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SÃO JOSÉ DAS PALMEIRAS
Sua história
SIMBOLOS OFICIAIS DE SÃO JOSÉ DAS PALMEIRAS
BRASÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DAS PALMEIRAS
O brasão de Armas do Município de São José das Palmeiras também foi
idealizado pelos alunas da Escola São José e executado pelo mesmo professor
Jean Vilanueve. No mesmo projeto de lei consta a seguinte descrição do Brasão
de Armas Municipal
Artigo 6º - Abaixo da Coroa Mural, destaca-se a centro do Brasão, que, em forma
de “U” represente a união existente entre os Munícipes. No centro do mesmo,
localizamos ema estrela de cinco pontas, a qual significa “Auto Determinação”,
“Guia Seguro” e “Aspiração ás coisas”.
No centro dessa estrela um circulo destacado em alto relevo que representa a
força por igualdade que visa um objetivo comum. Dentro da mesma, temos a
figura de bovinos, temos a figura de pequenas elevações em cor marrom
simbolizando vastas áreas de terras rurais e pastagens ricas existentes no
Município. Como plantas ornamentais e suporte do Brasão de Armas, vemos a
direita do Brasão em pé de algodão, um dos produtos que trás divisas ao
Município, bem como à esquerda vemos um pé de milho, produtos estes, que
são o esteio que mais proporcionam divisas aos cofres da municipalidade. Bem
abaixo do Brasão de Armas Municipais, o listel com algarismos e dizeres “17 de
Abril de 1985” data esta, do dia, mês e ano da emancipação politica e
administrativa de São José das Palmeiras.
A DESCRIÇÃO DESSE DOIS SIMBOLOS REMETE uma realidade já há muito
tempo desfeita, a um tempo áureo quando a agricultura fornecia os meios de
subsistência. Mais do que uma era passada, o que se observa é a projeção de
um ideal, uma representação presa ainda ao Município do qual São José
separava-se administrativamente.
Bandeira do Município de São José das Palmeiras
São José das Palmeiras
Sua História
Uma herança da antiga Maripá
A exemplo do que ocorre com muitos dos municípios do Oeste do Paraná, São
José das Palmeiras também tem sua história vinculada a uma das principais
incorporadoras que chegaram à região por volta de 70 anos atrás.
O território que hoje compõe o município era ligado à vastidão de terras da
Colonizadora Maripá, a partir de uma área conhecida por Fazenda Britânia. A
área passou a fazer parte do projeto que viraria São José a partir de 1946.
Essa porção de terras foi elevada à condição de distrito administrado pela lei
7.159, de 17 de junho de 1979. A ascensão a município viria em 17 de agosto de
1980, pela lei estadual 875, desmembrando-se de Santa Helena. A instalação
oficial data de 1º de janeiro de 1986.
São José das Palmeiras esta a 617 km² de Curitiba. O município de São José das
Palmeiras está localizado na região oeste paranaense, é um dos 29 municípios
lindeiros ao lago do Itaipu. Possui uma área de 183.282 km², está a 450 metros
acima do nível do mar e limita-se ao Norte com o município de Marechal Cândido
Rondon, e Entre Rios do Oeste.
Ao Sul com o Município de Diamante D´Oeste, a Leste com o Município de
Toledo e Ouro Verde do Oeste e a Oeste com o município de Santa Helena.
O inicio da ocupação do território deu-se em 1965 quando colonos oriundos de
diversas regiões dos pais, principalmente dos Estados vizinhos (Santa Catarina,
Rio Grande do Sul, e São Paulo), empreenderam atividades na agricultura e
construíram suas casas em São José das Palmeiras. Em 17 de Abril de 1985 deu-
se a criação do Município, a partir do desmembramento de Santa Helena.
A topografia é de montanha e a sede municipal está localizada sobre a serra das
Palmeiras. A uma altitude de 450 metros, com temperatura média de 22 C de
clima muito agradável.
É um recanto emoldurado por belas paisagens de serra e cultura, a cidade está
ligada à atividade agrícola e ao meio Rural.
Na data comemorativa ao aniversário do Município, as festividades se estendem
por três dias, contemplando ampla programação, com a realização do rodeio
profissional, shows musicais, bailão com a escolha da rainha da festa e almoço
típico festivo no Domingo, quando é preparada a “costela desossada e
recheada”.
Segundo dados do censo demográfico (IBGE-2010) sua população é de 3831
habitantes, sendo que a maior parte desta população está na área urbana do
município.
A primeira atividade agrícola desenvolvida em São José das Palmeiras foi à
hortelã. Esta atividade teve duração de 5 a 6 anos, mas promoveu
desenvolvimento econômico e favoreceu a vinda de novos moradores a este
município. Após a decadência desta atividade (1975/76) teve início o cultivo do
algodão. Devido à produtividade nesta época, despertou nas lideranças políticas
o desejo pela emancipação Politico-Administrativa, do até então, distrito de
Santa Helena.
O algodão entrou em crise na metade da década de 1990 devido aos altos custos
na produção, as pragas e os baixos preços pagos aos produtores no momento
da comercialização do produto. Esses fatores colaboraram para que os
pequenos e médios proprietários vendessem suas terras e fossem embora para
novas frentes agrícolas ou para os centros urbanos. Já os trabalhadores
sazonais, conhecidos como "Boias-Frias", sem trabalho tiveram que migrar para
outras regiões.
Atualmente, o município de São José conta com grandes áreas de pastagens, de
reflorestamento. A economia esta baseada na agricultura (soja, milho ,feijão,
mandioca, algodão ,fumo entre outros), e na pecuária de corte e leiteira.
PREFEITOS
• ALIPIO FRANCISCO SALVADOR - 1986 – 1988
• JOÃO SURIAN - 1989 – 1992
• JOSÉ WILSON DA SILVA - 1993 – 1996
• ERONISES FERNANDES DA SILVA - 1997 – 2000.
• JOSÉ NERI DAS CHAGAS - 2000 – 2004
• JOSÉ NERI DAS CHAGAS - 2005 – 2008
• NELTON BRUM - 2009 – 2012
• NELTON BRUM – 2013 – 2016
Dados estatísticos
• Instalação: 01/01/1986
• População: 4.102 habitantes. Censo IBGE/2010(3)
• Território: 183.282 km2
• Densidade: 0,02 hab/km²
• Altitude: 56,3m
• Clima: Subtropical Cfal
• Fuso horário: UTC-3
• Número de empresas: 170
• Número de propriedades rurais: 950
• Principais culturas: pecuária, soja, milho.
