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CAPÍTULO 3PLANOS DIRETORES ESTRATÉGICOS

DE SãO PAULO

3.1. Plano DirEtor EStratégiCo Do muniCíPio DE São Paulo

(2002).

3.1.1. EStruturação E ContEúDo.

Ao contrário do que normalmente acontece, o Plano Diretor Estratégico do Município

de São Paulo foi elaborado em forma de projeto de lei e posteriormente transformado

em um documento técnico. Em sua introdução, fazia falta um documento que

explicitasse “o processo e o produto resultante da implementação do planejamento

urbano na gestão de São Paulo” (PDE/SEMPLA/PMSP, 2004). Era composto de textos

introdutórios, três partes relativas ao seu conteúdo e considerações finais. Contudo,

este documento escrito em português e inglês, transformou-se em uma reformatação

do texto da lei acrescido um conjunto de justificativas e explicações, tanto que a edição

foi muito pequena.

A parte A, denominou-se Fundamentos e Elaboração do PDE (Plano Diretor Estratégico),

tratando da necessidade da elaboração do novo plano e dos antecedentes históricos

e urbanísticos. Em seguida, explicitaram-se os objetivos, os quais consistiam em

abordar a cidade real, acompanhados de um conjunto de dados sobre a exclusão

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social em São Paulo. Por fim, para nesta parte do texto foram abordados os desafios

que se apresentavam para o planejamento urbano na cidade numa visão bastante

idealista.

A parte B tratava do caráter inovador do PDE, falando do processo de planejamento,

dos preceitos e dos objetivos gerais, iniciando uma vasta repetição do projeto de lei,

incluíndo as políticas públicas e as ações estratégicas, o plano urbanístico e ambiental,

bem como, da gestão democrática do planejamento urbano. E, sem se aperceber,

apesar de todo o discurso sobre a cidade real, os únicos pontos detalhados no texto

foram os que se referiam a variáveis e índices urbanísticos tradicionais, em especial

ao Coeficiente de Aproveitamento.

A parte C tratava do planejamento de São Paulo após o PDE, abordava a importância

de sua regulamentação e se iniciava pela disciplina de uso e ocupação do solo –

zoneamento. Em seguida, falava dos objetivos dos Planos Regionais Estratégicos

das Subprefeituras, do Plano de Circulação Viária e de Transportes, do Plano de

Habitação, sendo que estes dois últimos não foram transformados em lei.

Já nas considerações finais, tratava da importância do Plano Diretor para a cidade.

O plano como a própria lei apresentavam algumas contradições. Um plano diretor de

uma cidade com tanta exclusão social pode deixar para a regulamentação o plano

habitacional e de transporte? As questões relativas à drenagem e ao processo de

metropolização, lembrados na introdução, foram objeto de poucos instrumentos e

ações. E, apesar do discurso inicial relativo à cidade real, o uso e a ocupação do

solo, em especial os índices urbanísticos como o Coeficiente de Aproveitamento,

continuaram tendo fundamental importância no plano diretor, principalmente se

comparados a vários instrumentos do Estatuto da Cidade.

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3.2. lEi Do Plano DirEtor EStratégiCo Do muniCíPio DE São Paulo

(lEi 13.430 / 2002 – PDE).

3.2.1. ConCEPção, DiSCuSSão E aProvação.

Apesar da persistência das tradicionais formas de ver o planejamento urbano em São

Paulo como mecanismo de ordenação da produção do espaço construído pelo setor

privado e da preservação dos bairros nobres, o processo de elaboração do Plano

Diretor foi marcado por muitas novidades interessantes (destaques do autor).

Nabil Bonduki (2007) lembra que o planejamento urbano no Brasil percorreu um

interessante caminho de transição da ditadura militar para o regime que temos hoje,

apresentando propostas inovadoras, de políticas públicas e de participação popular,

em especial no campo da função social da propriedade urbana.

Entre estas propostas inovadoras destacam-se algumas no campo puramente

institucional que permitiram avanços. A inclusão dos dois artigos de política urbana

na Constituição Federal de 1988, embora com viés bastante anacrônico, deram,

pela primeira vez, sustentação constitucional ao planejamento urbano e à garantia

da aplicação da função social da propriedade. O Estatuto da Cidade muniu de fortes

instrumentos o direito urbanístico, embora mantivesse a atribuição ao Plano Diretor da

responsabilidade de toda a política urbana municipal.

Ainda fazendo parte desse cenário, o Plano Diretor Estratégico de São Paulo e,

posteriormente, os Planos Regionais Estratégicos das Subprefeituras, incorporaram

muitas destas propostas inovadoras tanto na sua elaboração como no seu processo

de discussão.

Entre as propostas inovadoras incorporadas pelo PDE destaca-se a inclusão e a

conceituação dos instrumentos previstos no Estatuto da Cidade como poderá ser

observado adiante.

Conforme o próprio plano previa, a implementação dos instrumentos se daria por meio

dos Planos Regionais Estratégicos ou regulamentações específicas, portanto, o PDE

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seria a grande referência para elaboração dos instrumentos de política urbana.

O processo de discussão foi muito interessante e em alguns momentos repetiu os

graves conflitos observados por ocasião do Plano Diretor de 1991.

Um dos avanços foram os debates e as audiências públicas que, embora não tenham

mobilizado a população como esperavam os técnicos, levaram a discussão do plano

para todas as subprefeituras do município. Estas audiências públicas estavam divididas

em dois grandes grupos: os promovidos pelo Executivo antes do envio do projeto de

lei à Câmara de Vereadores e os promovidos por este legislativo (VILLAçA, 2005).

Os debates e as audiências públicas sobre o PDE foram amplamente dominados por

moradores dos bairros de renda alta (minorias dominantes) e pelos representantes do

mercado imobiliário (VILLAçA, 2005), sendo que, pelo lado da população em geral,

apenas os representantes de alguns movimentos organizados da luta por habitação

pleitearam Zonas Especiais de Interesse Social.

Pode-se acrescentar a este problema, a linguagem tecnocrata e obscura que

normalmente envolve o planejamento urbano em nosso país e o desconhecimento

da grande maioria dos participantes em relação ao significado de determinados

dispositivos legais, o que levou boa parte das discussões a uma repetição de chavões,

frases feitas e clichês jornalísticos.

Esses fatos fizeram com que as discussões se concentrassem nas regras de uso e

ocupação do solo – o zoneamento – e em especial, a redução dos coeficientes de

aproveitamentos gratuitos e a outorga onerosa do direito de construir.

Outro avanço ocorrido foi a discussão dos instrumentos do Estatuto da Cidade e sua

posterior aprovação, o que permite a sua aplicação no território do município.

É importante ressaltar a postura adotada pelo relator dos projetos na Câmara, o

vereador, arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, que propunha somente a inclusão de

adaptações e complementações aos textos dos planos enviados pelo Executivo, o

que contornaria problemas como a impossibilidade da inclusão de muitas emendas e,

principalmente, cumprir os prazos estabelecidos pelo Estatuto da Cidade.

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3.2.2. EStruturação E ContEúDo.

O Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo aprovado por meio da Lei nº

13.430 / 2002 é composto por cinco títulos. O primeiro, de caráter mais genérico e

teórico contém conceituação, objetivos gerais, finalidade e abrangência.

O segundo título denominado ”Das políticas públicas, objetivos, diretrizes e ações

estratégicas” contém a parte do plano destinada ao setor público municipal (VILLAçA,

2005) e consiste na tentativa de dizer que o Plano Diretor coordena e direciona as ações

de toda administração pública municipal desde a educação até o sistema funerário.

O texto desse título foi construído ao contrário, isto é, foi solicitado a cada setor da

Prefeitura que escrevesse um texto sobre o que determinava o tema do capítulo, e

posteriormente, isto foi homogeneizado e costurado produzindo um plano discurso de

quarenta e sete páginas ou cem artigos com seus parágrafos, incisos e alíneas.

Trata-se de um extenso texto semelhante ao dos superplanos diretores das décadas

de 1960 e 1970 (VILLAçA, 1999), visando demonstrar que havia integração dos

diversos setores da administração municipal através do planejamento.

Este segundo título foi estruturado em três capítulos: Desenvolvimento Econômico

e Social; Desenvolvimento Humano e Qualidade de Vida; e Meio Ambiente e

Desenvolvimento Urbano.

A intenção de influir todas as atividades da administração pública é levada ao extremo

quando se formulou diretrizes para, como por exemplo, agricultura urbana, segurança

e o serviço funerário.

Em função do método adotado pode-se afirmar que esta parte do Plano Diretor

estava organizada de forma semelhante à fragmentação da administração, e que sua

abrangência supera o recomendado pelo Estatuto da Cidade.

Políticas públicas, objetivos, diretrizes e ações estratégicas não estão detalhados e,

como não poderia deixar de ser, não são auto-aplicáveis, configurando-se em um

verdadeiro “plano cardápio” (VILLAçA, 2005) onde os técnicos e políticos podem

escolher as bases para seus discursos e eventualmente suas ações.

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O terceiro título denominado “Do Plano Urbanístico Ambiental” consiste num típico

plano físico territorial destinado a incluir na legislação municipal as determinações do

Estatuto da Cidade, a fornecer as regras gerais de regulação da produção privada do

espaço urbano construído e instrumentalizar juridicamente a Prefeitura para exercer

seu poder de polícia na regulação urbanística.

O primeiro capítulo do título III estabelece os elementos estruturadores do território

da cidade que foi considerado a estrutura urbana da cidade de São Paulo: redes

hídrica, viária, de transporte coletivo, eixos e pólos de centralidade, e os elementos

integradores do território: habitação, equipamentos sociais, espaços públicos, áreas

verdes, comércio, serviços e indústrias (ver Mapas 1, 2, 3 e 4; Quadros 2 e 8 da lei).

Ainda neste Capítulo I, mais uma vez, consiste em um conjunto de conceitos e intenções

que deveriam ser implementadas posteriormente ou nos Planos Regionais.

Na seqüência, o segundo capítulo, do título III, “Do uso e ocupação do solo”,

retomou o modelo de um zoneamento funcional de uso e ocupação do solo clássico,

acrescentando instrumentos urbanísticos, como Macrozoneamento, Macroáreas,

ZEIS e regularização de assentamentos precários. Além dos tradicionais conceitos e

intenções, neste capítulo, foram definidos com muita clareza as variáveis e os índices

urbanísticos que serão os mecanismos de aplicação do zoneamento. Também neste

capítulo alguns conceitos básicos foram explicitados e transcritos integralmente da Lei

13.430/2002:

“área Bruta de uma zona a sua área total, inclusive logradouros, áreas

verdes e institucionais;

área Construída Computável a soma das áreas cobertas de todos os

pavimentos de uma edificação, que são consideradas para o cálculo

do coeficiente de aproveitamento;

área Construída Total a soma das áreas cobertas de todos os

pavimentos de uma edificação;

área Construída Não Computável a soma das áreas cobertas de

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uma edificação não consideradas para o cálculo do coeficiente de

aproveitamento, nos termos dispostos na legislação pertinente;

área Líquida de uma zona a área dos lotes e glebas, excluídos

logradouros, áreas verdes e institucionais;

áreas de Intervenção Urbana porções do território de especial interesse

para o desenvolvimento urbano, objeto de projetos urbanísticos

específicos, nas quais poderão ser aplicados instrumentos de

intervenção, previstos na Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001,

— Estatuto da Cidade, para fins de regularização fundiária, execução

de programas e projetos habitacionais de interesse social, constituição

de reserva fundiária, ordenamento e direcionamento da expansão

urbana, implantação de equipamentos urbanos e comunitários, criação

de espaços públicos de lazer e áreas verdes, criação de unidades de

conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental;

Benefício Econômico Agregado ao Imóvel entendeu-se a valorização

do terreno decorrente da obtenção de Potencial Construtivo Adicional,

alteração de uso e parâmetros urbanísticos;

Certificado de Potencial Construtivo Adicional - CEPAC uma forma de

contrapartida financeira de outorga onerosa do potencial construtivo

adicional, alteração de uso e parâmetros urbanísticos, para uso

específico nas Operações Urbanas Consorciadas;

Coeficiente de Aproveitamento a relação entre a área edificada,

excluída a área não computável, e a área do lote podendo ser Básico

que resulta do potencial construtivo gratuito inerente aos lotes e glebas

urbanos, Máximo que não pode ser ultrapassado e Mínimo abaixo do

qual o imóvel poderá ser considerado subutilizado;

Contrapartida Financeira o valor econômico correspondente à outorga

onerosa a ser pago ao Poder Público pelo proprietário de imóvel, em

espécie ou em Certificados de Potencial Adicional de Construção -

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CEPAC;

Empreendimento de Habitação de Interesse Social correspondia

a uma edificação ou um conjunto de edificações, destinado total ou

parcialmente à Habitação de Interesse Social e usos complementares,

conforme disposto na legislação específica;

Estoque o limite do potencial construtivo adicional, definido para

distritos, áreas de operação urbana ou de projetos estratégicos ou

seus setores, passível de ser adquirido mediante outorga onerosa ou

por outro mecanismo previsto em lei;

Habitação de Interesse Social - HIS, aquela que se destina a famílias

com renda igual ou inferior a 6 (seis) salários mínimos, de promoção

pública ou a ela vinculada, padrão de unidade habitacional com um

sanitário, até uma vaga de garagem e área útil de no máximo 50m2

(cinqüenta metros quadrados), com possibilidade de ampliação

quando as famílias beneficiadas estiverem envolvidas diretamente na

produção das moradias;

Habitação de Mercado Popular – HMP, aquela que se destina a

famílias de renda igual ou inferior a 16 (dezesseis) salários mínimos

ou capacidade de pagamento a ser definida em lei específica, de

promoção privada, com padrão de unidade habitacional com até dois

sanitários, até uma vaga de garagem e área útil de no máximo 70m2

(setenta metros quadrados);

Índice de Cobertura Vegetal entendeu-se a relação entre a parte

permeável coberta por vegetação e a área do lote;

Outorga Onerosa a concessão, pelo Poder Público de potencial

construtivo adicional acima do resultante da aplicação do Coeficiente

de Aproveitamento Básico, até o limite estabelecido pelo Coeficiente

de Aproveitamento Máximo, de alteração de uso e parâmetros

urbanísticos, mediante pagamento de contrapartida financeira;

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Potencial Construtivo de um lote o produto resultante da multiplicação

de sua área pelo coeficiente de aproveitamento;

Potencial Construtivo Adicional a diferença entre o Potencial Construtivo

igual ou inferior ao Máximo e o Potencial Construtivo Básico;

Potencial Construtivo Básico de um lote o produto resultante da

multiplicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveitamento Básico

fixado para a zona onde está localizado;

Potencial Construtivo Máximo de um lote o produto resultante da

multiplicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveitamento Máximo,

fixado para a zona onde está localizado;

Potencial Construtivo Mínimo de um lote o produto resultante da

multiplicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveitamento Mínimo

fixado para a zona onde está localizado;

Potencial Construtivo Utilizado de um lote a área construída

computável;

Potencial Construtivo Virtual o potencial construtivo dos imóveis de

preservação cultural e ambiental passível de ser transferido para

outras áreas, conforme o disposto em lei;

Como Promotores da Habitação de Interesse Social – HIS foram

selecionados os órgãos da administração direta, empresas de

controle acionário público, institutos previdenciários estatais,

entidades representativas dos futuros moradores ou pertencentes a

cooperativas habitacionais, conveniadas ou consorciadas com o Poder

Público, entidades ou empresas que desenvolvam empreendimentos

conveniados ou consorciados com o Poder Público para execução de

empreendimentos de Habitação de Interesse Social – HIS;

Projeto de Intervenção Urbana Estratégica território cuja localização

urbana o predispõe a receber projetos urbanísticos e a implantação

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de equipamentos capazes de dinamizar e qualificar toda a região

circunstante;

Taxa de Ocupação a relação entre a área da projeção horizontal da

edificação ou edificações e a área do lote;

Taxa de Permeabilidade é a relação entre as partes permeáveis, que

permite a infiltração de água no solo, livre de qualquer edificação, e a

área do lote;

Transferência de Potencial Construtivo o instrumento que permite

transferir o potencial construtivo não utilizado no lote ou potencial

construtivo virtual de lote ou gleba ou potencial construtivo

correspondente ao valor do imóvel ou parte deste, no caso de doação,

para outros lotes;

Coeficiente de Aproveitamento Bruto a relação entre a área construída

total de uma zona, área de intervenção ou operação urbana e sua área

bruta”.

Neste capítulo II, foram definidos e qualificados também, os instrumentos urbanísticos

do macrozoneamento e do zoneamento, sem contanto, especificar sua aplicação.

O macrozoneamento dividiu o município em duas grandes macrozonas, sendo: De

Proteção Ambiental e De Estruturação e Qualificação Urbana (ver Mapa 5 da lei).

A Macrozona de Proteção Ambiental foi dividida em três macroáreas, de proteção

integral, de uso sustentável e de conservação e recuperação (ver Mapa 5 da lei).

Nas Macroáreas de Uso Sustentável pretendia-se compatibilizar a conservação

ambiental e usos sustentáveis, e deveriam ser aplicados os seguintes instrumentos

urbanísticos: Zoneamento Ambiental, Zonas Especiais de Produção Agrícola e

Extração Mineral (ZEPAG) e Zona de Proteção Ambiental (ZEPAM), Transferência do

Direito de Construir, Termos de Compromisso Ambiental e legislação ambiental.

Já as Macroáreas de Conservação e Recuperação tinham por objetivo principal

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qualificar assentamentos habitacionais de baixa renda, que ocorreram de forma

ambientalmente inadequadas, e prevêem a utilização dos seguintes instrumentos

urbanísticos: Zoneamento Ambiental, ZEPAG e ZEPAM, Transferência do Direito de

Construir, ZEIS 4, Termos de Compromisso Ambiental e legislação ambiental.

A Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana foi dividida em quatro

macroáreas, sendo: De Reestruturação e Qualificação, De Urbanização Consolidada,

De Urbanização em Consolidação, e De Urbanização e Qualificação.

As Macroáreas de Reestruturação e Requalificação incluíam principalmente o centro

metropolitano, a orla ferroviária e antigos distritos industriais, pretendendo alcançar

transformações urbanísticas como: a reversão do esvaziamento populacional, o

estímulo ao uso habitacional, à intensificação da promoção imobiliária, a melhoria

dos espaços públicos e do meio ambiente, o estímulo ás atividades de comércio e

serviços, a preservação e a reabilitação do patrimônio cultural e a reorganização da

infraestrutura. Para tanto, seriam utilizados principalmente, instrumentos urbanísticos

como: operações urbanas, edificação, utilização e parcelamento compulsórios, IPTU

progressivo no tempo, desapropriação com pagamento em títulos, ZEIS 3, transferência

do direito de construir, zoneamento de usos e ZEPEC (Zona Especial de Preservação

Cultural).

A Macroárea de Urbanização Consolidada consistia principalmente na parte do

território ocupado pela população mais rica, em processo de verticalização ou não,

com excepcionais condições de urbanização e malha viária saturada. Pretendia-se

combater estes problemas controlando o processo de adensamento construtivo e a

verticalização, por meio do maior controle dos pólos geradores de tráfego, preservação

das áreas estritamente residenciais e estímulo ao adensamento populacional em

locais próximos as redes de transportes coletivos de massa. Seriam utilizados

instrumentos urbanísticos, como outorga onerosa, zoneamento de uso, planos de

bairros e requalificação de centros de bairros.

