
conceito de Pedagogia Hospitalar desde o seu surgimento, em 1935, sendo
posteriormente abordadas as leis que fundamentam a sua implantação. Procura-se
verificar ainda qual o papel do educador nos hospitais, o que são Organizações Não
Governamentais, o que são grupos de animadores e um breve histórico dos
Doutores da Alegria, que são usados, nesta pesquisa, como um grupo que serve de
exemplo.
No capítulo dois, explica-se como se deu a elaboração do trabalho, ou seja,
qual foi a metodologia escolhida, caracterizando-se a pesquisa como do tipo
exploratória, com um estudo de caso, definida como qualitativa e quantitativa. Faz-se
a apresentação e discussão dos resultados das leituras dos dados obtidos na
investigação da ação de um dos grupos que atuam nos hospitais da Grande
Florianópolis.
No capítulo três, parte final da pesquisa, trazem-se as considerações finais,
com a síntese dos pontos que foram considerados mais importantes, apresentando a
conclusão dos estudos, fechando com os objetivos alcançados ou não e
especificando se o estudo realizado atendeu às expectativas da pesquisadora.
13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Ao longo deste capítulo, apresenta-se o conceito da Pedagogia Hospitalar,
bem como se aborda o tema da aprendizagem da criança quando está num
ambiente hospitalar e das legislações e dos direitos das crianças quando estão
hospitalizadas. Também se explica o que são organizações não governamentais e,
no final, faz-se a descrição dos grupos de animadores, citando como exemplo os
Doutores da Alegria.
2.1 CONCEITUANDO PEDAGOGIA HOSPITALAR
Para iniciar, fala-se sobre a história da pedagogia hospitalar. Inicialmente,
conceitua-se o termo Pedagogia, palavra que vem do grego antigo e se dá pela
junção de paidós, que significa criança, e agogé, que significa condução. Já a
palavra Pedagogo significa aquele que pratica a pedagogia, também tem origem
grega, vem dos termos paidós (criança), e agogos (condutor). (GHIRALDELLI, 1996,
p.1).
Na Grécia antiga, existiam os paidagogos, que eram pessoas, escravos ou
empregados de confiança; eles conduziam as crianças, que eram os filhos de
pessoas ricas, até a escola. Quando as crianças alcançavam a idade escolar,
podiam ter a educação também com intervenção de um paidagogo, que ajudava na
educação até os dezoito anos de idade. Com o tempo, isso foi mudando e hoje,
pedagogo é aquele que promove a aprendizagem, que foca nos processos de
educação, dentro ou fora do ambiente escolar. (MAIA, 2007, p.1).
Sendo a educação um direito garantido na Constituição Federal, a todo e
qualquer cidadão, não seria certo manter longe desse direito as crianças que ficam
hospitalizadas durante longos períodos. Direito de ter acesso à atividade de
recreação, disponibilidade de profissionais da educação com conhecimento para
atuar neste espaço e possibilidade de dar continuidade ao curriculum escolar
durante sua permanência no hospital.
Com base nisso, e levando em conta a necessidade de dar atenção educativa
para as crianças, começou a nascer uma nova área para a formação do pedagogo:
a Pedagogia Hospitalar, que proporciona à criança hospitalizada atividades
pedagógicas através de ações lúdicas e recreativas.
14
Procurando saber um pouco mais sobre o assunto, nas obras consultadas
verificou-se que a Pedagogia Hospitalar surgiu no ano de 1935, em Paris, quando
Henri Sellier inaugurou a primeira escola para crianças inadaptadas, devido ao
grande número de crianças tuberculosas. Logo depois, a Alemanha, a França e os
Estados Unidos utilizaram essa proposta. De acordo com Fonseca (1999), “esta
prática iniciou-se no Brasil na década de 1950, no Rio de Janeiro, no Hospital Escola
Municipal Menino Jesus”. (FONSECA, 1999, p. 160).
Ao abrir espaço para profissionais da educação em hospitais, criou-se uma
nova perspectiva de educação para as crianças hospitalizadas. Segundo Fonseca
(2003, p.14):
O atendimento pedagógico – educacional, no ambiente hospitalar deve ser entendido como uma escuta pedagógica as necessidades e interesses da criança, buscando atende-las o mais adequadamente possível nestes aspectos e não como uma mera suplência escolar ou “massacre” concentrando no intelecto da criança.
A Pedagogia Hospitalar atende às necessidades pedagógicas das crianças
internadas, com sua saúde fragilizada, além de dar um suporte pedagógico,
contribuindo para dar continuidade aos seus estudos, mesmo estando elas distantes
da escola. Suporte que se dá quando o pedagogo desenvolve seu trabalho baseado
em seu planejamento, criando ações intencionais realizadas de forma lúdica,
fazendo com que as crianças se esqueçam de suas doenças e limitações e se
sintam inseridas novamente no contexto da educação. (ESTEVES, 2001). Afinal, a
criança que permanece, por algum tempo, no ambiente hospitalar, requer uma
atenção especial, devido a sua fragilidade neste ambiente. Longe da companhia de
seus amigos, sem poder brincar e praticar exercícios, a criança pode sentir-se ainda
mais debilitada.
Portanto, eis aí um grande desafio para os pedagogos que gostam dessa
área, como Mattos e Muggiati (2001, p. 15) pontuam:
[...] a questão da formação desse profissional constitui-se num desafio aos cursos de Pedagogia, uma vez que as mudanças sociais aceleradas estão a exigir uma premente e avançada abertura de seus parâmetros, com vistas a oferecer os necessários fundamentos teóricos- práticos para o alcance de atendimentos diferenciados emergentes no cenário educacional.
15
Por ser uma área delicada de atuação, devido ao acompanhamento das
crianças em um momento de fragilidade, o pedagogo que vai atuar nesses espaços
necessita de uma formação diferenciada, que envolve conhecimentos pedagógicos
mais profundos em relação ao tratamento e à elaboração da sua proposta
pedagógica, e que saiba construir ações pedagógicas intencionais diferenciadas.
Algumas práticas pedagógicas educacionais são garantidas pela lei em
hospitais:
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, o direito à educação é dever não só da escola, mas da sociedade, onde se devem buscar alternativas que amenizem as dificuldades encontradas em muitas situações. Neste contexto surge uma nova área de atuação para os profissionais da educação: o hospital. (MATOS; MUGGIATI, 2001, p.20).
Dando continuidade a este tema que trata do direito das crianças e dos
adolescentes em hospitais, segundo Matos; Muggiati, (2001, p.20):
O enfermo hospitalizado, principalmente, em se tratando da criança e do adolescente, passa por uma experiência dolorosa de privação de saúde e de liberdade, passa pela dor física e pelo desequilíbrio emocional, este acarretado devido a sensação de abandono no ambiente hospitalar dificultando a cura e prolongando o tratamento. Este quadro se reflete na vida escolar da criança a qual, muitas vezes, acaba perdendo o ano letivo.
De acordo com essa citação, o pedagogo, profissional da educação que tem
como finalidade, dentro do hospital, atender as crianças com ações pedagógicas
intencionais, também precisa saber trabalhar de forma multidisciplinar, pois, em
ambiente hospitalar, ele precisa conhecer o estado de cada criança internada, e isso
ocorre somente com a união dos profissionais da saúde numa perspectiva de
trabalho interdisciplinar. Assim, quanto maior for essa união, maior será a qualidade
das ações educativas. Com efeito:
A finalidade da Pedagogia Hospitalar é integrar educadores, equipe médica e a família, num trabalho em conjunto permitindo ao enfermo, mesmo em ambiente diferenciado, integrar por meio de ações, lúdicas, recreativas e pedagógicas novas possibilidades, de forma a dar continuidade a sua vida escolar, de maneira a beneficiar sua saúde física, mental e emocional. Este trabalho deve integrar mudanças no ambiente físico hospitalar tornando-o mais alegre e
16
aconchegante com projetos pedagógicos adequados. (MATOS; MUGGIATI, 2001, p.20).
A equipe que trabalha nos espaços hospitalares tem que buscar um único
objetivo: propiciar o melhor para as crianças. Dessa forma, a pedagogia hospitalar é
intensa e diferenciada pela forma como o professor deve trabalhar nesse espaço de
educação não formal.
2.2 O EDUCADOR NO HOSPITAL: APRENDIZAGEM DA CRIANÇA
Matos e Mugiatti (2001, p.35) afirmam que a educação no âmbito hospitalar
poderá tratar, em seus objetivos, situações escolares que influenciam no
desenvolvimento das crianças hospitalizadas. Uma estrutura hospitalar também
abrange interrelações com diversos fatores, fato que amplia a necessidade de
conhecimentos sobre seu contexto.
Assim, o educador busca novas soluções por meio do seu aperfeiçoamento,
numa perspectiva de assumir o compromisso de ampliar a sua formação, integrando
a equipe que está no ambiente hospitalar, podendo se tornar, juntamente com os
demais profissionais da área de saúde, sujeito de uma proposta integrada, em que
surge a necessidade de ações de educação. (MATOS; MUGIATTI, 2001, p.3).
Todos os profissionais que estão no hospital são responsáveis por promover o
bem-estar das pessoas e de seus acompanhantes, principalmente quando o
paciente é uma criança que tem dificuldade para entender o que significa estar
internado. Não pode haver má vontade por parte daqueles que trabalham nos
hospitais e estão em constante contato com os hospitalizados. Todos têm influência,
direta ou indireta, com a ação que sua profissão permite neste espaço. Nesse
sentido:
A intervenção lúdico-terapêutica preconiza que o investimento na aprendizagem da criança hospitalizada, enquanto promovido por um professor da classe hospitalar, deva focar o estímulo ao desenvolvimento num sentido ampliado assim como o favorecimento ao alcance de habilidades e competências esperadas para cada idade e para cada contexto específico de hospitalização e/ou adoecimento experimentado pela criança. (MIRANDA; FILHO, 2012 p.204).
