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Entende-se por pagamento direto aquele em que há a satisfação exata da prestação que constitui o objeto da obrigação, ou seja, o devedor se exonerará da obrigação entregando efetivamente a coisa devida.

Pagamento indireto, por sua vez, é aquele em que a extinção da obrigação se dá de forma diversa da originariamente convencionada, podendo ocorrer por: a) pagamento em consignação; b) pagamento com sub-rogação; c) imputação do pagamento; d) dação em pagamento; e) novação; f) compensação; g) transação; h) compromisso; i) confusão; j) remissão das dívidas.

Do Paga mento em Consignaç ãoc Arts. 890 a 900 do CPC.c Art. 164 do CTN.Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancárioda coisa devida, nos casos e forma legais.c Arts. 304 e 635 deste Código.c Art. 972 do CC/1916.Art. 335. A consignação tem lugar:I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;c Arts. 319 e 506 deste Código.II – se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;c Arts. 327 a 333 e 341 deste Código.III – se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou deacesso perigoso ou difícil;c Art. 22 deste Código.IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;c Arts. 344, 345 e 755 deste Código.V – se pender litígio sobre o objeto do pagamento.c Arts. 344 e 345 deste Código.c Art. 973 do CC/1916.Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas,aoobjeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.c Arts. 304 a 333 deste Código.c Art. 974 do CC/1916.Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante,os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.c Arts. 327 a 330 deste Código.c Art. 891 do CPC.c Art. 976 do CC/1916.Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerero levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências

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dedireito.c Art. 977 do CC/1916.Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senãode acordo com os outros devedores e fiadores.c Art. 978 do CC/1916.Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá apreferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados osco-devedores e fiadores que não tenham anuído.c Art. 979 do CC/1916.Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderáo devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.c Arts. 328 e 335, II, deste Código.c Art. 891, parágrafo único, do CPC.c Art. 980 do CC/1916.Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminadacompetir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominaçãode perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-ácomo no artigo antecedente.c Arts. 243 a 246, 252, 255 e 1.929 deste Código.c Art. 894 do CPC.c Art. 981 do CC/1916.Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário,à conta do devedor.c Art. 982 do CC/1916.Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dospretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.c Art. 335, IV e V, deste Código.c Art. 983 do CC/1916.Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, poderáqualquer deles requerer a consignação.c Art. 335, IV e V, deste Código.c Art. 984 do CC/1916.Capítulo IIIDo Paga mento co m Sub -Rogaç ãoc Arts. 299 a 303, 1.368 e 1.429 deste Código.c Arts. 127, I, e 129, item 9, da Lei nº 6.015, de 31-12-1973 (Lei dos Registros Públicos).Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:

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c Art. 13, parágrafo único, do CDC.I – do credor que paga a dívida do devedor comum;c Arts. 259, parágrafo único, e 283 deste Código.II – do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva opagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;c Arts. 1.478 e 1.481 deste Código.III – do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.c Arts. 304, 305, 800 e 831 deste Código.c Art. 985 do CC/1916.Art. 347. A sub-rogação é convencional:c Art. 129, item 9, da Lei 6.015, de 31-12-1973 (Lei dos Registros Públicos).I – quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;c Art. 348 deste Código.II – quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressade ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.c Art. 305 deste Código.c Art. 986 do CC/1916.Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o disposto quantoà cessão do crédito.c Arts. 286 a 298 deste Código.c Art. 987 do CC/1916.Art. 349. A sub-rogação transfere ao novocredor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo,em relaçãoà dívida, contra o devedor principal e os fiadores.c Súmulas nos 188 e 257 do STF.c Art. 988 do CC/1916.Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até à somaque tiver desembolsado para desobrigar o devedor.c Art. 989 do CC/1916.Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívidarestante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever.c Art. 990 do CC/1916.Capítulo IVDa Imputaç ão do Paga mentoc Art. 163 do CTN.Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicara qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.c Arts. 355 e 379 deste Código.c Art. 991 do CC/1916.

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Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidasquer imputar o pagamento, seaceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provandohaver ele cometido violência ou dolo.c Arts. 145 a 150 e 379 deste Código.c Art. 992 do CC/1916.Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital,salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.c Art. 993 do CC/1916.Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se faránas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo,a imputação far-se-á na mais onerosa.c Art. 379 deste Código.c Art. 994 do CC/1916.Capítulo VDa Daç ão em Paga mentoc Arts. 127, I, e 129, item 9, da Lei nº 6.015, de 31-12-1973 (Lei dos Registros Públicos).Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.c Arts. 307, 313 e 838, III, deste Código.c Art. 995 do CC/1916.Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normasdo contrato de compra e venda.c Arts. 481 a 532 deste Código.c Art. 996 do CC/1916.Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão.c Arts. 286 a 298 deste Código.c Art. 997 do CC/1916.Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficandosem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.c Arts. 447 a 457 deste Código.c Art. 998 do CC/1916.Capítulo VIDA NOVAÇÃOArt. 360. Dá-se a novação:I – quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;

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II – quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;III – quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite comeste.c Art. 999 do CC/1916.Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirmasimplesmente a primeira.c Art. 1.000 do CC/1916.Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste.c Art. 1.001 do CC/1916.Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro,salvo se este obteve por má-fé a substituição.c Art. 1.002 do CC/1916.Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário.Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese,se os bens dados emgarantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação.c Arts. 92 a 97 e 1.419 e seguintes deste Código.c Arts. 1.003 e 1.004 do CC/1916.Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, somente sobre os bens do que contraira nova obrigação subsistem as preferências e garantias do crédito novado. Os outros devedores solidáriosficam por esse fato exonerados.c Arts. 275 a 285 deste Código.c Art. 1.005 do CC/1916.Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o devedor principal.c Arts. 835 e 838, I, deste Código.c Art. 1.006 do CC/1916.Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas ouextintas.c Arts. 166, 167, 171 e 172 deste Código.c Arts. 1.007 e 1.008 do CC/1916.Capítulo VIIDa Compensaç ãoc Art. 1.506 deste Código.Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguemse,até onde se compensarem.c Art. 1.919 deste Código.

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c Art. 1.009 do CC/1916.Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.c Arts. 85 e 86 deste Código.c Art. 1.010 do CC/1916.Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se compensarão,verificando-se que diferem na qualidade, quandoespecificada no contrato.c Art. 1.011 do CC/1916.Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensarsua dívida com a de seu credor ao afiançado.c Arts. 376 e 837 deste Código.c Art. 1.013 do CC/1916.Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação.c Art. 1.014 do CC/1916.Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:I – se provier de esbulho, furto ou roubo;II – se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;c Arts. 579 a 585, 638 e 1.707 deste Código.III – se uma for de coisa não suscetível de penhora.c Art. 1.711 deste Código.c Art. 649 do CPC.c Art. 1.015 do CC/1916.Art. 374. Revogado. Lei nº 10.677, de 22-5-2003.Art. 375. Não haverá compensação quandoas partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de renúnciaprévia de uma delas.c Arts. 114 e 385 a 388 deste Código.c Arts. 1.016 e 1.018 do CC/1916.Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a que o credor dele lhedever.c Art. 371 deste Código.c Art. 1.019 do CC/1916.Art. 377. O devedor que, notificado, nadaopõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não podeopor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe nãotiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente.c Arts. 286 a 298 e 312 deste Código.c Art. 1.021 do CC/1916.Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem compensar sem dedução dasdespesas necessárias à operação.

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c Arts. 325 e 327 deste Código.c Art. 1.022 do CC/1916.Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão observadas, no compensá-las,as regras estabelecidas quanto à imputação do pagamento.c Arts. 352 a 355 deste Código.c Art. 1.023 do CC/1916.Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se torne credor doseu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exeqüente a compensação,de que contra opróprio credor disporia.c Art. 1.024 do CC/1916.Capítulo VIIIDa Confus ãoArt. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.c Art. 1.436, IV, deste Código.c Art. 1.049 do CC/1916.Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela.c Art. 1.050 do CC/1916.Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrênciada respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade.c Arts. 264 a 285 deste Código.c Art. 1.051 do CC/1916.Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios,a obrigação anterior.c Art. 1.052 do CC/1916.Capítulo IXDa Remiss ão das Dívidasc Arts. 262, 272, 277 e 324 deste Código.c Art. 172 do CTN.Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro.Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração dodevedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.c Art. 1.053 do CC/1916.Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a extinçãoda dívida.c Arts. 114 e 1.436, III, e § 1º, deste Código.c Art. 1.054 do CC/1916.

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Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modoque, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem deduçãoda parte remitida.c Arts. 277 a 282 deste Código.

c Art. 1.055 do CC/1916.

Pelo pagamento indireto

- o pagamento indireto é pagamento por uma forma diferente da que havia sido estipulada pelas partes e também extingue a obrigação.

- modalidades: consignação, cessão de crédito, compensação, confusão, novação, dação.  

PAGAMENTO POR CONSIGNAÇÃO

- o credor tem interesse na extinção da obrigação, assim como o devedor tem direito de extinguir o vínculo obrigacional. Muitas vezes o credor é malicioso e quer espezinhar o devedor. Por vezes o credor tem interesse na eternização da dívida para colher mais acessórios da obrigação principal, e isto não é razoável

- para atender aos interesses do devedor, o legislador criou o pagamento por consignação. É o depósito judicial ou extrajudicial da coisa devida, modo de pagamento indireto e que extingue a obrigação

- fatos que impedem o pagamento indireto: para que o pagamento se realize há de haver a cooperação do credor ou seu representante pois só eles podem dar a quitação. O devedor tem o máximo interesse em se livrar do vínculo mas pode acontecer de:  · credor injustificadamente se recusar a dar quitação  · credor injustificadamente se recusar a receber a prestação  · devedor tem dúvida quanto a quem se deve pagar  · devedor não encontra a pessoa a quem deve pagar

- o devedor pode depositar a coisa devida judicial ou extrajudicialmente

- às vezes a orbigação é “quèrable” – depende da iniciativa do credor ir buscar e ele não vai. Para evitar a discussão é melhor depositar em juízo e é o meio técnico para liberar o devedor da dívida.

