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Pesquisa e Desenvolvimento do Modelo de Gestão do

Desempenho Individual e Dimensionamento da Força de

Trabalho da Companhia Nacional de Abastecimento

RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO

Especificação das Ações de Desenvolvimento e de

Aperfeiçoamento

Brasília, março de 2017.

IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Nome do Projeto Projeto e Desenvolvimento do Modelo de Gestão do Desempenho Individual da Companhia Nacional de Abastecimento

Vigência 10/10/2016 a 10/04/2018 – 18 meses Convenente Companhia Nacional de Abastecimento Conveniado Fundação Universidade de Brasília

Unidade Gestora Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT/UnB)

Diretor da Unidade Gestora

Sanderson César Macedo Barbalho

Unidade Executora Departamento de Administração (ADM/FACE/UnB) Coordenadores Técnicos

André Luiz Marques Serrano Pedro Paulo Murce Meneses

Pesquisadores do Projeto

André Luiz Marques Serrano Antônio Isidro-Filho Daniel Schlottfeldt Brandão Júlia Cássia Santos Silvério Laís Campos Luciana Graziani Barbosa de Araújo Maitê Assis Rodrigues Pedro Paulo Murce Meneses Raissa Damasceno Cunha Vithor Rosa Franco

Apoio Núcleo de Estudos e Pesquisas em Inovação e Estratégia (NINE/UnB)

Apoiadores do projeto

Comitê Gestor de Estudo e Pesquisa

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6

2 PROCESSO DE PESQUISA .................................................................................... 7

2.1 Busca Bibliográfica ............................................................................................. 8

2.2 Levantamento Documental ............................................................................... 13

2.3 Entrevistas ......................................................................................................... 15

2.4 Questionário ...................................................................................................... 17

2.5 Grupo Focal ....................................................................................................... 19

3 RESULTADOS – GESTÃO DE DESEMPENHO ................................................... 22

3.1 Etapa 1. Planejamento do Desempenho .......................................................... 26

3.2 Etapa 2. Negociação do Desempenho ............................................................. 33

3.3 Etapa 3. Acompanhamento, Diagnóstico e Intervenção ................................ 38

3.3.1 Monitoramento do Desempenho ................................................................... 38

3.3.2 Avaliação do Desempenho ............................................................................ 44

3.3.3 Publicação e Retorno dos Resultados Finais .............................................. 53

4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 58

5 RESULTADOS – DIMENSIONAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO ................ 61

5.1 Metodologia atual de dimensionamento quantitativo da Conab ................... 63

5.2 Metodologia qualitativa de dimensionamento da Conab ............................... 73

5.2.1 Resultados do Grupo Focal ........................................................................... 75

5.2.2 Entregas e cargos na definição de perfis profissionais ............................. 78

5.2.3. Definindo perfil profissional por preditores do desempenho ................... 82

5.2.4 Fatores organizacionais: Aderência de grupos de trabalho ...................... 83

5.3 Conclusão .......................................................................................................... 86

6 CONCLUSÃO GERAL ........................................................................................... 88

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 90

APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA .................... 96

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ........... 99

APÊNDICE C – QUIZZ ........................................................................................... 101

APÊNDICE D – ROTEIRO DE ENTREVISTA VIA E-MAIL PARA GEMOR/SUORG

................................................................................................................................ 102

APÊNDICE E – MATÉRIA “AQUI ENTRE NÓS” 1ª DE DEZEMBRO DE 2016 .... 103

APÊNDICE F - COMUNICADO INTERNO (N.01/12/2016) .................................... 104

APÊNDICE G – ROTEIRO GRUPO FOCAL .......................................................... 105

APÊNDICE H - FICHAS DE RESPOSTA ............................................................... 107

APÊNDICE I – GUIAS DE APRESENTAÇÃO (PPT) GRUPO FOCAL DE GESTÃO

DE DESEMPENHO ................................................................................................. 110

APÊNDICE J – ROTEIRO GRUPO FOCAL DIMENSIONAMENTO QUALITATIVO

................................................................................................................................ 115

APÊNDICE K - FICHAS DE RESPOSTA GRUPO FOCAL DE

DIMENSIONAMENTO QUALITATIVO ................................................................... 116

APÊNDICE L – GUIAS DE APRESENTAÇÃO (PPT) GRUPO FOCAL DE

DIMENSIONAMENTO QUALITATIVO ................................................................... 119

6

1 INTRODUÇÃO

Conforme Plano de Trabalho acordado entre a Companhia Nacional de

Abastecimento e a Universidade de Brasília, este documento especifica o processo

e o produto de pesquisa e desenvolvimento concernente à ‘Etapa b’ da ‘Fase 1’, os

quais, sumariamente, versam sobre apontamentos críticos e sugestivos relativos à

avaliação de desempenho e dimensionamento da força de trabalho vigentes na

empresa de forma a subsidiar as propostas de complementação e integração

previstas nas etapas posteriores de trabalho. O Quadro 1 retrata os elementos

orientadores das atividades em questão.

Quadro 1 Elementos orientadores do processo de pesquisa e desenvolvimento

Fase 1 - Levantamento, Análise e Produção de Dados e Informações para o Desenvolvimento de Metodologias de Gestão de Pessoas da CONAB

b) Analisar as sistemáticas de dimensionamento da força de trabalho, de avaliação de desempenho e de capacitação e desenvolvimento vigentes na CONAB, comparando-as com as teorias e metodologias à disposição na literatura técnico-científica nacional e internacional, de forma a subsidiar propostas subsequentes de complementação e integração.

Macro Ações

i. Realização de oficinas de trabalho com a equipe de profissionais da CONAB com vistas a reunir dados e informações sobre as sistemáticas de dimensionamento da força de trabalho, de avaliação de desempenho e de capacitação e desenvolvimento com vistas;

ii. Identificação de pontos de aperfeiçoamento e de desenvolvimento das sistemáticas de dimensionamento da força de trabalho, de avaliação de desempenho e de capacitação e desenvolvimento à luz de referenciais técnico-científicos sobre gestão de processos organizacionais e da gestão por competências.

Meio Coleta documental, entrevistas e/ou grupos focais com gestores/servidores amostrados em razão da vinculação funcional com as unidades organizacional da CONAB.

Duração Estimada 4 meses: de dezembro de 2016 a fevereiro de 2017.

Produto 1B

Documento contendo especificação das ações de desenvolvimento e de aperfeiçoamento das sistemáticas de dimensionamento da força de trabalho, de avaliação de desempenho e de capacitação e desenvolvimento da CONAB.

Nota. Fonte: Plano de Trabalho do Projeto

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Busca Bibliográfica: Localização, em bases científicas diversas, de artigos nacionais e internacionais sobre a temática da avaliação de desempenho individual, dimensionamento da força de trabalho e assuntos correlatos.

Levantamento Documental: Reunião de peças oficiais documentais que dispunham sobre os elementos constituintes da Política de Gestão de Desempenho e de Dimensionamento da Conab, bem como sobre aspectos que poderiam, direta ou indiretamente, interferir nos processos de formulação e implementação da nova sistemática dos processos implementados na companhia.

Entrevistas: Identificação, junto a empregados de unidades-chaves, de críticas à atual Política de Gestão de Desempenho da Conab, bem como de informações sobre a atual metodologia quantitativa de dimensionamento.

Questionário: Identificação, junto ao corpo total de empregados da Conab, dos pontos positivos e negativos da atual Política de Gestão de Desempenho da Conab, bem como de sugestões para o novo modelo de gestão do desepenho a ser implementado na empresa.

Grupos Focais: Reunião de sugestões de aperfeiçoamento e desenvolvimento da Política de Gestão de Desempenho e do Dimensionamento da Força de Trabalho com empregados da unidade diretamente responsável pelo processo e demais atores-chave da empresa.

2 PROCESSO DE PESQUISA

Esta seção especifica como foi metodologicamente operada a pesquisa que

permitiu a identificação de pontos de aperfeiçoamento e de desenvolvimento da

sistemática de gestão de desempenho e de dimensionamento da força de trabalho

vigente na Companhia. A Figura 1, nesse sentido, demonstra sumariamente os

procedimentos empregados no cumprimento do objetivo previsto na ‘Etapa b’

enunciada na seção anterior. Em seguida são apresentadas maiores informações a

respeito do processo de pesquisa efetuado, para cada processo.

Figura 1. Caracterização sintética do processo de pesquisa.

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2.1 Busca Bibliográfica

A identificação e posterior análise de trabalhos acadêmicos nacionais e

internacionais sobre temas relevantes aos produtos acordados no presente projeto

foi a primeira atividade de pesquisa empreendida pela equipe da Universidade de

Brasília. O objetivo era reunir um conjunto de peças que pudessem ser utilizadas

como balizadores técnico-científicos no processo de análise e avaliação da Política

de Gestão de Desempenho atualmente praticada pela Conab. No caso do

Dimensionamento, a busca bibliográfica objetivou a análise e avaliação da

metodologia quantitativa atualmente praticada pela Conab e o desenvolvimento de

uma metodologia qualitativa que seja adequada à organização.

A partir de descritores, na língua portuguesa e vertidos para a inglesa,

tipicamente adotados como palavras-chaves de textos sobre os assuntos, tais como

avaliação de desempenho individual, gestão do desempenho, dimensionamento da

força de trabalho e composição de equipes, procedeu-se à busca, sem delimitação

temporal, de trabalhos acadêmicos em bases científicas de dados à disposição no

portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Além deste procedimento, e com o intuito de que fosse também contemplada a

produção mais recente sobre o assunto, foram consultados os 25 periódicos

internacionais das áreas de administração e da psicologia mais bem avaliados de

acordo com o ranqueamento proposto pela CAPES e pelo Instituto de Informação

Científica da Thomson Reuters e cujas linhas editorias e publicações anteriores ao

ano de 2016 contemplavam assuntos ligados ao objeto em questão. O Quadro 2,

enfim, indica as referências completas dos artigos científicos utilizados na

composição do Produto 1B referentes à gestão de desempenho e dimensionamento

da força de trabalho.

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Quadro 2 Lista de artigos científicos utilizados no diagnóstico da Política de Gestão de Desempenho e do Dimensionamento da Força de Trabalho

Categoria Artigos Científicos

Gestão de Desempenho

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Dimensionamento

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2.2 Levantamento Documental

A segunda atividade de pesquisa consistiu da reunião de documentos oficiais

da Conab que versavam sobre elementos relacionados à atual Política de Gestão de

Desempenho da Conab e de outros que poderiam ser utilizados na composição do

novo modelo de gestão de desempenho da empresa. No caso do Dimensionamento,

visto que é um projeto recente, não há ainda documentação das definições

operacionais sobre o processo, porém há tabelas com dados que foram

considerados no levantamento documental. Ademais, um conjunto de peças foi

inicialmente indicado pelos empregados da Gerência de Carreiras e

Remuneração/GECAR da empresa e, a partir da leitura e análise das informações

obtidas, outros documentos foram incorporados ao acervo. No total, 72 documentos

foram consultados nesta fase inicial, o que permitiu aos pesquisadores caracterizar

não apenas o processo de gestão de desempenho em vigor na empresa, mas

também o contexto organizacional e institucional que abarca tal processo (Quadro

3).

Quadro 3 Lista de documentos oficiais obtidos

Tipos Documentos

Aparato Legal-Normativo

Lei 13.328, de 29/07/2016 - Altera disposições sobre gratificações de desempenho

Decreto 7.133, de 19/03/2010 – Regulamenta Critérios de Avaliação de Desempenho Institucional e Individual

Orientação Normativa 7, de 31/08/2011 – Define diretrizes para a avaliação de desempenho de que trata o Decreto 7.133/2010/ MPOG

Lei 11.784, de 22 de setembro de 2008 - Institui sistemática para avaliação de desempenho dos servidores da administração pública federal

Caderno de Práticas de Gestão de Pessoas das Empresas Estatais - Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais/MPOG, 2016

Plano de Cargos e Salários: Diretrizes e Orientações – Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais/MPOG, 2010

Manual de Orientação para a Gestão do Desempenho – Secretaria de Gestão Pública/MPOG, 2013

Manual do Conselheiro de Administração – Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais/MPOG, 2016

Relatório do Levantamento de Governança e Gestão de Pessoas na APF – TCU, 2013

Voto e Acórdão nº 3023/2013 – TCU/ Plenário – Relativos ao Levantamento de Governança e Gestão de Pessoas na APF

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Tipos Documentos

Orientações Trabalhistas

Acordo Coletivo de Trabalho: 2015-2016

Acordo Coletivo de Trabalho: 2014-2015

Acordo Coletivo de Trabalho: 2013-2014

Acordo Coletivo de Trabalho: 2012-2013

Acordo Coletivo de Trabalho: 2011-2012

Ata da 25ª Reunião Ordinária: 2015/2017

Ata da 24ª Reunião Ordinária: 2013/2015

Ata da 23ª Reunião Ordinária: 2013/2015

Ata da 22ª Reunião Ordinária: 2013-2015

Ata da 3ª Reunião Extraordinária: 2013/2015

Normas Organizacionais

Plano de Cargos, Carreiras e Salários: 2009

Plano de Cargos e Salários e de Benefícios e Vantagens: 1991

Manual de Descrições das Funções do Plano de Cargos e Salários de 1991

Tabela de Gratificação de Contrato Especial – PCS 1991 Vigente em 01/09/2015

Tabela de Gratificação de Função Vigente em 01/09/2015

Regulamento de Pessoal 10.105: 2010

Regulamento de Pessoal 10.106: 2010

Sistema de Administração 60.103 / Treinamento, Desenvolvimento e Educação – Alterado em 11/02/2009

Norma 10.103 – Estatuto Social – Alterado em 24/03/2008

Norma 10.111 – Norma de Governança Corporativa e Integridade

Norma10.301 – Norma Política de Comunicação

Sistema de Administração 60.213/ Recursos Computacionais – Alterado em 19/12/2012

Sistema Institucional 10.104/ Regimento Interno – Alterado em 11/05/2016

Diretrizes Organizacionais

Organograma Versão CONAD nº009, de 11/05/2016

Organograma SUREG Tipo I

Organograma SUREG Tipo II

Macroprocesso de Gestão Estratégica

Cadeia de Valor 2016

Mapa de Processos e Subprocessos

Mapa Estratégico Corporativo

Resolução nº 18, de 20/10/2016 – Aprovação da Fase 1do Planejamento Estratégico 2016-2019

Sistema de Gestão de Pessoas

Listagem dos Cursos – Prioridade Alta

Listagem Geral das Prioridades

Quadros de Competências por Gerência

Quadros de Mapeamento de Competências

Cronograma Previsto – Avaliação de Desempenho 2016

Avaliação de Desempenho Ano Base 2015 – Folder Digital

O Que Mudou na Política de Gestão de Desempenho 2014 – Informe

Política de Gestão do Desempenho Versão 2014

Política de Gestão do Desempenho Versão 2015

Portaria 126, de 24/03/2016 – Designação dos Comitês de Avaliação

Resultado Final Empregados Elegíveis – Avaliação de Desempenho 2016

Formulário de Avaliação de Desempenho – Liderança 2015

Formulário de Avaliação de Desempenho – Estratégicas 2015

Formulário de Avaliação do Período de Experiência – 1ª Avaliação

Formulário de Avaliação do Período de Experiência – 2ª Avaliação

Relatório de Avaliação de Desempenho com Totais de Não-Gestores – 02/10/2013

Relatório de Avaliação de Desempenho com Totais de Gestores – 02/10/2013

Relatório de Avaliação de Desempenho com Totais – 02/10/2013

Resultados da Avaliação de Desempenho por Competências 2016 – Ciclo 7

15

Tipos Documentos

Resultados da Avaliação de Desempenho por Competências 2016 – Ciclo 8

Relatórios Organizacionais

Resultados da Pesquisa de Clima Organizacional 2008

Pesquisa de Clima Organizacional na Conab 2013

Relatório de Gestão Exercício 2013

Relatório de Gestão Exercício 2014

Relatório de Gestão Exercício 2015

Relatório de Administração – Exercício Social de 2015

Relatório Anual das Atividades da Auditoria Interna – 2013

Relatório Anual das Atividades da Auditoria Interna – 2014

Relatório Anual das Atividades da Auditoria Interna - 2015

Cada um desses documentos foi verificado na íntegra por dois ou mais

pesquisadores que, a partir da aplicação da técnica da análise de conteúdos,

identificaram palavras, termos e trechos que de algum modo apontavam para

oportunidades de melhoria na atual Política de Gestão de Desempenho e na atual

metodologia quantitativa de Dimensionamento da Conab, além de espaços para

criação de uma metodologia qualitativa adequada à Conab; as próprias categorias

que organizam os documentos foram estabelecidas durante este processo de

análise de dados e informações.

2.3 Entrevistas

Reunidos e processados os documentos listados na seção anterior, passou-

se à realização de entrevistas coletivas junto a um corpo seleto de empregados, a

fim de que fossem identificadas críticas à atual Política de Avaliação de

Desempenho e à metodologia quantitativa de Dimensionamento da Conab, bem

como sugestões para aperfeiçoamentos e melhorias, além da criação da

metodologia qualitativa de dimensionamento. Estes empregados foram indicados

pelos profissionais lotados na GECAR, unidade diretamente responsável pela

supervisão técnica, no âmbito da empresa, dos trabalhos de pesquisa e

desenvolvimento de responsabilidade da Universidade de Brasília; a indicação se

baseou no nível de relevância político-estratégica dos participantes e respectivas

unidades para a continuidade do processo.

Esta segunda atividade de pesquisa foi cumprida entre os dias 14 e 29 de

novembro de 2016 pelos profissionais da Universidade de Brasília, a partir de um

roteiro (Apêndice A) cujas perguntas serviram tanto para a identificação dos pontos

críticos e das sugestões aos processos em curso na empresa (pergunta de

abertura), como para o levantamento dos fatores – institucionais, políticos,

16

organizacionais e setoriais – tratados no Produto 1B (demais perguntas), cujos

conteúdos versavam sobre intervenientes a serem considerados no

desenvolvimento e na implementação dos novos modelos acordados no presente

projeto. Ao todo, foram consultados 61 empregados de 10 diferentes unidades da

companhia, como se nota na Tabela 1; todos assinaram um termo de consentimento

livre e esclarecido (Apêndice B), documento que indicava que os dados coletados

seriam tratados de maneira confidencial e sigilosa, de maneira que não fossem

expostos elementos que permitissem a identificação dos participantes; apenas o

quantitativo por unidade.

Tabela 1 Número de empregados entrevistados por unidade organizacional

Unidades Organizacionais Número de

Participantes

Unidades Organizacionais

Número de Participantes

DIGEP/SURET 5 PRESIDÊNCIA/ SUCOR 9

DIPAI/SUGOF 5 GECAP/UNIV.

CORPORATIVA 17

DIPAI/SUINF 5 PRESIDENCIA/ SUORG 3

DIPAI/SUTIN 5 PRESIDÊNCIA/ PROGE 2

DIAFI/SUFIS 4 GECAR 6

Nota. Fonte: elaboração pelos autores.

Com exceção da primeira sessão de entrevista, cujo objetivo era também

preparar a equipe de pesquisadores para a tarefa e calibrar o roteiro de entrevista,

todas as demais foram conduzidas por duplas ou trios de profissionais da

Universidade de Brasília, que se revezaram nos papéis de entrevistador, observador

principal e observador secundário; ao passo que ao primeiro competia a realização

da entrevista propriamente dita, aos demais cabia o registro do áudio das sessões e

das verbalizações julgadas pertinentes para o processo de pesquisa e

desenvolvimento em questão. Em média, as sessões duraram 45 minutos,

contabilizados os tempos de abertura e encerramento, cujos objetivos eram,

respectivamente, estabelecer uma relação de confiança adequada com os

participantes e informá-los sobre as etapas seguintes da pesquisa.