17
Portanto, para que haja um bom andamento dos estudos da criança
hospitalizada, é necessário haver uma integração entre o profissional da educação
que está atendendo no hospital, a família e a equipe médica. Durante o período de
hospitalização, o hospital será a casa da criança. Em vista disso:
Partidários desta perspectiva de trabalho ajustam-se mais livre e criativamente à necessidade imprescindível de flexibilizar o currículo escolar, quando da eventual importação deste para o ambiente da enfermaria pediátrica, o qual, nesse sentido, quase não se identificará mais com os currículos típicos. (MIRANDA; FILHO, 2012 p.204)
Por esse motivo, a criança doente deve ser acolhida com muito respeito, e a
instituição, o hospital, deve possibilitar e colaborar para que o profissional tenha a
sua disposição um ambiente adequado para os estudos das crianças, bem como
materiais que a criança não tem por não estar preparada para ficar no ambiente
hospitalar. Na opinião de Morais e Costa (2009, p.640):
[...] a necessidade de internamento produz na criança, quase sempre, um duplo traumatismo, pois concomitantemente à separação do ambiente familiar, acolhedor e que imprime um sentimento de proteção, ela é levada ao hospital, frio, impessoal e hostil.
O ambiente e as pessoas que dão assistência, de alguma forma, para as
crianças, podem interferir positivamente ou negativamente. Se a criança está em
ambiente com uma decoração agradável, higienizado e aconchegante, que a faz
esquecer que está em um hospital, este já é um fator que contribui para o seu bem-
estar, porque geralmente o ambiente hospitalar deixa a criança tensa.
É importante fazer com que a criança se sinta a vontade e manter um vínculo
com a sua vida antes da internação para, assim, ser mais fácil para ela se curar.
Cabe salientar aqui que:
Outro fator importante contido na fala apresentada é a limitação da criança quanto ao brincar. Além disso, o ambiente hospitalar é comumente percebido como hostil e cheio de regras a seguir. Dessa forma, a criança hospitalizada tem maior risco de sofrer prejuízos no seu desenvolvimento físico e emocional. (SENA, 2011 p.45).
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As crianças que estão no hospital devem ser chamadas pelo nome. Estar
internada já priva a criança da sua infância. E quando os profissionais do hospital a
tratam como sujeito com enfermidade, sem discriminá-la, ela resgata um pouco de
sua autoestima, que é tão importante para a sua saúde. Com relação a esse
aspecto, Matos; Mugiatti (2011, p.116) dizem que:
[...] para tanto, o educador deve estar de posse de habilidades que o faça capaz de refletir sobre suas ações pedagógicas, bem como de poder ainda oferecer uma atuação sustentada pelas necessidades e peculiaridades de cada criança e adolescente hospitalizado.
Analisando a fala de Matos; Mugiatti, percebe-se que o professor precisa ser
um grande pesquisador da sua prática, tanto exercendo a profissão em escolas
quanto na área da Pedagogia Hospitalar. Precisa saber como se adaptar e organizar
os conhecimentos pedagógicos para atender as crianças, levando sempre em conta
a necessidade especial de cada uma delas. Assim, pensando numa prática
adequada:
As intervenções lúdico-terapêuticas podem se valer dos jogos como ferramentas de trabalho por excelência. Entendemos aqui, por jogo, tanto aqueles educativos, quanto os tradicionais. O jogo educativo é aquele material concreto (ainda que possivelmente em interface computacional) destinado à aquisição de conteúdos e desenvolvimento de habilidades intelectuais: lógico-matemáticas, viso-espaciais, de aquisição, expressão e interpretação da língua materna e de conhecimentos gerais. (MIRANDA; FILHO, 2012 p.204).
A doença, a permanência em ambiente hospitalar, afastada de suas
atividades de rotina, de seus colegas e familiares, podem afetar muito o estado
emocional de uma criança, de modo que o pedagogo deve saber lidar com essa
frustração da criança, estabelecendo o vínculo de profissional da educação.
Para o médico francês Henri Wallon, que tem muitos estudos publicados com
foco na educação, “a emoção é a base da inteligência de um indivíduo, seu suporte
e seu vínculo com outras pessoas.” (WALLON,1941, p.1). Ele exemplifica esse
vínculo social descrevendo a vida de um bebê de poucos meses:
A percepção que ele tem do mundo é baseada naquilo que ele sente, ou seja, em suas emoções. Quando a mãe pega o bebê e
19
ouve-o chorar, faz com que ele entenda o significado daquela atitude e se relacione com a mãe por meio disso. (WALLON, 1994, p.1).
Da mesma forma, a criança precisa ter vínculos que a remeta ao espaço onde
se sente segura.
O médico citado afirma que a emoção faz parte, tanto do aspecto biológico,
ou seja, da vida do indivíduo, como do social, ou seja, da relação com outras
pessoas. A emoção pode ser responsável por desencadear doenças, pelo
aprendizado ou não por parte de uma pessoa, e também pelas interações entre
indivíduos: “Por exemplo: se uma pessoa estiver triste, é capaz de entristecer quem
estiver ao seu lado, já que é nas interações sociais que a emoção é contagiante.”
(WALLON, 1941, p.1).
Em um ambiente hospitalar, as emoções podem ter consequências intensas,
pela quantidade de situações novas que a criança vivencia, às vezes, até com
tratamentos que causam muita debilidade, comprometendo o seu estado físico.
Com isso, a percepção de mundo, o aprendizado e a relação com outras pessoas
podem sofrer interferências da emoção.
Por conseguinte, é necessário que o objetivo de trabalhar com crianças
hospitalizadas seja sempre alegre e positivo, pois isso é transmitido para as
crianças, cuja sensibilidade e percepção estão mais aguçadas. No estado em que
elas se encontram, é importante se sentirem felizes e confiantes para a recuperação
ser rápida.
Com os brinquedos, em ações lúdicas, as crianças conseguem imitar a
realidade que vivem fora do hospital, e imaginam estar vivendo situações, como ir ao
mercado ou brincar com um colega, deixando de lado o seu sentimento de tristeza
por estarem longe das coisas que gostam. Dessa forma, estabelecem um vínculo
com a realidade que ficou fora do hospital. (VYGOTSKY, 2000).
O filósofo e psicólogo russo Lev Vygotski fala dos benefícios do uso dos
brinquedos para o desenvolvimento da criança. Ele afirma que, usando os
brinquedos, as crianças conseguem contextualizar objetos e dar um novo significado
à realidade que conhecem. A criança que brinca e imagina, lida melhor com a
realidade e entende melhor certos assuntos, pois consegue assimilar melhor os
fatos. (VYGOTSKY, 2000, p.1).
20
Tanto para Vygotski como para Wallon, um indivíduo consegue construir seu
conhecimento por meio da relação com outras pessoas. Ou seja, se uma criança
vive em uma família que tem o hábito de ler, por exemplo, ela aprenderá isso e
acabará reproduzindo esse hábito. O que se aprende ao longo da vida é por meio da
interação com outras pessoas e da relação e interação com o mundo.
Outro fator que favorece a aprendizagem é a autoestima, que é a avaliação
que a pessoa faz de si mesma, e que pode ser boa ou ruim. Se a autoestima for
baixa, pode comprometer sua relação com o mundo e com as outras pessoas.
Sendo assim, o pedagogo hospitalar, os familiares e até mesmo as outras
pessoas que trabalham no hospital devem estimular a criança para que sua
autoestima permaneça elevada, porque dessa forma a qualidade do aprendizado
será muito melhor, seu processo cognitivo será positivo e a sua perda por estar
longe da escola não será significativa. Afinal, se a criança está doente, e as
informações que recebe são sempre focadas em consequências negativas, ela ficará
preocupada, sua autoestima ficará mais baixa e ela não terá vontade para aprender.
Mais um fator que contribui para uma aprendizagem satisfatória é o carinho e
afeto que as crianças naturalmente recebem durante sua infância. Esses
sentimentos são necessários ao desenvolvimento e à aprendizagem da criança.
Expressando seu ponto de vista sobre o assunto, Fonseca (2008, p.46) diz que:
O trabalho de escola hospitalar, ao mesmo tempo em que focado nos objetivos e vinculado aos conteúdos a desenvolver, deve ser adequado às necessidades e aos interesses dos alunos, provendo também, uma série de possíveis alternativas a fim de que, qualquer que seja o imprevisto que aconteça na sala de aula, tais momentos possam ser aproveitados como se fossem “deixas”, ousando-se a ir com os alunos por caminhos que, embora não estivessem planejados, possam provocar mudanças no seu processo de desenvolvimento e aprendizagem.
Desse modo, a formação do professor que vai trabalhar nos espaços
hospitalares deve ser permanente e ele deve buscar um conhecimento específico da
sua área de atuação, procurando compreender o espaço e as pessoas que ali estão
com suas doenças e especificidades.
Na sequência, apresenta-se o que diz a legislação em relação ao atendimento
das crianças em ambientes hospitalares.
21
2.3 O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO
No Brasil, a legislação reconheceu, através do Estatuto da Criança e do
Adolescente, que a criança e o adolescente hospitalizados devem ser atendidos de
acordo com as suas especificidades. A Resolução nº. 41, de outubro de 1995, no art.
9, fala do:
"Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar". (Diário Oficial da União, seção I, p.163/9-16320, Brasília, 17 out. 1995).