• Prefeito: Nelton Brum (DEM)
• Vice-prefeito: Gilberto Fernandes Salvador (PP)
• Presidente da Câmara: Osvaldo Pierazo (DEM)
Câmara Municipal de São José das Palmeiras
Vereadores Legislatura 2013 a 2016
• Presidente da Câmara: Osvaldo Pierazo (DEM)
José Correia Lira
Silas Lourenço
Claudemir Crepaldi
Luís Carlos Toni
Ademir Dahmer Belcuron
Osvaldo Pierazo
Valdeci Marques da Silva
Geraldo Francisco dos Santos
Olavo Dapper
RESUMO DO HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DAS PALMEIRAS
Fonte: Arquivo da escola Municipal Regente Feijó/1999
Chega a São José, no dia 05 de outubro de 1968 a família Gonçalves Bezerra, de
procedência de Janiópolis. Na época havia apenas duas casas, a do senhor João
Batista e a do senhor Genésio, que depois com a vinda de compradores de
terras e por não ter onde hospedar-se acabou tornando a casa do senhor
Genésio em uma pensão. As demais moradias eram barracas de lonas.
Dona Alice Geniak, chega a são José, com sua mudança, no dia 09 de outubro
de 1969, seu esposo Miguel Geniak, já estava aqui desde o início do ano, já havia
derrubado o mato, mas não foi possível fazer a casa.
Em junho do ano de 1969, chega a São José o jovem Expedito Barbosa de
Campos, veio de Mato Grosso, morar neste pequeno povoado até então. Ele não
tinha pais nem conhecia irmãos. Foi uma criança criada com famílias totalmente
estranhas. Sua chegada foi com uma simples mala na mão. Porém encontra um
povo unido, apesar das fazendas aos arredores ter muita briga pelas terras de
posse. Assim ele conta:
“Foi um tempo horrível, matavam gente e jogavam dentro do rio São Francisco,
devido a esse fator o rio leva o nome de Corvo Branco até hoje”. Mas isso era só
onde haviam posses e terras griladas. A pobreza era intensa, a falta de recursos
obrigava o povo a unir-se. Com essas uniões eram abertas as estradas com
esforço braçal, de 30 a 40 homens trabalhavam para abrir estradas.
Em 72 candidatei-me a vereador junto com o senhor Valdomiro Luckmann,
depois de sermos eleitos conseguimos construções de escolas, estradas
abertas inclusive a que une a sede. “Devemos muito também aos proprietários
da fazenda São José, que abriu muitas ruas e inclusive a rua do lado direito,
subindo onde hoje é a Avenida José Bonifácio, até a venda do Severino”.
Em janeiro de 1969 a família Gonçalves Bezerra inaugura a primeira casa
comercial de secos e molhados. Todos ficaram fregueses do Severino, pois não
havia condições de ir comprar em outra cidade, o Severino era muito bom de
comercializar. A dona Ana diz ainda em seu relato:
“No dia 15 de abril de 1970, chega mais uma família para São José, a família
Valdomiro Luckamann, com o ramo comercial Hotel Bela Vista, devido o nome
local que estava situado o pequeno povoamento, mas, futura cidade, por ter uma
vista bela e de boa altitude. O senhor Valdomiro trabalhou de início com um jeep
de aluguel, que conta ele:
Chega a São José, no dia 29 de março de 1970, o senhor Ademar Demito, vindo
de Jesuíta, trabalhar no setor comercial, sua primeira e até então atual atividade
comercial foi uma máquina de arroz “MÁQUINA DE BENEFICIAMENTO DE
ARROZ SÃO JOSÉ”.
PERIODO HISTÓRICO DA COLONIZAÇÃO
São José teve seu início no final da década de 60 (sessenta), sendo que os
primeiros colonizadores que aqui chegaram, vieram da região norte do estado e
de outros estados da federação, sendo que a cultura do café estava em seu auge
na ocasião, e as terras desta região apresentavam-se propícias a instalação
desta cultura, devido aos baixos preços das terras e a sua alta fertilidade houve
interesse pela cultura de hortelã, mas com a geada em 1975 que quase dizimou a
cultura do café houve uma escalada na erradicação desta cultura, e sendo os
colonizadores a maioria de origem nortista, os quais tem uma grande
identificação com a cultura do algodão, o que levou a região novamente quase
que totalmente para a monocultura do algodão, e outro ponto favorável a isto foi
à alta produtividade conseguida com esta cultura e a falta de mão-de-obra da
época, pois estavam praticamente saindo da monocultura do café, que era
grande empregadora de mão-de-obra, esta tendência persiste até os dias de hoje
sendo que a maior área de cultura temporária continua sendo a da cultura do
algodão, da área implantada com a cultura temporária, a cultura do algodão nos
tempos atuais, nunca ocupou área inferior a 50% da mesma.
O solo é composto de terra roxa estruturada e litólicos sendo a maioria de terra
roxa.
A colonização do Município deu-se devido o solo fértil apropriada para o cultivo
de hortelã, que foi o primeiro ciclo da economia.
A floresta alta com muita madeira de lei como: a peroba, o ipê roxo e amarelo,
marfim e outros, nos espigões havia vegetação abundantes de palmitos.
Os primeiros migrantes aventureiros do nosso Município vieram de várias
Regiões do Paraná, outros Paulistas, Gaúchos, Catarinenses e Nordestinos esse
último com maior predomínio.
Em 1983 começou a emigração para o Mato Grosso e Rondônia e com isso se
deslocaram para cá os sulinos indenizados pela Itaipu.
SIMBOLOGIA DAS CORES DA BANDEIRA MUNICIPAL
COR AMARELA: significa as belezas de nossos trigais, que. Em cor dourada e
em forma de uma cruz, nos transmite riquezas, juntamente com o milho que
significa o alicerce de sustentação do nosso município, e o trabalho dos nossos
munícipes.
COR AZUL: fundo principal da esfera e os quatro cantos em forma de leque, nos
lembram o céu e as divisas do nosso Município.
COR MARROM: o solo fértil, que com sua força de produção supre as
necessidades da nossa população.
COR VERDE: o verde das palmeiras representam a mata, os campos e os
vegetais cultivados em nosso Município.
COLONIZAÇÃO DE SÃO JOSÉ
DEPOIMENTO DOS PIONEIROS
Dona Alice Geniak, chega a São José, com sua mudança, no dia 09 de outubro
de 1969, seu esposo Miguel Geniak, já estava aqui desde o início do ano, já havia
derrubado o mato, mas não foi possível fazer casa.
“Chegamos de mudança bem no dia do aniversário de Elizabete Cristina, a
minha filha caçula”. Aqui tudo era mato. Não tinha estradas, era um picadão, não
tínhamos onde morar. A dona Filomena do antigo açougue São Jorge, nos
arrumou um ranchinho no fundo de sua casa, de um lado era chiqueiro de porco,
do outro galinheiro. Em dois cômodos bem pequeninos ficamos morando. Os
meus filhos mais velhos posavam na casa do Loro e as meninas na casa da
dona Filomena. Chovia muito e, dava uma serração louca.