Todos os conteúdos foram literalmente transcritos e, após diversas leituras do

material, tabulados e categorizados de modo a facilitar a recuperação das

informações tanto para o apontamento de críticas à atual Política de Gestão de

17

Desempenho da Conab, tópico de seções posteriores, quanto na fase de

modelagem do novo sistema de gestão de desempenho da Conab.

No caso do Dimensionamento da Força de Trabalho, foram conduzidas

entrevistas abertas com vistas ao entendimento do atual modelo quantitativo e dos

procedimentos de coleta de dados, conduzidas junto à Gemor/Suorg. Além disso, foi

feita uma solicitação final de informações, via e-mail (Apêndice C), com o objetivo de

garantir a correta compreensão da sistemática de dimensionamento da força de

trabalho vigente na Conab.

2.4 Questionário

Ao passo que as entrevistas foram realizadas junto a um grupo amostral

constituído em razão da proximidade dos empregados identificados com o objeto

central do processo de pesquisa e desenvolvimento, a aplicação do questionário

(Apêndice D) buscou reunir, junto a todo o corpo funcional da Conab, opiniões

acerca dos pontos positivos, negativos e de sugestões em relação aos processos de

geridos pelo setor de RH da empresa. A fim de garantir uma taxa de participação

metodologicamente apropriada, anteriormente à abertura do período de resposta ao

questionário, dois comunicados foram divulgados para os funcionários da Conab:

uma matéria sobre o assunto publicada no dia 1ª de dezembro de 2016 no periódico

Aqui Entre Nós (Apêndice E); e um comunicado interno (N.01/12/2016) assinado

pelo Diretor da DIGEP (Apêndice F).

Ao todo, 583 empregados de unidades de lotação diversas (Tabela 2)

participaram da pesquisa eletrônica de opinião entre os dias 5 e 16 de dezembro de

2016, correspondendo a 11,60% do quadro atual de pessoal da Conab, de 5.027

colaboradores conforme informado em agosto de 2016 pela Companhia. Deste total

de respondentes, 127 (21,79%) respondentes encontravam-se à época da consulta

lotados na matriz e os demais, 456 (78,21%), nas Superintendências Regionais

(SUREG); não foram registradas participações de empregados lotados nas

SUREGS – AP e DF e entorno.

18

Tabela 2 Lista dos empregados respondentes ao questionário

Unidades Organizacionais

Total de Empregados Número de

Participantes Taxa de Resposta

MATRIZ 1224 132 10,78%

SUREG - AC 26 05 19,23%

SUREG - AL 64 11 17,19%

SUREG - AM 127 21 16,54%

SUREG - AP 13 00 00,00%

SUREG – BA 170 19 11,18%

SUREG – CE 261 14 05,36%

SUREG - DF 61 00 00,00%

SUREG –ES 149 27 18,12%

SUREG – GO 364 28 07,69%

SUREG – MA 143 17 11,89%

SUREG - MG 274 21 07,66%

SUREG – MS 115 15 13,04%

SUREG – MT 152 27 17,76%

SUREG – PA 96 17 17,71%

SUREG – PB 227 27 11,89%

SUREG – PE 355 29 08,17%

SUREG – PI 191 10 05,24%

SUREG - PR 160 34 21,25%

SUREG – RJ 248 21 08,47%

SUREG – RN 137 28 20,44%

SUREG – RO 64 07 10,94%

SUREG – RR 17 05 29,41%

SUREG – RS 138 21 15,22%

SUREG – SC 73 14 19,18%

SUREG - SE 21 12 57,14%

SUREG - SP 96 09 09,38%

SUREG - TO 61 12 19,67%

Total 5027 583 11,60%

Do total de 5.027 empregados em cargos efetivos na Companhia, 264 dos

respondentes estão atualmente enquadrados em cinco cargos integrantes do Plano

de Carreira, Cargos e Salários de 1991, enquanto os demais 319 participantes estão

distribuídos nos cargos do Plano elaborado em 2009. Destaca-se ainda o fato de

que a maioria dos respondentes, de 398 (68,26%) empregados, não ocupa cargo

comissionado ou função de confiança na empresa.

19

Tabela 3 Número de empregados participantes da pesquisa de opinião via questionário

Plano de Cargos

Cargos Total de

Empregados Número de

Participantes Taxa de

Resposta

PCCS 1991

Auxiliar Administrativo

962 88 09,15%

Assistente Técnico

Operacional 404 54 13,37%

Assistente Técnico

Administrativo 501 46 09,18%

Técnico de Nível Superior

425 45 10,59%

Auxiliar de Serviços Gerais

914 31 03,39%

PCCS 2009 Analista 894 236 26,40%

Assistente 321 54 16,82% Auxiliar 606 29 04,79%

Total 5.027 583 11,60%

As indicações dos 583 participantes dos pontos positivos, negativos e das

sugestões de melhoria da atual Política de Gestão de Desempenho da Conab foram

submetidas à técnica da análise de conteúdo, a qual, a partir de análises repetidas e

independentes efetuadas pelos pesquisadores da Universidade de Brasília, resultou

em uma série de recomendações que, agregadas àquelas consolidadas nas

atividades de pesquisa anteriormente descritas, culminaram nas propostas de

aperfeiçoamento detalhadas nas seções posteriores.

2.5 Grupo Focal

De posse dos resultados preparados a partir da condução das atividades

anteriores de pesquisa, foram programados grupos focais com o objetivo de debater

com os empregados diretamente responsáveis pela Política de Gestão de

Desempenho da Conab e outros, indicados pela DIGEP/GECAR, informações

relevantes para o êxito do processo de formulação e de implementação da nova

política; seis empregados lotados na SUDEP, GECAR, GECAP e GEOF

participaram desta etapa.

Mediadas pelos pesquisadores da Universidade de Brasília a partir da

utilização de um roteiro elaborado para a tarefa (Apêndice G), de fichas de resposta

20

(Apêndice H) e de guias de apresentação (Apêndice I), uma sessão de discussão,

com duração de quatro horas, foi realizada no dia 24 de janeiro de 2017 para tratar

dos seguintes aspectos destacados nas atividades primeiras de pesquisa: 1) como

tornar a Política de Gestão do Desempenho um instrumento de alto valor para a

Diretoria Colegiada e Conselho Administrativo?; 2) como incentivar os gestores da

Conab a adotarem a Política de Gestão do Desempenho como instrumento útil ao

planejamento, ao monitoramento e à avaliação das atividades das unidades de

trabalho que gerenciam?; 3) como convencer os empregados a compreenderem a

Política de Gestão do Desempenho como um instrumento de desenvolvimento, e

não apenas como uma ferramenta de avaliação?; 4) como a Política de Gestão do

Desempenho pode fomentar nas equipes de trabalho o estabelecimento de um

ambiente de cooperação e de colaboração?; e 5) como tornar objetiva a avaliação

de desempenho em vigor na Conab?

Os conteúdos verbalizados pelos participantes e registrados por estes nas

fichas de reposta foram submetidos à análise de conteúdo, técnica que permitiu o

reconhecimento de uma série de alternativas necessárias ao enfrentamento dos

pontos identificados nas atividades anteriores de pesquisa.

No caso do Dimensionamento da Força de Trabalho, foram realizados dois

grupos focais com vistas ao entendimento de como, atualmente, os gestores tratam

a composição qualitativa de suas equipes. Nesse sentido, ainda que não se tenha

uma metodologia qualitativa de dimensionamento formalmente definida na Conab,

buscou-se compreender de que forma se dá a alocação de novos empregados nas

unidades e a respectiva distribuição de tarefas ou entregas, com base nos perfis

profissionais das equipes.

Nos dias 31/01/2017 e 02/02/2017, portanto, ocorreram os grupos focais,

cujos participantes foram gestores e superintendentes da SUMAC, SUINF, SULOG,

SUARM e SUCOR. Esses profissionais foram indicados pela GECAR, unidade

diretamente responsável pela supervisão técnica do atual projeto de pesquisa e

desenvolvimento junto à Universidade de Brasília. Vale destacar que a indicação se

baseou na relevância de nível tático e estratégico desses atores, considerando que

estão responsáveis pela composição qualitativa de suas equipes, dentro de uma

visão holística.

A discussão foi conduzida a partir de roteiro elaborado para a tarefa

(Apêndice J), de fichas de resposta (Apêndice K) e de guias de apresentação

21

(Apêndice L). Ao total os colaboradores responderam a cinco questões: 1) Quando

um funcionário é designado para trabalhar na sua unidade, quais critérios são

utilizados para definir sua alocação? 2) Como são distribuídos os processos e

entregas da área entre os funcionários? 3) O perfil profissional é observado para a

alocação de pessoal? 4) Vocês consideram que atualmente o desempenho da

equipe é afetado pela adequação do perfil profissional às atividades realizadas? 5)

Quais fatores vocês consideram importantes para a composição do perfil da equipe

de vocês?.

As respostas foram registradas em fichas de reposta e seus conteúdos foram

analisados, de forma que foram levantadas sugestões de desenvolvimento de uma

metodologia qualitativa de dimensionamento da força de trabalho. o reconhecimento

de uma série de alternativas necessárias ao enfrentamento dos pontos identificados

nas atividades anteriores de pesquisa.

22

3 RESULTADOS – GESTÃO DE DESEMPENHO

A seção em curso reúne as críticas e sugestões de aperfeiçoamento e

desenvolvimento à atual Política de Gestão de Desempenho da Conab tecidas

pelos pesquisadores da Universidade de Brasília a partir do contraste da experiência

em questão, evidenciada no levantamento documental, nas entrevistas, com a

aplicação do questionário antes comentados e a partir dos grupos focais, com a

literatura técnico-científica do campo e com iniciativas similares notadas na

administração pública nacional e internacional.

A fim de facilitar o acompanhamento das indicações contidas nesta parte, os

conteúdos serão abordados sequencialmente, considerando o fluxo técnico-legal

(Brasil, 2016; Odelius, 2010) que orienta a gestão de desempenho humano em

organizações do setor público. Nos tópicos seguintes, os componentes deste fluxo

são especificados, bem como os aspectos da realidade da Conab e de sua Política

de Gestão do Desempenho que, separada e agregadamente, exigem o

planejamento de iniciativas de aperfeiçoamento e de desenvolvimento.

Figura 2. Fluxo técnico-legal da gestão de desempenho individual.

Fluxo Técnico

Etapa 1. Planejamento do

Desempenho

Etapa 2. Negociação do

Desempenho

Etapa 3. Acompanhamento,

Diagnóstico e Intervenção

Fluxo Legal

23

Ao passo que a busca bibliográfica foi útil para a composição de um

panorama sobre a produção científica do campo da avaliação de desempenho

individual e a pesquisa documental, para que se retratasse a oficialmente a Política

de Gestão de Desempenho vigente na empresa, bem como o aparato legal-

normativo regente, as demais atividades de pesquisa – entrevistas, questionário e

sessão focal – permitiram com que os pesquisadores da Universidade de Brasília

compreendessem, a partir da visão de centenas de empregados da companhia, os

limites da citada política e algumas oportunidades de aperfeiçoamento. O Quadro 7

demonstra, assim, os pontos positivos e negativos e as expectativas salientadas

pelos empregados que participaram das entrevistas e da consulta feita por meio do

questionário e que obtiveram, no mínimo, uma frequência igual ou superior a 10

registros.

Tabela 4 Resultado das entrevistas e da aplicação do questionário

Categorias Aspectos Mencionados nas Entrevistas e

nos Questionários

Frequência Total

Entrevistas Questionário

Opiniões Positivas

Início da implementação da AD 5 71 76 Ascensão profissional salarial 0 70 70

Motivação para desenvolvimento do empregado

0 52 52

Mecanismo de escolha dos avaliadores 0 49 49

Reconhecimento do empregado 0 29 29

Regularidade do ciclo de AD 0 18 18

Sistema utilizado 0 17 17

Instrumento de avaliação 0 17 17

Redução de ações trabalhistas 1 11 12

Total de Opiniões Positivas 7 334 340

Opiniões Negativas

Combinação de notas entre avaliadores 8 87 95

Subjetividade da avaliação 16 68 84

Falta de foco nas atividades desempenhadas

16 66 82

Falta de vinculação com práticas de capacitação

5 47 52

Vinculação com o financeiro e/ou promoção 18 28 46

Falta de feedback dos resultados da AD 4 27 31

Mecanismo de escolha dos avaliadores 4 26 30 Descrédito do corpo funcional quanto ao

modelo 9 16 25

Instrumento 8 17 25

Falta de Divulgação 0 14 14

Total de Opiniões Negativas 88 396 484

Expectativas

Mudança na escolha de quem avalia o desempenho

1 68 69

Tornar mais objetiva a avaliação 10 46 56

24

Categorias Aspectos Mencionados nas Entrevistas e

nos Questionários

Frequência Total

Entrevistas Questionário

Alinhamento da avaliação com as atividades da área

17 38 55

Avaliação por metas 14 39 53

Atribuição de pontos para capacitação 12 31 43

Necessidade de alinhar a avaliação com treinamento

13 27 40

Desvinculação da AD com promoção salarial 12 20 32

Necessidade de Feedback 0 28 28 Expectativas Melhorias na comunicação e transparência 6 16 22

Mudança na distribuição de pontos 0 16 16

Mudanças no instrumento 0 14 14

Desenvolvimento da cultura dos empregados

5 8 13

Necessidade de capacitação para realizar a AD

3 9 12

Integração com gestão estratégica 7 4 11

Integração entre as áreas ao longo do processo da AD

4 6 10

Sigilo sobre quem faz a avaliação 0 10 10

Total de Expectativas 104 380 484

TOTAL 198 1110 1308

O Quadro 4, por sua vez, relaciona as alternativas de aperfeiçoamento da

Política de Gestão de Desempenho da Conab que, durante a sessão focal, foram

consensualizadas pelos empregados que se fizerem presentes; estas alternativas,

vale lembrar, foram delineadas a partir de perguntas orientadoras formuladas em

razão dos aspectos constantes do quadro anteriormente apresentado. Ao longo das

seções seguintes, alguns dos elementos integrantes desses dois últimos quadros

serão resgatados de forma a fundamentar as críticas e sugestões compiladas, após

inúmeras reflexões internas e com a equipe da GECAR/DIPES, pela equipe da

universidade.

25

Quadro 4 Alternativas para o aperfeiçoamento da Política de Gestão de Desempenho da Conab

Ponto Focais Alternativas de Aperfeiçoamento

1. Tornar a Política um instrumento de alto valor para alta liderança

Normatizar o processo de comunicação anual das diretrizes organizacionais

Ofertar programa permanente de capacitação para os gestores e empregados da Diretoria de Gestão de Pessoas nos assuntos relativos às políticas exercitadas pelo setor e em desenvolvimento na administração pública

Prover periodicamente os membros da Diretoria Colegiada e do Conselho Administrativo de informações sobre os planos e projetos estratégicos do setor de pessoal

2. Incentivar gestores a adotarem a Política como instrumento de gerenciamento de equipes de alto desempenho

Desenvolver ação instrucional com vistas a prover informações para o corpo gerencial sobre as políticas estratégicas de gestão de pessoas

Ofertar programa permanente de formação e desenvolvimento gerencial para os gestores em exercício e aspirantes a postos de liderança

Estruturar sistema de informação de apoio à decisão com vistas a facilitar a gestão das equipes de trabalho

Instituir, nas unidades da matriz e regionais, estruturas formais de apoio ao processo de gestão de desempenho individual

3. Convencer os empregados de que a Política é um instrumento de desenvolvimento

Estabelecer vínculos diretos entre os resultados da avaliação de desempenho e as trilhas de aprendizagem planejadas pela Escola de Educação Corporativa da empresa

Incorporar na avaliação de desempenho elementos do contexto de trabalho a que se sujeitam os empregados, a exemplo da pesquisa de clima organizacional

Complementar a avaliação comportamental com elementos técnicos relativos às atribuições e responsabilidades contempladas nos cargos e espaços ocupacionais da empresa

4. Utilizar a Política para fomentar um ambiente de cooperação e de colaboração

As alternativas anteriores novamente foram aqui indicadas pelos participantes

5. Tornar a Política mais objetiva

Incorporar aos componentes da avaliação atualmente em vigor evidências objetivas de desempenho, a exemplo de participações em grupos de trabalho, da produção de notas técnicas e da quantidade de horas de capacitação

A fim de facilitar o acompanhamento dos relatos, discussões e apontamentos

em seguida apresentados, os textos subsequentes encontram-se assim

organizados: em primeiro lugar, são brevemente informados os fundamentos

técnicos e legais que orientam a prática de gestão do desempenho nas

organizações públicas; depois, são destacados os pontos críticos da atual Política

de Gestão de Desempenho da Conab que ensejarão o desenvolvimento da nova

26

metodologia; em seguida se recorre à literatura científica do campo de pesquisa

focado na temática da avaliação de desempenho individual; para que, adiante,

sejam enunciadas brevemente as sugestões de melhorias na citada política; ao

final de cada seção, e a partir do resgate dos conteúdos do Produto 1A, são

asseverados os elemento de apoio e os riscos críticos a serem considerados no

acatamento de cada sugestão de melhoria salientada.

3.1 Etapa 1. Planejamento do Desempenho

Tecnicamente, a primeira etapa do Ciclo de Gestão de Desempenho diz

respeito ao Planejamento do Desempenho, momento no qual as diretrizes

organizacionais – missão, visão, valores, objetivos, resultados, metas e indicadores

– devem ser comunicadas institucionalmente pela alta liderança para que, em

seguida, possam ser utilizadas, pelos demais gestores e demais empregados, como

parâmetros na elaboração de planos de trabalho para as equipes e respectivos

empregados.

Como disposto no aparato legal-normativo que rege o assunto (vide Quadro

2, p.5), é nesta ocasião que as metas institucionais são fixadas anualmente em ato

do dirigente máximo do órgão ou entidade da administração pública federal direta,

autárquica e fundacional, devendo tais metas ser: i) objetivamente mensuráveis,

quantificáveis e diretamente relacionadas às atividades do órgão ou entidade,

levando-se em conta os resultados dos exercícios anteriores; ii) compatíveis, no

caso de entidades da administração indireta, com as políticas e metas

governamentais dos órgãos da administração direta aos quais se vinculam; iii)

apuradas e os resultados amplamente divulgados pelos órgãos ou entidades da

administração pública federal, inclusive em sítio eletrônico.

27

No documento que trata da Política de Gestão da Conab (versão 2015), o

item 7 indica que o processo em questão contempla as seguintes atividades: 1)

Início: divulgação ao corpo funcional do início do ciclo de avaliação de desempenho,

suas regras, prazos e o funcionamento do processo bem como a indicação dos

avaliadores de cada empregado; 2) Avaliação e Feedback: realização das

avaliações de todo o corpo funcional, e de discussões entre o gestor e o empregado

sobre os resultados da avaliação, pontos e oportunidades de melhoria identificados;

3) Consolidação dos Resultados: compilação dos dados de avaliação de cada

empregado e abertura de período de recursos; 4) Promoção por Mérito :

identificação dos empregados elegíveis para promoção por mérito; e 5) Planos de

Ação: estabelecimento de planos de treinamento com vistas ao desenvolvimento de

competências diagnosticadas. A Figura 3 ilustra o ciclo de gestão de desempenho

praticado na Conab em 2016, cuja duração é de 68 dias.