A Constituição atual foi promulgada no dia 05 de outubro de 1988, durante o
mandato do presidente José Sarney, mas antes dessa, houve a primeira, em 1824,
criada por Dom Pedro I. O texto que trata da educação encontra-se no Título VIII,
“Da Ordem Social”, Capítulo III, “Da Educação, da Cultura e do Desporto” Seção I,
artigo 205, que diz o seguinte:
“a educação é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Também nesse mesmo capítulo, no item I do artigo 206, há o seguinte dizer:
“O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; [...]”.
O artigo 206 da Constituição garante a igualdade de condições para o acesso
e a permanência na escola. Nos casos de crianças e adolescentes que não podem ir
à escola, o ensino deve ser levado até eles. Só assim aqueles que permanecem
longos períodos internados terão condições de retomar seus estudos ou ter esse
prejuízo minimizado.
Existe também uma lei que rege os caminhos da educação no Brasil. É a Lei
9394/96, promulgada no dia 20 de dezembro de 1996, chamada Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, ou LDB, baseada na Constituição Federal, que
igualmente garante os direitos à educação, assim como faz a Constituição.
22
Com base no que consta na Constituição Federal e na LDB, acerca da
educação, todos os cidadãos podem e devem frequentar a escola. Entretanto, como
proceder nos casos em que a criança ou o adolescente encontra-se impedido de ir à
instituição de ensino?
Pensando nisso, foi promulgado o Decreto-lei n° 1.044, em 21 de outubro de
1969, que dispõe sobre o tratamento diferenciado em educação em alguns casos. O
texto inicial do decreto estabelece:
Considerando que a Constituição assegura a todos o direito à educação; Considerando que as condições de saúde nem sempre permitem frequência do educando à escola, na proporção mínima exigida em lei, embora se encontrando o aluno em condições de aprendizagem. Considerando que a legislação admite, de um lado, o regime excepcional de classes especiais, de outro, o da equivalência de cursos e estudos, bem como o da educação peculiar dos excepcionais.
Dando continuidade, também o artigo 1º e o artigo 2º do decreto se
pronunciam a respeito:
Art 1º São considerados merecedores de tratamento excepcional os alunos de qualquer nível de ensino, portadores de afecções congênitas ou adquiridas, infecções, traumatismo ou outras condições mórbitas, determinando distúrbios agudos ou agudizados, caracterizados por: a) incapacidade física relativa, incompatível com a frequência aos trabalhos escolares; desde que se verifique a conservação das condições intelectuais e emocionais necessárias para o prosseguimento da atividade escolar em novos moldes; b) ocorrência isolada ou esporádica; c) duração que não ultrapasse o máximo ainda admissível, em cada caso, para a continuidade do processo pedagógico de aprendizado, atendendo a que tais características se verificam, entre outros, em casos de síndromes hemorrágicos (tais como a hemofilia), asma, cartide, pericardites, afecções osteoarticulares submetidas a correções ortopédicas, nefropatias agudas ou subagudas, afecções reumáticas, etc. Art 2º Atribuir a esses estudantes, como compensação da ausência às aulas, exercício domiciliares com acompanhamento da escola, sempre que compatíveis com o seu estado de saúde e as possibilidades do estabelecimento.
Pode-se dizer que foi tendo em mente e obedecendo a todas estas leis que
afirmam os direitos dedicados às crianças e aos adolescentes em idade escolar que
as instituições hospitalares criaram propostas de ações educativas e os profissionais
começaram a perceber um novo ramo, o da Pedagogia Hospitalar. Entretanto,
23
apenas na década de 1990 foram criadas leis específicas que falavam da educação
para as crianças que estavam nos hospitais, conforme se apresenta a seguir.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, criado pela Lei n° 8.069, de 13 de
julho de 1990, aborda, em seu capítulo V, artigo 58, 2° parágrafo, o tema da
Educação Especial:
Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. [...] 2° O atendimento educacional será feito em classes, escolares ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular.
Em síntese, todos devem zelar pelos direitos das crianças e dos adolescentes
hospitalizados, mas muitas pessoas não têm conhecimento dessas informações. O
ideal seria que todos tivessem.
Isso significa que a Pedagogia Hospitalar pode contribuir para facilitar a
inclusão das crianças e dos adolescentes hospitalizados. Se um aluno não pode ir
para a escola, o ensino vai até ele, de modo que seu direito à educação seja
validado. Assim, se sentirá como um cidadão comum, pois seus direitos não devem
ser cerceados devido ao fato de ele estar hospitalizado.
2.4 AS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS
Muitos dos projetos referentes à Pedagogia Hospitalar são feitos por
Organizações Não Governamentais (ONGs), que são instituições que não têm
vínculo com o governo e são responsáveis por trabalhos voluntários, propiciando
ações que visam ao bem-estar das pessoas, a partir da sua vontade de contribuir
com uma causa que requer uma atenção especial. (KUSER, 2008, p.1).
Às iniciativas que têm finalidade de prestar serviços voluntários dá-se o nome
de Terceiro Setor, que define todas as organizações que não fazem parte do governo
(Primeiro Setor), nem das empresas privadas com fins lucrativos (Segundo Setor).
(KUSER, 2008, p.1).
24
Podem se enquadrar no Terceiro Setor as ONSGs, as OSCIPs, as Entidades
Filantrópicas e outras formas de organizações sem fins lucrativos. (KUSER, 2008,
p.1)
A Lei n° 9.790/99, de 23 de março de 1999, regulamenta essas instituições:
Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências. (BRASIL, 1999, p.1).
Se o estatuto da ONG for reconhecido pelo Ministério da Justiça, poderá
receber recursos financeiros do governo, através de inscrições de projetos para
realizar seus trabalhos. Porém, isso não é uma obrigação, as organizações podem
escolher, se querem ou não auxílio do governo, ou se preferem receber auxílio de
instituições privadas, que podem estabelecer parcerias para atender a uma situação
específica. (KUSER, 2008, p.1).
Nesse tipo de organização não há intenção de gerar lucros, ou seja, elas são
sem fins lucrativos. O dinheiro arrecadado, geralmente de doações, é investido nas
causas que têm demanda para serem atendidas, o que torna a ação rica de
espontaneidade e de ideais. (KUSER, 2008, p.1).
No caso dos grupos que atuam em hospitais da Grande Florianópolis,
procurou-se conhecer melhor a sua prática e os incentivos que recebem para dar
seguimento a sua proposta. Sendo assim, apresenta-se o item a seguir para
identificar melhor as propostas e ações dos grupos que atuam nestes espaços
hospitalares.
Com base na legislação discutida anteriormente, sabe-se que é direito da
criança ter acesso à recreação e a ações pedagógicas, assim, nesse ambiente estão
os grupos de animadores, de cantores, de teatro, que acessam esses espaços
dando suporte à proposta de recreação para as crianças do hospital.
2.5 GRUPOS DE ANIMADORES
Primeiramente, é preciso definir o que são grupos de animadores. Para isso,
recorreu-se a Oliveira; Oliveira (2008, p. 231-232), que esclarecem:
25
Os grupos de animadores são voluntários que se vestem de palhaços atuando nos hospitais e levam alegria para as crianças hospitalizadas, com atividades recreativas em ambientes hospitalares, proporcionando bem-estar físico, psicológico e social ao paciente internado.
Um dos grupos de animadores que foi usado como referência neste estudo foi
o dos Doutores da Alegria, que são referência no mundo, pelas suas ações que são
divulgadas de forma a incentivar outros grupos a participarem com a intenção de
propiciar alegria para as crianças.
Esta é uma organização sem fins lucrativos, conhecida pela sociedade civil e
que há duas décadas promove as relações humanas e qualifica a experiência de
internação em hospitais por meio da visita contínua de palhaços, profissionais
especialmente treinados nas cidades de São Paulo e Recife. (DOUTORES DA
ALEGRIA, 2015, p.1).
Assim, considerando o papel fundamental do riso na vida das pessoas, pode-
se perceber que o trabalho dos Doutores da Alegria é importante nas visitas às
crianças hospitalizadas.
O trabalho realizado atualmente por esse grupo modifica a imagem que se
tem de uma internação da criança. O período de permanência no hospital é visto
com menos angústia e sofrimento pelas crianças e pelos familiares que as
acompanham. De acordo com Oliveira; Oliveira (2008, p. 231-232): “Essa ONG foi
criada em 1991 por Wellinton Nogueira. O fundador fazia parte de um projeto
americano, o Clown Care Unit, no qual atuou por nove anos, e resolveu trazer a ideia
para o Brasil.” Ainda conforme os mesmos autores:
O primeiro hospital a promover a iniciativa foi o Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, atual Hospital da Criança, em São Paulo. Mas antes disso, Wellinton não foi aceito nos hospitais em que tentou implantar o projeto, porque os hospitais achavam que o trabalho deles não tinha seriedade, mas ele continuou tentando. Hoje, já foram atendidas mais de 550 mil crianças em diversos hospitais do Brasil. (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2008, p. 231-232).
O projeto dos Doutores da Alegria oferece cursos de artes cênicas com a
intenção de desenvolver a linguagem do palhaço. Esses cursos têm a duração de
dois anos e são oferecidos para jovens que estão em situação de vulnerabilidade,
com idade entre 17 e 23 anos. Completando as informações, os autores citados
26
explicam que: “A equipe de artistas que compõe o grupo é formada por profissionais
especializados na arte do palhaço (áreas de teatro clown), artes circenses e
musicais.” (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2008, p. 231-232).