A Maria Lúcia que hoje é professora no Grupo Escolar Regente Feijó, sofreu uma
dor de dente que quase morreu, como não tinha dentista aqui e ir a Toledo era
muito difícil, ela passou muitas noites sem dormir. Dias e dias passaram, até que
a dona Filomena foi a Toledo e levou ela para extrair o dente.
Ainda me recordo da primeira mulher que faleceu aqui, morreu por não ter
recursos médico-hospitalares. Eu fui com mais umas amigas no velório, o sol
quase matava a gente.
Chovia e depois subia um vapor da terra insuportável. De longe já via o caixão,
pois não tinha paredes onde era a sala. O corpo dela foi sepultado fora do local
onde era o cemitério velho, pois, não tinha sido derrubado o mato ainda para o
local do cemitério. “Essa morte ocorreu na estrada São Joaquim, na primeira
descida de pedra”.
Chega a São José, no dia 29 de março de 1970, o senhor Ademar Demito, veio de
Jesuíta, trabalhar no setor comercial, sua primeira e até então atual atividade
comercial foi uma máquina de benefício de arroz São José. Em seu depoimento
ele diz:
“Gostei muito daqui pelo clima era e é bom às lavouras boas, as estradas férteis.
Tudo o que plantava podia esperar que dava.
Já havia na época o Grupo Escolar, um posto de gasolina, onde é o atual Posto
Itaipu, algumas casas comerciais, um médico o doutor Guido. Era muito bom o
lugar só que a produção era retirada da lavoura com muito sacrifício devido às
muitas chuvas. “Depois de estar aqui em São José, era transportada para
Cascavel, Londrina, Maringá, Curitiba e até para Ponta Grossa”.
Devido às muitas chuvas ocorriam mortes nos sítios e o corpo para ser
transportado ao cemitéio era levado em uma cama desmontada, ou até mesmo
em um lençol. Assim disse o senhor Ademar em seu depoimento:
“As estradas eram péssimas, na frente de minha casa só tinha uns duzentos
metros derrubados do mais eram tudo mato e a estrada era entre os troncos de
árvores”.
Quando chegava a noite o meu filho Paulo Sérgio não dormia com os olhos
inchados de fumaça. “Isso nos dias que dava sol”.
Chega a São José, no dia 05 de outubro de 1968, a família Gonçalves Bezerra, de
procedência de Janiópolis, Estado do Paraná.
Em seu depoimento dona Ana Gonçalves Bezerra, diz:
“Vim para cá através de um corretor que ficou sabendo da existência de São
José, vim com o objetivo de comprar lotes de terras e colocar um armazém do
qual foi a 1ª casa de comércio de São José. Em princípio havia muitos animais
de todas as espécies, mas foram desaparecendo com a devastação, queimadas.
O clima daquela época era diferente, chovia e ventava mais que hoje, por isso os
lucros eram grandes, pois havia as plantações de arroz, feijão e de alguns anos
pra cá esses produtos tiveram que ser substituídas. A hortelã que foi uma das
primeiras plantações era cultivada no interior do município. O que mais atraiu a
chegada da população foi o interesse na produção do café, pois, a terra era
muito boa e produtiva. A época de 68, 69 e 70 foi o momento de maior
concentração de pessoas pelo fato de existir várias serrarias. As dificuldades
encontradas eram as estradas, que não tinham, o jeito era fazer picadas na
mata”.
Em 1971, chega a São José a família de Catarina A. Pagliarini dos Santos, veio
da região oeste do Município de Videiras, foram atraídos pelos solos roxos
férteis, especiais para a cultura de todos os tipos. Em seu depoimento ela diz:
“sou catarinense da região Oeste do Município de Videiras quando aqui cheguei
já havia morado em ALTO Piquiri-Paraná, por dez anos”. Cheguei aqui em São
José das Palmeiras em 1971, sendo que já possuíamos propriedades há um ano.
Viemos como aventureiros atraídos pelos férteis solos roxos especiais para a
cultura de todos os tipos de lavoura da região.
Naquela época a nossa região era coberta por uma vegetação alta com muita
madeira de lei como: ipê roxo e amarelo, peroba, marfim, cedro, canafistola e
outras, os espigões eram cobertos por palmitos que foram tirados
principalmente por grileiros; os grileiros eram pessoas que iam até as regiões de
palmital com peões que invadiam e extraiam os palmitos sem dó e vendiam para
as indústrias. Havia também muitos animais e aves como: antas, macacos-
veados, onças, capivaras, pacas, jacus-inhambuguaçu, macucos-araras,
papagaios urus e outros. As águas dos rios eram limpas e tinha muitos peixes.
Na década de 60 até meados da década de 70 o clima era mais controlado não
ventava tanto como hoje, e não fazia tanto calor como agora nos últimos anos
até mesmo as chuvas eram mais controladas. Isso tudo foi provocado em
primeiro ponto negativo o desmatamento intensivo e o segundo ponto, o grande
volume de água do Lago de Itaipu.
Nosso Município teve como 1º ciclo econômico a cultura da hortelã que, envolvia
muita gente para a manutenção, por ser uma cultura que depende somente de
mão-de-obra braçal. A população da época era numerosa e com condições de
vida bem melhor que atualmente, principalmente quando se fala em alimentação
e até mesmo em futuro. A produção da hortelã era vantajosa em produção por
espécie e por preços (o valor por quilo compensava).
Foi o tipo do solo Já citado no início a grande atração dos pioneiros ao nosso
município, o tipo de cultura da época e a facilidade de conseguir um pedaço de
terra. Facilidade em valor, mas havia o problema das terras que possuíam mais
que um dono aí a dificuldade, o medo onde muitas pessoas perderam a vida
inocentemente. Mas a luta por um pedaço de terra sempre vale a pena.
As maiores dificuldades foram à falta de recursos que, eram encontradas em
Toledo e Cascavel, mas para chegar até lá havia muita dificuldade por falta de
estradas, pontes, e na época chovia muito. O único meio de transporte que
enfrentava era o Jeep, mas nem sempre conseguia ultrapassar as barreiras e
muitas pessoas perderam a vida. Não tinha escolas e muitas crianças não
tiveram oportunidade de frequentar uma sala de aula crescendo assim o índice
de analfabetos. “Com isso a maioria das comunidades começou a unir-se e
construir escolas que serviam para sala de aula, igrejas e sala de reunião
PROCESSO COLONIZATÓRIO DO DISTRITO DE SÃO JOSÉ (1968 – 1969)
Arquivo da Escola Municipal Regente Feijó 1994
Em São José não há dados comprovando ou mesmo com afirmações
convincentes de que este tenha sido explorado por obrageiros, ou mesmo pela
Companhia Colonizadora Maripá ou Madalozzo, esta última foi responsável pela
colonização do município de Santa Helena quem São José pertenceu como
distrito administrativo até sua ocupação no ano de 1985.
