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Page 1: Pragas Do Algodoeiro

PRAGAS DO ALGODOEIROO algodoeiro é uma das culturas mais suscetíveis ao ataque de pragas em todas as regiões cotonícolas do mundo. Possui glândulas denominadas nectários, que secretam líquido resinoso e açucarado, que atrai muitos que se estabelecem na cultura.Já foram identificadas mais de 1.300 espécies de insetos e ácaros no total, mas somente 275 foram consideradas nocivas à cultura. Felizmente, no Brasil, pouco mais de vinte espécies são nocivas. Este número elevado de pragas levou a um controle químico com uso exagerado de inseticidas e acaricidas, causando graves problemas de intoxicações humanas e grande desequilíbrio no agroecossistema desta cultura.A exigência cada vez maior do mercado consumidor, requer novas técnicas de cultivo com a finalidade de se obter produtos de melhor qualidade no tocante ao tipo de fibra, como a limpeza, comprimento, finura, resistência e maturidade. Estas características podem ser afetadas pelas pragas, no decorrer do desenvolvimento da planta, diminuindo consideravelmente a produção e a qualidade.1 - Estágios de desenvolvimento do algodoeiro:2 - Época de ocorrência das principais pragas na cultura:3 - Sucessão de flores do algodoeiro.4 - PRAGAS PRINCIPAIS.4.l - Pragas Iniciais:1 - Euthinobothrus brasiliensis (Hambleton, l937) - (Coleoptera, Curculionidae)Nome comum: BROCA DO ALGODOEIRO, BROCA DE COLO ou BROCA DA RAIZ.Características: São hospedeiros dessa praga: guanxuma, quiabeiro, vassourinhaO adulto é um besouro de 3 a 5 mm de comprimento, de coloração escura e pouco brilhante.A larva mede de 6 a 7 mm de comprimento, coloração branco ao creme, ápoda, de corpo volumoso, cilíndrico e liso. É a responsável pelo estrago.A postura é feita durante o dia no colo da planta, de forma isolada, na quantidade de 167 ovos.A fêmea, após abrir com a mandíbula, cavidades na casca do algodoeiro, deposita os ovos, geralmente na altura do coleto da plântula, quando esta atinge 8 a 10 cm de altura (grossura de um lápis).As larvas logo ao eclodirem, começam a se alimentar, abrindo galerias na região de câmbio, no caule ou em certos casos, nas raízes. Inicialmente, as galerias são estreitas e, a medida que as larvas crescem, também aumentam de diâmetro, com detritos e fezes. Circundam o coleto, abrindo galerias superficiais espiraladas e internamente em sentido longitudinal do caule, danificando-o completamente.Ciclo biológico da broca-da-raiz:(200 dias) adulto ovo (10 dias)(15 dias) pupa larva (54 dias)O inseto na fase adulta atravessa o período de entressafra abrigado em capinzais, matas, restos de culturas, entulhos de pedras, ocultando-se nas fendas dos terreno, sempre nas proximidades de alimento e de umidade. Os adultos provenientes da entressafra, representam o potencial de infestação para a safra que se inicia.O ataque da broca é estratificado, localizando-se principalmente nas bordaduras próximas de matas e capinzais. O ataque inicial é em forma de reboleiras, mas no final da safra, a maioria das plantas apresentam sintomas de ataque da broca, consequência da alta capacidade reprodutiva.Euthinobothrus brasiliensisPrejuízos: À medida que as larvas crescem, vão se tornando maiores e deixando mais detritos. Podem abrir galerias em espiral pelas raízes, impossibilitando a circulação da seiva, devido ao seccionamento dos vasos; promove rachaduras nas raízes, determinando a diminuição do crescimento da planta e, nota-se a mudança de coloração das folhas que passa de verde escura para avermelhada (vermelhão do algodoeiro) e ficam murchas. Se arrancada a planta com este sintoma, percebe-se o engrossamento na região do colo, devido ao ataque. Empupam nas próprias galerias e o adulto, após sair, se alimenta das folhas, com pouco estrago. Os sintomas surgem a partir do florescimento da planta.2 - Frankliniella sp. - (Thysanoptera, Thripidae)Nome comum: TRIPESCaracterísticas: Os adultos têm forma alongada com cerca de 1,5 mm de comprimento, coloração verde escura, parda ou negra, apresentando dois pares de asas longas e franjadas.As ninfas, ao nascerem, são de coloração branca, que muda em seguida para a cor amarelada. Têm a mesma forma dos adultos e praticamente o mesmo comprimento. Para se transformarem em adultos, passam pela fase pupal, não completamente imóvel, em geral dentro de fendas do solo.

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Os ovos são inseridos nos tecidos tenros das plantas, podendo ser postos até 14 ovos/dia/fêmea. As condições favoráveis ao desenvolvimento dos tripes são temperaturas elevadas e baixa umidade. A fase pré-pupal ocorre no solo fazendo com que os anos chuvosos não sejam propícios ao desenvolvimento dos tripes.Ciclo Biológico do Tripes: (14 a 21 dias) adulto(5 dias) ninfa ovo (5 dias)Trips tabaciPrejuízos: Os tripes são insetos sugadores que se localizam na face inferior das folhas novas. Também podem ser encontrados nas flores e nas brácteas das maçãs. Sugam a seiva das plantas na face inferior das folhas novas, nos folíolos e nas flores ou nas brácteas.O maior dano é o ocasionado às folhas novas, dos 10 aos 25 dias de emergência da cultura. As folhas atacadas ficam verde escuras, pouco desenvolvidas, com pontos prateados ao longo das nervuras principais, consistência coriácea, rasgadas e deformadas, com o aspecto típico de engruvinhamento.A gema apical pode ser destruída, ocorrendo superbrotamento da planta. O desenvolvimento da planta é retardado. Em casos extremos de ataque, ocorrendo condições climáticas favoráveis ao tripes, as plantas muito pequenas podem morrer.O tripes é responsável pela transmissão do mosaico tardio, doença virótica que só se manifesta em plantas que foram anteriormente contaminadas pelo vírus do vermelhão.3 - Aphis gossypii Glover, 1876 - (Homoptera, Aphididae)Nome comum: PULGÃO DO ALGODOEIROCaracterísticas: Existem várias espécies de pulgões que atacam o algodoeiro, porém esta espécie é a mais prejudicial.É um inseto sugador de coloração variando do amarelo-claro ao verde escuro e ao negro. Tem o comprimento aproximado de 2 mm, localizando-se em colônias nos brotos novos e na página inferior das folhas novas, onde se encontram formas aladas e forma ápteras.Reproduz-se por partenogênese, existindo apenas adultos fêmeas nas colônias. As fêmeas são vivíparas. Põem formas jovens denominadas ninfas, que se transformam em adultos através de 6 mudanças de pele. A vida média do pulgão é de 15 a 20 dias.Possuem grande capacidade reprodutora, principalmente em condições climáticas favoráveis de calor e de umidade, podendo, cada pulgão dar origem a até 120 descendentes, quatro a oito por dia. São atacados por um grande número de inimigos naturais e sofrem drástica redução da população com a ocorrência de chuva abundante, principalmente se acompanhada de ventos.Aphis gossypi

Prejuízos: Os danos são causados tanto pelas ninfas com pelas formas adultas, sugando a seiva daplanta. Reduzem 40% da produção, contribuem em 10% na formação de viroses nas plantas.O ataque ocorre inicialmente em plantas isoladas ou em reboleiros, aos 50 a 60 dias da emergência. Posteriormente, com o aumento da população, o ataque se distribui uniformemente por toda a cultura.As folhas atacadas ficam mais escuras e brilhantes. Arredondadas, com os bordos virados para baixo em forma de campânula e encarquilhadas. Os ponteiros atacados pelo pulgão ficam atrofiados e toda a planta tem o crescimento retardado.O pulgão é responsável pela transmissão de doenças de vírus: "vermelhão do algodoeiro" e "mosaico das nervuras de Ribeirão Bonito".4.2 - Pragas Tardias:A) Ácaros: Estão presentes no meio agrícola em muitas plantas hospedeiras como a mamona, mamoeiro, mandioca, grevilha, Santa Bárbara, laranjeiras, que não devem estar muito próximas da lavoura cultivada com o algodoeiro. Isto evitará focos de infestação.1 - Tetranychus urticae KOCH, 1836 - (Acarina, Tetranychidae)Nome comum: ÁCARO RAJADOCaracterísticas: É a principal espécie, mais resistente e difícil de alcançar com acaricidas.É um pequeno aracnídeo, com quatro pares de patas, com a coloração verde e manchas dorsais escuras.A fêmea adulta é maior que o macho, tem o comprimento de 0,46 mm, sua forma é ovalada, achatada e tem pernas curtas. O macho adulto tem 0,27 mm de comprimento, é mais afilado na parte posterior e apresenta as pernas longas.Situam-se na face inferior das folhas, formando colônias protegidas por teias. Iniciam o ataque, em geral, entre as nervuras principais no encontro com o pecíolo, ou nas dobras das folhas.

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As fêmeas põem ovos redondos e claros, visíveis a olho nu. Cada fêmea coloca 70 a 134 ovos por período de oviposição. A larva recém-nascida, é quase redonda e apresenta só três pares de patas.Os períodos secos e quentes são condições favoráveis para o seu desenvolvimento.O ácaro rajado apresenta preferência pela região intermediária ou mediana da planta. É mais evidente de janeiro até a colheita.Ciclo Biológico do Ácaro Rajado:(18 a 21 dias) adulto ovo larva (1 dia)4 dias(1 a 45 dias) deutoninfa protoninfa (1 dia)Prejuízos: As ninfas e os adultos sugam o conteúdo celular da folha ocasionando o rompimento e morte das mesmas.O ataque se dá inicialmente em plantas isoladas ou em reboleiras, podendo se espalhar por toda a cultura. As plantas atacadas apresentam folhas com manchas vermelhas, localizadas preferencialmente na inserção do pecíolo, e nas dobras das folhas. Essas folhas sofrem necrose e caem, num processo de desfolha intenso e característico quando o ataque é severo. As maçãs da metade superior das plantas não apresentam um desenvolvimento normal, abrindo precocemente. O agricultor perde no peso do produto colhido, e a indústria recebe uma fibra de baixa qualidade. Enquanto existirem maçãs em formação, há a necessidade de presença de folhas de cor verde para que todo potencial produtivo seja alcançado.As manchas vermelhas da face superior correspondem na face inferior da folha, coincidindo em seus limites externos manchas amareladas, onde se localizam as colônias de ácaro-rajado.2 - Tetranychus ludeni (ZACHER, 1913) - (Acarina: Tetranychidade)Nome comum: ÁCARO VERMELHOCaracterísticas: Esta praga é conhecida por ácaro vermelho do algodoeiro pelo fato de que as fêmeas apresentam esta cor intensa. A fêmea adulta mede 0,46 mm, sendo maior que o macho e visualizada a olho nu.Requerem para um bom desenvolvimento, condições de seca e de calor.A fêmea tece teia e vive em torno de 10 dias, sendo que a quantidade de ovos por fêmea é de 50-60.Ciclo Biológico do Ácaro Vermelho:(17 dias) adulto ovo larva (3 dias)(4 dias)(3 dias) deutoninfa protoninfa (3 dias)Prejuízos: Tanto os adultos quanto as ninfas danificam as folhas alimentando-se das mesmas.Os primeiros danos aparecem em reboleiras, no terço médio das plantas. Pode-se ver manchas de cor avermelhada-bronzeada com pontinhos amarelos, que no final atingem toda folha. Correspondem exatamente às lesões ocasionadas pelos ácaros na página inferior, onde o tecido vegetal se mostra branco-creme ou prateado, revestido por uma teia.Em ataque forte aparecem necroses, secamento e queda das folhas, o que atrapalha o desenvolvimento normal das maçãs da parte superior, baixando a produtividade e a qualidade da fibra (perda de maturidade).Dependendo da severidade da infestação, as áreas lesionadas variam desde pequenas manchas até ocuparem totalmente a superfície foliar. Em consequência, as folhas caem, podendo ocorrer então um desfolhamento total da plantaTetranychus sp.

3 - Polyphagotarsonemus latus (BANKS, 1904) - (Acarina, Tarsonemidae)Nome comum: ÁCARO BRANCO ou ÁCARO DA RASGADURACaracterísticas: É um aracnídeo pequeno, com quatro pares de patas, de coloração branca até pardacenta, mas sempre brilhante, com movimentos rápidos e constantes.É praticamente invisível a olho nu, e a fêmea que é maior que o macho, mede 0,17 mm de comprimento por 0,12 mm de largura.O macho é menor que a fêmea, possui coloração branco-hialina, tem o quarto par de pernas bem desenvolvido, o que lhe possibilita carregar a "pupa" da fêmea para que, no momento de emergência, seja garantida a cópula. Cada fêmea põe entre 25 a 30 ovos isoladamente na face inferior das folhas novas. Esta espécie de ácaro não tece teia.Os ovos são achatados, de cor pérola com linhas de manchas brancas.A ninfa mede 0,15 mm de comprimento, apresenta apenas três pares de pernas e tem cor esbranquiçada.

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No final da fase ninfal passa para o estágio pupal onde o ácaro permanece em repouso dentro de um invólucro, no qual desenvolve o quarto par de pernas. Adultos e ninfas se alimentam dos tecidos foliares.Cosmopolita e polífago, o ácaro branco ataca feijão, chuchu, roseira, mamão, citros, etc.Ciclo Biológico do Ácaro Branco:(7 dias) adulto ovo (1 a 3 dias)(1 dia ) "pupa" larva (2 dias), imóvel ativaPoliphagotarsonemus latus

Prejuízos: A fase adulta é a que causa maiores prejuízos no algodoeiro.O início do ataque é em reboleira e os danos ocorrem nas folhas novas do ponteiro, sendo que inicialmente há um escurecimento e posteriormente o encarquilhamento, com bordos voltados para baixo, ligeira ondulação e a face ventral da folha, com aspecto vítreo ou brilhante, tornando-se coriácea. No estágio mais avançado do ataque ocorrem rasgaduras.Quando este sintoma é manifestado, já não existem mais ácaro nas folhas. O ataque nos ponteiros pode resultar em perdas significativas, principalmente devido à redução do número de maçãs desta parte da planta.O caule também pode ser infestado, quando o ataque é muito intenso. Quando isto acontece, posteriormente, aparecem manchas irregulares com coloração parda sobre a casca, onde foi rompida a epiderme, sendo notado um aspecto rugoso. A planta fica com desenvolvimento anormal, entrenós curtos, caule deformado em ziguezague, chegando a sofrer perdas em produtividade.B) Lagartas:1 - Alabama argillacea (HUEB, 1818) - (Lepidoptera: Noctuidae)Nome comum: CURUQUERÊ DO ALGODOEIROCaracterísticas: Uma das pragas mais antigas e conhecidas do algodoeiro. Seus ataques ocorrem geralmente após períodos chuvosos, após 90 dias de emergência da cultura. Suas infestações dependem de migrações anuais das mariposas.O adulto é uma mariposa marrom-avermelhada com duas manchas circulares escuras na parte central das asas anteriores, e tem no corpo escamas esbranquiçadas. Mede cerca de 38 mm de envergadura por aproximadamente 15 mm de comprimento.Tem hábito noturno, e possui longo alcance de vôo. As fêmeas põem em média 800 ovos. Normalmente são depositados isoladamente sob as folhas na parte superior da planta.Os ovos são pequenos, achatados e estriados, verde-azulados no início, e amarelados posteriormente.As lagartas, incolores no início, ficam esverdeadas quando iniciam a alimentação e escuras em ataques intensos. Medem 2 a 3 mm, possuem quatro manchas pretas na parte dorsal de cada segmento e linhas brancas ao longo do corpo. Da primeira à última muda (a quinta), as lagartas vão aumentando sua voracidade alimentar, variando de coloração e aumentando de porte, alcançando 38 a 40 mm. Movimentam-se medindo palmo e chegam a devorar grandes áreas.Completada a fase larval, vem a fase de pupa. Estas alojam-se no interior de um cartucho formado pela dobra de uma folha ou ficam pendentes nos ramos destroçados pelas larvas. Têm forma cilíndrica, afilada na parte posterior, são castanho-escuras e medem em torno de 15 mm.Praticamente monófaga, mas pode viver em outros hospedeiros, como a erva mate e malváceas silvestres.Alabama argillaceaCiclo Biológico do Curuquerê-do-algodoeiro:(15 dias) adulto ovo (3 a 5 dias)(6 a 8 dias) pupa lagarta (14 a 21 dias)Prejuízos: O curuquerê só é prejudicial no estágio larval. Começa o ataque destruindo a epiderme e depois o limbo das folhas, deixando só as nervuras. Porém, em ataques intensos, pode atingir também as nervuras maiores e pecíolos. A desfolhação evolui rapidamente na direção descendente da planta. Esporadicamente pode atacar brotos, gemas ou maçãs.Quando o ataque ocorre na abertura dos capulhos, provoca a maturação forçada, prejudica a qualidade tecnológica da pluma e às vezes sua classificação.2 - Pectinophora gossypiella (SAUND., 1844) - (Lepidoptera: Gelechiidae)Nome comum: LAGARTA ROSADACaracterísticas: Praga que pode causar perdas bastante relevantes no algodoeiro. Fatores como semeadura precoce ou muito longa, favorecem sempre o seu aparecimento.Seu período crítico vai do aparecimento da primeira maçã ao primeiro capulho.