A ONG já recebeu diversos prêmios pelas suas ações, pelos trabalhos
realizados nos hospitais e pelo estímulo aos jovens que participam do projeto, entre
eles, o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e uma Menção
Honrosa do Prêmio USP de Direitos Humanos. (DOUTORES DA ALEGRIA, 2015).
A fim de difundir o trabalho que é realizado pelo grupo,
[...] palestras são ministradas em congressos, hospitais e eventos, aliando informação e entretenimento em prol da apresentação dos valores e filosofia do grupo. Nessas ocasiões, eles procuram demonstrar como ocorrem as relações entre palhaços e ambiente hospitalar, bem como o poder humanizador de tais relações, e divulgar a importância da alegria no que concerne à superação de obstáculos, propiciando o surgimento de criatividade e transformações. (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2008, p. 231/232).
Percebe-se nesta citação que, para entrar nos hospitais, o grupo se prepara
muito bem, desenvolvendo técnicas lúdicas e entendendo como deve ser a sua
abordagem com as crianças e o modo de se portar frente às enfermidades das
crianças. Fazem capacitação sobre humanização e sobre o clown, participando de
palestras.
Julga-se conveniente apresentar neste momento o conceito de clown, uma
palavra inglesa que quer dizer, em português, palhaço. Este termo, por sua vez,
indica o artista que, em espetáculos circenses ou em outros, veste-se de maneira
burlesca e faz piadas para divertir o público (FERREIRA, 2004). Para Pacheco:
o clown é uma criatura fantástica, uma caricatura do lado infantil do homem, um espelho que reflete a imagem do grotesco, do ridículo e da deformidade humana. O clown é, pois, a sombra que negamos existir, mas que está lá, não morre nunca porque, se ela desaparece, o homem inteiramente iluminado perde sua distorção, sua diferença. (PACHECO, p. 13, 2015).
Desse modo, pode-se fazer referência à figura do clown como um sujeito
verdadeiro na sua atuação, o que remete ao palhaço, que consegue transformar a
realidade que vive por tornar-se cômico.
27
No que diz respeito ao trabalho da ONG, ele é gratuito para os hospitais,
sendo “[...] mantido por recursos financeiros obtidos através de patrocínio, doações
de empresas e pessoas e por meio de atividades que geram recursos, como
palestras e parcerias com empresas”. (DOUTORES DA ALEGRIA, 2015 p.1). As
ações dos grupos que atuam em hospitais têm como fonte de renda as doações
feitas por pessoas e entidades que simpatizam com a causa dos grupos.
O logo da ONG é: “O engraçado é que é sério”. Isso significa que a alegria
que a ONG promove tem como objetivo as ações no ambiente da saúde e o respeito
às crianças hospitalizadas. O rir e o brincar fazem parte da vida da criança, e fazem
bem à saúde de qualquer um, tanto das crianças hospitalizadas quanto das que
estão sadias.
Quando se tem momentos divertidos, há um equilíbrio nas emoções, ou seja,
a tristeza diminui pelos momentos de ludicidade que as crianças têm quando
interagem com o grupo de animadores. Segundo os Doutores da Alegria, a sua
missão é: “Promover a experiência da alegria como fator potencializador de relações
saudáveis por meio da atuação profissional de palhaços junto a crianças
hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde. Compartilhar a qualidade desse
encontro com a sociedade com produção de conhecimento, formação e criações
artísticas.” (DOUTORES DA ALEGRIA, 2015, p.1).
Dessa forma, com base no estudo que trata dos grupos que levam alegria
para as crianças hospitalizada, segue-se com o desenvolvimento da pesquisa,
apresentando os procedimentos metodológicos utilizados para a obtenção dos
dados.
28
3 METODOLOGIA
Na metodologia serão apresentados o tipo de pesquisa, a abordagem, a
amostragem, os participantes da pesquisa e os demais elementos que compõem o
processo metodológico, levando em consideração os caminhos da pesquisa
cientifica e seguindo o rigor acadêmico.
3.1 TIPO DE PESQUISA
A pesquisa foi caracterizada como uma pesquisa exploratória. Segundo
Prodanov (2013, p.51):
[...] quando a pesquisa se encontra na fase preliminar, tem como finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto possibilitando sua definição e seu delineamento, isto é, facilitar a delimitação do tema da pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para o assunto.
Quanto ao procedimento, foi estabelecido que se faria um estudo de caso, por
se tratar do estudo de um grupo específico. Prodanov (2013, p.51) assim define este
tipo de pesquisa:
O estudo de caso consiste em coletar e analisar informações sobre determinado indivíduo, uma família, um grupo ou uma comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa. É um tipo de pesquisa qualitativa e/ou quantitativa, entendido como uma categoria de investigação que tem como objeto o estudo de uma unidade de forma aprofundada, podendo tratar-se de um sujeito, de um grupo de pessoas, de uma comunidade etc.
Com o objetivo de conhecer o trabalho de um grupo de animadores que
oferece o seu trabalho voluntário atuando em hospitais da Grande Florianópolis,
optou-se por uma abordagem qualitativa e quantitativa, classificada como mista,
sendo feita a leitura em números e a descrição das ideias dos participantes,
tornando o processo de investigação mais rico. Como entende Minayo (1994 p. 21-
22):
29
[...] a pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
A pesquisa qualitativa busca entender um fenômeno específico, envolvendo a
obtenção de dados com as questões feitas no instrumento de pesquisa, o
questionário, estimulando o participante a pensar e a expressar livremente sua
opinião.
Quanto à abordagem quantitativa, Fonseca esclarece (2002, p. 20):
Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros.
A pesquisa quantitativa apresenta a leitura de dados em números, o que
proporciona ao pesquisador visualizar as respostas em dados numéricos. Conforme
apresenta Fonseca (2002, p. 20): “A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e
quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir
isoladamente”.
3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA
A população estudada pertence à cidade de Florianópolis e à cidade de
Palhoça, ambas localizadas em Santa Catarina. A equipe contava com 18
voluntários, mas atualmente são apenas 12. O estudo foi realizado com essa
quantidade de voluntários, que atuam em hospitais, asilos, casas de acolhimento
para crianças menores e em centros geriátricos, como a Sociedade Espírita de
Recuperação, Trabalho e Educação (SERTE), Sociedade Espírita Obreiros da Vida
Eterna (SEOVE) e Orianópolis. A população alvo foi composta de sujeitos adultos de
30
ambos os sexos, grupos de animadores que levam alegria para crianças e adultos
hospitalizados.
3.3 INSTRUMENTO DA PESQUISA
A pesquisa foi caracterizada como bibliográfica, sendo baseada em sites
relacionados com o tema. Para identificar as características do contexto do grupo da
amostra, optou-se pelo questionário, com perguntas abertas e fechadas. Este
instrumento de pesquisa avalia qualitativa e quantitativamente fatores presentes no
grupo de animadores que atuam em ambientes hospitalares. Apresenta questões
que caracterizam a formação; a participação dos entrevistados em grupos de
animações; a preparação de cada um para entrar nos hospitais; se elaboram
planejamento com atividades intencionais e como o mesmo é realizado.
3.4. PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS
Devido à impossibilidade do estudo de caso ser realizado dentro do ambiente
hospitalar, pela série de dificuldades a que se foi submetida, teve-se que ir várias
vezes ao local. Assim, optou-se por fazer a investigação diretamente com os grupos.
Foram identificados dois grupos, mas para o estudo de caso foi selecionado apenas
um deles, porque o outro (grupo A) não estava mais fazendo o trabalho dentro do
hospital e somente iniciou o seu trabalho depois de fazer uma campanha e do
sucesso desta campanha para arrecadar recursos para o resgate do grupo, porém,
não foi possível fazer a pesquisa com esse grupo.
Então, optou-se por fazer a pesquisa com o grupo B (Doses de Alegria), por
estar atuando e por ser de mais fácil acesso. Foram utilizados nomes fictícios a fim
de preservar a identidade dos sujeitos.
Primeiramente, foram explicados os motivos e os objetivos do trabalho. Em
seguida, o Termo de Apresentação do Acadêmico no Campo foi assinado pela
coordenação do curso de Pedagogia e pela professora orientadora do presente
instrumento, ambas do USJ, e apresentado ao grupo de animadores.
Após a entrega dos termos para o grupo, foram impressos os questionários
com o número total de perguntas a serem respondidas. Foram sete questões
31
dissertativas e quatro questões objetivas. Foram 12 pessoas abordadas e o mesmo
número de questionários respondidos.
3.5 ANÁLISE DE DADOS
Os dados coletados foram tabulados utilizando o programa Microsoft Word
2010. A seguir, levando em consideração os dados coletados pelo instrumento
questionário, serão apresentadas as discussões e os resultados obtidos durante a
investigação.
3.6 CARACTERÍSTICAS DO CONTEXTO DA AMOSTRA
Nesta seção, serão apresentados os dados qualitativos obtidos nesta
investigação. Na primeira abordagem, investigou-se como surgiu a ideia de levar o
grupo para atuar nos ambientes hospitalares. Apresentam-se, então, as opiniões de
cada um dos entrevistados, que serão denominados como sujeito A, B, C, D, E, F, G,
H, I, J, K e L.
Sujeito A: "A ideia é da coordenadora que em 2012 fundou o grupo, com
objetivo de levar conforto e alegria para as pessoas que estão frágeis
emocionalmente e fisicamente".
Sujeito B: “A ideia surgiu através da idealizadora do projeto no qual apenas
escolhi ajudar”.
Sujeito C: “A ideia é da nossa coordenadora. Objetivo de lembrar os
enfermos em que dentro deles ainda existe alegria, um sorriso e esperança,
diante da situação de cada um. Não estamos lá pra perguntar de familiares,
de sua vida, ou como estão, estamos lá pra fazerem lembrar um sorriso, olhos
brilharem por coisas tão simples”.