A Macroárea de Urbanização em Consolidação consistia majoritariamente na parte do

território já urbanizada que requer qualificação, tratava-se de uma situação intermediária

entre as Macroáreas de Urbanização Consolidada e de Urbanização e Qualificação.

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Nesta macroárea, tinha-se o objetivo de estimular a ocupação do território e as ofertas

de emprego por meio do incentivo à produção imobiliária para população de baixa

renda, bem como, ampliação e consolidação da infraestrutura urbana e promoção de

atividades produtivas. Seriam utilizados, prioritariamente, instrumentos urbanísticos,

como edificação, utilização e parcelamento compulsórios, IPTU progressivo no tempo,

desapropriação com pagamento em títulos, outorga onerosa do direito de construir

adicional, ZEIS 1 e 2, direito de preempção, zoneamento de usos, usucapião, projetos

estratégicos, planos de bairros e áreas de intervenção urbana (AIU).

A Macroárea de Urbanização e Qualificação consistia no território periférico ocupado

majoritariamente pela população de baixa renda com infraestrutura urbana incompleta,

deficiência de serviços e equipamentos urbanos, baixas taxas de emprego e forte

concentração de loteamentos irregulares e favelas. Nesta macroárea, objetivou-se

promover a urbanização e regularização de assentamentos habitacionais precários,

completar a estrutura viária, criação de centralidades e espaços públicos e gerar

empregos. Seriam utilizados, prioritariamente, instrumentos urbanísticos, como ZEIS 1

e 2, outorga onerosa do direito de construir adicional, direito de preempção, usucapião,

parques lineares, eixos e pólos de centralidade, prioridade no FUNDURB, Centros de

Educação Unificados (CEU) e áreas de intervenção urbana (AIU).

O zoneamento, principalmente na Macrozona de Estruturação e Qualificação, foi

composto por zonas de uso tradicionais muito semelhantes a legislação anterior e

zonas especiais. Estabeleceu também, condições limites para o índice urbanístico

Coeficiente de Aproveitamento, apresentados no quadro abaixo.

Zonas de uso tradicionais:

ZONA Sigla CA mínimo CA básico CA máximo

Estritamente Residencial (ZER) 0,05 1,00 1,00

Industrialização em reestruturação (ZIR) 0,10 1,00 2,50

Mista (ZM) 0,20 1,00 1,00 a 4,00

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As zonas de uso tradicionais foram subdivididas na Lei 13.885/2004 que, além dos

Planos Regionais Estratégicos, continha complementações e regulamentações do

PDE. E, é importante constatar que as variáveis e os índices urbanísticos adotados

guardavam uma relação muito estreita com o zoneamento anterior.

As ZER foram compostas principalmente pela Z1 e parte das Z9, Z17, Z18 e Z2

da legislação anterior. Já as ZIR foram definidas a partir das Z6 e Z7, também da

legislação anterior.

As ZM, zona de uso que ocupou a maior parte do território da Macrozona de

Estruturação e Qualificação, corroborando com a confirmação da hipótese deste

trabalho, teve seus coeficientes de aproveitamento básico e máximo variando da

mesma maneira do zoneamento anterior. Em geral, as antigas Z2, algumas Z8, Z9,

Z11, Z13, Z17, Z18, e Z19 receberam CA básico 1,0; as Z3, Z4, Z5, algumas Z8,

Z10, Z8 e Z8 CR3 receberam CA básico 2,0; as Z11, Z13, Z17, e Z18 receberam CA

máximo 2,0; algumas Z2 e Z8 receberam CA máximo 2,5 e as Z3, Z4, Z5, algumas Z8,

Z10, Z12, Z19 e Z8 CR3 receberam CA máximo 4,0.

A diferença entre o CA básico e CA máximo é que este último pode ser atingido

utilizando a outorga onerosa do direito de construir adicional.

É importante ressaltar ainda, que após muita discussão com os agentes do mercado

imobiliário, foram criados mecanismos de transição para a redução de coeficientes

de aproveitamento básico e máximo prevista em lei, coeficientes estes que eram

anteriormente gratuitos e maiores.

Observando mais atentamente estas informações, pode-se afirmar que todo este

discurso técnico serviu para introduzir a outorga onerosa do direito de construir

adicional e reduzir os coeficientes de aproveitamento básicos de algumas zonas,

geralmente próximas a uma ZER. Pode-se afirmar que o PDE teve uma proposta

estrutural inicial que consistia na verticalização e no adensamento através das ZM3,

das operações urbanas e das áreas de Intervenção Urbana, principalmente nas

áreas próximas dos grandes eixos de transportes combatendo o adensamento e a

verticalização no restante da cidade. Posteriormente, esta proposta foi comprometida

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em sua regulamentação.

Aparentemente existe aí uma contradição entre o discurso de evitar que a cidade

se expanda indefinidamente e a utilização de instrumentos, variáveis e índices

urbanísticos contrários á verticalização.

Outra afirmação que se pode fazer consiste na crença que por meio do controle da

densidade construtiva (Coeficiente de Aproveitamento) poderão ser enfrentados os

problemas da cidade.

As zonas de uso especiais criadas foram a Zona Especial de Preservação Ambiental

(ZEPAM); a Zona Especial de Preservação Cultural (ZEPEC) muito semelhante á

antiga Z8-200; Zonas Especiais de Produção Agrícola e Extração Mineral (ZEPAG) uma

espécie de zona rural; e as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS). Com exceção

das ZEIS a própria denominação das zonas especiais esclarece seus objetivos e seus

papeis no plano.

As ZEIS (Zona Especial de Interesse Social) são porções do território destinado à

produção, recuperação e regularização de habitações de interesse social e consistem

na grande novidade do planejamento urbano do Município, e foram divididas e quatro

tipos, as definições abaixo foram retiradas sem alteração do texto do PDE:

“ZEIS 1 - áreas ocupadas por população de baixa renda, abrangendo

favelas, loteamentos precários e empreendimentos habitacionais

de interesse social ou do mercado popular, em que haja interesse

público expresso por meio desta lei, ou dos planos regionais ou de lei

especifica, em promover a recuperação urbanística, a regularização

fundiária, a produção e manutenção de Habitações de Interesse Social

– HIS, incluindo equipamentos sociais e culturais, espaços públicos,

serviço e comércio de caráter local;

ZEIS 2 – áreas com predominância de Glebas ou terrenos não

edificados ou subutilizados, conforme estabelecido nesta lei,

adequados à urbanização, onde haja interesse público, expresso por

meio desta lei, dos planos regionais ou de lei especifica, na promoção

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de Habitação de Interesse Social - HIS ou do Mercado Popular – HMP,

incluindo equipamentos sociais e culturais, espaços públicos, serviços

e comércio de caráter local;

ZEIS 3 – áreas com predominância de terrenos ou edificações

subtilizados situados em áreas dotadas de infraestrutura, serviços

urbanos e oferta de empregos, ou que estejam recebendo investimentos

desta natureza, onde haja interesse público, expresso por meio desta

lei, dos planos regionais ou de lei especifica, em promover ou ampliar

o uso por Habitação de Interesse Social – HIS ou do Mercado Popular -

HMP, e melhorar as condições habitacionais da população moradora;

ZEIS 4 – Glebas ou terrenos não edificados e adequados à

urbanização, localizados em áreas de proteção aos mananciais, ou

de proteção ambiental, localizados na Macro-área de Conservação

e Recuperação, destinados a projetos de Habitação de Interesse

Social promovidos pelo Poder público, com controle ambiental, para o

atendimento habitacional de famílias removidas de áreas de risco e de

preservação permanente, ou ao desadensamento de assentamentos

populares definidos como ZEIS 1 por meio desta lei, ou dos planos

regionais ou de lei, e situados na mesma sub-bacia hidrográfica objeto

de Lei de Proteção e Recuperação dos Mananciais”.

Foram definidos critérios para vários instrumentos, variáveis e índices urbanísticos, no

que se referia a parcelamento do solo, transferências de potencial construtivo, planos

de urbanização, habitações de interesse social (HIS), habitações de mercado popular

(HMP), condições para licenciamento e até demolições, sendo que o único índice

urbanístico detalhado suficientemente foi o Coeficiente de Aproveitamento, o que só

confirma a hipótese deste trabalho.

Muitos técnicos em planejamento, na Prefeitura e fora dela, pareciam acreditar que

a população de baixa renda passaria, uma vez aprovado o plano, a obedecer aos

instrumentos, variáveis e índices urbanísticos somente em razão do PDE ter criado

as ZEIS.

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Apresentada toda a estrutura da parte físico-territorial do PDE, foram explicitadas

em seguida, as diretrizes para revisão da legislação de uso e ocupação do solo que

deveria constar dos planos regionais ou de legislação específica.

A nova legislação deveria garantir o cumprimento da função social da propriedade

em relação às condições físicas, ambientais, paisagísticas, de acesso, infraestrutura

urbana, parcelamento e uso do solo e volumetria das edificações.

Deveriam ser estrategicamente tratados pelo plano, índices e as variáveis como:

parcelamento do solo, densidades construtivas, densidades demográficas, volumetria,

gabarito das edificações, relação entre espaços públicos e privados, movimento de

terra e uso do subsolo, circulação viária, pólos geradores de tráfego e estacionamentos,

insolação, aeração, permeabilidade do solo e cobertura vegetal significativa, usos e

atividades, funcionamento das atividades incômodas e áreas “non aedificandi”.

Os usos e atividades deveriam ser classificados em residenciais e não residenciais

e estes em usos não incômodos, incômodos compatíveis com os usos residenciais e

incômodos incompatíveis com usos residenciais, obedecendo alguns instrumentos,

índices e variáveis tais como: impacto urbanístico - sobrecarga na capacidade de

suporte da infraestrutura instalada ou alteração negativa da paisagem urbana; poluição

sonora - geração de impacto sonoro no entorno próximo pelo uso de máquinas,

utensílios ruidosos, aparelhos sonoros ou similares, ou concentração de pessoas

ou animais em recinto fechado; poluição atmosférica - uso de combustíveis nos

processos de produção ou lançamento de material particulado inerte na atmosfera

acima do admissível; poluição hídrica-geração de efluentes líquidos incompatíveis ao

lançamento na rede hidrográfica ou sistema coletor de esgotos ou poluição do lençol

freático; poluição por resíduos sólidos - produção, manipulação ou estocagem de

resíduos sólidos com riscos potenciais para o ambiente e a saúde pública; vibração -

uso de máquinas ou equipamentos que produzam choque ou vibração sensível além

dos limites da propriedade; periculosidade - atividades que apresentam risco ao meio

ambiente e a saúde humana, em função da radiação emitida, da comercialização, uso

ou estocagem de materiais perigosos compreendendo explosivos, gás liquefeito de

petróleo GLP, infláveis e tóxicos, conforme normas que regulem o assunto; e geração

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de tráfego - pela operação ou atração de veículos pesados, como caminhões, ônibus

ou geração de tráfego intenso, em razão do porte do estabelecimento, da concentração

de pessoas e do número de vagas de estacionamento criadas.

A legislação de parcelamento do solo, por sua vez, deveria considerar algumas

características, como topografia, declividade e situação do terreno, ou seja, em áreas

de várzea, à meia encosta e em topo de morro, drenagem das águas pluviais, em

área inundável, “non aedificandi” ou necessária à recuperação ambiental do entorno

da Rede Hídrica Estrutural, e características do solo quanto à sua permeabilidade,

erodibilidade, nível do lençol freático e outros aspectos geotécnicos. E também,

deveriam ser observadas as condições atmosféricas, as correntes aéreas e a

formação de ilhas de calor, existência de vegetação arbórea significativa e áreas

de ocorrências físicas, paisagísticas, elementos isolados ou de paisagens naturais,

espaços construídos isolados ou padrões e porções de tecidos urbanos que mereçam

preservação por suas características, excepcionalidade ou qualidades ambientais.

Finalmente, tentando evitar que o plano fosse acusado de não reconhecer a cidade

real dos assentamentos populares e suas irregularidades foi prevista uma pequena

seção que tratou das diretrizes para regularização dos assentamentos precários,

conjuntos habitacionais, loteamentos e edificações.

O terceiro capítulo, do título III, como um verdadeiro Plano Cardápio (VILLAçA,

1999), trata do cumprimento do estabelecido pela Política Nacional de Meio Ambiente

e no Estatuto da Cidade, isto é, a inclusão e a definição dos seus instrumentos no

Plano Diretor (41 instrumentos), independentemente da sua implementação. Foram

estabelecidas algumas condições básicas para futuras aplicações: Disciplina do

parcelamento, uso e da ocupação do solo; Gestão orçamentária participativa; Planos

Regionais; Planos locais de bairro; Programas e projetos elaborados em nível local;

Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo;

Contribuição de melhoria; Incentivos e benefícios fiscais e financeiros; Desapropriação;

Servidão e limitações administrativas; Tombamento e inventários de imóveis, conjuntos

urbanos, sítios urbanos ou rurais, acompanhados da definição das áreas envoltórias de

proteção e instituição de zonas especiais de interesse social; Concessão urbanística;

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Concessão de direito real de uso; Concessão de uso especial para fim de moradia;

Parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; Consórcio imobiliário; Direito

de superfície; Usucapião especial de imóvel urbano; Direito de preempção; Outorga

onerosa do direito de construir e de alteração de uso; Transferência do direito de

construir; Operações urbanas consorciadas; Regularização fundiária; Assistência

técnica e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais menos favorecidos;

Referendo popular e plebiscito; Relatórios de Impacto Ambiental e de Impacto de

Vizinhança; Fundo de Desenvolvimento Urbano (FUNDURB); Negociação e acordo

de convivência; Licenciamento ambiental; Avaliação dos impactos ambientais;

Certificação ambiental; Termo de Compromisso Ambiental; Termo de Ajustamento de

Conduta; Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Plano de

Circulação Viária e Transporte; Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;

Incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de

tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; Criação de espaços

territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público Municipal, como áreas de

proteção ambiental e reservas ecológicas; Sistema Municipal de Informações sobre o

meio ambiente; Relatório de Qualidade do Meio Ambiente e Zoneamento Ambiental.

Diferentemente das disposições do capítulo anterior, pouca coisa foi aplicada até os dias

de hoje, mesmo porque, alguns desses instrumentos dependem de lei específica.

Individualmente ou em grupos por afinidades estes instrumentos foram conceituados

e listados (preempção, parques lineares, caminhos verdes, piscinões, centralidades,

CEU e AIU), mas, como não poderia deixar de ser, os instrumentos que alteravam

os coeficientes de aproveitamento básico e máximo (outorga onerosa do direito de

construir, transferência do direito de construir e operações urbanas) foram muito

detalhados com definições, quantificações e fórmulas de aplicação.

O título IV tratava da gestão democrática do sistema de planejamento e foi composto

em capítulos sobre gestão democrática do sistema de planejamento urbano, sistema

municipal de informações, processo de planejamento urbano municipal e participação

popular.

No processo de planejamento urbano municipal foi elencado o conjunto de mecanismos

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de regulamentação do PDE, sendo que pouco foi aplicado até os dias de hoje, como

código de posturas, lei para projetos de intervenção urbana, lei de zoneamento ambiental,

leis específicas para novas Operações Urbanas Consorciadas, Plano de Recuperação

das áreas Verdes e Fundos de Vales, regulamentação do parcelamento compulsórios

e das áreas usucapidas, regulamentação do Termo de Compromisso Ambiental e

regulamentação dos procedimentos para avaliação ambiental estratégica.

Foram implementados, total ou parcialmente, os aspectos técnicos das HIS e HMP, a

aplicação da outorga onerosa e a disciplina de uso e ocupação do solo, bem como,

os Planos Regionais, o Plano de Circulação Viária e de Transportes e o Plano de

Habitação, sendo que os dois últimos não foram transformados em lei.

Também alguns aspectos relativos à participação popular foram implementados,

principalmente em razão dos esforços dos movimentos populares de luta por moradia

e da própria Secretaria de Habitação da Prefeitura. Estes instrumentos consistiam

em Conferência Municipal de Desenvolvimento Urbano; Assembléias Regionais de

Política Urbana; Conselho Municipal de Política Urbana; Audiências Públicas; iniciativa

popular de projetos de lei, de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;

conselhos reconhecidos pelo Poder Executivo Municipal; assembléias e reuniões de

elaboração do Orçamento Municipal; programas e projetos com gestão popular, e

comissão de legislação participativa.

Com a troca de gestão em 2005, o comprometimento da Prefeitura com os movimentos

de luta por moradia arrefeceu e, conseqüentemente, a importância destes instrumentos

todos diminuiu, o que demonstra que a gestão do planejamento urbano pode ter rumos

diferentes conforme sua orientação política, mesmo que conte com instrumentos

urbanísticos semelhantes, o que não acontece com o tema parcelamento, uso e

ocupação do solo.

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3.3. PlanoS rEgionaiS EStratégiCoS DaS SubPrEfEituraS

(lEi 13.885/04 - PrE).

3.3.1. ConCEPção, DiSCuSSão E aProvação.

Provavelmente em razão do pouco tempo decorrido desde a sua promulgação, pouco

se escreveu sobre os Planos Diretores de São Paulo, especialmente sobre os Planos

Regionais Estratégicos das Subprefeituras, mas o processo de descentralização das

intervenções de agentes sociais e econômicos provocou a discussão da cidade nos

mais longínquos bairros.

Segundo Flávio Villaça os

“[...] contratempos (na aprovação da lei) constituíram, sem dúvida, uma

rica e variada experiência prática de planejamento, de participação

popular e de promoção de debates públicos, tanto por parte da

Prefeitura e do Poder Judiciário, como por parte da pequena parcela da

sociedade organizada que deles participou” [...] “se não considerarmos

a Guerra do Coeficiente Um (1), os Planos Regionais despertaram

muito mais interesse na população” (VILLAçA, 2005, pg. 24).

Nabil Bonduki, relator dos dois projetos de lei na Câmara de Vereadores acrescenta

que

“[...] um grande desafio é a descentralização do planejamento, que

se (concretizou e se) concretizará com a formulação dos Planos

Regionais, Planos de Bairros e Planos das ZEIS. Com ela, regiões que

nunca foram objeto de ordenação pública ou privada, em particular a

periferia, poderão ter seu desenvolvimento planejado, com a definição

de prioridades e com ganhos de qualidade de vida dos moradores”

(Bonduki, 2007, pg. 241).

Antes do processo de discussão e aprovação, foram montadas equipes de planejamento

nas subprefeituras e até contratados consultores, para elaborar juntamente com o

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representante da equipe da Secretaria do Planejamento, a proposta inicial para cada

Plano Regional.

O balizamento para a elaboração dos planos foi sendo construído ao longo do processo

o que resultou em problemas, como abordagens diferentes para as mesmas questões

e a manutenção do discurso do controle pela máquina burocrática da produção do

espaço construído.

3.3.2. EStruturação E ContEúDo.

Embora seja denominado de Planos Regionais Estratégicos, o projeto de lei

era composto de três partes bem distintas. A primeira consistiu em correções e

complementações do Plano Diretor Estratégico, a segunda especificamente os Planos

Regionais e a terceira a regulação do parcelamento, uso e ocupação do solo.

A primeira parte, composta por seis títulos, denominada “Normas Complementares

ao Plano Diretor Estratégico”, contém inicialmente um vasto glossário com mais de

cinqüenta itens.