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No Paraná, ocorrem grandes infestações a partir de 90 dias após a emergência.O adulto é mariposa pequena medindo em torno de 15 mm de envergadura e cerca de 9 mm de comprimento.A fêmea tem hábito noturno e o macho é menor, com asas anteriores pardo-escuras, com manchas transversais mais escuras e bem marcadas. As asas posteriores, mais estreitas, são acinzentadas, com reflexos de pérola, com orlas de pêlo bronzeados. A fêmea põe em média 250 a 500 ovos, que são colocado isoladamente ou em grupo de cinco a cem nas flores, folhas, gemas e principalmente na base das maçãs, onde ficam protegidos pelas brácteas.Os ovos são ovalados estriados de coloração branco-esverdeada, com cerca de 0,5 mm de comprimento. Antes da eclosão, ficam avermelhados.Ao eclodir, a lagarta é de coloração branco-palha-brilhante e cabeça escura. Desenvolvendo-se, fica rosácea com duas faixas transversais bem marcadas em cada segmento. Seu comprimento máximo é de aproximadamente 12 mm. Neste estágio, pode entrar em diapausa por alguns meses.A lagarta se transforma em pupa dentro da cápsula ou no solo. A pupa tem cor castanho-amarelada, medindo cerca de 8 mm de comprimento.A lagarta rosada é polífaga pois ataca malváceas selvagens e também o quiabeiro.Ciclo Biológico da Lagarta-rosada:(7 dias) adulto ovo (4 dias)(10 dias) pupa lagarta (20 dias)Pectinophora gossypiellaPrejuízos: A fase prejudicial à cultura é a larval. A lagarta ataca botões florais, flores e maçãs. Começa o ataque nos botões florais, impedindo a abertura dos mesmos, ou seja, as pétalas ficam imbricadas, tomando um aspecto de roseta. Posteriormente, os botões florais murcham e caem. Quando a lagarta chega nas maçãs, causa estrago parcial ou total. Faz um buraco para entrar, que logo cicatriza. Alimenta-se das sementes, destruindo-as quase totalmente, deixando apenas o tegumento. Várias larvas podem viver no mesmo capulho, desenvolvendo-se dentro dele. Ao transitar de uma semente para outra, ocorre a destruição, o murchamento e amarelecimento das fibras, causando sérios prejuízos. As maçãs defeituosas não se abrem normalmente e apresentam danos característicos de "carimã".3 - Heliothis virescens (Fabricius, 1781) - (Lepidoptera: Noctuidae)Nome comum: LAGARTA DAS MAÇÃSCaracterísticas: Os adultos são mariposas de aproximadamente 20 mm de comprimento e 35 mm de envergadura, de coloração verde clara. As asas anteriores têm bordas com faixas escuras e claras onduladas. Possui três faixas transversais claras bordeadas de preto muito características. As asas posteriores são claras, esbranquiçadas, semihialinas, com uma faixa cruzada no centro.Os adultos ficam escondidos nas folhas, saem de noite para alimentar-se e fazer a oviposição. Muito numerosa (1000 a 3000 ovos), a oviposição é feita preferencialmente nos ponteiros, folhas novas ou brácteas de botões florais, em posturas individuais.Os ovos são brancos, brilhantes, com estrias radiais finas.As lagartas de cor creme na eclosão, passam por seis estádios até atingirem 30 a 40 mm de comprimento. São de coloração variável, de amarelo-esverdeada a castanha, com manchas pretas, faixas longitudinais claras e escuras ao longo do corpo (as claras muito bem visíveis) e cerdas (pêlos) em fileiras, curtas e abundantes. Cabeça marrom ou amarela. Quando tocadas, enrolam-se e caem ficando imóveis. Alimentam-se dos órgãos frutíferos.A crisálida é brilhante, marrom-escura e quebradiça. Tem cerca de 20 mm de comprimento e fica no solo. Pode acontecer a diapausa neste estágio.São polífagas, podendo-se encontrá-la em plantas diversas como o linho, alfafa, soja, milho, sorgo, tomate, etc, sendo porém mais encontrada no algodão.Em função da temperatura podem fazer dois a três ciclos no algodoeiro.Ciclo Biológico da Lagarta das Maçãs:(18 dias) adulto ovo (3 dias)(15 dias) pupa lagarta (25 dias)Heliothis virescensPrejuízos: São lagartas que fazem o estrago no algodoeiro, alimentando-se, às vezes, de folhas quando o ataque é precoce, mas geralmente de órgãos frutíferos jovens (botões florais, flores e maçãs).O orifício de penetração nas maçãs, que a lagarta faz para comer a fibra imatura e sementes da loja, tem bordo circular bem delimitado com excrementos que saem para o exterior. Uma larva pode atacar vários órgãos na

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mesma planta. Os órgãos jovens danificados geralmente caem ou apodrecem devido à penetração de microorganismos.c) Percevejo:1 - Horcias nobilellus (Bergston, 1883) - (Hemiptera: Miridae)Nome comum: PERCEVEJO RAJADOCaracterísticas: É o mais importante dos percevejos do algodoeiro. Aparece desde o início da floração, de janeiro até março.O adulto possui grande agilidade, mede entre 4 e 5 mm de comprimento por aproximadamente 2 mm de largura. De coloração viva, brilhante com listras amarelas, vermelhas e brancas, com um desenho amarelo em V muito característico no dorso.A parte anterior da cabeça e o tórax são amarelos escuros. O ventre é de cor amarelada com pontinhos vermelhos. Tem aparelho bucal picador-sugador. A oviposição se faz à noite, geralmente nos ramos mais tenros.Os ovos de formato alongado, são inicialmente brancos e depois amarelados, depositados isoladamente, raramente em grupos de dois ou três.A ninfa tem cinco estádios e é muito parecida com o adulto, distinguindo-se por um Y invertido no abdome. Mede 1 a 2 mm e tem coloração verde-amarelada. Vive escondida na folhagem, atacando as partes mais tenras das plantas.É um inseto polífago, podendo viver em plantas hospedeiras como o quiabeiro, o caruru, o picão e algumas do gênero Sida (guanxumas).Ciclo Biológico do Percevejo Rajado:(25 a 28 dias) adulto Ovos (11 dias)ninfas (15 dias)Horcias nobilellusPrejuízos: Os adultos e ninfas se alimentam das partes novas das plantas. Sugando a seiva, inoculam toxinas que causam a queda dos botões florais, flores e maçãs novas, resultando plantas com crescimento exagerado e reduzido número de maçãs, baixando a produção.Os órgãos atacados provavelmente não caem, mas ocorrem deformações nas maçãs, tipo "bico de papagaio", as quais não abrem normalmente. Os locais sugados apresentam pequenas manchas necróticas no exterior, calosidade no interior e amarelecimento da fibra, chegando às vezes a apodrecer.D- Anthonomus grandis BOHEMAN, 1843 - (Coleoptera: Curculionidae)Nome comum: BICUDO DO ALGODOEIROCaracterísticas: O adulto é um inseto com cerca de 7 mm de comprimento, coloração cinza ou castanha, rostro bem alongado, correspondente à metade do corpo, fino e recurvado. Tem dois espinhos no fêmur do primeiro par de pernas, e élitros com riscas longitudinais. Move-se ativamente nas superfícies vegetais e se alimenta dos botões florais, flores e maçãs novas.Faz oviposição nos próprios botões ou maçãs onde os ovos são postos isoladamente através de um orifício feito pela fêmea, fechado em seguida por uma secreção cerosa.No fim do ciclo do algodoeiro, o adulto vai para abrigos (mata, capim), abaixo da cobertura vegetal e entra em diapausa.O ovo é liso, branco, com aproximadamente 0,8 mm de comprimento.A larva é branca, ápoda e em forma de C, e mede em torno de 5 mm de comprimento. Alimenta-se dentro dos próprios botões ou maçãs jovens.A pupa é muito parecida com a larva.O bicudo vive essencialmente no algodoeiro, mas existem algumas plantas hospedeiras da família Malvacea, que ele também pode atacar.Ciclo biológico do bicudo do algodoeiro(25 a 180 dias) adulto ovo (2 a 3 dias)(3 a 5 dias) pupa larva (7 a 10 dias)Anthonomus grandisPrejuízos: O ataque inicia-se pelas margens da cultura. Os danos são causados pelo adulto e pela larva. Em ausência de estruturas frutíferas, o adulto pode alimentar-se de folhas jovens, pecíolo e parte terminal do caule.Geralmente ele perfura os botões florais, para alimentar-se ou colocar seus ovos. As brácteas tornam-se amarelas, bem abertas e caem após sete dias. Quando atacadas, as flores ficam com o aspecto de "balão", por

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causa da não abertura normal das pétalas. Depois da eclosão, as larvas se alimentam dentro das gemas florais ou maçãs, ocasionando mais queda de gemas ou dano na fibra.5- PRAGAS SECUNDÁRIAS1- Dysdercus spp. - (Hemiptera: Pyrrhocoridae)Nome comum: PERCEVEJO MANCHADORCaracterísticas: Aparecem geralmente na última fase do ciclo do algodoeiro.São insetos de 10 a 20 mm de comprimento, laranja-avermelhados a café-claros. Têm cabeça e apêndices marrom-escuros, o tórax com três listras brancas na base das pernas, as antenas e pernas geralmente avermelhadas na base e pretas na extremidade.As asas formam em repouso uma mancha em forma de "V" invertida. Eles se alimentam picando as sementes do algodão. Após a fecundação, a fêmea faz a postura nas fendas do solo úmido ou em restos vegetais, em grupos de até 100 ovos.Os ovos medem aproximadamente 1,5 mm, são de superfície lisa, esbranquiçados no começo, tornando-se posteriormente amarelados ou alaranjados.As ninfas têm cinco estágios. No primeiro, são apteras, cor de rosa e não se alimentam. No segundo e terceiro estágios, alimentam-se de sementes tenras no solo. Nos outros, sobem pela planta, aglomeram-se sobre as maçãs, capulhos e com o rostro sugam a seiva das sementes. Depois de se desenvolverem, medem 8 a 13 mm de comprimento e são de cor avermelhada.São insetos polífagos, e podem ser encontrados nas malváceas e outras famílias.Dysdercus sp.Ciclo Biológico do Percevejo Manchador:(30 dias) adulto ovo (10 dias)ninfa (30 dias)Prejuízos: Os adultos e os últimos estádios ninfais ao picarem as maçãs e sugarem as sementes, causam os seguintes danos:- queda ou mau desenvolvimento das maçãs novas. Com menos de 25 dias, provoca uma reação dentro da maçã, formando calosidades no interior da parede da locula picada;- abertura defeituosa dos capulhos;- podridão das fibras, com a penetração de bactérias e fungos pelas perfurações;- manchas nas fibras de cor marrom-amarelada (dejeções ou outros);- diminuição do poder germinativo das sementes.Os danos são mais importantes quanto mais cedo os percevejos atacarem.

2) Costalimaita ferruginea vulgata (lef., 1885) - (Coleoptera: Chrysomelidae)Nome comum: VAQUINHACaracterísticas: O adulto mede cerca de 6 mm de comprimento, apresenta forma quase elíptica e coloração amarelo-pardo brilhante. O besouro prefere se alimentar de folhas novas, que ficam cheias de perfurações. O ataque ocorre em reboleiras, podendo surgir em qualquer fase da cultura, mas geralmente aparecem em novembro e dezembro. As larvas vivem no solo. Controla-se apenas quando o desfolhamento é muito intenso.3) Bemisia tabaci (Gemmi, 1889) - (Homoptera: Aleyrodidae)Nome comum: Mosca-brancaCaracterísticas: Os adultos são de coloração branca, com cerca de 1 mm de comprimento. Os ovos são colocados sob as folhas, em número de aproximadamente de 110 por fêmea, ficando presos a um pedúnculo. As ninfas se alimentam sugando a seiva, permanecendo a maior parte do tempo fixadas na face inferior da folha. O ciclo de vida é de cerca de 15 dias, com as fêmeas apresentando longevidade aproximada de 18 dias.Além dos danos diretos produzidos no processo alimentar, a mosca branca é o inseto transmissor da virose “Mosaico comum”, para o algodoeiro. O adulto não transmite a virose de planta para planta de algodoeiro, mas só de ervas daninhas afetadas (Sida spp.) para as plantas de algodão.Nos meses de janeiro a março, as populações de mosca-branca geralmente são muito elevadas, podendo infestar as lavouras. Por ocasião da maturação do algodão, o ataque intenso deste inseto provoca o escurecimento das fibras em função do líquido açucarado que excretam, ocasionando o desenvolvimento de fumagina.4) Conotrachelus denieri Hustache, 1939 - (Coleoptera: Curculionidae)Nome comum: Broca do ponteiroMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS

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O Manejo Integrado de Pragas (MIP), poderá utilizar os métodos e técnicas descritos a seguir, mas é muito importante lembrar que nenhum deles utilizado isoladamente será sempre agronomicamente sustentável.1. CONTROLE CULTURAL1.1. VariedadesAumentar a precocidade do material é interessante no caso do controle do bicudo, reduzindo o número de ciclos que ele pode ter. Mais recentemente, o avanço das técnicas de biotecnologia permitiu introduzir no genoma do algodoeiro gens de toxina do Bacillus thuringiensis, conferindo nele níveis de tolerância a lagartas. Esta tecnologia ainda não está disponível nos materiais cultivados no Brasil.1.2. Práticas culturaisEm função da localização da lavoura e da praga, pode-se utilizar práticas como:- rotação de cultura;- semeadura concentrada dentro de um período recomendado;- lavoura isca;- catação de botões florais atacados;- destruição e incorporação das soqueiras.2. CONTROLE BIOLÓGICOO controle biológico ocorre naturalmente ou planejado/executado pelo homem:- inseticidas biológicos como Bacillus thuringiensis cepa Kurstaki ou vírus de poliedrose nuclear, no controle das lagartas de lepidópteros;- introdução na lavoura de insetos benéficos como Trichogramma pretiosum, parasitando ovos de Heliothis spp. e Chrysoperla carnea, predador de ovos e lagartas de lepidópteros e pulgões;- uso de iscas de feromônios, por exemplo, para captura de adultos de bicudo.Devido a grande utilização de inseticidas químicos nesta cultura, o controle biológico é bastante prezudicado.2.1. Predadores e parasitóidesO algodoeiro abriga também numerosas espécies de insetos benéficos, que desempenham um papel importante no controle natural das populações de pragas. Estes insetos podem ser divididos em dois grupos:Predadores:As larvas e/ou adultos de alguns coleópteros, dípteros, e neurópteros, se alimentam dos pulgões, moscas brancas, ácaros e ovos de diversos insetos.As lagartas de Alabama argillacea são destruídas por numerosas espécies de insetos. Por exemplo: Podisus nigrispinus, heteróptero e Polistes spp., himenópteros são auxiliares importantes para o controle desta desfolhadora.As aranhas desempenham um papel importante na limitação das populações de certas pragas. Latrodectus geometricus se alimenta sobretudo dos coleópteros. Cheiracanthium inclusum, Alpaida sp., Phiale sp., são mais diversas em seu regime alimentar: lagartas de lepidópteros, larvas de coleópteros e heterópteros.ParasitóidesTrata-se de insetos que podem atacar os diferentes estágios do hospedeiro: ovo, larva, ninfa e adulto.O desenvolvimento larval destes insetos ocorre parcial ou integralmente no seu hospedeiro, dentro ou sobre o qual os ovos são depositados.Diferentes espécies são utilizadas no controle biológico natural. São multiplicadas em grande número num hospedeiro fácil de criar. Desta forma, em pouco tempo, estes parasitóides são soltos em grande quantidade.Os tricogramas são pequenos himenópteros (1 mm) que põem seus ovos dentro dos ovos de lepidópteros prejudiciais: Heliothis, Alabama.Os taquinídeos são moscas parasitóides de lagartas, em particular Alabama argillacea. O ovo é de cor branca e a mosca o deposita no corpo do hospedeiro. Depois da eclosão, a larva penetra no inseto parasitado.Os braconídeos são parasitóides de várias pragas importantes como Pectinophora gossypiella e Anthonomus grandis.2.2. PatógenosDoenças também interferem no controle das populações de pragas, como a doença branca (Nomuraea rileyi) e a doença preta (poliedrose nuclear).3. NÍVEIS DE CONTROLEPara cada praga, são sugeridos níveis críticos, acima dos quais é preciso adotar alguma medida para reduzir a população . Os níveis apresentados na tabela são indicativos e sujeitos a modificações.4. CONTROLE QUÍMICO:Para não favorecer o surgimento de resistência nas pragas e preservar os inimigos naturais, é preciso utilizar os inseticidas alternando os princípios ativos e dar preferência aos seletivos para inimigos naturais.

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PRAGA TAMANHO DA AMOSTRA NÍVEL DE CONTROLEBROCA-DA-RAIZ

Lavoura normal

Semeadura isca ou bordadura

Controle preventivo. Semente tratada com inseticidas.Pulverizações aos 15-30 e 30-35 dias.Pulverizações aos 10-15; 20-25 e 30-35.

TRIPES 5 feixes de 10 plantas/ha > 5 tripes /plantaPULGÕES a) 25 plantas/ha

Observar uma folha expandida no ponteiro das plantas.

70% das plantas atacadas.(> 30 pulgões/folha).

CURUQUERÊ a) 25 plantas/hab) 5 batidas de plantas/ha.

> 1 lagarta/planta.> 5 lagartas pequenas (1,0 cm)/planta.

ÁCAROS Rajado e branco (controle profilático)Branco

Presença de ácaros nas reboleiras de plantas.> 40% de plantas com sintomas (antes da rasgadura da folha).

PERCEVEJOS a) 50 redadas/hab) 25 botões/ha (um por planta)Inspeções dos 50 aos 100 dias

> 3 percevejos/50 redadas.20% de botões com percevejos.Ninfas + adultos)

LAGARTA-DAS-MAÇÃS

a) 25 plantas/hab) 50 ovos/haAvaliar dos 40 aos 90 dias. Observar na metade superior da planta.Coletar os ovos e acondicioná-los em sacos de papel, observando a eclosão durante cinco dias.

> 10% de plantas com lagartas vivas.< 60% de ovos parasitados (escuros)

BICUDO a) 25 botões/haObservar um botão por planta no teró superior.

10% dos 40 aos 80 dias15% dos 80 aos 100 dias

LAGARTA ROSADA

a) 25 maçãsb) armadilha (instalada a partir de 70 dias.

> 8% de maçãs atacadas.> 15 mariposas capturadas por dia.

Fonte: MIP do algodoeiro no Estado do Paraná Resultados da safra 90/91. Convênios cooperativas PR, EMATER e HOECHTAPRAGAS DA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR1 - Locais de ataque das pragas em cana-de-açúcar.Colmo Folhas/bainhasLagarta Elasmo Cigarrinha-da-folha Raízes e toletesBroca da cana Cochonilha Percevejo-castanhoBroca-gigante Pulgões CupinsLagartas Cigarrinha-da-raizPão-de-galinhaBesouro MigdolusGorgulhos2 - Esquema do ciclo vegetativo da cana e época de ocorrência das principais pragas na cultura.A) PRAGA DO COLMOA.1 - Diatrea saccharalis (Fabr., 1794) (Lepidoptera, Pyralidae)

Nome comum: Broca-da-cana, Broca-do-tolete

Características: A mariposa tem cerca de 25 mm de envergadura, apresenta asas anteriores de coloração amarelo-palha e as asas posteriores esbranquiçadas. Realiza a postura preferencialmente na face dorsal das folhas da cana, em massas com 5 a 50 ovos dispostos de forma embricada, semelhante a escamas de peixe. O período de incubação é de 5 a 10 dias. As lagartas recém eclodidas alimentam-se do parênquima foliar e em seguida da bainha das folhas. Após passarem para o segundo instar, procuram a gema na região do nó (tecido mais tenro) perfurando-a para penetrar no colmo. Abrem galerias geralmente ascendentes, sendo longitudinais ou transversais dentro do colmo. Após 30 a 40 dias de alimentação atingem cerca de 2,2 a 2,5 cm de comprimento, possuindo coloração amarelo-claro e cabeça marrom. Abrem orifício para o exterior, fecha-o com fios de seda e serragem e passam para a fase de pupa logo abaixo. Esta fase dura cerca de 10-15 dias. O adulto emerge do orifício aberto quando era lagarta. O ciclo total de ovo-adulto é de aproximadamente 53-60 dias (condições de São Paulo). Pode ocorrer 4 a 5 gerações por ano, sendo que a última tem um ciclo longo

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pois a lagarta permanece dentro do colmo por cerca de 5 a 6 meses. Em outubro/novembro aparecem os primeiros adultos oriundos desta última geração da safra anterior. Eles procuram os canaviais novos no campo e efetuam a postura originando a primeira geração. A segunda geração ocorre em dezembro/fevereiro, a terceira geração em fevereiro/abril e a quarta geração aparecerá em maio/junho. São as lagartas desta última geração que irão originar os primeiros adultos na safra seguinte.Ciclo biológico da broca da cana-de-açúcarOvos (~5-10 dias) >> Lagarta (~40 dias) Pupa (10-15 dias) >> Adulto (~5-10 diasDanos: É uma praga importante em todas as regiões canavieiras do Brasil. Após rápido período de alimentação inicial em folhas (sem expressão econômica) as lagartas penetram no colmo da cana onde produzirá danos através da abertura de galerias (por isto o nome vulgar de broca da cana). Este dano resulta em perda de peso do colmo e provoca a morte de gemas, causando falhas na germinação no caso de cana-planta. Quando estas galerias são transversais ao colmo ocorre a quebra dos mesmos devido ao próprio peso, chuvas e ventos. Quando a broca ataca plantas novas, provoca a morte do ponteiro, sintoma conhecido como “coração morto”. Estes são os danos diretos.

Os prejuízos indiretos são os mais consideráveis economicamente. Através dos orifícios de entrada e saído das lagartas ocorre a penetração de fungos causadores da doença chamada podridão vermelha do colmo. Esta doença é produzida pelos fungos Colletotrichum falcatum e Fusarium moniliforme que invertem a sacarose, reduzindo a pureza do caldo e dando menor rendimento de açúcar e álcool na indústria.As perdas são avaliadas através da porcentagem de “intensidade de infestação” (II%), que é dada pela fórmula:II% = Nº de entre-nós danificados (X 100)Nº total de entre-nósEstima-se que para cada 1% de intensidade de infestação perde-se 0,14% de cana em peso no campo, 0.48% no processo de extração do açúcar e 1,4 % de perda na produção de álcool na indústria. Os levantamentos para detectar a “II %” são feitos junto à balança de entrada da matéria prima na usina, onde coleta-se ao acaso 3-4 colmos/volume de carga.Danos da broca da cana

DIRETOS INDIRETOS

CORAÇÀO MORTO FUNGOS: Colleotrichum falcatumBROTAÇÃO LATERAL Fusarium moniliformeQUEBRA DE COLMOSPERDA DE PESO CAUSANDO

INVERSÃO DA SACAROSEDIMINUIÇÃO DA PUREZA DO CALDOCONTAMINAÇÃO NA FERMENTAÇÃOControle

O controle químico desta praga não tem sido eficiente até o momento. O método de controle cultural é uma boa prática que, quando corretamente adotado pelo agricultor,

contribui muito para reduzir significativamente a população da praga no campo. Pode-se citar como táticas deste método o uso de variedades resistentes ou tolerantes, seleção dos toletes para o plantio de novas lavouras, fazer o corte da cana rente ao solo (para não deixar partes que permitem a continuidade de alimentação do inseto), eliminar plantas hospedeiras próximas do canavial.