Sujeito D: “Surgiu com a vontade e amor da nossa coordenadora que fundou
o projeto e sabe da importância de levarmos alegria e carinho para pessoas
hospitalizadas. Acreditamos que a humanização hospitalar é essencial para a
recuperação dos pacientes, e que as pessoas que trabalham nesses locais
precisam também sair, nem que seja por 5 minutos, daquela dura realidade,
para que possam voltar revigorados e mais leves. Poder proporcionar um
32
momento de alegria e descontração para essas pessoas é sem dúvida um ato
de amor, e é nisso que acreditamos que o amor, o toque, o sorriso e o olhar
transformam”.
Sujeito E: “A ideia surgiu a partir de nossa coordenadora geral, que sempre
quis fazer ações desse tipo, do qual com muito orgulho participo e sou muito
feliz. Nosso objetivo é levar alegria para aqueles que necessitam tanto
tornando assim seus dias mais alegres”.
Sujeito F: “A ideia surgiu através da nossa querida fundadora. A ideia é levar
alegria aqueles que estão passando por momentos difíceis, a nossa ideia é
fazer com que eles consigam pelo menos um pouquinho esquecer dos
problemas que estão enfrentando”.
Sujeito G: “A ideia foi da coordenadora, que fundou este projeto de alegria. O
objetivo é levar alegria a pessoas hospitalizadas e residentes em asilos e
orfanato”.
Sujeito H: “A ideia surgiu pela idealizadora e realizadora do projeto. Com o
objetivo de transformar o ambiente frio dos hospitais. Deixando alegria e bom
humor para o resto do dia dos internos, da equipe do hospital e dos
voluntários”.
Sujeito I: “Sempre tive vontade de fazer algo pelo lado social. Eu já tinha visto
projetos como o do Patch Adams, juntei voluntários e chamei um grupo do
Paraná para capacitá-los. Me sentia insatisfeita com o meu trabalho e rotina,
resolvi criar o projeto e levar um pouco de estímulo e motivação para as
pessoas que se encontram em uma rotina maçante e situação de abandono
em casas lares”.
Sujeito J: “A ideia surgiu da coordenadora que ao deparar com o trabalho
dos Doutores da Alegria se encantou e trouxe para Florianópolis a mesma
linha como Dose de Alegria tendo como objetivo melhorar o estado dos
pacientes, levar alegria e transformar o dia a dia dos colaboradores”.
Sujeito K: “O objetivo é levar alegria, carinho, conforto para os pacientes que
não estão debilitados apenas fisicamente, mas também emocionalmente”.
Sujeito L: “A ideia surgiu quando comecei a fazer aula de violão, então
pensei que isso servia uma formação de ajudar através da música, então
conheci o grupo, gostei do projeto e estou junto com eles, o meu objetivo é
levar alegria onde há solidão é isso que quero sempre”.
33
Fica evidente que a ideia de levar o grupo para atuar nos hospitais partiu da
coordenadora geral, tendo como objetivo principal levar alegria, carinho, estímulo,
motivação para as crianças e os adultos que tanto precisam. É um grupo que
acredita no poder do sorriso, na transformação.
Na segunda abordagem, indagou-se sobre a preparação do grupo para entrar
nos hospitais, e surgiram as respostas que serão apresentadas a seguir.
Sujeito A: “Uma capacitação para aprender um pouco sobre humanização,
sobre a figura do clown, sobre como proceder nas ações nos diferentes
locais”.
Sujeito B: “A preparação é ensinada no workshop e encontros com os
constantes ensinamentos da mentora”.
Sujeito C: “Todos que entram no grupo fazem uma capacitação. Onde temos
que aprender a lidar com a emoção, sentimentos e limites, aliás, nossa
brincadeira é séria”.
Sujeito D: “Antes de começar a atuação existe a capacitação, que é uma
introdução de como é o trabalho do grupo, apresentação, interação. Nossa
coordenadora faz encontros para trocas de informações, conhecimentos e
experiências, mas hoje o mais usado é um grupo na internet onde ela posta
artigos, sugestões de leitura e vídeos. Depende muito da dedicação de cada
um, mas a cobrança existe sempre, desde ações mínimas no mês, nossa
postura, nosso comprometimento. A preocupação maior não é em número de
participantes e sim na qualidade, em pessoas que somem e realmente
queiram fazer a diferença e que estejam sempre aprendendo e
aperfeiçoando”.
Sujeito E: “Preparamo-nos através da nossa coordenadora que ministra
nossas palestras e nos traz a prática de como devemos proceder, sendo que
ela nossa coordenadora está sempre fazendo capacitações e nos
repassando, seja através de vídeos, pessoalmente, fotos e entre outros
meios”.
Sujeito F: “Foi feito uma capacitação para que eu pudesse participar do
grupo onde aprendemos técnicas de comportamento brincadeiras e muita
seriedade no nosso trabalho”.
34
Sujeito G: “Todos os participantes tem que fazer uma capacitação para
aprender sobre humanização, sobre o Clow e como se comporta em
ambiente”.
Sujeito H: “É preciso fazer uma capacitação e após os estudos e
desenvolvimento se dão na prática e feedbacks”.
Sujeito I: “Workshop com técnicas, estudo, troca de experiências”.
Sujeito J: “Fazemos capacitações para aprender como se portar, técnicas
lúdicas e história do Clown”.
Sujeito K: “Eu fiz uma capacitação, assim como, todos os voluntários
precisam fazer para fazer parte da equipe”.
Sujeito L: “A gente faz uma capacitação com a idealizadora do projeto e
através de estudos como se comportar e muitas histórias de Clown”.
Percebe-se que, para entrar nos hospitais, todos os entrevistados se
preparam muito bem, procurando aprender técnicas lúdicas e como se portar.
Fazem capacitação sobre humanização e sobre o clown, além de participarem de
workshops, com muito estudo. Manifestando-se sobre o tema, Matos (2009, p. 103,)
explica que há um crescente interesse:
[...] pelas dinâmicas de workshops direcionadas ao trabalho com o palhaço. Desenvolvidas como cursos de curta duração, as práticas pedagógicas de workshops (ou oficinas) buscam mais do que uma transferência de conhecimento acerca dos códigos que constituem esta linguagem (embora de certa forma isso também aconteça). Procuram criar dinâmicas que possibilitam ao aprendiz (re)visitar a si e a sua prática artística, levando-o a construir seus próprios procedimentos de treinamento e formação. Além disso, auxiliam na investigação de outras possibilidades criativas e expressivas de seu próprio corpo, intensificando sua prática na arte e na vida.
Pode-se perceber que os workshops contribuem para a formação do palhaço,
sendo uma forma de dinamizar a atividade artística do clown.
Na abordagem seguinte, foi investigado o motivo da participação no grupo, e
surgiram as respostas que serão apresentadas a seguir.
Sujeito A: “Sempre quis realizar o voluntariado e apareceu essa
oportunidade”.
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Sujeito B: “Acompanhei a ideia desde o início e sempre vi a alegria e
energias boas que recebemos dos pacientes, acabou se tornando impossível
não participar”.
Sujeito C: “Fazer o bem sem olhar a quem. Falando assim acham simples,
mas pra isso acontecer é se dedicando, estudando e aprendendo cada dia
mais”.
Sujeito D: “Sempre tive esse desejo de ajudar, fazer algo pelas pessoas, mas
com a perda do meu pai não tive mais dúvidas, tive certeza que o amor que
posso compartilhar com as pessoas precisava sair do sonho. E conheci o
grupo que me recebeu de braços abertos, e hoje tenho certeza do que quero
e do que preciso para fazer cada vez melhor. Sou uma sementinha que aos
poucos cresce, mas com uma vontade de árvore grande”.
Sujeito E: “Sempre tive em mim a vontade de ajudar os demais, de levar algo
às pessoas, mas não sabia exatamente o que. Então quando a Nádia
resolveu implantar o projeto em nossa cidade e que vi como funcionava, não
tive dúvidas que era isso que queria, levar alegria aos outros não tem preço”.
Sujeito F: “Sentimento de tentar fazer algo de bom, algo simples que possa
tocar o coração do meu próximo”.
Sujeito G: “Meu sonho era participar de uma equipe de palhaço Doutores da
Alegria, pois acho uma maneira mais leve de levar amor e alegria”.
Sujeito H: “A vontade é uma forma de gratidão, pois passei bons bocados no
contexto hospitalar com familiares e eu mesmo. E também com idosos por ser
muito grata à eles e a sabedoria. Com as crianças reforço a primeira frase.
Mas o que me motiva a continuar é a falta que o projeto faz quando preciso
me ausentar.
Sujeito I: “Sou a idealizadora”.
Sujeito J: “Sempre fui encantado por pessoas que abrem mão do tempo livre
em prol do próximo e acredito que se cada um fizer sua parte teremos um
mundo melhor”.
Sujeito K: “Comecei acompanhando minha esposa, a coordenadora do
grupo. Me apaixonei por seu trabalho e comecei a fazer parte”.
Sujeito L: “Então como faço aula de viola caipira, uso isso para ajudar as
pessoas, e sempre quis ser voluntário e a música e um ótimo remédio”.
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Percebe-se que as respostas dos entrevistados coincidem, ou seja, muitos
disseram que o motivo que os levou a participar do grupo foi o fato de gostarem de
ajudar, ver a felicidade dos outros e fazer algo de bom para as pessoas.