De acordo com alguns documentos como mapas e depoimentos de antigos
moradores de São José, até meados dos anos setenta, esta localidade recebia
assistência do município de Marechal Cândido Rondon, levando a concluir que
este era uma localidade de Marechal Cândido Rondon. E após o município de
Santa Helena ganhar o nome de Comarca, São José passa a fazer parte do
território da mesma como distrito.
Outro dado interessante que merece destaque é o fato de São José ser
reconhecido como distrito-administrativo no dia 07 de junho de 1979, através do
então governador do Paraná Ney Braga, este distrito foi criado sendo
desmembrado de parte do território pertencente ao também distrito de São
Clemente, ambos pertencentes à Santa Helena.
O oeste do Paraná, consequentemente Santa Helena, São José foram ocupados,
após a lavoura cafeeira entrar em decadência no Norte do Paraná. Portanto o
café atravessa o Rio Piquiri, atingindo o Oeste do Paraná, que passou a formar a
nova frente cafeeira, dentro das expectativas da rentável atividade e do terreno
propício ao cultivo do mesmo. Neste sentido muitos colonos do Norte do
Paraná, São Paulo, Minas Gerais começam a imigrar para São José no final da
década de 60 (1968/1969) com o objetivo de adquirir uma propriedade e cultivar
o café, e outros vieram com o interesse de colocar uma casa comercial que iria
gerar riquezas, pois o lugar era considerado muito bom. Quando se de área
específica de São José, segundo antigos moradores este teve em seus primeiros
anos de ocupação o cultivo da lavoura de hortelã que dava “bons” lucros e tinha
uma boa aceitação nos mercados. E paralelamente havia o cultivo do café que
vai ganhando aos poucos uma área maior, ou seja, vai aumentanto
gradativamente sua área de cultivo, proporcionando à vinda constante de novas
famílias para a região. Como coloca o senhor Valmor Silveira, antigo morador de
São José:
“Eu vim do Norte do Paraná; Sou catarinense. Vim para São José em 1973.
Quando eu vim para cá, vim atraido por ser um lugar novo, coloquei uma
sapataria e ganhei muito dinheiro. A hortelã na época era plantada e produzia
muito, dava três cortes por ano. A Morisch e outra firma que compravam e
pagavam muito bem. Daqui o produto (óleo) era levado para Assis
Chateaubriand, e de lá era exportado para o Japão, China e outros países.
Plantavam também o café que tinha uma boa produtividade depois começou a
gear e em 1975 caiu uma muito forte que quase acabou toda a lavoura de café,
então os agricultores cortaram os cafezais e começaram a plantar o algodão”.
Em outra entrevista uma antiga moradora fala dos motivos que levou sua família
a virem para São José e adquirir terras, pois as terras aqui eram propícias para o
tipo de cultura já conhecida por eles no Norte do Estado.
“Cheguei a São José no ano de 1972, junto com minha família, pois ainda era
solteira. Viemos do Norte do Paraná, pois meu pai foi informado que aqui as
terras eram férteis e que tudo que se plantava produzia”.
No Norte do Paraná a gente plantava algodão e café. Quando a produção
diminuiu, a gente veio para cá procurando novas terras. No início começamos
plantar café, milho e feijão. “Depois que caiu a produção do café é que
começamos a plantar algodão e trigo”.
(Cleusa Sanches da Silva 28/10/1994)
COMPANHIA COLONIZADORA BENTHEIM E A OCUPAÇÃO
A empresa responsável pelo loteamento de parte do Município de São José foi a
Colonizadora Benthein&cia Ltda., uma sociedade civil com sede em Maringá,
Estado do Paraná, pelo que pode ser analisado devido ao sucesso e
desenvolvimento da lavoura cafeeira ter proporcionado no Norte do Paraná,
essa empresa tendo conhecimento da fertilidade e o fato de ser um solo com
características de que a lavoura do café pudesse ser cultivada e atingir ma boa
produção, a colonizadora Benthein tendo em sua direção Bruno Junges,
engenheiro, trça uma estratégia seguindo exemplos de colonizadoras do Oeste
na questão da política de loteamento de sua área de influência. Analisando a
área de atuação desta empresa colonizadora em São José, podemos perceber
que os lotes sofriam variações de tamanho de acordo com sua localização, ou
seja, se estivesse próxima a uma estrada ou córrego seu tamanho, era reduzido,
caso estivesse distante de um córrego, estrada ou sede da cidade, tinha o seu
tamanho aumentado, isso para que todos os proprietários fossem beneficiados,
por outro lado nenhum colono compraria uma propriedade sem água ou sem
acesso a estrada, caso contrário o terreno não teria sua devida valorização.
Essa colônia da companhia Colonizadora Benthein ficou denominada Colônia
São José, com uma área de 2.291.30 alqueires, área total hoje é de 9.914
alqueires. Incluindo um pequeno loteamento, onde seria construído o
patrimônio. Esse loteamento urbano definido pela Benthein foi seguido, mesmo
tendo que ser ampliado para atender a demanda das constantes famílias que
chegavam ao novo patrimônio em busca de melhores condições de
sobrevivência, pois a Colonizadora Benthein em seu projeto urbano dividiu a
cidade em seis quarteirões acima e seis quarteirões abaixo da Avenida principal,
que hoje leva o nome de Avenida José Bonifácio.
Devido às necessidades geradas com a constante chegada de moradores o
perímetro urbano teve que ser expandido tanto no sentido Leste (São Pedro do
Iguaçu), como para o Oeste (Santa Helena). E atualmente a população decaiu
muito, não havendo necessidades imediatas de ampliação da área urbana,
necessitando somente de melhores condições para evitar a evasão do pequeno
número de habitantes que vivem em São José, pois, é sabido, que devido à falta
de incentivo a industrialização e assistência aos pequenos e médios
proprietários estes foram embora para novas regiões a procura de melhores
condições de vida.
A Companhia Colonizadora Benthein tinha como promitente-vendedores os
senhores Arthur Bruno Juges, engenheiro e Isaias de Mello Franco, sendo que
ficou mais conhecido no então município, o senhor Arthur, que vinha para a área
colonizada constantemente realizar as vendas, bem como organizar
documentação dos lotes.
Sabendo-se que esta companhia permaneceu vários anos em São José e
atualmente não há escritório em atividades normais em São José, bem como no
município de São Pedro do Iguaçu onde estão arquivados os documentos.
A AGRICULTURA COMO BASE PARA O DESENVOLVIMENTO DE SÃO JOSÉ
A primeira cultura desenvolvida no município foi o hortelã, que tinha uma boa
produtividade e bons preços, paralelamente havia o cultivo de produtos para a
subsistência familiar. Também logo começou a cultivar o café, essas duas
culturas exigiam grande quantidade de mão-de-obra, já que para tocar um a dois
alqueires de hortelã seria necessário três a quatro trabalhadores (uma família).