Controle biológico : a broca da cana é atacada por diversos insetos predadores e parasitóides em condições naturais. Algumas espécies de parasitóides podem ser criados em laboratório com a finalidade de liberação inundativa dentro dos canaviais, destacando-se:

Parasitóide de ovos: A espécie Trichogramma spp. pode ser produzida massalmente em laboratório. Realiza importante função pois atacam a fase de ovo da praga, sendo esta o fator chave para o crescimento populacional.Parasitóides da lagarta: Três espécies de parasitóides foram utilizadas por longo período nos canaviais em todo o Brasil, Metagonistylum minense e Paratheresia claripalpis (Díptera: Tachinidae). São moscas

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larvíparas e os adultos colocam as larvas na entrada do orifício feito pela broca no colmo. As larvas penetram pelas galerias e procuram as lagartas onde penetram e devoram o seu interior, matando-as. Completado o ciclo empupam próximo aos orifícios do colmo para facilitar a saída dos novos adultos que terão vida livre no ambiente e darão continuidade ao processo natural de parasitismo. Eram criadas em laboratórios da usinas e fornecidas aos produtores. Outro parasitóide que já foi utilizado é Apanteles flavipes (Hymenoptera: Braconidae). Atualmente o inimigo natural mais utilizado é a espécie Cotesia flavipes (Hymenoptera: Braconidae) que produzidos em laboratórios das usinas ou privativos, são vendidos para os agricultores que os liberam de forma inundativa nos canaviais. No Centro-Sul do Brasil controla-se eficientemente a broca através da liberação de 6.000 vespinhas/ha , de uma única vez, em áreas altamente infestadas pela praga. Em áreas de média infestação libera-se duas parcelas de 3.000 vespinhas por vez. O pico de ocorrência da praga é entre dezembro a abril.A.2 – Cigarrinhas (Homoptera, Cercopidae)a) Mahanarva fimbriolata (Stal, 1854) Nome comum: Cigarrinha–da-raízCaracterísticas: O macho possui l3 mm de comprimento por 6 mm de largura, coloração avermelhada com as tégminas orladas de preto, percorridas por uma faixa longitudinal da mesma cor no meio da asa. Nas fêmeas as tégminas são mais escuras e de coloração marrom avermelhada. Realizam a postura em bainhas secas ou sobre o solo, próximo aos colmos de cana. As ninfas fixam-se nas raízes para sugar a seiva. Neste local é observado a presença de uma exsudação de espuma branca que serve de proteção a estes insetos. Após passarem para a afase adulta movem-se para a parte aérea e movimentan-se saltando de planta em planta. O ciclo evolutivo completo é de 30 a 40 dias. Tem como hospedeiros outras gramíneas e principalmente pastagens.b) Mahanarva posticata (Stal, 1855) Nome comum: Cigarrinha-da-folhaCaracterísticas: Esta espécie possui 13 mm de comprimento por 5 mm de largura. Os machos possuem a cor marrom avermelhado, sendo esta cor mais escura nas fêmeas. Ambos os sexos possuem o escutelo, pronoto e cabeça marrom esverdeado. Os machos apresentam quatro manchas vermelhas no terço apical das asas anteriores. A postura é realizada no solo ou na planta. A incubação dura de 14 a 35 dias. As ninfas também ficam envoltas por uma espuma branca que lhes dá proteção. Alojam-se nas bainhas folhas, local onde realizam sua alimentação através da sucção de seiva da planta. Esta fase dura de 14 a 35 dias.Prejuízos: Os maiores danos são causados pelos adultos que ao sugarem a seiva das folhas, inoculam saliva tóxica, deixando as folhas com manchas cloróticas a partir das picadas. Com o tempo, estas manchas se tornam necrosadas, dando formação à inúmeras manchas lineares de coloração marrom, na lâmina foliar ("queima"), diminuindo a fotossíntese. Devido ao ataque destas pragas , os colmos reduzem seu crescimento diminuindo consideravelmente o espaço internodal. O maior dano provocado por esta praga é devido a redução do teor de açúcar no colmo. Os prejuízos podem chegar a 17,5 % no processo industrial, quando a população atinge a média de 0,7 indivíduos/colmo.Controle:Controle químico. Tem-se mostrado pouco eficiente, principalmente porque atinge apenas os adultos e necessita de ser feito em várias aplicaçãoe com intervalos curtos de cerca de 15 dias.Controle Biológico. Naturalmente as ninfas destas cigarrinhas são predadas pela mosca Salpingogaster nigra (Diptera, Syrphidae). Pode-se efetuar aplicações do fungo Metarhizium anisopliae (isolados PL-5 e PL27) na dose de 100 a 200 g de esporos/há em pulverizações em alto volume, no início do ataque da praga.A.3 - Migdolus fryanus (West., 1863) (Coleoptera, Cerambycidae)Nome comum: Besouro migdolusCaracterísticas: São besouros que medem 18 a 25 mm. Os machos são pretos com as asas anteriores desenvolvidas. As fêmeas são de coloração marrom, com asas posteriores rudimentares muito estreitas, impróprias para vôo. As larvas e pupas são branco-leitosas, corpo mais alargado na região anterior, ligeiramente afilado para a posterior. A superfície dorsal é ligeiramente convexa e a superfície ventral, plana. Segmentos toráxicos e abdominais bem distintos. Pernas toráxicas relativamente desenvolvidas. Medem cerca de 40 mm.É um inseto de hábito subterrâneo. As larvas e pupas podem ser encontradas até 4 m de profundidade. Preferem solos arenosos e secos. Os machos são mais ativos que as fêmeas. A postura é feita de janeiro a março, seguindo-se o ataque de larvas às raízes, de junho a outubro (maior incidência). Seu ciclo é longo, podendo ser superior a 2 a 2,5 anos. Tem como plantas hospedeiras: o cipó, o eucalipto e podem atacar também a amoreira.

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Prejuízos: A larva em plantas de lenho resistente como o de eucalipto, alimenta-se das partes corticais, liberianas e de grande parte dos tecidos lenhosos. O ataque nesta planta, inicia-se no colo e em plantas mais velhas, as larvas cavam ao longo das raízes, sulcos longitudinais superficiais, pouco profundos.Em cana-de-açúcar ataca os toletes e todas as partes subterrâneas da touceira, a partir do nível da terra. São encontradas atacando em reboleiras que indicam sua presença pela clorose das folhas. As larvas podem escavar galerias de uma planta a outra. Em canas mais velhas, as touceiras atacadas apresentam aspectos de canas afetadas por seca ou fogo. Os efeitos são mais evidentes durante os períodos em que as plantas estão sujeitas a déficit hídrico, quando se torna possível encontrar número elevado de larvas junto às touceiras atacadas. Normalmente solos arenosos apresentam maior porosidade e menor teor em matéria orgânica em relação aos solos argilosos; com isto, retém menos água e as plantas ficam debilitadas em condições de baixa pluviosidade. Neste caso, o sintoma de ataque desta praga torna-se mais evidente, mesmo quando sua população de larvas apresenta-se baixa.Em áreas de solos mais argilosos e de maior fertilidade, pelas razões descritas anteriormente, muitas vezes não se constata nenhum sintoma aparente nas plantas em relação a presença de Migdolus. Por outro lado, mesmo sem apresentar sintomas visíveis, pode haver a presença de larvas. Normalmente, a constatação desta praga nestas áreas, só ocorre quando a população de larvas atinge um número elevado a ponto de debilitar totalmente estas plantas, ou em condições de forte veranico.Controle:Comportamento: A possibilidade de manipular a comunicação química entre os sexos, por meio de seu feromônio sexual, durante o processo de acasalamento (revoadas), pode reduzir significativamente as gerações seguintes deste besouro. Basicamente, a utilização do feromônio sexual sintético de M. fryanus tem a função de atrair ou confundir, a depender da estratégia, os machos durante as revoadas.As principais vantagens no uso deste método de controle estão na especificidade deste feromônio sexual, ou seja, só atrai ou confunde indivíduos da mesma espécie e não interfere no meio ambiente.As técnicas utilizadas neste programa de controle podem envolver a detecção, monitoramento, coleta massal e o confundimento. A liberação do feromônio é feita mediante o uso de “peletes” ou pastilhas que contém o feromônio na dosagem correta, colocados individualmente em alguns tipos ou modelos de armadilhas (exceto no caso de confundimento) para a atração e captura dos machos.Químico: O método de controle químico é um processo simples e prático, mediante a aplicação de inseticidas, muitas vezes, somente no sulco de plantio. Todavia, em cana-de-açúcar, em se tratando de pragas do solo como Migdolus, busca-se sempre um produto de elevada eficiência e longo poder residual. Endosulfan 350CE, tem sido muito utilizado depois da proibição de heptacloro, e apresenta um bom poder residual quando aplicado no plantio, com uma redução significativa na população e no peso das larvas de Migdolus, nos cortes subseqüentes de cana-de-açúcar. Produtos mais recentes e ainda em fase de testes, como o Fipronil do grupo químico Fenil Pirazol apresentou acréscimo de 24,39 ton/ha no primeiro corte, em relação à testemunha.Cultural: Diversas práticas culturais têm sido de grande utilidade na redução populacional ou na melhoria da cultura sob o ataque de Migdolus como: correta destruição das soqueiras de cana-de-açúcar (reforma), incorporação de matéria orgânica e adubação verde.Mecânico: Consiste basicamente na coleta manual dos besouros adultos durante o período das revoadas. Esse método é muito dispendioso, necessitando de um grande número de operários para realizá-lo. O correto é havendo mão-de-obra disponível, coletar preferencialmente as fêmeas, que potencialmente são as que vão dar origem aos novos descendentes.Biológico: Existem poucos inimigos naturais conhecidos de Migdolus. Destacam-se os nematóides entomopatogênicos Neoplectana (Steinernema) carpocapsae; N. (S) glaseri e Caenorhabditis elegans. A eficiência é relativa pois enquanto o Migdolus ocorre em períodos mais secos, estes nematóides exigem boas condições de umidade do solo para se deslocarem e sobreviverem. As formigas carnívoras são também inimigos naturais do Migdolus. As moscas da família Sarcophagidae como Sarcodexia sternodontes, Acanthodoteca rudis e A. Inornata parasitam adultos de Migdolus spp. (machos que são mais perseguidos)Dentre as aves, destaca-se Polyborus blancus, conhecido por cará-cará e alguns pequenos gaviões, que são vistos durante as revoadas alimentando-se de adultos de Migdolus. Assim como acontece nas revoadas de içás ou tanajuras em formigas, eles rejeitam a cabeça destes besouros. É comum estas aves se alimentarem de larvas expostas durante as arações profundas durante a renovação dos canaviais.PRAGAS DA CULTURA DO MILHO

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I - INTRODUÇÃOO milho é nativo da América, de onde foi levado para o mundo todo, sofrendo um grande

processo seletivo e de melhoramento genético. No Paraná a expansão significativa na área e na produção ocorreu com a ocupação do Norte, Oeste e Sudoeste do estado, a partir da década de 30. No Centro-Sul a expansão foi mais lenta e o destino da produção foi principalmente para o consumo animal. A produtividade média no Paraná é uma das mais altas do país (média de 4.500 kg/ha), mas ainda assim está aquém do potencial da cultura. Vários fatores determinam as perdas de rendimento das lavouras, entre os quais destacam-se as pragas. Elas provocam perdas desde a fase inicial do desenvolvimento reduzindo a densidade de semeadura, causam danos diretos e indiretos durante a fase vegetativa e reprodutiva, além de atacarem os grãos e seus derivados durante o armazenamento. Cerca de quase uma centena de espécies de insetos fitófagos são citados na literatura como pragas do milho (GASSEN, 1996), no entanto, se considerarmos a importância econômica das mesmas este número fica substancialmente reduzido e, do ponto de vista do Manejo Integrado de Pragas (MIP), poucas espécies de insetos podem ser relacionadas como importantes ou pragas-chaves desta cultura. No campo, as pragas têm-se beneficiado com a implementação do cultivo do milho safrinha (milho plantado em janeiro/fevereiro, logo após a colheita da safra normal). Isto propicia a disponibilidade de alimento para os insetos por um período mais prolongado, elevando a taxa de sobrevivência e o número de gerações, incrementando a densidade populacional. A identificação correta e o conhecimento de seus ciclos de vida, seus hábitos alimentares e os fatores de controle natural são fundamentais para o sucesso de um manejo econômico e ecologicamente sustentável.Nos agroecossistemas encontramos vários grupos de insetos que podem ser definidos como fitófagos (aqueles que alimentam-se de plantas), zoófagos (inimigos naturais de outros insetos) e decompositores de resíduos orgânicos, além de outros com diversos hábitos alimentares; todos integrados no delicado equilíbrio da cadeia alimentar. Os insetos que são fitófagos somente tornam-se pragas quando atingem níveis populacionais que causam danos econômicos às culturas agrícolas exploradas pelo homem. Quando estes danos são menores que o custo para controlá-los não podem ser considerados como uma praga. O “status” de praga-chave de uma determinada cultura (milho ou outra qualquer) é dado a um inseto fitófago quando ele possui ampla distribuição nas regiões produtoras, bem como pela densidade populacional e freqüência com que ocorrem.

A - Esquema do ciclo vegetativo do Milho e época de ocorrência das principais pragas da cultura:B – Pragas mais comuns em lavouras de milho. PRAGAS DE SOLO (insetos que vivem e se alimentam de partes subterrâneas da planta).

Larva-arame Conoderus spp. (Coleoptera.: Elateridae)Cupins Cornitermes spp., ProcornitermesSyntermes (Isoptera: Termitidae)Heterotermes (Iso.: Rhynotermitidae)Corós, Pão-de-galinha Phyllophaga cuyabana,

ou Bicho-bolo Diloboderus abaderus (Col.: Scarabaeidae)Gorgulho-do-solo Pantomorus spp. (Col. Curculionidae)Larva-alfinete Diabrotica speciosa (Col. Chrysomelidae)Vaquinhas Cerotoma, Diphaulaca,Maecolaspis spp , outros (Col. Chrysomelidae) PRAGAS QUE VIVEM NA SUPERFÍCIE DO SOLO.

Larva-angorá Astylus variegatus (Col.: Dasytidae)Mosca-da-semente Delia platura (Diptera: Anthomyiidae)Broca-do-azevém Listronotus bonariensis (Col. Curculionidae)besouro-preto Blapstinus punctulatus (Col.: Tenebrionidae)Grilos Anurogryllus muticusGryllus assimilis (Ortoptera.: Gryllidae)Lagarta-elasmo Elasmopalpus lignosellus (Lepidoptera: Pyralidae)Lagarta-rosca Agrotis ipsilon (Lep.: Noctuidae)Lagarta-do-trigo Pseudaletia sequax (Lep.: Noctuidae)

PRAGAS DA PARTE AÉREA DAS PLANTAS (Colmo e folhas).Cigarrinhas Deois flexuosa, D. flavopicta

D. schach, Deois spp.Mahanarva spp. (Homoptera:Cercopidae)

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Cigarrinha-do-milho Daubulus maidis, Daubulus spp. (Hom.: Cicadellidae)Percevejos Dichelops furcatus, PiezodorusGuildinii, Nezara viridula (Hemiptera: Pentatomidae)Tripes Caliothrips phaseoli, Thrips tabaci (Thysanoptera: Thripidae)outrosFormigas cortadeiras Atta spp. , Acromyrmex spp. (Hymenoptera: Formicidae)Broca-da-cana Diatraea saccharalis (Lep.: Pyralidae)Lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda (Lep.: Noctuidae)Lagarta-da-folha Mocis latipes (Le.: Noctuidae)Pulgão-do-milho Rhopalosiphum maidis (Homoptera: Aphididae) PRAGAS QUE ATACAM A ESPIGA DO MILHO.

Mosca-da-semente Euxesta spp. (Dip.: Otitidae)Lagartas-da-espiga Helicoverpa zeaSpodoptera frugiperda (Lep.: Noctuidae)II- PRINCIPAIS PRAGAS DA CULTURA DO MILHOA) Pragas iniciaisEste grupo é constituído por insetos que atacam as lavouras de milho desde o período em que as sementes estão desenvolvendo seu processo de germinação, durante a fase de plântula, até cerca de 25 a 30 dias após a germinação. A espécie de maior importância econômica é Diabrotica speciosa devido sua ampla distribuição pelas áreas de cultivo no Brasil todo, alta densidade populacional, preferência das larvas por raízes de gramíneas e grande capacidade de dispersão dos adultos. Quando ocorre um período mais prolongado de estiagem no início da implantação das lavouras, em algumas regiões, pode ocorrer perdas em reboleiras, exigindo o replantio. As demais espécies agrupadas como praga inicial, normalmente não produzem perdas expressivas, porém no conjunto e associadas com Diabrotica podem ampliar as áreas com redução significativas do “stand” de plantas.1-Astylus variegatus (Germar, 1824) (Coleopetra, Dasytidae)

Nome comum: Larva-angorá Descrição e danosÉ uma espécie univoltina, portanto com uma geração por ano. O adulto tem o corpo alongado, com cerca de 0,7 cm de comprimento. Cabeça e tórax são escuros, os élitros amarelos com cinco manchas pretas. No verão é comum encontrá-los em flores de girassol ou amendoim-bravo, onde alimentam-se de néctar, pólen e exudados de plantas. Colocam os ovos no solo, sob resíduos de plantas. Apesar da grande quantidade de adultos encontrados nas lavouras de milho não são registrados prejuízos diretos às plantas.As larvas passam por vários ínstares durante um longo período jovem que pode variar de 8 a 10 meses, sempre na camada superficial do solo, junto às raízes das plantas. No último estádio atinge cerca de 13 a 15 mm. A cabeça é preta e o corpo é marrom-amarelado totalmente recoberto por longas cerdas pretas. É nesta fase que causam os danos ao alimentarem-se do endosperma das sementes que estão no solo, perfurando-as na região do embrião e destruindo a radícula. A ocorrência é maior nos anos secos, contribuindo para a redução da densidade populacional adequada de plantas de milho. Controle:O tratamento de sementes utilizado para o controle de outras pragas iniciais mais importantes economicamente contribui para minimizar os danos causados pela larva-angorá.2- Elasmopalpus lignoselus (Zeller, 1848) (Lepidoptera, Pyralidae)

Nome comum: Lagarta-elasmo DescriçãoOs adultos são pequenas mariposas com cerca de 15 a 20 mm de envergadura, sendo as asas anteriores dos machos amareladas e das fêmeas acinzentadas. As asas posteriores são transparentes, com o bordo escuro. Os ovos são colocados isolados nas folhas basais do milho novo ou no solo junto ao coleto da planta, normalmente um ovo por planta, sendo um total de 50 a 400 ovos. O ataque dá-se em milho com até cerca de 30 cm de altura, após esta fase normalmente não atacam mais a lavoura.As lagartas são ativas, com 15 a 20 mm de comprimento, de cor verde azulada, com listras longitudinais escuras e transversais esbranquiçadas no fim de cada segmento. A cabeça é pequena, com coloração marrom escura. As lagartinhas que eclodem, alimentam-se primeiro das folhas novas, raspando o parênquima e imediatamente descem para o solo através de um fio de seda e perfuram o colo e colmo das plantas escavando galerias ascendentes causando a destruição da gema apical. Uma característica importante para o

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reconhecimento desta praga nas plantas de milho é a presença de um casulo construído de terra e teia no subsolo, junto ao orifício de entrada na planta, onde a lagarta se aloja.Ciclo biológico de elasmo:~3 diasOvo Lagarta(Folhas) (vive no coleto)Ciclo Total(~48 dias) ~ 22 dias

~8 diasAdulto Pupa(longevidade ~15 dias) (solo, próximo à planta) PrejuízosAs lagartas penetram no interior do colmo onde broqueiam a parte mais tenra para se alimentar, provocam a morte da gema apical ou broto, sintoma conhecido como "coração morto". Há um amarelecimento das folhas, murchamento, secamento e morte da planta. Plantas com até cerca de 20 dias após a germinação morrem com o ataque desta praga, porém plantas maiores podem sobreviver, mas tem seu desenvolvimento prejudicado. Embora a ocorrência da praga no Estado seja generalizada, a gravidade dos danos está associada à abundância e distribuição de chuvas. Em anos de precipitação normal, a percentagem de plantas mortas pode variar de 3 a 10% e em períodos de estiagem no início do desenvolvimento da planta, podem ser superiores a 40% (IAPAR, 1991), contribuindo para agravar o problema da redução da densidade populacional de plantas na lavoura. Quando a planta atinge cerca de 30 cm de altura, a praga deixa de constituir problema. Milho semeado através do sistema de plantio direto, não apresenta problemas sérios com a lagarta elasmo. Capim barba de bode é hospedeiro importante da praga. O nível de controle corresponde a 4% de plantas com até 30 cm de altura atacadas.