Wellington Nogueira, criador do grupo Doutores da Alegria, entrou para o
grupo e, satisfeito com seu trabalho, resolveu trazer a ideia para o Brasil:
Com o objetivo de se tornar um ator de musicais da Broadway, Wellington Nogueira viajou para Nova York no início dos anos 80, onde se formou em teatro. Convidado por uma amiga para conhecer o Clown Care Unit, Wellington se encantou com o trabalho desenvolvido pelos palhaços de hospitais e passou a fazer parte do grupo, no qual permaneceu por três anos atuando como o Dr. Calvin Klown. Em 1991, retornou ao Brasil em decorrência do adoecimento de seu pai, vítima de um derrame cerebral, que estava internado no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Ao visitá-lo na Unidade 30 de Terapia Intensiva (UTI), seu pai lhe informou que havia conversado com a chefe da enfermagem sobre o trabalho dele de palhaço e pediu que ele visitasse as crianças internadas na pediatria. (SENA, 2011, p. 29.).
Em relação a essa citação percebe-se que o principal objetivo de Wellington
Nogueira era ser músico, porém, largou tudo o que estava fazendo na vida e foi
atrás do que realmente gostava e que lhe proporcionava a sensação de felicidade e
alegria, tornando-se ator e palhaço brasileiro. Esta ação influenciou a criação de
muitos grupos que atuam no Brasil inteiro.
Na quarta abordagem, foi investigado se o grupo elabora o planejamento com
atividades intencionais, para aplicação com as crianças dos hospitais da Grande
Florianópolis. Todos os entrevistados responderam que elaboram o planejamento e,
ao se perguntar de que forma foi elaborado, surgiram as seguintes respostas:
Sujeito A: “Pelo grupo no facebook trocamos sugestões, com reuniões,
encontros, conversas e workshops”.
Sujeito B: “Através de um grupo de atividades no facebook onde
compartilhamos tudo que aprendemos e ideias legais em cada ambiente”.
Sujeito C: “De uma forma frágil, porém, espontânea, simples, e alguns
cuidados com as crianças enfermas. Primeiro conhecemos cada um deles, o
ambiente, do que cada um chama mais atenção, umas bolhas de sabão,
outros balões, outros doces e assim sucessivamente”.
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Sujeito D: “Na verdade a maioria das brincadeiras flui na hora, mas já temos
algumas coisas que não é feito em determinado lugar, temos que ter esse
cuidado. Existem brincadeiras mais direcionadas para crianças, ou idosos, ou
funcionários do local. No hospital sempre existe um cuidado maior com o tipo
de brincadeira, com o barulho e postura”.
Sujeito E: “Em geral nossa coordenadora marca as ações e como já
conhecemos os locais onde vamos visitar já sabemos como devemos agir,
mas o improviso da hora é sempre a melhor resposta daquilo que vamos
levar, toda ação nos traz uma experiência diferente, independente do local
onde estamos e de quantas vezes lá estamos”.
Sujeito F: “Através de um grupo de atividades no facebook. Compartilhamos
o que aprendemos e experiências”.
Sujeito G: “Com reuniões, cursos, encontros, conversas e workshops”.
Sujeito H: “É preciso ter o olhar preparado para sentir cada ambiente e quais
tipos de interação adequada. Além da capacitação o grupo é motivado a se
reciclar e buscar atividades para seu Crow”.
Sujeito I: “Reuniões, conversas e leituras”.
Sujeito J: “Através de reuniões, encontros e conversa”.
Sujeito K: “Conversas, leituras, reuniões”.
Sujeito L: “Através de reuniões, conversas, sempre inovando e muitos
estudos”.
Em relação a essa abordagem, percebe-se que a maioria dos sujeitos da
pesquisa elabora o planejamento. Através de um grupo de atividade que têm no
Facebook, os integrantes participam de reuniões, conversas, workshops e fazem
muita leitura. De acordo com a Revista Ideia Sustentável (2005):
Ao contrário do que acontece em muitas empresas, nas quais os planos estratégicos costumam morar no fundo de gavetas, nos Doutores da Alegria planejamento é coisa levada a sério. Na organização, Nogueira trabalha com dois tipos de plano. Um deles projeta objetivos e estratégias de médio prazo, a serem perseguidos em um período de cinco anos. O outro cobre as atividades de um ciclo anual. Todos os passos são registrados em minuciosos relatórios mensais, cuja análise aponta resultados e necessidades de correção de rumo.
38
Pode-se dizer que o planejamento é coisa séria para os Doutores da Alegria.
É fundamental, antes de propor qualquer tipo de atividade, elaborar um plano de
ação. Nesse sentido, Ferreira (1997 apud ALVES; ARAUJO, 2009, p. 390) afirmam:
O planejamento é o contrário da improvisação, pois somente improvisamos quando não temos um objetivo proposto, quando não pretendemos chegar a nada, quando queremos passar o tempo deixando as ações ao sabor do vento. A ação que não é pensada estrategicamente é uma ação improvisada, ou seja, não é planejada.
Planejar é pensar e refletir antes de qualquer tipo de ação. É por meio do
planejamento que se ganha segurança para prever resultados, por isso, quando se
planeja algo, deve-se ter em mente o objetivo que se quer atingir.
Na quinta abordagem, investigou-se como é realizado o trabalho do grupo nos
hospitais e quais são as atividades. As respostas obtidas foram relevantes.
Sujeito A: “Realizamos visitas médicas nos leitos e cantamos, tocamos
instrumentos musicais, brincamos”.
Sujeito B: “As atividades são de entretenimento e humanização, tentando
desviar o pensamento de suas condições e trazer bem estar”.
Sujeito C: “Nossas atividades são balões, bolas de sabão, balas, pirulitos,
brincadeiras espontâneas e música”.
Sujeito D: “Sempre falamos que nossa brincadeira é coisa séria, mas para as
pessoas saberem que nosso intuito é levar alegria, mas sempre com todo
cuidado e respeito com o próximo. Existem os exames feitos pelos “dotores”,
como por exemplo: o pediatra que cuida de bicho de pé, de chulé. O exame
dos pulmões que é feito com bolhas de sabão, ou fisioterapia com jogo de
balão. A música sempre é algo incrível, une as pessoas, é de uma aceitação
unânime sempre. Onde é permitido o remédio controlado (simbólico pirulito), é
distribuído com toda prescrição que uma medicação deve ter, de quantas
lambidas no dia é permitido por exemplo”.
Sujeito E: “Após o contato com a instituição e dia e local marcado, lá
chegamos nos vestindo de “dotores” e ai seguimos na ação do dia, com as
pessoas temos os mais variados tipos de abordagens, jogamos bola (com
balões), dos quais levamos conosco, medimos a pressão ( com uma fita
métrica), dançamos, cantamos, declamamos piadas e também ouvimos muito
39
disso, enfim nossos amigos aos quais visitamos em geral acabam entrando
na brincadeira o que deixa tudo mais animado, ficamos em torno de uma hora
e meia e depois vamos embora”.
Sujeito F: “O grupo interage sempre com muito bom humor alegria
brincadeiras musicais e muito carinho”.
Sujeito G: “Realizamos visitas aos leitos e salas de hospitais fazendo exames
fictícios nos pacientes com bolinhas de sabão, medir a pressão com fita
métrica e distribuir remédios controlados (pirulitos)”.
Sujeito H: “É humanizador! Deixe o frio com calor. As atividades são lúdicas,
jogos de improviso, música e sempre adequadas ao ambiente e nicho
hospitalar. Com base e ênfase na figura do clown e suas especialidades e
atendimento médico”.
Sujeito I: “Rotina semanal, onde a equipe realiza ações que envolvem
atividades lúdicas, musicais, recreação e histórias”.
Sujeito J: “Realizamos visitas aos leitos e salas de hospital fazendo exames
com bolinhas de sabão, medir pressão com fita métrica, entrega de remédios
(balas), música, brincadeiras”.
Sujeito K: “Atividades lúdicas, mágicas, músicas. O trabalho é realizado em
uma ação que dura aproximadamente 02h00min horas, passando por leitos
ambulatórios”.
Sujeito L: “A gente atua sempre em dois ou mais, com músicas, mágicas,
danças. O meu trabalho é mais voltado para músicas e de acordo com cada
ambiente”.
No que se refere a essa pergunta, percebe-se que os entrevistados têm os
mais variados tipos de abordagens de atividades lúdicas para e com as crianças,
como balões, bolhas de sabão, jogos de improviso, balas, pirulitos, brincadeiras
espontâneas e música. Segundo afirma Ana Elvira Wuo:
Apoiamo-nos na técnica de clown teatral, a qual propõe, por meio de exercícios, jogos e brincadeiras, que o participante, dentro de um processo criativo, possa desvelar para si a sua própria maneira de se ver diante do seu lado clown perante o mundo. O paciente pode dançar, atuar, rir, correr, representar personagens e jogar junto a sua doença. O corpo doente se transforma durante a atividade de lazer num corpo vivo, alegre, expressivo, criativo. Nesse aspecto o corpo
40
está buscando a sua recuperação; assim o tratamento não está confinado ao leito ou à clínica convencional. (WUO, 1999, p. 39/40.).
Essas diferentes abordagens lúdicas realizadas pelo clown são de grande
importância para as crianças, porque elas dão um novo significado à realidade que
conhecem. Assim, compreende-se que, quando a criança hospitalizada está num
processo criativo, está reconhecendo e descobrindo a si mesma. Através dos jogos
e das brincadeiras a criança expressa as suas emoções, explorando o mundo ao
seu redor, desenvolvendo o sentimento de grupo e construindo o seu saber.