Depois da destruição pela geada da lavoura de café, em 1975, há o início do
plantio do algodão, e este foi um produto que proporcionou um
desenvolvimento destacável para o distrito. Esse produto com seus lucros e
geração de divisas é que vai influenciar os moradores ansiarem e
desenvolverem projetos com o objetivo, de emancipação, pois tinha outro,
porém; Santa Helena era quem ganhava o nome de grande produtora de
algodão.
Segundo o emancipacionista José Aves Cabral em 1983 a produção do
município de santa Helena foi em torno de 450 a 500 mil arrobas, sendo que a
grande maioria era do distrito de são José, cujo distrito pode ser considerado
como produtor de algodão.
Hoje, São José não pode ser considerado como grande produtor de algodão,
pois as terras perderam a grande fertilidade e decaiu muito a produção desta
cultura, devido aos variados insetos que a afetou como: a broca, lagartas e
agora o bicudo.
Devido a esses problemas, houve mudanças no tipo de cultura a ser cultivado,
hoje contamos com grande variedade como: soja, milho, feijão, trigo, mandioca,
algodão e percebemos o crescimento na atividade pecuária.
Podemos notar que no início da década de 80 São José, estava no seu auge da
produção do algodão, contava com um número razoável de habitantes, além de
ter grande número de pequenas e médias propriedades.
Os pequenos e médios proprietários sem incentivos venderam suas terras e
assim iniciou a formação de grandes propriedades; os chamados latifúndios,
que no caso de São José usam suas terras para a criação de gado bovino, ou
através do processo de mecanização; planta soja, trigo, algodão, milho e com
isso tira o espaço e o trabalho de grande mão-de-obra, pois usa-se máquinas
para a maior parte do trabalho na lavoura. E essa população migra para os
centros urbanos. Apesar disso a base econômica do município ainda é a
agricultura, seguida pela pecuária.
Analisando a situação econômica atual do município percebemos as
transformações e vemos que grande parte da população que vive na área rural é
de pequenos proprietários ou arrendatários. Pois os médios proprietários são
poucos, e os grandes vivem nas cidades maiores.
Esse processo de migração e emigração que se verifica na Região Oeste e que
acontece constantemente no Município de São José das Palmeiras, nestes
últimos anos, é atribuído na maioria das vezes à falta de capitais pelos pequenos
e médios agricultores que ao chegarem ao município encontraram uma terra boa
que “produzia tudo que plantava” e não se preocupavam com a preservação do
solo e que agora encontra-se enfraquecido. Ao longo dos anos muitos
agricultores venderam suas terras e foram embora, no entanto, vieram outros
interessados em continuar o trabalho na lavoura, mas sem recursos financeiros,
foram obrigados a saírem em busca de financiamento em cooperativas ou
bancos e como garantia de pagamento da dívida “penhoram” suas pequenas
propriedades para conseguir recursos financeiros para tocar a roça e tirar o
sustento da família. Diante desta situação se a lavoura não produz o esperado,
devido à variações climáticas, principalmente a falta de chuva nos períodos
necessários para o desenvolvimento e amadurecimento das culturas agrícolas,
para cobrir o empréstimo feito. Muitos agricultores contraíram uma enorme
dívida que aumentou devido aos juros nos órgãos financiadores. Esse processo
levou vários pequenos e médios agricultores vender suas terras para pagar a
dívida contraída em forma de financiamento agrícola, criado pelo Governo em
forma de auxílio ao agricultor e proporcioná-lo melhores condições de
sobrevivência, mas de certa forma veio complicar a situação dos agricultores
como coloca um pequeno agricultor do município:
“Cheguei nesta região no ano de 1968 quando tudo ainda era mata. Comprei
cinco alqueires de terra, onde eu e minha esposa sofremos muito para derrubar
o mato e dali tirar o sustento de meus seis filhos pequenos.
Com o tempo construí uma casa boa, tinha uma criação razoável de porcos,
gado, cavalos, galinhas e caprinos.
Em 1979/1980 apelei para financiamento no Banco do Brasil, deu um ano ruim
com seca e não deu para pagar a dívida. Então vendi a propriedade para pagar a
dívida e ir embora para o Mato Grosso. Cheguei a comprar 50 alqueires lá, mas
nunca arrumei dinheiro para ir embora e até hoje sou arrendatário e mues filhos
todos foram embora para trabalhar de empregados nas cidades de Toledo e São
Paulo.
(Antônio F. Dias, 10/10/1994).
Por outro lado o problema que intensificou uma rápida concentração da
propriedade e a expulsão do homem do campo foi à mecanização agrícola que
começou a empregar insumos e máquinas modernas e substituir a mão-de-obra,
pois, a máquina passou a realizar o trabalho que antes era realizado por uma
família.
Esse excedente de mão-de-obra, que a zona rural não absorve se veem numa
situação crítica, sem recursos financeiros para adquirir uma propriedade maior
para os filhos trabalhar, (pois mesmo com todos os problemas a terra no
município tem preços altos), essas pessoas vão para os centros urbanos
causando certo “inchaço”, já que nem sempre oferece mão-de-obra qualificada,
para atender a demanda das grandes indústrias, muitos ficam desempregados
enquanto outros são manipulados e explorados pelos capitalistas, recebendo
uma remuneração não condizente com as necessidades básicas de uma família.
Numa análise da situação da área rural do Município de São José vemos o
declínio das lavouras de café e algodão que nos primeiros anos de cultivo
proporcionaram riquezas aos plantadores.
Hoje, com o enfraquecimento do solo, o algodão deixou de proporcionar
colheitas satisfatórias, já que é uma lavoura que dá bastantes gastos, do plantio
à colheita, fazendo com que pequenos e médios agricultores optassem pelo
cultivo de outras atividades entre elas a implantação de pastagens para a
criação de gado. Outros chegaram ao ponto máximo de serem obrigados a
vender a propriedade, e a partir daí trabalhar como arrendatários, migrarem para
cidades e passam a viver como assalariados e outros a se sujeitarem voltar a ser
um trabalhador volante, mais conhecido como “boia-fria”, (já é obrigado a
levantar de madrugada, fazer uma marmita, embarcar em um caminhão e às dez
horas da manhã comer uma comida fria), sem segurança e lei trabalhista que os
ampare.
Todos esses problemas foram gerados principalmente após os anos 70 com a
modernização agrícola, ou seja, com a intensa mecanização no campo,
condicionando para que um grande contingente de trabalhadores rurais
migrasse para a cidade. Sendo que hoje, apenas 30% da população do Paraná
vivem no campo e, quanto mais mecanizada for à lavoura, menor será a
quantidade de trabalhadores necessários para o trabalho agrícola.
Hoje, a agricultura paranaense é moderna, usa a tecnologia (máquinas e
equipamentos), não há necessidade de muitos trabalhadores para realizar o
trabalho e o Paraná é considerado um dos maiores produtores de grãos do país.