Controle: Tratamento de sementes. Em anos secos sua eficiência pode ser sensivelmente prejudicada. Neste caso além de tratar sementes pode-se aumentar a densidade de semeadura.

3- Agrotis ipsilon (Hufnagel, 1776) (Lepidoptera, Noctuidae)Nome comum: Lagarta-rosca DescriçãoOs adultos são mariposas com as asas anteriores de coloração marrom escuras com algumas manchas triangulares pretas, medindo em torno de 41 mm de envergadura. As posteriores são transparentes. A postura é feita preferencialmente no solo, próximo das plantas e nas folhas basais do milho ainda pequeno. A média de postura por fêmea é de cerca de 1000 ovos. Os ovos são geralmente brancos.As lagartas são robustas e com coloração variável, predominando o cinza escuro e quando próximo da fase de pupa, chegam a medir 50 mm de comprimento. Atacam as plantas durante o período noturno. Durante o dia abrem câmaras no solo, onde ficam enroladas, sendo por isto chamadas de “lagarta-rosca”. Podem danificar várias plantas em uma só noite. A fase larval dura cerca de 30 dias em média, empupam por cerca de 15 dias em câmaras escavadas logo abaixo da superfície do solo.Ciclo biológico da lagarta rosca:Ovo 3 a 5 dias LagartaAdulto 15 dias Pupa PrejuízosCortam transversalmente plantas pequenas na região do coleto (rente ao solo) provocando sua morte, sendo comum sua ocorrência até cerca de 30 dias após a emergência. Plantas com o colmo um pouquinho mais grosso quando não são diretamente cortadas pela lagarta sofrem tombamento devido ação de vento e chuva. Plantas mais desenvolvidas (mais de 40 cm de altura) podem superar o ataque, mas geralmente perfilham e tornam-se improdutivas. Em estágios mais avançados do desenvolvimento da planta, podem abrir galerias na base do colmo, provocando o aparecimento de estrias nas folhas, semelhantes a deficiências minerais. Uma lagarta pode cortar até 4 plantas/noite.Em milho conduzido em plantio direto, têm-se verificado danos maiores, devido a melhor adaptação desta espécie ao solo mais úmido e pela presença de palhada que lhe oferece proteção.

Controle

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A praga tem vários inimigos naturais representados por microhimenópteros, que no campo pode atingir 10 a 20% de parasitismo.O controle químico com o tratamento de sementes é medida auxiliar para o controle, não resolvendo sozinho o problema. Pode ser associado com aplicações na parte aérea da planta de inseticidas piretróides, carbamatos ou fosforados. A aplicação deve visar a região basal da planta, portanto sempre com uso de bico tipo leque e alto volume de água por hectare, tão logo se observe o nível de controle que é de 5% até 20 a 25 dias após a emergência das plantas.4- Diabrotica speciosa (Germar, 1824) (Coleoptera, Crhysomelidae)Nome comum: Larva-alfinete, Vaquinha, Brasileirinho, Patriota

DescriçãoSão insetos polífagos, amplamente distribuídos em todos as regiões do Paraná. É uma praga com grande importância econômica em várias culturas agrícolas como batata, cucurbitáceas e outras. Em geral a cultura anterior não influencia o ataque naquela que vem depois, devido a grande migração dos adultos e ao hábito alimentar das larvas serem diferente dos adultos.Os insetos adultos são besouros pequenos com cerca de 6 mm de comprimento, cor verde e com três manchas amarelas em cada élitro. São polífagos, com certa preferência para leguminosas e hortaliças. Apresentam grande capacidade de dispersão. Para postura, as fêmeas preferem as gramíneas, onde coloca os ovos na região do coleto destas plantas. Os adultos se alimentam em plantas jovens de milho, porém os danos não são expressivos.As larvas apresentam o corpo cilíndrico, mais afilado na parte anterior e atingem até 10 mm de comprimento no último ínstar. O corpo tem cor creme-claro, cabeça castanho-escuro e apresenta uma placa de cor preta no último segmento abdominal. Vivem no solo na região da rizosfera, onde se deslocam vagarosamente e também dentro da coroa das planas de milho. PrejuízosAtacam broqueando a região subterrânea do colmo, coleto e raízes principais de plantas novas, resultando em secamento das folhas centrais (coração-morto) ou morte de plantas mais novas. Altas densidades populacionais de larvas no solo reduzem o “stand” de plantas refletindo em menores colheitas, podendo também destruir áreas expressivas exigindo que o agricultor realize um replantio. Plantas maiores podem ser atacadas, porém conseguem se recuperar dos danos.Em geral, devido à redução do sistema radicular e perfurações no coleto as plantas apresentam menor crescimento e rendimento em grãos. Também pode haver acamamento seguido da formações de raízes adventícias nos nós, ficando as plantas retorcidas para cima, sem do denominadas “pescoço-de-ganço”.

ControleO controle de adultos e larvas desta praga é muito difícil e complexo, desde que os danos são notados cerca de 30 a 60 dias após a germinação e localizam-se na parte subterrânea das plantas. O tratamento de sementes não consegue proteger as plantas além de aproximadamente 25 dias após a germinação. A ocorrência da praga é esporádica, porém podendo ser drástica quando presente. Este fator dificulta na tomada de decisão sobre aplicações preventivas de granulados fosforados ou carbamatos no solo, associados com pulverizações da parte aérea das plantas, pois estes produtos são caros e elevam o custo de produção da lavoura.5- Phyllophaga spp., Diloboderus spp., Cyclocephala spp. (Coleóptera, Scarabaeidae)Nome comum: Pão-de-galinha, Coró, Bicho-boloTrata-se de um complexo de besouros escarabaeideos, incluindo ainda outros gêneros. Neste grupo os adultos normalmente não se alimentam no milho, portanto os danos são produzidos apenas pelas larvas. São insetos de ciclo univoltino (uma geração anual), porém alguns vivem até dois anos. Os adultos fazem revoadas noturnas no final da primavera e início do verão, com a finalidade de dispersão para novas áreas e acasalamento. Os ovos são colocados no solo, sendo que algumas espécies preferem sistemas de plantio direto (Diloboderus abderus) outras são indiferentes ao sistema de cultivo do milho (Phyllophaga cuyabana). Os ovos absorvem água e aumentam de tamanho, sendo dos poucos casos entre os insetos. As larvas vivem sempre na terra, apresentando bom deslocamento vertical e horizontal no perfil do solo. No primeiro ínstar alimentam-se muito pouco ingerindo basicamente solo e matéria orgânica, provavelmente em busca de microrganismos simbiontes. A partir do segundo ínstar e principalmente terceiro (último da fase jovem) alimentam-se de grandes quantidades de raízes de plantas em geral, não sendo muitos específicos.

Devido ao uso dos herbicidas nas lavouras de milho, há quase exclusividade de raízes desta espécie vegetal, constituindo-se então no alimento disponível para os insetos, que realizam uma grande poda no sistema radicular. Os danos são variáveis e difíceis de serem mensurados; ocorrendo geralmente em reboleiras dentro dos talhões de milho. Algumas regiões mais infestadas pela praga podem sofrer ataques severos que

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exigem do agricultor a realização de replantio. Normalmente o dano está associado a uma “colaboração” da praga para a redução da densidade populacional de plantas, refletindo no final da colheita em menor produção. Além destas pragas citadas acima, constatamos, no campo, o ataque de outros insetos que sempre

ocorrem em maiores ou menores populações em diferentes lavouras no sul do Brasil. Neste grupo podemos incluir Larva-arame (Conoderus spp.), Cupins (gêneros Cornitermes, Procornitermes, Heterotermes), Pantomorus spp., Vaquinhas (gêneros Diphaulaca, Cerotoma, Maecolaspis) e Mosca-da-semente (Delia pratura). Estes insetos geralmente não recebem um tratamento com o “status” de praga primária ou secundária, mas no complexo (conjunto) deles podem realizar estragos diferenciados que contribuem significativamente para reduzir a densidade adequada de plantas de milho na lavoura, que é de 5 plantas por metro linear. Isto significará menor produção de grãos na hora da colheita. Normalmente os produtores nem mesmo adotam alguma medida de controle para tais pragas, pois muitas vezes nem sequer percebem sua presença na lavoura por viverem no solo e em baixa densidade populacional. Os danos são realizados através de cortes ou incisões em sementes, raízes, raspagem do colo da planta ou partes do colmo que ficam embaixo da terra, abertura de algumas galerias de alimentação no coleto e raízes principais. Estes danos pequenos não prejudicam diretamente as plantas, mas podem enfraquecê-las ou torná-las suscetíveis a entrada de microrganismos agentes de doenças. Os danos provocados por estas pragas de solo normalmente são confundidos e atribuídos as condições edafo-climáticas adversas, má qualidade das sementes ou deficiências nutricionais do solo.O controle químico para estas pragas é complexo, caro e geralmente não trás resultados positivos. Algumas vezes é realizado, mas seu resultado “falso-positivo”, na verdade é oriundo da simples ausência das pragas naquela safra agrícola. A principal dificuldade de controle está na localização dos insetos no interior do solo. A rotação de culturas é sem dúvida uma medida de grande alcance e que poderá contribuir significativamente para minimizar este problema.

B) Pragas da parte aérea1- Caliothrips spp., Thrips tabaci (Lindeman, 1888) (Thysanoptera, Thripidae) Nome comum: Tripes

CaracterísticasSão insetos de tamanho pequeno, com cerca de 1,5 mm de comprimento, corpo afilado e com

movimentos rápidos. Uma característica deste grupo é a presença de franjas no par de asas anteriores. Na espécie Thrips tabaci os machos não possuem asas. Os ovos são colocados individualmente e em grandes quantidades na base das folhas. Após cerca de quatro dias eclodem as formas jovens, que ficam alojadas nas bainhas das folhas jovens e principalmente dentro do cartucho alimentando-se de seiva. Na fase de ninfa passam por quatro ínstares. Os adultos alimentam-se das folhas mais novas, procurando sempre os tecidos mais tenros. Durante o dia procuram sempre estar abrigados contra a radiação solar direta e buscam locais mais úmidos da planta. O ciclo biológico completa-se em três a quatro semanas. Possuem grandes quantidades de plantas hospedeiras.

DanosPossuem o aparelho bucal tipo raspador-sugador, portanto para alimentar-se nas folhas eles primeiro

raspam o limbo foliar e a seiva que exsuda é então sugada (chupada) pelas peças bucais. Podem ser encontrados dentro do cartucho das plantas de milho durante todo o ciclo da cultura no campo, no entanto, somente na fase inicial de desenvolvimento vegetativo (até 4 folhas abertas), as plantas são suscetíveis ao seu ataque. Plantas muito novas com até cerca de 15 dias após a germinação podem morrer quando submetidas a altas populações desta praga. Os danos podem ser observados através de manchas claras no local onde o inseto realizou a raspagem no tecido, seguido de murcha e seca das folhas. Normalmente pode-se observar uma descoloração e amarelecimento claro destas folhas atacadas. Em plantas mais desenvolvidas os danos são observados na base das folhas, sem efeito algum sobre o rendimento de grãos.

ControleAs diferentes espécies são favorecidas por temperaturas altas e períodos secos, quando pode ocorrer

explosão populacional que exija a adoção de medidas de controle químico. Normalmente o tratamento de sementes realizado para as pragas iniciais pode oferecer uma proteção razoável até os primeiros 20 dias após a germinação. Se persistir temperaturas altas e tempo seco, pode haver necessidade de aplicação de inseticidas em pulverização da parte aérea.1- Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera, Noctuidae)Nome comum: Lagarta-do-cartucho, Lagarta-militar Características

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É a praga mais importante da cultura do milho no campo, por estar amplamente distribuída no Estado e no Brasil todo, pela ocorrência constante, por atacar a cultura desde a emergência até a fase de maturação dos grãos na espiga. Nas regiões mais quentes do Estado do Paraná tem ocorrido maior densidade populacional devido a prática das safrinhas de milho.

O adulto é uma mariposa que mede cerca de 35 a 40 mm, sendo as asas anteriores pardo-escuras, com pequenas manchas claras (macho) ou de cor uniforme (fêmeas) e as posteriores branco-acinzentadas. As fêmeas ovipositam na face superior das folhas, formando massas com número variável de 50 a 300 ovos, totalizando cerca de 1500 ovos por fêmea, podendo em alguns casos atingir 2300 ovos. Após a eclosão as lagartinhas de uma mesma postura migram para plantas vizinhas.As lagartas medem 40 a 50 mm no último ínstar. Apresentam coloração variável de pardo-escura ou verde quase preta. Apresentam três finas linhas longitudinais branco-amareladas na parte dorsal do corpo. Lateralmente apresentam uma linha escura mais larga e abaixo desta uma listra amarela irregular marcada com vermelho (GALLO, 1988). O corpo apresenta poucos pêlos. Apresenta placas do protórax, com 3 faixas longitudinais claras. O dorso do oitavo segmento abdominal, tem 4 placas bem nítidas dispostas nos ângulos de um retângulo. A cabeça é negra, com manchas claras arredondadas e com uma linha clara em forma de “Y” invertido (distintamente pronunciada), formada pelas suturas frontal e adfrontal (todas as lagartas de Lepidoptera possuem, porém é bastante pronunciada em Spodoptera). As mandíbulas apresentam 5 dentes pontiagudos. Devido ao canibalismo é comum encontrar apenas uma lagarta grande no cartucho da planta. Pode-se encontrar lagartas de diferentes ínstares no mesmo cartucho, porém separas por folhas internas deste. Para formar a pupa, penetram no solo superficialmente. As pupas possuem coloração avermelhada, com cerca de 15 mm de comprimento.Ciclo biológico da S. frugiperda3 diasOvos Lagarta(folhas) (cartucho)12 a 30 dias

21 a 50 diasAdulto Pupa (solo) Prejuízos

A lagarta do cartucho-do-milho pode destruir uma planta completamente através do consumo das folhas do cartucho, provocando danos irreversíveis. A capacidade de prejudicar o milho depende também do vigor da planta. As condições nutricionais do solo e o clima afetam a recuperação dos danos sofridos.

Quando o milho ainda está na fase de plântula, durante as horas mais quentes do dia as lagartas vivem abrigadas embaixo de terrões e palhadas. Nas horas mais frescas saem para alimentar-se secionando a base das plantas, provocando sintoma parecido com o de lagarta-rosca. Com o crescimento das plantas, as lagartas perfuram a base destas e penetra no colmo, broqueando-o no sentido ascendente e destruindo a gema apical, dando sintoma parecido com o “coração morto”. Normalmente a localização deste inseto é dentro das folhas que formam o cartucho da planta, local onde produzem seu dano típico que é a perfuração ou destruição das folhas desta parte da planta. Assim, ao abrirem-se as folhas apresentam 4 ou 5 furos paralelos típicos que são resultantes da perfuração transversal das lagartas nas folhas que se desenvolviam ainda enroladas. Estes danos podem causar a inviabilidade produtiva devido ao afilhamento que ocorre a partir do coleto. A fase crítica dos danos é quando a planta possui de 6 a 10 folhas (40 até 50 dias após a germinação). Após a emissão da espiga por não haver folhas em formação na planta, as lagartas remanescentes migram para a espiga em fase de enchimento de grãos e broqueiam a sua base onde penetram e comem os grãos. Além destes danos diretos, causam a perda de sustentação e conseqüente quebra da espiga e entrada de micoroganismos que são uma das causas da ocorrência de grãos ardidos no milho.

A quantidade e distribuição das chuvas é um fator importante no aparecimento da praga. No caso de ocorrerem chuvas leves, seguidas de períodos quentes e secos, o inseto encontra condições adequadas para rápida multiplicação. Se as chuvas forem intensas e freqüentes, muitas lagartas pequenas morrem por ação direta da chuva ou pela ocorrência de doenças, limitando o crescimento populacional. Controle

Aplicação de inseticidas químicos (fisiológicos piretróides, fosforados,) após o aparecimento dos primeiros focos de folhas raspadas fora do cartucho. A pulverização deve ser feita usando-se o bico leque e visando o cartucho da planta. Usar sempre alto volume de água por hectare.O controle biológico poderá ser feito com NPV (Vírus da Poliedrose Nuclear) ou com o GV (Vírus da Granulose) específico. Este método ainda é dificultado devido à falta de produto comercial no mercado,

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porém para pequenas áreas de cultivo pode-se coletar lagartas mortas pelo vírus dentro do cartucho das plantas, macerá-las e reaplicar sobre as plantas, utilizando-se os equipamentos normais como para qualquer outro produto.Níveis de Controle:20 % de plantas atacadas aos 34 d.a.g. (dias após a germinação)10 % de plantas atacadas aos 49 d.a.g.9 % aos 64 d.a.g.2- Mocis latipes (Guenée, 1852) (Lepidoptera, Noctuidae)Nome comum: Lagarta-dos-capinzais Características

Trata-se de uma praga de importância secundária na cultura.O adulto é uma mariposa com cerca de 40 mm de envergadura, asas de coloração pardo-acinzentadas,

sendo as anteriores dotadas de manchas circulares e linhas transversais onduladas. Esta faixa transversal não continua na asa posterior. As lagartas medem cerca de 40 mm de comprimento e são de coloração verde escura com estrias longitudinais castanho escuras. A cabeça é globosa com estrias longitudinais irregulares amarelas. Apresentam hábito de caminhar tipo mede-palmo, por não apresentar o primeiro e o segundo par de falsas pernas. Sua ocorrência no milho é esporádica, porém merecendo atenção, pois quando ataca o faz em grandes populações e geralmente lagartas grandes que podem destruir reboleiras significativas de plantas em poucos dias. Prejuízos

Lavouras de milho próximo de pastagens ou infestadas principalmente por capim-papuã são mais sujeitas ao ataque devido ao hábito migratório das lagartas. O ataque no milho se dá pela destruição (consumo) das folhas. Não se alimentam dentro do cartucho, ao contrário da Spodoptera frugiperda. Normalmente as lagartas consomem o limbo foliar, permanecendo inteira a nervura central . Quando o ataque ocorre em plantas na fase de início de enchimento de grãos, estes tornam-se chochos, conseqüentemente havendo menor rendimento em peso. O ataque ocorre apenas em reboleiras dentro da lavoura.C) Praga da espiga1- Helicoverpa (Heliothis) zea (Lepidoptera: Noctuidae)

Nome comum: Lagarta-da-espiga Características

O adulto é uma mariposa com cerca de 30 a 45 mm de envergadura, dotado de corpo robusto. As asas anteriores são amarelo-pardas, com uma faixa transversal mais escura. Na parte central da asa pode-se ver uma mancha circular mais nítida e escura. As asas posteriores são mais claras, com uma faixa escura nas bordas externas.A coloração das lagartas é variável, mas comumente esverdeadas. Têm três estrias longitudinais pretas, uma dorsal e duas dorso-laterais amarela forte. A cabeça é castanho-clara, sem suturas nítidas.Ciclo biológico da lagarta-das-espigas:

3 a 5 diasOvo Lagarta"estilo-estigma"(l000 ovos/f.)