Nos quatro primeiros capítulos do Título I, complementaram-se os conceitos, diretrizes

e componentes das redes estruturais hídrico-ambiental, viária, transportes coletivos e

centralidades, sem acrescentar qualquer tipo de aplicabilidade.

O Título II tratou dos elementos integradores acrescentando diretrizes e detalhes

sobre políticas sociais, espaços públicos, áreas verdes (de preservação integral,

de utilização sustentável ou de especial interesse) e função social da propriedade

(parcelamento, edificação e utilização compulsórios).

O Título III corrigiu aspectos gerais relativos às normas de uso e ocupação do solo

onde se destaca a mudança da denominação das Zonas Industriais em Reestruturação

(ZIR) para Zonas Predominantemente Industriais (ZPI) reparando um erro conceitual,

pois boa parte das áreas fabris em São Paulo permanecia com estabelecimentos em

atividade.

O Título IV tratou de complementar, detalhar e revisar as determinações sobre alguns

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instrumentos urbanísticos, como outorga onerosa e transferência do direito de construir,

áreas de intervenção urbanística (AIU) e seus planos urbanísticos específicos, bem

como, o Fundo Municipal de Urbanização (FUNDURB) e a concessão urbanística.

O Título V fez pequenas revisões no texto sobre gestão democrática. E, o Título VI

contemplou as competências das subprefeituras e dos conselhos de representantes,

que teria a atribuição de propor projetos estratégicos, planos de bairro e de ação

locais que abordem infraestrutura urbana, equipamentos e espaços públicos, controle

do tráfego, diretrizes viárias, mobilidade de pedestres e deficientes físicos, limpeza,

arborização, segurança, qualidade ambiental de áreas residenciais e moradores

de rua. Os conselhos de representantes até os dias de hoje ainda não foram

implementados.

O discurso continua repetindo contradições claras, por exemplo, com o incentivo aos

usos mistos ao mesmo tempo em que propõe o isolamento de bolsões residenciais.

A Parte II trata especificamente dos Planos Regionais Estratégicos (PRE) e contemplam

quase todas as grandes novidades propostas no Sistema de Planejamento Municipal,

por exemplo, os Planos Regionais Estratégicos para cada uma das trinta e uma

subprefeituras e as orientações para estes planos regionais segundo a divisão da

cidade em cinco grandes regiões (norte, sul leste, oeste e centro).

O Título I da Parte II estabelece a conceituação, a abrangência e a finalidade dos

Planos Regionais Estratégicos (PDE) das Subprefeituras afirmando que estes faziam

parte do Plano Diretor Estratégico (PDE).

O Título II da parte II definiu as políticas públicas regionais, seus princípios gerais com

ênfase ao desenvolvimento econômico, desenvolvimento urbano, desenvolvimento

ambiental e qualidade de vida. As orientações e, mais uma vez, os objetivos não

apresentaram relações diretas com o discurso dos princípios gerais, concentrando-

se em enormes listagens de intervenções na rede viária estrutural, de intervenções

urbanísticas (áreas de Intervenção Urbana, Projetos Especiais de Intervenção Urbana

e Operações Urbanas), de algumas raras propostas para o transporte público para

cada uma das cinco grandes regiões e um programa de desenvolvimento na região

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leste.

As listagens de intervenções na rede viária foram produzidas seguindo o processo

metodológico adotado na elaboração do PDE e dos PRE, solicitando aos órgãos

setoriais da Prefeitura que contribuíssem com as respectivas propostas. Estas

propostas foram levadas às audiências públicas e posteriormente incluídas no texto

do projeto de lei.

A ausência de orientações no que tange a transporte coletivo e a habitação social

decorreu do fato destes temas terem sido objeto de planos específicos.

Os instrumentos de intervenção urbanística consistiam na idéia de dar diretrizes ao

desenvolvimento urbano, mais uma vez, através da regulação da produção do espaço

construído, da densidade construtiva por meio de variáveis e índices urbanísticos.

Para a região norte foram formulados doze objetivos, oito intervenções viárias, alguns

instrumentos de intervenção urbanística e nenhum relativo a transporte público. Nas

intervenções urbanísticas destacaram-se as AIU do Rodoanel e dos parques lineares,

as OU Carandiru / Vila Maria e Diagonal Norte ao longo da linha ferroviária.

Para a região leste foram dezesseis objetivos, oito intervenções viárias e nenhuma em

relação ao transporte público. Quanto às intervenções urbanísticas foram incluídas as

OU Diagonal Sul ao longo da linha ferroviária, Rio Verde – Jacu Pêssego no extremo

da região e Amador Bueno, e também a AIU Celso Garcia que posteriormente tornar-

se-ia uma proposta de operação urbana.

Além disso, foram previstas ações estratégicas que reuniram algumas das grandes

demandas da população como: A ampliação da implementação do Parque do Carmo, a

criação de um campus da USP na região e do Projeto de Desenvolvimento Econômico

Leste (PRODEL).

O PRODEL foi uma continuidade de uma das poucas tentativas concretas de se fazer

planejamento urbano em São Paulo. No PD / 71 foi prevista para o PRODEL uma

espécie de pólo industrial, que na lei de Zoneamento foi tratado como Z7 – Zona

Exclusivamente Industrial – porém, nenhuma outra medida indutora foi tomada. Na

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gestão da Prefeita Luiza Erundina (1989-1992) o projeto foi ampliado para o que se

denominou Pólo de Desenvolvimento da Zona Leste, mas também não saiu do papel.

Na gestão do Prefeito Paulo Maluf (1993-1996) foi aberta a Avenida Jacu – Pêssego

que rasga a região leste de norte a sul, porém as duas ligações prioritárias (ao sul

ligando com os municípios do ABC e ao norte com Guarulhos) não foram executadas

na época. O projeto PRODEL foi novamente ampliado e retomado na gestão da

Prefeita Marta Suplicy (2001-2004), as obras foram reiniciadas ao mesmo tempo em

que estudos e medidas indutoras começaram a prosperar. Com a mudança de prefeito

o projeto foi novamente relegado a um segundo plano.

O pressuposto básico que está por trás destes esforços consiste na tentativa de inverter

a tendência de bairros dormitórios que persiste em toda a região leste a partir do

Tatuapé, por meio do incremento, do dinamismo econômico e da criação de empregos

na própria região.

O PRODEL previa Operação Urbana como mudanças nas variáveis e nos índices

urbanísticos, mas somente como mecanismos de implementação de políticas públicas

mais abrangentes, e não com a compreensão de que o planejamento se restrinja ao

zoneamento.

Para a região sul foram formulados cinco objetivos, sete diretrizes e intervenções

na rede viária estrutural. Quanto ao transporte coletivo foi dada ênfase ao que se

denominou AIU 23 de Maio, que previa um corredor de ônibus desde o centro da

cidade e alterações nas variáveis e nos índices urbanísticos ao longo do traçado.

Foram incluídas a OU água Espraiada (já então vigente), a AIU do Aeroporto de

Congonhas e de seu entorno e ainda a AIU Vila Andrade / Paraisópolis (a maior favela

da região).

Nos instrumentos urbanísticos de intervenção propriamente ditos não consta nada

relativo à proteção e recuperação dos mananciais.

Para a região oeste foram formulados onze objetivos, nenhuma diretriz, nada para

o transporte coletivo, três intervenções viárias e uma vasta coleção de propostas de

intervenção urbanísticas, pois nesta região existem grandes interesses do mercado

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imobiliário. Foram incluídas as Operações Urbanas água Branca e Faria Lima (já

vigentes na época), Diagonal Norte, Vila Leopoldina e Vila Sonia, a AIU Rodoanel

e outras AIU que tratariam dos conflitos entre o tráfego de veículos e os bairros

residenciais.

Para o a região central não existiram diretrizes e sim oito objetivos, três intervenções

viárias, nada a respeito de transporte coletivo e três instrumentos de intervenção

urbanística, a OU Centro (já vigente), o Programa de Reabilitação da área Central e o

projeto Monumenta com parceiros das outras esferas governamentais e financiamento

estrangeiro.

3.3.3. oS PlanoS rEgionaiS.

Foram elaborados trinta e um planos regionais estratégicos, um para cada subprefeitura:

Aricanduva; Butantã; Campo Limpo; Casa Verde / Cachoeirinha; Cidade Ademar;

Cidade Tiradentes; Ermelino Matarazzo; Freguesia / Brasilândia; Guaianases;

Ipiranga; Itaim Paulista; Itaquera; Jabaquara; Lapa; M. Boi Mirim; Mooca; Parelheiros;

Penha; Perus; Pinheiros; Pirituba; Santana / Tucuruvi; Santo Amaro; São Mateus; São

Miguel; Sé; Socorro; Tremembé / Jaçanã; Vila Maria / Vila Guilherme; Vila Mariana;

Vila Prudente / Sapopemba.

Cada Plano Regional Estratégico foi formado pelo texto do plano propriamente dito,

com cinco mapas e sete quadros que podiam ser desagregados em vários outros

quadros à medida que a especificidade exigia.

Os textos dos planos regionais estratégicos seguiram uma estruturação básica,

exposta a seguir:

Políticas Públicas Regionais (Objetivos da Política de Desenvolvimento Urbano •

e Ambiental da Região; para o Desenvolvimento Econômico e Social; para o

Desenvolvimento Humano e Qualidade de Vida; e para o Desenvolvimento Urbano

com Qualidade Ambiental;

Plano Urbanístico-Ambiental;•

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Elementos Estruturadores (Redes Estrutural Hídrica Ambienta; Viária Estrutural; •

Estrutural de Transporte Público; e Estrutural de Eixos e Pólos de Centralidade;

Elementos Integradores (Uso e Ocupação do Solo);•

Macrozonas (Proteção Ambiental; e Estruturação e Qualificação Urbana);•

Zonas de Uso (Exclusivamente Residenciais – ZER; Zonas Predominantemente •

Industriais – ZPI; Zona Mista – ZM; Zonas de Centralidade – ZC; e Zonas Especiais);

Instrumentos de Gestão Urbana Ambiental (Instrumentos Urbanísticos; Direito de •

Preempção; Outorga Onerosa do Direito de Construir; Transferência do Direito de

Construir; e áreas de Intervenções Urbanas).

Os mapas abordavam sempre cinco temas. O primeiro apresentava a Rede Hídrica

Estrutural, o segundo a Rede Viária Estrutural, o terceiro a Rede de Transporte

Coletivo, o quarto Uso do Solo que consistia no zoneamento funcional propriamente

dito e o quinto Desenvolvimento Urbano que localizava nos mapas os instrumentos de

política urbana e algumas diretrizes (Anexo mapas / PRE).

Os quadros tratavam de elementos que necessitavam de descrição, como parques

lineares ao longo da rede estrutural hídrica ambiental, a Rede Viária Estrutural, a

Rede Estrutural de Transporte Público, zonas e macroáreas, perímetros das AIU, áreas

sujeitas a direito de preempção, e finalmente as características de aproveitamento,

dimensionamento e ocupação de lotes que consistiam nas variáveis e nos índices

urbanísticos que juntamente com o mapa de uso do solo dão corpo ao zoneamento

funcional.

Destaca-se o grau de detalhamento e aplicabilidade entre os mapas e os quadros que

integram o zoneamento.

Como são muitas as subprefeituras, serão analisados três casos que podem ser

considerados representativos de interesses diferentes do mercado imobiliário e que

poderão ser comparados mais facilmente com a aplicação da legislação anterior.

O primeiro caso analisado foi o PRE da Subprefeitura de Pinheiros, no quadrante

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sudoeste da cidade, provavelmente a menina dos olhos do mercado imobiliário. Em

seguida, foi analisado o PRE de São Miguel Paulista, na região leste, predominantemente

residencial, antigo pólo industrial e onde começava o mercado imobiliário a agir mais

fortemente à época da elaboração do plano. E, por último foi analisado o PRE da

Subprefeitura de Campo Limpo ao sul do município, região vizinha a ocupações ás

margens da Represa de Guarapiranga, formada principalmente por loteamentos

irregulares que se tornaram bairros dormitórios para a população de baixa renda e,

com porções do território dentro das áreas de Proteção dos Mananciais.

Ressalta-se também, que no processo de escolha dos PRE, foram levadas em

consideração experiências profissionais e pessoais, como por exemplo, a participação

direta do autor na elaboração do Plano da Região Administrativa de São Miguel /

Ermelino Matarazzo na década de 1980.

a) PrE SP Pinheiros

O PRE SP Pinheiros, seguindo a estruturação já apresentada, teve início mais uma

vez, com um imenso conjunto de políticas, objetivos e diretrizes, a maioria destinada ao

poder público sem orientações para sua aplicação. Como a Subprefeitura de Pinheiros

engloba boa parte dos bairros de moradia da população mais rica da cidade, estes

textos apresentavam contradições em relação aos seus objetivos, pois ao mesmo

tempo que tenta ter um caráter social, inclui afirmações excludentes, tais como: limitar

o uso do solo, estimular bolsões residenciais fechados, requalificar ruas que foram de

comércio de luxo e controlar a instalação de atividades.

O Título II deste PRE, Plano Urbanístico e Ambiental, destinava-se a relacionar o

discurso do PDE com a regulação do uso do solo. Possuía uma parte introdutória que

tratava dos elementos estruturadores e integradores.

A Rede Hídrica Ambiental acrescida dos parques e dos caminhos verdes foram

descritos por meio do Mapa 1 e dos Quadros 1, 1A, 1B, 1C, tendo sido estabelecidas

genericamente metas de implantação até 2012. Também, estabelecia diretrizes para

áreas de risco geológico, para permeabilidade e ajardinamento dos lotes (Anexo

mapas e quadros / PRE).

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A Rede Viária Estrutural e Local descrita no Mapa 2 e no Quadro 3, além dos aspectos

gerais tratou de conflitos entre a preservação das ZER e das vias coletoras, bem como,

do transporte coletivo nas vias estruturais tipo N3. E, ainda descreve um conjunto de

ciclovias no Quadro 2C (Anexo mapas e quadros / PRE).

No que tange à Rede Estrutural de Transporte Público, a descrição está no Mapa

3 e no Quadro 3, e constava a exigência de audiências públicas e de Relatórios de

Impacto para a implantação de corredores de ônibus, reiterando a supremacia do

tema uso do solo sobre os demais interesses da população da cidade.

Quanto á Rede Estrutural de Eixos e Pólos de Centralidade descrita no Mapa 4,

por meio das zonas de centralidade, e nos Quadros 4D, 4E e 4F, foram explicitadas

algumas diretrizes no sentido de requalificar centralidades consolidadas, promover a

diversidade de usos, regular o uso do solo e promover a produção de HIS e HMP.

O Título III, muito mais detalhado, tratava prioritariamente da regulação da construção

de edificações e preservação de bairros residenciais da população de alta renda.

Tinha início, continuando o esforço de dar coerência organizacional, com a constatação

que todo o território da Subprefeitura de Pinheiros estava incluído na Macrozona de

Estruturação e Qualificação Urbana e que seriam adotados quatro tipos de zona de

uso ZER, ZM, ZC e ZPI, além das zonas especiais ZEPEC e ZEIS.

Dentro da macrozona eram encontradas as Macroáreas de Reestruturação e

Requalificação Urbana e a de Urbanização Consolidada (ver Mapa 5 / PRE SP

Pinheiros).

Para a Macroárea de Urbanização Consolidada, com exceção das áreas de operações

urbanas, foi previsto a regulação do adensamento, da verticalização, das atividades

geradoras de tráfego e da saturação viária, bem como, da preservação das áreas

estritamente residenciais e das áreas verdes.

Finalmente, o texto atinge o ponto que interessa mais diretamente a esta pesquisa,

o zoneamento. Nesta parte do PRE SP Pinheiros se concentrou a maior parte dos

instrumentos, das variáveis e dos índices urbanísticos e, portanto, tratava-se da parte

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mais detalhada e autoaplicável.

O texto consistiu, principalmente, em repetir as definições das zonas de uso (variável

urbanística territorial), e permitir a compreensão do Quadro 4 e do Mapa 4 onde

estavam delimitadas no território as zonas de uso.

É incorreto afirmar que o zoneamento se resume a este capítulo, pois as localizações

que interessam ao mercado imobiliário também dependem da largura das ruas, da

hierarquia viária, e dos níveis de incomodidade do uso também tratadas em outras

partes do plano (Anexo mapas e quadros / PRE).

Na abordagem das zonas estritamente residenciais, ZER 1, 2 e 3, que correspondem

às antigas Z1, partes das Z10, Z11, Z12, Z13, Z17 e Z18, é retomada a recorrente

incorreção de confundir densidade construtiva com densidade populacional. Esta

aparente confusão constituiu-se em um dos principais pilares do planejamento urbano

em São Paulo, pois permite afirmar que o controle da densidade populacional pode

ser feito por meio do controle da área construída.

Sobre os bairros jardins, denominado Mancha Verde Central Metropolitana pelo PRE,

foi reiterado que as restrições convencionais dos loteamentos têm supremacia sobre

a lei, desde que sejam mais restritivas com exceção do uso do solo, como já previa a

legislação anterior.

Logo a seguir, abordava um dos problemas políticos do planejamento urbano que

consiste no uso e ocupação do solo ao longo das vias de tráfego carregado quando

estas passavam dentro dos bairros jardins. Estas vias foram designadas nestes casos

como ZCL z I e II, e correspondiam aos antigos corredores CR 1 I e II, praticamente

repetindo o texto da legislação anterior atendendo aos interesses dos moradores

destes bairros, negando enxergar a realidade dos usos irregulares de estabelecimentos

comerciais e de prestação de serviços que ali se localizaram.

Continuando, tratou das Zonas Predominantemente Industriais (ZPI) acrescentando

que as determinações da Operação Urbana Consorciada água Espraiada tem

supremacia sobre as determinações do plano.

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As Zonas Mistas que foram desagregadas em ZM 1, 2, 3a e 3b, isto é, de baixa,

média e alta densidades, receberam valorações diferentes para variáveis e índices

urbanísticos estabelecidos no Quadro 4 e complementados em outros quadros.

Novamente atendendo ao interesse dos moradores dos bairros jardins de combater a

verticalização, as Zonas de Centralidade Polar (ZCP) que coincidiam com as maiores

densidades construtivas e com as zonas próximas a estações de transporte coletivo

de massa não foram incluídas no PRE SP Pinheiros. As Zonas de Centralidade Linear

(ZCL) que correspondem às áreas ao longo dos principais eixos viários, ao contrário,

foram previstas em todas as suas modalidades (Anexo mapas e quadros / PRE).

No que tange às Zonas Especiais de Preservação Cultural (ZEPEC), o PRE SP

Pinheiros equiparou os lotes de vilas a imóveis tombados e deu ênfase à transferência

de potencial construtivo como instrumento de preservação.

Na região onde reside a maioria da elite paulistana, no que se refere às Zonas

Especiais de Interesse Social (ZEIS), o enfoque diminuto e de forma excludente o PRE

SP Pinheiros previu as suas extinções, assim que o plano de urbanização estivesse

executado.

As Operações Urbanas (OU) e as áreas de Intervenção Urbana (AIU) que constaram

do Mapa 5 e do Quadro 5, bem como, a Outorga Onerosa do Direito de Construir foram

os únicos instrumentos lembrados como garantidores da função social da propriedade,

mesmo assim, com restrições para a Operação Urbana Santo Amaro. Houve uma

pequena confusão na ênfase que se deu ao Largo da Batata e das cercanias do

Shopping Center Iguatemi, abordando-os como se não fizessem parte da Operação

Urbana Consorciada Faria Lima.