Nesta euforia para modernização, percebemos várias alterações tanto nas
estruturas fundiárias, bem como nas relações de trabalho. E por outro lado
atualmente a indústria determina o que a agricultura deve produzir. Portanto o
campo está ligado aos interesses do setor industrial.
O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE SÃO JOSÉ DAS PALMEIRAS
(1982/1985)
O município de São José das Palmeiras está localizado na região Oeste do
Paraná, limitando-se ao Norte, com o Município de Marechal Cândido Rondon e
Entre Rios D’Oeste, ao Sul, com Diamante D’Oeste; ao Leste, são Pedro do
Iguaçu, ao Oeste o Município de santa helena e a Nordeste limita-se com Ouro
verde D’Oeste.
A Emancipação Administrativa do distrito de São José ocorrida em abril de 1985,
que até então pertencia a Santa Helena, trás uma mudança considerável na
“situação econômica e social tanto da população, quanto na infraestrutura do
mesmo, como diz Valmor Silveira ex-subprefeito do distrito e atualmente
funcionário municipal:
“Depois da emancipação São José mudou muito. Hoje temos um parque de
máquinas, prefeitura (prédio construído na época que ainda era distrito), Câmara
Legislativa, calçamento nas ruas transversais, ampliação do posto de saúde,
médicos, dentistas e reativação do hospital que havia fechado, creche e
construção de pistas para pedestres e arborização da avenida entre outros”.
(Valmor Silveira – 28/10/1994).
São José das Palmeiras, no momento que pede o desmembramento do
Município de Santa Helena contava com uma população de 10.000 habitantes na
zona rural e 3.240 na zona urbana, perfazendo um total de 13.240 habitantes e
uma atividade agrícola baseada na cultura de algodão, que representava 50% da
economia do município seguido do milho, feijão, soja, arroz e trigo, e também
contando com o início da pecuária.
No entanto o município não recebia investimentos suficientes para investir em
sua estrutura e melhorias, no que tange a questão social.
Percebendo a pouca preocupação por parte das autoridades de Santa Helena,
em empregar no distrito de São José os impostos arrecadados, algumas
pessoas influentes: professores, comerciantes, proprietários e vereadores que
representavam o distrito na Câmara Municipal de Santa Helena, dão início a um
movimento para conseguir a emancipação do distrito.
AS COMISSÕES EMANCIPATÓRIAS DE SÃO JOSÉ DAS PALMEIRAS
A PRIMEIRA COMISSÃO EMANCIPACIONISTA
No processo de emancipação de São José das Palmeiras, tivemos a participação
político partidário que envolveu duas siglas de bastante destaque no cenário
político, o PFL e PMDB.
Num primeiro momento os trâmites do processo, foram encaminhados pelo PFL
e em outro momento foi formada a segunda comissão para se conseguir a
emancipação do distrito.
A comissão interessada no desmembramento de São José realizou várias
reuniões nas comunidades com o intuito de contar com o apoio da população.
Neste sentido a comissão pró-emancipação que era composta pelo secretário
João José Fontes, Ilton Veiga, Francisco Ângelo, Helceu Gonçalves Pacheco,
Maria Nunes de Oliveira, Alípio Francisco Salvador, realizou no dia 27 de junho
de 1982 nas dependências do Esporte Clube São José um plebiscito, para
analisar como os moradores iriam apoiar a Emancipação de São José.
Na época o distrito contava com 2.829 cidadãos habilitados para votar, dos
quais compareceram às urnas 2.693 e destes, 2.572 disseram sim, para a
Emancipação de São José e apenas 57 eleitores não eram favoráveis ao
desmembramento do distrito. No entanto os que votaram sim desejavam a
emancipação do distrito, mas votaram favoráveis influenciados por outras
pessoas que diziam ser importante.
“... Quando houve o plebiscito, eu votei para sair a emancipação, mesmo não
tendo muito interesse para São José emancipar, porque eu achava bom
pertencer a Santa Helena. Todo mundo queria que São José fosse Município,
então eu também queria”.
(Expedida da Silva Souza-28/19/1994)
Porém nem todas as pessoas são desta opinião, pois apesar de algumas não ter
consciência de seu voto, ir às urnas influenciadas pelos colegas ou
simplesmente pelo fato de o voto ser obrigatório no Brasil, outras pessoas
também vendem seus votos por favores ou em troca de dinheiro em época de
eleições, imitando o Brasil em seus primeiros anos de República, com o
predomínio das oligarquias agrárias e o voto de cabresto, ou seja, o eleitorado
da classe menos favorecida vendia ou trocava seu voto, sendo obrigados a votar
nos candidatos dos fazendeiros.
A partir deste plebiscito há o início de um movimento organizado em busca de
autonomia político-administrativo, pois a comissão já tinha a certeza do apoio da
população de São José. E com a Emancipação podiam empregar no próprio
Município os recursos arrecadados, e promover um desenvolvimento maior, em
todos os setores do Município, com melhorias de estradas, calçamentos das
ruas, reforma e construção de escolas, maior atendimento à saúde e outros, pois
o distrito dependia sempre de “boa vontade” da administração de Santa Helena,
como é colocado pelo Vereador que representava São Jose na época do
Movimento Pró-Emancipação José Neri das chagas:
“Faço apelo ao chefe do executivo para que mande as máquinas para São José,
lembrando que as estradas estão quase intransitáveis e o colega Cabral, desde
abril pediu, e essas máquinas até hoje não foram. No entanto foram trabalhar no
Município de missal. Assim fica parecendo que o prefeito não gosta de São
José”. (Ata Nº 11/1983: 161)
Formada a comissão pró-emancipação dentro dos regulamentos legais, esta
através dos meios políticos (prefeito, deputados), busca apoio no sentido de
consolidar a emancipação política do distrito, pois este possuía todos os
requisitos necessários e exigidos para sua autonomia político-administrativa, ou
seja, estava nos parâmetros exigidos pela “Lei Complementar Federal Nº
192/80) tais como o número de habitantes, número de casas na área urbana,
casas comerciais e outras infraestruturas. Diante dos resultados publicados no
senso de 1980, verificamos através do Ofício Nº 092/81 de 28 de abril de 1981,
que São José satisfazia os requisitos estabelecidos e exigidos por Lei conforme
Circular abaixo:
“População: 13.240 habitantes, 92 estabelecimentos comerciais, 1 agência do
Banco do estado, 1 escritório contábil, 2 postos de gasolina, 1 entreposto da
Copagril, 1 estação rodoviária, 2 hospitais, 3 farmácias, 1 unidade sanitária, 1
dentista e 2 médicos, 1 Ginásio Estadual, 1 grupo escolar ambos de alvenaria, 1
Colégio Cenecista de 2º Grau e possui 3.540 eleitores... (Lei Complementar
Federal Nº 01 de 09 de novembro de 1967)”.