13 a 25 dias14 diasAdulto Pupa(longevidade de (no solo)12 a 15 dias)A postura é feita ao anoitecer, sendo colocados em média 1.000 ovos por fêmea. Possuem formato esférico, são brancos no início e marrons próximo à eclosão. São colocados no estilo-estigma da espiga (cabelo do milho), onde eclodem as lagartas que se alimentam inicialmente destes. Penetram pela ponta da palha, indo danificar os grãos que estão em formação apenas na parte apical da espiga. Antes de passar à pupa, a lagarta abandona a espiga e cai no solo, penetrando de acordo com a sua consistência de 4 a 15 cm de profundidade. No solo, faz uma espécie de câmara com uma galeria de saída para a superfície da terra, para a emergência do adulto. Dano:

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Inicialmente se alimentam dos cabelos novos ou estigmas. Em seguida, quando estes começam a murchar ou secar, atacam os grãos novos. Quando em ataque é muito intenso aos estigmas podem comprometer a fertilização provocando falhas nos grãos da espiga. Alimentando-se dos grãos leitosos, destrói os mesmos. Os orifícios deixados facilitam a penetração dos microorganismos. As toxinas excretadas prinicipalmente por fungos causam o chamado grão ardido que deprecia a qualidade dos grãos para o consumo humano e animal na forma de ração.Controle:

Não é realizado na prática por não serem significativos para a produção de grãos. É extremamente difícil obter boa performance dos produtos, desde que a lagartas ficam abrigadas dentro da palha da espiga do milho, não sendo atingidas pelas pulverizações. Nos plantios de milho para produção de conserva, tem-se utilizado o controle biológico através da liberação massal de vespinhas do gênero Trichogramma (Hymenoptera: Trichogrammatidae), obtendo-se bons resultados no campo. É importante salientar que nos últimos anos, a percentagem de espigas atacadas pela lagarta-do-cartucho,

têm sido igual ou maior que o verificada para a lagarta-da-espiga. Diferencia-se as duas lagartas pela cápsula cefálica e pelo dano à espiga: a lagarta-da-espiga ataca só na ponta, e a lagarta-do-cartucho, inicia seu ataque por qualquer ponto da espiga, mas principalmente ataca no terço basal e mediano destas.

PRAGAS DE FRUTÍFERASPRINCIPAIS PRAGASMosca-das-frutas (Diptera, Tephritidae)Responsáveis por danos em frutas, devido a postura feita pelos adultos no interior dos frutos. A fêmea ao encontrar um fruto arrasta o ovipositor sobre o mesmo e faz a punctura (introdução do ovipositor), quando a oviposição é efetiva o furo de penetração é alargado.As larvas ao eclodirem migram para a região central do fruto, abrindo galerias, consumindo a polpa e deteriorando-a . Comprometem também os tecidos de sustentação do fruto, fazendo com que o mesmo caia.Quando a oviposição é feita em frutos verdes, a larva não consegue penetrar até a polpa e morre no local, que fica deformado, a essa deformação dá-se o nome de “cortiça”, sendo muito comum em maçã. Frutos de pêssego enquanto verdes não são atacados pelas Mosca-das-frutas.As principais espécies ocorrentes no Brasil são: Anastrepha fraterculus (ocorre em todas as regiões) Ceratitis capitata (mais importante em regiões de clima temperado)Outras espécies encontradas de menor importância: Bractocera carambolae (mosca-da-carambola) – restrita a região do Oiapoque, onde estão sendo

realizado programas de erradicação. Rhagolestis spp – encontradas esporadicamente, em baixo nível populacionalDescrição das principais espécies de importância agrícolaAnastrepha spAdulto com 6,5 mm por 12 mm de envergadura. Colorido predominantemente de amarelo e nas asas existem manchas amarelas, sombreadas de preto em forma de S da base á extremidade, e no bordo posterior em V invertido.

O ovipositor é mais longo, portanto sua postura é mais interna.Apresenta 94 espécies no Brasil, das quais sete são mais importantes do ponto de vista econômico A . grandis ; A . fraterculus; A . obliqua; A. pseudoparallela; A. scrorcula; A. striata e A. zenildae.Ceratitis capitataAdulto mede de 4 a 5 mm por 10 mm de envergadura. Coloração amarelada, tórax preto com desenhos simétricos brancos. O abdômen com listras transversais acinzentadas. As asas são de transparência rósea com listras amarelas sombreadas, que não formam um desenho característico.

O ovipositor é curto e mais fraco, motivo pelo qual a oviposição é feita em frutos maduros, podendo ser postos de 3 a 5 ovos por cavidade.Ceratitis capitata Anastrepha sp.Ciclo médio das espécies: Ciclo total: 31 a 43 diasOvo (conformação de arroz) – 2 a 6 dias Larva (vermiforme e apoda) – 9 a 13 dias Pupa – 10 a 12 dias Adulto – 10 a 12 diasHospedeiros

Podem ocorrer durante todo o ano, devido a diversidade de frutíferas que atacam (sucessão de hospedeiros – passam de uma frutífera para outra à medida que as mesmas produzem frutos.

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Exemplos de culturas frutíferas atacadas: Abacateiro, ameixeira, araçazeiro, cafeeiro, caquizeiro, citros, goiabeira, macieira, pereira, pessegueiro, pitangueira, tomateiro, videira.ControleNível de dano econômico: 0,5 moscas/armadilha caça-moscas/ dia– Eliminação de plantas silvestres hospedeiras (visa eliminar fontes de alimentação e desenvolvimento,

esta medida é importante, mas pode causar desequilíbrio entre praga e inimigos naturais, visto que foram constatados grande número de parasitóides naturais atacando larvas de moscas).

– Erradicação de pomares abandonados (também deve-se avaliar a situação, pois este caso enquadra-se no anterior).

– Armadilhas para captura (usadas normalmente para monitoramento, mas em alguns casos podem manter a população baixa, em pomares pequenos ou com reduzida infestação).

– Iscas tóxicas (adicionado a calda inseticida substâncias açucaradas para atrair a fêmea recém emergente).– Controle químico (produtos com ação de profundidade como o Fenthion – para altas infestações.

Cuidados devem ser tomados com estes produtos, pois atingem os inimigos naturais.ÁcarosFilo Arthopoda; Subfilo Chelicerata; Classe Arachnida; Subclasse AcariOs ácaros são indivíduos de segmentação bastante reduzida ou ausente, destacando-se anteriormente apenas os apêndices peribucais.No estágio larval apresentam, geralmente três pares de patas e nos estágios ninfais e adulto geralmente com quatro pares de patas.O exoesqueleto de um ácaro típico forma-se a partir de uma camada não diferenciada de tecido e recoberta por uma fina camada de cuticulina, e separada de uma epiderme por um estrato granular muito fino. Externamente possuem uma camada cerosa, que conferem proteção contra perda de água.

– Sistema digestivo: é um simples tubo, com poucas variações entre os grupos. O intestino anterior consiste em uma faringe que funciona como bomba aspirante, que continua por um esôfago que é circundado pelo cérebro. O intestino posterior é geralmente representado por uma cavidade ou bolsa retal que se abre externamente por um ânus.

– Sistema circulatório: é representado por hemolinfa incolor que banha todos os tecidos.– Sistema respiratório: constitui-se de estigmas ou espiráculos, que podem estar presente ou ausente, em

posições diferentes, sendo estas características importantes para a separação de grupos.– Sistema reprodutor: são dióicos, na maioria dos grupos, o dimorfismo sexual é acentuado. A

fertilização é interna, mas o modo de transferência dos espermatóforos varia. Algumas espécies são exclusivamente partenogenéticas. Podem ser ovíparos ou ovovivíparos.

Espécies fitófagas, geralmente são de movimentos lentos e bem pouco esclerosados. A maioria das espécies é vermelha, amarela ou verde, enquanto outras são brancacentos ou translúcidos.Os mais importantes na agricultura são os indivíduos das famílias: Tetranychidae, Tenuipalpidae, Tarsonemidae, e Eriophyidae, que além de danificarem diretamente as plantas, podem transmitir viroses.Alimentam-se de líquido celular de folhas, de gemas (causando enrolamento, atrofia, manchas cloróticas e abortamento precoce das mesmas) e de frutos (podendo estes terem tamanho, peso e quantidade de suco reduzido, além de manchas externamente).

Descrição das principais espécies de ácaros em diferentes culturas2.1. Citros2.1.1. Phyllocoptruta oleivora –ácaro da falsa ferrugem (Acari, Eriophyiidae)Aspecto vermiforme, coloração amarela, 0,15 mm de comprimento, macho com 0,13.Ocorrem durante todo o ano, sendo o aumento da população relacionado com o aumento da umidade relativa do ar. Sua dispersão natural se deve a ação do vento. As fêmeas colocam seus ovos nas depressões dos frutos e folhas.Preferem frutos verdes, mas atacam também ramos e folhas na parte inferior. O ato alimentar do ácaro provoca liberação de etileno, acompanhado com lignificação e provavelmente oxidação de algumas substâncias do citoplasma, causando o sintoma de fruto ferruginoso.Nível de dano econômico: amostragem (mesma de B. phoenicis), com observação na parte lateral do fruto. O NDE é de 30 ou mais ácaros por cm2.2.1.2. Brevipalpus phoenicis - ácaro da leprose (Acari, Tenuipalpidae)Corpo muito achatado, de coloração alaranjado vivo, com duas manchas escuras de formas e tamanhos variáveis, possuem 0,30 mm de comprimento.

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Os adultos são sedentários e tem preferência de alimentarem-se sobre ramos, mas também desenvolvem-se sobre frutos, principalmente quando estes apresentam verrugose, lesões ou escamas de cochonilhas. São transmissores de vírus da leprose, uma doença que causa morte de ramos e quedas precoces de frutos, cujos sintomas são observados um mês após a inoculação. Passa a ser vetor quando suga a seiva de uma planta contaminada.Nível de dano econômico: amostragem a cada 15 dias, examinando-se 3 frutos por árvore, em pomares que apresentaram sintomas de leprose no ano anterior o NDE é de 5% de frutos atacados, em pomares sem sintomas no ano anterior o NDE é de 15% de frutos atacados.Controle das espécies em citros– Acaricidas: (não sendo aconselhável mais de um tratamento por safra com a mesma matéria ativa e

mesmo grupo químico, devido a seleção de populações resistentes e desequilíbrio entre outros arthópodos.

– Preventivo: catação de frutos com sintoma de leprose, corte e queima de ramos contaminados; manejo de ervas daninhas para favorecer ácaros predadores.

– Controle biológico: ácaros predadores Phytoseiidae2.2. MaçãPanonychus ulmi – ácaro vermelho (Acari, Tetranychidae)A fêmea apresenta o corpo globoso, coloração vermelho intensa, medindo 0,7 mm. Apresaenta protuberâncias brancas na parte dorsal onde se inserem grandes setas. O macho é mais afilado.O ovo é vermelho, cahatado nos polos, estriado e com um longo filamento. O período larval completo compreende 3 fases: larva protoninfa e deutoninfa, sendo que cada fase sofre uma ecdise. A larva recém-eclodida é de cor alaranjada e após se alimentar fica escura. Apresenta 3 pares de pernas. A protoninfa difere por apresentar 4 pares de pernas. A deutoninfa apresenta as pernas mais desenvolvidas.Passa o inverno na forma de ovos depositados nos ramos, junto as gemas e rugosidades. A eclosão coincide com a quebra da dormência da macieira (setembro) e se estende até outubro/novembro.Atravessa o inverno na forma de ovo hibernante, que são depositados ao redor das gemas , nas rugosidades ou fendas dos ramos. No início da brotação da macieira, com temperatura mais elevadas, as larvas eclodem e se locomovem para as folhas onde vão se alimnetar Os ovos de verão são depositados nas folhas.Em torno de 5 a 7 gerações são realizadas durante o ciclo vegetativo da macieira.Atacam as folhas da macieira, causando extravasamento do líquido celular, conferindo coloração brnzeada caracteristica. Ataque severo podem reduzir o tamanho dos frutos, podem causar a queda de frutos e de folhas., redução na florada e na frutificação efetiva subsequente.Nível de dano econômico: metodologia de presença ou ausência, sendo o NDE de 50% de presença, na primavera, no verão 60% de presença.2.3. PêssegoTetranychus urticae - ácaro rajado (Acari, Tetranychidae)É polífago, podendo estar presente também em macieira.Dimorfismo sexual entre os adultos, fêmeas com 0,5 mm e corpo robusto, machos menores 0,3 mm. Além da fêmea de inverno, que apresenta coloração alaranjadaAlimentam-se de folhas, causando o sintoma de bronzeamento.Nível de dano econômico: 50% de presença sobre as folhasControle das espécies– Químico: acaricidas– Controle biológico: ácaros predadores como Neoseiulus californicus (criados para liberação), e

Phytoseiulus macropilis , além de coleopteros coccinelídeos– Manejo de ervas: refúgio para ácaros predadores da família Phytoseiidae

HomopterosCaracterísticas gerais da ordemCabeça: opistognata; olhos simples, compostos ou ausentes; ocelos de 2 a 3 ou ausentes; antenas setáceas ou filiforme; aparelho bucal do tipo picador-sugador, sendo que o conjunto de peças bucais formam o rostro trissegmentado, originando-se da parte posterior da cabeça.Tórax: asas na maioria 2 pares, que em repouso ficam em telhado sobre o corpo, com as margens internas sobrepondo-se um pouco no ápice. Em alguns grupos o macho tem um par de asas e a fêmea é áptera, em outros grupos ambos podem ser ápteros e existem ainda aqueles, que possuem indivíduos ápteros e alados; as pernas podem ser ambulatóriais, saltatórias ou ausentes.

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Abdômen: apresentam 11 anéis, sendo os 3 primeiros fundidos; as fêmeas podem apresentar ovipositor desenvolvido.Os representantes da ordem são: pulgões, cochonilhas, cigarras, cigarrinhas, entre outros de menor importância.

Particularidade do sistema digestivo da ordem: Em quase todos os homópteros o tubo digestivo apresenta uma modificação chamada de Câmara Filtro, representada por duas partes do tubo digestivo mais ou menos afastadas, intimamente aplicadas uma sobre a outra por uma bainha ou tecido conjuntivo.Graças a esta disposição a parte líquida da seiva aspirada pelo rostro passa imediatamente e quase totalmente da porção anterior do tubo digestivo à porção terminal, através de difusão pelas paredes epiteliais, sendo expelida pelo ânus, logo após ingerida, em grandes quantidades. Toda essa adaptação é para assegurar a maior absorção de nutrientes essenciais que ocorrem em baixas concentrações em todos os tipos de seiva, é feita a remoção de água em grandes quantidades, concentrando em mais de 10 vezes a seiva ingerida.Câmara filtro em homópteros

A reprodução é do tipo sexuada por anfigonia, exceto os pulgões que se reproduzem por partenogênese telítoca e anfítoca, sendo que as fêmeas fazem a postura por oviparidade (incubação exterior).A postura sobre as folhas e ramos ou endofiticamente, depositando os ovos em incisões feitas pelo ovipositor.O desenvolvimento pós-embrionário é hemimetábolo, compreendendo 3 fases de vida: ovo-ninfa-adulto, com exceção das cigarras que são hipometábolos, com forma jovem subterrânea e última fase ninfal móvel.Em quase todos os homópteros, principalmente as formas jovens, apresentam disribuídas pelo corpo, glândulas ceríparas cutâneas produtoras de uma secreção serosa abundante e de aspecto pulverulento. Em algumas espécies pode-se encontrar ainda, glândulas secretoras de cera e de laca.

Danos gerais causados pelos homópterosDiretos: sucção de seiva, lesões nos tecidosIndiretos: vetores de doenças, inculação de saliva tóxica3.1. Família Aphididae Pulgões -Apesar de seu tamanho reduzido, são responsáveis por enormes prejuízos nas mais variadas culturas, em conseqüência de sua atividade alimentar e do seu elevado potencial biótico. Apresentam ação espoliadora, além de serem transmissores de agentes patógenos, sobretudo vírus.Seu tamanho chega ao máximo 5 mm, com coloração variada. Possuem no 5 º ou 6º segmento abdominal estruturas chamadas de sifúnculos ou cornículos, que possuem função não definida, provavelmente relacionada com a excreção de substâncias voláteis. Na extremidade final está a codícula, que serve para a excreção de líquido açucarado.

Forma alada e áptera de pulgões (Fonte: Quintanilla, 1976)Descrição das principais espécies de pulgões em diferentes culturas

3.1.1. Citros:Toxoptera citricidus – pulgão preto dos citrosAtacam brotos novos, pendúnculos e botões florais.A fêmea alada tem de 1,6 a 1,8 mm de comprimento, é verde negro brilhante com sifúnculos e codículas pretos. A fêmea áptera mede 2 mm de comprimento e é verde negra brilhante ou fosca.Nas nossas condições climáticas, o pulgão se reproduz por paternogênese telítoca.Causam encarquilhamento das folhas e ramos novos, provocam queda de flores, transmitem a “tristeza dos citros” – virose, e provocam o aparecimento de fumagina – fungo Capnodium , que reduz a fotossíntese.3.1.2. Pêssego:Myzus persicae; Anuraphis schwartzi; Anuraphis helichrysi – pulgão verde

Indivíduos com aproximadamente 1,8 mm de comprimento, instalam-se sob as folhas formando colônias.

As formas ápteras são de coloração esverdeada . Podem ter reprodução sexuada ou assexuada.São responsáveis pela “falsa crespeira do pessegueiro” (encarquilhamento e deformação das folhas e brotos.3.1.3. Maçã3.1.3.1. Eriosoma lanigerum – pulgão lanígero

São rosas ou carmim e apresentam-se cobertos por filamentos cerosos e brancos. Mede cerca de 2mm e apresenta coloração escura. Apresenta-se em densas colônias sobre troncos perto do colo da planta, nas raízes ramos e brotos novos. A reprodução é parternogenética telítoca.Atravessa o inverno na forma de ninfa sem lanugem nas raízes.

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Alimenta-se da seiva que extrai das partes lenhosas e dos brotos tenros, nunca das folhas. A planta reage à ação da saliva tóxica do inseto produzindo nodosidades (calos) e nas raízes produz galhas. A planta fica debilitada tornado-se suscetível a pragas e doenças secundárias.

Controle– Controle químico: Diazinom II, Dimetoato I, Fenitrotion II. – deve-se dar mais atenção ás plantas

jovens.– Controle biológico: Principalmente Coleopteros coccinelídeos e Neuroptera.

3.2.Superfamília: Coccoidea CochonilhasCompreendem um grupo de corpo degenerado, de difícil reconhecimento (a identificação é feita pelo revestimento da fêmea). São insetos pequenos, sugadores de seiva, muitas espécies são escamiformes, recobertas por secreções céreas produzidas por glândulas epidérmicas das ninfas e adultos.São na sua maioria ovíparos, podendo ocorrer ovoviviparidade. Podem reproduzir-se por anfigonia ou paternogênese, são muito prolíficos, sendo que uma fêmea de Ceroplastes pode por até 5000 ovos.As ninfas de primeiro estádio são microscópicas, hexápodes e móveis. Depois de alguns dias afastam-se da mãe e procuram um local mais conveniente e ali se fixam. O macho no terceiro estádio atrofia as peças bucais e aparecem tecas alares., após a quarta ecdise surge o macho alado. A fêmea depois da primeira muda desloca-se sobre a planta e nela se fixam definitivamente, conservando o rostro enterrado nos tecidos vegetais para se alimentarem. Sugam constantemente a seiva (ação espoliadora), injetam saliva tóxica, o que causa um definhamento na planta; favorecem o aparecimento de fumagina; depreciam comercialmente a planta ou os frutos.Descrição das principais espécies de cochonilhas em diferentes culturas3.2.1. Citros Cochonilhas sem carapaça

Orthezia praelonga; Saissetia oleae; Saissetia coffeae; Coccus viridis; C. hesperidium; Ceroplastes floridensis; Pulvinaria flavescens; Planococcus comstocki; Icerya purchasi; Icerya brasiliensis. Cochonilhas com carapaça Unaspis citri; Parlatoria cinerea; P. pergandii; P. ziziphi; Myceraspis personata; Selenaspidus articulatus; Chrysomphalus ficus; C. dictyospermi; Mytilococcus beckii; Pinnaspis aspidestrae; P. minor.Descrição de espécies citadas de maior importância na cultura:Sem carapaçaIcerya purchasi – cochonilha australiana ou pulgão branco da laranjeiraTambém ocorrem em culturas hospedeiras como macieira, pessegueiro, roseira, videira, entre outras.A fêmea mede 4 a 5 mm de comprimento, é oval, com corpo convexo. Na região posterior apresenta o ovissaco, semelhante a flocos de algodão, de cor branca. No interior deste ovissaco, a fêmea vai armazenando ovos e ninfas. A reprodução é normalmente por paternogênese. As ninfas ao nascerem espalham-se pela planta, preferindo se fixar ao longo das nervuras, na face inferior das folhas, depois de crescidas passam para galhos e outras plantas.Com carapaçaChrysomphalus ficus – cochonilha cabeça de pregoApresenta carapaça onde a escama da fêmea adulta é circular, com 2 mm, corpo convexo, cor escura com orla marginal mais clara. A fêmea mede 1,2 mm com o corpo mole e apoda. O macho apresenta a sua escama menor semelhante a da fêmea, mas de forma oval.A reprodução é sexuada, ocasionalmente partenogenética., A postura é feita sob a carapaça, em conjunto de 150 ovos, que tem incubação de dois dias.As ninfas após emergirem saem da carapaça da mãe, as fêmeas se despojam das patas tornando-se apodas. A exsúvia eliminada por ela vai sendo alojada sobre o seu corpo, dando início à formação de uma escama circular, que mais tarde torna-se um escudo protetor.Atacam folhas em ambas as faces, ramos e frutos, revestindo-os por completo com suas carapaças, podendo causar amarelecimento das folhas e frutos, inutilizando-os para comércios mais exigentes.Pinnaspis aspidistrae – escama farinhaOs machos formam colônias sobre a casca do tronco e ramos, dando aspecto de pulverizados de branco. Os escudos dos machos são como um casulo branco, com os lados paralelos e no dorso notam-se três estrias longitudinais. Medem de 1,5 a 2 mm de comprimento.As fêmeas apresentam coloração marrom clara e medem 2 mm de comprimento, sua escama tem a forma de concha alongada e afilada para uma das extremidades.Atacam o tranco e ramos causando rompimento da casca, que enfraquece a planta.

