Extraído de
PinusLetter nº 47 - Outubro de 2016
Autoria: Celso Foelkel
Uma realização:
Organizações facilitadoras:
ABTCP – Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel
IBÁ – Indústria Brasileira de Árvores
IPEF – Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais
Empresas e organizações patrocinadoras:
Fibria
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ABTCP – Associação Brasileira Técnica de Celulose e
Papel
ArborGen Tecnologia Florestal
CENIBRA – Celulose Nipo Brasileira
CMPC Celulose Riograndense
IBÁ – Indústria Brasileira de Árvores
Klabin
Lwarcel Celulose
Solenis
Stora Enso Brasil
Suzano Papel e Celulose
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Artigo Técnico por Celso Foelkel
Quebra-Ventos, Barreiras ou Cortinas de Árvores
Apesar do fato de que a movimentação do ar provocada pelos ventos seja favorável
aos seres vivos, causando uma renovação do ar atmosférico em um determinado
local, existem também efeitos negativos causados pelos ventos, quando sua
intensidade for acima de certos limites. Os danos causados pelos ventos são
comuns na agricultura, silvicultura, centros urbanos, parques naturais, etc.
Em geral, os ventos fortes estão associados a fortes tempestades, a intensa
movimentação de partículas do solo, furacões, tornados, etc. Os efeitos podem ser
muito devastadores, com intensos danos em recursos, tanto ambientais, sociais e
econômicos.
Recentemente, eu escrevi um artigo sobre o efeito dos danos causados por ventos
em plantações de eucaliptos:
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O fenômeno de danos em árvores pela ação de ventos em florestas
plantadas de eucaliptos. C. Foelkel. Eucalyptus Newsletter Edição 46. 22 pp.
(2014)
http://www.eucalyptus.com.br/artigos/news46_Danos_Ventos_Eucaliptos.pdf
Agora, estou retornando ao tema, para lhes mostrar maneiras como as florestas
plantadas de árvores e arbustos podem reduzir a velocidade ou modificar a direção
dos ventos, os quais eventualmente possam ser danosos para lavouras, edificações
rurais, cidades, etc.
Quebra-ventos ou cortinas de árvores são estruturas vegetais criadas pelo homem
com base no bom conhecimento científico e biológico, destinadas a reduzir os danos
causados pelos ventos e pelos materiais que esses ventos transportam. Ventos
fortes podem carregar gotas de chuva ou partículas de solo, neve ou granizo, que
ao aumentar de velocidade, podem impactar algum material vivo e biológico,
causando rupturas, quebras, abrasões, esmerilhamentos, etc. Esses efeitos são
muito perversos às plantas de quaisquer espécies vegetais, desde as simples
hortaliças até as árvores de grande porte, que podem simplesmente serem
tombadas ou irremediavelmente danificadas pelas ações de ventos associados ou
não às chuvas, granizo, partículas, etc. Imaginem amigos o impacto dos ventos
fortes carregando partículas do solo e atuando constantemente sobre flores, frutos,
frutos, caules, hortaliças, etc. Eles podem ser extremamente danosos e assim
afetar até mesmo a competitividade do negócio ou da região. Esses efeitos, que no
início pareceriam causar apenas alguns novos danos físicos, quando prolongados no
tempo, podem causar a morte das plantas e a desertificação regional, no que se
denomina de um processo de erosão eólica.
Quebra-ventos são estruturas vivas construídas pelo homem a partir do plantio de
árvores e arbustos de uma ou mais espécies vegetais que podem cumprir funções
múltiplas, sendo que as principais delas seriam as seguintes;
Reduzir a velocidade ou mudar a direção dos ventos fortes incidentes em um
determinado local;
Reduzir o efeito prejudicial dos ventos sobre plantas, edificações, etc.;
Reduzir a ação da temível erosão eólica, muito comum em regiões de solos
arenosos, baixa pluviosidade e fortes ventos;
Reduzir a dessecação dos solos causada por evapotranspiração;
Aumentar a produtividade da lavoura protegida da ação dos ventos.