Na abordagem seguinte foi investigado em quais hospitais o grupo atua, e
surgiram as seguintes respostas:
Sujeito A: “Já atuamos no Hospital Joana de Gusmão, SOS cardio, Baia
Norte, HEMOSC, em centros geriátricos como a Sociedade Espírita de
Recuperação, Trabalho e Educação-SERTE, Sociedade Espírita Obreiros
Vida Eterna-SEOVE, Orionópolis e casas lares como o semente viva”.
Sujeito B: “Já atuamos no Infantil Joana de Gusmão, sos cardio, baia norte,
hemosc, em centros geriátricos como a serte, seove (Sociedade Espírita
Obreiros Vida Eterna) e casas lares como o semente viva”.
Sujeito C: “Atuamos em diversas áreas, centros geriátricos, asilos e
enfermaria”.
Sujeito D: “No SOS Cárdio, no Hospital Infantil também, HEMOSC, mas
atuamos em casas de repouso para idosos, casa de acolhimento para
crianças menores e sempre que possível lançamos campanhas para ajudar
as entidades necessitadas e bairros/locais mais carentes”.
Sujeito E: “Já atuamos no Joana de Gusmão, SOS cardio, Baia Norte,
Florianópolis, HEMOSC, em centros geriátricos como a Sociedade Espírita de
Recuperação, Trabalho e Educação-SERTE, Sociedade Espírita Obreiros
Vida Eterna-SEOVE , Orionópolis e casas lares”.
Sujeito F: “SOS cardio, asilos, centros geriátricos, casa de adoção, albergue”.
Sujeito G: “Já atuamos no Joana de Gusmão, SOS cardio, Bahia Norte,
HEMOSC e Centros Geriátricos e casa de lares”.
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Sujeito H: “Hoje em centro geriátrico e casa lar. Mas atuo no SOS cárdio,
Florianópolis SC e no hospital infantil Joana de Gusmão, Agronômica
Florianópolis”.
Sujeito I: “Já realizamos no Joana de Gusmão, SOS cárdio, HEMOSC,
SERTE, SEOVE e Atlântico Sul”.
Sujeito J: “Joana de Gusmão, SOS cardio, HEMOSC, SERTE e SEOVE”.
Sujeito K: “Eu estou atuando mais nos lares de idosos, como SERTE, Maria
dos Anjos, SEOVE) e também no HEMOSC”.
Sujeito L: “SEOVE, SOS Cardio, SERTE, Joana de Gusmão. Atlântico Sul e
HEMOSC”.
Quanto à última abordagem qualitativa, pode-se dizer que a maioria desses
lugares em que o grupo atua são hospitais e asilos.
Usando os Doutores da Alegria como exemplo, apresenta-se, a seguir, uma
citação do blog do grupo, a respeito das atuações nos hospitais:
O trabalho teve início em 2005 no Hospital e Maternidade Neomater em São Bernardo do Campo, onde estivemos por três anos. O trabalho se expandiu e fomos convidados a atuar no Hospital Foccus da Vila Mariana e de Santo André, onde estivemos por dois anos. Atualmente estamos no Hospital São Paulo, que é relacionado à UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo, onde atuamos semanalmente por um período de aproximadamente cinco horas. (DOUTORES DA ALEGRIA, 2015.).
Como se constatou, o grupo já visitou diversos hospitais, fazendo um
excelente trabalho. Além disso, é convidado para atuar em vários lugares. São
ações de humanização o que eles fazem para e com as crianças, tentando qualificar
a internação.
Já nas questões objetivas, serão apresentados os dados quantitativos
obtidos.
No Gráfico 1, estão representados os resultados obtidos pelo grupo,
referentes à formação.
42
Gráfico 1: Resultados obtidos sobre a formação acadêmica.
Fonte: Questionário elaborado pela acadêmica/autora.
Nessa abordagem, em que foi pesquisada a formação de cada pessoa,
obteve-se o total de 12 respostas. Nota-se que 23 % dos entrevistados têm curso
superior incompleto; 15% têm Ensino Médio Completo; 8% têm formação em
Psicopedagogia; 8% têm curso Técnico completo; 8% têm curso superior completo;
8% cursaram Pedagogia; 8% são formados em Farmácia; e 8% cursaram
Administração. A minoria, ou seja, 7% são formados em Gestão de Pessoas e 7% se
dizem músicos.
De acordo com Ana Lúcia Martins Soares (2007), doutoranda em teatro pela
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO. os palhaços
humanitários precisam de uma formação, precisam se preparar muito bem e devem
ser formados como atores ou em artes circenses, além de serem treinados para
entrarem no hospital. Mesmo no momento em que estiverem atuando, eles devem
estar em formação continuada. Percebe-se, nos resultados, que há uma variedade
de profissionais que está atuando no grupo.
No Gráfico 2, apresentam-se os resultados obtidos ao se perguntar se as
crianças imitam ou reproduzem as brincadeiras realizadas pelo grupo.
7%
7%
15%
8%
8% 8%
8%
8%
23%
8%
0% Formação dos participantes
Gestão de Pessoas
Músico
Ensino Médio Completo
Psicopedagogia
Formada em Farmácia
Bacharel em Administração
Pedagogia
Superior Completo
Superior Incompleto
Técnico
43
Gráfico 2: Imitação ou reprodução das brincadeiras
Fonte: Questionário elaborado pela acadêmica/autora.
Percebe-se, pelo Gráfico 2, que 100% das crianças imitam e reproduzem as
brincadeiras realizadas pelo grupo de animação. Vygotski (VYGOTSKY, 2000, p.1)
fala dos benefícios adquiridos com o uso dos brinquedos para o desenvolvimento da
criança. Segundo ele, quando a criança brinca, cria uma situação imaginária na qual
assume um papel, que pode ser, inicialmente, a imitação de um adulto observado.
(VYGOTSKY, 2000, p.1).
De acordo com a revista da escola de enfermagem da USP 2009, no hospital,
brincar torna o ambiente menos traumatizante e mais alegre, o que contribui para a
recuperação da criança.
No Gráfico 3, apresentam-se os resultados obtidos ao se perguntar se as
crianças pedem que o grupo retorne ao hospital.
SIM 100%
NÃO 0%
Imitação ou reprodução das crianças sobre as brincadeiras realizadas pelo grupo
SIM
NÃO
44
Gráfico 3: Retorno do grupo
Fonte: Questionário elaborado pela acadêmica/autora.
Nessa abordagem, em que foi investigado se as crianças pedem que o grupo
retorne ao hospital, 100% responderam que sim. Pode-se dizer que as crianças
gostam dos grupos de animações que vão aos hospitais e por isso pedem que eles
voltem. Segundo Ana Elvira Wuo:
Num primeiro momento encontramos Rachele, nossa anfitriã, a qual nos havia convidado para uma saída de clown no Boldrini. Depois o encontro com as crianças do hospital, que a partir desse dia, foi sempre de um envolvimento muito profundo. Às vezes sentíamos o cheiro de nossas almas: uma alma percebia o perfume da outra. Vibrávamos de alegria sempre que nossos olhos se encontravam. Já éramos velhos amigos. A percepção da criança velejava interiormente pela emoção do clown: "Seu olhar tem uma tristeza que vem do fundo. Eu não sei dizer direito. Eu dou muita risada. Você não esconde que é triste, então você é muito alegre". Essas palavras ditas por uma criança ao clown, demonstravam a relação de amizade, em que só um amigo pode dizer coisas tão verdadeiras. Da pureza dos encontros ficam os olhares e a esperança da continuidade de visitar e ser visitado. (WUO, 1999, p. 103 -104).
De acordo com a percepção de Ana Elvira Wou, pode-se dizer que há uma
relação de amizade e cumplicidade entre as crianças e o clown. Na despedida, a
criança tem esperança de ser visitada outra vez. O clown pode tocar os corações
das crianças e também dos adultos, de uma maneira intensa, fazendo ambos
sentirem e não somente verem e acreditarem.
No Gráfico 4, apresentam-se os resultados obtidos ao se verificar se o grupo
elabora planejamento, com atividades intencionais para as crianças.
SIM 100%
NÃO 0%
Retorno do grupo ao hospital
SIM
NÃO
45
Gráfico 4: Planejamento das atividades
Fonte: Questionário elaborado pela acadêmica/autora.
Neste Gráfico 4, foi investigado se o grupo elabora o planejamento com
atividades intencionais, para aplicação com as crianças dos hospitais da Grande
Florianópolis, e se constatou que a maioria (100%) dos (das) entrevistados (as)
elabora o planejamento através de um grupo de atividade que eles têm em uma rede
social, participa de reuniões, conversas, workshops e faz muita leitura.
De acordo com a Revista Ideia Sustentável (empresa especializada em
estratégia e inteligência em sustentabilidade):
Ao contrário do que acontece em muitas empresas, nas quais os planos estratégicos costumam morar no fundo de gavetas, nos Doutores da Alegria planejamento é coisa levada a sério. Na organização, Nogueira trabalha com dois tipos de plano. Um deles projeta objetivos e estratégias de médio prazo, a serem perseguidos em um período de cinco anos. O outro cobre as atividades de um ciclo anual. Todos os passos são registrados em minuciosos relatórios mensais, cuja análise aponta resultados e necessidades de correção de rumo. (Ideia Sustentável, São Paulo, 2008/2014.).
Pode-se dizer que é fundamental, antes de propor qualquer tipo de atividade,
elaborar um plano de ação.
No Gráfico 5, apresentam-se os resultados obtidos ao se verificar se o tempo
que o grupo disponibiliza para ir aos hospitais é determinado pelo hospital.