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Ciclo evolutivo das cochonilhas

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3.2.2. Maçã e PêssegoQuadraspidiotus perniciosus – Piolho de São JoséA fêmea é coberta por carapaça circular de coloração marrom-acinzentada. A carapaça do macho é de forma oval alongada de coloração marrom-escura.As cochonilhas sefixam no tronco, ramos, frutois e folhas, alimentando de seiva. Elevadas infestações podem cobrir totalmente a casca das plantas.3.3.3. UvaEurhizococcus brasiliensis – Pérola-da-TerraVárias plantas são atacadas por esta cochonilha, mas só é considerada praga importante na cultura da videira.Apresenta reprodução partenogenética facultativa e desenvolve uma geração por ano.O ciclo inicia-se dos cistos com ovos (nov. a jan.), estes cistos são branco-acinzentados, repletos de ovos, muito frágeis e quebradiços. Estes cistos evoluem, rompem-se e liberão ovos e ninfas móveis (fev. a mar.).Após a fixação das ninfas móveis nos sítios de infestação (raízes livres de solo), ocorre a formação do cisto (mar. a out.).As ninfas crescem e assumem formato esférico, perdendo as patas e secretando a carapaça quitonosa que envolve todo o seu corpo. Ao final do desenvolvimento, as ninfas apresentam-se como corpos globosos (6,5 a 10 mm de comprimento), de coloração amarelo-intenso, com brilho nacarado.Durante o período hibernal, mesmo estando a planta sem folhas, os cistos jovens não interrompem seu desenvolvimento.A sucção de seiva efetuada pela pérola-da-terra nas raízes, provoca definhamento progressivo da videira, com redução na produção e até mesmo morte da planta.Em plantas infestadas as folhas apresentam um amarelecimento entre entre as nervuras, os bordos encarquilham-se para dentro.Os métodos de controle não são muito eficientes para esta praga, os melhores resultados obtidos foram com a utilização de produtos sistêmicos granulados.Controle das cochonilhas– Controle químico: alguns inseticidas podem ser usados após a poda, recomendando-se a adição de óleo

mineral, que criará uma película impermeável em torno da carapaça.– Controle biológico: Eucarsia berlesei ; Azatus platensis e Signiphora aspidioti – Hymenoptera.;

Neuropteros e Coccinelídeos.– Controle mecânico: escovamento de ramos muito infestados e que não podem ser podados.

3.3. Famílias Cicadelidae e Aethalionidae - CigarrinhasAlgumas espécies retiram quantidades excessivas de seiva e diminuem a quantidade de clorofila das folhas ou mesmo a destroem, as folhas tornam-se cobertas por diminutas manchas esbranquiçadas ou amareladas. Outras espécies interferem na fisiologia normal da planta obstruindo os vasos condutores, afetando assim o transporte de nutrientes. Algumas são vetores de fitopatógenos.Descrição das principais espéciesde cigarrinhas em diferentes frutíferas3.3.1. Sonesima grossa; Dilobopterus costlimai – cigarrinha dos citros (Homoptera, Cicadelidae)O adulto da primeira espécie possui 0,8 cm a 1,0 cm de comprimento, tem coloração marrom com nervuras claras nas asas. As pernas são marrons claras e apresenta duas faixas escuras simétricas na cabeça.A segunda espécie é menor, medindo cerca de 0,8 cm de comprimento, apresenta asas de coloração escura com a parte terminal castanha, o corpo e as pernas são amarelados e apresenta linhas escuras na cabeça, os olhos são grandes e negros.Apresentam musculatura da cabeça bem desenvolvida, por este motivo consomem grande quantidade de seiva, conseguindo ingerir líquidos do xilema. Ao se alimentarem estas cigarrinhas podem transmitir doenças tais como Clorose Variegada dos Citros (CVC) ou amarelinho, causada pela bactéria Xylella fastidiosa, ao adquirirem esta bactéria as cigarrinhas passam a serem vetoras pelo resto da vida.3.3.2. Aethalion reticulatum – cigarrinha das frutíferas (Homoptera, Aethalionidae)O adulto mede 10 mm de comprimento, tem colorido castanho ferruginoso, asas com nervuras salientes e esverdeadas. As ninfas são de cor cinza com estrias vermelhas.As fêmeas fazem a postura nas hastes das plantas, pendúnculos e frutos, estando estes envoltos em espessa camada de espuma (ooteca), em quantidade de 100 ovos com incubação de 25 a 30 dias.Após a eclosão as ninfas ficam agrupadas em torno das hastes, iniciam sua alimentação retirando grande quantidade de seiva, até 103 dias, quando emergem os adultos. Ocorrem 3 gerações por ano.Além dos citros podem se alimentar de todas as frutíferas.

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Outras pragas de importância4.1. Citros4.1.1. Phyllocnistis citrella – Lagarta minadora dos citros (Lepidoptera, Gracillariidae)Microlepidóptero de coloração castanho-prateada, medindo cerca de 1 mm de comprimento, com duas pontuações pretas na parte terminal das asas anteriores.A lagarta vive no interior das folhas, alimentando-se e produzindo galerias em forma de serpentina. Sua coloração varia de branco no início e amarela no final do desenvolvimento, quando atingem aproximadamente 3mm de comprimento.No inverno, a população do inseto se reduz em maior ou menor magnitude, dependendo da temperatura e da capacidade de adaptação da praga.O ataque é mais prejudicial na segunda brotação após o inverno, principalmente em pomares irrigados, nos quais as brotações são sucessivas, permitindo gerações imbricadas. As mudas são as maiores disseminadoras desta praga.A mariposa possui hábito crepuscular e durante o dia fica abrigada no solo ou em plantas de baixo porte. O acasalamento ocorre normalmente de madrugada. Os adultos vivem de dois a seis dias, quando a população de adultos é elevada, as fêmeas podem ovipositar nos ramos mais tenros e mesmo na casca de frutos em desenvolvimento, formando nestes locais suas galerias.A lagarta ao eclodir, rompe o ovo na parte que está em contato com o tecido foliar, à medida que caminha, a galeria vai aumentando em largura e comprimento, finalizando com uma destruição de aproximadamente 2 mm. As folhas atacadas só despencam quando há um período de estiagem, mas a fotossíntese fica comprometida. Além deste dano, favorecem a penetração da bactéria que causa o Cancro Cítrico.Controle– Químico: Organofosforados e piretróides, sendo que algumas lagartas apresentam resistência. Outros

produtos estão sendo testados.– Controle biológico: mais de 50 espécies são inimigos naturais da lagarta minadora, o parasitismo pode

chegar a 54%.– Variedades resistentes: Antibiose e não preferência para oviposição.

4.1.2 Heraclides thoas brasiliensis; Heraclides anchisiades capys – lagarta desfolhadora dos citros (Lepidoptera, Papilionidae)Adulto é uma borboleta com 130 mm de envergadura, coloração preta e amarela. As asas anteriores são pretas com uma faixa amarelada que se subdivide para a parte apical das asas com várias manchas desiguais. Nas posteriores, nota-se 7 manchas amarelas, apresentando o bordo externo fortemente sinuado formando 5 dentes pequenos e um alongado que forma uma cauda espatulada.As lagartas apresentam o corpo liso e possuem uma glândula odorífera eversível em forma de Y (osmetério), evertida da parte posterior do pró-tórax quando a lagarta é excitada, exalando um odor desagradável. São gregárias, ficando no tronco durante o dia. Medem 50 a 60 mm, apresentando colorido verde escuro com manchas esbranquiçadas.A postura se dá nas folhas e a eclosão se dá em 5 dias, após 7 a 8 dias empapam permanecendo aí mais 20 dias. O adulto tem ciclo de 20 a 25 dias. O ciclo total é de 38 dias.Destroem as folhas à noite, durante o dia ficam inativas.4.2. PêssegoGrapholita (=Cydia) molesta – Mariposa Oriental ou Grafolita (Lepidoptera, Tortricidae)

Adultos são pequenas mariposas com aproximadamente 12 mm de envergadura, coloração pardo-escuro-acinzentada com algumas estrias de coloração branca.

Ovos (0,7 mm) em formato de pequenos discos, convexos e esbranquiçados, isolados.Lagartas são branco-acinzentadas com cabeça preta, quando completam seu desenvolvimento (12 a 14 mm) são branco-rosado com cabeça marrom. As pupas são de casulo de seda, em fendas de casca dos troncos ou ramos, ou no solo.As lagartas alimentam-se dos primórdios foliares, penetrando na medula, esses ponteiros atacados morrem. Uma lagarta pode atacar 3 a 7 ponteiros da mesma planta. Nos frutos as lagartas penetram na região do pendúnculo e vão se alimentar da polpa próximo ao caroço.Podem atacar também a macieira.

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Controle– Controle químico: Novos produtos reguladores de crescimento e inibidores de crescimento estão sendo

utilizados a poucos anos e necessitam de mais estudos quanto ao momento de aplicação.– Confusão sexual: impregnação da área com feromônio sexual para evitar a comunicação ou encontro de

grafolitas para a cópula (não comercializado no Brasil).–

Ciclo evolutivo da Mariposa Oriental (Fonte: Hickel)4.3. Maçã4.3.1. Cydia pomonella – mariposa codling (Lepidoptera, Tortricidae)

As asas quando abertas medem de 1,3 a 1,95 cm de ponta a ponta, com a extremidade final de cor bronze metálica, com uma faixa escura.As fêmeas depositam seus ovos isolados nas folhas e algumas vezes, no decorrer do ciclo, nos frutos.Os ovos são redondo-achatados, de cor branca opaca quando ovopositados, um pouco menores que a cabeça de um alfinete. Um pouco antes da larva eclodir, a capsula cefálica escura se torna visível no ovo.As larvas recém emergidas são brancas com capsula cefálica preta, as larvas maduras são de 1,3 a 1,95 cm de comprimento, com o corpo de coloração rosa-esbranquiçada, e capsula cefálica marrom.Provocam dois tipos de danos: ferroadas e entradas profundas. As ferroadas são entradas onde a lagarta penetra a “carne” da maçã e logo após abandona a entrada, ou morre. As entradas profundas ocorrem quando a larva penetra na maçã da casca até o miolo, onde se alimenta na cavidade onde as sementes se desenvolvem.As larvas podem penetrar pelo talo, ou pelo lado do cálix do fruto (sendo neste caso mais difícil de detectar a penetração, sem dissecar o fruto), uma ou mais entradas ou furos tampados com fezes na superfície do fruto são sinais característicos de infestação causada pela mariposa codling.Controle– Controle cultural: remover árvores hospedeiras em campos abandonados; manter o pomar limpo

(remover caixotes, lixo e outros afins que possam servir de refúgio); podar as árvores altas ou as árvores muito densas para promover a circulação de ar, bem como melhor cobertura dos inseticidas.; retirar e destruir os frutos infestados e os frutos caídos no chão.

– Controle biológico: Trichogramma platneri– Feromônios: interrupção da comunicação sexual através da técnica de confusão de machos; ou com “

atrai-mata”- feromônio + inseticida.– Controle químico

4.3.2. Bonagota cranaodes – lagarta enroladeira - (Lepidoptera, Tortricidae)Os adultos são de coloração cinza-claro, medindo cerca de 15 mm de envergadura e 7 mm a 10 mm de comprimento. Em geral, os machos são menores que as fêmeas.Os ovos formam uma massa contendo em média 40 ovos, a qual é coberta por uma fina gelatina, a coloração dos mesmos é amarelada, ocorrendo escurecimento quando próximo a eclosão – fase cabeça de prego.As lagartas de primeiro ínstar apresentam cabeça escura e o restante do corpo amarelo claro, com o início da alimentação a coloração pode apresentar variação predominando a tonalidade esverdeada.A pupa é inicialmente esverdeada, tornando-se marrom-escuro próximo à emergência do adulto.Possuem hábito crepuscular, acasalando-se entre as 17 e 21 horas. Os ovos são depositados na face superior (lisa) das folhas, não se observa postura sobre frutos. O período de incubação é em média de 8 dias em temperatura de 25ºC, após a eclosão as lagartas alojam-se na face superior das folhas e ao se alimentarem tecem uma espécie de túnel no sentido da nervura principal. Com o desenvolvimento constróem abrigo juntando as folhas, fixando-as nos frutos, ou abrigando-se entre estes, na região do cálice ou do pedúnculo.Causa danos nas folhas e nos frutos da macieira. O ataque às folhas não apresenta perdas, porém o dano causado pelas lagartas que raspam a casca das maçãs, resulta em grandes prejuízos depreciando comercialmente os frutos, além de facilitar a entrada de microorganismos causadores de podridões.

ControleNível de controle: 20 mariposas/armadilha de monitoramento/semana– Com feromônio: sistema “atrai-mata”, onde a mariposa é atraída por um septo de ferômonio, a mariposa

morre ao atingir o painel matador da armadilha.– Controle químico: os inseticidas normalmente recomendados são os registrados para outras pragas da

cultura, os piretróides, possuem eficiência no controle, mas causam desequilíbrio em relação ao ácaro vermelho.

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4.4. BananaCosmopolites sordidus – moleque ou broca da bananeira- (Coleoptera, Curculionidae)Besouro com 11 mm de comprimento e 4 mm de largura, preto uniforme. Élitros com estrias longitudinais, e o restando do corpo finamente pontuado.Larva mede 12 mm de comprimento é branca apoda, enrugada, curvada no dorso, afilada para a extremidade anterior, cabeça marrom.O adulto possui hábitos noturnos, movimentos lentos e durante o dia permanece abrigado da luz nas touceiras próximas ao solo, entre as bainhas das folhas e entre partes da planta.A postura é feita em pequenos orifícios na inserção da bainha da folha, próximos à coroa do rizoma, estes orifícios são feitos com as peças bucais. Também podem ser colocados em pseudo-caules, cortados e deixados no solo, e no interior do rizoma já em decomposição.Após a eclosão as larvas abrem galerias nos rizomas, alimentando-se de seus tecidos, próximo a fase de pupa dirigem-se para as extremidades das galerias próximas da superfície externa do rizoma preparando câmaras ovaladas.Causam danos diretos, abrindo galerias nos rizomas e parte inferior do pseudo-caule, além de danificarem os tecidos internos, ocasionam com isso um fraco declínio da planta em que as folhas centraris começam a secar e depois toda a planta. Acarretam diminuição do peso dos frutos. Os danos indiretos, são a queda das bananeiras por falta de resistência aos ventos e favorecimento da entrada de microorganismos apodrecedores.Ciclo: Ovo (5 a 8 dias) Larva (30 dias) Pupa (4 a 20 dias) Adulto ( 5 a 6 meses).Controle– Controle cultural: seleção de mudas isentas de pragas; mergulho dos rizomas em solução de inseticida.;

1 a 2 mudas por covas; uso de iscas atrativas– Controle químico

NEMATÓIDESCARACTERÍSTICAS GERAIS:O nome destes vermes deriva do grego “nema”, “nematis”, que significa fio.Os nematóides fitoparasitos são organismos fusiformes, não segmentados, de corpo alongado afilando-se nas extremidades, essencialmente aquáticos, apresentado “habitat” extremamente diversificado, sendo encontrados em águas marinhas, doces e películas de água no solo. Geralmente microscópicos no tamanho, mas de organização bastante complexa, tem variadas formas de alimentação.Os nematóides de vida livre ou saprófitas, alimentam-se de microorganismos, tais como fungos (micófagos), bactérias (bacteriófagos), algas (algívoros), protozoários (protozoófagos), pequenas minhocas ou oligoquetas (oligoquetófagos) e outros nematóides (nematófagos).Pequena parte dos nematóides ingressou no parasitismo, atacando virtualmente todos os grupos vegetais e animais.Os nematóides parasitas de plantas superiores (fitoparasitos), alimentam-se de células vivas das plantas, principalmente de seus órgãos subterrâneos como raízes , rizomas, tubérculos, bulbos, bem como os que se adaptam para parasitar órgãos aéreos como caules, folhas , flores, frutos e sementes. Há ainda, o grupo de nematóides parasitas de animais vertebrados ou invertebrados.A forma roliça e alongada do corpo é adequada ao movimento serpentiforme de locomoção por ondulação dorsoventral e, aliada ao tamanho, constitui importante adaptação para a vida nos espaços intersticiais, seja entre as algas do fundo do mar, seja entre as partículas do solo.O corpo dos nematóides é formado por uma parede externa que delimita uma cavidade interna denominada pseudoceloma, cheia de um fluido sob pressão, onde estão imersos os órgãos como o esôfago, intestino, ovário, testículos, útero, espermatoteca, sendo que o conjunto todo dá idéia de um tubo dentro do outro. O tubo externo seria a parede do corpo e o interno, os órgãos, como o aparelho digestivo.Não apresenta divisões definidas, mas há certas regiões às quais foram dados nomes comuns por conveniência. Começando pela região anterior, encontramos a cabeça ou região dos lábios, na qual existe a boca, as papilas labiais e os anfídeos. Ainda na região anterior, têm-se o esôfago e logo abaixo, vem o intestino. Por fim, iniciando no ânus e estendendo-se até o término, está a região posterior ou cauda.MORFOLOGIA E ANATOMIA:Pseudoceloma: é a cavidade do corpo não inteiramente revestida por tecido de origem mesodérmica. O pseudoceloma está cheio de um líquido complexo chamado fluido pseudocelômico, altamente complexo em sua natureza, e que se encontra sob pressão, formando como que um esqueleto hidrostático.Parede do corpo: é formada por uma camada externa denominada cutícula, uma hipoderme e uma camada muscular somática.