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- vantagens da consignação: evitar o debate sobre quem é o culpado pelo atraso; revelar o propósito de cumprir a obrigação; poupar o trabalho que teria o devedor na guarda e conservação da coisa devida; além de extinguir a obrigação

- conceito: Clóvis Beviláqua: “pagamento por consignação é o modo indireto de liberar-se o devedor da sua obrigação, que consiste no depósito judicial da coisa devida”   Washington: “pagamento por consignação é o depósito judicial da coisa devida, realizado pelo devedor, com causa legal.   Antônio Chaves: “é o depósito judicial da coisa devida, objetivando a extinção do vínculo obrigacional, nos casos expressamente autorizados em lei

- Código Civil: art. 972 – “depósito judicial das coisas devidas nos casos e formas legais”

- depósito judicial: para que ocorra é necessária uma ação: Ação de Consignação em Pagamento (arts. 890 a 900 CPC) ou Consignatória

- objeto do pagamento por consignação: obrigação de dar – coisa móvel ou imóvel; obrigação pecuniária

- auto de depósito: é nomeado um depositário (normalmente o próprio devedor)

- natureza jurídica: o instituto é de natureza mista, híbrida: de Direito Civil e de Direito Processual Civil. No Direito Civil a natureza jurídica é um dos modos indiretos de extinção das obrigações (arts. 972 a 974). No Processo Civil – rege a parte formal, forma de exercício da ação de consignação em pagamento

- Quem pode fazer a consignação? O devedor ou 3o, nas hipóteses previstas na lei (art. 973), quais sejam:

1) se o credor se recusar a receber o pagamento ou a dar a quitação, sem justa causa. Mora do credor “accipiendo”. Se houver causa para a recusa não haverá mora do credor pois o inadimplemento é do devedor.

2) se o credor não for nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condições devidas

3) obrigação Portable, iniciativa do devedor e o pagamento se torna impossível pois não há como achar o credor

4) se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento – a dúvida deve ser fundada em uma boa razão

5) art. 983: se pender litígio sobre o objeto do pagamento

6) se houver concurso de preferência (mais de um credor e o devedor for insolvente) ou quando o credor for incapaz de receber o pagamento e não tiver representante legal

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- requisitos: art. 974: - existência de vínculo obrigacional - “ânimus solvendi” – intenção - pagamento exato da obrigação - presença do solvens - presença do accipiens

· Subjetivos: contra quem é dirigida a consignação: art. 975 – ao credor ou a seu representante.   Quem faz o pagamento: devedor (ou seu representante) ou terceiro.

· Objetivos: é preciso que haja dívida líquida e certa (se a obrigação for incerta é preciso haver a concentração anteriormente – prévia determinação – art. 981 CC). - e se houver erro de cálculo? Deve pedir a retificação do cálculo e complementar com ofertas supletivas - e se houver dúvida sobre o montante exato da dívida? Deve depositar-se mais do que deve e depois protestar pela repetição do indébito - é preciso que a prestação oferecida seja a que realmente se deve, na íntegra.

- Modo: o devedor, ao fazer o depósito judicial, deve observar todas as cláusulas do contrato. O oferecimento deve ser real, efetivo, não basta mera declaração de que a coisa está à disposição do credor.

- Tempo: o depósito deve ser feito no prazo estabelecido, para que não ocorra a mora. Se houver mora do devedor, este deverá depositar a coisa mais os juros, efeitos de sua mora Art. 956, par. Ún.

- Local: art. 976, CC – a consignação deve se efetuar no local do pagamento. Se for judicial, será no foro competente – art. 980CC – lugar da situação do bem.

- prestação de coisa indeterminada: credor será citado para fazer a escolha e caso não a faça o devedor deverá escolher.

- levantamento do depósito pelo consignante (como pegar de volta): há três hipóteses:

1- art. 977: credor ainda não se manifestou 2- art. 979: credor já se manifestou. Se não houve consentimento do credor, não haverá levantamento. 3- Art. 978: já há sentença do juiz julgando procedente a ação. Devedor não poderá levantar senão de acordo com os demais devedores e fiadores

- procedimento: Judicial  – não contenciosa: arts. 840 e 893: credor é citado. Não há briga. Levanta o que lhe é devido.     - contenciosa: arts. 896 e 897 CPC: credor contesta a ação. Fase da briga.

- quem arca com as despesas do depósito? Art. 982: quem perde paga os ônus da sucumbência

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- se a ação for julgada procedente, extingue-se o vínculo obrigacional. Credor paga os ônus. Se a ação for julgada improcedente, o vínculo obrigacional continua. Há a mora do devedor.

PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO

- substituição dos sujeitos na relação obrigacional – por sucessão “mortis causa” – D. das Sucessões.        - por sucessão “inter vivos” – D. das Obrigações

- substituição do pólo ativo – pagamento com sub-rogação. O principal efeito do pagamento é a extinção da obrigação. O pagamento pode ser feito pelo “solvens” (devedor ou 3o.) ao “accipiens” (credor ou seu representante) – art. 930 CC.

- quando 3o. faz pagamento a obrigação pode se extinguir só para o credor. O vínculo obrigacional não se extingue pois o terceiro ficará no lugar do credor primitivo. A relação jurídica não desaparece, não é um pagamento indireto, não é um meio de execução da obrigação. O 3o. que paga a dívida teria direito ao reembolso, mas a lei lhe confere mais, ele se sub-roga dos direitos do credor primitivo

- conceito: “sub-rogatio” = substituição. Pode ser de uma coisa por outra (sub-rogação real) ou de uma pessoa por outra (sub-rogação pessoal). Nosso Código Civil só trata da sub-rogação pessoal

 - “Transferência dos direitos do credor para aquele que solve a obrigação ou empresta o necessário prara solvê-la”

- todos os direitos, garantias, etc, são transferidos a um novo credor. O devedor passa a ser devedor do 3o. que pagou ou emprestou.

- credor sub-rogante – credor primitivo - credor sub-rogado – 3o. que assume o pólo ativo da relação obrigacional ou credor derivado

- é uma exceção à regra de que o pagamento extingue a obrigação

- utilidade: Atende a interesse geral: o inadimplemento leva a brigas, fere a harmonia social. O legislador teve o intuito de estimular terceiros a solver a dívida do devedor para evitar litígios.   Atende a interesse particular: útil ao credor que quer receber o que lhe é devido, não interessa quem pague e útil ao devedor porque ele pode estar numa situação de insolvência. É um instituto que não prejudica terceiro que paga já que ele se sub-roga dos direitos do credor primitivo

- natureza jurídica: há um pagamento sem extinção da obrigação. Peculiaridade do instituto: o devedor não estará liberado com o pagamento. Para uma corrente o pagamento com sub-

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rogação seria um caso especial de cessão de crédito. Existem pontos comuns entre os dois institutos: substituição do sujeito ativo, não extinguem obrigações, não liberal o devedor do pagamento da dívida, se aplicam as mesmas normas. Crítica: não há como confundir os 2 institutos: na sub-rogação o principal escopo é liberar o devedor do credor primitivo. Já na cessão de crédito o principal escopo é transferir o crédito de uma pessoa para outra.

- Espécies:

· Sub-rogação LEGAL: decorre da lei. O art. 985 trata dessa figura. Ocorrendo um dos fatos descritos nos incisos do art. 985 ocorre necessariamente a sub-rogação legal.

I – existem 2 credores do mesmo devedor mas um deles é preferencial e o outro é quirografário. O credor preferencial tem garantia da dívida. A lei permite que o credor quirografário pague  o devedor preferencial e sub-rogue-se nos seus direitos, tornando-se credor preferencial. Pressupostos: 2 credores, e devedor. Credores não podem ter créditos iguais, um deles tem que ser preferencial.

II – o proprietário pode alienar o imóvel que é seu. Porém, se ele hipoteca esse imóvel, poderá vende-lo mas o comprador estará ciente de que o imóvel é hipotecado. A lei autoriza que o adquirente do imóvel hipotecado pague a dívida ao credor hipotecário, libertando o imóvel da hipoteca e se sub-rogando de todos os direitos e garantias do credor hipotecário.

III – 3o. que paga dívida da qual era ou poderia ser obrigado a pagar – 3o. interessado que paga a dívida não vai ter um mero reembolso do que pagou, ele se sub-roga nos direitos e garantias. Art. 931 – 3o. não interessado não se sub-roga, só tem direito ao reembolso – para evitar especulação

· Sub-rogação CONVENCIONAL: resulta do acordo de vontades (art. 986), depende de convenção. Esse acordo de vontades pode ocorrer entre 3o. e credor ou 3o. e devedor.

I – relação 3o. e credor: o credor recebe o pagamento e expressamente lhe transfere os direitos, garantias, etc. Esse é o terceiro não interessado pois se fosse interessado seria sub-rogação legal. Essa hipótese muito se assemelha à cessão de crédito – acordo entre cedente e cessionário, por isso se aplicam a ambos as mesmas regras (art. 987)

II – relação 3o.  não interessado e devedor. O 3o. empresta ao devedor a quantia necessária para solver a dívida e ele lhe transfere todos os direitos e garantias que o credor primitivo tinha

 Os efeitos da sub-rogação LEGAL são diferentes do da CONVENCIONAL (art. 989CC) – só na legal o 3o. terá direito só à quantia paga, não pode querer receber mais do que pagou. Na convencional as partes podem estabelecer que o devedor pague mais ou menos o que o 3o. pagou ao credor primitivo. É um negócio jurídico, por isso é permitido que as partes estabeleçam valor diferente.

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· Sub-rogação TOTAL: 3o. paga ou empresta o necessário para toda a dívida ser satisfeita (art. 988CC). Essa hipótese pode ocorrer na sub-rogação legal ou convencional Efeitos: 1- liberatório: libera o credor primitivo do vínculo obrigacional e exonera o devedor do primitivo credor.

· Sub-rogação PARCIAL: o 3o. paga parte da dívida e vai receber proporcionalmente os direitos e garantias do primitivo credor. Conseqüência: terá 2 credores: o que pagou e o credor originário. O credor primitivo receberá primeiro (art. 890) se o devedor não tiver patrimônio para pagar os 2.

CESSÃO DE CRÉDITO

- alguém era credor e por comum acordo aliena esse crédito gratuita ou onerosamente a outra pessoa (cessionário) - conceito: “é todo ato em virtude do qual uma pessoa transfere à outra direitos ou bens que lhe pertençam”       “ é a transferência que o credor faz a outrem de seus direitos”

- ocorre sucessão de sujeitos por ato “inter vivos”. A cessão é um negócio jurídico (especulativo) a tiítulo gratuito ou oneroso.

- regra – art. 1065 CC – de regra todo e qualquer crédito pode ser cedido. Mas há  exceções: - créditos que por sua natureza, segundo lei ou acordo de vontade entre as partes não podem ser cedidos a terceiros (ex.: direitos personalíssimos)

- espécies:

· Cessão de Crédito CONVENCIONAL: resulta de acordo de vontades de cedente e cessionário; é a mais comum. É um verdadeiro contrato, um negócio jurídico bilateral (pelo menos 2 vontades contrapostas) a título gratuito ou oneroso. Não ocorre extinção da obrigação, a obrigação só foi cedida de uma pessoa a outra, não houve transferência. Natureza Jurídica: contrato. Então exige (art. 82) agente capaz, objeto lícito, vontade das partes e forma prescrita em lei. Quando o negócio for a título gratuito (art. 1065) se equipara a uma doação e se aplicam as mesmas regras. Quando o título é oneroso (art. 1122) equipara-se à compra e venda e se aplicam as mesmas regras.