Quadro 5 Cronograma previsto da avaliação de desempenho 2016

Período Atividade

11/04 a 22/04/2016 (12 dias)

Os empregados e o superior hierárquico deverão indicar os avaliadores

02/05 a 06/06/2016 (36 dias)

Período avaliativo – os empregados e superiores hierárquicos deverão preencher o formulário da

Avaliação de Desempenho 2016

09/06/2016 Resultado preliminar da avaliação de

desempenho

10/06 a 15/06/2016 (6 dias)

Período para Recursos do resultado da avaliação preliminar

30/06/2016 Resultado Final da Avaliação de Desempenho

2016

Ponto

Crítico

Conforme a Política de Gestão do Desempenho vigente na Companhia, o

ciclo é iniciado com a divulgação, para o corpo funcional, do início do

processo de avaliação de desempenho, suas regras, prazos e o

funcionamento do processo, bem como com a indicação dos avaliadores de

cada empregado. Ainda que a empresa possua diretrizes organizacionais,

como se nota em diversos documentos oficiais, não há inciativa de

vinculação dos resultados, objetivos e metas institucionais com a

sistemática de gestão de desempenho em curso na Conab, de modo que

esta tende a focalizar conteúdos amplos e desconectados das orientações

organizacionais de longo-prazo.

28

Destaca-se que não se trata propriamente de um ciclo de gestão, pois não

há previsão alguma das etapas de planejamento e de negociação do desempenho

contidas nos dispositivos técnicos-legais que regem a matéria nas organizações

públicas, tampouco inciativa formal de monitoramento longitudinal do desempenho

dos colaboradores da Conab. Trata a Política de Gestão do Desempenho, apesar da

denominação, apenas de um conjunto de regras e procedimentos concernentes à

avaliação de desempenho dos empregados da Companhia. Ao passo que a

avaliação de desempenho atina somente para a verificação episódica do ajuste

comportamental e produtivo dos trabalhadores de uma empresa, a gestão traz à

tona uma série de iniciativas com vistas a favorecer tal ajuste, seja por meio do

alinhamento das expectativas organizacionais e individuais (Nassif, 2007) ou a partir

de intervenções no contexto de trabalho (e.g., cultura e clima organizacionais) e de

tarefas (e.g., recursos materiais e tecnológicos) dos trabalhadores (De Ré & De Ré,

2010).

A situação atual da Conab está em desacordo com um dos princípios

elementares da gestão estratégica de pessoas, o do alinhamento ou ajustamento

vertical, segundo o qual as unidades de gestão de pessoas devem contribuir com a

implementação dos planos estratégicos das organizações por meio de políticas e

práticas de movimentação, desenvolvimento e valorização que orientem, apoiem e

reforcem desempenhos e resultados de excelência nos seus trabalhadores

(Jackson, Schuler & Jiang, 2014; Van Beirendonck, 2009; Guest, 1987). Por sua

vez, este quadro pode resultar em uma série de deficiências nas práticas de

avaliação de desempenho, entre as quais merecem atenção: a valorização de

elementos comportamentais em detrimento de outros de natureza objetiva; o uso

dos elementos dos cargos, e não dos processos e respectivas atividades de

trabalho, na especificação dos conteúdos da avaliação de desempenho; a utilização

de um mesmo método de avaliação para diferentes grupos de cargos; e o uso de

avaliações globais para comparação de desempenhos de natureza e complexidade

distintos e sujeitos a condições ambientais heterogêneas (Odelius, 2010).

29

Além de cumprir os preceitos técnico-legais antes informados, essa inciativa

se faz de suma importância na medida em que a priorização da política pela alta

direção da empresa tende, ao longo do tempo, a orientar o processo de modelagem

atitudinal e comportamental dos demais gestores organizacionais e de todo o seu

corpo de colaboradores necessário para que a implementação da citada política

logre êxito. Destaca-se que a implementação de sistemas formais de gestão

organizacional e de pessoas, em alguns casos, depende da criação de uma cultura

orientada para o desempenho (Destler, 2016); e nesse sentido, o papel da alta

liderança na comunicação e no incentivo à participação dos funcionários na

implementação da mudança é fundamental para que estes se comprometam com a

efetivação do cenário desejado (Voet, 2016).

Processos contínuos de comunicação, providos distintiva, consensual e

consistentemente pelos componentes da alta liderança, que reforcem as inciativas

de inovação e de aperfeiçoamento constantes das políticas e práticas de gestão de

pessoas, tendem a facilitar a implementação de mudanças organizacionais (Kellner,

Townsend, Wilkinson, Greenfield & Lawrence, 2016) na medida em que reduzem os

níveis de ansiedade típicos de processos de mudança ao disseminarem a ideia de

que a ferramenta de gestão do desempenho se destina não à punição dos

trabalhadores, mas ao seu desenvolvimento profissional e o da organização (Hipólito

& Reis, 2002).

Destaca-se que a Conab dispõe de um processo de gestão estratégica,

cujas atividades, estas desempenhadas por uma arena decisória que reúne todos os

componentes da alta liderança da empresa, preveem a atualização constante dos

objetivos, indicadores, metas e iniciativas institucionais, bem como a renovação do

vínculo entre a estratégia, a operação e o orçamento da empresa, exatamente o que

se faz necessário para que o aventado alinhamento estratégico, entre a Política de

Gestão de Desempenho e as diretrizes organizacionais, seja instituído formalmente

como a primeira etapa do ciclo.

Sugestão

de

Melhoria

Recomenda-se que a nova Política de Gestão de Desempenho da

Conab preveja uma fase inicial de divulgação das diretrizes institucionais,

por meio de eventos formais liderados pela alta gestão da empresa e

organizados pela Diretoria de Gestão de Pessoas e de estratégias

diversificadas de comunicação institucional, as quais, inclusive, deverão ser

aplicadas durante todo o ciclo da política em foco.

30

Atualmente em processo de revisão, a Conab dispõe de uma Cadeia de

Valor e uma Matriz SWOT, aprovados por meio da Resolução n. 018, de

20/10/2016, válidas para o período de 2016 a 2019. Ainda que o processo de

atualização das diretrizes estratégicas não tenha sido finalizado, o fato de o mesmo

constar do leque de atribuições da SUORG nos documentos mencionados salienta a

possibilidade de se instituir a publicação das diretrizes organizacionais como

primeira etapa do ciclo de gestão de desempenho a ser desenvolvido. Posto de

outra forma, é preciso que a nova Política de Gestão do Desempenho seja integrada

ao processo de planejamento estratégico da empresa, visto ser por meio daquela

que se torna possível, como previsto na atividade 10.5 ilustrada na Figura 3,

acompanhar e avaliar o desempenho organizacional e aprender com as experiências

vivenciadas pelos empregados durante cada ciclo de gestão.

Apesar da ambiência favorável do ponto de vista estratégico, é preciso

atentar para o cenário político imperante na Conab, em especial para os

seguintes aspectos, conforme resultados comunicados no Produto 1A, que se

destacaram em razão da recorrência dos conteúdos notados nos documentos e

sessões de entrevistas analisados: a) a configuração política da companhia,

marcada por uma dinâmica de relações de poder que faz prevalecer, no

preenchimento de postos gerenciais, a sobreposição de critérios técnicos por

políticos, pode ser um impeditivo à implementação da nova Política de Gestão de

Desempenho uma vez que mina justamente a legitimidade dos membros da alta

liderança como atores-chaves do processo de comunicação das diretrizes

organizacionais e, ao fundo, da mudança cultural visada com o desenvolvimento da

Elemento

de Apoio

No ano de 2015 houve uma iniciativa de se resgatar o processo de

gestão estratégica da companhia, tendo sido alocados na SUORG, unidade

responsável regimentalmente pelo planejamento e modelagem organizacional,

gestores e técnicos qualificados para a tarefa. Esta ação aponta para o nível

atual de apoio fornecido pela alta liderança para a consecução de planos

e projetos estratégicos, o qual pode figurar como elemento propulsor do

processo de pesquisa e desenvolvimento da nova Política de Gestão de

Desempenho da companhia; indício deste apoio vale é próprio

estabelecimento do acordo de cooperação técnica com a Universidade de

Brasília para produção das metodologias e respectivas tecnologias de gestão

do desempenho e de dimensionamento da força de trabalho.

31

metodologia em foco; b) a descontinuidade administrativa vigente na empresa

pode ser também um obstáculo ao cumprimento da primeira etapa do ciclo de

gestão de desempenho na medida em que a instabilidade das coalizões dominantes

- Diretoria Colegiada e Conselho Administrativo, decorrente da rotatividade dos

seus membros, acaba por promover constantes alterações na agenda

organizacional e, por consequência, de gestão de pessoas, unidade esta cuja

liderança máxima – DIPES – é convocada a exercer sua habilidade política na

tentativa de reestabelecer as relações de poder necessárias à continuidade dos

programas e projetos estratégicos do setor; c) o apoio da alta liderança, diante dos

aspectos antes descritos, contrapesa atualmente o cenário político da empresa;

ainda que as evidências reunidas deixem claro o apoio das arenas decisórias ao

cumprimento da agenda de gestão de pessoas, o fato de a companhia ser marcada

por critérios políticos e pela descontinuidade administrativa pode modificar este

quadro de suporte tão logo os membros da alta liderança sejam realocados por

motivos particulares ou públicos.

Na Matriz SWOT aprovada em 2016, estes elementos foram também

representados como ameaças à dinâmica organizacional da Conab: as atribuições

constantes do documento assim denominadas de clientelismo, conjuntura política

e politicagem revelam a possibilidade de as ações estratégicas da empresa serem

desviadas em razão da sobreposição de decisões tecnicamente fundamentadas, em

essência, por outras de natureza político-partidária.

Risco

Crítico

O resgate do processo de planejamento estratégico atualmente em

curso na Conab, ainda que necessário para que se torne possível a inserção

formal da etapa de planejamento na nova Política de Gestão de

Desempenho da empresa, talvez não seja suficiente para que seja bem-

sucedida a implementação da metodologia e respectiva tecnologia

estruturantes. É preciso atentar para a dinâmica das relações de poder e

para a descontinuidade administrativa prevalentes na empresa, sinais

que indicam a extrema relevância das habilidades e meios políticos

utilizados pelo diretor, superintendentes e gerentes da DIPES para a

estabilização das coalizões dominantes das quais fazem parte e para a

continuidade do fluxo de patrocínio, material e imaterial, necessário aos

programas e projetos estratégicos do setor de pessoas da companhia.

32

A fim de minimizar os efeitos da interferência política no processo de

implementação e de aperfeiçoamento contínuo da Política de Gestão de

Desempenho da companhia, torna-se possível, como informado, preparar o corpo

funcional da DIPES para que as alianças estratégicas que permitem a conquista do

apoio necessário à consecução dos projetos e programas estratégicos do setor de

pessoal sejam continuamente reestabelecidas. Entre as habilidades políticas que

podem minimizar o efeito do cenário político da Conab sobre sua própria Política da

Gestão de Desempenho, o Quadro 6 demonstra aquelas que a literatura científica de

interface entre os campos de política organizacional e de gestão de pessoas

considera relevante; ainda que não seja objeto do processo em curso de pesquisa e

desenvolvimento, é importante notar que as características adiante especificadas

podem ser objeto de desenvolvimento, pela GECAP, de um programa contínuo de

desenvolvimento destinado às lideranças e aspirantes a postos gerenciais da

DIGEP, tal como sugerido pelos participantes da sessão focal realizada.

Quadro 6 Habilidades políticas úteis para gestores de pessoas

Característica Definição proposta ou constante da literatura

Conhecimento técnico de GP

Compreensão e domínio de aspectos teóricos e práticos de GP

Construção de imagem

Promoção de interesses próprios por meio da criação e da manutenção de uma imagem favorável junto aos detentores de poder (Zanzi & O’Neill, 2001)

Astúcia social

Capacidade de observar os outros e estar afinado com diversas situações sociais, compreendendo interações e interpretando de maneira apurada o comportamento dos outros em ambientes sociais, com alto poder de discernimento e elevada autoconsciência (Ferris et al., 2007a)

Experiência na área

Quantidade de tempo laborado na área de GP

Influência interpessoal

Exercício de influenciar as pessoas por meio de um estilo sutil e convincente, com a capacidade de adaptar e calibrar o próprio comportamento de acordo com a situação para provocar reações específicas nos outros (Ferris et al., 2007a)

Aptidão administrativa

Capacidade de gerir adequadamente os recursos da unidade de GP

Networking Desenvolvimento e uso de redes de relacionamentos com pessoas, por meio da construção de amizades, alianças benéficas e coalizões (Ferris et al.,2007a)

Visão estratégica Capacidade de imprimir uma orientação estratégica à unidade de GP

Nota. Fonte: Côrtes (2016, pg. 219)

33

3.2 Etapa 2. Negociação do Desempenho

Enquanto o Planejamento do Desempenho se destina à ampla divulgação das

diretrizes organizacionais pela alta liderança, a etapa de Negociação do

Desempenho prevê, do ponto de vista técnico, o uso dessas informações, pelos

demais gestores, na elaboração de planos de trabalho que conduzam as atividades

de cada unidade organizacional rumo à consecução dos resultados, objetivos e

metas institucionais. Culturalmente, esta etapa é uma das mais desafiadoras na

medida em que exige das partes diretamente envolvidas no processo de negociação

– superiores, subordinados e pares de trabalho – a expressão de atitudes e de

comportamentos favoráveis ao trabalho em equipe, tais como o compartilhamento

de informações e conhecimentos, o fornecimento de feedbacks e a resolução de

conflitos, sem os quais as inciativas posteriores de avaliação tenderão a ser

compreendidas como autocráticas, ou unilaterais, fato que eventualmente gerará

resistências, manipulações e toda a sorte de desvios quando do preenchimento dos

formulários.

Conforme disposto na legislação pertinente, é na Negociação do

Desempenho que as metas institucionais são utilizadas na composição do que se

denomina Plano de Trabalho, elemento que abrange toda uma unidade de trabalho,

vinculando cada funcionário a pelo menos uma ação, atividade, projeto ou processo,

e que reúne os seguintes componentes: i) ações mais representativas da unidade de

avaliação; ii) atividades, projetos ou processos em que se desdobram tais ações; iii)

metas intermediárias (da unidade) e individuais; iv) compromissos de desempenho

firmados entre o gestor, a equipe e cada integrante da equipe; v) critérios e

procedimentos de acompanhamento do desempenho ao longo do ciclo de

avaliação, sob orientação e supervisão do gestor e de comissão específica de

acompanhamento; os planos de trabalho ágrafo único.

Como ilustrado na Figura 3 (vide pg. 15), o ciclo de avaliação de desempenho

praticado atualmente pela Conab não prevê a etapa de Negociação do

Desempenho, sendo iniciado, conforme exposto na seção anterior, com a

comunicação de informações sobre o cronograma e os procedimentos técnicos

relativos ao processo para que, em seguida, a atividade de avaliação propriamente

dita seja empreendida.

34

Merece atenção o fato de que sistemas de gestão de desempenho constituem

o aparato central das unidades de gestão de pessoas a partir do qual diversas

outras políticas e práticas são idealizadas e materializadas; inclusive é em razão

deste aparato que as próprias organizações obtêm insumos para seus processos

estratégicos de planejamento, implementação, avaliação e revisão (Guimarães &

Brandão, 2001). Enquanto pilar da gestão estratégica de uma organização, a gestão

do desempenho, em especial as etapas de planejamento e de negociação,

constitui iniciativa de suma importância para que as diretrizes institucionais

sejam internalizadas por todo o corpo funcional. De forma geral, a literatura do

campo reconhece sumariamente os mecanismos de gestão de desempenho

individual como elemento fundamental ao contínuo desenvolvimento organizacional

e respectivos produtos e serviços (Vazquez & Hutz, 2009).

Nesse sentido, a etapa de negociação é de suma importância para que as

diretrizes institucionais, geralmente definidas nas arenas decisórias das

organizações e sem participação ativa de todo o corpo funcional, possam ser

traduzidas em guias de desempenho para as unidades de trabalho e respectivos

colaboradores. É objetivo central de um sistema de gestão do desempenho a

facilitação do estabelecimento de acordos, entre gestores e colaboradores, de

planos e padrões de desempenho que, adiante, em conjunto com informações

ambientais e organizacionais, serão alvo de monitoramento e de avaliação (Odelius,

2010; 2002).

É preciso, pois, que todos os empregados cujos trabalhos serão objeto do

processo de gestão de desempenho visualizem o que é esperado, pela alta

Ponto

Crítico

Não há previsão da etapa de Negociação na Política de Gestão do

Desempenho em vigor na Companhia, tecnicamente iniciada com a

realização das avaliações de todo o corpo funcional e de discussões entre o

gestor e respectivos empregados acerca dos resultados da avaliação, pontos

e oportunidades de melhoria identificados. Da mesma forma que não se

pratica a comunicação das diretrizes organizacionais, também não são

notadas iniciativas formais de desdobramento da estratégia institucional

em metas intermediárias e individuais de desempenho, tampouco,

consequentemente, de pactuação de planos de trabalho entre lideranças,

subordinados e pares de trabalho.

35

liderança e demais gestores e colaboradores, de cada um deles, de forma que assim

reconheçam o valor estratégico – econômico e social – dos papéis e atividades

que executam (Zarifian, 2003). Tal questão ganha relevo na medida em que,

teoricamente, há evidências de que o desempenho é determinado em certa medida

pelos níveis de motivação no trabalho dos indivíduos; assim, o estabelecimento de

objetivos claros, desafiadores e factíveis, exercício previsto na etapa de

negociação, tende a resultar em desempenhos superiores porquanto

influenciam o esforço, a persistência, a direção e a estratégia dos

comportamentos dos funcionários (Sonnentag & Frese, 2002).

Para que possam ser estabelecidos os objetivos individuais de trabalho tal

como sugerido, é preciso que as organizações e respectivas unidades definam suas

próprias metas e indicadores de desempenho, componentes sem os quais não se

faz possível cumprir o alinhamento estratégico citado na seção anterior. Dispõe o

aparato legal regente do assunto que a não publicação das metas institucionais

de desempenho impossibilita a operacionalização da sistemática de avaliação

de desempenho, visto que é a partir de tais elementos que se procede, na fase de

negociação em questão, à elaboração dos planos de trabalho, compostos

sumariamente pelas metas intermediárias e individuais de desempenho.

Neste ponto, figura como elemento de apoio à implementação da etapa da

Negociação do Desempenho, tal como discutido na seção anterior, o resgate do

processo de planejamento estratégico em curso na companhia; pois é em função

da publicação das diretrizes institucionais que os gestores e empregados da

companhia poderão prosseguir com a definição de metas intermediárias e

Sugestão

de

Melhoria

Sugere-se que à nova Política de Gestão de Desempenho seja

adicionada uma fase de Negociação do Desempenho, a partir da qual

gestores e subordinados possam colaborativa e cooperativamente

estabelecer as metas de desempenho individual, discutir os fatores mínimos

obrigatórios, opcionais e específicos que comporão em seguida os

formulários de avaliação no âmbito de cada unidade organizacional e,

também, definir os critérios e procedimentos de acompanhamento do

desempenho da equipe de trabalho; e que tais elementos sejam devidamente

orientados pelas metas e indicadores institucionais e de cada unidade de

avaliação, como dispõe a legislação pertinente.

36

individuais de desempenho e demais atividades previstas na etapa de negociação.

Os resultados das entrevistas e da aplicação do questionário reforçam este ponto

uma vez que, em grande parte, os próprios participantes esperam que a nova

política de gestão do desempenho seja um instrumento de vinculação dos objetos de

avaliação com as atividades e metas de cada unidade organizacional.

Além disso, merece atenção especial o grau de conhecimento técnico

expresso pelos trabalhadores da companhia; revelado na Matriz SWOT como a

única força da empresa, tal elemento pode desempenhar importante papel na etapa

de negociação de desempenho na medida em que constitui uma alternativa de

enfrentamento, pelo corpo funcional, do cenário político notado na companhia.