Apesar de serem vantagens excepcionais para as partes interessadas, os quebra-
ventos costumam ser motivo de controvérsias ou contestações por parte de muitos
agricultores, pois eles custam recursos econômicos para serem implantados e
imobilizam uma área de terra, que poderia eventualmente ser produtiva para o
agricultor.
Justamente para tentar desmistificar essa forma de pensar é que estou oferecendo
a todos a oportunidade de ler esse texto que escrevi, para fomentar entre os
leitores o melhor conhecimento sobre os quebra-ventos e auxiliar em reflexões e
tomadas de decisão sobre os mesmos. Nesse texto, os leitores poderão encontrar
diversas considerações e referências de literatura que somadas poderão favorecer
avaliações de vantagens, desvantagens, economicidade e potenciais de aplicações
dessas estruturas vegetais.
É importante, antes de tudo e de mais nada, se conhecer o fato de que os quebra-
ventos, apesar de úteis e viáveis, não são milagrosos e eles precisam estar
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associados a outras práticas e planos agrícolas de melhoria da agricultura e
silvicultura, tais como:
Procedimentos de bom uso e de conservação dos solos;
Rotação de culturas, inclusive das áreas ocupadas pelos quebra-ventos nos
médios ou longos prazos;
Seleção adequada das plantas para as barreiras vegetais e para as culturas
a proteger;
Plantio em nível;
Adubação verde;
Sustentabilidade da capacidade produtiva dos sítios;
Plano de utilização do solo levando em conta a topografia, declividade,
relevo, distribuição dos recursos hídricos, locação de áreas de proteção
ambiental, etc.;
Plano de uso para as árvores e arbustos que entrarão na constituição dos
quebra-ventos.
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Os quebra-ventos são estruturas construídas com árvores e que são bastante
utilizadas em alguns países onde essas tecnologias foram aprimoradas e
convertidas ao domínio comum:
América do Norte: Estados Unidos e Canadá (até mesmo como forma de
atenuar os danos de nevascas);
Europa: Rússia, Dinamarca, Inglaterra, Escócia, França, Portugal, etc.;
América Latina: Uruguai, Argentina, Colômbia e até certo ponto, Brasil.
Em nível global, os quebra-ventos se popularizaram a partir dos anos 1930’s,
quando surgiu a necessidade de se aumentar a produção agrícola em função do
crescimento populacional. Os primeiros objetivos para essas estruturas eram:
aumentar a produtividade das lavouras agrícolas e prevenção da erosão eólica dos
solos.
No Brasil, os quebra-ventos ainda são pouco populares na agricultura. Apesar do
fato de diversas regiões do País ser impactadas por ventos fortes, parece que
nossos agricultores arriscam mais com a sorte e não costumam se valer muito
dessas estruturas em benefício da qualidade de seus solos e de suas produtividades
agrícolas. Se não fosse o IBC – Instituto Brasileiro do Café, que nos anos 1970’s
incentivou a construção de quebra-ventos nos estados de São Paulo e Paraná para
Ventos
Ventos atenuados
Ventos
Cultura
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proteção de cafezais, talvez os quebra-ventos teriam tido algumas poucas
oportunidades junto à nossa agricultura. Existem razões para a pouca difusão e
adoção de quebra-ventos no Brasil, sendo que a principal razão é a ausência de
informações claras sobre as suas vantagens e as relações entre benefícios e custos
para quem os construir. Com isso, o agricultor fica com a impressão de que ele irá
perder uma área de terra com a construção dos quebra-ventos, tornando-a
“improdutiva”, além de gastar muitos recursos para estruturar os quebra-ventos,
que “deverão permanecer intocados e inativos por longos períodos de tempo”.
Existem poucos resultados de pesquisas acadêmicas em relação aos quebra-ventos
junto às principais culturas agrícolas brasileiras, tanto para cereais, grãos,
pomares, plantas hortícolas, etc. Também ocorrem nas lembranças de muitos
agricultores exemplos de implantações fracassadas de quebra-ventos, que foram
construídos sem critérios, sem conhecimentos de aerodinâmica e com plantas
inadequadas. Finalmente, existe também o fato de que muitos agricultores que
plantam quebra-ventos com espécies arbóreas de rápido crescimento se sentem
atraídos para cortar as árvores para venda da madeira, fazendo isso em condições
impróprias de tempo e de otimização de resultados ambientais e sociais.