Concluída a análise do texto do plano, a seguir o único quadro que aborda tanto

variáveis como índices urbanísticos, o Quadro 04.

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Quadro 04 do Livro XI, Anexo à Lei n0 13.885, de 25 de agosto de 2004. Características de Aproveitamento, Dimensionamento e Ocupação dos Lotes.Fonte: Plano Regional Estratégico da Subprefeitura de Pinheiros

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b) PrE SP São miguel

O PRE SP São Miguel, seguindo a estruturação já apresentada, tinha início com o

conjunto de objetivos, políticas e diretrizes, sendo a maioria destinada ao poder público

sem orientações para sua aplicação.

Nos objetivos do Capítulo I denominado Políticas de Desenvolvimento Urbano

e Ambiental do Título I - Políticas Públicas Regionais foram apresentadas duas

especificidades na região. A primeira é a preservação e recuperação do centro histórico,

muito caro aos moradores dos bairros mais próximos, e a segunda, a preocupação

com a paisagem urbana sem nenhuma aplicação com a aplicabilidade.

Nas diretrizes surge outro aspecto muito importante que consiste em criar ou melhorar

as ligações entre bairros da região com o restante da cidade e municípios vizinhos,

mostrando um dos graves problemas de parte da zona leste, um verdadeiro isolamento,

uma cidade à parte.

No Capítulo II denominado Desenvolvimento Econômico o plano propôs evitar a

desindustrialização que ocorria na região, bem como, atrair negócios, empresas e

empreendimentos, mas sem explicar como fazê-lo.

No Capítulo III denominado Desenvolvimento Humano e Qualidade de Vida, foram

lembradas questões básicas como participação popular, garantia de moradia e da

função social da propriedade, do saneamento e meio ambiente. Destaca-se um

discurso falso que consiste na recuperação das funções de planejamento urbano, o

que raramente aconteceu para a região e nunca apresentou resultados efetivos.

O Título II denominado Plano Urbanístico Ambiental repete a estrutura dos planos

regionais, iniciando, no Capítulo I, com os elementos estruturadores. Embora tendo

seguido o proposto no PDE, nos objetivos da Seção I (Rede Estrutural Hídrica

Ambiental), além dos parques lineares e do desassoreamento de córregos foram

incluídos assuntos de outros temas, como implantar ciclovias, complementar rede

viária, urbanizar favelas, combate a enchentes, coleta e tratamento de esgotos.

Na seção II denominado Rede Viária Estrutural e Coletora foi acrescida a proposta

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dos três anéis viários ao redor do Centro de São Miguel e faixas “non aedificandi”.

Já na Seção III, Transporte Público e Seção IV, Eixos e Pólos, foram acrescidos

respectivamente a questão da estação da CPTM (Companhia Paulista de Trens

Metropolitanos) e da dinamização das centralidades e ruas comerciais. No Capítulo

II, Elementos Integradores, foram relacionados o centro histórico e os espaços

públicos.

O conteúdo do Título III denominado Uso e Ocupação do Solo, continuou sendo o

mais detalhado. Em seu Capítulo I, Macrozonas, foi confirmada a Macrozona de

Proteção Ambiental incluíndo o Parque Ecológico e acrescidas a Zona de Proteção e

Desenvolvimento Sustentável (ZPDS), e a Macrozona de Estruturação e Qualificação

prevista no PDE.

No Capítulo II, Zoneamento, foram descriminadas as zonas de uso previstas para

a região ZPDS, ZPI, ZM 1 e 2 (a grande maioria do território), ZEPAM, ZEPEC com

ênfase para a preservação do patrimônio histórico e da transferência de potencial

construtivo e ZEIS 1 e 2.

No capítulo III, Gestão, foram abordadas a necessidade de equipamentos públicos

e a aplicação dos instrumentos de garantia da função social da propriedade. Foram

citadas também, as AIU Cabeceira Sul e Centro e as Operações Urbanas, em especial

a Operação Urbana Rio Verde / Jacu.

Os mapas repetem o método adotado e acrescentaram muito pouco ao previsto

no PDE, mas como não poderia deixar de ser, o Mapa 4 – Uso do Solo, apesar

de contar com menos variáveis urbanísticas que o de Pinheiros, continuou sendo

o mais detalhado. O mesmo ocorre com os quadros: Quadro 01 - Rede Hídrica –

Ambiental, descrevendo quatro caminhos verdes e parque linear; Quadro 02 - Rede

Viária Estrutural, descrevendo as vias estruturais e obras necessárias; Quadro 03

- Transporte Público, apontando terminal intermodal, estações de transferência,

corredores de ônibus e logradouros do programa Via Livre; Quadro 4 - Características

de Aproveitamento, Dimensionamento e Ocupação dos Lotes, com as variáveis e os

índices urbanísticos principais para cada zona de uso; Quadro 04 A - Perímetros das

Zonas; Quadro 04 B - Perímetros das Zonas de Uso Especiais ZEPEC, ZEPAM e

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ZPDS; outro Quadro 4 B - Perímetro das ZEIS e Quadro 5 A - Perímetros das AIU.

Concluída a análise do texto do plano, a seguir o único quadro que aborda tanto

variáveis como índices urbanísticos, o Quadro 4.

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Quadro 04 do Livro XXIII, Anexo à Lei n0 13.885, de 25 de agosto de 2004. Características de Aproveitamento, Dimensionamento e Ocupação dos Lotes.Fonte: Plano Regional Estratégico da Subprefeitura de São Miguel.

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c) PrE SP Campo limpo

Mais uma vez, seguindo a estruturação já apresentada, o PRE SP Campo Limpo teve

início com o conjunto de objetivos, políticas e diretrizes, sendo a maioria destinada ao

poder público sem orientações para sua aplicação.

No Capítulo I, Objetivos e Diretrizes de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, do Título

I, Políticas Públicas Regionais, além dos objetivos e diretrizes que se repetem em muitos

planos regionais, destacaram-se algumas especificidades, como desenvolvimento

sustentável, arborização, urbanização, coleta de lixo e a questão das ligações com o

restante da aglomeração urbana.

O Capítulo II, Desenvolvimento Econômico e Social, falava em atividades econômicas

sustentáveis, centralidades, um pólo tecnológico aleatoriamente incluído, e para ser

coerente com os problemas da região, sistema viário estrutural, transporte coletivo e

acessibilidade.

Já o Capítulo III, Desenvolvimento Urbano e Qualidade de Vida, o plano abordava

questões mais ligadas ao Estatuto da Cidade, como regularização fundiária,

infraestrutura urbana, moradias em áreas de risco, degradação ambiental, urbanização

de favelas e déficit habitacional.

Na Seção I Rede Hídrica Ambiental, do capítulo I Elementos Estruturadores, do Título

II Plano Urbanístico Ambiental, foram tratados alguns temas caros à região, como

áreas verdes, lazer, enchentes, córregos e drenagem superficial. Foram também

propostos dois parques, um parque linear, oito caminhos verdes, seis piscinões, uma

ciclovia e finalmente foi ressuscitada a idéia de horta comunitária na faixa da linha de

alta tensão da Eletropaulo.

Na Seção II, Rede Viária Estrutural, foram repetidas as propostas do PDE e acrescidas

complementações como a continuidade de quatro vias, duas transposições, nove

melhorias, oito alargamentos, quatro novas vias e a designação de seis novas vias

coletoras, demonstrando que modelos adotados em bairros mais consolidados não

são suficientes para as necessidades da periferia.

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Na Seção III, Transporte Coletivo, em função da região ser dotada de uma linha

do Metrô desarticulada do restante da rede e a região ser localizada nos limites do

município, foram destacadas questões referente a integração trem / metrô / ônibus,

terminais de ônibus e linhas interurbanas.

Na Seção IV, Eixos e Centralidades, foram propostas oito centralidades lineares e

quinze polares e destacadas propostas de incentivo à atividade econômica local, à

necessidade de espaços públicos e de mini-terminais de ônibus.

O Capítulo II, Elementos Integradores, sinteticamente, foram propostos cinco

equipamentos públicos.

O Capítulo III, Uso e Ocupação do Solo, previa que a região estava localizada em

parte na Macrozona de Proteção Ambiental e parte na Macrozona Estruturação e

Qualificação Urbana. Na Macrozona de Proteção Ambiental localizaram-se as

Macroáreas de Conservação e Recuperação tratando de áreas impróprias para a

ocupação urbana. A Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana continha,

Macroáreas de Urbanização Consolidada, Reestruturação e Requalificação, e

Urbanização e Qualificação.

Na Seção I Zoneamento, deste mesmo capítulo, foram abordadas as ZER 1 e 3.

Na Seção II foram tratadas as Zonas Mistas (ZM), previstas uma ZMp, duas ZM2 e

quatro ZM3a e definidos objetivos específicos, como requalificação, complementação

da infraestrutura, reurbanização, remembramento, verticalização, espaços públicos,

acessibilidade e mobilidade (Anexo Quadro 04, e Mapa 04).

A Seção III abordou as Zonas de Centralidades (ZC) onde foram propostas oito ZCPp,

quatro ZCLp, oito ZCP tanto tipo a como tipo b e duas ZCL (Anexo Quadro 04 e Mapa

04).

Na Seção IV, Zonas Especiais Subseção I, foram descritas as ZEIS e foi novamente

estabelecida uma grande quantidade de diretrizes, muitas inaplicáveis. Na Subseção

II foram descritas duas ZEPAM.

No Capítulo III, Instrumentos de Gestão Urbana, foram contemplados direito

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de preempção; edificação, utilização e parcelamento compulsórios de imóveis

desocupados ou subutilizados; outorga onerosa e transferência do direito de construir,

inclusive nos casos de preservação ambiental. Ainda neste capítulo foram estabelecidas

as relações de transformação das antigas Z3 e Z4 localizadas na Macrozona de

Proteção Ambiental e definidas quatro AIU, duas operações urbanas e um pólo de

desenvolvimento econômico sem deixar claro o que se pretendia implantar.

O Mapa 04, Uso do Solo, apresentou algumas questões interessantes, como o fato

de mais da metade da Macrozona de Proteção Ambiental ser ocupada por uma zona

mista denominada Zona Mista de Preservação (ZMp). Também foram definidas muitas

ZEIS 1 e 2 e algumas ZCPp e ZEP. Fora da Macrozona de Proteção Ambiental foram

definidas uma ZCPa ao longo da Avenida Giovanni Gronchi, a ZEIS da região de

Paraisópolis, a ZER 1 do Morumbi e uma ZM 2 entre o Bairro do Morumbi e a Avenida

Marginal do Rio Pinheiros. O restante do território da subprefeitura ficou gravado como

ZM 3a, o equivalente da ZMp na Macrozona de Preservação Ambiental.

O Quadro 04 foi dividido em duas partes, uma para a Macrozona de Proteção Ambiental

com oito ZCPp, quatro ZCLp e uma ZMp, e outra para a Macrozona de Estruturação e

Qualificação Urbana com uma ZER 1, uma ZER 3, duas ZM 2, quatro ZM 3, oito ZCP,

duas ZCLa 2 e duas ZEPAM.

Concluída a análise do texto do plano, a seguir o único quadro que aborda tanto

variáveis como índices urbanísticos, o Quadro 4.

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Quadro 04 do Livro XVII, Anexo à Lei n0 13.885, de 25 de agosto de 2004. Características de Aproveitamento, Dimensionamento e Ocupação dos Lotes.Fonte: Plano Regional Estratégico da Subprefeitura de Campo Limpo.

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120

3.3.4. o ZonEamEnto.

A Parte III da lei dos Planos Regionais Estratégicos, Disciplina de Parcelamento, Uso e

Ocupação do Solo, encerra alguns aspectos muito interessantes, tais como: abandonar

totalmente a divisão do município em subprefeituras, ser totalmente aplicável e tratar

exclusivamente do que se convencionou denominar zoneamento funcional, possuindo

objetivos específicos, conceituação e estratégias de controle urbanístico.

Os objetivos descritos no Capítulo I, do Título I, esqueceram a questão da função

social da propriedade, elegendo a garantia da localização adequada das atividades e

funções urbanas, como o valor máximo a ser atingido.

No Capítulo II são definidos grupos de instrumentos, variáveis e índices que serão

utilizados na regulação do parcelamento, uso e ocupação do solo, como densidade

construtiva, hierarquia viária, implantação no lote, categorias de uso e características

físico-ambientais.

No Capítulo III, Estratégia de Controle, são especificados as variáveis e índices

urbanísticos que seriam utilizados na regulação da produção do espaço construído.

As densidades construtivas seriam controladas pelo estabelecimento de coeficientes

de aproveitamento (mínimo, básico e máximo), a altura das edificações poderia ter

limitações fixadas, a implantação dos edifícios deveria obedecer a taxas de ocupação

e recuos mínimos das divisas e regramento das condições dos subsolos. E, para

o nível do pavimento térreo, os empreendimentos com significativa geração de

tráfego de veículos e não de transporte coletivo deveriam obedecer diretrizes viárias

específicas, a permeabilidade do solo seria garantida por suposta área permeável, os

edifícios deveriam prever um número mínimo de vagas de estacionamento em função

da atividade e da área construída e finalmente usos permitidos ou não.

Enfim, tudo semelhante à legislação anterior permanecendo o mesmo modo de pensar

a cidade, somente alterando-se alguns valores e determinações das variáveis e dos

índices urbanísticos.

No Capítulo I, do Título II, foram abordadas as zonas de uso e as principais variáveis

urbanísticas do zoneamento, delimitando as partes do território e tornando possíveis

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as diferenças de tratamento de índices e outras variáveis de regramento da produção

do espaço construído pelo setor privado.

Neste capítulo, retomaram-se as duas macrozonas definidas no PDE, Macrozonas

de Proteção Ambiental e de Estruturação e Qualificação, e definiram-se as Zonas

Especiais de preservação Ambiental (ZEPAM), de Preservação Cultural (ZEPEC), de

Produção Agrícola e Extração Mineral (ZEPAG), de Interesse Social (ZEIS que já tinha

sido abordada no PDE), de Preservação (ZEP) e de Ocupação Especial (ZOE). Estas

foram sobrepostas às zonas de uso, com o objetivo de tratar problemas localizados.

As macrozonas foram subdivididas no PDE em macroáreas para que houvesse uma

compatibilização entre os objetivos e a territorialidade. Na Macrozona de Proteção

Ambiental foram previstas três macroáreas (Proteção Integral, Uso Sustentável,

Conservação e Recuperação) e sete tipos específicos de zona de uso (ZMp - Zona Mista

de Proteção Ambiental, ZPDS - Zona de Proteção e Desenvolvimento Sustentável,

ZLT - Zona de Lazer e Turismo, ZERp - Zona Exclusivamente Residencial de Proteção

Ambiental, ZEP - Zona Especial de Preservação, ZCPp - Zona de Centralidade Polar

de Preservação Ambiental, ZCLp - Zona de Centralidade Linear de Preservação

Ambiental). Para cada uma destas zonas foram elencadas atividades permitidas,

instrumentos e índices urbanísticos próprios.

A Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana foi subdividida em quatro

macroáreas (Reestruturação e Requalificação Urbana, Urbanização Consolidada,

Urbanização em Consolidação, Urbanização e Qualificação) e as zonas de uso foram

desagregadas em quinze, cada uma com seus coeficientes de aproveitamento mínimo,

básico e máximo, bem como, limites máximos de altura das edificações (gabaritos)

e número máximo de habitações por lote. Destas zonas três eram exclusivamente

residenciais (ZER).

É interessante notar que se repete aqui o raciocínio constante na legislação anterior

de preservação de condições de habitabilidade das zonas estritamente residenciais,

isto é, a ZER 1 repete as Z1 e as outras duas ZER tem variáveis e índices urbanísticos

iguais as zonas de baixa densidade do zoneamento anterior.

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122

Para as ZPI foram estabelecidos CA mínimo 0,20, CA básico 1,0 e CA máximo de

1,5, repetindo o que fora estabelecido para a antiga Z6, zona predominantemente

industrial.

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123

CAPÍTULO 4COMPARAçÕES E CONCLUSÕES

4.1. inStrumEntoS urbaníStiCoS.

O PDE tinha como principal função exercer o papel definido tanto na Constituição

Federal de 1988 como no Estatuto da Cidade, isto é, de ser instrumento básico da

política de desenvolvimento e expansão urbana e da função social da propriedade.

Ressalta-se que o novo plano diretor cumpriu sua incumbência, mas de forma desigual

e desequilibrada.

Instrumentos como Outorga Onerosa do Direito de Construir, Transferência do Direito

de Construir, RIMA, RIVI, ZEIS, Disciplina de Parcelamento e Uso e Ocupação do Solo

foram regulamentados e podem ser considerados autoa-plicáveis. Não por acaso, estes

instrumentos foram objeto de forte pressão política exercida pelo mercado imobiliário,

por associações de moradores dos bairros de elite, pelos movimentos sociais de luta

por moradia e por técnicos da administração pública.

Os demais instrumentos de política urbana e ambiental, inclusive em razão de

exigências legais, dependiam da aprovação de lei específica e de regulamentação.

Mecanismos jurídicos e urbanísticos como Direito de Preempção, Fundo de

Desenvolvimento Urbano, Concessão Urbanística, Consórcio Imobiliário, Direito de

Superfície e principalmente Concessão do Direito de Uso foram deixadas para ser

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124

regulamentadas posteriormente ou tratados sem o mesmo grau de aprofundamento

e detalhamento.

O PDDI / 71 já possuía alguns temas que trinta anos depois constaram do Estatuto da

Cidade direta ou indiretamente, como desenvolvimento econômico, descentralização,

metas administrativas, disciplina do parcelamento, uso e ocupação do solo e

zoneamento.

4.2. varávEiS E ínDiCES urbaníStiCoS.

Neste item serão comparados as variáveis e os índices urbanísticos utilizados pela lei

de zoneamento de 1972 incluindo alterações e acréscimos, com os adotados pelos

planos diretores de 2002 e 2004, bem como, suas regulamentações. Principalmente,

serão comparados de que forma estas variáveis e índices urbanísticos foram escolhidos

e utilizados.

Embora, somente tenham sentido se aplicadas integradamente, as variáveis e os

índices urbanísticos, nesta tese, foram desagregados em uso do solo, ocupação do

solo e parcelamento do solo visando facilitar a compreensão e as comparações.

4.2.1. variávEiS urbaníStiCaS DE uSo Do Solo.

Para o caso do uso do solo não foram observados índices urbanísticos, mas somente

variáveis divididas em três tipos: zonas de uso; categorias de uso e suas subdivisões;

e conformidade do uso.

a) Zonas de uso

A lei de zoneamento de 1972 inicialmente possuía oito tipos de zonas de uso e chegou

a dezenove, mas na prática eram mais de vinte, pois as Z8 possuíam cinco divisões e

um número imenso de subdivisões (GIAQUINTO, 1995).

As Z1 (estritamente residencial / densidade demográfica baixa), cerca de 5% da área

urbana do território do município, eram as zonas que se resumiam basicamente aos

bairros-jardim destinados à elite paulistana e localizados no quadrante sudoeste da

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125

cidade, salvo raríssimas exceções.

As Z2 (predominantemente residencial / densidade demográfica baixa), sendo a grande

maioria da área urbana do território do município, inicialmente não eram destinadas à

verticalização, mas devido à imposição dos agentes do mercado imobiliário teve seu

coeficiente de aproveitamento máximo aumentado de 1,0 para 2,0, no que se refere a

edifícios de apartamentos em determinadas circunstâncias, restringindo o comércio e

serviços ao atendimento local.