Através do resultado da pesquisa do senso de 1980 há a certeza de que o
distrito em sua busca de autonomia política dependeria do trabalho organizado
da comissão, já que estavam amparados por Lei.
No início da década de 80 o movimento pró-emancipação inicia com objetivo de
conseguir a emancipação política de São José. Então são elaborados projetos e
enviados aos órgãos competentes, primeiro os projetos deveriam passar pela
Câmara Municipal; Neste caso Santa Helena, para serem aprovados pelo
Legislativo e somente depois da aprovação no município é que são
encaminhados para a Assembleia Legislativa para a homologação.
Dentro dos requisitos necessários exigidos por Lei para garantir a Legalidade,
os emancipacionistas tinham de engajar a população neste movimento pró-
emancipação. Como já foi colocado anteriormente um dos primeiros passos foi
à consulta plebiscitária, na qual a comissão procurou saber até onde poderiam
contar com o apoio da população. Enquanto isso estava passando-se o prazo
estabelecido pela Constituinte para a realização do Plebiscito e
consequentemente a aprovação dos Projetos de Leis, para a oficialização do
desmembramento num prazo ideal, e haver eleições ainda no mês de novembro.
Porém o Plebiscito foi realizado tarde (em junho de 1982), fora do prazo
estipulado pela Lei Federal. Assim a comissão pró-emancipação, que era
composta por membros do Partido PDS, contando também com o auxílio do
Deputado Werner Wanderer, se depararam diante da impossibilidade de
realização das eleições para o novo Município; escolhendo os representantes
municipais e consequentemente elegendo o referido deputado nesta localidade
em retribuição ao apoio prestado à população. Neste meio tempo, (junho a
novembro) foi extinto o Partido Democrático Social (PDS), dando lugar ao
Partido Democrático Social (PFL) e Werner Wanderer passa a fazer parte desta
nova sigla.
Por outro lado nesta mesma época, em meados do ano de 1982, estavam se
destacando e ganhando apoio da população dois deputados (Gernote Kirinus e
Sabino Campos) que pertenciam ao PMDB e que eram candidatos a reeleição e
prometiam a emancipação de São José nos palanques onde discursavam. E
Werner que agora já pertencia ao PFL também tinha o mesmo objetivo de seus
rivais políticos partidários: o de conseguir a emancipação para São José.
E para surpresa do criador dos projetos de desmembramento do distrito de São
José; Werner Wanderer, dos emancipacionistas e da maioria da população, o
resultado das eleições de novembro de 1982 foi negativo para Werner, tanto no
distrito de São José, bem como no Município de Santa Helena.
Diante desses resultados o deputado que já era considerado “pai” dos projetos
e ideias de emancipação política do distrito administrativo de São José vê-se,
sem incentivo para continuar apoiando e auxiliando para a oficialização dos
projetos, e engaveta-os em seu gabinete.
No entanto o povo de São José e os emancipacionistas ficam aguardando a
decisão de Werner Wanderer em levar os Projetos para serem votados na
assembleias Legislativa. Com isso o tempo vai passando e começa a chegar o
final do ano de 1984. Diante da percepção de que o referido deputado não estava
interessado nesta emancipação de que o referido deputado não estava
interessado nesta emancipação, pois Santa Helena embora não se opõe
declaradamente sentia em perder o distrito, por sua vez fazia pressões ocultas,
para os deputados não aprovar a emancipação política de São José. Então é
formada uma nova comissão emancipacionista filiada no partido do PMDB que
resolve recorrer aos deputados desta bancada cobrando o que era prometido em
palanques na época das eleições de 1982.
A FORMAÇÃO DA SEGUNDA COMISSÃO
Segundo depoimentos de emancipacionistas houve duas comissões que
trabalhavam para a emancipação de São Jose, no entanto uma era formada
pelos membros do Partido PFL estava dentro dos princípios da legalidade, ou
seja, era divulgada e trabalhava diretamente com a Câmara Municipal e Estadual,
com a população e contava com o deputado Werner Wanderer na orientação do
grupo como foi colocado anteriormente.
A segunda comissão foi formada somente nos últimos meses de 1984, depois de
todos os projetos estarem prontos e a maioria aprovada. Essa comissão era
composta por membros do PMDB (Partido do Movimento Democrático
Brasileiro) e contava com o apoio dos deputados Sabino Campos e Gernote
Kirinus.
Nesta disputa, este grupo aproveitou a “acomodação” de seus “rivais” políticos
partidários para agirem, pois, o PFL estava aguardando reposta do Governo do
Estado, este na época era o senhor José Richa que por sua vez era do PMDB.
Essa comissão tinha participantes das duas comissões como o senhor Alípio
Francisco Salvador, Helceu Pacheco e outros como João Suriam, Geraldo Souza
Santos e José Nery das Chagas, que se organizaram e viajaram para Curitiba
como diz João Suriam ex-prefeito de São José das Palmeiras:
“Nós do PMDB organizamos outro grupo e na Semana Santa fomos à Curitiba
conversar com o Governador José Richa. Na Capital fomos recebidos pelo
Deputado Gernote Kirinus; Caminhamos muito em Curitiba, mas tudo foi fácil...
Conseguir a aprovação da Emancipação foi muito fácil!”
Quando já tinha a aprovação para a Emancipação Política-Administrativa, fomos
ao cartório registrar o então novo Município,... pois, era o último prazo para
registrar novos municípios e concorrer às eleições.
Então já no cartório, houve um imprevisto não podia registrar como São José,
pois, havia outros no Estado do Paraná e num instante sugeri São José das
Palmeiras, pois, desde que cheguei aqui em 1970 eu escrevia cartas para meus
parentes usando este nome, não sei quem colocou, me sinto “patrono” de São
José das Palmeiras.
... São José melhorou muito depois da emancipação, pois, o ICM arrecadado no
Município ia à para Santa Helena e havia pouco retorno para o distrito. Não
tinham estradas, pois, as máquinas vinham só uma vez por ano.
Houve melhora na Educação, Saúde, ampliamos o Posto de Saúde, temos
médico, dentista, um hospital que ainda é carente e não fornece um bom
atendimento.
“Indústrias não têm, e terá que trazer matéria-prima e levar para fora o produto,
já que aqui tem poucos consumidores”.
Diante deste fato, a emancipação do distrito estava intimamente ligada a
interesses políticos, com expectativas imediatas, onde pessoas da comissão
procuravam concretizar a emancipação para com isso nas eleições que estavam
se aproximando (novembro) pudessem disputar o poder Municipal e Estadual.
Como já foi colocado anteriormente no ano de 1984, tudo volta a ter destaque e
o movimento se intensifica novamente, e no ano de 1985, São José adquire sua
autonomia Política-Administrativa.