Para fins de reflexão por parte dos interessados nessa promissora prática
tecnológica agrícola, proponho elencar as vantagens dos quebra-ventos, para, a
seguir, discorrer sobre algumas de suas desvantagens e pontos que exigem
cuidados e atenção. Ao final desse texto, procurarei lhes contar as formas de
planejar quebra-ventos na busca do equilíbrio entre as vantagens e desvantagens e
que possam resultar em construções vitoriosas dos mesmos.
Vantagens dos quebra-ventos ou cortinas de árvores:
Podemos começar citando algumas das vantagens já relatadas:
Reduzir a velocidade ou mudar a direção dos ventos fortes incidentes em um
determinado local;
Reduzir o efeito prejudicial dos ventos sobre plantas, edificações, etc.;
Reduzir a ação da temível erosão eólica, muito comum em regiões de solos
arenosos, baixa pluviosidade e fortes ventos;
Reduzir a dessecação dos solos causada por evapotranspiração;
Aumentar a produtividade da lavoura protegida da ação dos ventos;
Complementando com as seguintes:
Proteção das lavouras contra os danos físicos e mecânicos causados pelos
ventos fortes e constantes;
Delimitação de áreas geográficas, atuando também como cercas-vivas;
Promoção de sombreamento de cultivos agrícolas que sejam exigentes ao
desenvolvimento na sombra (palmitais, cafezais, etc.);
Isolamento de genótipos específicos para evitar polinização entre espécies
afins e localizadas nas proximidades;
Melhoria na polinização da cultura protegida (por exemplo: maracujá);
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Melhoria na qualidade a aparência dos produtos (por exemplo: sementes e
frutos, verduras e folhas de fumo, chá, erva-mate, etc.);
Melhoria das condições ambientais e do microclima no local do cultivo
protegido, tais como umidade do ar e do solo, temperatura, etc.;
Valorização estética e paisagística da propriedade agrícola;
Melhoria da biodiversidade, por oferecimento de abrigo e proteção à fauna e
à flora do sub-bosque local;
Proteção de animais sendo criados como gado, ovelhas, etc. (que possam
inclusive se abrigar sob as árvores);
Proteção de animais sendo criados em construções como granjas, estábulos,
etc.;
Proteção de viveiros de mudas agrícolas e florestais;
Proteção de pastagens que costumam ser muito afetadas pela erosão eólica;
Proteção de edifícios rurais;
Contenção de dunas móveis;
Favorecimento da apicultura pelo plantio de árvores com floradas intensas e
bem distribuídas ao longo do ano, complementarmente às floradas dos
cultivos agrícolas;
Produção de lenha, estacas, moirões, sementes, frutos, bem como outros
produtos vendáveis ou utilizados na própria propriedade agrícola;
Redução nos custos de manutenção da propriedade rural em função de
danos causados pelos vendavais e tempestades com ventos;
Melhoria no processo de irrigação por aspersão;
Melhoria na precipitação das gotas de chuva sobre o solo, que tenderão a
cair com menos força e mais verticalmente;
Redução nas necessidades de energia para calefação de edifícios em locais
mais frios;
Proteção de áreas de tratamento de esgotos ou de lixo (aterros de resíduos
sólidos), tanto nos aspectos de percepção de odor como de beleza estética;
Equilíbrio maior nas receitas e resultados da produção rural.
Efeitos dos quebra-ventos sobre o clima, solo e lavouras:
Na tentativa de ampliar um pouco mais acerca do entendimento dos efeitos dos
quebra-ventos em alguns pontos chaves das culturas agrícolas, podemos citar
adicionalmente os seguintes efeitos:
Sobre o microclima da área protegida:
Temperatura tende a ser menor, seja pela ação do sombreamento
de parte da área, seja pela redução da amplitude térmica;
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Umidade relativa do ar tende a ser maior (em até 5%) devido à
maior retenção de água pelo solo e ao efeito de maior estagnação
do ar atmosférico nesse local.