As Z3 (predominantemente residencial / densidade demográfica média) consistiam

juntamente com algumas Z4, nos centros das unidades territoriais (UTN) do PDDI/71,

uma espécie de unidade de vizinhança, onde era prevista alguma verticalização, bem

como, comércios e serviços que não os locais.

As Z4 (uso misto / densidade demográfica média – alta) eram zonas de muita

verticalização tanto para apartamentos como para serviços, mas com a densidade

construtiva menor que a prevista para as Z5. As Z4 estavam localizadas principalmente

no quadrante sudoeste.

As Z5 (uso misto / densidade demográfica alta) eram as zonas com maior verticalização

permitida e se localizavam somente no centro da cidade e ao longo da Avenida

Paulista.

As Z6 (predominantemente industrial) consistiam em zonas onde predominava a

localização de fábricas, embora outros usos fossem tolerados. Cobriam quase todo o

parque industrial paulistano.

As Z7 (predominantemente industrial com características especiais) eram somente

duas, a primeira na zona leste e outra em Pirituba, sendo na prática, exclusivamente

destinadas a plantas fabris e a depósitos. Pretendia-se implantar distritos industriais,

instrumento indutor de planejamento urbano muito empregado à época por todo o

país, porém, continuam quase que totalmente desocupadas até hoje.

As zonas de uso Z8, inicialmente, eram regiões da cidade onde deveriam ocorrer

projetos especiais, posteriormente foram divididas em outros cinco tipos e suas

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subdivisões, sendo:

“Z8 001 (todas com final menor que 100) – zonas de uso com

características específicas;

Z8 100 – zona rural com cinco subdivisões (de 1 a 5) das mais

permissivas e próximas à mancha urbana até as mais preservadas ou

destinadas à agricultura;

Z8 200 – imóveis e áreas preservadas;

Z8 AV – áreas verdes, livres, clubes e estádios esportivos (AV 8 e AV

9);

Z8 CR – corredores de uso especial.”

As Z8 CR merecem uma atenção especial, pois representavam uma tentativa de

adaptação do zoneamento de São Paulo à realidade existente. O uso intenso do

automóvel fazia com que muitos estabelecimentos comerciais e de prestação de

serviços se localizassem ao longo das principais vias. Por vezes, estes corredores

passaram a servir como faixa de transição entre as Z1 e as demais zonas, desde que

seus limites ocorressem ao longo de uma via importante.

Os Z8 CR1 – I e Z8 CR1 – II eram os corredores predominantemente residenciais

que contornavam ou atravessavam as Z1, com alguns poucos estabelecimentos de

serviços permitidos, sendo que a diferença entre eles consistia no fato do Z8 CR1 – II

ser mais restritivo.

Os demais corredores especiais, em geral, cumpriam os objetivos da proposta inicial,

isto é, eram mais permissivos do que as zonas que o cercavam.

As Z9 (estritamente residencial / densidade baixa), bastante raras, consistiam em

loteamentos predominantemente residenciais, onde eram tolerados alguns pequenos

estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, sem as exigências dos

padrões de urbanização de bairros jardins de uma Z1.

As Z10 (estritamente residencial / densidade demográfica média), as Z11

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(predominantemente residencial / densidade demográfica baixa) e as Z12

(predominantemente residencial / densidade demográfica média) eram variações da

Z2 e da Z3, adicionadas mais restrições à implantação de estabelecimentos comercias

e de serviços, evitando usos incômodos próximos aos investimentos, garantindo um

estoque de terras e uma valorização maior para o mercado imobiliário de prédios de

apartamentos.

As Z13 (predominantemente residencial / densidade demográfica baixa) surgiram em

bairros cuja estrutura fundiária era muito fragmentada e, portanto, foram previstos

incentivos de aumento de coeficiente de aproveitamento aos empreendimentos

residenciais verticalizados que remembrassem lotes.

As Z14 (predominantemente residencial / densidade demográfica baixa), as Z15

(estritamente residencial / densidade demográfica baixa) e as Z16 (uso coletivo e lazer)

consistiram em tentativas inúteis de enfrentar os problemas das áreas de proteção

dos mananciais, em especial ao sul do município.

As zonas de uso Z17 e Z18 consistiam em mais casos interessantes na histórica disputa

entre os moradores dos bairros jardins e a produção de edifícios de apartamentos.

Como os corredores especiais não se demonstraram satisfatórios para promover o

distanciamento da verticalização em relação às Z1, foram criadas mais duas zonas

de transição, onde somente eram permitidos edifícios com até 25,00m de altura. As

Z17 (predominantemente residencial / permitidos comércio e serviços de âmbito local)

localizavam-se entre as Z1 e as Z2, sendo muito restritiva para comércio e serviços.

Já as Z18 (predominantemente residencial / permitidos comércio e serviços de âmbito

local e diversificados) localizavam-se entre as Z1 e outras zonas de uso que não a Z2

e eram menos restritivas para comércio e serviços.

As Z19 (uso misto com predominância de comércio e serviços, antiga Zona Metrô

Leste), surgiram da necessidade de se dar uma destinação às áreas desapropriadas

e não utilizadas na construção da Linha Leste – Oeste do Metrô, principalmente na

região do Brás.

Os planos de 2002 e 2004 também incorreram no mesmo tipo de complexidade e

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obscuridade, o que contribuiu para que se tornasse cada vez mais parecido com

a legislação anterior. Seguindo uma das suas diretrizes que era o incentivo ao uso

misto, o PDE e os PRE possuíam somente três tipos de zona de uso e quatro zonas

especiais: Zona Exclusivamente Residencial (ZER), Zona Mista (ZM), Zona Industrial

em Reestruturação posteriormente denominadas Predominantemente Industrial (ZPI),

Zona Especial de Preservação Ambiental (ZEPAM), Zona Especial de Preservação

Cultural (ZEPEC), Zona Especial de Produção Agrícola e Extração Mineral (ZEPAG) e

Zona Especial de Interesse Social (ZEIS).

Esta tentativa de regular a totalidade do território da cidade esbarrou em uma dificuldade

previsível, que já tinha sido observada na legislação anterior, ou seja, a necessidade de

criar um número enorme de zonas de uso visando abarcar a diversidade do mercado

imobiliário.

As ZER foram compostas, principalmente, pela Z1 e partes das Z2, Z9, Z10, Z11, Z12,

Z13, Z17 e Z18. As ZPI foram definidas a partir das Z6 e Z7. E, corroborando com a

confirmação da hipótese deste trabalho, as ZM, zona de uso que ocupou a maior parte

do território da Macrozona de Estruturação e Qualificação, teve seus coeficientes de

aproveitamento básico e máximo variando de forma muito semelhante ao zoneamento

anterior, assim como a Z2.

As zonas mistas foram divididas em quatro tipos. As ZM 1 (baixa densidade) possuem

CA básico e CA máximo iguais a 1,0, limitação de altura das edificações variando

entre 9,00m e 15,00m, e geralmente estão localizadas nas proximidades de ZER.

As ZM 2 (média densidade) possuem CA básico igual a 1,0, CA máximo igual 2,0

e limitação de altura de 25,00m. As ZM 3a (alta densidade) tem CA básico igual a

1,0, CA máximo igual a 2,5 e não possui limitação de altura. Por fim as ZM 3b (alta

densidade) possuem CA básico igual a 2,0 e CA máximo igual a 2,5, e também não

possuem limitação de altura.

Na prática a diferença entre o CA básico e CA máximo pode ser utilizada por meio

da outorga onerosa do direito de construir, isto é, a aquisição do direito adicional de

construir.

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As zonas de centralidade polar (ZCP) subdividas em a ou b, são áreas da cidade

onde se pretende incrementar o adensamento e, para tanto, possuem coeficientes de

aproveitamento básico e máximos mais altos. Estas zonas estão localizadas na área

central da cidade até a Avenida Paulista, em áreas já adensadas, centros de bairro

e nas proximidades de equipamentos de transporte de massa como as estações do

Metrô. As ZCP guardam grandes semelhanças com as Z5 e Z4. Em relação aos próprios

PDE e PRE, a maior diferença entre uma ZCP e uma ZM 3 consiste na possibilidade

de implantação de comércio e serviços na ZCP. Como os planos regionais usaram

certos conceitos de forma diferente, ocorreram alguns absurdos como, por exemplo,

ao longo da Avenida Paulista do lado da Subprefeitura de Pinheiros os imóveis estavam

em uma ZM 3b e do outro lado numa ZCP.

No território da Subprefeitura de Pinheiros não são observadas ZCP. Já em São Miguel

as ZCP aparecem no centro do bairro e ao logo de vias muito importantes. As ZCP,

neste local, criaram uma contradição ao oferecer índices urbanísticos altos e gratuitos,

ao mesmo tempo que previa uma Operação Urbana Consorciada Rio Verde – Jacu,

onde poderia ser adquiridos potencial adicional construtivo.

No caso da Subprefeitura de Campo Limpo duas ZCP puderam ser constatadas, uma

no centro de Campo Limpo e outra, ao longo do final da Avenida Presidente Giovanni

Gronchi, nas proximidades da estação intermodal do Metrô. Ao longo desta avenida

existem vários estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços de apoio as

residências da região do Morumbi, uma imensa ZER 1.

Quanto ao que se refere às zonas de centralidade linear (ZCL), estas exerceram o

mesmo papel dos corredores de uso especial da legislação anterior. Em especial as

ZCLz - I e II são tratadas de forma idêntica às Z8 CR1-I e II, isto é, corredores que

margeiam ou passam por uma ZER ou uma Z1 antiga.

Além de repetir o modelo de planejamento, a maior parte da disciplina de uso e

ocupação do solo dos novos planos diretores continuou sendo elaborada visando os

bairros das classes alta e média. No território da Subprefeitura de Pinheiros foram

encontrados todos os tipos de zonas de centralidade linear, enquanto que em Campo

Limpo só existem duas ZCL nos limites de uma ZER, e em São Miguel não foi observada

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nenhuma zona de centralidade linear.

As ZPI seguem os mesmos padrões e localizações das antigas Z6, ambas

predominantemente industriais. O que ocorreu foi a diminuição da incidência deste tipo

de zona de uso no território do município, as Z7 desapareceram, tendo seu território

se tornado ZPI ou parte da Operação Urbana Consorciada Rio Verde - Jacu.

É importante ressaltar ainda, que após muita discussão com os agentes do mercado

imobiliário, foram criados mecanismos de transição de uma lei para outra, suavizando

temporariamente a redução dos coeficientes de aproveitamento básico e máximo,

anteriormente gratuitos. Nos primeiros anos houve uma redução parcial destes

coeficientes de aproveitamento que manteria até a revisão dos planos, prevista

inicialmente para 2006. Nas ZM, para prédios de apartamentos, poderia ser atingido

CA básico igual a 2,0, repetindo exatamente o que acontecia nas antigas Z2 e suas

desagregações posteriores. Na atual proposta de revisão do plano, este mecanismo

se tornará perene, equiparando definitivamente a legislação atual à anterior em mais

da metade do território urbanizado do município. O que confirma a hipótese desta

pesquisa.

Existe uma grande semelhança entre os modelos urbanísticos do zoneamento

anterior (GIAQUINTO, 1995) e dos planos vigentes. Observando mais atentamente

estas informações, pode-se afirmar que apesar de todo o discurso técnico, manteve-

se a forma de ver o planejamento urbano somente para proteger ainda mais os

bairros residenciais destinados a população de alta renda, reduzir os coeficientes

de aproveitamento máximo e altura das edificações em algumas zonas geralmente

próximas a uma ZER, embora tenham sido introduzidos avanços como a outorga

onerosa do direito de construir adicional e a delimitação das ZEIS.

Uma crítica que deve sempre ser lembrada consiste na insistência em relação à “crença”

que por meio do controle da densidade construtiva (Coeficiente de Aproveitamento)

poderão ser enfrentados os problemas da cidade. Também, existe aí, outra contradição

entre o discurso de se evitar que a cidade se expanda indefinidamente e a utilização

de instrumentos, variáveis e índices urbanísticos contrários à verticalização.

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As zonas de uso especiais criadas foram a Zona Especial de Preservação Ambiental

– ZEPAM, a Zona Especial de Preservação Cultural – ZEPEC, muito semelhante à

antiga Z8-200, as Zonas Especiais de Produção Agrícola e Extração Mineral – ZEPAG,

como uma espécie de zona rural, e as Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS,

esta sim uma novidade dos planos.

Já nas Macrozonas de Proteção Ambiental, as zonas de uso com denominações

semelhantes à outra, representam uma tentativa já antiga de regular as ocupações

clandestinas nas áreas de proteção de mananciais e outras antigas zonas rurais por

meio das Z 8, 14, 15 e 16 ou das atuais ZERp, ZMp, ZCPp, ZLT, ZPDS e ZEP, ao

mesmo tempo repetindo a lógica do mercado imobiliário formal e dos bairros nobres

nestas partes da cidade, somente alterando as variáveis e índices urbanísticos e

definindo usos permitidos.

A insistência na repetição do modelo de planejamento adotado há muitos anos em bairros

onde quase todas as edificações são irregulares ou com irregularidades é inacreditável.

Ressalta-se que, segundo dados da Secretaria Municipal de Desburocratização, mais

de oitenta por cento dos estabelecimentos não tem licença de funcionamento ou estão

com estas autorizações desatualizadas. Situação semelhante pode ser observada

em relação à regularidade das edificações, e este quadro não é tão grave como o

observado nos loteamentos clandestinos nas áreas de proteção de mananciais, onde

estes números beiram a totalidade.

Conforme observado, tanto o Plano Diretor Estratégico como os Planos Regionais

Estratégicos em relação às zonas de uso, seguiram quase que totalmente os modelos

vigentes desde o PDDI / 71, ressaltando-se que a grande novidade consistiu na criação

e territorialização das ZEIS, embora a efetivação de seus resultados não tenha sido

objeto dos planos vigentes. E, se por um lado não houve resultados práticos, por

outro, a espacialização de locais garantiu direitos da população carente, direitos estes

previstos na Constituição Federal e no Estatuto da Cidade.

b) Categorias de uso do solo

Esta variável urbanística consistiu na tentativa inglória e totalizante de subdividir as

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atividades exercidas nos imóveis em grupos, cuja instalação seja permitida ou não

nas diversas zonas de uso.

Estas categorias de uso são divididas, uma ou mais vezes, em subcategorias e estas

procuraram enquadrar todas as atividades que podem ser observadas no território

da cidade. Obviamente, esta forma de lista sempre será incompleta, o que implica

que alguma instância do setor público analise os enquadramentos não previstos no

texto legal. Hoje esta função cabe à Câmara Normativa de Legislação Urbanística

(CTLU), denominação dada pelo PDE, anteriormente Comissão Técnica de Legislação

Urbanística (CNLU) e antes ainda, nas décadas de 1970 e 1980, de Comissão de

Zoneamento (CZ). Esta forma de procurar enquadrar uma realidade muito diversificada

e a seqüência de trocas de nomes do mesmo órgão, por si só, demonstra a continuidade

do modelo de planejamento urbano abordado em São Paulo desde os anos 1970.

No PDDI/71 e no zoneamento que o seguiu e que perdurou por mais de trinta anos,

as categorias de uso foram definidas segundo uma lógica bem hierarquizada. Os usos

eram divididos em cinco grandes categorias: residencial (R), comercial (C), prestação

de serviços (S), industrial (I) e institucional (E). Cada uma das categorias era dividida

em subcategorias de uso.

Inicialmente, abordou-se nesta pesquisa, os usos residenciais que foram por sua vez,

desagregados novamente em residências unifamiliares isoladas em um lote (R1),

residências agrupadas vertical ou horizontalmente agrupadas e passíveis de conviver

com outros usos (R2), e residências agrupadas vertical ou horizontalmente no mesmo

lote, denominados conjuntos residenciais, que não podiam conviver com outros usos

(R3).

A subcategoria de uso R2 foi objeto de uma nova desagregação, criando-se três

novas subdivisões: residências agrupadas horizontalmente, os conhecidos renques

de casinhas ou sobradinhos (R2 – 01); agrupadas verticalmente no mesmo lote (R2 –

02), e superpostas até duas unidades uma no pavimento térreo outra no superior com

acessos independentes (R2 – 03).

Os conjuntos residenciais R3 foram desagregados em três subdivisões, sendo: R3

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– 01 com menos de 400 unidades e equipamentos coletivos; R3 - 02 com mais de

400 unidades e muitas áreas comuns além dos equipamentos coletivos e R3 – 03

consistindo na reintrodução das vilas de casas na legislação, que tinham sido proibidas

em 1972. Nos casos de R3 – 01 e 02 foram permitidos estabelecimentos comerciais e

de prestação de serviços para consumo interno dos moradores.

Estas subdivisões atendiam aos interesses do mercado imobiliário.

O PDE/02 e os PRE/04 previram duas categorias de uso, os usos residenciais e

os usos não residências, que posteriormente foram desagregados. As análises e

comparações nesta pesquisa são iniciadas pelos usos residenciais (R) que foram

subdivididos em residência unifamiliar isolada no mesmo lote (R1); residências

agrupadas horizontalmente (R2h) e agrupadas verticalmente (R2v).

Nas ZER 1 somente foi permitida a subcategoria de uso R1 e vilas, como nas Z1 da

legislação anterior. Nas ZER 2, além de R1, foram permitidas a subcategoria de uso

R2h, em ambos os casos garantindo um dos objetivos do zoneamento, que consiste

na preservação dos bairros onde reside a elite paulistana, principalmente os bairros

jardins (GIAQUINTO, 1995).

Semelhante à zona de uso Z10 no início da vigência da legislação anterior, nas ZER

3 foram permitidas todas as subcategorias de uso residencial, mas sem permitir uso

misto, o que segue uma característica consolidada dos empreendimentos de prédios

de apartamentos de alto padrão. A convivência com estabelecimentos comerciais

e de prestação de serviços desvalorizam as unidades residenciais. Nas ZM foram

permitidos todas as subcategorias de uso residenciais e usos mistos variando conforme

a categoria de via em que o imóvel está localizado.

No que diz respeito aos usos não residenciais, a questão se torna mais complexa,

pois estava em jogo a escolha das categorias de uso que poderiam conviver com as

moradias, e principalmente com os edifícios de apartamentos, objeto de investimentos

do setor mais forte e organizado do mercado imobiliário.

Outro aspecto consiste no fato que os usos não residenciais se configuram

verdadeiramente em uma variável urbanística, pois, tanto no zoneamento anterior

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como nos planos estratégicos vigentes, foram criadas muitas subcategorias de uso.

Para cada zona de uso foi estabelecido quais subcategorias são permitidas ou não

formando um enorme quebra-cabeça, somente compreendido pela comunidade

técnica e o mercado imobiliário.

Ainda, dentro de uma mesma zona de uso, eram permitidos agrupamentos de

subcategorias de uso tratadas de forma diferenciada. Esta diferenciação se dava

aplicando variáveis e índices urbanísticos diversos.

O zoneamento anterior previa quatro categorias de uso não residenciais: comercial

(C), prestação de serviços (S), industrial (I) e institucional (E). Cada uma destas foi

dividida em várias subcategorias e estas foram ainda desagregadas em mais um

grande número de subdivisões.