· Cessão de Crédito LEGAL: ex.: art. 1066 – os acessórios devem acompanhar o principal; casos de sub-rogação legal

· Cessão de Crédito JUDICIAL: decorre da sentença do juiz – art. 1068. Ex.: juiz dá uma sentença repartindo o patrimônio entre diversos herdeiros; a sentença condena algum a transferir seus créditos.

- formas: prevalece o princípio da informalidade dos atos jurídicos (art. 129), basta o consentimento dos contratantes. Entre as partes não necessita de forma especial mas para valer contra terceiros (art. 1067) a lei exige escritura pública ou particular registrada em

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cartório (na cessão convencional). Na cessão legal ou judicial basta a lei ou a sentença para valer contra terceiros. Para valer em relação ao devedor depende de notificação (art. 1069).

- efeitos:  - entre as partes contratantes: transmissão da titularidade da relação jurídica do cedente ao cessionário (art. 1073, 1074, 1075, 1076 – outros efeitos)   - em relação ao devedor: arts. 1071, 1071, 1077...) Pagamento com Sub-Rogação Cessão de Crédito 1 – Requer pagamento por 3o.  1- É alienação de créditos, direito ou ação 2- Extingue dívida em relação a credor primitivo 2- Não extingue, não é pagamento 3- Não depende da vontade do credor 3- É ato da vontade do credor 4- Não é negócio 4- É negócio 5- Dispensa a notificação do devedor 5- Exige a notificação do devedor 6- Não há transferência de crédito pelo credor 6- Há transferência de crédito 7- Escopo: liberar o devedor do credor primitivo 7- Escopo: transferir crédito, direito ou ação  

IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO

- pode ocorrer de um mesmo devedor ter vários débitos (vencidos e líquidos) de coisas fungíveis entre si em relação a um mesmo credor. O devedor só pode pagar um ou alguns dos débitos. Qual dos débitos deverá ser considerado extinto?

- imputação: é a indicação ou determinação de qual débito, dentre os da mesma espécie, será extinto ou reduzido. Em outras palavras, é a determinação de qual dívida será paga.

- Washington: é a operação por via da qual, dentre vários débitos do mesmo devedor para com o mesmo credor, se determina em qual deles se deve aplicar o pagamento

- quem faz a escolha de qual débito será extinto:o acordo de vontades entre credor e devedor, o credor ou a lei

- arts. 991 a 994

- finalidade da imputação: extinguir a obrigação e liberar o devedor (mesmos resultados do pagamento)

- Natureza Jurídica: é um meio de extinção de obrigações. Meio de extinção de débitos a que se dirige a imputação. A imputação é um pagamento normal, direto, “stricto sensu”

- requisitos:

· dualidade/pluralidade de débitos: se houver uma só dívida não há como ocorrer a imputação, indicação. No geral, quando houver um só débito, pelo art. 889 o devedor deverá executa-la por inteiro. Na imputação o devedor não tem meio de pagar todas as dívidas.

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· identidade de credor e devedor: 1 só credor e um só devedor, com diversos vínculos obrigacionais entre si

· igual natureza dos débitos: fungíveis entre si (idêntica qualidade e espécie) de modo que ao credor seja indiferente receber uma ou outra prestação. Quando os débitos não são da mesma natureza não é possível a imputação

· débitos líquidos e vencidos: líquidos – art. 1533 – certos quanto à existência e determinados quanto o seu objeto. Vencidos: exigíveis: já ocorreu o advento do termo; já transcorreu o prazo de vencimento para o pagamento da dívida.

- não cabe imputação: quando há dúvida sobre a existência da dívida, sobre o montante da dívida e se a dívida ainda não venceu. Art. 991, 2a. parte

· pagamento oferecido deve cumprir qualquer dos débitos

- espécies:

· pelo DEVEDOR: não houve acordo entre as partes – art. 991 CC – o devedor tem a liberalidade de escolher, mas com limitações, quais sejam: 1) quando houver uma única dívida (capital + juros) – imputação feita primeiro nos juros (art. 993) 2) quando a dívida for de montante superior ao pagamento oferecido

· pelo CREDOR: art. 992 CC –

através da quitação – só será inválida se o credor usar de dolo ou violência

· pela LEI: art. 994 CC – 1o. nas líquidas e vencidas, depois na mais onerosa.

COMPENSAÇÃO

- pode acontecer de pessoas terem dívidas recíprocas. A lei autoriza, então, a compensação dos débitos

- na compensação parcial a dívida subsiste na parte restante

- utilidade: evitar 2 pagamentos

- conceito: Clóvis: “ extinção recíproca de obrigações, até a ocorrência dos respectivos valores, entre pessoas que são devedoras uma da outra” (modo indireto de extinção)          Washington: “extinção de 2 obrigações cujos credores são ao mesmo tempo devedores um do outro”

- finalidade: 1) facilitar, simplificar os negócios

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2) extinguir 2 obrigações sem pagamento direto 3) evita a inútil circulação de valores ou outras coisas 4) servir de garantia ao credor.

- Natureza Jurídica: meio indireto de extinção das obrigações. É especial pois extingue 2 prestações através de uma única operação (operação de “mútua-quitação)

- pressupostos: dívidas recíprocas (2 pessoas precisam ser ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra – art. 1009), vencidas (prazo a favor do devedor – art. 1014 CC – prazo de favor não obsta a compensação), fungíveis entre si (art. 1010)

 A reciprocidade da dívida gera conseqüências para 3o. não interessado – não pode compensar por não ser ele o devedor.

- espécies:

· LEGAL: só decorre da lei, não depende de acordo de vontades. É essa espécie de compensação que exige os pressupostos presentes nos arts. 1009 e 1010 CC.

· CONVENCIONAL: decorre de um acordo de vontades – princípio da autonomia de contades

· JUDICIAL: decretada pelo juiz – basta ele perceber a presença dos pressupostos para declarar extintas as obrigações

CONFUSÃO

- pode acontecer das figuras credor/devedor estarem reunidas em uma só pessoa, por um fato jurídico estranho à obrigação

- fatos que podem provocar a confusão: - sucessão “mortis causa” e sucessão “inter vivos”

- conceito: art. 1049CC – extingue-se a obrigação quando na mesma pessoa reunirem-se as qualidades de credor e devedor

- meio indireto de extinção da obrigação: ninguém pode ser credor de si mesmo e ninguém pode demandar a si mesmo

- fins: extinção da obrigação pois transfere-se para o patrimônio do devedor o que ele deveria pagar

- natureza jurídica: não há pagamento – meio indireto de extinção da obrigação

- pressupostos:

· unicidade da relação obrigacional: existe uma única obrigação; um mesmo crédito

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· união das qualidades credor/devedor na mesma pessoa: gera a extinção da obrigação pois não há vínculo obrigacional

· ausência de separação de patrimônios

- espécies:

· total

· parcial: credor não recebe todas as dívidas por não ser único herdeiro do falecido

- confusão na obrigação solidária: art. 1051 CC

- cessação: uma vez verificada a confusão, extingue-se a obrigação. Art. 1052: cessando=se a confusão restabelece-se a situação anterior  

NOVAÇÃO

- as partes interessadas criam nova obrigação (manifestação de vontade) com o escopo de extinguir obrigação anterior já existente - novação - finalidade: extinguir obrigação antiga - conceito: Clóvis: “conversão de uma dívida em outra para extinguir a primeira - exs.: 1)Devo R$ 100. De comum acordo com o credor acordo em entregar um carro ao invés de pagar os R$ 100 – novação OBJETIVA 2) o mutuário que está devendo, no momento da divida, propõe ao credor que um seu devedor pague a dívida. Extingue-se a obrigação antiga entre o mutuário e o credor e surge outra obrigação – novação SUBJETIVA PASSIVA 3) o credor dá a quitação desde que o devedor pague o que deve a outro credor – novação SUBJETIVA ATIVA - modo indireto de extinção das obrigações. Especial: extingue obrigação antiga através da criação de uma nova. DUPLO CONTEÚDO: gerador e extintivo - a intenção das partes é EXTINGUIR A ORBIGAÇÃO antiga. Cria-se para extinguir (obrigação principal). A geração vem primeiro - o credor não é imediatamente satisfeito – apenas adquire novo crédito. Desaparece o vinculo jurídico anterior - só pode ser CONVENCIONAL – é imprescindível o acordo de vontade dos interessados – natureza contratual - fins:  1) meio extintivo de obrigações  2) simplificação dos negócios – ao invés de se praticar dois atos pratica-se a novação, um ato com 2 efeitos: gerar e extinguir - espécies: um elemento novo será inserido na obrigação: objeto ou sujeito. Art. 999, I – mudança no que tange à prestação. Art. 999, II e III – mudança no sujeito · OBJETIVA OU REAL: alteração da prestação: modificação da natureza (das, fazer, não fazer) ou da causa

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· SUBJETIVA OU PESSOAL: passiva: alteração do devedor. Se for com concordância do devedor, diz-se que se deu por DELEGAÇÃO. Quando não houver concordância do devedor diz-se que se deu por EXPROMISSÃO – art. 1001      ativa: alteração do credor. A 1a. obrigação é extinta, o credor deixou de ser credor e surge uma nova obrigação com outro credor. O credor originário deixa o vínculo orbigacional - requisitos 1) existência de obrigação anterior, necessariamente 2) criação de nova obrigação: com elemento novo (prestação ou sujeitos). Se não fosse criada nova obrigação ocorreria remissão. Se a nova obrigação for nula volta-se ao estado anterior 3) inserção de elemento novo na obrigação 4) “ânimus novandi” – intenção de novar – elemento subjetivo – intenção de extinguir uma obrigação antiga através da criação de uma nova obrigação. O “ânimus novandi” não se presume. Deve ser manifestado de forma EXPRESSA. Art. 100 – requisito do “animus” - hipóteses em que não há novação: quando se adicionam novas garantias à mesma obrigação; quando o credor concede a moratória; dar facilidade ao devedor para cumprir a obrigação; quando ocorre abatimento do preço; na reforma do título 5) capacidade e legitimação das partes: é necessário que haja vontade declarada das partes e que as mesmas sejam capazes para poderem novar. Incapaz pode novar se estiver representado - efeitos: extinguir obrigação e criar nova · em relação à obrigação antiga: extingui-la por completo (acessórios são extintos também) · em relação à obrigação nova: surgimento de uma nova obrigação com estrutura própria e obrigação do novo devedor de executá-la

DAÇÃO

- exceção à regra do art. 863 CC - acordo através do qual o credor consente na substituição de coisa devida por outra coisa - art. 995 – o credor pode consentir em receber coisa diferente desde que não seja dinheiro - modo indireto de extinção de obrigação - o que pode ser objeto da dação: prestação de qualquer objeto, desde que não seja dinheiro - art. 996 – quando a coisa tiver valor fixo e determinado trata-se de compra e venda e não de dação. - Dação não é novação objetiva pois na dação: não há constituição de obrigação nova, o credor se satisfaz prontamente e não há duplo conteúdo. - conceito: Washington: “Dação é um acordo convencionado entre credor e devedor, por via do qual aquiece o primeiro em receber do 2o., para desobrigá-lo de uma dívida, objeto diferente do que constituíra a obrigação - fim: extinguir a obrigação - Objeto: prestação de qualquer natureza desde que não seja pecuniária. Se a coisa dada em pagamento for um título de crédito a transferência importará em cessão de crédito!!! - requisitos: 1) existência de um débito vencido. Entrega de coisa sem obrigação é doação 2) “ânimus solvendi” – intenção e firme propósito de pagar

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3) objeto oferecido deve ser diferente do devido 4) concordância do credor – manifesta sua vontade ou de modo verbal ou escrito. Ou, ainda, de modo expresso ou tácito. - efeitos: 1) extinção da obrigação com um pagamento de modo indireto (credor concorda em receber outra coisa em pagamento) 2) evicção – art. 1107 CC – perda de coisa adquirida pois a mesma já tinha dono – art. 998 CC – restabelece-se a obrigação primitiva – extinção da quitação dada.