Propensão maior à incidência de geadas em locais protegidos e
que estejam na região mais baixa de terrenos em declive forte,
exatamente pela maior acumulação de ar mais frio nessas
baixadas (é algo que precisa ser conhecido e demanda por
planejamentos adequados na construção dos quebra-ventos).
Sobre o solo local:
Temperatura do solo acompanha a temperatura do ar no local,
portanto, tende a ser maior na região protegida;
Umidade do solo é definitivamente maior devido à menor
evapotranspiração (entre 15 a 40% menor);
Redução da erosão eólica;
Reduções na perda de carbono orgânico e de material humificado
do solo;
Melhoria da microvida do solo.
Sobre os cultivos agrícolas:
Aumento da concentração de gás carbônico devido à maior
estagnação do ar no local protegido;
Favorecimento da taxa fotossintetizadora pelas plantas;
Estômatos ficam mais tempo abertos devido à maior umidade
relativa no local protegido;
Maior crescimento foliar e consequente intensificação da atividade
metabólica foliar;
Menores danos mecânicos sobre as plantas e em seus órgãos
comercializados (folhas, frutos, sementes, etc.);
Maior intensidade de polinização;
Efeitos variados sobre as incidências de pragas e doenças, que
podem tanto serem favorecidas como desfavorecidas dependendo
das interações entre plantas, microrganismos e microclima local.
Desvantagens dos quebra-ventos:
Deve ficar muito claro a todos os interessados em construção de quebra-ventos,
que o mau planejamento e a incidência de erros nas construções podem resultar
em sérias desvantagens ambientais e econômicas, uma vez que:
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Os quebra-ventos mal planejados e desenhados podem causar efeitos
negativos sobre o movimento dos ventos, causando turbilhonamentos locais
e provocando danos às plantas que deveriam estar sendo protegidas e às
próprias plantas dessas barreiras de árvores;
Nas proximidades dos quebra-ventos podem acontecer efeitos de
competição radicular entre as plantas dos quebra-ventos e as plantas da
lavoura. Podem também afetar áreas de proteção permanente localizadas
nas vizinhanças. A competição pode acontecer principalmente quanto aos
consumos de água e de nutrientes.
Até a uma distância de duas vezes a altura máxima das árvores dos quebra-
ventos (2.H) pode ocorrer forte efeito de sombreamento sobre a cultura
sendo protegida, o que deve ser levado em conta ou no desenho desses
quebra-ventos ou na seleção de alguma cultura ombrófila que deva ser
colocada na área de sombreamento.
Os quebra-ventos podem afetar o escoamento da água superficial (deflúvio
superficial) no solo, atuando como barreira ou represa, frente à inadequação
de seu desenho ou engenharia.
Espécies de plantas mais comumente utilizadas para construção de
quebra-ventos:
As plantas que mais são indicadas para compor na estrutura de quebra-ventos
devem apresentar as seguintes características:
# Devem ser perenifólias, ou seja, não devem perder folhas em função das
condições climáticas ou da época do ano;
# Devem ter crescimento rápido e porte alto;
# Devem ter postura ereta;
# Devem ser bem copadas e com galhos permanentes e resistentes a partir de
alturas próximas ao solo ou à base da árvore;
# Devem ter sistemas radiculares pivotantes e profundos, para ocupação do
solo em seu perfil vertical e menos no perfil horizontal (evitando assim
competição radicular com a área protegida);
# Devem ser vegetais esguios e flexíveis, bem como resistentes à quebra dos
troncos e ao tombamento irreversível;
# Devem apresentar resistência a pragas e doenças;
# Devem ser bem adaptadas às condições locais de clima, solo e
compatibilidade com a cultura a ser protegida;
# Não devem mostrar alelopatia (liberação de extrativos, resinas ou
substâncias prejudiciais às plantas vizinhas);
# Devem apresentar aspecto diferenciado da lavoura sendo protegida, para
que não se misturem folhas, frutos ou sementes nos produtos do cultivo
comercial agrícola.