Os usos comerciais foram repartidos em: Comércio Varejista de Âmbito Local (C1), cuja

localização seria considerada aceitável nas proximidades das residências possuindo

duas subdivisões; Comércio Varejista Diversificado (C2) consistiram nos demais

estabelecimentos comerciais varejistas, possuindo oito subdivisões; e Comércio

Atacadista (C3) com cinco subdivisões. Todas estas subdivisões foram novamente

desagregadas em mais de uma centena de títulos, com o objetivo de abarcar todas as

atividades comerciais que ocorriam na cidade. A seguir a quadro completo extraído do

texto da lei com subcategorias de uso comercial e atividades.

“C1 – COMÉRCIO VAREJISTA DE ÂMBITO LOCAL

C1. 1 - Comércio de Alimentação

Armazém, empório, mercearia; Casa de carnes (açougue, avícola,

peixaria); Quitanda, frutaria; Padaria, panificadora.

C1. 2 - Comércio Eventual

Adega; Bar, lanchonete, pastelaria, aperitivos e petiscos, sucos e

refrescos; Bazar (armarinhos, aviamentos); Casa Lotérica; Charutaria,

tabacaria; Confeitaria, doceira, “bombonière”, sorveteria, “rostisserie”;

Farmácia, drogaria, perfumaria, cosméticos; Floricultura, plantas

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naturais e artificiais; Jornais e revista; Livraria, papelaria; Plantas e

raízes medicinais

C2 – COMÉRCIO VAREJISTA DIVERSIFICADO

C2. 1 – Comércio de Consumo Excepcional

Artesanato, folclore; Antiguidades; “Boutique”;Casa filatélica e

numismática; Galeria, objetos de arte, “design”; Importados (artigos)

C2. 2 – Comércio de Consumo no Local ou Associado a Diversões

Casas de café, chá, choperia, “drinks”; Casas de música, boate;

Restaurante, cantina, churrascaria, pizzaria

C2. 3 – Comércio de Centros Intermediários

Alimentos para animais, casa de animais domésticos; Artigos de

couro; Artigos de vestuário; Artigos esportivos e recreativos; Artigos

religiosos; Artigos para balé; Artigos para cabeleireiros; Artigos para

festas; Artigos para piscinas; Bicicletas; Bijuterias; Brinquedos;

Calçados; Capas, guarda-chuvas, luvas e chapéus; Centro de Compras

– Shopping Center; Cereais; Cooperativas de Consumo; Cortinas e

Tapetes; Cozinhas (exposição); Decoração (loja de); Departamentos

(lojas de); Discos, fitas; Eletrodomésticos e utensílios domésticos;

Especiarias; Estofados, colchões; Fotografia e ótica, lentes de

contato, (artigos para); Jardins (artigos para); Joalheria; Lonas e

Toldos; Louças, porcelana, cristais; Luminárias, lustres; Magazines

(lojas de); Mercados (abastecimento); Molduras, espelhos, vidros;

Móveis; Peleteria; Relojoaria; Roupas de cama, mesa e banho; Som

(equipamentos de); Supermercados; Tecidos.

C2. 4 – Comércio de Centro Sub-Regional

Aeromodelismo; Acabamentos para construção (materiais); Adubos

e outros materiais agrícolas; Ar condicionado, aquecedores (e

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equipamentos); Artefatos de metal; Artigos funerários; Automóveis

– peças e acessórios; Balanças; Caça e pesca, armas e munições,

cutelaria, selas e arreios; Cofres; Equipamento para campismo;

Ferragens; Ferramentas; Fibras vegetais, juta, sisal, fios têxteis; Gelo

(depósito); Instrumentos e materiais médicos e dentários; Instrumentos

elétricos, eletrônicos, de precisão; Instrumentos musicais; Mapas e

impressos especializados; Máquinas e equipamento para comércio

e serviço; Material de limpeza; Material elétrico; Material hidráulico;

Material para desenho e pinturas; Material para serviço de reparação

e confecção, fornitura; Motocicletas - agência, peças e acessórios;

Ortopédicos – artigos; Roupas profissionais ou de proteção, uniformes

militares.

C2. 5 – Comércio de Materiais de Grande Porte

Acessórios para máquinas e instalações mecânicas; Automóveis,

caminhões, ônibus - agência, acessórios, peças; Barcos e motores

marítimos – peças; Concessionária de veículos; Equipamentos

pesados e para combate ao fogo; Ferro para construção; Implementos

agrícolas; Máquinas e equipamentos para agricultura e indústria;

Pequenos aviões; Trailers e outros veículos não motorizados.

C2. 6 – Comércio e Depósito de Materiais em Geral com até 1.000m²

de área construída

Artefatos para construção em barro cozido; Artefatos para construção

em cimento; Artefatos para construção em concreto; Artefatos para

construção em madeira; Artefatos para construção em plástico;

Artefatos em madeira aparelhada; Cal e cimento; Cerâmica (artigos

de); Depósito e distribuidora de bebidas; Depósitos de instalações

comerciais e industriais; Ferro velho, sucata; Garrafas e outros

recipientes; Metais e ligas metálicas; Minerais; Pedras para construção;

Pisos (revestimentos).

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C2. 7 – Comércio de Produtos Perigosos

álcool (depósito; Artefatos de borracha, plástico; Carvão; Gás

engarrafado; Graxas; Inseticidas; Materiais lubrificantes; Óleos

combustíveis; Pneus; Produtos Químicos; Resinas e gomas; Tintas e

vernizes.

C2. 8 – Comércio de Distribuição de Materiais de Pequeno Porte –

unidade de transporte: um lote portátil de mercadorias

Acessórios e peças de automóveis; Artefatos de borracha, metal,

plástico; Aviamentos; Bijuterias; Cabeleireiros (artigos, perucas);

Cutelaria; Drogas; Jóias, relógios, fornitura; Materiais de desenho,

para escritório; Perfumaria e artigos de toucador; Preparados de uso

dentário; Tabaco; Utensílios domésticos.

C3 – COMÉRCIO ATACADISTA

C3. 1 – Comércio de Produtos Alimentícios

Alimentos para animais; Animais abatidos - Aves, carnes, pescado;

Bebidas; Café, chá; Cereais; Hortaliças, legumes, verduras e frutas;

Leite, laticínios e frios; Ovos; Óleos, latarias; Sal, açúcar, especiarias

C3. 2 – Comércio de Materiais de Grande Porte

Acessórios para máquinas e instalações mecânicas; Aparelhos elétricos

e eletrônicos; Aparelhos de equipamento de som; Aquecedores e Ar

condicionado – equipamento; Artefatos de borracha, metal, plástico;

Artefatos e materiais para construção em geral; Acessórios e peças

para veículos automotores; Acessórios e peças - barcos, motores de

lancha e marítimos; Acessórios e peças - veículos não motorizados;

Balanças; Cortinas e tapetes; Eletrodomésticos; Equipamentos para

combate ao fogo; Equipamentos para jardim; Equipamentos pesados;

Ferragens; Ferramentas; Ferro; Implementos agrícolas; Instrumentos

de mecânica-técnica e controle; Madeira aparelhada; Máquinas e

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equipamentos para prestação de serviços; Máquinas e equipamentos

para uso agrícola, comercial, industrial; Material elétrico; Material

hidráulico; Metais e ligas metálicas; Móveis; Vidros.

C3.3 – Comércio de Produtos Perigosos

álcool; Armazenagem de petróleo; Carvão; Combustível; Gás

engarrafado; Inseticidas; Lubrificantes; Papel e derivados; Pneus;

Produtos químicos; Resinas e gomas; Tintas e vernizes.

C3.4 – Comércio de Produtos Agropecuários e Extrativos

Algodão; Borracha natural; Carvão Mineral; Carvão Vegetal; Chifres e

Ossos; Couros crus, peles; Fenos e Forragens; Fibras vegetais, juta,

sisal; Gado (bovino, eqüino, suíno); Goma vegetal; Lenha; Madeira

bruta; Produtos e resíduos de origem animal; Sementes, grãos e

frutos; Tabaco.

C3. 5 – Comércio Diversificado

Adubos e fertilizantes; Artigos de couro; Aviamentos; Bijuterias;

Brinquedos; Cabeleireiros (artigos, perucas); Caça e pesca, selas

e arreios (armas e munições), cutelaria; Camping – equipamentos;

Capas e guarda-chuvas; Chapéus e luvas; Drogas; Discos e fitas;

Esportivos e recreativos (artigos); Fios têxteis; Flores artificiais;

Fotografia, cinematografia (material); Garrafas; Instrumentos musicais;

Jóias, relógios, fornitura; Louças, porcelanas e cristais; Material de

desenho, escritório Material de limpeza; Ótica; Papel de parede;

Perfumaria e artigos de toucador; Produtos químicos (não perigosos);

Roupas - cama, mesa e banho; Roupas – vestuário; Sacos; Tabaco;

Tecidos”.

O método se repetiu no que tange a serviços, isto é, Serviços de Âmbito Local com

sete subdivisões (S1); Serviços Diversificados com nove subdivisões (S2); e Serviços

Especiais com duas subdivisões (S3). Novamente estas subdivisões foram novamente

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desagregadas em mais de uma centena de itens tentando abarcar todas as atividades

de prestação de serviços que existiam na cidade. A seguir a quadro completo extraído

do texto da lei com subcategorias de uso serviços e suas divisões.

“S1 – SERVIçOS DE ÂMBITO LOCAL

S1. 1 – Serviços Profissionais e de Negócios

Ações e valores mobiliários; Agência bancária; Agência de capitalização;

Agência de passagens e turismo; Assessoria fiscal e tributária;

Assessoria importação e exportação; Auditores e peritos; Avaliadores;

Consulados e legações (representações diplomáticas); Consultoria;

Distribuição de títulos e valores; Escritórios, consultórios e “ateliês” de

profissionais autônomos, liberais e qualificados; Escritórios técnicos

profissionais; Financeiras e financiamento; Fundos de investimento.

S1. 2 – Serviços Pessoais e Domiciliares

Alfaiate, costureiro; Bordados, plissês, cerzidores, cobertura de botões

e similares; Chaveiro; Eletricista; Encanador Instituto de Beleza;

Lavanderia, tinturaria (não industriais); Sapateiro.

S1. 3 – Serviços de Educação

Auto-escola; Escolas de arte; Escolas de dança e música; Escolas de

datilografia; Escolas de ioga; Escola doméstica.

S1. 4 – Serviços Sócio-Culturais

Associações beneficentes; Associações comunitárias de vizinhança;

Associações culturais.

S1. 5 – Serviços de Hospedagem

Pensões.

S1. 6 – Serviços de Diversões

Bilhares; Pebolim.

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S1. 7 – Serviços de Estúdio e Oficina

Aparelhos eletrodomésticos-portáteis, radio e TV(reparos); Artigo

de couro (reparos); Camiseiros; Caneteiros; Carimbos; Copiadora,

fotocópia, plastificação; Cutelaria, amoladores; Encadernadores;

Engraxatarias; Estúdios de reparação de obras e objetos de arte;

Fotógrafo; Guarda-chuva e chapéus (reparos); Jóias, gravação,

ourivesaria, relógios; Maquetista; Moldureiros; Tapetes, cortinas,

estofados e colchões (reparos); Vidraceiro.

S2 – SERVIçOS DIVERSIFICADOS

S2. 1 – Serviços de Escritórios e Negócios

Administradoras (bens, negócios, consórcios e fundo mútuo);

Aerofotogrametria; Agência de anúncios em jornal, classificados;

Agências de casamentos; Agências de cobrança; Agência de

detetives; Agências de emprego e mão-de-obra temporária; Agências

de informação e centro de informações; Agências de propaganda e

publicidade; Agência noticiosa; Agentes de propriedade industrial

(marcas e patentes); Análise e pesquisa de mercado; Assessoria para

executivos; Aviação agrícola e comercial (escritório); Banco – sede;

Bolsa de valores; Cadernetas de poupança; Caixas Beneficentes;

Câmaras de comércio; Carteiras de saúde; Cartões de crédito

Cartório de notas e protestos; Cartório de registro civil; Comissário de

despachos; Consignações e comissões; Construção por administração

– empreiteiros; Cooperativas de produção; Corretoras; Crédito

imobiliário; Crédito – sistema de vendas; Despachantes; Editoras

de livros, jornais, revistas (administração e redação); Empresas de

incentivo fiscal; Empresas de seguros; Entrepostos aduaneiros;

Escritórios representativos ou administrativos de indústria, comércio,

prestação de serviços e agricultura; Incorporadoras; “Leasing”;

Mala-direta; Mensageiros e entrega de encomendas; Mercado

de capitais; Montepios/pecúlios; Organização de congressos e

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feiras; Processamento de dados; Promoção e vendas; Recados

telefônicos; Recortes de jornais; Reflorestamento; Seleção de pessoal

– treinamento empresarial; Serviços de datilografia e taquigrafia;

Trabalho – Organização e racionalização de; “Trading” (companhia

de); Tradutores; Vigilância – segurança.

S2. 2 – Serviços Pessoais e de Saúde

Abreugrafia; Ambulatórios; Bancos de sangue; Banhos, saunas,

duchas, massagens; Centro de reabilitação; Clínicas dentárias

e médicas; Clínicas de repouso; Clínicas veterinárias e Hospital

veterinário; Eletroterapia e radioterapia; Fisioterapia e hidroterapia;

Institutos psicotécnicos – orientação vocacional; Laboratório de

análises clínicas; Posto de medicina preventiva; Pronto- socorro;

Raios-X.

S2. 3 – Serviços de Educação

Academias de ginástica e esporte; Cursos de línguas; Cursos por

correspondência

S2. 4 – Serviços Sócio-culturais

Associações e fundações científicas; Organizações associativas de

profissionais; Sindicatos ou organizações similares do trabalho.

S2. 5 – Serviços de Hospedagem

Hotéis; Motéis.

S2. 6 – Serviços de Diversões

Auto-cine; Boliche; Cinemas; Diversões eletrônicas; “Drive - in”; Jogos

– casas de; Salão de festas, bailes, “buffet”; Teatros.

S2. 7 – Serviços de Estúdios, Laboratórios e Oficinas Técnicas

Análise técnica; Controle tecnológico; Estúdio de fotografia/cinema;

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Gravação de filmes e de som; Instrumentos científicos e técnicos;

Laboratório de análise química; Lapidação; Microfilmagem.

S2. 8 – Serviços de Oficinas

Oficinas de conservação, manutenção, limpeza, reparos,

recondicionamento e de prestação de serviços; Aquecedores, ar

condicionado; Artefatos de metal – armeiros – ferreiros; Balanças; Barcos,

lanchas; Brinquedo; Cantaria, marmoraria; Carpintaria; Compressores;

Desratização, dedetização, higienização; Elétricos – aparelhos;

Elevadores; Embalagem, rotulagem e encaixotamento; Entalhadores;

Esportivos, recreativos (artigos); Extintores; Funilaria; Galvanoplastia;

Gráfica, Clicheria, Linotipia, Fotolito, Litografia, Tipografia; Hidráulica

(aparelhos e equipamentos); Instrumentos musicais; Máquinas

em geral; Marcenarias, enceradores, lustradores, laqueadores;

Mecânicas, motores; Pintura de placas e cartaz; Raspagem e lustração

de assoalhos; Serralheiros; Soldagens; Talheres, prataria, douração,

niquelação; Tanoaria; Taxidermia; Torneadores; Veículos automotores:

acessórios, alinhamento, amortecedores, balanceamento, baterias,

borracheiros, chassis (retificação), eletricidade, estofamento, faróis,

fechaduras, freios, funilaria, molas, motores, pinturas, radiadores,

rádio, vidros; Vidraçaria.

S2. 9 – Serviços de Aluguel, Distribuição e Guarda de Bens Móveis

Aluguel de: veículos leves, equipamentos de som e eletro-eletrônicos,

filmes, louças, móveis, vestimentas e toalhas; Depósito de Equipamentos

de “buffet”; Depósito de materiais e equipamentos de empresas de

prestação de serviços; Distribuição de fitas cinematográficas e de TV;

Distribuição de jornais e revistas; Estacionamento; Fiel depositário;

Garagens automáticas; Guarda – móveis de pequeno porte; Guarda

de veículos de socorro.

S3 – SERVIçOS ESPECIAIS

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S3. 1 – Garagens para empresas de Transporte

Empresas de mudanças, transportadoras; Garagens de frota de

caminhões; Garagens de frota de táxi; Garagens de ônibus; Garagens

de tratores e máquinas afins; Terminal de transporte de carga.

S3. 2 – Serviços de Depósito e Armazenagem

Aluguel de máquinas e equipamentos pesados – guindaste, gruas,

tratores e afins; Aluguel de veículos pesados; Armazenagem

alfandegado; Armazenagem de estocagem de mercadorias; Depósito

de despachos; Depósito de materiais e equipamentos de empresas

construtoras e afins; Guarda de animais”.

Quanto ao uso institucional foram criadas quatro subcategorias: Instituições de Âmbito

Local compatível nas proximidades de bairros residências, com seis subdivisões (E1);

Instituições Diversificadas com sete subdivisões (E2); Instituições Especiais com

outras sete subdivisões (E3); e Usos Especiais sem subdivisões (E4), mas com uma

enorme lista de atividades que incluem até base aérea militar, aeroportos, reservas

florestais e represas. Mais uma vez, estas subdivisões foram desagregadas em mais

de uma centena de itens que tentaram abarcar todas as instituições na cidade. A seguir

a quadro completo extraído do texto da lei com subcategorias de uso institucional e

suas divisões.

“E1 – INSTITUIçÕES DE ÂMBITO LOCAL

E1. 1 – Educação

Ensino Básico de Primeiro Grau; Ensino Pré-escolar (maternal, jardim

de infância); Parque infantil (com recreação orientada).

E1. 2 – Lazer e Cultura

Anfiteatros; Áreas para recreação infantil; Arena; Biblioteca; Clubes

associativos; Piscinas; Quadras e salões de esportes.

E1. 3 – Saúde

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Ambulatório; Posto de puericultura; Posto de saúde; Posto de

vacinação.

E1. 4 – Assistência Social

Asilo; Creches; Dispensário; Orfanatos.

E1. 5 – Cultos

Conventos; Igrejas; Locais de Culto; Mosteiros;Templos.

E1. 6 – Comunicação

Agência de correios e telégrafos; Agência telefônica.

E2 – INSTITUIçÕES DIVERSIFICADAS

E2. 1 – Educação

Cursos de madureza; Cursos preparatórios para escolas superiores;

Ensino Básico de 1º e 2º Graus; Ensino técnico-profissional.

E2. 2 – Lazer e Cultura

Aquário; Campo, ginásio, parque e pistas de esportes; Cinemateca,

filmoteca; Circo; Discoteca; Pinacoteca, museu; Planetário; Quadra de

escolas de samba.

E2. 3 – Saúde

Casa de Saúde; Centro de Saúde; Hospital; Maternidade; Sanatório.

E2. 4 – Assistência Social

Albergue; Centro de orientação familiar, profissional; Centro de

reintegração social; Colonização e migração (centro assistencial).

E2. 5 – Culto

Enquadram – se os usos listados em E1.5 obedecendo as disposições

definidas para a categoria E2.

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E2. 6 – Administração e Serviço Público

Agência de órgão de Previdência Social; Delegacia de ensino;

Delegacia policial; Junta de alistamento eleitoral e militar; Órgãos

da Administração Pública Federal, Estadual e Municipal; Posto de

identificação e documentação; Serviço funerário; Vara distrital.

