I
APRESENTAÇÃO
O Executivo de Angola tem vindo a desenvolver um esforço notável de reconstrução nacional
centrado na reabilitação e construção de infra-estruturas básicas, económicas e sociais e na revisão
do quadro legal reitor da actividade económica e social, optimizando a utilização dos investimentos
públicos canalizando-os para a potenciação do investimento privado, o fomento do empresariado
nacional, a criação de emprego e a melhoria do bem-estar das populações.
Dentre as oportunidades criadas pelo Executivo para o alcance das metas económicas e
sociais, há a destacar a utilização do potencial hídrico e eléctrico do Complexo Hidroeléctrico de
Capanda, para optimização do aproveitamento da região adjacente – detentora de elevado potencial
agrícola, pecuário, silvícola e agro-indústria, cujo desenvolvimento poderá contribuir para a melhoria
do padrão de vida e do bem-estar das populações radicadas na região.
Foi assim criado o Pólo Agro-industrial de Capanda – PAC e aprovado o PDPAC – Plano de
Desenvolvimento do Pólo Agro-industrial de Capanda, que, além da dinamização da economia e
promoção da melhoria da qualidade de vida das populações directamente afectadas, tem como
metas, o aumento da segurança alimentar, a substituição de importações de alimentos, a geração
de renda e emprego, numa perspectiva de desenvolvimento rural integrado e de acordo com o
conceito de produção sustentada, produzindo assim um modelo com potencial de replicação noutras
zonas do País.
Esta iniciativa contribuirá certamente para resgatar a posição de destaque mundial que
Angola ocupava na produção de alimentos e representa um importante passo no processo de
diversificação da economia do País.
Para a implantação e gestão do PAC, e para que os potenciais investidores disponham de um
interlocutor local, provedor das orientações necessárias ao seu estabelecimento e apoio tecnológico,
foi constituída, a 18 de Abril de 2008, a Sociedade de Desenvolvimento do Pólo Agro-industrial de
Capanda – SODEPAC, em cumprimento da Resolução do Conselho de Ministros n.º 69/07 de 10 de
Agosto. Trata-se de uma Sociedade Anónima de capitais públicos regida pelas normas do direito
privado.
III
Tendo em vista a tarefa de implantar e gerir o PAC, o Planeamento Estratégico da
SODEPAC reforça o seu papel de agência de desenvolvimento local, conforme está definido na sua
Visão e Missão respectivamente. Como Visão tem-se: “Encaramos a implantação e gestão do PAC
numa perspectiva de desenvolvimento regional, integrado, estruturante e auto-sustentável,
tornando o PAC num exemplo a seguir”. Como Missão, definiu-se: “A nossa missão é organizar,
desenvolver e gerir o PAC através da criação e manutenção de infra-estruturas económicas e
sociais, da mobilização do investimento privado, da busca de incentivos fiscais e financeiros, do
apoio na formação de mão-de-obra qualificada, na oferta de assistência técnica e da criação de
facilidades logísticas”. Como Valores, elegeram-se os seguintes atributos: Confiança – No
atendimento das necessidades dos nossos clientes e comunidades, privilegiar o estabelecimento de
relações de parceria baseadas na colaboração e confiança mútua; Competência – No cumprimento
das nossas atribuições, primar pelo rigor profissional, transparência, eficiência, buscando a
excelência através da melhoria contínua da qualidade dos nossos serviços; Desenvolvimento –
tem como vocação (o foco de nossa acção) a promoção do desenvolvimento humano (social)
sustentado no crescimento económico (empresarial); Integridade – enfrentar os desafios, assumir
e honrar os seus compromissos, balizados pela observância dos princípios basilares da ética e da
integridade.
Deste modo, com vista a oferecer aos potenciais investidores no PAC uma visão clara do
planeamento agro-silvo-pastoril, agro-industrial e social e dos requisitos necessários ao
aproveitamento sustentável das oportunidades disponibilizados, é apresentado o “Master Plan
(Plano Director)” elaborado com fundamentos e bases sólidas, como pode ser constatado nos
aspectos metodológicos utilizados, nas análises efectuados e nas justificativas das conclusões e
recomendações a que se chegou. Por fim, do “Master Plan (Plano Director)”, resultou o Guia do
Investidor, onde estão contemplados os temas mais relevantes e de maior interesse para os futuros
empreendedores no PAC.
Espera-se, com este “Master Plan (Plano Director)” dirimir dúvidas e fornecer os elementos
necessários e suficientes para uma tomada de decisão que redunde na concretização de um
investimento economicamente sadio e socialmente produtivo.