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As plantas mais usualmente cultivadas em construção de quebra-ventos são as
seguintes:
Coníferas arbóreas:
Cupressus (Ciprestes) – formam barreiras pouco permeáveis e pouco porosas
Pinus (Pinheiros) – muito indicados para solos pobres e arenosos
Thuja – (Tuya) – similares aos ciprestes
Folhosas arbóreas:
Populus (Álamo) – formam barreiras homogêneas, bem impermeáveis, mas exigem
solos de melhor qualidade – São muito comuns na América Latina, exceto Brasil
Salix (Chorão) – mostram algum nível de perda de folhas, mas se adequam em
regiões de solos muito úmidos
Acacia (Acácias) – bom fechamento da barreira e fornecem nitrogênio ao solo por
serem leguminosas nitrificadoras
Ligustrum (Ligustro) – fecham bem a barreira e atraem pássaros devido a seus
frutos;
Grevillea robusta (Grevílea) – excelente desempenho como quebra-vento perene;
Casuarina (Casuarina) – Similar ao desempenho do Pinus
Mimosa bracatinga (Bracatinga) – similar ao desempenho da acácia
Eucalyptus (Eucaliptos) – rápido crescimento de espécies com grandes alturas de
árvores
Leucaena (Leucena) – boa compatibilidade com outras espécies arbóreas
Persea (abacateiro) – para múltiplos usos dos quebra-ventos
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Gramíneas:
Bambusa (Bambus) – excelente fechamento e impermeabilidade
Saccharum officinarum (Cana-de-açúcar) – possibilidade de obtenção de alimentos
para criações
Pennisetum purpureum (Capim-elefante) – possibilidade de atuar como forrageira
conjugada
Espécies arbustivas:
Hibiscus (Hibisco) – arbustos que fecham muito bem e são tolerantes ao
sombreamento
Musa cavendishii – (Bananeira) – para opção de produção agrícola para consumo
interno ou venda
Economicidade dos quebra-ventos:
Muitos agricultores consideram que os quebra-ventos imobilizam uma área de terra
agrícola que poderia ser “produtiva”. Eles costumam calcular a perda de produção
que poderiam obter e não encontram na literatura dados de ganhos de
produtividade ou de resultados econômicos com o uso dos quebra-ventos. Eles
sabem das vantagens dos quebra-ventos, mas possuem poucas informações sobre
seu valor econômico na região e para os ganhos com as culturas que estão
plantando como lavouras.
Com isso, os quebra-ventos acabam sendo utilizados apenas com culturas onde se
conhece muito bem o efeito danoso dos ventos sobre elas. Também se costumam
observar os exemplos de sucesso de quebra-ventos na região. E os de fracasso
também!
As culturas agrícolas onde mais frequentemente se instalam quebra-ventos em
regiões de ventos fortes são as seguintes: alfafa, café, feijão, fumo, chá-mate,
erva-mate, girassol, hortaliças, fruteiras rasteiras (morango, melancia, melão),
batata, pomares (laranjas, pêssegos, limões, etc.). Quebra-ventos são também
comuns para proteção de viveiros de mudas e abrigos de criação de animais.
Geralmente, o agricultor acaba se esquecendo de que os quebra-ventos bem
planejados também possam ser fontes de produtos para uso na propriedade rural
(madeira, lenha, frutos, forrageiras, sementes) ou para comercialização externa.
Isso tudo se pode conseguir preservando a missão funcional primária dos quebra-
ventos – mas se exigem conhecimentos e adequado planejamento. Dessa forma, os
quebra-ventos podem desempenhar funções múltiplas e resultarem em receitas
adicionais para a propriedade agrícola.
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Portanto, não basta apenas querer fazer - é preciso saber, decidir, implantar e
gerenciar bem.