1Pagamento indireto1) Pagamento em consignaçãoConceito: é o depósito judicial feito em pagamento de uma dívida.É instituto de direito material e processual.É instituto muito antigo, sendo que na Roma Antiga, o devedor faziaa consignação em santuários, templos, na esperança de que não haveria roubo portratar-se de local santo. Posteriormente é que iniciaram-se os depósitos em em casade banqueiros ou outros cambistas.O Código Civil e o CPC durante anos só previam a possibilidade dedepósito judicial da coisa devida. Com a reforma do CPC (1994) e agora com onovo Ccivil é possível o depósito extrajudicial(art. 334 Ccivil).O devedor, com receio de ser chamado de caloteiro e de serresponsabilizado pelos riscos da deterioração ou perda da coisa devida, bem comopelos juros de mora, e não tendo condições de pagar normalmente a dívida(porque o credor não quer ou por outra impossibilidade jurídica) opta pelaconsignação em pagamento (art. 334).Nem sempre o devedor é obrigado a consignar o pagamento. Ex: noscasos de mora do credor (dívida quesível), porém embora desobrigado de fazê-lo éconveniente que o faça pois: a) evitam-se debates sobre quem é o culpado peloatraso, b) revela-se o propósito de pagar e c) poupa-se o trabalho de guardar acoisa a ser prestada.O devedor deve ter um motivo justo para consignar senão seudepósito será julgado improcedente, com a conseqüência de todos os efeitos damora, além das custas e honorários advocatícios.Situações em que se justifica a consignação (art. 335, CC) Elenco nãoé taxativo – artigos esparsos 341 e 342 CC.2a) se o credor não puder ou não quiser receber ou dar quitação, semjusto motivo. O devedor não tem obrigação de consignar, pois se

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trata de mora do credor. Quando a recusa do credor encontrajustificativa a ação é julgada improcedente;b) se o credor for incapaz de receber, desconhecido (em geral ocredor é conhecido, mas por algum motivo futuro, deixa de serconhecido – como por exemplo, pessoa morre sem deixarherdeiros conhecidos), declarado ausente (sendo declaradoausente, haverá a nomeação de um curador, razão pela qual essasituação é muito difícil de ocorrer) ou residir em local incerto oude acesso perigoso ou difícil – dizimado por uma peste, por ex.(no caso de dívida portable);c) Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber oobjeto do pagamento – a dúvida tem que ter boa razão – Ex:inquilino que não sabe se paga o aluguel para o marido ou amulher recém separados. A dúvida reside na pessoa do credor.d) Se pender litígio sobre o objeto do pagamento – o objeto daprestação encontra-se em litígio entre o credor e terceiro.Existindo ação judicial que discuta o caso, o pagamento dodevedor para uma das partes (tendo conhecimento da demanda)faz com que assuma o risco do pagamento (art. 344).O Código de 1916 previa ainda a possibilidade de consignaçãoquando houvesse concurso de preferência aberto contra o credor. Embora o novoCódigo não mencione a hipótese, autoriza nos termos do art. 333 o vencimentoantecipado da obrigação em casos tais.Requisitos (art. 336)31) pessoas – deve ser proposta pelo devedor, terceirointeressado (Ex: sublocatário) ou não interessado (Ex:amigo, pai, etc) contra o credor ou seu representante legal.2) Objeto – a prestação deve ser na íntegra. O credor não éobrigado a receber menos do que avençou.3) Tempo – a consignação se efetua ou deve se efetuar naépoca aprazada para o pagamento. Se em atraso deve viracompanhado dos efeitos da mora, podendo o credorrecusá-la se o retardamento tornou inútil a prestação parao credor. A lei não fixa prazo para a propositura da ação.4) Lugar (art. 337) – onde deveria ter sido efetuado opagamento. Dívida portável- no domicílio do credor,quesível, no do devedor. Quando por qualquer motivo acoisa não puder ser levada até o domicílio do credor ou dodevedor, poderá ser depositada no local onde esta. Ex:obrigação de fazer e entregar uma balsa para utilização noAmazonas. Há entendimentos jurisprudenciais de quemesmo que o local não seja domicílio do credor ou dodevedor poderá ser o foro para o ajuizamento da ação.Prestações suscetíveis de serem consignadas – obrigações de dar e de

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fazer (desde que englobe a entrega da coisa – Ex: fazer uma estátua e entregá-la).Não é só a dívida em dinheiro que pode ser consignada, comotambém as consistentes em outras coisas.Quando a obrigação é alternativa, o devedor deve citar o credor paraescolher entre as duas coisas e se não se manifestar, o devedor pode depositar oque preferir (art. 342).4Levantamento do depósito pelo depositante (devedor) – Em cada fasedo processo, o levantamento do depósito terá uma conseqüência diferente.a) Antes de qualquer manifestação judicial do credor – não hánecessidade de anuência do credor, mas o levantamento faz comque o credor retorne a posição em que se encontrava quando daconsignação, pois a dívida persiste. Deve pagar ainda as despesasdo depósito (art. 338);b) Após a recusa do depósito – Não pode ser levantado sem aanuência do credor. Se este anuir perderá as preferências egarantias do crédito (Ex: os fiadores ou co-devedores que nãoanuíram ficam desobrigados pela dívida) – art. 340;c) Após a aceitação do depósito – Se o credor aceitou o valordepositado, gerou a extinção da dívida/obrigação. Aceitando olevantamento do valor pelo devedor estará simplesmente criandouma nova obrigação com o devedor, diferente da que originou aconsignação. Estarão desobrigados os fiadores e co-devedores,uma vez que a obrigação que se obrigaram solidariamente seextinguiu.d) Após sentença que julgou procedente a ação – da mesma formaque no caso anterior, surge daí nova obrigação diversa daprimeira, uma vez que a procedência da ação gera sua extinção(da primeira obrigação). Os devedores solidários devem anuirexpressamente.Processo da consignação (art. 890 e seguintes do CPC)Ocorrendo um dos casos previstos em lei o devedor ou terceirointeressado ou não pedirá a consignação da quantia ou coisa devida, podendooptar no caso de dinheiro pelo depósito em estabelecimento bancário.5No caso de opção pelo depósito em estabelecimento bancário,o devedor cientificará o credor, que terá 10 dias para manifestar a recusa, sem oque ficará o devedor liberado da obrigação.Caso manifeste recusa, o devedor terá 30 dias para propor açãode consignação em pagamento com base no depósito anteriormente feito. Se nãofor proposta a ação, o depósito ficará sem efeito, podendo levantá-lo o depositante(art. 890, p. 4º).

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Quando o pagamento da obrigação foi convencionado emparcelas, pode o devedor continuar os depósitos no mesmo processo, desde que serealizem até 5 dias da data do vencimento (art. 892, p.u. CPC).Nem sempre a coisa poderá ser depositada materialmente, emsempre é bem deslocável. O depósito poderá ser simbólico, com nomeação dedepositário (que pode ser o devedor, o credor ou outrem indicado pelo juízo).Credor certo – pode aceitar o depósito ou recusar-se a recebêlo.Nesse caso, a ação tomará o rito ordinário. Se a recusa se basear em valorinsuficiente deverá o credor apresentar memória de cálculo do valor que entendeser devido (art. 896, CPC), sem prejuízo de levantar a quantia incontroversa (art.899, p. 1º, CPC). Na contestação o credor poderá alegar que: a) não houve recusaou mora; b) foi justa a recusa; c) o depósito não se efetuou no prazo ou local dopagamento; d) o depósito não é integral, neste caso o devedor tem 10 dias paracompletar o depósito, salvo se o inadimplemento acarrretar a rescisão do contrao(art. 899, CPC).Credor incerto – o devedor faz o depósito e cita todos ospossíveis credores para discutirem em juízo quem é o verdadeiro credor daorigação.Conseqüências da sentença:- Julgada procedente, a consignação produzirá os efeitos de:a) exonerar o devedor, pois o depósito equivale ao6pagamento; b) cessa para o depositante os juros da dívida eos riscos a que estiver sujeita a coisa; c) transfere os riscosincidentes sobre a coisa para o credor; d) libera os fiadores;e) o credor é condenado a pagar custas e honoráriosadvocatícios.- Julgada improcedente, o devedor remanesce na mesmaposição em que se encontrava anteriormente,caracterizando-se sua mora, sendo ainda condenado pelasdespesas processuais e honorários advocatícios.Ex: consignação de chaves de imóvel anteriormente locado. Asentença de procedência extinguiu a relação desde o momento da consignação. Asentença de improcedência faz subsistir a locação, estando obrigado o devedor nãosó ao pagamento dos aluguéis anteriores, mas a todos que correram durante otrâmite da ação.

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Dação em pagamento 18/05/05

1. Conceito

A dação em pagamento não se confunde com doação. Nesta uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra, que aceita receber e constitui ato entre vivos. Enquanto que a essência da dação em pagamento é a entrega de uma coisa em pagamento de outra que se devia. Assim, a dação em pagamento é um acordo de vontades entre credor e devedor, por meio do qual o primeiro concorda em receber do segundo, para exonerá-lo da dívida, prestação diversa da que lhe é devida. É uma das formas consideradas como pagamento indireto visando a

extinção de obrigações.

