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Exmo. Dr. Juiz de Direito da MM.Vara Cível da Comarca de
Guanambi - Bahia.
SEBASTIANA MARIA DE JESUS, brasileira, casada,
lavadeira, RG 0.723.806-594 SSP/BA, CPF 878.124.285.-91, residente e
domiciliada, nesta cidade de Guanambi na fazenda Morro da Inácia, 115, por
seus advogados, infra assinados, com o devido respeito e acatamento, vem
à presença de V. Exa. para, nos termos do art. 5º, V e X, da Constituição
Federal, art. 159 do Código Civil, e art. 4º do Código de Processo Civil,
propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL, contra o
FIDC NP MULTISEGMENTOS CREDITSTORE, estabelecida na rua Augusta
hernandes 91, Bela Vista, São, pelos motivos de fato e de direito a seguir
expostos.
DOS FATOS
Senhora simples, humilde, que nunca teve a oportunidade
de conhecer a bela cidade de São Paulo. Que não tem por hábito fazer
compras pela internet. Que, o pouco que tem adquiriu com credito aqui
mesmo nesta cidade de Guanambi, e por ser vítima d’um golpe teve seu
nome incluído indevidamente nos órgãos de protecção ao crédito. Sofrendo,
por vezes, vexame nas lojas desta cidade, ao lhe, negarem o credito.
INDEVIDAMENTE. De modo que se aduz esta protecção para ter seu direito
restaurado e ser ressarcida pelo dano moral.
Transtorno causado pela negligência e por erro grosseiro do réu que,
em detrimento à pessoa da autora, tolheu-lhe o crédito e manchou sua honra
com as ilegais negativações junto aos sistemas SERASA e SCPC e as
contínuas e sucessivas cobranças de dívida paga, mesmo depois da liminar
de sustação da negativação.
DO DANO MORAL
Assim, pelo evidente dano moral provocado pelo Requerido, é
de impor-se a devida e necessária condenação, com arbitramento de
indenização à autora, que experimentou o amargo sabor de ter o "nome sujo"
sem causa, sem motivo, de forma injusta e ilegal.
É, a obrigatoriedade de reparar o dano moral, consagrada na
Constituição Federal, precisamente em seu art. 5º, onde a todo cidadão é
"assegurado o direito de resposta, proporcionalmente ao agravo,
além de indenização por dano material, moral ou à imagem" ( inc. V)
e também pelo seu inc. X, onde "são invioláveis a intimidade, a vida
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação."
Em sintonia, o nosso sistema civil tem adotado com relação a pessoa
jurídica de qualquer natureza, a Teoria da Responsabilidade Civil Objetiva.
Esta não requer a analise de culpa civil para criar a obrigação de reparar.
Conforme se lê no artigo 927:
Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. (grifamos)
Como se sabe, é um risco recorrente das operações de credito que
haja cobranças indevidas e demais danos, como os sofridos pela Autora. O
Requerido assumiu o risco de criar problemas desse porte.
Nesse diapasão, e dada a importância e atualidade da obra, não se
pode prescindir dos ensinamentos de CARLOS ROBERTO
GONÇALVES:
"Uma das teorias que procuram justificar a responsabilidade objetiva
é a teoria do risco. Para esta teoria, toda pessoa que exerce alguma
atividade cria um risco de dano para terceiros. E deve ser obrigada a
repará-lo, ainda que sua conduta seja isenta de culpa. A
responsabilidade civil desloca-se da noção de culpa para a idéia de
risco, ora encarada como ‘risco-proveito’, que se funda no princípio
segundo o qual é reparável o dano causado a outrem em
conseqüência de uma atividade realizada em benefício do
responsável (ubi emolumentum, ibi onus)".