Cortina de Cupressus protegendo cultivo agrícola anual
Estruturação física e construtiva dos quebra-ventos:
As barreiras de árvores dispostas como quebra-ventos demandam uma detalhada
avaliação prévia do local onde se pretende instalá-las. Inicialmente, é preciso se
conhecer muito bem a direção predominante dos ventos e as velocidades e
frequências com que chegam ao local. Normalmente, os quebra-ventos são
colocados em direção perpendicular aos ventos fortes dominantes para desviar o
vento para cima ou para os lados. Outras vezes, prefere-se construir os quebra-
ventos com ângulos de aproximadamente 45º em relação aos ventos com o
propósito de desviar os mesmos para os lados.
Alguns agricultores instalam quebra-ventos muito simples, de apenas uma fileira de
árvores, na maioria das vezes com alta permeabilidade ao vento por essa barreira
simples. O impacto dos ventos acaba assim sendo amortecido apenas ligeiramente.
Ás vezes, algumas árvores não resistem e são derrubadas, o que acaba criando
portas para que os ventos sejam canalizados pelas falhas na barreira, até mesmo
de forma mais drástica. Isso não significa que não se possam construir quebra-
ventos simples, eles podem, mas em condições onde sejam viáveis, após criteriosa
avaliação das condições locais. Para alguns casos, até mesmo uma fileira de
árvores bem dispostas e com plantas que formem barreiras de baixa porosidade
(álamos ou ciprestes) pode ser suficiente.
Na maioria das situações, quebra-ventos de relativa simplicidade, com 3 a 5 fileiras
de árvores e arbustos, podem ser suficientes para um bom desempenho.
Entretanto, mais uma vez, tudo depende das condições locais.
Os quebra-ventos mais complexos envolvem múltiplas espécies e diversas fileiras
para se obter uma estruturação melhor e com possibilidades de controle do nível de
porosidade da barreira.
Altura = H
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Denomina-se de H a altura da fileira mais alta de árvores dos quebra-ventos. A
maioria dos cálculos de estruturação e desenho das áreas dos quebra-ventos e das
áreas a serem protegidas se relaciona a esse valor mágico de H e à permeabilidade
que se deseja colocar na barreira de plantas. É possível se conseguirem reduções
entre 20 a 75% na velocidade dos ventos, dependendo dos fatores locais de
terreno e dos fatores construtivos e de engenharia da barreira que se deseja criar.
A área protegida é calculada como um múltiplo de H, podendo ficar entre 5.H
(hortaliças e pomares) a 40.H (pastagens), havendo também forte influência da
declividade do terreno. Quanto maiores a velocidade dos ventos e a declividade do
terreno, mais curtas se tornam as áreas protegidas. Dessa maneira, em casos de
áreas extensas de lavoura, são recomendadas barreiras sucessivas de árvores, o
que acaba por dar um desenho paisagístico bastante interessante à propriedade.
Em termos de fisiologia vegetal, as velocidades ideais de vento incidindo sobre as
plantas devem ficar entre 1 a 6 km/hora, dependendo do tipo de cultura e do
relevo local.
Para locais de ventos não muito fortes e para áreas pequenas a serem protegidas,
alguns agricultores preferem construir barreiras artificiais de pequena espessura,
como ripados, muros, cercas teladas, etc.
Os quebra-ventos de árvores funcionam como uma espécie de barragem de um rio,
onde o vento substitui a água. Conforme o vento chega à barragem, ele enche de
ar o local e o excesso de ar tende a buscar espaços para escapar: uma parte passa
pela porosidade da barragem, outra escapa por cima e outras pelos lados, ao
término do comprimento da barreira. Essas fugas laterais ocorrem com mais
intensidade em quebra-ventos de pequeno comprimento, podendo causar
turbilhonamentos e sucções nos cantos do quebra-vento. Com esse desempenho
impróprio, a área protegida fica menor, tomando a forma de um V invertido ao
invés de um retângulo.
Essas ações de turbilhonamento costumam acontecer também em barreiras muito
fechadas, como já vimos. O turbilhonamento consiste em uma espécie de força de
sucção causada pelo desvio rápido e inadequado de uma corrente forte de vento.