O primeiro Prefeito eleito para o Município foi o senhor Francisco Salvador e
para Vice-Prefeito o senhor Helceu Gonçalves Pacheco, ambos faziam parte da
comissão emancipacionista, e foram candidatos a vereador vários
emancipacionistas, mas que conseguiram ser eleitos foram José Nery das
Chagas e Geraldo Souza Santos, o primeiro já havia sido integrante do
Legislativo de Santa Helena como vereador representante do distrito de São
José.
Já no segundo mandato, quem chegou ao Poder Executivo foi também o
emancipacionista João Suriam, depois deste, Alípio Francisco Salvador se
recandidatou, mas não foi o vitorioso para voltar à administração de São José,
como diz um artezão do Município:
“... Política hoje virou profissão e fica sempre nas mãos de grupos que em vez
de trazer melhorias, como indústrias que geram empregos vivem colocando
obstáculos e dizendo que o Município fica num fim de linha e que indústrias
nunca se instalarão aqui”.
(Comentários A.B.S. 04/11/1994)
PROBLEMAS NA ÁREA URBANA E RURAL APÓS A EMANCIPAÇÃO POLÍTICA
A emancipação de São José das Palmeiras foi esperada com expectativa, pois,
através desta, haveria uma maior possibilidade de empregar os recursos
arrecadados no mesmo e consequentemente criar novas possibilidades de
desenvolvimento econômico e social.
Uma das principais metas dos emancipacionistas era a industrialização do
Município como necessária para gerar emprego para os moradores do mesmo,
principalmente dos jovens filhos, de pequenos proprietários da área rural de São
José.
Para entender a situação do Município atualmente, no que tange a questão
agrária, social, econômica e populacional, devemos tomar como referência a
ocupação do solo nos dias atuais.
Segundo dados colhidos na EMATER, em meados de 1985 – ano da
emancipação de São José, há um crescimento rápido na concentração das
propriedades e aumento das pastagens destinadas à criação de gado. Com isso
aumentou o número de propriedades com mais de 200 hectares e decaiu o
número de propriedades com menos de 100 hectares, hoje podemos perceber
esta disparidade da questão da estrutura fundiária, pois, 446 propriedades de 01
a 20 hectares representam um 6.612,4 hectares, enquanto somente sete
compreendem uma área territorial de 5.690,9 hectares, uma diferença
considerável da posse da terra.
Também observando os dados da ocupação do solo, em 1985 uma área de
11.110 hectares era ocupada em culturas anuais, ou seja, algodão, feijão, milho,
soja, trigo, e atualmente houve uma queda chegando a 8.730 hectares,
perfazendo uma queda no total de 21%.
Já a área ocupada por pastagens teve um aumento considerável do período de
1985 até 1992, onde a área era de 7.600 ha. O que observamos também é que em
São José, devido a concentração da posse da terra nas mãos de grandes
latifúndios, pequenos proprietários e arrendatários deixaram a área rural e
concentraram nas periferias das cidades.
Muitos dos pequenos proprietários de nosso Município foram para outros
Estados em busca de novas áreas para agricultura enquanto outros foram para
cidades para trabalharem como operários, aumentando a demanda de mão-de-
obra para as grandes indústrias. E não podemos esquecer que algumas pessoas
permaneceram na área urbana do Município, tendo que a administração junto ao
Governo criar convênios para construir casas pelos Projetos Mutirões, ou BNH
para solucionar parte do problema da moradia.
Embora todos esses Projetos em São José, pode-se perceber um lento surto de
princípio de “favelação”, pois, pessoas que trabalham como “trabalhadores
volantes”, não tem remuneração todos os meses, dificultando o pagamento das
prestações da casa, tendo então que procurar soluções, nos arredores da
cidade, armar um barraco de lona e viver ali com os filhos, que geralmente são
muitos. Como essas pessoas não dispõem de uma remuneração fixa mensal, em
certa época do ano estas pessoas passam por sérias dificuldades financeiras,
enquanto as crianças vão para as ruas desde pequenos, crescem sem uma
educação familiar estruturada, e hoje esse fato preocupa a escola e a população
do Município.
A industrialização está pouco desenvolvida contando com duas fábricas de
panelas de alumínio batido, na qual utiliza-se o processo de reciclagem de
alumínio e garantem emprego para algumas pessoas. Contamos com um
laticínio recém-criado que produz queijo e vende leite tratado e emprega alguma
mão-de-obra, duas sapatarias e uma mini-indústria de café (torrefação e
moagem).
Enquanto os jovens acompanhados pela família ou sozinhas vão embora para
cidades vizinhas ou distante como: Toledo, São Paulo, Curitiba e Santa Catarina,
como diz uma moradora do Município que esperava um surto maior de
industrialização para garantir trabalho para seus filhos, indústrias estas
prometidas desde a campanha para emancipação.
“... O povo quase todos foram embora, na época de emancipação a população
de São José era de 13.000 e pouco e hoje só tem 5.600, porque os fazendeiros
estão comprando todas as terras.
Só estamos com o nosso sítio porque estamos segurando muito, pra não ficar
sem ele. Hoje meus filhos se quiserem ter um emprego teve que ir para Toledo e
Curitiba, porque aqui, só trabalhar na roça, ou só de boia-fria.
Eu acho que São José não melhorou quase nada depois da emancipação, e não
sei se vai melhorar, porque só fica na base da promessa...”.
(Entrevista R.F.N. 28/10)
Diante das colocações anteriores e acima, podemos perceber que as causas e
consequências da expulsão do homem do campo e concomitantemente a
migração para as cidades são variadas e bastante acentuadas.
O pequeno agricultor foi, e está sendo o maior prejudicado e não está resistindo,
seja por dificuldades financeiras, por falta de uma nova atividade agrícola que
ofereça uma maior rentabilidade, necessária a manutenção da família e por outro
lado há o enfraquecimento do solo devido à monocultura do algodão.
Destarte a administração, precisa urgentemente de uma política de incentivo a
permanência do homem no campo e consequentemente criar frentes de
trabalhos para evitar a migração da população para outros Estados.
A migração em municípios pequenos como São José das Palmeiras é
desastrosa, pois os municípios recebem o ICMS de acordo com o número de
habitantes existentes. Se o número de habitantes é pouco, esse retorno também
é pouco, diante disso os governos municipais se vêem com dificuldades de
promover o desenvolvimento para os mesmos.
Nesta situação se encontra hoje o Município de São José das Palmeiras com a
diminuição da população agrícola, o crescimento das pastagens e dos
latifúndios, o Município encontra-se estagnado, sem grandes possibilidades de
progressos em virtude das poucas chances de industrialização e de
modificações na ocupação agrária do mesmo.
Estas mudanças não podem ser analisadas e/ou atribuídas como causas ou
consequências da emancipação, mas sim de todo um sistema estrutural e
governamental, já que estes acontecimentos não são somente deste município,
pois estes problemas são verídicos em todo o território brasileiro.