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A cutícula é o exoesqueleto dos nematóides, revestimento externo do corpo com várias camadas distintas, transparente e flexível.A cutícula atua como uma barreira entre o nematóide e os elementos adversos do ambiente, tendo como funções: a permeabilidade da água, de certos íons e não eletrólitos, incluindo muitos nematicidas orgânicos. Os nematóides exibem seletividade para as moléculas que entram em seu corpo. Esta é uma característica de nematóides vivos e é perdida quando eles morrem. Este equilíbrio dinâmico entre o nematóide e seu meio aquoso varia, dependendo da natureza do ambiente em que ele normalmente vive.Outra função importante que a cutícula desempenha é na movimentação dos nematóides. O crescimento dos nematóides está associado com as ecdises ou trocas de cutícula, às quais ocorrem normalmente quatro vezes antes de alcançar seu estado adulto.Aparelho digestivo: inicia-se na região da boca, conhecida como estomodeo, que inclui a boca e lábios, a cavidade bucal ou estoma e a faringe ou esôfago; passa pelo intestino e termina no ânus, conhecido como proctodeo ou reto, que inclui ânus nas fêmeas e cloaca nos machos.Aparelho respiratório: apesar de não serem conhecidos órgãos especiais de respiração, sabe-se que nos nematóides ocorrem trocas gasosas por difusão através da cutícula, indicando tratarem-se de seres aeróbios, tendo no entanto, capacidade de se adaptarem e sobreviverem durante certo tempo em condições total ou parcialmente anaeróbias.Aparelho circulatório: não existe nenhum órgão responsável pela circulação no corpo dos nematóides. Parte das funções de um sistema circulatório é executada pelo fluido pseudocelomático.Sistema excretor: este sistema quando existe, caracteriza-se por não apresentar células flamas. Há dois tipos básicos: glandular e tubular.O sistema glandular consiste de uma grande célula, situada na cavidade pseudocelômica e ligada por um conduto excretor ao poro excretor localizado na região ventral.O sistema tubular consiste de um ou dois canais longitudinais, situados nas cordas laterais. No caso de serem dois, são conectados um ao outro, anterior e ventralmente por um “sinus” excretor, e este é conectado com o poro excretor situado ventralmente, por meio de um canal terminal muito curto, dando a este sistema um formato de H.Sistema nervoso: há nos nematóides, um sistema nervoso central, um sistema nervoso periférico e um sistema nervoso entérico ou simpático.Para o reconhecimento de mudanças externas no seu ambiente, as fibras nervosas podem penetrar através da cutícula, sendo modificadas em órgãos sensoriais especializados existentes principalmente no fim das regiões anterior e posterior. Os principais órgãos sensoriais nos nematóides são: papilas labiais, papilas genitais, deirídeos, anfídeos, fasmídeos e cefalídeos.Sistema reprodutivo: a maioria dos nematóides são organismos dióicos, nos quais os machos são menores que as fêmeas e são equipados com órgãos copulatórios. Os órgãos reprodutivos, tanto da fêmea como do macho , tem formato tubular.DANOSOs fitonematóides prejudicam as plantas direta ou indiretamente:danos mecânicosdanos químicosvetores de organismos patógenosBIOLOGIA:Os nematóides geralmente são dióicos ou bissexuais, isto é, eles existem como machos e fêmeas separados. Machos e fêmeas podem ser distinguidos por suas características primárias e secundárias.Os machos podem ser facilmente separados das fêmeas pela presença dos órgãos copulatórios (asas caudais, espículos e outras estruturas acessórias) e, em muitos casos, pelo seu pequeno tamanho. Em alguns gêneros como Heterodera e Meloidogyne, os dois sexos mostram um pronunciado dimorfismo. As fêmeas desses gêneros tornam-se obesas durante o seu desenvolvimento, ficando parecidas com um saco reprodutivo enquanto o macho permanece vermiforme.A reprodução em fitonematóides é sexual, ou seja, a formação da descendência ou prole, se dá a partir de gametas originados de células germinativas. A maioria dos fitonematóides apresenta reprodução convencional do tipo fertilização cruzada (anfimixia) com machos e fêmeas morfologicamente distintos. Porém, em algumas espécies em que só existe a fêmea, a reprodução a partir de um único indivíduo (autotoquia) ocorre também, e principalmente na forma de partenogênese ou hermafroditismo, além de situações esporádicas de pseudogamia. Os casos de hermafroditismo sempre estão associados à auto-fecundação, não sendo conhecidos relatos de fertilização cruzada entre nematóides hermafroditas.

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A maioria dos nematóides é ovípara. Há também nematóides ovovivíparos, nos quais os ovos ainda no útero, já contém larvas completamente formadas.O ciclo de vida de um nematóide é variável conforme as características inerentes às espécies em particular. Em um ciclo de vida típico, o estádio juvenil passa por quatro ecdises, até chegar à fase adulta. No ovo, forma-se uma forma juvenil de primeiro estádio, ou J1. Ocorre então a primeira ecdise, e forma-se o “juvenil” de segundo estádio ou J2 que perfura a casca de ovo e abandona. O juvenil de segundo estádio, ainda passará por mais três ecdises, dando origem aos juvenis de terceiro e quarto estádios e, finalmente, aos adultos machos e fêmeas.O termo “larva” é inadequado , sendo citado por alguns autores, mas consagrado pelo uso.Na maioria dos fitonematóides de importância agrícola, o ciclo de vida completo se dá de duas a quatro semanas sob condições favoráveis. A duração do ciclo é função do hospedeiro, da temperatura e da umidade.O início do ciclo de vida da maioria dos fitonematóides e, consequentemente a sua capacidade de causar doenças, estão dependentes da habilidade de eclosão das larvas.FATORES QUE AFETAM O DESENVOLVIMENTO E A REPRODUÇÃO:AMBIENTE DO SOLOTEMPERATURA: FAIXA ÓTIMA DE 15 a 30OCINATIVIDADE ENTRE 5 a 15 o C E 30 a 40oCUMIDADE IDEAL 40 a 60% da capacidade de campoPLANTAS HOSPEDEIRASPRÁTICAS CULTURAISALIMENTAÇÃO DOS FITONEMATÓIDES:Vários nematóides fitoparasitos têm desenvolvido um íntimo relacionamento com seus hospedeiros, criando sítios especializados para a alimentação nos tecidos das plantas.As mudanças nos tecidos, resultantes das atividades dos nematóides parasitos de plantas, podem ser divididas em três categorias:a) Mudanças destrutivas:Muitos nematóides destroem células durante a alimentação, por removerem rapidamente e de forma completa seus conteúdos. Algumas espécies alimentam-se mais vagarosamente, e as células penetradas sobrevivem. Algumas vezes, estas células apresentam pequenos sinais de mudanças.b) Mudanças adaptativas:As células podem se adaptar ao nematóide por alargamento e por aumento de suas atividades metabólicas. Certas espécies de nematóides tomam uma posição fixa na planta. As células que servem de alimento, alargam-se e fundem-se com as células adjacentes por dissolução parcial das paredes. O núcleo aumenta de tamanho, o citoplasma torna-se denso e as organelas crescem em número. Estas células têm o seu metabolismo de síntese aumentado em resposta ao nematóide.c) Mudanças neoplásticas:Galhas de vários tipos são associadas com a infecção de alguns nematóides. As células das plantas, imediatamente adjacentes ao parasito, crescem e também se dividem. Em muitos casos, um número anormal de raízes laterais proliferam das galhas. Assim, estes nematóides estimulam um novo desenvolvimento (neoplasma) dos tecidos das plantas.Mecanismo de Alimentação:O principal órgão responsável pelo mecanismo de alimentação nos nematóides é o esôfago, que funciona como uma bomba.Comportamento do fitonematóide durante a alimentação:Um fitonematóide introduz o seu estilete através das paredes celulares da planta para sugar o conteúdo citoplasmático. O mesmo sistema acontece em nematóides que se alimentam de fungos.A qualidade de alimento disponível ao fitonematóide varia de hospedeiro para hospedeiro. Isto é demonstrado pelo ciclo de vida rápido de algumas espécies em um determinado hospedeiro, e pelo desenvolvimento vagarosos em outros. Em hospedeiros favoráveis, Meloidogyne pode completar o seu ciclo de vida em menos de 3 semanas, isto se outros fatores também forem favoráveis (umidade, temperatura, etc.). Em hospedeiros desfavoráveis, o ciclo de vida de Meloidogyne se estende por mais de 7 semanas, quando muitas vezes não se completa totalmente. Ou o hospedeiro favorável oferece uma dieta melhor, ou o hospedeiro desfavorável contém compostos inibitórios.Quando o sítio original de alimentação é exaurido, o nematóide ectoparasito retira seu estilete e move-se na direção de outra célula, ou outra planta, que deve ter tecidos vivos e sadios para que ele inicie novamente o processo de alimentação.

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SINTOMAS TÍPICOS DE ATAQUES DE NEMATÓIDES:Os sintomas se apresentam na parte subterrânea da planta.Os mais típicos são:1. Nós e galhas nas raízes: são devidos a crescimentos anormais das raízes, causados pelas picadas dos nematóides. Estes podem encontrar-se ou não no interior destas protuberâncias.2. Lesões nas raízes: as partes das raízes finas e descoloridas são sinais dos ataques de nematóides. Estes setores variam de pequenas pontuações até toda a raiz.3. Podridão das raízes: quando os ataques dos nematóides estão acompanhados de patógenos como fungos ou bactérias, estas podem causar a podridão de certas porções de raízes.4. Raízes muito ramificadas: na proximidade da zona mais atacada das raízes da planta, esta pode produzir uma excessiva cabeleira radicular.5. Radicelas em disposição irregular: as picadas dos nematóides podem deter o crescimento das radicelas e produzir raízes com desenvolvimentos irregulares.Estes sintomas são geralmente acompanhados de outros, não característicos unicamente de ataque de nematóides e visíveis na parte aérea da planta, tais como: redução do crescimento, sintomas de carência de nutrição como amarelecimento da planta, sintomas de murchamento mesmo com umidade suficiente, redução dos rendimentos na colheita e baixa qualidade desta.Alguns nematóides podem atacar também a parte aérea da planta, como folhas ou sementes, aparecendo então os sintomas típicos de folhas distorcidas, zonas necróticas e podres, deformações na folhas e sementes.NEMATÓIDES MAIS COMUNS:Nematóides dos bulbos Ditylenchus spp.Nematóides minadores Radopholus spp.Nematóide dos citros Tylenchulus semipenetransNematóides das lesões radiculares Pratylenchus spp.Nematóide dourado Heterodera rostochiensisNematóide de cistos em batata Meloidogyne incognitaNematóide reniforme Rotylenchulus reniformisNematóides formadores de galhas Meloidogyne spp.

MÉTODOS PARA A COLETA DE AMOSTRAS DE SOLO E/OU RAÍZES PARA ANÁLISE DE NEMATÓIDES:

A identificação precisa de um fitonematóide depende primariamente, das amostras de solo, raízes e tecido vegetal que chegam ao laboratório. Portanto, estas amostras devem merecer atenção especial, devendo ser coletadas corretamente e enviadas para exame e extração no laboratório o mais breve possível, sob pena de chegarem impróprias para análise.Devem-se coletar as amostras de solo com a umidade natural, evitando-se de todo modo que elas cheguem secas ao laboratório. Ter cuidado também com raízes e tecidos vegetais para que não sequem. Não esquecer que nematóides não sobrevivem em solos ou raízes secas.O equipamento necessário é simples: pode-se usar um enxadão, enxada ou mesmo um trado. Existem, às vezes, sistemas especiais de coleta para alguns nematóides, mas geralmente devem-se seguir os métodos básicos ou as recomendações dadas pelos diversos laboratórios.Não esquecer de prestar atenção na necessidade de o coletor das amostras preencher corretamente e enviar, junto com as amostras, as fichas de campo, com os dados necessários para o arquivo do laboratório. Depois que as amostras são processadas, os nematóides extraídos, identificados e quantificados, os resultados são remetidos aos interessados na forma de fichas de resultado, processadas em computador ou feitas manualmente.A seguir estão descritos os passos para a coleta de amostras de solo e/ou raízes para culturas anuais, perenes ou em viveiros de mudas:1. Coletar as amostras de solo com a umidade natural, e evitar de todo modo que elas cheguem secas ao laboratório. Não esquecer que nematóides não sobrevivem em solo e raízes secos.2. Equipamentos necessários: enxadão, trado ou enxada, ou outro instrumento semelhante; saquinhos plásticos, um balde, etiquetas, caneta, ficha de campo.3. Amostrar a área, caminhando em ziguezague e abrindo o solo em forma de V, da superfície até 25 a 30 cm de profundidade, e coletando uma camada deste solo, que deve ser colocada no balde ou diretamente no saquinho.4. Culturas anuais (soja, algodão, milho, oleícolas, etc.): tomar no mínimo 10 sub-amostras por hectare. Coletar na zona das raízes das plantas, incluindo sempre que possível, raízes na amostra.

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5. Culturas perenes (café, citros, figo, etc.): coletar no mínimo 10 sub-amostras por hectare, nos quadrantes (Norte, Sul, Leste, Oeste), na projeção da copa, incluindo raízes, se possível.6. Amostrar as zonas, focos ou reboleiras que apresentam fortes sintomas, sintomas médios e as áreas sem sintomas.7. Viveiros de mudas (café, citros, seringueira, essências florestais, etc.): coletar aleatoriamente, no mínimo 10 mudas para cada lote de 1.000 mudas, tomando parte do solo e radicelas de cada muda (sem precisar destruí-las) e ir colocando no balde.8. As sub-amostras de solo e/ou radicelas coletadas no balde (itens 4, 5, 6 e 7), devem ser muito bem misturadas, tomando-se uma amostra composta de, no mínimo, 500 gramas de solo e em torno de 10 gramas de radicelas. Logo, deve-se coletar uma amostra composta por hectare.9. Observar que estas são apenas recomendações mínimas, e para cada caso em particular, recomenda-se usar o bom senso na hora da coleta de amostras e, caso haja necessidade, coletar maior número de sub-amostras.10. Embalar em sacos plásticos fechados para evitar perda de umidade, e devidamente identificados (local, data da coleta, proprietário, cultura e outros dados que julgar necessário).11. Preencher, sempre que possível, uma ficha de campo, fazendo o croqui da(s) área(s) amostrada(s).12. Enviar as amostras o quanto antes, para o laboratório, e não deixá-las expostas ao sol direto, ou mantê-las em local onde possam se aquecer demasiadamente. Se precisar, pode-se armazenar por algum tempo na parte debaixo de uma geladeira comum.PRINCIPAIS MEDIDAS E MÉTODOS PARA O CONTROLE DOS NEMATÓIDES:A seleção do método de controle depende da biologia do nematóide, da planta hospedeira, seu valor/ha, sistema de propagação da praga, práticas culturais mais usadas na região, relações entre os fatores ecológicos e o custo relativo dos métodos de controle disponíveis. Dentre os métodos existentes podemos mencionar os seguintes:1. Impedir a entrada e a disseminação dos nematóides nas áreas de cultivo;2. Processos mecânicos de limpeza;3. Emprego do calor;4. Uso da eletricidade;5. Métodos culturais;6. Culturas armadilhas e antagônicas;7. Matéria orgânica;8. Manipueira;9. Excreções radiculares;10. Adubações e tratos da cultura;11. Variedades resistentes;12. Controle biológico;13. Controle químico.ROTEIRO DA AULA PRÁTICA - NEMATÓIDES:Nematóide do alho - Ditylenchus dipsaci- Helicotylenchus sp.- Nematóide do cisto –Heterodera- Massa de ovos/cistos - juvenil e adulto (Álcool 70)- Meloidogyne - macho e fêmea (Álcool 70)- Sintomas do Nematóide (galhas, pipocas, digitamento, rechaduras)- Nematóide zooparasita - AscarisPRAGAS DE PRODUTOS ARMAZENADOS

A maioria das espécies de insetos que infestam os produtos armazenados é cosmopolita, sendo mais abundantes nas regiões tropicais onde tiveram origem, disseminando-se devido às trocas comerciais entre as diferentes regiões do globo.

As pragas de produtos armazenados têm a sua distribuição influenciada pelas condições de ambiente (clima, sistema de armazenamento) e espécie de produto, variando nas diferentes regiões do globo, sendo algumas espécies mais importantes em determinadas regiões nas quais estes fatores lhes são mais favoráveis.

Do ponto de vista prático, os insetos que se desenvolvem e atacam os produtos armazenados, se dividem nos seguintes grupos:

gorgulhos São exemplos: Sitophilus oryzae e Sitophilus zeamais. carunchos São exemplos: Acanthoscelides obtectus e Zabrotes subfasciatus. outros besouros

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traças São exemplos: Sitotroga cerealella e Plodia interpunctella.FATORES QUE AFETAM AS POPULAÇÕES DOS INSETOS

Os principais fatores são a temperatura, o teor de umidade do grão e o grau de impurezas. Cada espécie de inseto necessita de um conjunto de condições físicas do meio para um desenvolvimento ótimo. À medida que as condições de temperatura ou umidade se afastam dos valores considerados ótimos, o ciclo evolutivo, da fase de ovo a adulto, leva mais tempo e a postura dos ovos fica reduzida.Temperatura - A grande maioria dos insetos que atacam os produtos armazenados, são na maior parte de origem subtropical e não hibernam. Eles não desenvolveram resistência a baixas temperaturas. Temperaturas baixas que não chegam a ser letais, causam a morte de muitas pragas, indiretamente, através da sua inativação e impedindo-as de se alimentarem. Os processos vitais dos insetos que não hibernam, não são suficientemente retardados pelas baixas temperaturas para permitir que a reserva de alimentos em seus organismos, possam mantê-los por um longo período, morrendo por inanição. O desenvolvimento da maioria das espécies é insignificante se os grãos forem mantidos a temperaturas abaixo de 17 C. A faixa mais favorável está compreendida entre 21 ºC e 35 ºC.Umidade - A principal fonte de água para os insetos dos produtos armazenados é a umidade do grão, e em menor escala, a umidade atmosférica e a água metabólica. A água retirada dos alimentos é fator crítico para a sua sobrevivência, em qualquer estágio do ciclo evolutivo, pois necessitam dela para manter seus processos vitais. Até 15% de umidade do grão, há o favorecimento rápido da população dos insetos. Acima deste teor, os fungos tomam conta e destroem os insetos. Se, por outro lado, o teor de umidade do grão é baixo, a água necessária para o transporte nos processos vitais é obtida através das reservas de alimento nos tecidos gordurosos. Em geral, a umidade do grão abaixo de 9%, inibe o desenvolvimento e os adultos rapidamente morrem.Grãos quebrados e impurezas - Os grãos quebrados e as impurezas, são facilmente infestados por insetos secundários, os quais não atacam grãos inteiros, protegidos pelo tegumento.CLASSIFICAÇÃO DOS INSETOS ENCONTRADOS EM GRÃOS ARMAZENADOSInsetos Primários - São as espécies que são capazes de danificar grãos inteiros e sadios, rompendo-os e se alimentando do endosperma, completando o seu desenvolvimento dentro deles. As pragas primárias abrem caminho para os insetos secundários: os fungos, ácaros e bactérias. Sitophilus oryzae; Rhizopertha dominica; Sitotroga cerealella; Acanthoscelides obtectus.Insetos Secundários - São as espécies que não conseguem romper o grão, e via de regra, vivem associados aos primários. Alimentam-se de grãos danificados, detritos, farinhas, passando todo o seu período larval externamente ao grão. Tribolium castaneum; Cryptolestes ferrugineus.Insetos Associados - São as espécies que são encontradas com freqüência junto às secundárias, porém não atacam os grãos, alimentando-se dos detritos ou de fungos que se desenvolvem nos produtos. Psocopteros e ptinídeos.Insetos Acidentais - Certas espécies que raramente danificam os grãos, estando junto ao produto armazenado por acaso. Baratas, moscas, borboletas, besouros.Parasitóides e Predadores - Ácaros e insetos que vivem e se alimentam de outras espécies de insetos granívoros.CARACTERÍSTICAS DAS PRAGASElevado Potencial Biótico - O elevado número de indivíduos e de gerações capazes de ocorrer no período de armazenamento, permitem que poucos indivíduos em curto espaço de tempo formem uma grande população. Por isso, deve-se dar grande ênfase ao controle inicial, quando a infestação ainda é pequena.Infestação Cruzada: É a capacidade que algumas pragas possuem de infestar os produtos no campo e posteriormente no depósito. Muitas vezes os produtos colhidos já vem infestados para o armazém e pelas condições favoráveis encontradas, proliferam-se rapidamente.Polifagia: A maioria das pragas alimenta-se de um grande número de produtos, permitindo o seu desenvolvimento mesmo na ausência do hospedeiro preferencial.DANOS CAUSADOS PELA INFESTAÇÃOI - Dano Direto às Sementes, Grãos, Subprodutos e Estruturas do Armazém:

1. perda de peso da semente;2. perda ou conversão de nutrientes;3. redução da germinação ou vigor das sementes;4. redução da classificação do grão;

5 redução do valor de mercado.6. insetos inteiros (ovos, larvas, pupas, adultos) ou parte deles;

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7. cutícula abandonada: exoesqueleto, casca de ovos;8. matéria fecal, resíduos;9. odor;10 teias.11. construção de galerias nas estruturas de madeira, armazéns, elevadores;12. enfraquecimento das estruturas;13. fornecem abrigo a outros insetos.