Destaque-se que regra geral, o credor não é obrigado a receber outra coisa, ainda que mais valiosa (CC, art. 313). No entanto, se aceitar a oferta de uma coisa por outra, caracterizada estará a dação em pagamento.

Código Civil:

Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.

A liberdade na dação em pagamento é bastante ampla, cabendo às partes a decisão quanto ao bem a ser entregue. Assim, a dação em pagamento pode se caracterizzar, mediante acordo, substituição de dinheiro por bem móvel ou imóvel, de coisa por outra, de coisa por fato, de dinheiro por título de crédito, de coisa por obrigação de fazer etc.

2. Natureza jurídica

A dação em pagamento é considerada uma forma de pagamento indireto. Não constitui novação objetiva ou real (criação de obrigação nova, para extinguir uma anterior, em que altera-se o objeto da prestação), nem se situa entre os contratos.

Código Civil:

Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda. Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.

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Analisando atentamente o conteúdo destes dois artigos, pode-se afirmar que ocorre na prática por vias indiretas, uma verdadeira compra e venda, e sendo as regras idênticas, responde o alienante pela evicção.

Se quem entregou bem diverso em pagamento não for o verdadeiro dono, o que o aceitou tornar-se-á evicto. Assim, a quitação dada ficará sem efeito e perderá este o bem para o legítimo dono, restabelecendo-se a relação jurídica orginária, inclusive a cláusula penal, ou seja, o débito continuará a existir, na forma inicialmente convencionada.

Observe que na hipótese do objeto da prestação não for dinheiro e houver substituição por outra coisa, não haverá analogia com a compra e venda (entrega da coisa e pagamento do preço), e sim com a troca ou permuta (contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra, que não seja dinheiro).

Por outro lado, se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão (CC, art. 358). O fato deverá ser, por essa razão, notificado ao cedido, pois a cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada. Destacando-se que por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita (CC, art. 290).

Ressalte-se que na aplicação dos princípios da compra e venda, tem a jurisprudência proclamado a nulidade da dação em pagamento de todos os bens do devedor (CC, art. 548), bem como sua anulabilidade quando feita por ascendente a descendente sem o consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante (art. 496). Este consentimento, entretanto, é dispensável se o regime de bens for o da separação obrigatória.

A diferença entre pagamento por sub-rogação e dação de pagamento ??O ato jurídico de subrogação consiste em assumir unilateralmente os direitos e obrigações perante terceiros. Portanto pagamento por subrogação consiste em um direito concedido em geral por um contratado seu, que permite pagar uma despesa contraída por outra pessoa (o contratado), para evitar problemas futuros. Por exemplo:

Eu contrato uma empresa CONSTRUTORA para construir uma casa para mim por PREÇO FECHADO, digamos R$100 mil . e essa empresa CONSTRUTORA compra tijolos por R$ 20 mil de uma loja e não paga.

Eu então, sabendo disso, e para não ser prejudicado na minha obra, pois o lojista não vai querer entregar os tijolos, notifico o lojista, e subrogo-me na obrigação de pagar diretamente o lojista (obrigação) e também no direito de receber os tijolos comprados

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(direitos) e pago a despesa diretamente ao lojista para que ele entregue os tijolos.

Isto significa que mesmo não sendo uma obrigação direta minha, pois o contrato inicial foi entre a CONSTRUTORA e o LOJISTA, eu subroguei-me no contrato entre eles, e depois, faço um acerto de contas com a CONSTRUTORA que eu contratei, descontando do contrato com ela o valor que paguei ao lojista pela aquisição dos tijolos.

Entretanto,para que eu possa executar esse direito de subrogação nos contratos com terceiros, eu devo exigir que haja uma cláusula específica, a ser inserida em todos os contratos entre a CONSTRUTORA e seus subcontratados, me citando nominalmente, e me garantindo o direito de subrogação nos direitos e obrigações perante terceiros, através de simples notificação. Portanto o lojista respeitará a subrogação.

Quanto à dação em pagamento, é exatamente o que ja foi explicado por outra colega antes de mim, ou seja, é o ato de pagar uma parte do preço da aquisição de um bem com outro bem, e o saldo em dinheiro.

Digamos que você comprou um apartamento por R$100 mil, e vai dar o seu carro como entrada no valor de R$ 30mil, neste caso, você contratualmente irá definir que parte do preço será pago com "dação em pagamento" de um automóvel, marca XY, valor de R$ 30 mil, e o saldo será pago da seguinte forma.... bla bla bla.... em tantas vezes mensais, etc etc etc....

O credor não pode ser obrigado a receber coisa diversa da que constitui objeto da prestação. Porém, a substituição é permitidaacordo pelo qual consente na substituição é denominado dação em pagamento. (GOMES, 2005). Dessa forma, o objeto de prestação pode ser de qualquer natureza, exceto dinheiro de contado: bem móvel o imóvel, fatos e abstenções. (MONTEIRO, 2003). Sua natureza jurídica consiste em pagamento indireto, por ser um acordo liberatório, com o intuito de extinguir a relação obrigacional, derrogando o princípio que obriga o devedor a fornecer exatamente o objeto prometido, pois lhe permite, com anuência do credor, entrega coisa diversa daquela a que se obriga. (DINIZ, 2004, p.285). Os requisitos para a dação em pagamento são: a existência de um débito vencido; Animus solvendi (entrega da coisa pelo devedor ao credor no intuito de efetuar o pagamento); diversidade do objeto oferecido em relação ao devido; e concordância do credor na substituição. Finalmente, de acordo com DINIZ (2004, p.287), o feito proposto pela dação em pagamento é a “extinção da dívida, mas se o credor receber objeto não pertencente ao solvens, havendo a sua reivindicação por terceiro, que prove ser seu proprietário, ter-se-á evicção, restabelecendo-se a obrigação primitiva e ficando sem efeito a quitação dada”.

3. FORMAS DE PAGAMENTO INDIRETO

3.1. CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTOCONCEITO

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HIPÓTESES EM QUE É ADMITIDA:QUESTÃO: O rol do artigo 335 do CC/02 é taxativo ou exemplificativo?

3.2. PAGAMENTO EM SUB-ROGAÇÃOCONCEITOESPÉCIESQUESTÃO: Quais são os principais efeitos do pagamento em sub-rogação?3QUESTÃO: Quais são as diferenças entre o pagamento em sub-rogação e a cessão de crédito?

3.3. IMPUTAÇÃO EM PAGAMENTOCONCEITO3.4. DAÇÃO EM PAGAMENTOCONCEITOQUESTÃO: A dação em pagamento está restrita às obrigações de dar?QUESTÃO: O que ocorre se houver a evicção da coisa dada?

3.5. NOVAÇÃOCONCEITOESPÉCIES DE NOVAÇÃO

3.6. COMPENSAÇÃO

3.7. CONFUSÃO

3.8. REMISSÃO DAS DÍVIDAS

1. DO PAGAMENTO POR CONSIGNAÇÃO

ConceitoConsignação é o depósito judicial da dívida. Tal depósito é feito ou porque há dúvida com relação ao credor, ou porque esse é incapaz de receber, ou ainda, porque o credor se recusa em aceitar o pagamento ou não quer quitar a obrigação. É um modo indireto do devedor se liberar da obrigação.O próprio Beviláqua diz que um modo indireto do devedor se liberar da obrigação consiste no depósito judicial da coisa devida.A consignatória gera três efeitos imediatos:evita discussão sobre o culpado pelo atraso;

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demonstra que o devedor queria cumprir a obrigação;retira o trabalho pela guarda da coisa a ser prestada.

Hipóteses da ConsignaçãoO artigo 335 do Código Civil apresenta seis hipóteses em que a consignatória tem lugar. Os Professores Washington de Barros Monteiro e Silvio Rodrigues entendiam, porém, quando comentavam a disposição análoga do artigo 973 do Código Civil de 1916 que a alteração do dispositivo legal era meramente exemplificativa e citavam, como exemplo, o artigo 591, parágrafo único, do Código Civil de 1916, em que o Poder Público podia fazer uso dos bens particulares no caso de perigo ou comoção, cabendo ao ente público, quando o particular não quer receber o valor, depositar judicialmente.Analisemos as hipóteses do artigo 335:Na hipótese do inciso I, o credor, que sem justo motivo, não puder ou recusar-se a receber o pagamento ou dar quitação, incorre em mora.Surge, nesse instante, uma faculdade do devedor, pois apenas está provando não ser faltoso, já que a mora é da outra parte. Exemplo: numa locação ex locato, o locador muitas vezes não quer receber o valor da locação para ter motivo para o despejo. Aqui, o depósito vale como pagamento. Este inciso ainda prevê a hipótese de consignação no caso do credor negar-se em ofertar a quitação. O devedor, então, retém o pagamento (artigo 319 do Código Civil) ou deposita em juízo (artigo 335, inciso I, do Código Civil). A segunda hipótese é a melhor porque evita a alegação de impontualidade.O inciso II trata da hipótese da dívida quérable, em que o credor deve ir buscar o crédito no domicílio do devedor, ao contrário da dívida portable, em que o devedor deve ir efetuar o pagamento. Aqui, a inércia do credor faz com que incida em mora, devendo o devedor depositar o numerário.O inciso III menciona que, tratando-se de dívida portable, o devedor deve levá-la ao domicílio do credor. Se, porém, este for incapaz de receber, for desconhecido, estiver declarado ausente ou residir em local incerto ou de difícil acesso, exigindo esforço extraordinário, pode o devedor depositar o numerário.O inciso IV trata da dúvida sobre quem deve receber o objeto do pagamento. Nessa hipótese, para que o devedor não pague mal, melhor é

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que deposite em juízo. Exemplo: o depósito é justo quando o casal de locadores se separa e os dois exigem o pagamento por parte do inquilino.Pendendo litígio sobre o objeto do pagamento, deve o mesmo ser depositado. É o que especifica o inciso V: não paira dúvida sobre a pessoa que o deve receber, porém o litígio garante o bom pagamento por parte do devedor. O artigo 344 do Código Civil esclarece que, caso o devedor pague para um dos litigantes, assume o risco de pagar mal e ser obrigado a pagar duas vezes.RequisitosO artigo 336 do Código Civil apresenta quatro espécies de requisitos para a consignatória ser válida e eficaz:Quanto às pessoas: a ação deve ser proposta contra o credor ou seu representante, devendo figurar no pólo ativo o devedor ou terceiro que tenha jurídico interesse, muito embora possa até não ter interesse na demanda. Exemplo: é o caso da nora que paga a locação do sogro, pois para o credor é indiferente quem efetua o pagamento.Quanto ao objeto: a prestação oferecida precisa ser íntegra, isto é, precisa consistir na entrega do bem combinado na quantidade e qualidade dispostas pelas partes. Exemplo: não cabe consignação da diferença quando o pagamento precisa ser do total. Nesse caso estão incluídos os juros vencidos e os legalmente devidos.Quanto ao tempo: a consignação deve ser efetuada no tempo convencionado ou precisa vir acompanhada dos encargos da mora, quando em atraso. Em havendo inadimplemento absoluto, isto é, quando as prestações forem inúteis ao credor, o mesmo pode recusar o recebimento. Se o prazo foi estipulado em benefício do devedor, e normalmente o é, o pagamento pode ser anterior ao vencimento. Se, porém, o prazo foi estipulado em benefício do credor, o devedor precisa aguardar a data aprazada para efetuar o pagamento.Quanto ao lugar: segundo artigo 337 do Código Civil o depósito deve ser feito no lugar convencionado entre as partes.

