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PRAZOS NO PROCESSO PENAL
Conceito – Prazo é o lapso de tempo dentro do qual é ordenada, proibida ou facultada a
prática de um ato.
Classificação:
Os prazos podem ser:
a) Prazo legal – é aquele determinado por lei (art. 46, 395, 401, 499, 500, 586, 593, etc.;
b) Prazo judicial – é o prazo fixado pelo juiz (art. 10 § 3º, 364, 786, etc.);
c) Prazo convencional – é o prazo ajustado entre as partes. No processo penal não há prazo
convencional, não podendo o prazo legal ou judicial ser sequer prorrogado por vontade das
partes;
d) Prazos comuns – que correm para ambas as partes, como aqueles previstos para o
assistente para as alegações no processo do júri (art. 406, § 1º);
e) Prazos particulares – são os que correm para uma das partes apenas (art. 46, 395, 499,
500, etc.).
f) Prazos improrrogáveis ou peremptórios – são os prazos que não admitem prorrogação
(art. 798 – sábado, domingo e feriado), porém com exceções, por exemplo, quando o prazo
termina no domingo vale para o 1º dia útil seguinte.
g) Prazos prorrogáveis – permitem a dilatação (art. 798, § 3º e art. 93);
h) Prazos contínuos – Os prazos fluem de uma só vez, sem interrupção ou suspensão (art.
798, § 4º)
Princípios que regem os atos – Além da improrrogabilidade e da continuidade dos prazos são
os mesmos regidos pelos seguintes princípios:
a) Princípio da igualdade de tratamento – as partes não podem ser tratadas desigualmente,
devendo o prazo para determinado ato ser idêntico para todas com exceção referente ao
defensor público.
b) Princípio da brevidade – os prazos processuais não podem ser muito dilatados, exigindo-
se que a lei fixe prazos de modo a não alongar o processo;
c) Princípio da utilidade – o prazo deve ser maior ou menor conforme a relevância do ato a
ser praticado.
d) Princípio da irredutibilidade – os prazos não podem ser reduzidos, por qualquer
pretexto, pelo juiz;
e) Princípio da preclusão – é a perda do direito de praticar ato processual por ter se
escoado o seu prazo. O princípio da preclusão pode ser:
1. Preclusão lógica – é prevista no artigo 96 CPP. Às vezes a preclusão decorre do fato de haver
sido cumprida uma faculdade incompatível com o exercício de outra. As exceções estão
previstas no art. 95, como exemplo a argüição de suspeição precederá a qualquer outra salvo
quando fundada em um motivo superveniente.
2. Preclusão Máxima – quando a sentença for de mérito, escoando-se o prazo para eventual
recurso, ou seja, ocorre a coisa julgada.
CONTAGEM DOS PRAZOS – no processo penal os prazos são fixados em minutos, horas, dias,
meses e anos.
Minutos – art. 798, § 2º
Horas – quando abaixo de 24 horas
Dias – art. 39, § 5º, 58, 60
Meses e ano – previsto de acordo com a lei 810/40 e art. 38 e 687, I, CPP
Anos – art. 749, 743 e 696, CPP.
A contagem do prazo está compreendida entre os termos inicial e final:
Termo – é o acontecimento ou momento que limita o prazo;
Termo inicial (a quo) e termo final (ad quem) – Face ao art. 798, § 1º, não se computará no prazo
o dia do começo, incluindo-se porém o do vencimento.
Prazo processual penal e prazo penal – Diverso é o tratamento do prazo processual penal no
confronto com o prazo penal, para o qual, em benefício do acusado, o dia do começo inclui-se
no prazo (art. 10, 1ª parte do CP).
Estando o mesmo prazo previsto no Código Penal e no Código de Processo Penal, aplica-se a
contagem mais favorável ao acusado. O que se deve levar em conta é a natureza do prazo: se
de direito penal, em benefício do réu, aplica-se o art. 10 do CP, se de direito processual, o art.
798, § 1, do CPP, independentemente da lei em que venha estabelecido.