Considerando que são marcas da empresa a sobreposição de critérios técnicos por

políticos e a descontinuidade administrativa resultante da rotatividade da alta

liderança, tem-se que o domínio técnico dos trabalhadores pode minimizar os efeitos

deste quadro; na prática, os arranjos políticos notados nesta fase, que tendem a

desvirtuar os objetivos maiores da gestão do desempenho, podem ser evitados ou

minimizados pelos empregados da empresa a partir de uma atuação qualificada e

colaborativa com os gestores e demais colegas de trabalho no estabelecimento de

metas e objetivos intermediários e individuais.

Se, por um lado, a retomada do processo de gestão estratégica e o elevado

domínio técnico dos empregados podem facilitar a inserção, na Política de Gestão

de Desempenho da Conab, de uma etapa de negociação do desempenho, por outro,

alguns elementos culturais ressaltados no Produto 1A, em especial a falta de

engajamento dos gestores e empregados e os conflitos internos, podem limitar

a transformação pretendida. A implementação do ideal estratégico em uma

organização, tal como pretendido com a pesquisa e o desenvolvimento da nova

Elemento

de Apoio

A iniciativa de retomada do processo de planejamento estratégico

pode facilitar a inserção da etapa de Negociação na nova Política de Gestão do

Desempenho da Conab, pois fornece as diretrizes institucionais para que, no

âmbito de cada unidade organizacional e considerando a expertise do corpo

funcional da empresa, gestores e respectivos empregados possam,

conjuntamente, estabelecer os referenciais de desempenho que orientarão as

atividades subsequentes de monitoramento e avaliação, sobrepujando o viés

político atualmente notado na prática em questão.

37

Política de Gestão do Desempenho da Conab, acaba por impor aos seus

trabalhadores a introjeção de novos referenciais comportamentais, os quais, por sua

vez, demandam a previsão de um processo contínuo de reeducação como estrutura

de apoio à mudança visada (Coelho Jr., 2003).

Nesse sentido, a compreensão da Política de Gestão do Desempenho como

instrumento de aplicação restrita à progressão funcional e ao consequente

incremento salarial dela decorrente terá de ser suplantada pela ideia de que se trata

de uma ferramenta de aprendizagem e desenvolvimento individual e organizacional.

E isso exige compreender que se trata de um processo de longa duração cujos

resultados, a serem notados com o passar dos ciclos de avaliação, dependem do

grau de envolvimento contínuo de todos – gestores e subordinados – com a

mudança cultural pretendida com a nova política. Sem a previsão de iniciativas

concomitantes àquelas previstas no Plano de Trabalho acordado entre a

Universidade de Brasília e a Conab, que respondam aos desafios inerentes à

internalização de valores convergentes com os princípios gerencialistas difundidos

na administração pública brasileira desde as primeiras iniciativas reformistas,

eventualmente a Política de Gestão de Desempenho tornará a ser utilizada como

instrumento político na organização ou meramente como justificativa para a

recomposição salarial. A combinação dos escores de avaliação entre gestores,

empregados e pares de trabalho, ponto negativo mais recorrente nas entrevistas

realizadas e questionários respondidos, revela o tipo de viés cultural que se

pretende modificar com a pesquisa em curso.

Risco

Crítico

Aspectos relativos à cultura e ao clima organizacional notados na

Conab podem constituir obstáculo à negociação do desempenho entre

gestores, empregados e pares de trabalho. Caso não devidamente

contornados por meio de um programa consistente de mudança

organizacional, a falta de engajamento do corpo funcional e os conflitos

interpessoais acabarão, ao longo do tempo, por reduzir o potencial da

ferramenta de gestão do desempenho, que novamente passará a ser

utilizada como instrumento político sem contribuição alguma a fornecer para a

geração de resultados organizacionais e mesmo individuais.

38

3.3 Etapa 3. Acompanhamento, Diagnóstico e Intervenção

Com o objetivo de tornar mais claras e pontuais as observações da equipe de

pesquisadores da Universidade de Brasília acerca da terceira etapa do ciclo de

gestão de desempenho, opta-se adiante pelo condensamento do texto em quatro

subseções, cada qual concentrada em uma destas fases: monitoramento do

desempenho; avaliação do desempenho; publicação dos resultados finais; e retorno

dos resultados finais.

3.3.1 Monitoramento do Desempenho

Já mencionada nas seções anteriores, do ponto de vista técnico existe uma

diferença clara entre gestão e avaliação de desempenho. Enquanto esta se restringe

ao registro episódico, em formulários consoantes métodos particulares de aferição,

de observações sobre o próprio desempenho ou de outrem, por aquela se

compreende um conjunto de atividades que abarcam o planejamento, a negociação,

o acompanhamento, a avaliação e a revisão do desempenho. Apesar de soar como

novidade na área de gestão de pessoas, há mais de meio século essa maneira de

tratar o desempenho individual vem sendo proferida em obras diversas, a exemplo

da administração por objetivos divulgada a partir da década de 1950 por Drucker

(1954).

Esta diferença, inclusive, pode ser notada no aparato legal que rege o

assunto na administração pública, que, apesar da confusão no uso das

terminologias gestão e avaliação, define esta como sendo o monitoramento

sistemático e contínuo da atuação individual do servidor e institucional dos órgãos e

das entidades, tendo como referência as metas globais e intermediárias dos órgãos

e entidades que foram objeto de planejamento e negociação nas etapas

precedentes. Nas orientações divulgadas pelas agências centrais de pessoal do

setor público, o monitoramento se materializa durante os ciclos anuais de gestão na

avaliação parcial dos resultados, para que se realize os ajustes necessários ao

atingimento das metas pactuadas na etapa de negociação do desempenho. Já a

avaliação propriamente dita, a ser tratada na seção seguinte, se refere à apuração

39

final das pontuações registradas nos formulários com vistas ao fechamento dos

resultados obtidos em todos os componentes focalizados no processo, entre metas

e fatores comportamentais de desempenho.

A ideia central de uma política de gestão do desempenho, portanto, não é

apenas reunir evidências para que os colaboradores de uma organização possam

ter seus comportamentos punidos ou reforçados, e sim, antes de que sejam

adotadas iniciativas nesse sentido, a exemplo do que se pretende com a vinculação

entre desempenho e reconhecimento financeiro, criar oportunidades para que os

indivíduos exerçam maior controle sobre seus próprios trabalhos, seja a partir de

ações de treinamento e educação corporativa, seja por meio da provisão, pelas

lideranças e gestores organizacionais, do apoio técnico, psicossocial e material

necessário ao bom desempenho. Em suma, gerir desempenhos exige o

reconhecimento de que a qualidade dos trabalhos realizados pelos funcionários

de uma organização não é determinada apenas pelos esforços que estes

efetuam, mas principalmente pelas condições de trabalho a que se sujeitam os

indivíduos e pelas oportunidades que estes têm de participar ativamente nas

decisões sobre suas atividades e tarefas, aspectos em grande medida determinados

pelas políticas das organizações e pelos comportamentos de seus corpos

gerenciais.

A atual Política de Gestão de Desempenho da Conab, vale relembrar, não

pode ser considerada um instrumento de gestão do desempenho justamente pela

ausência de iniciativas de monitoramento e ajuste formativo do desempenho de seus

empregados; e, como discutido nas seções anteriores, por não serem previstas as

etapas iniciais de planejamento e negociação do desempenho. Ainda que os termos

da política em vigor apontem para a necessidade de que (i) a empresa focalize o

processo de gestão do desempenho, e não apenas a avaliação de competências, e

(ii) o feedback seja prática contínua e formalizada, fato que é tais recomendações

não chegam a ser substanciadas no documento, o qual apenas atenta para as

regras relativas aos tipos, critérios e escalas de avaliação, à promoção por mérito,

aos critérios de desempate e aos recursos. Institui como segunda etapa do suposto

processo de gestão do desempenho a avaliação e o feedback, ferramenta por meio

da qual deveriam ser realizadas as avaliações de todo o corpo funcional, bem como

as discussões entre gestores e empregados sobre os resultados da avaliação e

decorrentes oportunidades de melhoria identificadas, mas nada mais é declarado a

40

este respeito na Política. A falta de feedback, apontada pelos participantes das

entrevistas e respondentes do questionário (vide Quadro 7) como ponto negativo da

política em vigor na Conab, é sinal da limitação apontada.

É necessário, dessa maneira, que sejam estabelecidas as regras e os

procedimentos que orientarão os gestores e empregados no monitoramento do

desempenho da equipe e individual, bem como na realização de sessões de

feedbacks com vistas aos ajustes que se fizerem necessários. E isso, mais uma vez,

exige que se reconheça que todo e qualquer desempenho em contexto de trabalho é

determinado por uma série de aspectos, entre personalidade, experiência,

habilidades cognitivas, motivação e auto eficácia, feedback e características dos

cargos (Bendassolli, 2012), que, por sua vez, podem ser agregados em dois

principais componentes, denominados de fatores contextuais e fatores individuais

(Peixoto & Caetano, 2013).

Na prática, são esses aspectos que devem ser objeto de monitoramento

contínuo e feedback formativo. Do contrário, se apenas as medidas de desempenho

propriamente ditas fossem alvo de iniciativas de monitoramento, não seria possível

contornar as problemáticas experimentadas pelas equipes de trabalho, apenas

apontá-las para os envolvidos. Se o objetivo maior de uma sistemática de gestão do

desempenho é criar condições favoráveis ao trabalho de excelência e oportunizar

aos indivíduos maior participação nas decisões relativas às suas próprias atividades

e tarefas, então é preciso que a etapa de monitoramento permita aos avaliadores e

avaliados reunir informações suficientes sobre os fatores que podem levar ao bom

ou ao mau desempenho, e não somente sobre estes padrões de desempenho

alcançados pelos indivíduos.

Em especial, os seguintes alvos das ações de monitoramento podem ser

apontados. No caso dos fatores contextuais, os alvos gravitam em torno de dois

blocos: um composto de elementos que incentivam o desempenho, outro de

Ponto

Crítico

A Política de Gestão do Desempenho praticada atualmente na

Companhia, apesar de salientar a importância de que a companhia atente

para todo o processo de gestão de desempenho, e não apenas para a

etapa de avaliação, bem como a relevância do exercício do feedback nas

unidades de avaliação, não determina regra ou mecanismo formal algum

para que tais recomendações sejam postas em prática.

41

aspectos que o restringem; no primeiro caso, geralmente interessa o significado do

trabalho, o estilo gerencial, o sistema de recompensas e punições e o ambiente

psicossocial, ao passo que, tratando-se dos inibidores, chama atenção aspectos

como os conflitos de funções e os recursos informacionais e materiais (Coelho Jr.,

2009; Sonnentag, Volmer & Spychala, 2008; Gondim & Silva, 2004; Sonnentag &

Frese, 2002). Já no caso dos fatores individuais, destacam-se a motivação, a

experiência, os conhecimentos e as habilidades dos indivíduos (Gondim & Silva,

2014).

De outra maneira, tem-se que os resultados das avaliações, foco das seções

seguintes, servem para que os indivíduos sejam pontuados pelos níveis de

desempenho que expressaram no trabalho durante um determinado ciclo, enquanto

o monitoramento permite com que eles compreendam as razões que os levaram aos

comportamentos manifestos, possibilitando assim o planejamento de intervenções,

no contexto ou em algumas características pessoais, que resultem no

aperfeiçoamento dos desempenhos a tempo do início da etapa de avaliação

propriamente dita; mais uma vez, é preciso lembrar que o foco primário de um

sistema de gestão do desempenho não é recompensar ou punir os indivíduos, mas

sim estabelecer condições favoráveis para que todos os empregados logrem êxito

no cumprimento de suas atribuições e responsabilidades.

Daí a importância de que o feedback, como previsto na atual Política de

Gestão de Desempenho da Conab, embora não normatizado, seja prática constante

da dinâmica das organizações que pretendem atuar estrategicamente em ambientes

institucionais ou competitivos. Pesquisas no campo da gestão de pessoas têm se

debruçado há décadas sobre os efeitos do feedback no processo motivacional de

indivíduos (e.g., Jhonson, Turban, Pieper & Ng, 1996) e de equipes (e.g., Vintom &

Kane, 2016). Como discutido no campo, estas iniciativas são consideradas

Sugestão

de

Melhoria

Sugere-se que à nova Política de Gestão de Desempenho seja

adicionada uma fase de Monitoramento do Desempenho, que permita com

que, durante os ciclos de avaliação, gestores e empregados reúnam as

informações sobre os desempenhos antes negociados e os respectivos

determinantes situacionais e individuais, a fim de que sejam estabelecidas

sessões contínuas de feedback que resultem em intervenções formativas que

resultem em altos padrões de desempenho.

42

fundamentais para que se alcance níveis adequados de motivação e de

produtividade (Albuquerque & Puente-Palácios, 2014), podendo variar conforme o

conteúdo (normas ou desempenho), o timming (imediato ou atrasado), o objetivo

(enaltecimento ou aperfeiçoamento), a unidade (indivíduos ou equipes), a frequência

(único ou sequencial), a natureza (somativo ou formativo), entre outros pontos

(Sedikides, Luke & Hepper, 2016; Nogueira, 2006). Inclusive alguns estudos atuais

(e.g., Hartwell & Campion, 2016) indicam que alguns tipos de feedbacks podem ser

importantes na redução de imprecisões, principalmente da leniência e da

severidade, nas observações registradas em entrevistas de avaliação, deixando

ainda mais clara a centralidade do feedback na etapa de monitoramento do

desempenho.

Considerando que um sistema de monitoramento pode focalizar, a depender

dos conteúdos previstos no modelo teórico-metodológico, os conhecimentos, as

habilidades e mesmo o desempenho de tarefas, então se tem que o domínio técnico

expresso pelos empregados da companhia, como revelado na Matriz SWOT

recentemente aprovada e conforme discutido na seção anterior, pode ser

considerado um elemento de apoio à inserção da etapa em questão na nova Política

de Gestão do Desempenho da Conab. Importante mencionar que não foram

localizados, nos resultados das etapas de pesquisa efetivadas pela Universidade de

Brasília, outros aspectos que possam favorecer a implementação da sugestão antes

indicada.

Como visto, as iniciativas de monitoramento e de feedback contemplam não

apenas os antecedentes técnicos e o próprio desempenho das tarefas, mas também

aspectos do contexto de trabalho dos empregados e algumas características

individuais difíceis de serem ajustados sem uma intervenção cultural devidamente

planejada, monitorada e continuamente revista.

Elemento

de Apoio

A implementação de um sistema de monitoramento do

desempenho com vistas à institucionalização da prática do feedback na

Conab pode ser facilitada em razão do domínio técnico do corpo funcional

da empresa, visto que tal prática, em razão dos elementos do desempenho a

serem tratados na nova Política de Gestão de Desempenho da companhia, pode

abarcar também conteúdos relativos aos conhecimentos, às habilidades e às

atribuições e responsabilidades exigidas dos colaboradores.

43

No caso da Conab, inciativas dessa natureza ganham força posto que,

conforme destacado no Produto 1A e nas seções precedentes, parece não haver

uma cultura propícia à práticas de gestão de cunho desenvolvimentista, a

exemplo do feedback. Em diversas unidades se notam problemas de

relacionamento entre os empregados e as chefias, talvez decorrentes da falta de

preparação dos gestores para a assunção de funções de planejamento,

coordenação e supervisão; em determinado documento analisado pela Universidade

de Brasília, a necessidade de cursos gerenciais foi mencionada como prioritária

em todas as unidades de trabalho, tendo sida elencada como propulsora de um

clima organizacional mais positivo e do ajustamento dos valores individuais aos

organizacionais pretendidos nas orientações estratégicas da companhia.

Diante do peso que os fatores contextuais exercem sobre o desempenho

individual, e considerando que estes fatores em muitos casos estão sob controle das

lideranças, estas responsáveis pela gestão das políticas, programas, projetos e

ações que articulam o trabalho dos funcionários com os objetivos e metas

institucionais, tem-se que o sucesso na implementação de um sistema de

monitoramento do desempenho depende do papel dos gestores de uma

organização. Não que se torne inviável a formalização de uma ferramenta técnica

com vistas ao monitoramento, e sim o uso dos subsídios gerados por tal ferramenta

em intervenções capazes de favorecer o bom desempenho no trabalho; este é o

propósito maior de um sistema de gestão do desempenho e, para tanto, os aspectos

culturais observados na dinâmica organizacional da Conab terão de ser

considerados no processo de modelagem da nova política.

Risco

Crítico

Elementos da cultura organizacional da Conab, em especial o padrão

inapropriado de relacionamento interpessoal entre supervisores e

subordinados, podem desfocar o uso do sistema de monitoramento a ser

inserido na nova Política de Gestão de Desempenho da empresa de seu

propósito maior de criar condições favoráveis de trabalho para os

empregados e oportunidades para que estes assumam maior controle sobre

suas próprias atividades e tarefas.

44

3.3.2 Avaliação do Desempenho

A avaliação de desempenho talvez seja a etapa mais recorrentemente tratada

nos manuais à disposição dos profissionais de gestão de pessoas, abordando

tecnicamente os métodos, os procedimentos e as técnicas de aferição de

desempenho geralmente a partir de uma perspectiva comportamental. Legalmente,

é nesta etapa que todas as observações registradas durante o monitoramento são

então traduzidas em escores que numericamente representam, na visão de

superiores, subordinados e pares de trabalho, os padrões de desempenho

alcançados pelos indivíduos ao final dos ciclos avaliativos.

Especificamente, os tópicos que compõem a etapa de avaliação, cujos

resultados das análises realizadas pela Universidade de Brasília são demonstrados

adiante, são estes: modalidade de avaliação: unilateral, bilateral ou multilateral;

níveis de avaliação: auto e/ou heteroavaliação; fontes de avaliação: empregados,

pares e/ou superiores; formato da avaliação: escalas genéricas ou

comportamentalmente específicas; critérios de avaliação: unidimensional ou

multidimensional; e respectivos componentes: metas e/ou fatores de desempenho;

e, por fim, proporção da avaliação: pesos atribuídos a cada componente e fonte de

avaliação. O Quadro 9 elucida como tais elementos se encontram definidos na atual

Política de Gestão de Desempenho da Conab; adiante se passa às considerações a

respeito daqueles tópicos que se desviam dos preceitos técnico-legais atuais.

Quadro 7 Diretrizes técnicas da atual Política de Gestão de Desempenho da Conab

Modalidade Multilateral

Níveis Autoavaliação e Heteroavaliação

Fontes e Pesos

Empregados 1. Empregado: 15% 2. Superior imediato: 60% 3. Pares de trabalho: 25%

Gestores 1. Empregado: 15% 2. Superior imediato: 60% 3. Subordinados: 25%

Formato

Escala Genérica

Não apresenta Apresenta parcialmente

Apresenta Supera

Critérios e Conteúdos

Multidimensional: Fatores de desempenho

Competências Estratégicas Empregados (100%) Gestores (50%)

Trabalho em equipe

Adaptação á mudança

Iniciativa e dinamismo

Conhecimento da organização

Aquisição e transferência de conhecimentos

Foco no cliente

Competências de Liderança Gestão estratégica

45

Gestores (50%) Orientação para resultados

Gestão de processos

Liderança e gestão de equipes

Negociação

Sinteticamente, os elementos relativos à modalidade, aos níveis e às fontes e

pesos de avaliação aparentam conformidade técnica e legal, não necessitando

ajustes. A literatura do campo, nesse sentido, recomenda o uso de auto e

heteroavaliações a partir de um esquema multilateral, também conhecido como

avaliação 360º ou por múltiplas fontes, como forma de se reduzir erros de resposta

comuns em processos de avaliação unilateral de desempenho, a exemplo da

leniência, da severidade e do efeito halo, bem como para evitar, no caso de

avaliações bilaterais ou multilaterais, discrepâncias entre os escores atribuídos pelos

avaliadores. Isso porque o processo de feedback trazido à tona nesta modalidade

multilateral de avaliação tende a prover avaliados e avaliadores de informações mais

acuradas a respeito dos desempenhos sob avaliação e respectivos contextos de

trabalho a que se sujeitem os trabalhadores; a inclusão de um número maior de

fontes de feedback e de avaliação no processo garante a produção de um quadro

informativo mais amplo ao permitir com que as impressões de cada ator envolvido,

cada qual com acesso a apenas uma parcela dos desempenhos e contextos

avaliados, sejam compiladas e compartilhadas entre todos (e.g., Pollack & Pollack,

1996; Furnham & Stringfield, 1998; Brett & Atwater, 2001). Inclusive o aparato legal

que rege a matéria indica com precisão essas mesmas opções, bem como os pesos

atribuídos a cada fonte de avaliação. Os aspectos que merecem atenção, portanto,

dizem respeito apenas ao formato e respectivos conteúdos de avaliação previstos na

Política em vigor.