II - Danos Indiretos ao Grão e Subprodutos:1 Aquecimento e Migração de Umidade Dentro da Massa de Grãos.2. Distribuição de Fungos e Outros Microorganismos, Como Bactérias, Através da Massa de Grãos.3. Depreciação da Imagem Comercial Perante os Clientes

a. perda do prestígio pelo produto infestado;b. repulsa pela presença de insetos, excrementos.III - Danos Causados Pela Necessidade de Tratamento Químico:

1. custos com inseticidas;2. custos com mão-de-obra;3. isolamento do local para o tratamento;4. equipamento especial e aparatos para a aplicação;5. excesso de resíduos dos inseticidas:

a) intoxicação ao homem;b) conversão do grão para alimento de animais.

PRINCIPAIS PRAGAS1. Sitophilus oryzae (L., 1763)

Sitophilus zeamais (Motsch., 1855)Nome comum: GORGULHO DO ARROZ E TRIGO (S. oryzae), GORGULHO DO MILHO (S. zeamais) (Coleoptera, Curculionidae)Características: Atacam cereais e seus subprodutos, farinhas, farelos, produtos industrializados, frutos secos. A descrição das duas espécies, a biologia e os produtos hospedeiros, são similares, sendo até poucos anos atrás, confundidas como raças “maior” e “menor”. Os adultos, são besouros pequenos com 2 a 3,5 mm de comprimento. A coloração varia de marrom (S. oryzae) ao preto (S. zeamais), apresentando 4 manchas arredondadas nos élitros. Possuem a cabeça projetada para a frente (rostro), tendo na parte terminal, o aparelho bucal. Nesta fase podem viver em média 4 a 5 meses e cada fêmea pode depositar 300 a 400 ovos durante este período. Para ovipositar, a fêmea usa suas mandíbulas para abrir um pequeno orifício no grão, onde deposita um ovo e depois o cobre com um fluido gelatinoso. Após alguns dias, geralmente uma semana, surge a larva, ápoda, branca, com a cabeça castanha que se alimenta vorazmente, destruindo o grão. Quando completamente desenvolvida, empupa e transforma-se em adulto. Dependendo da temperatura e da umidade do grão, o ciclo evolutivo vai de 25 a 40 dias. Grãos Atacados: Milho, arroz, sorgo e trigo. S. zeamais tem preferência por milho e depois por trigo, arroz e sorgo. S. oryzae prefere trigo, vindo a seguir arroz, sorgo e milho.Prejuízos: Estas espécies são capazes de iniciar a infestação quando o produto ainda está no campo, causando danos severos. Em milho armazenado em sacos, as perdas de peso após 150 dias de armazenamento atingem cerca de 20% com 75% de infestação. Em arroz armazenado, os prejuízos estimados no Estado de São Paulo são de 5%, enquanto no Estado do Rio Grande do Sul, variam entre 10 e 15%. Os gorgulhos atacam apenas grãos de arroz com defeitos na casca(aberturas naturais) ou com casca quebrada. Uma larva de gorgulho do arroz pode comer 43% do peso do grão de arroz e o gorgulho do milho, após 6 meses de infestação natural, pode causar uma perda de peso de 50 a 80%.2. Rhizopertha dominica (Fabr., 1792)

Nome Comum: BESOURO DOS CEREAIS (Coleoptera, Bostrichidae)Características: É altamente nocivo ao arroz e ao trigo. O adulto é um besouro de 2 a 3 mm de comprimento e 0,6 mm de largura. Apresenta o corpo cilíndrico, brilhante, coloração castanha, A cabeça não é visível quando se olha o inseto de cima. O pronoto é fortemente convexo. As fêmeas põem os ovos isolados ou em cachos, aderidos às superfícies ásperas da massa do produto armazenado. Dos pequenos ovos brancos, eclodem larvas também brancas, com a cabeça castanha e as pernas curtas, que penetram nos grãos partidos ou perfurados pelos adultos, ou então se alimentam simplesmente da farinha ou farelo proveniente dos grãos. Desenvolvida, mede aproximadamente 2,5 mm. Após o desenvolvimento larval, ocorre a formação da pupa, no interior dos grãos ou fora destes, entre as impurezas. A fêmea pode por 300 a 500 ovos, sendo o período

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larval, de aproximadamente 15 dias e o ciclo completo se dá em 30 a 100 dias, dependendo das condições do ambiente e do material atacado. Os ovos são depositados soltos, fora dos grãos. As larvas após a eclosão, penetram no grão onde se alimentam e se desenvolvem. Grãos e Produtos Atacados: Trigo, cevada, milho, centeio e arroz.Prejuízos: Tanto a larva como o adulto representam uma praga de considerável importância, especialmente para o arroz, muito embora não ataquem os grãos inteiros e sadios, restringindo sua ação a grãos descascados ou danificados.3 - Sitotroga cerealella (Oliver, 1819)Nome comum: TRAÇA DOS CEREAIS OU TRAÇA DO MILHO (Lepidoptera, Gelechiidae)Características: Os adultos são mariposas com 10 a 15 mm de envergadura, por 6 a 8 mm de comprimento, com as asas anteriores de cor palha, com franjas, e as asas posteriores mais claras e com franjas maiores. As lagartas inicialmente são amareladas, tornando-se brancas e com aspecto recurvado quando mais desenvolvidas. Antes de transformar-se em pupa, a lagarta faz uma abertura circular no grão, para a emergência do adulto. Os ovos são colocados sobre os grãos. Em arroz, a postura ocorre em grãos com casca quebrada ou com aberturas naturais, não se verificando ataque em grãos com casca perfeita. Podem atacar os grãos ainda no campo e continuar a infestação no armazém. Grãos Atacados: milho, arroz, sorgo e trigo.Prejuízos: É a traça mais importante que ataca os cereais armazenados, reduzindo o peso e o valor nutritivo dos grãos atacados. Em milho, as perdas podem atingir cerca de 50% em peso e 6,5% da proteína bruta. Sendo uma praga de superfície, a sua importância é maior para o milho armazenado em espiga, onde podem ser observados os orifícios de emergência dos adultos, que apresentam contorno arredondado.4 - Acanthoscelides obtectus (Say, 1833)Nome comum: CARUNCHO DO FEIJÃO (Coleoptera, Bruchidae)Características: Besouros ovóides, com 2 a 4 mm e coloração pardo - escura, com a parte final do abdômen, pernas e antenas com pontos avermelhados. As larvas são de coloração branco-leitosa, com 3 a 4 mm. As pupas inicialmente também apresentam esta coloração, passando a marrom quando próximas `a emergência dos adultos. A duração do ciclo é de 35 dias e o número de ovos por fêmea é de 63. Os ovos são colocados em grupos de 2 a 10, havendo nesta espécie a fecundação cruzada, sendo que no campo, a postura é feita preferencialmente em vagens defeituosas. No armazém, a postura é feita dispersa na massa de grãos. Grãos atacados:.Prejuízos: Atacam feijão ,cotilédones, onde abrem galerias, reduzindo o peso, as qualidades culinárias e o poder germinativo dos grãos, podendo mesmo destruí-los completamente. Além disso, a presença de ovos, galerias feitas pelas larvas e orifícios de saída dos adultos, insetos mortos e dejeções, afetam a qualidade do produto.5 - Zabrotes subfasciatus (Boh., 1833)Nome comum: CARUNCHO DO FEIJÃO (Coleoptera, Bruchidae)Características: Besouros ovóides, com 1,8 a 2,5 mm e coloração castanho-escuro. Os élitros, quando em repouso, deixam à mostra a parte final do abdômen. As fêmeas são maiores que os machos e apresentam 4 manchas brancas no pronoto, contrastando com a cor escura do corpo. As larvas são de coloração branco-leitosa, com 3 a 4 mm. As pupas inicialmente também apresentam esta coloração, passando a marrom, quando próximas à emergência dos adultos. O ciclo dura de 26 a 28 dias e o número de ovos por fêmea é de 22 a 38. Os ovos são de coloração branca. As fêmeas expelem uma gota de líquido claro e pegajoso, sendo o ovo colocado isoladamente nesse meio, que endurece rapidamente. Grãos Atacados: Atacam feijão comum, sendo considerada espécie de clima tropical.Prejuízos: São os mesmos do Acanthoscelides obtectus.6 - Tribolium castaneum (Herbst., 1797)Tribolium confusum (Duval, 1868)Nome Comum: BESOUROS DAS FARINHAS (Coleoptera, Tenebrionidae)Características: São muito semelhantes morfologicamente. T. castaneum é bom voador, enquanto que T. confusum não voa, o que determina uma maior capacidade de infestação da primeira espécie. Os adultos são representados por pequenos indivíduos com 3 a 4 mm de comprimento para T. castaneum e 3,5 a 4,5 mm de comprimento para T. confusum. O corpo é achatado, de cor castanha avermelhada e a cabeça apresenta duas características depressões transversais. As antenas sofrem um espessamento na porção distal, formando uma espécie de clava, que é composta por 3 artículos em T. castaneum e por 4 a 5 artículos em T. confusum, o que constitui um caráter taxonômico. As fêmeas depositam de 400 a 500 diminutos ovos esbranquiçados sobre os grãos, farinha ou sacaria e, depois de 3 a 11 dias, eclodem pequenas larvas. O desenvolvimento larval varia muito de acordo com o produto atacado e com as condições ambientais: à temperatura de 30 C,

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esse desenvolvimento se dá em 20 a 25 dias, mas à 25C, pode durar de 38 a 6l dias. O período de desenvolvimento larval no amendoim pode ser até 3 vezes maior que nas farinhas. Na fase final, as larvas são branco-amareladas, medem de 6 a 7 mm de comprimento, têm o corpo cilíndrico e o último segmento abdominal é bifurcado. A pupa se desenvolve no próprio material armazenado, é branca e, depois de 4 a 8 dias, origina um indivíduo adulto. Grãos e Produtos Atacados: Além do arroz, milho, trigo, farelos, fubás e farinhas, atacam ainda raízes de gengibre, frutos secos e chocolates.Prejuízos: Causam grandes prejuízos atacando todos os tipos de cereais moídos, grãos quebrados ou já atacados por outra praga.. Tanto os insetos adultos como as larvas, possuem mandíbulas pouco resistentes, o que impede o ataque a grãos inteiros e sadios, restringindo os danos às farinhas, farelos e grãos já atacados por outras pragas. Assim, a presença destes insetos, além de depreciar o produto armazenado, é indicadora de infestação por pragas primárias.7 - Oryzaephilus surinamensis (L., 1758)Nome Comum: BESOURO (Coleoptera)Características: Os adultos tem o corpo achatado e alongado, com cerca de 3 mm de comprimento. Têm coloração vermelho-escuro e os élitros apresentam estrias longitudinais. A cabeça é bem diferenciada, com olhos evidentes e, entre o pronoto e a base dos élitros, forma-se uma marcante "cintura". O pronoto apresenta 6 dentículos em cada borda lateral, o que constitui uma característica da espécie e facilita o seu reconhecimento. As fêmeas põem de 50 a 300 ovos, sobre a massa do produto armazenado ou em orifícios de grãos já atacados. Da eclosão surgem larvas delgadas e alongadas, atingindo até 6 mm de comprimento, de coloração branco-amarelada e recoberta por delicados pelos. Após a formação da pupa, emerge um jovem, sendo que o ciclo se completa em 24 a 50 dias. Grãos e Produtos Atacados: Besouro com ampla distribuição e frequência, constitui praga secundária do milho e alguns outros cereais, podendo atacar ainda farinhas, frutos secos, macarrão, chocolates e até carne seca.Prejuízos: Tanto os adultos como as larvas atacam o produto armazenado em especial a região do embrião das sementes, porém restringem sua ação apenas a grãos defeituosos, quebrados ou já infestados. Nos grãos inteiros, este besouro provoca apenas riscos e cicatrizes. Esta praga não apresenta grande capacidade de vôo, o que representa uma limitação para uma maior infestação.8 - Outras Espécies:8.1 Lasioderma serricorne (Fabr., 1792)Nome comum: BESOURO DO FUMO (Coleoptera, Anobiidae)Características: Besouros com 2 a 3 mm, sendo as fêmeas um pouco maiores que os machos. O corpo tem coloração castanho-avermelhada recoberto por pequenos pelos claros. Quando em repouso ou quando perturbados, dobram a cabeça para baixo e recolhem as patas, assumindo a aparência de um pequeno grão convexo na parte superior e achatado na inferior. A atividade dos adultos cessa completamente quando em temperaturas abaixo de 15 ºC. As fêmeas pões de 40 a 50 ovos, em pequenas fendas dos fardos de tabaco ou sobre os charutos, de onde eclodem larvas muito ativas que passam a escavar galerias cilíndricas nas folhas de fumo. As larvas passam para o estágio de pupa e dão origem a novos jovens, com um ciclo que varia de 60 a 90 dias, dependendo das condições do ambiente. As condições ideais estão representadas pela temperatura de 32 ºC e umidade relativa de 75%, sendo que, nesse caso, pode haver o desenvolvimento de até 6 gerações em um ano. Grãos e Produtos Atacados: Fumo e soja. Representa a principal praga do tabaco armazenado, atacando as folhas, charutos e cigarros. Com menor frequência pode atacar grãos armazenados, especialmente a soja, farelos, farinhas, rações, frutos secos e papéis.Prejuízos: Considerado uma praga cosmopolita, sua presença tem sido registrada em praticamente todos os locais de processamento e armazenamento de fumo. A importância econômica dessa praga se restringe exclusivamente ao fumo armazenado, uma vez que o inseto nunca ataca as folhas no campo. Tanto o adulto como a larva escavam galerias nos fardos de fumo e abrem orifícios em charutos, deixando como detrito um pó irritante para o consumidor.8.2. Cryptolestes spp. Compreende as espécies C. ferrugineus, C. pusilloides e C. pusillus.Nome comum: BESOUROS PEQUENOS DA FARINHA (Coleoptera, Cucujidae)Características: São besouros, de coloração castanho-avermelhada brilhante. Corpo achatado com 1,5 mm de comprimento e antenas filiformes. São os menores besouros de produtos armazenados. As fêmeas põem cerca de 200 ovos, soltos sobre produtos farináceos e grãos danificados, ou no interior de grãos já perfurados por outras pragas. Dos ovos, eclodem larvas branco-amareladas que atacam o produto armazenado, sendo que nos grãos, ocorre acentuada preferência pelo ataque a partes do embrião. Após a formação da pupa, emerge um jovem sendo que o tempo de duração do ciclo completo, varia de 5 a 9 semanas. Grãos e Produtos

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Atacados: Alimentam-se de produtos armazenados quebrados, entre eles: arroz, milho, trigo, suas farinhas e farelos, bem como de rações.Prejuízos: São consideradas pragas secundárias. Seus adultos possuem mandíbulas fracas, alimentando-se normalmente de grãos quebrados ou danificados por outros insetos. Suas larvas atacam preferencialmente o embrião de sementes.8.3. Plodia interpunctellaNome comum: TRAÇA INDIANA (Lepidoptera, Pyralidae)Características: As mariposas adultas têm cerca de 20 mm de envergadura e coloração castanho-avermelhadas na cabeça e tórax. As asas posteriores são claras, com uma franja de pelos escuros nas bordas, enquanto que as asas anteriores são avermelhadas nos dois terços distais e acinzentadas no terço basal, o que permite a identificação imediata da espécie. As fêmeas põem seus ovos agrupados ou dispersos, sobre os grãos e, após 2 a 4 dias, eclodem lagartas brancas com reflexos róseos e patas castanhas. As lagartas atacam preferencialmente as partes germinativas dos grãos e quando desenvolvidas, chegam a ter até 15 mm de comprimento. Após mais ou menos 28 dias, essas lagartas tecem um casulo de seda branca e passam para o estágio de pupa, sendo que 8 a 9 dias depois, emerge um adulto com 15 a 20 mm de envergadura. O ciclo completo dura em média 39 dias. Grãos e Produtos Atacados: Esta mariposa ocorre habitualmente em armazéns e depósitos de cereais e seus produtos. Atacam com frequência o trigo, o milho, arroz, feijão, soja, amendoim, farinhas e farelos. Ocorre normalmente em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.Prejuízos: As mariposas adultas, em especial as fêmeas, apresentam maior atividade `a noite ou em locais escuros e a infestação é facilmente reconhecida pela presença de fios de seda unindo os grãos atacados. Embora seja considerada praga primária para o arroz, essa espécie é secundária para a soja e o feijão, atacando apenas grãos quebrados ou trincados e provocando prejuízos ainda maiores nos farelos. Sendo fundamentalmente uma praga de superfície, os danos ficam restritos à parte exposta dos produtos armazenados a granel e os maiores prejuízos ocorrem nos produtos ensacados.8.4. Ephestia elutella (Walk, 1864)Nome comum: MARIPOSA (Lepidoptera, Pyralidae)Características: Os adultos são acinzentados e a identificação da espécie é facilmente realizada pela presença de 3 estrias brancas transversais nas asas anteriores. Uma estria fica localizada muito próximo da cabeça e as outras duas dividem a asa em 3 faixas, sendo que a central é mais clara que as outras. As lagartas, logo que nascem, atacam as amêndoas quebradas, onde encontram facilidade de penetração. No seu interior, tecem um tubo sedoso, onde penetram até completar o seu desenvolvimento. As lagartas que não encontram essa facilidade de penetração acabam morrendo, porque são incapazes de perfurar a película da amêndoa. As fêmeas não conseguem ovipositar em amêndoas ou em suas proximidades. O desenvolvimento completo da lagarta, realiza-se em média, dentro de dois meses, quando abandonam as amêndoas para se empuparem em locais escuros. Deixam um rastro representado por um fio de seda que formam um emaranhado nas paredes dos depósitos muito infestados. O ciclo evolutivo dessa praga, completa-se em 10 ou 15 semanas. Grãos e Produtos Atacados: Pode infestar cereais e seus produtos, nozes, frutos secos e amêndoas de cacau, onde causam maiores danos. Atacam trigo e folhas de fumo.Prejuízos: Destroem completamente as amêndoas quebradas ou fendidas.8.5. Anagasta (Ephestia) kuehniella (Zeller, 1879)Nome comum: TRAÇA (Lepidoptera, Pyralidae)Características: Sua ocorrência têm sido verificada efetivamente no Pará, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, o que insinua uma provável distribuição por todo o território nacional . Os adultos tem cerca de 20 mm de envergadura e coloração parada ou castanha. As asas são longas e estreitas, sendo as anteriores acinzentadas com manchas transversais mais escuras e as posteriores de coloração homogênea esbranquiçada. As fêmeas põem de 200 a 300 ovos, sempre sobre o futuro alimento das larvas, que eclodem originando lagartas brancas com reflexos rosados e com cabeça e patas castanhas. As lagartas atacam o produto armazenado com grande voracidade, deixando um emaranhado de fios de seda por onde passam. Ao final do desenvolvimento, as lagartas medem cerca de 15 mm de comprimento, procuram locais abrigados, como depressões na superfície do produto, e tecem um casulo de seda, no interior do qual se desenvolve a pupa. Alguns dias depois, da crisálida, emerge um jovem, sendo que o ciclo completo ocorre em média, em 60 dias. Grãos e Produtos Atacados: Encontrada com frequência em armazéns de cereais especialmente sobre o milho, trigo e arroz. Ataca preferencialmente farinhas, farelos e fubás, causando sensíveis prejuízos.Prejuízos: Embora as larvas possam atacar grãos, especialmente os danificados, a preferência acentuada de ataque se dá nas farinhas, sendo que na maioria das vezes, o produto se torna imprestável para o consumo.

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Considerada praga de importância para o cacau, pode ainda causar prejuízos para outros produtos armazenados. As lagartas, que a princípio atacam apenas grãos defeituosos, quando desenvolvidas, ampliam o ataque para grãos sadios, perfurando-os e reduzindo-os a pó ou pequenos fragmentos.BIOLOGIA

Tanto os coleópteros, quanto os lepidópteros possuem metamorfose completa: ovo - larva - pupa - adulto.Os ovos podem ser depositados:

dentro do grão: Sithophilus e Sitotroga cerealella; escondidos em fendas externas do grão: Rhizopherta dominica; depositados soltos entre os fragmentos de grãos e da farinha: Tribolium castaneum.

O número de ínstares larvais difere entre as espécies de 3 a 4 ínstares para os besouros e até 9 para as traças, dependendo das condições do meio ambiente

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