Luanda – Malanje, Setembro de 2012
Carlos António Fernandes
Presidente – SODEPAC
V
INTRODUÇÃO
O “Master Plan (Plano Director)” tem por objectivo apresentar aos interessados todos os
fundamentos e a base técnica para o desenvolvimento e implantação, bem como as principais
características e oportunidades que o Pólo Agro-industrial de Capanda – PAC oferece.
Nele, parte-se de um detalhado estudo do momento actual vivido por Angola, nas suas
componentes económica, social, administrativa e legal, nas dimensões nacional e na região onde se
implanta o PAC.
Esses contornos apontam, como melhor estratégia de implantação e maiores perspectivas de
sucesso, as concepções adoptadas, através da definição de Módulos Produtivos, de Agro-indústrias
e de Empresas Âncora. As soluções propostas neste Master Plan (Plano Director) apresentam plena
viabilidade e atendem às exigências de investidores e financiadores do agronegócio, tendo como
eixos transversais a inclusão social – notadamente a preocupação com a criação de oportunidades e
melhoria de condições de vida das populações locais – e a preservação dos atributos ambientais,
ambas condições consideradas pelas políticas públicas que norteiam o PAC como essenciais para o
País.
Para chegar a estes resultados, foram considerados os principais aspectos que determinam a
viabilidade e a sustentabilidade económica e ambiental dos empreendimentos agro-produtivos,
dentro da óptica de desenvolvimento de utilizar tecnologias validadas e compatíveis às condições
locais e tropicais.
No que diz respeito ao desenvolvimento das cadeias produtivas, adoptou-se um modelo de
organização e gestão baseado em Empresas Âncora, visando garantir a sua integridade, o seu pleno
funcionamento e a sua competitividade. Desta maneira, a produção de alimentos de qualidade e em
larga escala, bem como a substituição das importações – condição primeira para a segurança
alimentar – estarão asseguradas.
Os estudos balizam-se nos seguintes aspectos fundamentais: (i) compatibilidade plena com
os planos e programas governamentais de desenvolvimento económico e social, em geral, e da
política agrícola, em particular; (ii) análises baseadas em índices de produtividade conservadores
garantindo uma avaliação económica realista dentro do contexto de desenvolvimento do PAC; (iii)
VII
potencialidade de mercado na óptica da produção atender às necessidades dos consumidores e de
rentabilidade aos investidores; e (iv) na recuperação de cadeias produtivas integradas.
Por fim, este volume é composto por dez (10) capítulos que apresentam todas as
informações relevantes do Master Plan (Plano Director). Para maiores esclarecimentos os
interessados podem recorrer à entidade gestora, a SODEPAC – Sociedade de Desenvolvimento do
Pólo Agro-industrial de Capanda.
XI
ÍNDICE GERAL
1. CONTEXTUALIZAÇÃO – ANGOLA HOJE .......................................................................... 1
2. O PÓLO AGRO-INDUSTRIAL DE CAPANDA – PAC ........................................................ 99
3. ASPECTOS SOCIAIS DO PAC E DIRECTRIZES DE ACTUAÇÃO .................................... 169
4. O MEIO AMBIENTE E O PAC ....................................................................................... 257
5. OS RECURSOS NATURAIS ESTRATÉGICOS PARA O USO PRODUTIVO ...................... 439
6. TECNOLOGIA PARA AGRICULTURA EM CLIMA TROPICAL ........................................ 521
7. O POTENCIAL DO AGRONEGÓCIO NO PAC ................................................................ 583
8. IMPACTO MACROECONÓMICO DO PAC ..................................................................... 873
9. QUADRO LEGAL E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INTERESSE DO PAC ............................ 917
AGRADECIMENTO ............................................................................................................. 981
FICHA TÉCNICA ................................................................................................................ 983
1. CONTEXTUALIZAÇÃO – ANGOLA HOJE
2. O PÓLO AGRO-INDUSTRIAL DE CAPANDA – PAC
3. ASPECTOS SOCIAIS DO PAC E DIRECTRIZES DE
ACTUAÇÃO
4. O MEIO AMBIENTE E O PAC
5. OS RECURSOS NATURAIS ESTRATÉGICOS PARA O USO
PRODUTIVO
6. TECNOLOGIA PARA AGRICULTURA EM CLIMA TROPICAL
7. O POTENCIAL DO AGRONEGÓCIO NO PAC
8. IMPACTO MACROECONÓMICO DO PAC
9. QUADRO LEGAL E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INTERESSE
DO PAC
10. ESTRATÉGIA DE IMPLANTAÇÃO
AGRADECIMENTO
FICHA TÉCNICA