SIM 100%
NÃO 0%
Planejamento do grupo com atividades intencionais, com as crianças dos hospitais da
Grande Florianópolis
SIM
NÃO
46
Gráfico 5: Tempo do grupo para ir aos hospitais
Fonte: Questionário elaborado pela acadêmica/autora.
Neste último gráfico, estão colocados os dados referentes ao tempo
disponibilizado pelo grupo, sendo perguntado: o tempo que vocês disponibilizam
para ir aos hospitais é determinado pelo hospital? Assim, obtiveram-se as mais
variadas respostas. A maior parte (83%) respondeu que o tempo não é determinado
pelo hospital; apenas 9% responderam que sim e 8% disseram que é determinado
por ambas as partes. Ana Elvira Wou faz a seguinte observação sobre o tempo
disponibilizado pelo grupo:
O tempo do clown é colocado como instrumento à recuperação do paciente, burlando e aliando-se ao tempo da doença. A concepção de tempo do clown está na sua relação com o mundo naquele momento, no tempo presente, começando no instante em que o ator-clown coloca o nariz vermelho e terminando quando o retira. Esse momento mágico, em que o estado de alegria vem à tona para o ator e o espectador, é um momento único que não vai se repetir. A atuação dos clowns nas salas de tratamento tem o conteúdo artístico do espetáculo teatral, mas difere dele porque não tem tempo determinado para começar, nem para terminar. O clown envolve, de certa maneira, esse espectador, burlando a doença, revelando e trocando emoções, sentimentos, aspectos felizes da vida onde o fantástico é um jogo de projeção no tempo psicológico, instaurando nesse ponto o lúdico no tratamento. (WUO, 1999, p.48).
Pode-se perceber que, para a criança, o clown é a principal referência
temporal positiva, sendo assim, com atividades intencionais, conteúdo artístico, o
83%
9%
8%
Tempo do grupo
Responderam não
Responderam que sim
Ambas as partes
47
clown não determina o tempo para a realização do seu espetáculo, ele está
preocupado se o que está fazendo está sendo significativo para a criança durante o
processo de tratamento.
3.7 FINALIZAÇÃO E CONCLUSÃO DA COLETA DE DADOS
A pesquisa teve como objetivo conhecer o trabalho do grupo, para dar mais
significado ao Trabalho de Conclusão de Curso.
Pode-se concluir que os objetivos foram alcançados, pois, ao se fazer a
leitura dos dados usando como critério a percepção de pesquisadora, ficou evidente,
nas ações do grupo, que eles têm uma proposta pedagógica, elaboram
planejamento com atividades intencionais para e com as crianças.
48
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa, desenvolvida como Trabalho de Conclusão do Curso de
Pedagogia do Centro Universitário Municipal de São José-USJ, resulta dos
questionamentos a respeito da proposta pedagógica que ocorre nas ações dos
grupos de animadores que atuam nos hospitais da Grande Florianópolis.
Por meio deste estudo, pode-se investigar de maneira teórica a aprendizagem
da criança quando está hospitalizada e o trabalho humanizado do grupo que
promove atividades lúdicas e educativas nos hospitais.
O objetivo principal deste trabalho foi identificar a proposta pedagógica, nas
ações dos grupos de animadores que atuam nos hospitais da Grande Florianópolis.
Foi possível identificar a proposta pedagógica do grupo, pois seus integrantes
elaboram planejamento com atividades intencionais, têm os mais variados tipos de
abordagens de atividades lúdicas, para e com as crianças, como balões, bolhas de
sabão, jogos de improviso, balas, pirulitos, brincadeiras espontâneas e música,
participam de reuniões, conversas, workshops e fazem muita leitura.
A partir do trabalho realizado, percebeu-se como é importante a mobilização
da família e da equipe médica no trabalho pedagógico hospitalar e como a lei
ampara e incentiva os projetos educacionais.
É lindo o trabalho que os grupos de animações fazem, é algo mágico, para
quem não sabe o que são problemas nem o que é tristeza. Mas também requer
coragem para enfrentar seus medos, se expor e experimentar uma proposta
totalmente diferente de qualquer outra. O grupo se aprimora nas atividades mais
inúteis que se pode pensar, como por exemplo: tocar uma música num pente ou se
especializar na arte de cair no chão, para ver a alegria das crianças.
Com certeza, esse tema contribuiu para a formação pedagógica da
pesquisadora, porque se percebeu que existem outros espaços para o pedagogo
trabalhar de forma diferenciada, sendo muito importante para o seu conhecimento
acadêmico. Acredita-se que o estudo realizado vai ser de muita valia para dar
continuidade à investigação sobre o tema, pelos colegas da academia que procuram
novos espaços para aplicar seus estudos.
49
REFERÊNCIAS
ALVES, Rosimar Pires; ARAUJO, Doracina Aparecida de Castro. Planejamento: organização, reflexão e ação da prática docente. In: Simpósio Científico-Cultural (SCIENCULT), 3., Paranaíba, 2009. Anais... Paranaíba: UEMS, 2009. Disponível em: <http://periodicos.uems.br/novo/index.php/anaispba/article/viewFile/184/118>. Acesso em: 30 out. 2015. BRASIL. Conselho Nacional da Educação. Resolução Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente n. 41/1995. Direitos da criança e do adolescente hospitalizados. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 out. 1995, seção I, p.163/9-16320. Disponível em: <http://www.mprs.mp.br/infancia/legislacao/id2178.htm>. Acesso em: 30 out. 2015. ______. Decreto Lei nº. 1044/1969, de 21 de outubro de 1969. Dispõe sobre tratamento excepcional para os alunos portadores de afecções que indica. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 out. 1969. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1044.htm. Acesso em: 15 set. 2015. ______. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/constituicao.pdf. Acesso em: 15 set. 2015. ______. Lei n.º 8069/1990, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o estatuto da criança e do adolescente, e da outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 jul. 1999, p. 13563. Disponível em: <http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=75648>. Acesso em: 30 out. 2015. ______. Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Seção 1, p. 27833-27841. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 12 nov. 2015. Blog dos Doutores da Alegria [blog na Internet]. DOUTORES DA ALEGRIA: São Paulo, 2015. Disponível em: <http://www.doutoresdaalegria.org.br/conheca/sobre-os-doutores/>. Acesso em: 18 ago. 2015. ESTEVES, Cláudia R. Pedagogia Hospitalar: um breve histórico. Salvador: Secretaria Municipal de Educação, 2001. Disponível em <http://educacao.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-educacao-saude/classes
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54
APÊNDICE A – CONHECIMENTO DO GRUPO EM RELAÇÃO À CRIANÇA
HOSPITALIZADA
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ
CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
Cara (o) Participante,
Sou a Luana de Souza Miguel, acadêmica da 8° fase do Curso de Pedagogia do
Centro Universitário Municipal de São José (USJ) e estou realizando uma pesquisa
(TCC) com o título: Pedagogia Hospitalar: Olhar sobre ação dos Grupos de
Animadores, orientada pela Prof.ª Msc. Marinez Chiquetti Zambon. Gostaria de
contar com sua colaboração respondendo a este questionário, lembrando que sua
identidade será mantida em sigilo e que todas as respostas são apenas para fins
acadêmicos. Ressalto que nas questões abaixo, não existem respostas certas ou
erradas, mas sim, o que você pensa. Fique a vontade para expressar sua opinião.
Pesquisa
1. Qual a sua formação? _______________________________
2. Como surgiu a ideia de levar o grupo para atuar nos ambientes hospitalares?
Qual é o objetivo?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_______________________________________________________
55
3. Qual a sua preparação e do seu grupo para entrar nos hospitais?
4. O que levou você a participar do grupo?
5. Você e seu grupo elaboram o planejamento com atividades intencionais, para
aplicação com as crianças dos hospitais da Grande Florianópolis?
SIM ( ) NÃO ( )
De que forma?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_______________________________________________________
6. Como é realizado o seu trabalho e do seu grupo nestes hospitais? Quais são
as atividades?
7. Em quais hospitais você e seu grupo atuam?
56
8. O tempo que vocês disponibilizam para ir aos hospitais é determinado pelo
hospital?
Sim ( ) Não ( )
9. As crianças imitam ou reproduzem as brincadeiras realizadas por vocês?
Sim ( ) Não ( )
10. As crianças pedem que vocês retornem ao hospital?
Sim ( ) Não ( )
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ANEXO A – DECLARAÇÃO DE REVISÃO
DECLARAÇÃO DE REVISÃO
Eu, MARIA ELISA REIS LUCIANI, brasileira, portadora de CPF no 595.161.94915 e
cédula de identidade no111. 586 SSP – SC, declaro, para os devidos fins, que
realizei a correção gramatical e ortográfica e a formatação do Trabalho de
Conclusão de Curso intitulado: PEDAGOGIA HOSPITALAR: um olhar sobre a
ação dos grupos de animadores, elaborado pela acadêmica LUANA DE SOUZA
MIGUEL do Centro Universitário Municipal de São José – USJ.
Por ser verdade, firmo a presente declaração em duas vias de igual teor.
Florianópolis, 23 de novembro de 2015
___________________________________________
Maria Elisa Reis Luciani
Graduação em Letras Francês – em 1999 – UFSC
Curso de Revisão de Textos I, II e II, em 98/2, 99/1 e 99/2 – UFSC
Curso de Aprimoramento das Competências Textual e Linguística – Redação – em
2002/2 – UNIVALI
Maria Elisa Reis Luciani Rua Capitão Euclides de Castro, 288 – Coqueiros CEP 88.080-010 – Florianópolis (SC) Fones: + 55 48 3091.0980 + 55 48 8432.0080 e-mail: [email protected]