Em relação ao formato, na Conab é adotada uma escala do tipo genérica, na

qual determinados comportamentos considerados relevantes para o bom

desempenho no trabalho são avaliados mediante a escolha de uma entre várias

opções numéricas de resposta dispostas em escalas do tipo likert; consta da Política

de Gestão do Desempenho da companhia que, em média, cada uma das seis

competências estratégicas e das cinco competências de liderança enfocadas no

processo de avaliação (vide Quadro 9) são desmembradas em quatro descritores

comportamentais (itens dos formulários de avaliação), os quais, por sua vez, são

julgados a partir de uma régua de quatro pontos: 1 = não apresenta; 2 = apresenta;

46

3 = apresenta parcialmente; e 4 = supera. Como essas opções de resposta não são

significadas a partir de variações nos padrões de desempenho que se notam em

cada unidade de avaliação, remetendo apenas a variações numéricas em termos de

magnitude, qualidade, frequência etc., a emissão de julgamentos acaba por

depender de como os avaliadores interpretam o que significa - como no caso da

Política de Gestão de Desempenho da Conab, por exemplo - ‘apresentar’,

‘apresentar parcialmente’ e ‘superar’ cada comportamento focalizado.

Outro formato possível seriam as escalas comportamentalmente orientadas,

nas quais cada opção de resposta possui um significado próprio que retrata padrões

variados de desempenho, do pior até o melhor, dispostos ordenadamente e

idealizados em razão de incidentes críticos registrados in loco. Esta alternativa, que

pode ser materializada na formatação de um instrumento ancorado em

comportamentos, pode ser útil no contorno das limitações percebidas pelos

empregados da Companhia, em especial a subjetividade e a generalidade das

medidas estipuladas na Política de Gestão de Desempenho. Especula-se que

instrumentos comportamentalmente orientados seriam melhor tanto do ponto de

vista científico, pois tenderiam a gerar resultados mais válidos e confiáveis (Hoffman,

1981), quanto aplicado, na medida em que seriam capazes de reconhecer as

inúmeras variantes do desempenho possíveis em uma mesma organização.

Seja como for, optando-se no processo de modelagem da nova Política de

Gestão do Desempenho da Conab pela manutenção da escala genérica ou pelo

desenvolvimento de outra comportamentalmente específica, ajustes se fazem

necessários na composição dos fatores de desempenho, por motivos legais e

técnicos. Conforme dispõe o aparato jurídico sobre o assunto, não somente fatores

comportamentais devem ser alvo dos sistemas de avaliação de desempenho

individual das organizações públicas, mas também metas, as quais não fazem parte

da Política em vigor na empresa, pelos motivos antes expostos, com destaque para

o fato de o processo de gestão estratégica ter sido apenas resgatado em 2015.

Além deste complemento, os próprios fatores comportamentais que compõem

as competências estratégicas e de liderança estão em desacordo com a legislação

de pessoal, que prevê os seguintes dessa maneira enquadrados: fatores mínimos,

de uso obrigatório por todas as organizações – produtividade no trabalho;

conhecimento de métodos e técnicas; trabalho em equipe, comprometimento com o

trabalho e cumprimento de normas de procedimento e de conduta; e fatores

47

opcionais, que podem ou não ser utilizados pelas organizações: qualidade técnica

do trabalho; capacidade de autodesenvolvimento; capacidade de iniciativa;

relacionamento interpessoal; e flexibilidade às mudanças.

Nota-se que as orientações legais não dividem os fatores em estratégicos

(exigidos de todos os colaboradores) e de liderança (exigidos apenas de ocupantes

de postos gerenciais), tal como observado na Conab, mas sim entre obrigatórios e

opcionais. E ainda, na perspectiva acadêmica, que mesmo estas orientações legais,

que preveem a avaliação de metas e de comportamentos, não cobrem integralmente

as facetas do desempenho humano no trabalho, construto multidimensional por

natureza (Sonnentag & Frese, 2002). Para tanto, seria necessário, ainda, incorporar

à sistemática em vigor na Conab elementos técnicos, denominados de desempenho

de tarefas; a perspectiva comportamental do desempenho é reconhecida pela

expressão desempenho contextual. Em síntese, além de a Política da empresa

demandar ajustes consoantes a legislação, faz-se preciso também ampliar os

conteúdos avaliativos, incorporando ao processo elementos técnicos do

desempenho.

Ao passo que as âncoras comportamentais de desempenho poderiam mitigar

os erros de resposta por facilitarem o entendimento dos avaliadores de cada opção

de julgamento contida nos formulários de avaliação, a inclusão de metas e da

dimensão técnica do desempenho na Política da companhia talvez seja útil no

enfrentamento das críticas de que os conteúdos são demasiadamente genéricos,

não sendo apropriados para capturar a realização das atividades nas diversas

unidades organizacionais da Conab; além disso, a previsão da avaliação de metas

Ponto

Crítico

O formato dos formulários previsto na Política de Gestão do

Desempenho da Conab acaba por tornar o processo de avaliação subjetivo,

pois, na ausência de âncoras comportamentalmente delimitadas, exige que

os envolvidos signifiquem as opções numéricas constantes da escala de

quatro pontos utilizada. Além disso, os conteúdos enfocados na empresa não

estão em conformidade com as orientações legais a respeito do assunto, que

os dispõe em obrigatórios e opcionais e preveem ainda a observação de

metas individuais, tampouco com as recomendações do campo da gestão de

pessoas, que por sua vez incentivam também o uso de elementos técnicos na

avaliação.

48

individuais e a adoção dos fatores mínimos e opcionais mencionados conformariam

a política ao aparato legal em questão.

Aqui, vale uma digressão a respeito do construto desempenho humano. Ainda

que no campo da gestão de pessoas predomine nas pesquisas e preceitos

profissionais a perspectiva comportamental, então abordadas técnica (desempenho

de tarefas prescritas) e contextualmente (desempenho extra-papel), outras tantas

formas de se representar o desempenho no trabalho são possíveis; uma delas,

substanciada nos termos da legislação de pessoal que tratam da avaliação de metas

individuais, é a perspectiva de resultados, que retrata os efeitos dos esforços

despendidos pelos indivíduos e que, pelo fato de não estarem sob controle dos

indivíduos, não podem ser confundidas com medidas de desempenho propriamente

dito (Silva, 2016; Bendassolli, 2012). Deste modo, se a proposta da nova Política de

Gestão de Desempenho da Conab, como mencionado inúmeras vezes neste

documento, é proporcionar aos empregados da empresa um ambiente favorável de

trabalho e oportunidades de exercerem maior controle sobre suas tarefas, então é

fundamental que, além dos fatores comportamentais (técnicos e contextuais) e de

metas individuais, sejam alvos também da sistemática elementos contextuais e

individuais que conduzem ao bom desempenho, tal como discutido na seção

anterior.

A consideração de todos esses conteúdos – desempenho técnico e

comportamental, metas e antecedentes contextuais e individuais – constitui

estratégia mais assertiva de resolução dos erros de resposta antes discutidos, os

quais não podem ser contornados apenas com modificações técnicas nos formatos

das avaliações. Fato é que qualquer tipo de formato é suscetível a erros de

Sugestão

de

Melhoria

Recomenda-se que os fatores comportamentais levados em

consideração na Política de Gestão do Desempenho da Conab sejam

reformatados a partir do uso de escalas comportamentalmente

específicas; e que estes fatores convirjam com o aparato legal regente do

assunto nas organizações públicas, o qual também exige a inclusão das

metas individuais no processo. Além disso, sugere-se que sejam

incorporadas à sistemática de avaliação elementos técnicos relativos ao

desempenho dos empregados da companhia, bem como informações sobre

determinados antecedentes individuais e contextuais.

49

julgamento, tal como a leniência notada nos resultados alcançados pelo corpo de

empregados da companhia nos últimos ciclos de avaliação, restando evitá-los não a

partir de manipulações dos instrumentos, e sim das habilidades exigidas dos atores

no cumprimento fidedigno de suas tarefas avaliativas, cumprimento este dependente

da compreensão dos avaliadores e avaliados de que desempenhos e resultados no

trabalho são determinados não apenas pelos esforços dos colaboradores, mas

também das condições de trabalho a que esses se sujeitam (Hoffmann, 1981).

No cumprimento dessas sugestões, é importante destacar alguns aspectos

que podem facilitar, pelo menos tecnicamente, a implementação da nova Política de

Gestão de Desempenho da Conab, entre eles (i) as orientações dispostas no

aparato legal que normatizam o exercício da prática de avaliação de desempenho

em organizações públicas, (ii) as definições constantes dos planos de cargos,

carreiras e salários da empresa, (iii) a já mencionada retomada do processo de

gestão estratégica e (iv) as iniciativas de pesquisa do clima organizacional.

Em se tratando das orientações legais sobre a avaliação de desempenho, os

termos das legislações e respectivas normas indicam as categorias de desempenho

contextual (comportamental) que devem ser observadas, então agrupadas em dois

fatores. O primeiro deles, denominados de mínimos, têm de constar

obrigatoriamente dos formulários de avaliação, contemplando as seguintes

categorias comportamentais: 1. produtividade no trabalho, com base em

parâmetros previamente estabelecidos de qualidade e produtividade; 2.

conhecimento de métodos e técnicas necessários para o desenvolvimento das

atividades referentes ao cargo efetivo na unidade de exercício; 3. trabalho em

equipe; 4. comprometimento com o trabalho; e 5. cumprimento das normas de

procedimentos e de conduta no desempenho das atribuições do cargo. O segundo é

composto pelas seguintes categorias, que podem ser adotadas ou não pelas

organizações: 1. qualidade técnica do trabalho; 2. capacidade de

autodesenvolvimento; 3. capacidade de iniciativa; 4. relacionamento interpessoal; e

5. flexibilidade às mudanças. Além desses, há também a possibilidade de que outros

comportamentos sejam incluídos no processo de avaliação.

Dessa forma, não há necessidade de que sejam identificados novos

comportamentos para a produção dos formulários de avaliação de desempenho da

Conab; apenas se faz preciso, considerando os conteúdos avaliativos previstos na

política vigente, desdobrar os fatores mínimos e opcionais em descritores

50

comportamentais passíveis de observação e julgamento. Neste momento, caso

alguns dos comportamentos atualmente avaliados na empresa não convirjam com

as orientações legais sobre o assunto, estes poderá figurar como elementos

alternativos, além daqueles especificamente citados na lei e orientação normativa

respectiva.

Considerando o anterior arrazoado sobre o construto desempenho, nota-se

que os desempenhos contextuais expressos no aparato legal – mínimos, opcionais e

de livre indicação – têm de ser completados com elementos de natureza técnica que

expressem a realização das atividades e tarefas formalmente previstas nos cargos

ocupados pelos indivíduos. Se, por um lado, os fatores comportamentais de

desempenho são transversais por natureza, aplicando-se a todo e qualquer

empregado da Conab e servidor público, por outro, os elementos técnicos tornam a

avaliação específica, pois remetem aos conteúdos formais dos cargos que ocupam

tais trabalhadores. Neste ponto, os Planos de Cargos, Carreiras e Salários em vigor

na Conab contêm elementos suficientes para a citada complementação, entre a

natureza do trabalho e o tipo das atividades de cada classe de cargos (versão de

1991) e as atribuições e competências técnicas organizadas por espaço ocupacional

(versão de 2009). Resta saber se tais elementos mantêm-se devidamente

atualizados, de modo a abarcar o rol de desempenhos técnicos exigidos dos

empregados da companhia no cumprimento de suas atividades e tarefas. O Acordo

de Trabalho estabelecido com a Universidade de Brasília, exatamente na Fase 2,

contempla a revisão de todos esses elementos, processo necessário à produção dos

conteúdos técnicos da metodologia de gestão de desempenho individual a ser

adiante modelada.

Além dos fatores comportamentais e técnicos, também se recomenda,

consoante o aparato legal pertinente, a avaliação tem ainda de considerar o

cumprimento de metas individuais, alinhadas às da equipe e institucionais na etapa

de Negociação do Desempenho, de modo que cada empregado da Conab esteja

vinculado a pelo menos uma ação, projeto, processo ou atividade que contribua,

direta ou indiretamente, para o alcance das metas das equipes de trabalho

estabelecidas pelos gestores e subordinados. Nesse sentido, a retomada do

processo de gestão estratégica, especialmente da etapa de desdobramento

estratégico em curso na companhia, na qual as diretrizes institucionais, a exemplo

do mapa estratégico e da cadeia de valor, são traduzidas em metas e indicadores

51

por gerência, é um importante elemento de apoio à implementação das

recomendações legais antes indicadas. Inclusive, os resultados deste

desdobramento em curso atualmente na empresa permitirão com que os

pesquisadores da Universidade de Brasília tenham uma exata noção da viabilidade

da implementação desta sugestão de se avaliar o desempenho a partir de metas;

considerando o cenário político já tratado neste documento, especula-se que nem

todos os gestores tenham a formação técnica necessária para a realização desta

atividade de desdobramento ou, em outras palavras, de negociação do

desempenho.

Por fim, cientes de que o objetivo de um sistema de gestão de desempenho é

proporcionar melhores condições psicossociais, técnicas e materiais de trabalho

para os indivíduos, é ainda preciso que à metodologia sejam incluídas informações

sobre o contexto de trabalho a que se sujeitam os empregados da Conab. Para

tanto, poderão ser neste ponto resgatados os diagnósticos de clima organizacional

executados em 2008 e 2013, especialmente o instrumento de pesquisa adotado

nessas frentes de trabalho, o qual, por meio de 63 itens, abarcou as seguintes

dimensões, de acentuada importância para o desenvolvimento da nova Política de

Gestão de Desempenho da empresa: apoio da chefia e organização; recompensa;

conforto físico; controle/ pressão; e coesão entre colegas. Importante mencionar que

este instrumento de pesquisa foi objeto de inúmeras pesquisas científicas, que de

certo modo reuniram indícios suficientes de validade da medida, não cabendo

alterações na proposta do proponente, o que torna facilitado o cumprimento da

sugestão em questão.

Todos esses elementos de apoio são fundamentais para que se tenha êxito

na implementação da nova Política de Gestão de Desempenho da Conab, mas de

forma alguma garantem que os incrementos técnicos antes comunicados produzam

Elemento

de Apoio

As orientações dispostas no aparato legal que normatizam o exercício

da prática de avaliação de desempenho em organizações públicas, as definições

constantes dos planos de carreiras, cargos e salários da empresa, a

retomada do processo de gestão estratégica e as iniciativas de pesquisa do

clima podem facilitar a implementação técnica das sugestões de

aperfeiçoamento da etapa de avaliação de desempenho individual da Conab.

52

efetivamente a mudança organizacional necessária, e esperada pelos empregados

da empresa, para que o potencial de desenvolvimento humano da ferramenta seja

alcançado. Além das questões políticas, estratégicas e culturais antes consideradas,

outros fatores de risco podem prejudicar o andamento dos trabalhos neste estágio,

destacadamente a falta de preparo técnico e comportamental dos avaliadores.

Se antes a tarefa era de menor complexidade, visto que apenas se fazia

necessário o preenchimento de um formulário padrão de avaliação a partir da

escolha de opções numéricas de resposta que representavam as observações sobre

o desempenho em questão, agora o esforço cognitivo será consideravelmente

maior. Além dos tradicionais itens comportamentais (desempenho contextual/

competências estratégicas e de liderança/ fatores mínimos e obrigatórios), caso

acatadas as recomendações da equipe da Universidade de Brasília, os avaliadores

terão também de apreciar o desempenho técnico (cumprimento de atribuições e

responsabilidades previstas legalmente), o cumprimento de metas individuais, que

deverão ser estabelecidas pelas equipes de trabalho no início de cada ciclo

avaliativo, e, ainda, o contexto de trabalho a que se sujeitam os empregados; e

neste último ponto, em muitos casos reconhecer que o desempenho e os resultados

alcançados pelos empregados dependem majoritariamente da forma como os

gestores proveem para eles um clima positivo de trabalho. Novamente é mister

informar que o andamento dos trabalhos técnicos acordados depende, em suma, do

planejamento de iniciativas de mudança organizacional com vistas à transformação

cultural necessária ao sucesso das propostas de trabalho da Universidade; e, mais

importante, que esta transformação somente será possível caso cada empregado,

da alta liderança aos postos mais operacionais de trabalho, compreender a

relevância do seu papel nesse processo de mudança e atuar em prol dela.

Risco

Crítico

A falta de preparo técnico e comportamental dos gestores e

empregados da Conab pode prejudicar a implementação de uma solução de

avaliação de desempenho de maior complexidade do que a atualmente em

vigor na empresa, devendo ser previstos programas e ações de comunicação

institucional e de capacitação e desenvolvimento para que logre êxito na

implementação das mudanças pretendidas.

53

3.3.3 Publicação e Retorno dos Resultados Finais

Em face da menor complexidade das etapas finais do ciclo de gestão de

desempenho, bem como ante a menor quantidade de orientações técnicas e legais,

opta-se pelo tratamento agrupado dos conteúdos relativos à Publicação e ao

Retorno dos Resultados Finais. Na Conab, tais etapas foram previstas, por exemplo,

no cronograma de avaliação de desempenho do ano de 2016 da seguinte forma, tal

como retratado na Figura 3: divulgação do resultado preliminar da avaliação; período

de seis dias para recursos do resultado preliminar; período de 12 dias para

respostas dos recursos; e divulgação do resultado final da avaliação de

desempenho. São esses passos que a presente seção focaliza.

Tecnicamente, nessas duas últimas etapas do ciclo de gestão do

desempenho são calculados, de acordo com pesos pré-determinados, os escores

finais a partir das respostas dos atores envolvidos na tarefa de avaliação passada,

para que então se proceda à divulgação preliminar dos resultados e, caso

necessário, à contestação devida, até que os resultados finais possam ser

amplamente divulgados e utilizados como fundamento para a tomada de decisão no

âmbito de outros subsistemas de gestão de pessoas, a exemplo da capacitação e

desenvolvimento e da remuneração variável. Da mesma forma, determina o aparato

legal que nessas etapas se deve cumprir: a apuração final das pontuações para o

fechamento dos resultados obtidos em todos os componentes da avaliação de

desempenho; a publicação do resultado final da avaliação; e o retorno aos avaliados

após a consolidação das pontuações, a fim de que seja dado amplo direito aos

indivíduos de contestarem os resultados.

No caso da Conab, a apuração final das pontuações atribuídas pelos próprios

empregados e demais envolvidos (pares, subordinados e/ou superiores) leva em

conta os pesos designados a cada ator e às proporções atribuídas a cada tipo de

competência enfocada. Agregadas em uma planilha eletrônica, as informações

permitem o cálculo das pontuações alcançadas com a auto e as heteroavaliações

das competências estratégicas e, para os ocupantes de postos gerenciais, também

das de liderança, e então do escore geral de cada empregado, ambos dispostos em

uma escala de 100 pontos. Tais resultados são então comunicados aos envolvidos,

para que os empregados discordantes possam recorrer junto dos Comitês de

Avaliação ou à própria GECAR/DIPES, por escrito, para que sejam respondidos,

54

também por escrito e no prazo de até 5 dias úteis a contar da data de apresentação

do recurso. Tratados estes casos, são gerados os resultados finais da avaliação de

desempenho e, então, um ranqueamento dos empregados, a partir de regras

específicas, para que se proceda à concessão de até dois níveis salariais àqueles

elegíveis – que obtiveram pontuação final igual ou superior a 70 e que preenchem

determinados requisitos regulamentados na companhia - à promoção por mérito.