Suas consequências e efeitos são imprevisíveis e às vezes catastróficos para a
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lavoura e para o quebra-vento. Portanto, o ideal é se deixar alguma porosidade na
barreira, não se deixando a mesma muito fechada, sendo suficiente que ela apenas
reduza a velocidade dos ventos após a mesma em um valor especificado pelo
projeto.
Fatores de engenharia dos quebra-ventos
1. Comprimento: é função da altura e deve obedecer a uma relação teórica de
aproximadamente 20 vezes o valor de H (altura máxima).
2. Espessura: depende do número de fileiras de árvores e do espaçamento
entre elas. O espaçamento nas linhas varia entre 1,5 a 3 metros e nas
entrelinhas entre 2 a 5 metros. A espessura do quebra-vento é função da
porosidade que se quer deixar e da resistência mecânica das árvores à força
dos ventos. Caso as árvores sejam de boa resistência e a barreira tenha
adequada porosidade, o quebra-vento pode ter poucas fileiras (sugere-se no
mínimo três) para poder fazer seu papel de regulação do fluxo do vento O
plantio costuma ser feito em quincôncio, ou seja, intercalando a disposição
das árvores nas linhas, de forma a melhor ocupar os espaços e reduzir a
permeabilidade ao ar.
As árvores mais altas devem ficar nas linhas centrais e as mais baixas nos
flancos a jusante e a montante, com maiores espessuras nos locais de mais
alto impacto pelo vento.
Os quebra-ventos mais complexos costumam ser construídos contendo algo
entre 5 a 10 fileiras de árvores e arbustos combinados, podendo até ter um
papel similar ao que se denomina de ILPF – Integração Lavoura-Pecuária-
Floresta (http://www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/integracao-lavoura-
pecuaria-silvicultura). Já os quebra-ventos de apenas uma fileira de árvores
precisam de manutenção constante para reposição de falhas e eliminação de
buracos em sua estrutura.
Plantio em quincôncio
3. Porosidade: devem ser evitados quebra-ventos muito densos e que
restringem demasiadamente a passagem dos ventos, pois a força de
pressão dos ventos pode até mesmo causar danos às barreiras de árvores.
Devem também ser evitados buracos e falhas de árvores na parede, a
menos que se esteja manejando bem e adequadamente um quebra-vento
de forma a oferecer também produtos madeireiros para o produtor rural.
Uma forma simples de se avaliar a porosidade de um quebra-vento é pelo
procedimento fotográfico. São feitas diversas fotos do quebra-vento
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exatamente por onde chega o vento e se medem as relações entre áreas
abertas e áreas fechadas.
A porosidade poder ser controlado por:
Tipo de árvores sendo plantadas (álamo, cipreste, grevílea, etc.);
Interplantio de vegetação de menor porte para compor um sub-
bosque;
Número de fileiras de plantas.
4. Localização do quebra-vento:
Alguns quebra-ventos costumam ser temporários, para acompanhar a
cultura agrícola durante certo tempo e depois serem colhidos para
aproveitar a madeira de forma comercial. Outros são plantados para atuação
mais permanente, com possibilidades de manejo das plantas para obtenção
de árvores superiores para venda de madeiras mais nobres em idades mais
avançadas.
No caso de necessidade de criação de áreas de reserva legal ou de
preservação permanente na propriedade, podem ser construídos maciços na
forma de quebra-ventos, sendo que eles assim cumprirão duplo papel:
ambiental e protetivo aos ventos.
Devem ser tomados alguns cuidados na localização dos quebra-ventos,
sendo, portanto essa avaliação uma etapa importante se entender bem as
condições locais para evitar localizações inapropriadas.
São assim sugeridas algumas ações preventivas para evitar erros de
localização:
Compatibilização adequada da disposição do quebra-vento em
relação ao movimento do sol, procurando minimizar a área
sombreada sobre a cultura agrícola sendo protegida.
Redução da área de influência radicular do quebra-vento sobre a área
agrícola, procurando se plantar espécies de sistemas radiculares
menos fasciculares lateralmente.
