Política Externa: o Desafio de torná-la Relevante
FORUM CLP
Três Questões Fundamentais
• 1) Por que o Brasil precisa de uma política externa relevante?
• 2)Quais devem ser as prioridades da política externa?
• 3)Como transformar a política externa em algo relevante para os brasileiros?
Definição de “Relevância Internacional”
• A capacidade de exercer o poder, influência e prestígio do país na definição, formulação e implementação de medidas que contribuam para a defesa do INTERESSE NACIONAL e do bom funcionamento da ORDEM INTERNACIONAL
Relevância NÃO é...
• Sediar a Copa do Mundo ou as Olimpíadas
• Demonstrar a nossa “independência externa” criando a UNASUL, defendendo ditadores e se opondo aos políticos “brancos e de olhos azuis”
• Vangloriar-se da popularidade internacional do presidente Lula
Relevância é...
• Exercer o poder para fortalecer os tratados e medidas que promovam e paz e o entendimento entre as nações
• Defender a integração dos mercados globais (não há melhor medida econômica e social para reduzir desigualdade entre as nações)
• Fortalecer as instituições internacionais. Aumento da confiança e previsibilidade estimulam a interação dos países
Brasil: coleção de derrotas em assuntos relevantes
• Conselho de Segurança: não votou contra os genocídios de Darfur e Congo.
• Na América Latina, defendeu Cuba, FARCs, Chaves e Zelaya.
• Mercosul: caiu de 17% para 10% o comércio com a Argentina. China tornou-se principal parceiro comercial da AL.
• Doha: derrota da “aliança” dos emergentes.• Iran: derrota do “oportunismo diplomático” e
questionamento do TNP
O Brasil pode ter um papel relevante se...
• Assumir o seu papel de liderança regional.
• Estreitar os laços comerciais e diplomáticos com as principais potências emergentes.
• Fortalecer as relações diplomáticas com os EUA e Europa em torno das instituições multilaterais.
Esses desafios exigem liderança política
• América Latina: defesa dos regimes democráticos e do livre comércio na região.
• Países Emergentes: diversificação do comércio global e busca do entendimento em torno de temas globais.
• Mas divergências continuarão a existir em questões comerciais e política (Conselho de Segurança, Doha, China na AL)
Desafios de Liderança
• Fortalecer laços diplomáticos com EUA e Europa em torno das instituições globais.
• Não fomos marcados pelos conflitos, traumas e medos que geraram rivalidades etnicas, políticas e religiosas de outras nações.
• Brasil pode ser um valioso interlocutor de temas prementes: energia renovável, meidador de conflitos...
Desafio de Liderança: deixar de ser “assunto de gabinete”
• Diplomacia não pode permanecer circunscrita a diplomatas, burocratas e alguns raros políticos.
• Abrir as portas do Itamaraty e engajar o Congresso e a sociedade na discussão do tema. É preciso unir a excelência dos nossos diplomatas com...
• A visão aguçada da iniciativa privada• O conhecimento de causa do terceiro setor• O faro político dos parlamentares
Desafios do Mundo Multipolar
• “alianças temporárias e interesses permanentes”
• Compreensão do contexto: realismo, visão objetiva e princípios são vitais.
• para não perder o foco na defesa dos interesses nacionais e do bom funcionamento da ordem internacional
Os riscos de liderança
• Sedução (popularidade de Lula, “ o cara”)
• Neutralizado (derrotas na OMC e BID)
• Marginalizado (Mercosul se tornar o “bloco dos caudilhos”)
• Derrotado (“Acordo” com o Irã)
Ilusões e Escolhas
• Na era pós Lula, não haverá espaço para ambiguidades e bravatas na política externa.
• Despertam suspeitas, incertezas e desconfiança em outros países.
• Nutrir a falsa ilusão de que há homogeneidade de interesses entre as nações emergentes.
• Escolhas: papel relevante ou marginal na política externa.