Dois pontos deste processo de publicação e de retorno dos resultados

demandam consideração. O primeiro trata da forma como se procede com os

recursos contrários aos resultados preliminares da avaliação, estes encaminhados

para os Comitês de Avaliação ou para a GECAR. De acordo com as orientações

técnicas e legais sobre o assunto, compete às chefias, em uma primeira instância,

analisar os pedidos de reconsideração dos resultados preliminares; são as chefias,

portanto, e não as unidades de gestão de pessoas ou os comitês de avaliação, que

decidem, a princípio, pelo deferimento, pelo deferimento parcial ou pelo

indeferimento dos pleitos. Em todos esses casos, a decisão, conforme prazos

determinados em lei, é encaminhada pelas chefias para as unidades de gestão de

pessoas, que então devem dar ciência dela ao manifestante e ao comitê de

avaliação; na hipótese de deferimento parcial e de indeferimento pela chefia, ao

servidor é dada nova oportunidade de recorrer, mas desta vez ao comitê de

avaliação, que julgará em última instância o pedido de reconsideração.

Nota-se, assim, que as unidades de recursos humanos desempenham

meramente o papel de canal oficial de comunicação, que transaciona informações

entre chefias, servidores e os comitês de avaliação, não havendo previsão, pelo

menos não do ponto de vista legal, de participação ativa no processo de julgamento

das solicitações dos empregados insatisfeitos com os resultados preliminares. Esta

medida tem serventia por três razões principais: i) comunica a mensagem para as

Ponto

Crítico

Tanto a delegação para a GECAR e os comitês regionais da tarefa

de julgamento dos recursos contrários aos resultados preliminares da

avaliação, quanto a prática de recompensa salarial acabam por reduzir o

potencial da ferramenta de gestão do desempenho da Conab de, a partir do

exercício gerencial contínuo da de negociação e monitoramento antes

sugerido, favorecer a criação de contextos de trabalho capazes motivar seus

empregados.

55

chefias e empregados que os conflitos devem ser tratados, ainda que inicialmente,

no âmbito das próprias unidades de trabalho, sem intervenção alguma de outras

estruturas formais; ii) reitera o valor estratégico da ferramenta de avaliação na

medida em que a decisão final, em vez de constituir atribuição exclusiva das

unidades de gestão de pessoas, é assumida por estruturas oficialmente compostas

por representantes indicados pelo dirigente máximo da organização e por membros

indicados pelos próprios servidores; e iii) reduz a carga de trabalho das unidades de

recursos humanos.

O segundo ponto que merece atenção diz respeito à vinculação direta entre

os resultados finais da avaliação e a concessão de níveis salariais para os

empregados da Companhia. A princípio, tal prática de recompensa pode ser vista

como instrumento de melhoria do desempenho individual; outras iniciativas se

sustentariam na compreensão de que os objetivos primários de um sistema de

gestão de desempenho é a criação de um contexto favorável ao desempenho, tarefa

de competência das lideranças organizacionais e corpo gerencial. Contudo, um olhar

mais aprofundado sobre esta prática de recompensa, balizado por evidências de

pesquisas científicas, enxergaria nesta estratégia possíveis disfunções, entre o

estímulo à competição, à aversão ao risco e aos comportamentos antiéticos no

trabalho (Khon, 1995), resultados estes contrários à implementação de mudanças

organizacionais tal como urge que seja feita na Conab. Essas disfunções poderiam

ser ainda maiores se consideradas algumas evidências que apontam para a

influência negativa da politização da avaliação de desempenho e da percepção de

injustiça dos critérios de avaliação na efetividade dos sistemas de recompensas

(Kim, 2016), quadro este notado na empresa, como antes discutido.

Fundamentalmente, essas estratégias reduzem o potencial dos mecanismos de

gestão de desempenho de favorecer, por meio do exercício gerencial de negociação

e monitoramento antes sugerido, a criação de contextos organizacionais e de tarefas

capazes de elevar a motivação intrínseca dos trabalhadores (Weibel, Rost &

Osterloh, 2009). Daí a importância de que sejam utilizadas apenas no caso de

completadas com práticas de manobra do próprio ambiente de trabalho

experimentados pelos indivíduos.

56

Com vistas à implementação de tais sugestões, devem ser consideradas as

próprias experiências da Companhia de, no início de cada ciclo de avaliação,

constituir os comitês regionais de avaliação de desempenho como estrutura formal

de apoio ao processo de gestão e, inclusive, de julgamento dos recursos

apresentados pelos empregados. Por meio de tais estruturas formalmente instituídas

é que, em larga escala, se fará possível a transmissão dos valores necessários à

introdução na companhia dos princípios gerencialistas visados pela Política de

Gestão do Desempenho.

Além disso, há que se considerar o atual apoio da alta administração ao

desenvolvimento da nova política organizacional em questão, sobretudo porque esta

delegação de competências para as chefias imediatas exigirá delas a assunção de

papéis nem sempre praticados na empresa. Caso não incentivados pelos

integrantes do Conselho Administrativo e da Diretoria Colegiada a atuarem como

gestores de pessoas, estando ou não lotados na DIPES, fatalmente os problemas

antes apontados persistirão. A Escola Corporativa da empresa também exerce

importância considerável nesse sentido, devendo ser incluída diretamente no

processo de modelagem da política de gestão de desempenho enquanto

responsável pela materialização dos programas e ações de desenvolvimento de

lideranças e de de equipes de trabalho.

Sugestão

de

Melhoria

Sugere-se que a tarefa de consideração dos pedidos de recursos

contrários aos resultados da avaliação de desempenho seja atribuída, em

primeira instância, às chefias imediatas dos empregados solicitantes; bem

como a criação de centros de avaliação, compostos por empregados

indicados pelo dirigente máximo da Conab e pelos próprios colaboradores,

para que em última instância os recursos possam ser julgados. Além disso,

como antes tratado, reforça-se a recomendação de que sejam previstas na

Política de Gestão de Desempenho da empresas as etapas de planejamento,

negociação e monitoramento do desempenho, para que o mecanismo de

recompensas não desvirtue o potencial de desenvolvimento humano da

ferramenta de avaliação.

57

Como reiteradamente apontado neste documento, nessas duas últimas

etapas se corre o risco de as sugestões não serem devidamente implementadas em

razão do perfil político-cultural notado na empresa: de um lado, as chefias, em

alguns casos alocadas nos postos de trabalho por motivos políticos, e não técnicos,

não costumam exercitar o feedback junto de suas equipes; por outros, os

empregados parecem não se engajar suficientemente com as iniciativas das

unidades de gestão de pessoas. Se às equipes competir a deliberação inicial sobre

os recursos de empregados que se julguem equivocadamente avaliados, então, na

falta de estruturais formais de apoio à resolução desses casos, aquelas relações

interpessoais, não muito bem pontuadas nas pesquisas de clima organizacional

conduzidas, podem tornar-se um empecilho ainda maior à implementação da nova

política de gestão do desempenho da Conab.

Elemento

de Apoio

As iniciativas de instituição dos comitês regionais de avaliação, o apoio

atual da alta administração e a atuação da Escola Corporativa podem facilitar a

implementação das sugestões de melhoria relacionadas às etapas de

publicação e ao retorno dos resultados finais do processo de avaliação, pois

incentivam gestores e empregados a compreender devidamente a importância

da negociação e do monitoramento como estratégias úteis à realização do

potencial da ferramenta de avaliação de proporcionar um ambiente de trabalho

favorável ao alto desempenho.

Risco

Crítico

A falta de preparo técnico e comportamental dos gestores e a falta

de engajamento dos empregados em geral nas iniciativas de gestão de

pessoas, caso não contornadas, tenderão a piorar os conflitos interpessoais

quando da delegação de competências, para as chefias, de deliberar sobre os

recursos manifestados por seus próprios subordinados.

58

4 CONCLUSÃO

As ações desenvolvidas e propostas neste documento compõem o produto de

pesquisa e desenvolvimento tocante à ‘Etapa b’ da ‘Fase 1’ do Plano de Trabalho,

com vistas a subsidiar a fase de modelagem da gestão de desempenho na Conab.

Conforme exposto, foram identificadas oportunidades de melhoria na atual Política

de Gestão de Desempenho da Conab, bem como foram apresentados pontos

críticos e sugestivos que abarcam o cenário político-cultural da Companhia, marcado

por fatores que podem interferir na implementação da nova política.

Os resultados apontam críticas ligadas principalmente a questões de cunho

estratégico institucional, reforçando que o projeto, mais do que uma intervenção de

natureza técnica, requer um processo de mudança organizacional com vistas ao

favorecimento da internalização de valores notados em organizações orientadas

para aprendizagem e para resultados. O sucesso das ações sugeridas depende do

engajamento de todo corpo funcional da Conab, decorrente primordialmente do

apoio da alta liderança ao projeto de pesquisa e desenvolvimento em questão.

A fim de propor soluções aos pontos críticos levantados, buscou-se na

literatura científica iniciativas que, afastadas do escopo essencialmente técnico,

visam ações caracterizadas por manipulações políticas, culturais e estratégicas que

possam dar suporte à implementação da nova Política de Gestão de Desempenho.

Visando amparar as ações de melhoria sugeridas, foram identificados elementos de

apoio fundamentais para que se tenha êxito na implementação da nova Política de

Gestão de Desempenho da Conab, tais como apoio da alta liderança, retomada do

planejamento estratégico e prática do diagnóstico de clima organizacional. Os

elementos de apoio, no entanto, não garantem que os incrementos técnicos

previstos gerem efetivamente os resultados esperados, tendo em vista a presença

de outros fatores de risco que podem prejudicar o andamento dos trabalhos neste

estágio.

Nesse sentido, ainda a partir do resgate dos conteúdos do diagnóstico

organizacional da Conab, foram levantados os riscos críticos que podem impactar no

processo de mudança organizacional e na implementação da ferramenta de

avaliação de desempenho, destacando-se a falta de engajamento do corpo funcional

e os conflitos interpessoais, bem como o padrão inapropriado de preparo técnico e

comportamental das áreas. Por fim, de maneira resumida, o Quadro 8 apresenta

59

uma síntese dos conteúdos supracitados, em termos de pontos críticos, sugestões

de melhoria, elementos de apoio e fatores críticos.

60

Quadro 08 Síntese de conteúdos

Pontos Críticos Sugestões de Melhoria Elementos de Apoio Fatores Críticos

Ausência de alinhamento estratégico da política de gestão de desempenho individual

Divulgação periódica das diretrizes estratégicas pela alta liderança e a partir de iniciativas de comunicação institucional

Nível atual de apoio fornecido pela alta liderança para a consecução de planos e projetos estratégicos

Cenário político marcado por descontinuidade administrativa e fortes relações de poder

Ausência de iniciativas formais de desdobramento da estratégia institucional em metas individuais de desempenho

Prever a elaboração de planos de trabalho a partir da negociação do desempenho entre gestores e empregados

Retomada do processo de planejamento estratégico

Falta de engajamento do corpo funcional e conflitos interpessoais entre chefias e subordinados

Ausência de mecanismo formal de monitoramento do desempenho das equipes

Prever alternativas de identificação de aspectos contextuais e individuais capazes de afetar o desempenho dos empregados da companhia

Prática de diagnóstico de clima organizacional

Falta de engajamento do corpo funcional e conflitos interpessoais entre chefias e subordinados

Subjetividade do processo de avaliação

Prever a avaliação de metas individuais e de outros aspectos objetivos de desempenho individual

Orientações dispostas no aparato legal regente do assunto em organizações públicas

Falta de preparo técnico e comportamental do corpo gerencial

Imprecisão dos conteúdos e escala de avaliação

Preparar escalas de avaliação comportamentalmente específicas e prever a observação de conteúdos coerentes com o aparato legal regente do assunto em organizações públicas

Orientações dispostas no aparato legal regente do assunto em organizações públicas

Falta de preparo técnico e comportamental do corpo gerencial

Vinculação da avaliação de desempenho com a prática de recompensa salarial

Manter a vinculação desde que as demais sugestões sejam incorporadas à prática de gestão de desempenho

Prática organizacional formalmente prevista e atualmente consolidada na Companhia

Falta de engajamento do corpo funcional e conflitos interpessoais entre chefias e subordinados

61

5 RESULTADOS – DIMENSIONAMENTO DA FORÇA DE

TRABALHO

A seção em curso reúne as críticas e sugestões de aperfeiçoamento e

desenvolvimento ao atual método de dimensionamento de força de trabalho da

Conab tecidas pelos pesquisadores da Universidade de Brasília a partir do contraste

da experiência em questão, evidenciada no levantamento documental, nas

entrevistas, reuniões e grupo focal, com a literatura técnico-científica do campo e

com iniciativas similares notadas na administração pública nacional e internacional.

De caráter introdutório, três principais aspectos precisam ser inicialmente

explicitados para facilitar a descrição dos resultados que se seguem.

Em primeiro lugar, é importante identificar e definir os dois grandes processos

de dimensionamento da força de trabalho: a estimativa do quantitativo de pessoal e

a composição da equipe ou grupo de trabalho. A estimativa do quantitativo de

pessoal, nomeado aqui de metodologia quantitativa de dimensionamento, envolve

uma série de técnicas matemáticas e estatísticas usadas para se estimar qual a

quantidade de trabalhadores que uma área precisa ter para funcionar

adequadamente. Inegavelmente o que é adequado para uma organização é

específico dela. Isso porque cada instituição tem seu conjunto de especificidades

que variam de acordo com a cultura, metas e objetivos organizacionais assim como

a sua missão e valores.

A composição dos grupos e equipes de trabalho, nomeada aqui de

metodologia qualitativa de dimensionamento, envolve uma série de técnicas de

avaliação da composição de grupos, envolvendo fatores econômicos,

comportamentais, atitudinais, e quaisquer outro que sejam julgados como relevantes

para o contexto da organização. O Quadro 9 abaixo apresenta, resumidamente, a

diferença entre esses dois grandes processos.

62

Quadro 9 Comparações entre a metodologia quantitativa e a metodologia qualitativa de dimensionamento da força de trabalho.

Componente Metodologia Quantitativa Metodologia Qualitativa

Objetivo Estimar quantas pessoas são necessárias para realizar um trabalho

Descrever que tipo de pessoas é necessário para realizar um trabalho

Instrumental Modelagem matemática e estatística Questionários, entrevistas, grupos focais

Informações relevantes

Indicadores de produção e indicadores de recursos humanos

Avaliações objetivas e subjetivas da composição de equipes

Cabe salientar que a Conab apresenta uma metodologia quantitativa em fase

de implementação desde maio de 2015, mas não dispõe de uma metodologia

qualitativa. Conforme o acordado no plano de trabalho do presente projeto, o foco

principal das ações de dimensionamento da força de trabalho será a pesquisa e o

desenvolvimento da metodologia qualitativa, dado que a Conab não apresenta ainda

nenhum método de composição de grupos ou equipes. Também conforme

acordado, o presente relatório tecerá críticas e sugestões sobre a metodologia

quantitativa implementada por funcionários da própria Gemor/Suorg/Conab.

A metodologia quantitativa será criticada com base nas referências nacionais

e internacionais sobre dimensionamento da força de trabalho e argumentações

lógicas sobre como se constrói a estrutura de um modelo matemáticos fidedigno.

Considerando a inexistência de um modelo qualitativo, a metodologia será

estruturada de acordo com as estratégias identificadas na literatura que se adequam

à realidade específica da Conab, considerando tanto os fatores organizacionais

identificados no produto 1a, que impactam nas estratégias de implementação da

metodologia, quanto no grupo focal realizado para subsidiar o presente relatório.

Por fim, no âmbito da gestão estratégica de pessoas, deve-se considerar a

interligação dos seus diferentes subsistemas. No presente projeto, portanto, faz-se

necessária a integração entre a metodologia qualitativa de dimensionamento da

força de trabalho e a avaliação de desempenho individual, exigindo a discussão dos

impactos que uma apresenta sobre a outra. Dessa forma, será discutida brevemente

a possibilidade de articulação entre as duas metodologias, cujo resultado permitirá o

fornecimento de informações mais robustas para tomada de decisão da gestão.

63

5.1 Metodologia atual de dimensionamento quantitativo da Conab

Para embasar a discussão sobre características gerais relevantes à

metodologia quantitativa de dimensionamento, além de embasar as críticas

apresentadas, juntou-se uma série de referências no Quadro 10. Tais referências

vão de conhecimentos mais elementares, como conhecimentos sobre modelagem

matemática e estatística, a conhecimentos mais específicos, como revisões de

literatura sobre metodologias quantitativas de dimensionamento.

Quadro 10 Referências relevantes ao processo da metodologia quantitativa de dimensionamento.

Autores Pontos discutidos

Devlin (2012) Apresenta conceitos e práticas relevantes ao raciocínio matemático, que permitem precisão no modo de falar, deduções lógicas e a relação de tais com teorias matemáticas.

Edwards e Hamson (2007)

Aborda o problema de como a modelagem matemática é feita, bem como o que é um modelo matemático, além de proporcionar uma abordagem para a formulação e resolução de problemas da vida real em termos de matemática e estatística.

Eveborn e Rönnqvist (2004)

Descreve um software de programação geral para estimação do quadro de trabalho que tanto constrói fluxo de tarefas quanto as aloca simultaneamente aos funcionários, baseado em um modelo elástico de particionamento de conjuntos e como método de solução usa um algoritmo branch-and-price.

Kaplan (2009)

Introduz e clareia o raciocínio estatístico usado na pesquisa moderna em todas as ciências naturais e sociais, medicina, governo e comércio. Enfatiza o uso de modelos para desvendar e quantificar a variação nos dados observados.

Krantz et al. (1971)

Apresenta as principais provas e procedimentos para processos de medida, de forma a se poder garantir o nível de medida e, por consequência, quais as operações matemáticas possibilitadas pela medida.

Kuhn e Johnson (2013)

Descreve a prática da modelagem preditiva, a qual define o processo de desenvolvimento de um modelo de forma que possamos compreender e quantificar a precisão da predição do modelo em dados futuros ainda não vistos.

Li e King (1999)

Descreve um modelo de decisão de pessoal de saúde considerando os efeitos do treinamento cruzado de funcionários, além de formalizar no modelo os requisitos legais para a substituição de tarefas no setor de saúde.

Schmidt (2008) Discute os principais conceitos e teorias sobre produção, eficiência, econometria, análises matemáticas e estatísticas de eficiência e a relação entre produção e eficiência.

Uwakweh e Maloney (1991)

Desenvolve um modelo de diagnóstico de demanda por mão-de-obra, considerando tanto o meio ambiente como a oferta e o trabalho regional, apresentando quais os tipos de dados necessários para prever a demanda e oferta de mão-de-obra regional.

Vianna et al. (2013) Revisa diversas metodologias quantitativas de dimensionamento, apresentando as principais características de métodos algébricos, de otimização e de sobrevivência.

64

Atualmente, o método implementado pela Conab trabalha com três variáveis

principais: a quantidade de demandas em unidades por mês, o tempo gasto para

conclusão de uma demanda em horas e carga horária mensal do empregado. Além

disso, são utilizados dois parâmetros fixos: o percentual de perdas operacionais e o

percentual de perdas de trabalho. As perdas operacionais envolvem burocracia e

recursos, enquanto as perdas de trabalho envolvem horas no trabalho em que não

se consegue, ou se pode, trabalhar (p.ex., tempo gasto por ir ao banheiro).