Estimular o crescimento pivotante das raízes, procurando remover
camadas de impedimento do solo através subsolagem.
Considerar a localização de alguma estrada interna logo após o
quebra-vento, minimizando assim o efeito de sombreamento e de
influência radicular.
Evitar localizar quebra-ventos ao lado de canais de água de irrigação.
Em todos os casos, a disposição e localização das barreiras de árvores devem ser
feitas após criteriosa avaliação da topografia, direção e intensidade dos ventos,
qualidade dos solos, tipos de lavoura a proteger, proximidades de nascentes e de
cursos d’água, etc., etc.
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Considerações finais:
Os quebra-ventos estabelecidos com árvores, entre as quais se usam comumente
algumas coníferas como Pinus, Cupressus e Thuja, são estruturas produzidas pelo
homem que podem cumprir papel relevante para casos específicos na silvicultura,
agricultura e pecuária em nosso País. Por essa razão, recomendamos fortemente
que os órgãos extensionistas dos governos procurem colocar mais informações
sobre eles para acesso e orientação pública. Também nossos pesquisadores da
academia e dos centros de pesquisa de entidades governamentais poderiam tentar
criar mais projetos de pesquisa com os mesmos em diversas situações práticas
para definição de novos procedimentos técnicos aos interessados de nosso setor
agroflorestal.
Isso é definitivamente algo que precisa ser mais bem estudado e trabalhado no
Brasil, principalmente pelos numerosos engenheiros florestais que temos, ansiosos
por criarem algo de útil para a silvicultura nacional. Afinal, um quebra-vento é
também uma plantação de árvores, só que com estratégias de implantação e
utilização distintas em relação às florestas plantadas cuja principal missão seja a de
produzir troncos para uso industrial ou energético.
Os benefícios dessas plantações de árvores como quebra-ventos são
inquestionáveis e podem ser ainda mais potencializados. Vocês não concordam
comigo?
Referências da literatura sobre quebra-ventos e cortinas de árvores
Aproveitem nossa seleção de artigos sobre os quebra-ventos nas propriedades
agrícolas e em outras atividades onde se requeiram sistemas de proteção, cercas
ou barreiras naturais criadas com plantas arbóreas plantadas para realização
dessas finalidades.
Video-aula 7. Quebra-ventos. Canal Alexandre Bertoldo. Vídeos
YouTube. Acesso em 24.10.2016:
https://www.youtube.com/watch?v=SCa1XX1wqz4.
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Cortinas forestales rompevientos. Vídeos INTA – Instituto Nacional de
Tecnologia Agropecuaria. Argentina. Acesso em 24.10.2016:
http://inta.gob.ar/videos/cortinas-forestales-rompevientos (em Espanhol)
Benefícios de las cortinas forestales. F. Cardozo. Vídeo INTA – Instituto
Nacional de Tecnologia Agropecuária de Argentina. (2016)
http://inta.gob.ar/videos/beneficios-de-las-cortinas-forestales (em Espanhol)
Erosão eólica e seu efeito. P.A.C. Pinto. UNEB - Universidade do Estado da
Bahia. Apresentação em PowerPoint: 14 slides. Acesso em 24.10.2016:
http://www.augustocoimbra.xpg.com.br/3_erosao_eolica.pdf
Sombreado forestal aplicado a tambos. Simulaciones de cortinas
forestales. P. Laclau; D. Daguer; G. Caballé. VIII Congreso Internacional de
Sistemas Agroforestales y III Congreso Nacional de Sistemas Silvopastoriles. 06 pp.
(2016)
http://inta.gob.ar/sites/default/files/p._laclau_g._caballar._sombreado_aplicado_a_tambos1.
pdf (em Espanhol)
Cortinas quebra-ventos. Funções, tipos e constituição. J.P.F. Carvalho.
Impactum. Coimbra University Press. 06 pp. (2016)
https://digitalis-dsp.uc.pt/jspui/bitstream/10316.2/33576/6/Agrotec8_artigo14.pdf?ln=pt-pt
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