E2. 7 – Transporte e Comunicação

Estação de rádio-difusão; Terminal de ônibus urbano.

E3 – INSTITUIçÕES ESPECIAIS

E3. 1 – Educação

Faculdade; Universidade.

E3. 2 – Lazer e Cultura

Auditórios para convenções, congressos e conferências; Autódromo;

Espaços e edificações para exposições; Estádio; Hípica; Hipódromo;

Parque de diversões; Velódromo.

E3. 3 – Saúde

Enquadram-se os usos listados em E1.3 e E1.3, obedecendo as

disposições definidas para a categoria de uso E3.

E3. 4 – Assistência Social

Enquadram-se os usos listados em E1.4 e E2.4, obedecendo as

disposições definidas para a categoria de uso E3.

E3. 5 – Culto

Enquadram-se os usos listados em E1.5 e E2.5, obedecendo as

disposições definidas para a categoria de uso E3.

E3. 6 – Administração e Serviço Público

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Casa de detenção; Institutos correcionais; Juizado de menores.

E3. 7 – Transporte e Comunicação

Estúdio de difusão por rádio e TV (combinados ou só TV); Terminal

rodoviário interurbano.

E4 – USOS ESPECIAIS

Aeroportos; áreas para depósito de resíduos; Base aérea militar; Base

de treinamento militar; Canais de distribuição de irrigação; Cemitérios;

Central de correio; Central de polícia; Central telefônica; Comando de

batalhão de policiamento de trânsito; Corpo de bombeiros; Estação de

controle e depósito de gás; Estações de controle e depósito de petróleo;

Estações de controle, pressão e tratamento de água; Estações de

controle, pressão e tratamento de esgoto; Estações e subestações

reguladoras de energia elétrica; Estações de telecomunicações;

Faixa adutora de água; Faixa adutora de esgoto; Faixa de gasodutos;

Faixa de linha de transmissão de alta tensão; Faixa de oleodutos;

Ferrovias; Hangares; Heliportos; Instalações, terminais e pátio de

manobras de ferrovias e metrô; Jardim Botânico; Jardim Zoológico;

Lagos; Locais históricos; Monumentos históricos; Parques de animais

selvagens, ornamentais e de lazer; Parques públicos; Penitenciária;

Portos; Quartéis; Represa; Reservas florestais (não comerciais);

Reservatórios de água; Sanitário público; Torre de telecomunicações;

Usina elétrica; Usina de gás; Usina de incineração; Usina de tratamento

de resíduos”.

Finalmente a atividade industrial foi objeto de uma abordagem um pouco diferente. As

subcategorias eram: Indústrias Não Incômodas (I1) permitidas na maioria da cidade

menos nos bairros residenciais, com até 500,00m2 de área construída computável;

Indústrias Diversificadas (I2) com cinco subdivisões e área construída máxima

variando conforme estas subdivisões; Indústrias Especiais (I3) com três subdivisões

e uma enorme lista com denominação de processos produtivos. Além destas

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exigências, foram adotados mais alguns critérios para enquadramento das indústrias

nas subcategorias de uso, como potências e capacidades instaladas e ainda poluição

ambiental. Existia também outra listagem que independentemente do porte nunca

poderiam ser classificadas como I1.

A regulamentação do PDE/02 e dos PRE/04, por meio do Decreto nº 45.817/05

foi realizada pelos mesmos técnicos da Prefeitura que eram responsáveis pelas

atualizações do zoneamento anterior. O método e o resultado foram os mesmos

atendendo aos mesmos objetivos e interesses.

No PDE, a Categoria de uso não residencial (ÑR) foi subdividida em quatro

subcategorias: atividades compatíveis com vizinhança residencial (ÑR1) com dez

subdivisões; atividades toleráveis pela vizinhança residencial (ÑR2) também com dez

subdivisões; e usos não residenciais especiais ou incômodos (ÑR3). Havia ainda os

usos compatíveis com o desenvolvimento sustentável (ÑR4) que consistia em uma

nova lista de atividades permitidas na Macrozona de Proteção Ambiental, repetindo, o

modelo superado de regular o mercado imobiliário informal.

Semelhantemente à legislação anterior, as divisões da subcategoria de uso ÑR1

consistiam em dois grupos de atividades comerciais (abastecimento de âmbito local,

sem consumo no estabelecimento e comércio diversificado); quatro grupos de atividades

de serviços (serviços pessoais, profissionais, técnicos de confecção ou manutenção

e hospedagem) e mais quatro grupos de atividades institucionais (educação, serviços

sociais, associações comunitárias, culturais ou esportivas e administração pública).

Cada grupo foi formado por um conjunto extenso de atividades. A seguir listagem

extraída do texto da lei.

“SUBCATEGORIAS DE USO NR1

Grupo de atividades: Comércio de abastecimento de âmbito local,

sem consumo no local, tais como: Adega; Armazém, empório,

mercearia; Bombonière; Casa de carnes (açougue, avícola, peixaria);

Casa de massas; Comércio de alimentos para viagem; Confecção

e comercialização de alimento congelado; Fornecimento de comida

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preparada; Delivery (entrega de alimentação); Montagem de lanche

e confecção de salgados; Padaria, panificadora; Quitanda, frutaria;

Comércio de produtos hidropônicos, inclusive produção.

Grupo de atividades: Comércio Diversificado, tais como: Atividades

comerciais em geral, exceto as pertencentes ao grupo de atividades

Comércio Especializado, enquadradas na subcategoria de uso NR2.

Grupo de atividades: Serviços pessoais, tais como: Cabeleireiros e

outros tratamentos de beleza, inclusive para animais domésticos;

Cabines para localização de caixas bancárias automáticas; Cabines

para serviços de fotografia e revelação de filme; Centros de estética;

Estacionamentos de veículos com no máximo 40 (quarenta) vagas;

Lavanderias e tinturarias (não industriais); Locação de fitas de vídeo,

dvds, cds, games, livros e discos; Postos de coleta descentralizados

de materiais para exame clinico.

Grupo de atividades: Profissionais, tais como: Escritórios e consultórios

em geral; Agência de representação de industria, comércio, agricultura

e negócios em geral, inclusive Administração Publica; Agência

bancarias de capitalização e poupança, de crédito, de financiamento e

investimento; Agência de informações, de empregos, de mensageiros

e entregas de encomendas, de passagens e turismo; Imobiliárias;

Escritórios de Assessoria de importação e exportação, de Assessoria

fiscal e tributaria: de Auditores, peritos e avaliadores, de Consultoria

e serviços técnicos profissionais; Agência de prestação de serviços e

negócios em geral; Serviços de fotográficos e copiadora.

Grupo de atividades: Serviços Técnicos de Confecção ou manutenção,

tais como: Serviços de manutenção predial (eletricista, encanador,

pedreiro, pintor, chaveiro, vidraceiro, raspagem e aplicação de

revestimentos, jardineiro); Alfaiate, costureiro, bordadeira, camiseiro

e similares; Conservação, reparação e manutenção, limpeza e reparo

de maquinas e de aparelhos eletrodoméstico, elétricos e eletrônicos de

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uso domiciliar; Conservação, reparo e manutenção, limpeza e reparo

de outros objetos pessoais e domésticos (bicicletas, brinquedos,

canetas, cutelarias, engraxatarias, extintores e outros); Reparação

e manutenção de calçados e artigos de couro; Reparação de obras

e objetos de arte; Confecção de carimbos, maquetes e molduras;

Laboratórios de Prótese Dentária; Lapidação; Oficinas de jóias,

gravação, ourivesaria, relógios.

Grupos de atividades: Serviços de Educação, tais como: Biblioteca

e Gibiteca; Brinquedoteca; Educação pré-escola; Parque infantil;

Creche.

Grupo de atividade: Serviços Sociais, tais como: Abrigo de medidas

protetivas para crianças e adolescente; Albergue; Asilo; Berçário;

Dispensário; Telecentros; Orfanato.

Grupo de atividades: Associações comunitárias, culturais e

esportivas, com locais de reunião até 100 lugares, tais como:

Associações beneficentes; Associações científicas, políticas,

culturais e profissionais; Institutos, Fundações ou Organizações não

governamentais; Associações esportivas.

Grupo de atividades: Serviços de hospedagem ou moradia, tais como:

Casas de repouso ou geriátrica; Conventos/ Mosteiros/ Seminários

com locais de reunião até 100 lugares; Flats e Apart Hotéis (Ver

PI SMSP/ SEHAB/SEMPLA 05/08 que foi sustada pelo Decreto

Legislativo 84/08); Hotéis; Motéis; Pensionatos; Pensões; Outros tipos

de hospedagem.

Grupo de atividades: Serviços Administração e Serviços Públicos,

tais como: Agência de correis e telégrafos; Agência de telefônicas;

Cartórios de registro civil; Cartório de notas e protestos; Consulados

e representações diplomáticas; Delegacia de ensino; Junta se

alistamento eleitoral e militar; Órgão da Administração Publica federal,

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estadual e municipal; Posto de Policia- Base comunitária; Serviço

funerário- velório e atividades funerárias e conexas”.

O enfoque se repete para a subcategoria de usos não residenciais toleráveis pela

vizinhança residencial (ÑR2), sendo: dois grupos de atividades comerciais (alimentação

isoladas ou associadas a diversões, e comércio especializado); seis de prestação

de serviços ou institucionais (saúde, ensino seriado, não seriado, lazer, cultura ou

esportes, locais de reuniões ou eventos e locais de armazenamento). Novamente

estes grupos foram apresentados por meio de listas enormes de atividades. A seguir

subcategorias e atividades extraídas integralmente do texto da lei.

“SUBCATEGORIA DE USO NR2

Grupo de atividades: Comércio de Alimentação ou associado a

diversões, tais como: Bar, Lanchonete, pastelaria, aperitivos e petiscos,

sucos e refrescos; Casas de café, chá, choperia, aperitivos, drinks e

similares; Confeitaria, doceria, sorveteria, ‘rotisserie’; ‘Cyber’ café;

Padaria, panificadora com utilização de forno a lenha; Restaurantes e

outros estabelecimentos de alimentação; Casas de musicas, boates,

discoteca e danceteria; Salão de festas, bailes e ‘buffet’; ‘Drive-in.

Grupo de atividades: Comércio Especializado, tais como: Casa

ou comércios de animais; Centros de Compras- shopping Center;

Comercio de veículos automotores em geral; Comercio de maquinas

em geral, e seus acessórios, peças e equipamentos; Comercia

de produtos agro-pecuários ou minerais (borracha natural, carvão

mineral, carvão vegetal, chifres, couro cru, ossos, peles, etc);

Comercio de madeira bruta; Comercio de produtos químicos, adubos,

fertilizantes, gomas ou resinas; Cooperativa de consumo; Criação de

animais silvestres exóticos (autorização do IBAMA e órgão ambiental

municipal); Desmanche de veículos; Exposição e demonstração de

casa pré-fabricadas; Ferro velho, sucata; Loja de departamentos ou

magazine; Mercado; Sacolão; Supermercado;

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Grupo de atividades: Oficinas: Cantaria, marmoraria; Carpintaria,

marcenaria; Confecção de placas e cartazes; Embalagem, rotulagem e

encaixotamento; Encadernação e restauração de livros; Entalhadores;

Gráficas, clicheria, linotipia, fotolito, litografia e tipografia; Laboratório

de controle tecnológico e analise química; Lavanderia hospitalar;

Manutenção e reparação de artefatos de metal (armeiros, ferreiros);

Manutenção e reparação de artigos esportivos, recreativos;

Manutenção e reparação de maquinas, aparelhos e equipamentos em

geral; Manutenção e reparação de veículos automotores e motocicletas

(alinhamento e balanceamentos, amortecedores, chassis, estofamento,

faróis, freios, funerária, molas, motores, pintura, radiadores, rádios e

similares); Oficina de taxidermia; Posto de abastecimento de veículos;

Posto de abastecimento e lavagem de veículos; Posto de lavagem de

veículos; Posto de troca de óleo; Estúdio fotográfico, de gravação de

vídeo, de sons de filmagens; Soldagem; Vidraçaria; Serralheria.

Grupo de atividades: Serviços de Saúde: Ambulatório; Centro de

Bioequivalência; Centro de Diagnósticos, laboratório de análises

clinicas; Centro de reabilitação; Clínica dentaria e medica; Clínica

veterinária e hospital veterinário; Eletroterapia; Empresa de assistência

domiciliar de saúde ou ‘home care’; Hospital, Maternidade; Posto

de saúde, vacinação e puericultura; Pronto socorro; Radioterapia;

Raios-X; Sanatório; Grupo de atividades: Estabelecimentos de ensino

seriado; Ensino fundamental; Ensino médio de formação geral; Ensino

médio de formação técnica e profissional.

Grupo de atividades: Estabelecimento de ensino não seriado: Ensino

em auto escolas, moto escolas e cursos de pilotagem; Ensino a

distancia; Educação continuada ou permanente; Aprendizagem e

treinamento profissional; Ensino supletivo; Ensino preparatório para

escolas superiores; Escolas de língua, de informática, de dança, de

musica, de ioga, de natação, de domestica e por correspondência.

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Grupo de atividades: Serviços de lazer, cultura e esportes: Academias

de ginástica; Bilhar; Bingo (ver DM 47.415/06); Boliche; Clubes

de associativos, recreativos, esportivos; Diversão eletrônicas

(fliperamas); Jogos de computadores- ‘Lan-House’; ‘Kart indoor’;

‘Paintball’, ‘war-game’; Parques de animais selvagens, ornamentais

e de lazer; Pesqueiro; Pista de ‘skate’; Quadras e salões de esportes

para locação;

Grupo de atividades: Locais para reunião ou eventos (com lotação

máxima de 500 pessoas): Auditório para convenções, congresso e

conferencias; Cinema, Teatro, Anfiteatro, Arena; Espaço e edificações

pra exposições; Igrejas, Templos e demais locais para culto (inclusive

terreiros); Pinacoteca, Galeria; Cinemateca, filmoteca; Museu; Parque

de exposições; Conjunto de caráter permanente, de interesse ou

utilidade publica; Circo; Campo, ginásio, estádio, parque e pista de

esporte; Autódromo; Estádio; Hípica; Hipódromo; Velódromo; Parque

de diversões; Aquário; Planetário; Quadra de escola de samba.

Grupo de atividades: Serviços de armazenamento e guarda de bens

moveis: Aluguel de vestimentas, louças, toalhas e outros utensílios;

Aluguel de veículos, móveis, maquina e outros equipamentos pesados;

Depósitos de botijões de gás; Centro de inspeção de veículos (Alterado

pelo DM 50.264/08); Deposito de materiais em geral; Depósito de

máquinas e equipamentos; Depósito de inflamáveis, combustíveis,

álcool, inseticidas, lubrificantes, resinas, gomas. Tintas e vernizes ou

outros produtos químicos perigosos com área construída computável

ate 1.000m²; Desmanche de veículos; Distribuidora de alimentos

embalados ou enlatados; Distribuidora de bebidas; Empresa

transportadora; Estacionamento e garagens de veículos com mias

de 40 vagas (inclusive no sistema de garagens subterrâneas); Feira

de veículos; Guarda e adestramento de animais (inclusive ranário em

sistema horizontal e vertical); Guarda-móveis; Garagem de ônibus

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ou caminhões com área de terreno inferior a 10.000m²; Garagens

de maquinas, de veículos de socorro, de reboque, de ambulância ou

táxis; Leiloeiro oficial; Deposito de Madeireira; Serviços de aluguel

equipamentos, máquina ou veiculo”.

No caso da subcategoria de uso não residencial especiais ou incômodos (ÑR3),

revestiu-se a abordagem com um discurso atualizado para, posteriormente, repetir

em parte a legislação anterior. Dois grupos de atividades substituíram o E4 do

zoneamento antigo, um deles inclusive com a mesma denominação (usos especiais)

e empreendimentos geradores de impacto ambiental. Outros grupos de atividades

retomaram aspectos que foram agregados à legislação anterior ao longo do tempo

de sua vigência: empreendimentos geradores de impacto de vizinhança ou na

infraestrutura e pólos geradores de tráfego. A seguir lista completa de subcategorias

de uso e atividades extraídas integralmente do texto da lei.

“SUBCATEGORIA DE USO ÑR3 - USO NãO RESIDENCIAIS

ESPECIAIS OU INCÔMODOS

Grupo de atividades: Usos especiais: Base aérea militar; Base de

treinamento militar; Campo ou pista para treinamento de combate

contra incêndios; Central de controle de zoonoses; Central de

correio; Central de policia; Central telefônica; Comando de batalhão

de policiamento de transito; Corpo de bombeiros; Correio de centro

regional; Delegaria de ensino; Delegacia de policia; Deposito com

área construída computável superior a 7.500m²; Deposito ou postos

de revendas de explosivos, inclusive fogos de artifício ou estampidos;

Depósitos ou transbordo de materiais para reciclagem; Depósitos de

pneus, carvão, papel ou derivados; Estação e subestação reguladora

de energia elétrica; Estação e/ou estúdio de difusão por Radio e TV;

Estação Radio-Base; Faculdade; Fórum; Helipontos; Juizado de

menores; Quartéis; Terminais Rodoviários de transporte de carga ou

passageiros com área de terreno inferior a 10.000m² (dez mil metros

quadrados); Tribunais (Criminais, Trabalhistas, de Contas e outros);

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Universidades; Usina ou estação de transbordo de inertes.

Grupo de atividades: Empreendimentos geradores de impactos

ambientais: Aeródromo e Aeroportos; Depósitos ou transbordo de

resíduos sólidos não inertes; Aterro de resíduos não inertes; Aterro de

resíduos inertes (classe III), com área total superior a 1 há ou volume

total a ser disposto superior a 20.000m³; Beneficiamento de madeira

de reflorestamento; Cemitérios, incluído o vertical e o de animais

domésticos; Centro de reintegração social e unidade de internação de

adolescentes (FEBEM, Institutos correcionais); Comercio e deposito

de fogos de artifícios e estampidos; Penitenciarias; Depósitos de

inflamáveis, combustíveis, álcool, inseticidas, lubrificantes, resinas,

gomas, tintas ou vernizes ou outros produtos químicos perigosos

com área maior que 1.000 m²; Estação de controle e depósito de gás;

Estação de controle e deposito de petróleo; Estacionamento especial de

veículos transportando produtos perigosos infratores ou em situações

de emergência; Garagens de ônibus ou caminhões com área do terreno

igual ou superior a 10.000m² (dez mil metros quadrados); Hangar;

Heliponto; Sistema de transmissão de energia elétrica, inclusive

estação e subestação reguladora; Terminal Rodoviário Interurbano

de transporte de carga ou passageiros com área de terreno igual ou

superior a 10.000 m² (dez mil metros quadrados); Terminal de ônibus;

Usina de concreto; Usina de asfalto; Usina de gás; Usina de tratamento

de resíduos não inertes.

Grupo de atividades: Pólos Geradores de Tráfego: Uso Não Residencial com 200

vagas ou mais de estacionamento para veículos; Uso Não Residencial com 80 vagas

ou mais de estacionamentos para veículos localizados em área Especial de Tráfego-

AET; Serviços sócio-culturais, de lazer e de educação com mais de 2.500m² de área

construída computável; Pratica de exercício físico ou esporte com mais de 2.500m² de

área computável; Serviços de saúde com área igual ou superior a 7.500m²; Locais de

reunião ou eventos com capacidade para 500 (quinhentas) pessoas ou mais, inclusive

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atividades temporárias; Atividades e Serviços Públicos de caráter especial com 500

vagas ou mais de estacionamento para veículos; Atividades temporárias com 500

vagas ou mais de estacionamento para veículos.