Todas essas variáveis e parâmetros apresentam relação mecanicista com a

estimativa do quantitativo ideal de pessoas. Relações mecanicistas implicam que as

variáveis do modelo são diretamente combinadas para gerar a estimativa, não sendo

mediados por relações funcionais teóricas outras—como funções de produção—ou

distribuições de probabilidade. Ou seja, a fórmula não admite erros de medida e nem

medidas indiretas (i.e., não utiliza modelagem estatística), mas relações diretas

entre as variáveis estudadas.

A descrição do método foi observada pelas relações estabelecidas entre os

indicadores relevantes que foram descritos em tabelas do software Excel® e de

descrição textual em um resumo sobre o método. A dedução da fórmula foi feita por

meio de análise dessa tabela e desse resumo, o que nos permitiu o detalhamento do

método aplicado e sua descrição formalizada, conforme se segue. Para simplificar a

leitura e a compreensão da metodologia, serão suprimidos os subscritos que

indicam o processo e a gerência. Essa apresentação apenas facilita a compreensão

sem eliminar informações determinantes. Todas as fórmulas apresentadas abaixo

são aplicadas para cada processo de cada gerência. As letras utilizadas para

descrever as variáveis e os indicadores utilizados foram selecionados por

conveniência.

O primeiro cálculo evidenciado no método atualmente empregado é a carga

horária total gasta para a realização de um processo específico, conforme a fórmula:

𝐶 = 𝐴 × 𝐵

Onde,

C é igual à carga horária total gasta;

A é igual à quantidade de demandas em unidades por mês; e

B é igual ao tempo gasto para conclusão de cada processo em horas.

65

Deve-se atentar, no entanto, que há um erro conceitual e empírico nesse

cálculo. Se B representa o tempo gasto na execução de todas as demandas A, a

multiplicação de ambos os indicadores gera um resultado não significativo. Como

exemplo, se você faz 4 pães em 8 horas, a multiplicação de 8 por 4 (32) não gera

nenhuma informação complementar que seja significativa. A divisão de B por A, no

entanto, seria mais significativa. Seguindo o mesmo exemplo, 8 horas divididas para

4 pães resulta em 2 horas por pão, significando o tempo médio de produção de um

pão. Além disso, na planilha disponibilizada, a variável B está nomeada como

“tempo gasto para conclusão de uma demanda em horas”, sendo, nesse caso, a

multiplicação um procedimento válido. No entanto, como não tivemos acesso a

como os dados foram coletados, e o responsável pela coleta nos disse que a

interpretação correta era de conclusão para o término das demandas de um

processo, foi a interpretação utilizada. Por fim, dado o cálculo utilizado, e para evitar

complicações na interpretação da discussão que segue, manteremos a descrição da

fórmula interpretando a variável B como “tempo gasto para conclusão de uma

demanda em horas”. A carga horária total gasta é então corrigida pelo parâmetro de

percentual de perdas operacionais, gerando o tempo ajustado (abatido) com perdas

operacionais, conforme a fórmula:

𝐺 = 𝐶 − (𝐶 × 𝐸)

Onde,

G é igual ao tempo ajustado (abatido) com perdas operacionais;

C é igual à carga horária total gasta; e

E é igual ao percentual de perdas operacionais.

O tempo ajustado (abatido) com perdas operacionais, por sua vez, é utilizado

para se calcular o percentual de esforço da área. Vale salientar que tal percentual

não é utilizado no cálculo da estimativa do quantitativo ideal de pessoas, mas serve

ao propósito de mais facilmente visualizar a magnitude entre os diferentes Gs de

cada processo de uma gerência. Tal índice é calculado pela fórmula:

𝐻 =𝐺

𝑇𝐺

66

Onde,

H é o percentual de esforço da área por processo;

G é o tempo ajustado (abatido) com perdas operacionais; e

TG é a carga horária total gasta com todas as demandas, aplicado um percentual de

perdas operacionais. Ou seja, a somatória dos Gs de cada processo de uma gerência.

Seguindo os cálculos para chegar à estimativa, é calculado também o tempo

ajustado com perdas de trabalho, que provêm da carga horária mensal do

empregado e do percentual de perda de trabalho, conforme a fórmula:

𝐾 = 𝐼 − (𝐼 × 𝐽)

Onde,

K é o tempo ajustado com perdas de trabalho;

I é a carga horária mensal do empregado; e

J é o percentual de perda de trabalho.

Por fim, o tempo ajustado (abatido) com perdas operacionais é dividido pelo

tempo ajustado com perdas de trabalho para gerar o quantitativo de empregados

necessários para um processo específico, conforme a fórmula:

𝐿 =𝐺

𝐾

Onde,

L é a quantidade de empregados necessários;

G é o tempo ajustado (abatido) com perdas operacionais; e

K é o tempo ajustado com perdas de trabalho.

O valor de L representa a quantidade de empregados necessários por

processo. Dessa forma, para calcular o quantitativo de pessoal necessário por uma

gerência, basta somar os Ls calculados para cada processo da gerência que se

pretende dimensionar. Dada a simplicidade da fórmula, ela pode ser completamente

descrita com uma única expressão:

67

𝐿 =(𝐴 × 𝐵) − (𝐴 × 𝐵 × 𝐸)

𝐼 − (𝐼 × 𝐽)

Ou ainda de forma simplificada,

𝐿 =(1 − 𝐸) × (𝐴 × 𝐵)

𝐼 × (1 − 𝐽)

Onde,

L é a quantidade de empregados necessários;

A é a quantidade de demandas em unidades por mês;

B é igual ao tempo gasto para conclusão de cada processo em horas;

E é o percentual de perdas operacionais;

I é a carga horária mensal do empregado; e

J é o percentual de perda de trabalho.

Assim, pode se dizer que, para a atual metodologia quantitativa de

dimensionamento aplicada na Conab, a força de trabalho ideal é a somatória da

razão entre a quantidade de horas gastas em uma tarefa e a carga horária mensal

média dos empregados de todos os processos. Após a exposição da fórmula, serão

descritas agora as principais críticas ao modelo.

Primeiramente, qualquer metodologia de dimensionamento, independente de

ser quantitativa ou qualitativa, e de qual instrumental é utilizado para embasá-la,

deve ter seus pressupostos claramente estabelecidos. No caso específico da

metodologia quantitativa de dimensionamento, estamos falando de um processo de

modelagem formal. Isso significa que criamos um modelo que utiliza números (ou

outras representações lógicas) para calcular (estimar) algum outro número

específico. Tal tarefa não é trivial, dada a diversidade de teorias existentes sobre

produção e otimização de processos, como, mais especificamente, modelos

diversos de metodologias quantitativas de dimensionamento, cada uma utilizando

variáveis distintas, mais ou menos adequadas para os contextos aos quais elas são

aplicadas.

68

Considerando o dimensionamento como um processo de modelagem formal,

e que existem diversas possibilidades de relações teóricas entre variáveis para o

dimensionamento, é necessário que seja explicitado o problema que o modelo

pretende resolver, o objetivo, uma descrição detalhada do modelo—com todas as

relações funcionais relevantes, os níveis e as escalas de medida e como as

informações foram geradas sobre as variáveis e os parâmetros. Por fim, talvez o

ponto mais importante, os pressupostos que auxiliam a elaboração de todo o

método.

A primeira crítica, portanto, envolve justamente a falta de uma documentação

completa que detalhe o problema que a metodologia atual de dimensionamento da

Conab pretende resolver. Uma descrição detalhada do modelo com seus objetivos e

os pressupostos que o embasam. O problema que o modelo pretende resolver é

auto evidente dada a demanda já conhecida, ou seja, o desenvolvimento de uma

metodologia quantitativa de dimensionamento. O objetivo, no entanto, não está

claramente expresso e conhecido. Isso ocorre porque o problema é simplesmente a

demanda solicitada enquanto o objetivo já envolve a estratégia geral que se

pretende utilizar para resolver tal problema; ou seja, quais teorias embasam a

escolha de variáveis e metodologia analítica utilizada.

Após a análise das tabelas onde se aplicou a metodologia, é possível concluir

que o objetivo é usar medidas ponderadas de carga horária total gasta e de carga

horária mensal do empregado em um modelo mecanicista de estimação. Tais

problemas são críticas mais gerais que podem ser relativa e facilmente resolvidos

com a inspeção da metodologia aplicada. No entanto, a falta de referência científica

para escolha desse procedimento torna questionável o objetivo estabelecido. Os

problemas envolvendo a construção da metodologia em si—portanto, o

Ponto

Crítico

Somente com pressupostos bem definidos saberemos de onde estamos

partindo para estimar onde queremos chegar. Metodologias precisam ser

embasadas em conhecimentos científicos e seus pressupostos devem estar

claramente definidos. A relação entre os valores usados para estimar o

quantitativo ideal da força de trabalho precisa, necessariamente, de uma teoria

que lhe dê suporte. A relação entre variáveis precisa estar formalizada

matematicamente.

69

detalhamento do modelo e quais os seus pressupostos—no entanto, envolvem

críticas separadas e problemas adicionais.

O problema que origina a segunda crítica envolve a descrição detalhada do

modelo, principalmente em relação às escalas de medidas utilizadas e como as

informações dos parâmetros fixos são geradas. As relações funcionais são

deduzidas da análise das planilhas de aplicação e, portanto, puderam ser facilmente

descritas anteriormente. Os níveis de medida são menos controversos, embora eles

devam ser ajustados não só conforme a observância empírica e teórica (baseada

em literatura técnica e científica) de como eles são coletados, mas também como as

variáveis serão inseridas no modelo. Por fim, as escalas de medida e como as

informações sobre perdas operacionais e de trabalho são geradas são os pontos

mais sensíveis, dado que as escalas devem ser ajustadas para gerar resultados

coerentes com o que se pretende encontrar e que, para isso, também se deve

assegurar a qualidade das informações levantadas, além de não haver uma

referência empírica que oriente o processo exato para cálculo ou estimação

subjetiva dessas informações.

Sobre o levantamento de informações, o problema se encontra na escolha

dos valores dos parâmetros fixos. Normalmente, parâmetros fixos são estabelecidos

ou pela observação de um contexto empírico específico (p.ex. a área apresenta mais

ou menos funcionários) ou por dados observados na literatura (p.ex. vários estudos

Sugestão

de Melhoria

Sugere-se o detalhamento do modelo e quais os seus pressupostos. Os níveis

de medida devem ser ajustados não só conforme a observância empírica e

teórica de como eles são coletados, mas também como as variáveis serão

inseridas no modelo. Escalas devem ser ajustadas para gerar resultados

coerentes com o que se pretende estimar.

Risco

Crítico

Sem embasamento científico não há como construir um

dimensionamento. A atual falta de definição dos pressupostos

juntamente com o uso de parâmetros e níveis de medida não

embasados em literatura trazem fragilidade ao modelo e

impossibilitam que se tenha um robustez e representação real do

contexto da Conab.

70

mostram qual o tempo médio de produtividade no setor público). Também pode se

utilizar o conhecimento de especialistas. No entanto, nesse caso, o cuidado deve ser

redobrado, dado que o especialista pode não estar se baseando na literatura ou ter

poucas evidências empíricas para o seu contexto.

Esse é o caso da metodologia aplicada na Conab: os parâmetros fixos são

determinados não pela literatura ou por dados, mas pela observância do

responsável pela aplicação da metodologia, ou pelo gerente de cada gerência, que

é, em princípio, um especialista. O atual aplicador da metodologia necessita

estabelecer o valor desses parâmetros a cada aplicação da fórmula, sem isso, pode-

se causar insustentabilidade do método caso não haja um especialista em

modelagem disponível para determinar esses valores. Dessa forma, basear as

estimativas em valores mais bem estabelecidos na literatura ou em procedimentos

empíricos é mais seguro para a aplicação contínua da metodologia, sem depender

tanto de um indivíduo que pode ser raro na organização.

No caso da escala de medida, traduzindo ao caso específico, dado que o

problema é saber quantas pessoas precisamos para realizar um trabalho, o

resultado gerado pela fórmula, a estimativa, deve ser também dado em uma escala

de quantidade de pessoas. Não é isso que acontece. Para se chegar a essa

conclusão, basta utilizar a fórmula empregada e trocar as variáveis e parâmetros

pelas suas escalas de medida. Temos que:

𝐿 =(1 − 𝐸) × (𝐴 × 𝐵)

𝐼 × (1 − 𝐽)

=(1−%)×(demandas×

horas

demandas)

horas×(1−%)

=horas

horas

= % de horas trabalhadas

Dessa forma, a metodologia afirma que a quantidade de pessoas necessárias

para o trabalho é igual ao percentual de horas trabalhadas, dadas as horas

disponibilizadas para se trabalhar. Esse resultado final pode ser um problema se não

for parte de um pressuposto do modelo especificado em literatura da área. Tal

pressuposto poderia ter sido determinado tanto por alguma relação teórica

71

apresentada na literatura científica, em alguma prática organizacional, ou assumida

como verdade empírica no caso específico. No entanto, não foi apresentada

literatura que sustentasse tal pressuposto. Além disso, dado que uma pesquisa

sistemática nas bases de dados científicas, conduzida pela UnB, não encontrou

relação similar, assume-se que esse é um pressuposto adotado no caso específico

da metodologia atualmente utilizada na Conab e definida sem embasamento

científico.

Um outro problema relevante envolve o uso das escalas lineares para a razão

entre as horas trabalhadas e a quantidade de horas disponibilizadas para se

trabalhar. As escalas lineares implicam que o dobro de horas disponibilizadas para

trabalhar poderia gerar o dobro de horas efetivamente trabalhadas. Isso é

dificilmente verdade, dada a limitação do sistema de produção aqui avaliado—

pessoas—que se cansam e têm problemas motivacionais para manter o ritmo de

produtividade por todo o período de trabalho. Assim, é necessário que se use uma

escala de medida mais adequada a essa constatação empírica sobre o ritmo de

trabalho do sistema analisado, conforme o que for mais adequado conforme a

literatura ou operações matemáticas que mais precisamente descrevem o sistema.

Por fim, a última ressalva envolve a ausência de pressupostos explícitos

sobre a metodologia de dimensionamento. Os pressupostos podem ser definidos

como o ponto de partida do modelo. Também podem ser definidos, menos

precisamente, como as verdades pré-estabelecidas a partir das quais se desenvolve

o modelo. Portanto, os pressupostos são a base do modelo que se pretende utilizar.

Modelos diferentes exigem pressupostos diferentes, mais ou menos rígidos. Os

modelos algébricos mecanicistas, como o empregado atualmente na Conab, são

aqueles que apresentam pressupostos mais rígidos, dado que se precisam definir

relações causais diretas entre as variáveis e parâmetros. Como exemplo, pensemos

Ponto

Crítico

A fórmula utilizada para dimensionar o atual quadro de pessoal não

apresenta suporte na literatura e nem coerência empírica. Dessa forma,

não se pode confirmar a validade ou fidedignidade da estimativa gerada

para o quantitativo ideal de pessoas para a realização dos processos da

unidades da Companhia.

72

em um caso mais amplamente conhecido: o cálculo da densidade. A fórmula da

densidade de um corpo é simplesmente:

𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒.

Dessa forma, não é necessária qualquer transformação ou parâmetro livre

estimado pelo modelo para se transformar massa e volume em densidade. A mesma

ideia pode ser aplicada à metodologia de dimensionamento, resultando em:

𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑡𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 =𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎𝑠

𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑟.

A principal diferença entre ambos os casos é que, para a densidade, massa e

volume apresentam escalas de medidas distintas e, portanto, a densidade está

numa escala composta por unidade de razão entre as duas medidas. Enquanto que

na metodologia de dimensionamento, ambas as medidas na função estão na escala

de horas e, dessa forma, como já apresentado anteriormente, o resultado final é

gerado em porcentagem. Esse é um dos pressupostos mais rígidos do modelo, não

apresentando suporte por teorias robustas de administração, economia ou

engenharia de produção.

Ademais, inexistem transformações sobre as escalas de produção, como já

discutido anteriormente. Ou seja, implica-se uma relação linear entre a quantidade

de horas trabalhadas e a quantidade de horas disponibilizadas para trabalhar, o que

é pouco provável dado que os seres humanos apresentam características cognitivas

e motivacionais que influenciam na execução do seu trabalho. Outra questão

relevante, que envolve diretamente a escolha de um modelo algébrico mecanicista,

é um pressuposto explícito presente em qualquer modelo dessa natureza: as

variáveis que não aparecem no modelo não influenciam na estimativa gerada. Isso

não é necessariamente um problema. Modelos serão sempre recortes da realidade,

consequentemente sempre menos complexos em mesma escala do recorte. No

entanto, muitos modelos são úteis, dado que fazem um recorte que incluem apenas

o essencial, baseados em literatura técnica e científica pertinente.

A definição do que é essencial, no entanto, é o ponto de maior sensibilidade

do modelo. No caso específico das metodologias quantitativas de dimensionamento

da força de trabalho, geralmente, o essencial envolve os gastos, os resultados e os

lucros. Ou seja, pretende-se reduzir os gastos com pessoal, ao mesmo tempo gerar

73

mais resultados e mais retorno financeiro. No entanto, no caso de organizações

públicas, não se almeja o lucro, mas sim apenas a redução de gastos e a geração

de resultados. A distinção teórica entre empresas voltadas para resultados ou para

pessoas também salienta outra questão relevante no caso do dimensionamento: ter

um quadro de pessoal que alcance os resultados e, ao mesmo tempo, diminua os

riscos de adoecimento no, ou consequente do, trabalho.

Esses fatores humanos são geralmente apresentados como antecedentes

dos resultados e, por tanto, também podem complementar a metodologia

quantitativa de dimensionamento. No entanto, tais discussões teóricas são limitadas

pela realidade. Ou seja, mesmo que certos fatores sejam importantes para a

metodologia aplicada em certa organização, caso não seja possível coletar certos

tipos de dados, tais informações devem ser deixadas de lado. Em suma, a

metodologia atual utilizada na Conab precisa ser mais bem definida sobre o recorte

que faz da realidade, além de estabelecer maior precisão técnica para o cálculo de

alguns de seus indicadores.

Por fim, vale acrescentar que uma metodologia quantitativa que não é válida

prejudica a definição de uma metodologia qualitativa que esteja interligada de forma

coerente. Cabe a ressalva que não é necessário que a metodologia qualitativa esteja

interligada à metodologia quantitativa, como será apresentado na seção seguinte.

No entanto, tal falta de comunicação entre as metodologias pode interferir nas

possibilidades de diagnósticos organizacionais que podem ser criados. Assim, uma

maior revisão da metodologia quantitativa, envolvendo tanto o modelo matemático

quanto a coleta de dados, é necessária caso se deseje que ambos gerem resultados

integrados.

5.2 Metodologia qualitativa de dimensionamento da Conab

A discussão anterior acerca do quantitativo de pessoas necessário para

realização de um trabalho é complementada pela necessidade de se definir também

Sugestão de

Melhoria

Sugere-se que a metodologia quantitativa de dimensionamento da força de

trabalho siga o que a literatura aponta como relevante para estimativas, além de

definir seus pressupostos e escalas de medida.

74

a composição dos grupos e equipes que executarão tal trabalho. Nesse sentido,

ainda que a literatura brasileira sobre dimensionamento em órgãos públicos tenha

foco em modelos quantitativos de estimativa da força de trabalho, em especial na

área de saúde, alguns estudos têm enfatizado a importância de se considerar o perfil

profissional adequado, conforme consta no Quadro 11.

Quadro 11 Literatura brasileira sobre dimensionamento qualitativo

Autores Pontos discutidos

Chenso et al. (2004) O dimensionamento de recursos humanos de enfermagem em Hospitais deve considerar as atribuições e competências dos integrantes do grupo.