2. DO PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃOConceito e Natureza JurídicaSub-rogação é a substituição do credor, que recebe o pagamento, porquem paga a dívida ou fornece a quantia para o pagamento.O pagamento é a forma mais pura de extinção das obrigações, pelo

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próprio cumprimento. Aqui, o pagamento não foi efetuado pelo devedor aocredor, mas sim por uma terceira pessoa que não é o devedor, muito embora aobrigação se extinga em relação ao credor satisfeito. Remanesce, porém, uma___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII11/33

relação jurídica entre o terceiro e o devedor, sendo chamada sub-rogação.Exemplo: no caso da locação, o fiador é tão responsável pelo cumprimento dalocação quanto o locatário, muito embora o locatário seja o principal devedor.O fiador pode, esponte própria, pagar ao credor a dívida e se sub-rogar, naqualidade de credor, em relação ao devedor locatário. A dívida, em vez de serextinta, é substituída em relação aos pólos da ação. Não há, portanto, umaextinção, mas sim uma substituição do pólo ativo da relação jurídica, pois ocredor passa a ser outro, remanescendo o mesmo devedor.A sub-rogação pode derivar por força de lei, sendo chamada sub-rogaçãolegal, ou por vontade das partes, sub-rogação convencional. A hipótese dafiança é uma hipótese de sub-rogação legal. Dois familiares ou amigos podemestipular que um deles pagará a dívida pelo outro ao credor, sub-rogando-senos direitos.Existem acessórios que seguem a dívida, de natureza real ou fidejussória,sendo que tais acessórios remanescem no caso de sub-rogação, pois opagamento não extingue a obrigação. Em havendo, portanto, uma hipoteca naobrigação, transfere-se para o novo credor em relação ao devedor. Neste caso,temos a grande vantagem da sub-rogação, já que a dívida transfere ao novo

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credor que a pagou ao antigo credor com todos os acessórios e garantias que aguarnecem , não sendo necessário estabelecerem-se novas anuências.O Prof. Silvio Rodrigues, citando Cole Capitant, diz que ambos, e maisPothier, acreditam que a sub-rogação é uma ficção de direito, pois a obrigaçãosobrevive com principal e acessórios, muito embora tenha ocorrido opagamento em relação ao pagador primígeno. Apesar dos três verificarem ahipótese dessa ficção, acreditam que o Direito moderno não precisa recorrer àficção do Direito romano.___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII12/33

O Prof. Silvio Rodrigues acaba concluindo que a sub-rogação é uminstituto autônomo, não se encaixando em nenhuma das classificaçõesjurídicas e seus institutos, anteriormente vistos.3.2. Espécies de Sub-rogaçãoA sub-rogação pode ser legal ou convencional, dependendo da fonte daqual derive.A sub-rogação legal tem por fonte a lei,porque o próprio legisladorcontempla a hipótese em que terceiros saldam os débitos de outrem,conferindo-lhes a qualidade de credores. Essa sub-rogação independe davontade dos interessados. Já a sub-rogação convencional é a que emana davontade das partes, tendo caráter puramente contratual.3.2.1. Sub-rogação legalEssa espécie de sub-rogação está estribada na idéia de uma convençãotácita entre o credor e o sub-rogado, segundo a qual o credor cede ao subrogadoos direitos que tinha em face do devedor. O artigo 346 do Código Civilestabelece as hipóteses de sub-rogação legal:A hipótese do inciso I é aquela em que, em havendo dois ou maiscredores em relação ao débito, aquele que paga em nome do devedorse sub-roga em todas as preferências dos demais credores. Ex.: emhavendo dois credores, sendo um deles credor hipotecário e outrocredor quirografário, pode o credor quirografário pagar aohipotecário, passando a ser credor hipotecário.

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A hipótese prevista no inciso II diz respeito à sub-rogação legalquando o adquirente do imóvel hipotecado paga ao credorhipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para nãoser privado de direito sobre o imóvel. Nesse caso, o adquirente paga adívida do alienante para elidir a execução sobre o imóvel,remanescendo a sub-rogação. Essa hipótese é inútil e rara. Apenastem utilidade quando existe mais de uma hipoteca, pois, casocontrário, o adquirente sub-rogado terá seu crédito assegurado porseu próprio imóvel. No caso de hipoteca, caso resgate a primeira,adquire preferência sobre os outros credores hipotecários. A hipóteseé rara porque ninguém adquire o imóvel sem a certidão negativa deônus reais.Também há sub-rogação legal, conforme o inciso III, quando oterceiro interessado, na qualidade de solidário, paga a dívida na qualpodia ser compelida a fazê-lo no todo ou em parte. Nesse caso, odevedor solidário, que paga a totalidade da dívida, paga muito alémdo que deve, incluindo débitos de co-obrigados. Ele se sub-roga nosdireitos do credor. O mesmo ocorre em relação a coisas indivisíveis,como a fiança, já mencionada.3.2.2. Sub-rogação convencionalA sub-rogação convencional ocorre por iniciativa do credor, pois este,independentemente da vontade do devedor, procura alguém para assumir o seucrédito. Também pode acontecer por iniciativa do devedor, sem a ciência docredor, para que alguém venha a saldar a dívida sub-rogando-se nos direitos daobrigação. Sempre precisa ocorrer a sub-rogação contemporânea aopagamento; caso contrário o pagamento extingue a obrigação. Surgindo___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII14/33

obrigação nova, não haverá sub-rogação, mesmo que os acessórios sejamidênticos, pois a obrigação morta não ressuscita.De acordo com o inciso I do artigo 347 a sub-rogação é convencionalquando o credor recebe o pagamento de terceiro, que expressamente lhetransfere todos os seus direitos. Aqui temos o instituto análogo à cessão de

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crédito, até porque pode ter valor especulativo.O artigo 347, em seu inciso II, apresenta a hipótese de uma terceirapessoa emprestar ao devedor a quantia para solver a dívida, remanescendo omutuante nos direitos do credor satisfeito, independente da vontade do credor.O devedor passa a transmitir um bem que, na realidade, encontra-se empatrimônio alheio. O credor primitivo não pode se opor, já que, por questãológica, o que ele quer é a satisfação de seu crédito. Para que ocorra esta últimaespécie de sub-rogação, é necessário que a mesma seja simultânea aopagamento, que o empréstimo quite a dívida anterior e que o pagamento subrogueo mutuante nos direitos do antigo credor.4. DA DAÇÃO EM PAGAMENTO4.1. ConceitoA dação em pagamento é uma forma de alteração do vínculo, em que ocredor pode consentir em receber coisa que não seja dinheiro, substituindo aprestação devida (artigo 356 do Código Civil).___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII15/33

O artigo 313 do Código Civil já esclarecia que o credor não era obrigadoa receber outra coisa, ainda que mais valiosa, quando o objeto era coisa certa.Esse critério advém da segurança das relações jurídicas. O credor pode,entretanto, consentir em receber um bem substituindo outro, ocorrendo umadação em pagamento.A origem da dação em pagamento é a datio insolutum do Direitoromano, no qual, no processo da execução, o devedor podia substituir um bempor outro para que o bem não fosse vendido por preço vil. No início era atéproibido pelo Digesto. A dação em pagamento, portanto, é a execução dodébito por meio de objeto não avençado, consentindo o credor.A dação em pagamento tem natureza jurídica própria, porém tem muito

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da compra e venda e muito da cessão de crédito. Há quem entenda que a daçãoem pagamento é uma modalidade de novação por mudança de objeto. O credorconsente em substituir seu crédito antigo por um novo, cujo objeto é diferente.Esse crédito novo vigora por pouquíssimo tempo, isto é, desde a convenção atéo efetivo pagamento. A dívida passa, portanto, a ser renovada, ou melhor,novada. Nesse sentido, a dação está embutida numa novação subentendida,conforme preceitua o grande Planiol.4.2. Requisitos para a DaçãoA coisa dada em pagamento deve ser diferente do objeto pactuado.O credor deve concordar com a substituição.___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII16/33

5. DA NOVAÇÃO5.1. ConceitoA novação é uma forma de pagamento por meio da alteração da naturezado vínculo, em que ocorre a transmudação em outro, do débito anterior,alterando a causa da relação jurídica. As partes criam obrigação nova paraextinguir uma antiga.Ocorre o perecimento da obrigação originária, surgindo outra que toma oseu lugar. Surge um processo de simplificação, pois, num único ato, extingueseuma obrigação antiga, iniciando-se uma nova. Temos como exemplo ahipótese do mutuário que, por ocasião do vencimento, indica um devedor seupara liquidar a prestação, obtendo a concordância de todos. Nasce uma novadívida entre outras pessoas não originariamente vinculadas.Temos novação tanto na modificação do objeto quanto na modificaçãodo sujeito ativo ou passivo da obrigação, ocorrendo a novação objetiva ousubjetiva.