Grupo de atividades: Empreendimentos com significativo impacto de

vizinhança ou na infra-estrutura urbana: Uso comercial e de prestação

de serviços com área construída computável igual ou superior a

60.000m² (sessenta mil metros quadrados); Uso industrial com área

computável igual ou superior a 20.000 m² (vinte mil metros quadrados);

Uso institucional com área construída computável igual ou superior a

40.000m² (quarenta mil metros quadrados)”.

As atividades fabris foram tratadas a parte com a criação dos usos não residenciais

industriais (Ind), subdivididos em usos industriais compatíveis (Ind – 1 a), toleráveis

(Ind – 1 b), incômodos (Ind – 2), e especiais proibidos de se instalarem no município

(Ind – 3). Todas estas subcategorias, igualmente ao que ocorria com a legislação

anterior, continham uma vasta lista de denominações de processos produtivos.

Também nos PRE foram formulados vários quadros de critérios técnicos (variáveis

e índices urbanísticos específicos para uso industrial) exigidos para permissão da

instalação do estabelecimento.

Diferentemente da legislação anterior, mas com o mesmo enfoque, os PRE trataram

das categorias e subcategorias de uso e das zonas de uso em quadros distintos. O

Quadro 2 do zoneamento antigo foi transformado em vários novos, em quadro 04 para

cada PRE das Subprefeituras e nos quadros 02 (de “a” a “i”) da complementação do

PDE.

Foi nos novos quadros 02 (de “a” a “i”) que se tornou mais sofisticada a distribuição

das atividades não residenciais no território, por meio do cruzamento destas variáveis

urbanísticas com outras, isto é, proibição ou permissão conforme a hierarquização

viária e atendimento aos níveis de incomodidade (ver quadro abaixo).

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Quadro n0 02/d Anexo à Parte III da Lei n0 13.885, de 25 de agosto de 2004. Instalação de Atividades Não Residenciais por Zona e Categoria de Via do Sistema Viário do Município e Parâmetros de Incomodidade: ZM e ZMpFonte: Plano Regional Estratégico da Subprefeitura de Pinheiros

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Embora, seja possível identificar algumas sofisticações, o modelo adotado pelos

PDE e PRE representa uma arraigada maneira de ver, fazer e aplicar o planejamento

urbano. Como se este pudesse ser resumido simplesmente com a distribuição das

atividades de forma adequada pelo território.

O Plano Regional Estratégico da Subprefeitura de Pinheiros é exemplar quanto a

variedade de interesses. Contendo bairros jardins, mercado imobiliário muito ativo,

regiões industriais em franca substituição de galpões por prédios de escritórios ou de

apartamentos, vários shopping centers, favelas, parques, corredores comerciais de

alto luxo e duas operações urbanas em vigor.

Neste plano os instrumentos, variáveis e índices urbanísticos cumpriram seus papéis

plenamente, de acordo com a tradição de implementação do zoneamento que a

Prefeitura desenvolve e aplica.

O modelo de planejamento urbano adotado na Subprefeitura de Pinheiros se

repetiu por toda a cidade com algumas adaptações necessárias, excetuando-se a

Subprefeitura da Sé onde este modelo era impossível de ser aplicado, pois a região já

era excessivamente verticalizada.

No caso do PRE das Subprefeituras de São Miguel, pode-se verificar a inadequação

da sistemática adotada, pois não continham os tipos de zona de uso mais elitistas

como ZER, ZCLz I ou II.

Já no caso do PRE da Subprefeitura de Campo Limpo a situação é mais conflitante.

Nas proximidades do Morumbi foi prevista uma ZER, e ao sul uma Macrozona de

Preservação Ambiental, sendo que entre elas, não respeitando a diversidade local,

predominavam apenas zonas mistas originadas na Z2 do zoneamento anterior. A

região foi formada por loteamentos irregulares de difícil enquadramento nas normas

legais, e quase todos seus imóveis eram irregulares ou continham algum tipo de

irregularidade.

c) Coeficiente de Aproveitamento

Encerrada as análises e as comparações relativas ao primeiro conjunto de variáveis

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urbanísticas que trata da distribuição no território das atividades e usos do solo, segue-

se o estudo do índice urbanístico que trata da regulação da densidade construtiva em

cada terreno, o Coeficiente de Aproveitamento (CA).

Os CA variavam de acordo com a zona de uso onde o imóvel estava localizado e em

função da sua categoria de uso, mas tanto no zoneamento anterior como no vigente

seu limite máximo era 4,0. No entanto, para a maior parte da cidade não passava de

1,0, exatamente igual ao que ocorreu nos planos vigentes.

Ao CA, na legislação anterior, era atribuída simplesmente sua função original de

limitação da área edificada, com objetivo de regular a densidade construtiva em

conseqüência regular a densidade populacional. No entanto, a verdadeira intenção

do CA no zoneamento, que vigiu em São Paulo por mais de trinta anos, era definir as

localizações mais interessantes para setores do mercado imobiliário, em especial a

produção de prédio de apartamentos de classe média e alta.

Nos primeiros anos de vigência, nas Z4 e Z5, o CA de edifícios de apartamentos

e de escritórios eram os mais altos, mas nas Z2 e Z3 havia um incentivo para as

incorporações de prédios residenciais, Este incentivo consistia na possibilidade do CA

ser aumentado além do máximo, desde que, se diminuísse a sua projeção sobre o

terreno. Com a criação de novas zonas de uso este dispositivo foi preservado.

É importante ressaltar que este dispositivo, denominado Fórmula de Adiron, não constava

do texto original da lei de zoneamento anterior, tendo sido incluído posteriormente por

meio de pressões do mercado imobiliário. Como mecanismo transitório de acomodação

do mercado imobiliário, o dispositivo permaneceu nos novos planos estratégicos, e na

atual proposta de revisão do Poder Executivo Municipal passa a ser definitivo.

Existiam ainda as exceções por meio de outros incentivos. Como por exemplo, hotéis,

hospitais e escolas, para os quais, por meio de leis específicas os CA poderiam

ultrapassar 4,0. As operações urbanas e as interligadas configuravam em si uma

forma de exceção estabelecendo CA máximos próprios. Cabe lembrar que, mesmo

anteriormente aos novos planos, já vigoravam quatro operações urbanas (Centro,

água Branca, Faria Lima e água Espraiada).

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Havia ainda exceções dentro do próprio empreendimento, como as áreas construídas

não computáveis para o cálculo do CA, tais como, estacionamento no térreo e no

subsolo, térreo sobre pilotis, ático e algumas áreas comuns do condomínio.

Já no PDE e nos PRE o CA, além de simplesmente ser o índice urbanístico de

regulação da densidade construtiva, recebeu mais duas funções. A primeira consistia

na referência para o cálculo do instrumento da outorga onerosa do direito de construir.

A segunda, constituia-se no parâmetro para a determinação do conceito de imóveis

vagos, desocupados ou ociosos passíveis de aplicação do IPTU progressivo e de

desapropriação com pagamento por meio de títulos da dívida pública.

Atendendo a interesses do mercado imobiliário, a utilização do CA como regulador

da densidade construtiva e como referência para a outorga onerosa foram auto-

aplicáveis, ao contrário da implementação do IPTU progressivo e da desapropriação

com pagamento por meio de títulos da dívida pública, ambas deixadas dependentes

de legislação específica.

Dentro dos limites estabelecidos no PDE, cada PRE poderia estabelecer valores

diferentes para os coeficientes de aproveitamentos.

Nos planos regionais que foram tratados nesta tese, a Prefeitura adotou CA básico

maioria 1,0 e para o CA máximo até 2,5 para a maioria das zonas. Já o PRE da

Subprefeitura da Sé, área central, adotou índices mais altos (CA máximo até 4,0). Estes

números, todos acompanhados da regra de transição para aumento do coeficiente

de aproveitamento básico para prédios de apartamentos, praticamente deixaram os

planos vigentes iguais ao zoneamento anterior para a maioria do território da cidade.

Nas zonas especiais com exceção das ZEIS e na Macrozona de Preservação Ambiental

os índices adotados também eram mais baixos, coerentemente ao modelo adotado

de redução de densidade construtiva. Nas ZEIS os índices eram bem mais altos e

a outorga onerosa para HIS e HMP ficou gratuita, significando igualar os CA básico

e máximo, no entanto foi incluído um conjunto exagerado de regras descoladas da

realidade.

As exceções previstas para áreas não computáveis, hotéis, escolas e hospitais,

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assim como, as operações urbanas já vigentes permaneceram em vigor quando da

introdução dos novos planos diretores.

O PDE, sem explicitar, tem como idéia básica o adensamento somente nas áreas de

Intervenção Urbana (AIU), nas áreas de Operações Urbanas e nas ZM3. As demais

regiões do território deveriam ter suas densidades reduzidas ou controladas por meio

da aplicação do Coeficiente de Aproveitamento, índice urbanístico comprovadamente

incapaz de fazê-lo. As Operações Urbanas previstas no PDE e no PRE eram: Centro,

água Branca, Faria Lima, água Espraiada, Rio Verde – Jacu, Diagonal Sul, Diagonal

Norte (ambas ao longo da ferrovia), Carandiru – Vila Maria, Vila Leopoldina, Vila Sônia

e Celso Garcia.

É muito importante lembrar que, juntamente com a localização, o coeficiente de

aproveitamento máximo é um dos principais componentes na formação do preço de

terrenos para incorporação de empreendimentos imobiliários.

d) taxa de ocupação

A Taxa de Ocupação (TO) consiste em um índice urbanístico que demonstra a parte

ocupada do terreno pela edificação e visa estabelecer uma relação entre espaços

livres e construídos dentro do mesmo imóvel.

Para o zoneamento anterior a taxa de ocupação máxima possuía alguns papéis

importantes, principalmente ligados aos interesses e tipologias do mercado imobiliário

de edifícios de apartamento. Juntamente com a exigência de recuos mínimos, com

o discurso de garantir a ventilação e a iluminação naturais, os espaços livres de um

prédio agregavam valor de venda, rompendo com o modelo das edificações sem

recuos, mais comuns no centro da cidade. A TO e os recuos impediam que novas

edificações vizinhas prejudicassem investimentos já realizados (MANCUSO, 1980).

Com a inclusão da fórmula de Adiron na legislação, a TO ganhou um novo papel, o

de contribuir para maior lucro do setor de habitacional do mercado imobiliário, pois o

acréscimo no CA só era permitido por meio da sua redução.

Os valores atribuídos pela legislação anterior para a taxa de ocupação máxima,

variavam de 0,5 a 0,8 da área do terreno, à medida que o imóvel se aproximava do

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centro da cidade (Z4 e Z5).

Os novos planos diretores escaparam de seguir a forma tradicional de aplicação da

taxa de ocupação permitindo que se atingisse 0,7 da área do terreno, em edificações

baixas em qualquer região da Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana, com

exceção de imóveis localizados em ZER e ZEPAM,

e) taxa de Permeabilidade

Conceito construído, equivocadamente, para criar um discurso ambientalista. A taxa

de permeabilidade não garante a absorção das águas pluviais no solo, mas consiste

em uma parte do terreno que não fosse objeto de pavimentação ou cobertura, devendo

esta área ser coberta de vegetação. Este conceito não leva em consideração a

permeabilidade do solo, o nível do lençol freático e da compactação da terra durante as

obras. Com uma visão muito simplista, esperava-se da aplicação deste conceito uma

possível redução de enchentes e uma melhora na qualidade ambiental na cidade.

Este índice urbanístico foi introduzido parcialmente na legislação antes dos novos

planos, sendo posteriormente adotado e ampliado para algumas zonas de uso no PDE

e nos PRE, assumindo valores que variavam entre 0,15 a 0,30. Os PDE passaram

a exigir a Taxa de Permeabilidade Mínima (TPM) até em áreas completamente

consolidadas como os bairros centrais.

f) área e frente mínimas de lote

Em consonância com o que foi previsto na Lei Federal 6.766 / 79, a produção de lotes,

quer seja por loteamentos ou por desdobros, foi regulada pelo zoneamento anterior

visando garantir a qualidade urbanística, adotando padrões de terrenos produzidos

para a classe média (frente 10,00m e área 250,00m2). Como a realidade demonstrou

a impossibilidade de se adotar estes valores, através de alguns artifícios legais,

passaram-se a aceitar como mínimo a metade do que foi estabelecido. Estas exigências

exageradas contribuíram tanto para o surgimento dos loteamentos clandestinos, como

para a dificuldade de regularizá-los posteriormente.

Nos novos planos diretores, os loteamentos irregulares foram incluídos nas ZEIS, o

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que implica na não necessidade de aplicação de padrões mínimos. Para o restante da

cidade foram repetidos os parâmetros que vigiam no final da legislação anterior.

g) gabarito de altura máxima

Limitar a altura das edificações era uma das demandas das associações de bairros

residenciais de classes médias e altas, bem como, de alguns urbanistas ligados aos

conceitos das cidades jardins. Praticamente abandonado pelo zoneamento anterior, o

gabarito foi retornado como uma variável urbanística importante nos PRE. Os valores

adotados variavam de 9,00m até 25,00m e em algumas zonas de uso sem limitação

alguma.

Este tipo de variável desassociado dos recuos mínimos repete uma abordagem que

vigiu em São Paulo até 1972. A adoção de um limite de altura indiretamente contribui

para a expansão horizontal da mancha urbana, e encarece o preço da terra.

h) recuos

Os recuos mínimos no zoneamento anterior foram, para a grande maioria da cidade,

fixados em 5,00m de frente e fundo e 1,50m em um dos lados. Quando a edificação

passava de dois pavimentos o recuo lateral mínimo passava a 3,00m de cada lado,

já os prédios mais altos, deveriam obedecer aos recuos do Código de Obras que

variavam conforme a altura da edificação.

No PDE e nos PRE, os recuos mínimos de frente continuaram os mesmos e os laterais

de fundo acompanharam a abordagem dada à taxa de ocupação. Para as edificações

baixas não foram exigidos recuos laterais e de fundos, porém, para edificações altas,

além de atender o Código Obras deveriam também atender fórmulas que levavam em

consideração a altura da edificação.

Embora sejam variáveis urbanísticas importantes para o direito de vizinhança os

recuos foram mais uma vez relegados a um papel secundário, pois, pouco interessava

ao mercado imobiliário, e nos casos dos bairros jardins esta questão estava resolvida

nas restrições contratuais,

i) vagas de estacionamento

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Esta exigência não constava da versão inicial do zoneamento de 1972. O número mínimo

de vagas em função da área construída foi agregado à legislação urbanística anterior

como um índice muito valorizado pelo mercado imobiliário, e por estabelecimentos

comerciais à medida que a população mais privilegiada foi se motorizando.

Nos novos planos diretores os valores adotados foram definidos em função das

deficiências observadas e das necessidades da população que se desloca por

automóvel.

j) Categoria de via

No PDE e nos PRE as vias juntamente com as zonas de uso e os níveis de incomodidade

definiam a permissão da implantação de atividades. As vias foram divididas em locais,

coletoras e estruturadoras, sendo que para cada uma delas foram estabelecidas as

categorias de uso compatíveis ao fluxo de veículos.

l) Demais variáveis urbanísticas

Algumas variáveis urbanísticas complementares foram introduzidas quando da

elaboração do PDE e dos PRE: parâmetros de incomodidade (emissão de ruído,

de radiação, de odores, de gases, de vapores, de material particulado, de fumaça

e horário de carga e descarga), horário de funcionamento, número de funcionários,

lotação, área de embarque e desembarque, e área de carga e descarga. Estas

variáveis urbanísticas adotavam valores diferentes conforme a zona de uso, categoria

de via e tipo de atividade.

4.3. ConCluSão final.

Inicialmente, é importante ressaltar que os planos vigentes trouxeram inovações e

avanços importantes, entre as quais se destacam a implantação da outorga onerosa

do direito de construir, as ZEIS e a abordagem ambiental em relação aos fundos de

vale (parques lineares e caminhos verdes).

Observando as análises e as comparações deste capítulo, constatou-se mais uma

vez, que apesar dos discursos afirmando o contrário, a escolha e a forma de utilização

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de índices, variáveis e instrumentos urbanísticos de regulação do parcelamento,

uso e ocupação do solo adotados nos planos de 2002 e 2004, são semelhantes a

planos e legislações anteriores. Este fato confirmou a existência de uma tradição

do planejamento urbano em São Paulo que consistia na priorização da regulação

da produção do mercado imobiliário e da proteção dos bairros onde reside a elite

paulistana, repetindo a cultura de confundir o zoneamento com o planejamento urbano.

Confirmando integralmente uma das hipóteses desta pesquisa.

Por outro lado, foi importante identificar como este processo foi realizado, o que

pôde ser percebido por meio da análise, da escolha e da aplicação dos instrumentos,

variáveis e índices urbanísticos.

A princípio as propostas básicas do PDDI/71 e do PDE de 2002 são bastante

diferentes. Enquanto que o primeiro dividia a cidade em unidades de vizinhança,

incluíndo a mudança da estrutura viária, o segundo adotou a divisão administrativa das

subprefeituras promovendo uma descentralização parcial do planejamento urbano.

O PDE tinha ainda, outra proposta básica que consistia em aumentar a ocupação

somente em algumas regiões da cidade bem dotadas de infraestrutura, por meio das

operações urbanas, das AIU e das ZM3.

Ressalta-se que os instrumentos de política urbana como a Outorga Onerosa do Direito

de Construir, Transferência do Direito de Construir, RIMA, RIVI, ZEIS e Disciplina

de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo foram regulamentados e podem ser

considerados auto-aplicáveis. Os demais instrumentos como Direito de Preempção,

Fundo de Desenvolvimento Urbano, Concessão Urbanística, Consórcio Imobiliário,

Direito de Superfície e principalmente Concessão do Direito de Uso foram deixados

para ser regulamentados posteriormente ou abordados superficialmente.

Porém, o mais importante foi a constatação, no que tange à disciplina de parcelamento,

uso e ocupação do solo, da enorme semelhança na escolha e na utilização das variáveis

e dos índices urbanísticos adotados nos planos diretores vigentes e no zoneamento

anterior, confirmando esta tese.

Algumas alterações e acréscimos foram incluídos visando dar características mais

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atuais ao texto, mas a forma de aplicar as variáveis e os índices urbanísticos de

parcelamento, uso e ocupação do solo, foram exatamente as mesmas, corroborando

com esta tese e lembrando uma importante frase de Tomasi de Lampedusa que

afirmou: “Se quisermos que fique como está, é preciso que tudo mude” (LAMPEDUSA

– tradução Cabeçadas, 1963)

Portanto comprovando integralmente a tese desta dissertação de doutoramento, pode-

se afirmar que o PDE e os PRE obedeceram rigidamente uma tradição da Prefeitura

do Município de São Paulo que consiste em ver o planejamento urbano somente

através do zoneamento de uso. Visão esta que reflete os interesses dos moradores

de bairros de elite e do mercado imobiliário, bem como, reflete também, a história e

a formação dos próprios técnicos da administração pública. Isto ocorre não de forma

geral, mas sim em cada tabela, cada mapa, cada coeficiente ou taxa incluído na lei.

Paulo Ricardo Giaquinto

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