Tendo em vista que a inscrição indevida do nome da autora do
SERASA e SCPC caracteriza ato ilícito, também caberia o dever de reparar,
agora com base no art. 159 do Código Civil. E, essa reparação, consistiria na
fixação de um valor que fosse capaz de desencorajar o ofensor ao
cometimento de novos atentados contra o patrimônio moral das pessoas.
Mister se faz, apontar o entendimento jurisprudencial em sintonia
com os pedidos feitos:
RECURSO ESPECIAL Nº 457.734-MT (2002/0100669-6)
RELATOR : MIN. ALDIR PASSARINHO JUNIOR
Data Julgamento: 22 /10/2002 - 4ª Turma STJ
EMENTA : “AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANO MORAL.
PROTESTO INDEVIDO. INSCRIÇÃO NO SERASA. I – A indevida
inscrição em cadastro de inadimplente, bem como o protesto do
título, geram direito à indenização por dano moral,
independentemente da prova objetiva do abalo à honra e à
reputação sofrida pelo autor, que se permite, na hipótese, presumir,
gerando direito a ressarcimento que deve, de outro lado, ser fixado
sem excessos, evitando-se enriquecimento sem causa da parte
atingida pelo ato ilícito.”
RECURSO ESPECIAL Nº 419.365-MT (2002/0028678-0)
RELATOR : MIN. NANCY ANDRIGHI
Data Julgamento: 11/11/2002 - 4ª Turma STJ
EMENTA : “INSCRIÇÃO INDEVIDA NO SPC. DANOS MORAIS.
PROVA. DESNECESSIDADE. INDENIZAÇÃO. ARBITRAMENTO.
– Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, nos
casos de inscrição indevida no cadastro de inadimplentes,
considera-se presumido o dano moral, não havendo necessidade da
prova do prejuízo, desde que comprovado o evento danoso.”
RECURSO ESPECIAL Nº 468.573 - PB (2002/0122013-9)
RELATOR : MINISTRA ELIANA CALMON
Data Julgamento: 07/08/2003 - 2ª Turma STJ
EMENTA : “INSCRIÇÃO INDEVIDA EM CADASTRO DE
INADIMPLENTES - DANO MORAL - PROVA. 1. Jurisprudência
desta Corte pacificada no sentido de que a indevida inscrição no
cadastro de inadimplentes, por si só, é fato gerador de indenização
por dano moral, sendo desnecessária a prova objetiva do abalo e à
reputação sofrida pelo demandante. 2. Recurso especial conhecido,
mas improvido.”
Diante do exposto acima, a autora requer a condenação do
Requerido no dever de indenizar pelos danos morais que provocou com a
inserção indevida do nome da autora nos sistemas SERASA e SPC, bem
como pelo fato de ter passado quase todo o ano importunando a autora com
cobranças, cartas e todos os transtornos que causaram.
DO PEDIDO
Ante a tudo o que foi exposto, a Autora requer:
I. Ordem para imediata exclusão do nome da requerente do rol dos
inadimplentes.
II. Requer a citação do referido Requerido, na pessoa de seu
representante legal para, querendo, apresentar resposta à presente ação
no prazo legal.
III. Requer, nos termos do art. 5º da Constituição Federal, art. 927 e
seguintes do Código Civil, a condenação do Requerido no pagamento de
verba indenizatória no valor de R$ 21800 (vinte e um mil e oitocentos
reais), bem como a todas as despesas processuais e honorários
advogaticios. .
DAS PROVAS
A autora pretende provar o alegado por todos os meios em direito
permitidos, sem exclusão de nenhum, e em especial pela juntada de
documentos e depoimento das partes e de testemunhas, caso necessário.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 545 (quinhentos e quarenta e cinco
reais).
DA INTIMAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS
Requer, para efeito de intimação pela Imprensa Oficial,
telefone: (77) 3451-8400 - Av. Barão do Rio Branco, Nº 459 -
Guanambi - BA
Termos em que, Pede e espera Deferimento.
Guanambi, 23 de fevereiro de 2011
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advodado