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5.2. EspéciesObjetivaNovação AtivaSubjetivaPassiva___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII17/33

A novação será objetiva quando a obrigação nova apresentar umelemento novo no campo do objeto ou da causa da obrigação. Sendo o esseelemento o sujeito da obrigação, temos a obrigação subjetiva, que pode trazeresse elemento tanto no pólo ativo quanto no pólo passivo, novação subjetivapassiva.O artigo 360 do Código Civil apresenta a classificação, dispondo noinciso I, a novação objetiva. Aqui, o objeto da obrigação se altera. Exemplo: odevedor concorda em receber uma indenização em dinheiro. Pode havermudança na causa da obrigação. Exemplo: o devedor de aluguéis declara-sevinculado a um contrato de mútuo. O inciso II trata da novação subjetivapassiva, pois a pessoa do devedor se altera. Há uma delegação, na qual odevedor indica um terceiro para resgatar o débito.Temos também o instituto da expromissão, figura na qual o terceiroassume o débito sem haver pedido do devedor, havendo apenas a concordânciado credor. O artigo 362 do Código Civil autoriza, afirmando que a novação,por substituição do devedor, pode ser efetuada independentemente doconsentimento deste.No artigo 360, inciso III, do Código Civil, é apresentada a novaçãosubjetiva ativa em que a figura do credor sofre alteração. Por meio de novaobrigação, o primitivo credor deixa a relação jurídica e o outro toma o seulugar.Esse instituto tem pouca valia porque outros são mais interessantes,

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como a cessão de crédito e a cessão de contrato, além da sub-rogação. Até porisso, alguns códigos mais modernos deixam de disciplinar a matéria. Anovação extingue a dívida primitiva, fazendo surgir uma nova, sem osacessórios da dívida originária. Segundo o artigo 364 do Código Civil asgarantias das dívidas e dos acessórios remanescem extintos pela novação, pois___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII18/33

o acessório segue sempre o principal. Ademais, a novação é interessante para atransmissão das obrigações, pois a rigidez do sistema do Direito romanotornava as obrigações imutáveis, sendo a novação um mecanismo flexível. Anovação somente era admitida quando o objeto da dívida permanecia o mesmo(no sistema romano).5.3. Pressupostos da NovaçãoOs autores variam com relação ao número de pressupostos paracaracterizar a novação. O Prof. Silvio Rodrigues, porém, apresenta cinco:Existência de obrigação anterior: a própria finalidade da novação é aextinção da obrigação anterior. Se não há obrigação anterior, não háfinalidade para a novação, porque a novação equivale ao pagamento epressupõe uma dívida.Criação de uma obrigação nova: a novação só pode ser concebidapor meio do surgimento de uma nova relação jurídica ou da extinçãoda primeira obrigação, havendo uma substituição automática. Assimhá uma correlação direta entre a nova relação jurídica, que surge coma extinção da anterior, que, caso haja nulidade absoluta ou relativa dosegundo negócio, faz com que as partes retornem ao negóciooriginário com todas as suas características (artigo 182 do CódigoCivil).O elemento novo: a segunda obrigação para traduzir uma novaçãoprecisa inserir um elemento novo que recaia sobre os sujeitos ousobre o objeto da ação. Se a dívida e as partes continuam as mesmas,não há novação.___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII19/33

“Animus novandi” esse é o elemento subjetivo psicológico do

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negócio. Para tal, as partes precisam desejar a extinção de umaobrigação e a criação de outra e, além disso, precisam querer que,com a segunda obrigação, haja a extinção da primeira. Caso não hajaessa vontade de criar uma obrigação nova, a segunda obrigaçãoapenas confirma a primeira, conforme o artigo 361 do Código Civil.Por isso, a obrigação nova, para ter eficácia , precisa resultar de atoinequívoco das partes em novar. Tal ônus é sempre pesado para aparte, que é o de demonstrar que houve a vontade de novar, pois oque normalmente acontece é a subsistência das duas ações.Capacidade e legitimação das partes: todo o negócio jurídiconecessita que as partes sejam capazes, principalmente no caso denovação em que, além da criação de uma obrigação, há a extinção deoutra. A questão da legitimação também é muito importante, pois oprocurador só pode novar se tiver poderes expressos para isso. Acapacidade necessária é a de contratar e transigir, pois há operecimento da primeira obrigação.5.4. Efeitos da NovaçãoO principal efeito da novação tem como preceito precípuo a extinção daobrigação anterior em relação ao seu principal e aos seus acessórios. Issoporque o acessório segue o principal, de forma que, extinguindo-se o primeiro,extingue-se o segundo. Exemplo: juros.O segundo efeito, conforme previsto no artigo 364 do Código Civil,permite que as partes expressamente convencionem no sentido de possibilitar asobrevivência dos acessórios na obrigação nova, o que pode acontecer em___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII20/33

relação a arras, cláusula penal, juros etc. Tais acessórios, porém, são novos, jáque há uma nova obrigação entre as partes e, por serem novos, não vinculamterceiros que, expressamente, não consintam. Aliás, o artigo 366 do CódigoCivil, confirma a regra no sentido de que o fiador, devedor-acessório, apesar

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de ser solidário, não pode ser executado na hipótese da novação sem o seuexpresso consentimento. Para isso, ele precisa prestar uma nova fiança. Omesmo se diz em relação ao artigo 364 do Código Civil, que aborda os direitosreais em garantia e em relação à solidariedade, prevista no artigo 365 doCódigo Civil.6. DA COMPENSAÇÃO6.1. ConceitoA palavra "compensação" deriva do verbo compensar (pensare cum), etraz a idéia da balança com um peso em cada um dos lados. Se os dois pesosforem iguais, haverá um perfeito equilíbrio, anulando-se a obrigação. Se ospesos forem desiguais, o equilíbrio não ocorrerá até a concorrência do pesomais fraco.Compensação, portanto, é a extinção recíproca de obrigações até aconcorrência dos respectivos valores entre pessoas que são devedoras uma daoutra. O artigo 368 do Código Civil informa que, na hipótese em que duaspessoas forem, ao mesmo tempo, credoras e devedoras uma da outra, haveráextinção das obrigações até o montante da compensação. Até o ponto daequivalência haverá extinção das obrigações.___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII21/33

6.2. EspéciesTemos três espécies de compensação:legal: compensação que advém por mandamento de lei.voluntária: que ocorre por convenção entre as partes.judicial: que decorre de sentença do juiz em reconvenção.A compensação convencional decorre apenas da vontade das partes. OBrasil não adota esse sistema, porém o mesmo vem disposto no Código Suíçodas Obrigações.Importante esclarecer que, apesar de o Brasil não adotar o sistema da

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compensação convencional, podem as partes convencionar a compensação, emque esta não ocorre por faltar algum pressuposto para tal.A compensação judicial também é chamada reconvencional, porque ojuiz verificará, em sede de reconvenção, a matéria, hipótese em que, mesmosendo uma dívida ilíquida, o juiz poderá torná-la líquida e compensá-la. OProf. Silvio Rodrigues discorda da possibilidade de o juiz compensar créditos,pois ou eles existem por força da lei, ou não existem, e o juiz deve abster-se deagir.6.3. Pressupostos da CompensaçãoPara que a compensação opere de forma automática, independentementeda vontade das partes, por força exclusiva da lei, precisa decorrer depressupostos cumulativos e indispensáveis à sua configuração:___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII22/33

Reciprocidade das obrigações: é o elemento mais importante nacompensação, pois as obrigações contrapostas extinguem-se porhaver direitos opostos. É exatamente a hipótese em que duas pessoassão reciprocamente credoras e devedoras uma da outra.Liquidez das dívidas: segundo o artigo 944 e seguintes do CódigoCivil a obrigação líquida é certa quando a existência é determinadaquanto ao objeto. As dívidas devem ser líquidas, vencidas e fungíveis(artigo 369 do Código Civil). Não é concebível a compensação senão há certeza e não se sabe o montante da dívida. O Código Civilbrasileiro não adotou a tese do Código italiano, que permite acompensação da dívida ilíquida quando a liquidez for fácil e rápida.Exigibilidade atual das prestações: é óbvio que a compensação sópode ocorrer quando as dívidas estiverem todas vencidas, pois odevedor tem direito ao prazo, não precisando o mesmo abrir mãopara que se opere a compensação. Se uma dívida está para vencer,impossível a compensação. Exemplo: moratória.Fungibilidade dos débitos: não basta as prestações serem fungíveis,devem também ser fungíveis entre si. Animais e produtos agrícolassão fungíveis, porém não há compensação entre eles, pois não há

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homogeneidade. É necessário que os objetos sejam permutáveis. Oartigo 452 do Código Civil confirma que a própria qualidade, além daespécie, pode ensejar a não-compensação.6.4. Dívidas Não-compensáveisO artigo 375 do Código Civil determina que, no caso de renúncia de umdos devedores, não poderá haver compensação. Apesar de a lei,___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII23/33

compulsoriamente, dispor da compensação, as partes podem dispensá-la porato unilateral de qualquer uma delas.O legislador, no artigo 373 do Código Civil, impediu a compensação nosseguintes casos:Se uma das causas provier de esbulho, furto ou roubo: tais créditossão incompensáveis, pois não geram obrigações voluntárias, sendo defonte ilícita. Sendo o fato jurídico um fato ilícito, é certo que o ilícitonão gera conseqüências no mundo jurídico, gerando apenasresponsabilidade.P.: Há compensação quando o débito do agente do esbulho, furto ouroubo, for em dinheiro, por ter se convertido em indenização?R.: Duas teses são defendidas. O Prof. Silvio Rodrigues entende que, nomomento em que o objeto criminoso deixou de ser coisa certa e se converteuem moeda, pode a compensação ocorrer porque o credor não precisa perscrutarda origem do dinheiro.Se uma das dívidas se originar de comodato, depósito ou alimentos:no caso de comodato, temos o empréstimo de um bem infungível,que é incompensável. No depósito, a parte também tem obrigação dedevolver a coisa certa, não cabendo compensação. O débito alimentaré incompensável, pois o mesmo tem a natureza de bens dapersonalidade a fim de garantir a sobrevivência da pessoa.Se uma das dívidas for coisa não suscetível de penhora: se o bem éimpenhorável é porque está fora do comércio ou o legislador quis___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII24/33

proteger o devedor. Dessa forma, se houvesse a compensação,haveria a alienação, frustrando o escopo da impenhorabilidade.Por fim, as dívidas fiscais, conforme o artigo 374 do Código Civil,

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também não podem ser compensadas.6.5. Renúncia à CompensaçãoA renúncia pode acontecer de maneira unilateral (artigo 375 do CódigoCivil), isso é, por vontade de uma das partes, quando essa for a desfavorecida,ou de maneira bilateral (artigo 376 do Código Civil), por convenção das duaspartes.O artigo 376 do Código Civil é supérfluo, pois as partes podemconvencionar a compensação, até porque estamos tratando de direitosdisponíveis, ainda que os requisitos legais não estejam presentes.A dificuldade está no prejuízo que a compensação pode trazer aterceiros. É bom deixarmos assentado que a renúncia só pode ocorrer nessecaso se o terceiro, por exemplo, o fiador, não restar prejudicado, sob pena devedação do instituto.A renúncia unilateral impede a compensação (artigo 375 do CódigoCivil) anterior à efetivação, pois, se fosse posterior, ressuscitaria a dívida porvontade de uma das partes, o que é impossível. Ela ocorre quando o devedorpreviamente abre mão de benefícios que adviriam da compensação.___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII25/33

7. DA TRANSAÇÃO7.1. ConceitoTransação é o ato jurídico pelo qual as partes, fazendo concessõesrecíprocas, extinguem obrigações litigiosas ou duvidosas.O artigo 840 do Código Civil menciona claramente que os litígios podemse extinguir por meio de concessões mútuas. A transação, portanto, é um meiode concessões recíprocas.P.: Por que as partes optam pela transação?R.: Para evitar os riscos da demanda; para liquidar pleitos em que seencontram envolvidas; para evitar a morosidade das lides.7.2. Natureza JurídicaVárias são as posições sobre a natureza jurídica da transação. Muitos

