1
Aula de Português com Michelle
Olá, turma. Espero que você e sua família estejam bem e com saúde. Trago para
nossa trigésima semana atividades sobre Poesia Visual, especificamente abordar
suas estruturas e formatação. As atividades foram retiradas do apoio da Secretaria
de Educação.
Realize apenas as perguntas e respostas em seu caderno, colocando seu nome
completo e sua série e turma. Não precisa copiar o texto.
Peço que ao realizar os exercícios propostos, você me envie a foto com as
perguntas e respostas pelo whats 12 99614-5812 ou e-mail:
Caso tenha alguma dúvida, estarei disponível pelos grupos de whatsApp.
Poema Visual
O que é Poema Visual?
Os Poemas Visuais, como o próprio nome diz, são produções literárias em que as imagens,
formas e tudo o que é capaz de ser captado pela visão, ganham destaque. Como se fala em
destaque das percepções visuais, muitas coisas podem ser incluídas e não se proíbe
a mistura com outras linguagens.
Quando pensamos em poesia, comumente vem à cabeça um texto todo modelado, formal e
perfeitinho. De fato isso é um estilo de poesia, mas não é o único que existe. Um dos
principais intuitos da poesia é a expressão humana, independentemente do formato.
Por isso mesmo, a poesia visual utiliza de recursos não-formais para expressar as mais diversas
situações. Pode haver poemas com efeitos de sonoridade, movimento ou até ausência de linguagem
verbal. Contudo, não existe uma forma fixa, o autor é livre para escolher quais recursos quer utilizar.
Veja dois exemplos:
2
Millôr Fernandes Fábio Seguxi
Origem e história da Poesia Visual
A poesia visual ganhou destaque internacional apenas na época do Modernismo, ou seja, foi algo bem recente. Este movimento literário surgiu após as vanguardas europeias, que revolucionaram o modo de se fazer arte, seja na música, pintura ou literatura. Esses movimentos foram pensados de forma a romper com os padrões formais das artes que já haviam sido produzidas. Assim, logo após o Modernismo, as formas de poesia visual ganharam força, pois são uma forma de expressão livre.
Surpreendentemente, o Poema Visual mais antigo que se tem conhecimento é anterior ao ano 0 (zero). A obra “O ovo”, de Simmias de Rodes (300 a.C.), é uma forma de poema em que discorre sobre o ovo e que foi feito no formato de um ovo. Este poema era uma espécie de caligrama (poema em que o formato corresponde ao objeto-tema). Não se sabe o motivo dessa forma literária não ter sido reproduzida por outros artistas de sua época. Sabe-se que ela foi esquecida e retomada relevantemente apenas no Modernismo.
3
Fonte: https://beduka.com/blog/materias/literatura/o-que-e-poema-
visual/#:~:text=Poesia%20visual%20%C3%A9%20uma%20express%C3%A3o,prioriza%20a%20forma%C3%A7%C3%A3o%20
de%20imagens.
Há mais informações em relação ao conceito de poesia visual, entretanto vamos deixar para nos aprofundar em outro momento.
4
Veja, agora, outros exemplos de poesia visual:
Lixo, luxo, de Augusto de Campos
Coca Cola – Décio Pignatari
Velocidade – Ronaldo Azeredo
Fonte: https://escolaeducacao.com.br/poemas-visuais/
Agora que você já aprendeu sobre POESIA VISUAL, vamos praticar um pouco.
1. Leia os poemas a seguir e os transforme em poemas visuais.
I – trecho do poema Infância, de Carlos Drummond de Andrade
5
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
[...]
6
II – trecho do poema Meus oito anos, de Casimiro de Abreu
Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
[...]
7
2. Observe o poema JACARÉ LETRADO, de Sérgio Capparelli, para responder às questões.
A) Esse poema tem formato tradicional, ou seja, é composto de versos e estrofes? Explique sua
resposta.
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
B) Qual é a relação entre as palavras e a disposição delas no poema?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
8
C) Você já leu algum poema como esse? O que ele tem de diferente dos outros que você conhece?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
D) Escolha outro animal qualquer para criar o seu poema visual.
Aproveitando que estamos falando de jacaré, vamos ler uma lenda indígena sobre esse animal.
A Lenda do Jacaré, Mãe-do-Terremoto
Uma velha lenda conta que é um jacaré que sustenta o mundo e que quando cansado da posição em que está procura outra e se mexe, fazendo tremer o mundo. Por essa razão o chamam jacaré tyrytyry manha, Jacaré mãe-do-terremoto. Conde Stradelli, em Os Vocabulários (p. 447), conforme registro de Luís da Câmara Cascudo, em Geografia dos Mitos Brasileiros, Editora Global, 2001. Outra versão da lenda do jacaré, atribuída a Célio Reginaldo Calikoski, conta a seguinte história:
“Eu sou o Pajé Cajuru, sou da grande nação Tupi. Sempre conto uma lenda aos
curumins da tribo. Essa lenda chegou até nós contada de boca em boca pelos meus
ancestrais. A história é A Lenda do Jacaré. Ela começa assim:
9
O índio Piatã era um jovem bonito, saudável e muito alegre. Ele era brincalhão e
todos na aldeia gostavam dele e se divertiam com suas histórias, principalmente os
curumins. Mas, como todo jovem bonito, ele despertava muita paixão nas índias. Piatã,
porém, estava encantado pela índia Jandira, filha do guerreiro Iraí. Jandira era muito linda,
com os cabelos negros, lisos e a pele morena. Tinha uma irmã mais velha, chamada Anauá,
que gostava muito de Piatã. Anauá sabia do interesse de Piatã por Jandira e resolveu matar
a irmã.
Anauá preparou uma armadilha para Jandira, na beira do grande rio: o Iguaçu, e
convidou Jandira para irem lá, tomar banho. Jandira aceitou o convite.
Piatã viu as duas se dirigindo para o rio e as seguiu. Quando chegaram ao rio,
Anauá levou Jandira para perto de um formigueiro de formigas venenosas e empurrou
Jandira para cima do formigueiro. Jandira bateu a cabeça num galho e desmaiou. Não
demorou muito, as formigas começaram a atacar Jandira. Piatã, vendo aquilo, saiu correndo
para salvar a amada, mas tropeçou e, também batendo a cabeça, desmaiou e as formigas o
atacaram. Assim, os dois morreram. Anauá se arrependeu e ficou desesperada pela morte
de seu amado e de sua irmã.
A Mãe D’Água, vendo o desespero de Anauá, enfeitiçou-a, dizendo:
– Vou transformar você num jacaré e você vai proteger os rios da poluição
provocada pelo homem. Enquanto houver rio sujo você não verá seu amado e sua irmã viva
novamente.”.
Fonte: https://www.xapuri.info/mitos-e-lendas/lenda-do-jacare-mae-do-terremoto/
Agora, pensando na lenda que você acabou de ler, crie um poema visual sobre ela.