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encaram a transação como um contrato, e vários Códigos europeus (França eItália) discorrem sobre a transação no capítulo dos contratos. No Brasil, oCódigo Civil disciplinou a matéria entre os modos de extinção das obrigações.Beviláqua diz que a transação é um ato jurídico bilateral, sendo umcontrato, muito embora também diga que não é propriamente um contrato.Para Carnelucci a transação é a solução contratual da lide. É “oequivalente contratual da sentença”, e o artigo 849 do Código Civil informaque a transação só se anula por vício de vontade e não se anula por erro dedireito.___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII26/33

7.3. Elementos de TransaçãoAcordo entre as partes: é claro que, se a transação tem naturezacontratual, o acordo entre as partes, nesse negócio bilateral, éconditio sine qua non da transação.A vontade de pôr fim em relações contrapostas: como já vimos,conforme o artigo 840 do Código Civil a transação é a forma deextinção de vontades contrapostas. É indispensável a existência dedúvida na relação jurídica, poisas partes jamais fariam acordo setivessem absoluta certeza de seus direitos. Tal dúvida pode recair noresultado da demanda e em outros elementos incidentais, ainda que aparte creia que será vitoriosa na demanda. Se não pairar nenhumaespécie de dúvida, não há que se falar em transação.Tanto isso é verdade que, se já há sentença transitada em julgado, é nulaa transação quando qualquer uma das partes não tenha ciência a respeito dessefato (artigo 850 do Código Civil),porque, até o trânsito em julgado, não hámais res litigiosa.Concessões recíprocas: para haver transação, as partes precisam abrirmão de seus direitos ou de parte deles. A parte sacrifica seu direitoem prol de paz.7.4. Formas de Transação

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Existem duas espécies de transação:judicial: celebrada em juízo;extrajudicial: celebrada fora dele.___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII27/33

A transação judicial pode ser feita por termo nos autos, por meio deescritura pública ou, ainda, por instrumento particular, conforme dispõe oartigo 842, do Código Civil.A transação extrajudicial deve ser feita por escritura pública, conforme oartigo 842 do Código Civil ou, ainda, por escritura particular, quando não forexigida escritura pública. O Prof. Washington de Barros Monteiro diz que nãoé necessária a forma sacramental nas hipóteses de escrito particular, podendoconstar de simples recibo.7.5. Objeto da TransaçãoSegundo o artigo 841 do Código Civil a transação só existe em direitospatrimoniais de caráter privado. Os bens fora do comércio e os bens de caráterprivado, inclusive os publicistas, estão eliminados do objeto da transação.Direitos personalíssimos: tanto os direitos personalíssimos quanto ascoisas inalienáveis não podem ser negociados. Incluímos, ainda,todos os bens e direitos de família. Ex.: guarda de filho não pode sertransacionado com dinheiro.Ordem pública: todas as questões que envolvem ordem pública nãosão transacionadas. A transação concernente a obrigações resultantesde delito não perime a ação penal da Justiça Pública, mesmo se aspartes fizerem acordo na esfera cível, afora as hipóteses da Lei n.9.099/95, na qual a transação penal põe termo à própria ação penal.Nos demais casos não põem.___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII28/33

7.6. Efeitos da TransaçãoEficácia inter partes: por estarmos falando de contrato, a transação sópode vincular as partes que, voluntariamente, se obrigam, motivopelo qual a transação não aproveita e nem prejudica os intervenientese os interessados (artigo 844 do Código Civil).

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A transação é contrato extintivo: desaparecendo a obrigação litigiosa,desaparecem os acessórios, inclusive a fiança. Por isso, o § 1.º doartigo 844 dispõe que, na compensação principal, restará desobrigadoo fiador. Para sobreviver à fiança, é indispensável a anuênciaexpressa do fiador. O mesmo acontece em relação aos devedoressolidários, pois a transação feita por qualquer um deles em relação aocredor, extingue com relação aos demais (artigo 844, § 3.º, do CódigoCivil), sendo que, para manter obrigados os demais devedores, éindispensável uma nova relação jurídica.Efeitos declaratórios da transação: a transação não transmitedireitos, apenas os reconhece e os declara (artigo 843 do CódigoCivil). O legislador presume iures ad iure, presunção absoluta de queos direitos reconhecidos na transação já estão incorporados nopatrimônio de cada uma das partes; portanto, não são passíveis deaquisição. Essa é uma ficção do direito, pois na realidade as partesestão abrindo mão de parcelas de seus direitos na transação. O efeitoda transação é declaratório, não constitutivo.___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII29/33

8. CESSÃO DE CRÉDITO8.1. ConceitoCessão de crédito é um negócio jurídico bilateral, gratuito ou oneroso,pelo qual o credor de uma obrigação (cedente) transfere, no todo ou em parte,a terceiro (cessionário), independentemente do consentimento do devedor(cedido), sua posição na relação obrigacional, com todos os acessórios e asgarantias, salvo disposição em contrário, sem que se opere a extinção dovínculo obrigacional.Trata-se de um contrato em que o cedente transmite seu direito decrédito, no todo ou em parte, ao cessionário, que o adquire, assumindo suatitularidade.O cedido (devedor) não intervém no negócio jurídico, pois sua anuênciaé dispensável. Basta que se lhe comunique a cessão, para que se saiba quem é

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o legítimo detentor do crédito para que se efetue o pagamento no momentooportuno. O cedente ou o cessionário notifica o cedido.8.2. ModalidadesGratuita ou onerosa: o cedente pode exigir ou não umacontraprestação do cessionário.Total ou parcial: se total, o cedente transferirá todo o crédito; separcial, o cedente poderá permanecer na relação obrigacional, casoretiver parte do crédito.Convencional, legal ou judicial: a convencional é a que decorre dalivre e espontânea declaração de vontade entre cedente e cessionário.___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII30/33

A legal resulta da lei, independentemente de qualquer declaração devontade, determinando, a mesma, a substituição do credor. Ex.: subrogaçõeslegais (artigo 346 do Código Civil). O sub-rogado adquireos direitos do credor primitivo. A judicial advém da sentença judicial.Exemplo: sentença condenatória que supre declaração de cessão porparte de quem era obrigado a fazê-la.“Pro soluto” e “pro solvendo”: cessão pro soluto é aquela em quehá quitação plena do débito do cedente para com o cessionário,operando-se a transferência do crédito, que inclui a exoneração docedente. O cedente transfere o seu crédito com a intenção deextinguir imediatamente uma obrigação preexistente, liberando-sedela, independentemente do resgate da obrigação cedida. Ocessionário corre o risco de insolvência do devedor (cedido), desdeque o crédito exista e pertença ao cedente, considerando-se extinta adívida antiga desde o instante da cessão. A cessão pro solvendo é atransferência de um direito de crédito, feita com o intuito de extinguiruma obrigação, o que não acontecerá de imediato, mas apenas namedida em que o crédito cedido for definitivamente cobrado.8.3. RequisitosDe acordo com o artigo 104 do Código Civil, temos como requisitos acapacidade das partes, o objeto lícito e a forma legal.Capacidade das partes: a cessão exige tanto a capacidade genéricacomo a capacidade especial do cedente e do cessionário. O cedenteprecisa ter poder de disposição. Se o cedente for incapaz, necessita de

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prévia autorização judicial (artigo 1.691 do Código Civil). A cessão___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII31/33

por procuração exige instrumentos especiais. Tratando-se de cessãode direito real é necessária a anuência expressa do outro cônjuge. Ocessionário também deverá ter o poder de tomar o lugar do cedente,pois estará adquirindo direito creditício. Exemplo: o tutor não poderá,de nenhuma forma, constituir-se cessionário de crédito do pupilo(artigo 1.749 do Código Civil).Objeto da cessão: qualquer crédito pode ser cedido (artigo 286 doCódigo Civil). São incedíveis:- direitos personalíssimos. Exemplo: créditos alimentícios, salários;- direitos legalmente incedíveis. Exemplo: herança de pessoa viva(artigo 426 do Código Civil), os pactos adjetos à compra e venda,como, por exemplo, pacto de melhor comprador (artigo 1.158 doCódigo Civil de 1916);- direitos convencionados com o devedor.Forma da cessão: o sistema legal não exige forma específica para acessão de crédito. A cessão é um negócio não solene, podendo seraperfeiçoado com a simples declaração de vontade do cedente e docessionário. Para surtir efeitos em relação a terceiros, de acordo como artigo 288 do Código Civil, a mesma deve ser celebrada porinstrumento público ou particular. Se efetuada por instrumentoparticular, deverá ser subscrita por duas testemunhas e transcrita noregistro competente (arts. 127 e seguintes da Lei de RegistrosPúblicos).___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII32/33

8.4. Efeitos JurídicosEntre as partes contratantes (cedente e cessionário): o cedenteassume uma obrigação de garantia, responsabilizando-se perante ocessionário pela existência do débito ao tempo da cessão. O cedenteresponde:- caso o crédito não exista no momento da cessão, o negócio seránulo por falta de objeto;- quando o cedente não for o titular do crédito;- quando houver vício no crédito;- quando o crédito for incessível.São obrigações do cedente:

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- prestar as informações solicitadas pelo cessionário;- entregar os documentos para que o cessionário possa realizar ocrédito.O principal efeito da cessão é transmitir para o cessionário a titularidadeda relação jurídica. Com o óbito do cedente, o cessionário poderá prosseguirna causa, juntando aos autos seu respectivo título e provando sua identidade(artigo 404 do Código Civil). O cessionário terá direito de promover aexecução ou nela prosseguir (artigo 567, inciso II, do Código de ProcessoCivil).Em relação ao devedor:___________________________________________________________________________ MÓDULO VIII33/33

- antes da notificação: o devedor poderá pagar válida elegitimamente ao credor originário como se não tivesse havidocessão. Aliás, até a notificação, o cessionário só pode acionar ocedente (artigo 292 do Código Civil);- após a notificação: a cessão passa a vincular o devedor aocessionário, de tal forma que deverá pagar o débito a ele. Se, porventura, mais de uma cessão for notificada, pagará ao cessionárioque lhe apresentar o título da cessão da obrigação cedida (artigo292 do Código Civil). Caso nenhum cessionário apresente o títuloda dívida, o devedor deverá consignar em juízo para obter aexoneração. O devedor poderá opor as exceções tanto aocessionário quanto ao cedente. Se a obrigação for passível deanulação por vício, o devedor poderá argüir tal exceção contra ocedente e contra o cessionário.


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