Freitas Campos e Costa Melo (2007)

A melhor gerência dos recursos humanos deve considerar conhecimentos, competências e habilidades que permita a realização de um planejamento, alocação, distribuição e controle do pessoal de enfermagem satisfatório, assumindo papel relevante na negociação do quadro de pessoal e no direcionamento das políticas de recursos humanos das instituições de saúde.

Lourdes Marinho e Vasconcelos (2007)

A gestão por competências, a partir dos anos 90, surge com novas propostas para a organização dos recursos humanos de empresas e, consequentemente, para o dimensionamento do quadro de funcionários ideal.

Schmoeller e Gelbcke (2013)

Além dos aspectos quantitativos, a pesquisa aponta o perfil do grupo de trabalhadores como um dos indicativos qualitativos que precisam ser considerados ao prover o dimensionamento de pessoal de enfermagem em emergência.

Vianna et al. (2013)

Não se deve considerar apenas o uso de instrumentos analíticos para quantificar indivíduos, é preciso calcular o número necessário de profissionais com competências específicas que as habilite a desempenhar tarefas consoantes aos princípios e necessidades dos serviços de saúde.

Com base nos estudos citados anteriormente, foi evidenciada a importância

do desenvolvimento do aspecto qualitativo do dimensionamento da força de

trabalho. Para tanto, deve-se levar em consideração quais os melhores critérios para

a composição de grupos e equipes, bem como se o grupo ou equipe apresenta

aderência a esses critérios. Tradicionalmente, a definição de tais critérios é a prática

mais comumente realizada (conforme as referências específicas de

dimensionamento), quando comparado à análise da aderência aos critérios, dada a

flexibilidade que muitas tarefas apresentam e que podem ser realizadas por pessoas

de backgrounds distintos, caso bem orientados por seus gestores.

Dessa forma, serão discutidos dois aspectos sobre o desenvolvimento de

uma metodologia qualitativa de dimensionamento: quais bases teóricas servem ao

propósito de composição de um grupo ou equipe e quais fatores organizacionais

75

afetam tal processo. Sobre as bases teóricas, irá se descrever as principais teorias

que embasam as metodologias qualitativas, o processo de composição de critérios e

o que é uma análise de aderência. Sobre os fatores organizacionais que afetam os

critérios de composição de grupos e equipes serão discutidos antecedentes técnicos

ao dimensionamento que orientam a prática, focando na avaliação de aderência.

5.2.1 Resultados do Grupo Focal

Conforme apresentado na seção anterior acerca do processo de pesquisa,

foram realizados dois grupos focais com vistas ao entendimento de como,

atualmente, os gestores tratam a composição qualitativa de suas equipes. Nesse

sentido, ainda que não se tenha uma metodologia qualitativa de dimensionamento

formalmente definida na Conab, buscou-se compreender de que forma se dá a

alocação de novos empregados nas unidades e a respectiva distribuição de tarefas

ou entregas, com base nos perfis profissionais das equipes.

Nos dias 31/01/2017 e 02/02/2017, portanto, ocorreram os grupos focais,

cujos participantes foram gestores e superintendentes da SUMAC, SUINF, SULOG,

SUARM e SUCOR. Esses profissionais foram indicados pela GECAR, unidade

diretamente responsável pela supervisão técnica do atual projeto de pesquisa e

desenvolvimento junto à Universidade de Brasília. Vale destacar que a indicação se

baseou na relevância de nível tático e estratégico desses atores, considerando que

estão responsáveis pela composição qualitativa de suas equipes, dentro de uma

visão holística.

Tendo em vista que o objetivo da presente etapa de pesquisa consiste na

discussão dos aspectos que podem ser considerados no desenvolvimento de uma

metodologia qualitativa de dimensionamento da força de trabalho, todas as

respostas foram consideradas devido à sua relevância. Assim sendo, o conteúdo

analisado e os pontos levantados no grupo focal serão apresentados a seguir.

Em primeiro lugar, quanto à necessidade de pessoal, houve divergência entre

os grupos focais realizados. Em um grupo, foi ressaltado que o desempenho das

unidades atualmente é afetado especialmente pelo quantitativo de pessoal

disponível, dado que as equipes eram formadas majoritariamente por analistas. No

outro grupo, no entanto, foi dito que o problema atual de dimensionamento está

atrelado principalmente à adequação do perfil profissional, ou seja, aos aspectos

qualitativos.

76

A partir das informações coletadas, cumpre notar que a principal fonte de

reposição de pessoal, no âmbito da Conab, são os concursos públicos. Ainda assim,

em alguns casos, apesar da solicitação de perfis alinhados às atribuições das

unidades, não há um processo interno de seleção que garanta a alocação de

profissionais com as características demandadas pelas áreas. Portanto, de um modo

geral, foi afirmado que, em concursos anteriores, não houve uma alocação de

pessoal eficiente, provocando uma série de repercussões negativas, tais como:

descontentamento de novos funcionários com os cargos assumidos e, por

consequência, desmotivação no trabalho; insatisfação de gestores pela inadequação

dos perfis profissionais em relação aos processos e entregas realizados pelas

unidades; perda de experiência profissional na área de formação, como no caso da

obsolescência de engenheiros alocados em atividades-meio. Como exceção, houve

casos de sucesso quanto à alocação de pessoal, a exemplo de situações em que

houve mobilização das habilidades políticas de gestores, ou quando o perfil

adequado para área pôde ser facilmente definido pela formação acadêmica exigida

pelo cargo.

Uma segunda dificuldade especialmente relatada foi a inexistência de um

processo formal de remanejamento de pessoal, o que acaba por inviabilizar a

reposição em casos de perda de força de trabalho. Nessas situações, depende-se

dos funcionários disponíveis no quadro funcional, os quais nem sempre estão

dispostos a mudar de área e/ou não dispõem do perfil profissional convocado pela

área. Além disso, há certa rigidez no que tange ao remanejamento de pessoal não

só por questões legais, em que se deve observar o cargo para o qual se prestou

concurso, mas também por questões de interesse e disponibilidade, quando

determinado gestor deve abrir mão de um funcionário sem a garantia de

substituição.

Dentre os fatores que impactam um remanejamento de pessoal eficiente, foi

apontado que, atualmente, a norma relativa à transferência de empregados não leva

em consideração o perfil profissional. Nesse sentido, reforçou-se que, para garantir a

adequada implementação do dimensionamento qualitativo, seria necessária uma

normatização, ou revisão de normas, além de um processo de mudança cultural.

Somado a isso, não há uma área responsável por buscar o equilíbrio de interesses

(pessoais, profissionais e organizacionais), assim, normalmente, o que rege as

77

transferências são os acordos entre superintendentes, nem sempre favoráveis ao

funcionário.

Entre os aspectos contextuais a serem considerados, dada a possibilidade de

gerarem impactos no dimensionamento qualitativo, foram citados o atual plano de

demissão voluntária e as preocupações quanto à iminente perda de conhecimento.

Foram citados também o caso específico dos anistiados, os quais retornaram à

companhia ocupando o mesmo cargo, ainda que este não conste no atual plano de

cargos carreiras e salários. Por fim, foi mencionada a lotação de gestores com base

na influência política, especialmente nas regionais; bem como a ligação entre os

perfis profissionais a serem definidos e o planejamento estratégico.

Finalmente, com base nas experiências amplamente relatadas, os

funcionários consultados indicaram que, para composição do perfil das equipes,

devem ser considerados: cargo; atividades e atribuições; conhecimento e

experiência acumulada; motivação e satisfação com o trabalho; aspectos

motivacionais; competências técnicas e comportamentais; e o planejamento

estratégico. Assim, o Quadro 12 apresenta de forma resumida os resultados dos

grupos focais do dimensionamento qualitativo.

Quadro 12 Resultado dos grupos focais de dimensionamento qualitativo

Críticas Sugestões

Inexistência de um processo formal para alocação e remanejamento de pessoal

Alocação de pessoal normalmente ocorre por designação superior

Inflexibilidade para definição de perfil profissional

Lotação de gestores com base na influência política, especialmente nas regionais

Norma de transferência não considera o aspecto de perfil profissional

Dificuldade de reposição quando há perda de força de trabalho

Considerar: o Motivação das pessoas e a

satisfação com suas atribuições; o Especificidades da legislação

profissional o Atividades e atribuições o Conhecimento e experiência

acumulada o Não só competência técnicas, mas

também comportamentais o Planejamento estratégico

Verificar a existência de pessoas com formações específicas em outras unidades para remanejamento interno

Equilibrar interesses pessoais, profissionais e organizacionais na (re)alocação de pessoal

Elementos de Apoio Riscos Críticos

Revisão de normas existentes e elaboração de novas normas com vistas à implementação do dimensionamento qualitativo

Mudança cultural

Sobreposição de critérios técnicos em detrimento de critérios políticos

Demandas judiciais por desvio de função

Perda de conhecimento em virtude do PDV

78

5.2.2 Entregas e cargos na definição de perfis profissionais

A literatura de psicologia do trabalho e das organizações, assim como a

literatura de administração e gestão por competências, apresentam uma vasta

quantidade de estudos no campo de aplicação ou intervenção com respostas para

questões práticas do contexto organizacional. Considerando que a Conab não

dispõe de uma metodologia qualitativa formal de dimensionamento da força de

trabalho, nas seções a seguir serão discutidas, com base na literatura, conforme

Quadro 13, as possibilidades para definição dos perfis profissionais necessários ao

desempenho superior das equipes, levando em consideração as sugestões

levantadas no grupo focal.

Quadro 13 Referências relevantes ao desenvolvimento da metodologia qualitativa de dimensionamento.

Autores Pontos discutidos

Allen e Hecht (2004) Discussões relativas à existência de comportamentos indesejados em situações de desempenho grupal, sendo afetados por características da capacidade de aprendizagem no trabalho de uma equipe.

Brandão, Bahry e Freitas (2008)

Importância das organizações favorecerem a expressão das competências de seus empregados, atuando não apenas sobre componentes individuais (conhecimentos, habilidades e atitudes), mas principalmente sobre aspectos organizacionais (suporte psicossocial e material).

Brandão, Borges-Andrade & Guimarães

(2012)

Buscou-se examinar a existência da relação entre competências e desempenho organizacional, em que foram identificados valores preditivos de atributos de gestores sobre os resultados da organização estudada.

Brandão, Guimarães & Borges-Andrade (2001)

Discute-se até que ponto a gestão de competências e a gestão de desempenho constituem tecnologias gerenciais distintas ou partes interdependentes de um mesmo construto. Além disso, é proposta uma nova abordagem conceitual que procura considerar a relação de interdependência entre esses modelos de gestão.

Bruno-Faria & Brandão (2003)

Elaborou-se instrumento para identificar os conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao bom desempenho de determinados servidores, bem como verificou-se a existência de lacunas de competências profissionais.

Costa (2002)

O autoconceito profissional exerce influências sobre comportamentos e desempenhos no trabalho, como comprometimento organizacional e configurações de poder.

Dias-Júnior et al. (2014) Trata da importância do desenvolvimento de competências próprias dos profissionais de administração.

Dutra (2001) Reunião de artigos que tratam de uma nova forma de gerir as relações entre as pessoas e as organizações.

Dutra (2007) Sistematização de um conjunto de experiências, pesquisas e contribuições desenvolvidas nos últimos anos, em busca de um modelo de gestão que atenda às necessidades de empresas modernas.

79

Autores Pontos discutidos

Fleury & Fleury (2001)

Recupera o debate teórico (literatura americana e francesa) a respeito da noção de competência, explicitando o conceito em seus vários níveis de compreensão, relacionando-o à estratégia e aos processos de aprendizagem organizacional.

Ellemers et al (2004) Identifica a teoria de identidade com equipes de trabalho, fator este que atua como um bom preditor de desempenho de equipes, em meio a dimensões afetiva, cognitiva e avaliativa.

Le Boterf (1999) A competência profissional resulta da combinação de um conjunto de recursos por meio de uma ação implementada em uma situação de trabalho.

Santos (2001)

Discussão sobre o surgimento e as perspectivas da gestão de competências, a partir de referencial epistemológico e de pressupostos teórico-metodológicos para sua inclusão na GRH.

Silva e Tanaka (2001) Identificação de competências técnicas gerais por meio da técnica Delphi.

Shea e Guzzo (1987)

A efetividade de um grupo de trabalho ocorre, principalmente, em função de interação entre a interdependência de tarefas, a interdependência de resultados e a percepção de potência. Principalmente a potência do grupo tem apresentado relações positivas com a efetividade do grupo.

Van der Vegt et al (1998)

Vínculos afetivos, como a satisfação e o comprometimento, constituem resultados cada vez mais pertinentes como consequências desejadas pelas organizações, dado seu potencial impacto sobre o desempenho nas atividades.

Zarifian (2001)

Estado-da-arte do conceito multidimensional de competência, cuja definição é alimentada por três fatores: tomada de iniciativa e de responsabilidade do indivíduo, inteligência prática das situações e a faculdade de mobilizar diferentes atores e instituições em torno das mesmas situações.

A metodologia quantitativa tem por objetivo estimar quantas pessoas são

necessárias para realizar um trabalho. Para tanto, no âmbito da Conab, o

dimensionamento considera a quantidade de demandas realizadas mensalmente

pelas gerências. Nesse sentido, de forma a assegurar alinhamento, a metodologia

qualitativa deve indicar quais os perfis profissionais necessários para garantir

a realização de tais demandas ou entregas.

A discussão que se segue diz respeito às variáveis que podem vir a ser

consideradas na composição dos perfis profissionais, parte delas levantadas na

discussão dos grupos focais. Em um primeiro momento, portanto, serão debatidos

aspectos ligados à noção de competência, que pode ser definida com base nos

cargos ou nas entregas das unidades dimensionadas.

A competência é compreendida por alguns teóricos como um conjunto de

conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para que as pessoas

desenvolvam suas atribuições e responsabilidades (Dutra, 2007). Dentro da

abordagem americana, em que a competência é vista como o estoque de recursos

possuídos pelo indivíduo, o foco analítico aponta para a relevância de se alinharem

80

as competências às necessidades estabelecidas pelos cargos, ou posições

existentes nas organizações (Fleury & Fleury, 2001). Nessa visão tecnicista, o

referencial a ser utilizado para se trabalhar a relação profissional indivíduo-

organização seria a qualificação, definida pelos requisitos atrelados à posição, ou

ao cargo, ou pelos saberes ou estoque de conhecimentos da pessoa, os quais

podem ser classificados e certificados pelo sistema educacional (Fleury & Fleury,

2001).

Há que se considerar, no entanto, que o conceito de competência evoluiu ao

longo do tempo, a partir da corrente europeia, ao ponto de qualificação não ser

suficiente para determinar o desempenho superior, uma vez que se deve considerar

também o contexto e as situações de trabalho. Dessa forma, a definição de

competência é feita não com base nas qualificações necessárias para determinado

cargo, mas sim nas realizações das pessoas e no que elas produzem ou entregam

no meio onde se inserem (Dutra, 2001). Nessa abordagem francesa, a competência

é mais do que conhecimento ou resultado de treinamento, constituindo a

mobilização de conhecimentos e experiências com vistas ao atendimento das

demandas e exigências de determinado contexto. Assim, alguns autores (Le Boterf,

1999; Zarifian; 2001) tratam o conceito de competência associado à noção de

agregação valor e à entrega a determinado contexto, independentemente do cargo.

Atualmente, há autores que procuram tratar a competência como um

somatório das linhas americana e francesa, envolvendo os CHA’s e demonstração

prática de resultados e comportamentos, em dado contexto (Leal, Silva e Dalmau,

2014). Ainda, a gestão por competências preconiza que as práticas de gestão de

pessoas devem ser direcionadas ao alcance dos objetivos organizacionais (Bruno-

Faria & Brandão, 2003; Brandão, Guimarães & Borges-Andrade, 2001; Santos,

2001; Silva & Tanaka, 1999; Zarifian, 2001). De maneira análoga, Brandão, Bahry e

Freitas (2008) complementam que as competências são um elo entre os indivíduos e

a estratégia da organização.

Sendo assim, os componentes das competências individuais, que são os

conhecimentos, habilidades e atitudes (Brandão, Borges-Andrade & Guimarães

2012; Dias-Júnior et al., 2014), devem estar direcionadas e, de fato, contribuir para

os resultados das áreas.

Frente ao exposto, várias são as variáveis a serem consideradas na

composição dos perfis profissionais tais como conhecimentos, habilidades e

81

atitudes; competências, qualificação e experiência; e atividades e atribuições. A

definição de tais perfis – no âmbito da Conab – pode ser, portanto, realizada com

base nas entregas realizadas pelas unidades ou nos cargos/espaços ocupacionais

dos indivíduos.

A possibilidade de desenvolvimento de uma metodologia orientada a

resultados requer alinhamento estratégico. No caso da Conab, a iniciativa de

retomada do planejamento estratégico, bem como a elaboração da cadeia de valor,

são fatores importantes a serem considerados na definição das entregas realizadas

pelas unidades dimensionadas. Deve-se considerar, no entanto, que os processos

finalísticos levantados na cadeia de valor ainda não tiveram seu fluxo mapeado na

companhia, com o detalhamento das atividades que transformam os recursos

empregados em produtos. Por consequência, as entregas finais das unidades ainda

não foram definidas, o que inviabiliza a definição, por hora, dos perfis profissionais

com base nos resultados das unidades a serem dimensionadas.

Ainda, em se tratando de uma organização pública, deve-se observar o atual

plano de cargos e salários (PCCS 2009), a fim de que a proposição dos perfis

profissionais não leve à caracterização de desvio de função. Considerando que o

alto volume de passivo trabalhista foi elencado, na Matriz SWOT aprovada em 2016,

como uma das fraquezas da Conab, a alternativa de vinculação dos perfis

profissionais a resultados apresenta como risco crítico o aumento da quantidade de

demandas judiciais, caso não sejam observados os cargos e atribuições.

A concepção da definição dos perfis

profissionais necessários poderia partir

da premissa de sua vinculação às

entregas finais das áreas, levando-se

em consideração os processos

executados pela unidade dimensionada

e os objetivos estratégicos da Conab.

A concepção da definição dos perfis

profissionais necessários poderia partir

da premissa de sua vinculação aos

cargos ou espaços ocupacionais,

levando-se em consideração o plano de

cargos e salários vigente na Conab.

OU

82

Na seção seguinte, será apresentada a possibilidade de definição de perfil

profissional com base em preditores de desempenho.

5.2.3. Definindo perfil profissional por preditores do desempenho

Na seção anterior, discutiu-se como perfis profissionais podem ser definidos

em relação às entregas feitas por uma área, atentando ao plano de cargos e salários

da Companhia. No entanto, a definição de perfis não necessariamente segue

unicamente uma lógica de competências alinhadas ao desempenho e resultados

gerados. É comum também a prática de identificação de perfis com variáveis

disposicionais ou contextuais que são preditoras do desempenho (Puente-Palacios

& Albuquerque, 2014). Isso significa que o perfil profissional também pode ser

determinado por como se caracteriza uma unidade organizacional (ou um grupo ou

equipe de trabalho) em relação uma variável que prediz como deveria se comportar

o desempenho daquela equipe.

Como variáveis relevantes a essa prática, a literatura aponta que o clima e a

cultura organizacionais são ferramentas úteis para compreender o desempenho

(Laros & Puente-Palacios, 2004). De modo complementar, outros estudos apontam

para a utilização de escalas que acessam o a percepção do indivíduo sobre o seu

desenvolvimento profissional. Isso porquê o desenvolvimento profissional está

diretamente relacionado com a sua aprendizagem contínua (Mourão, Porto &

Puente-Palacios, 2014). Além disso, medidas de comprometimento afetivo com a

equipe também têm sido compreendidas como uma ferramenta útil para predição da

efetividade de unidades de desempenho (Puente-Palacios & Vieira, 2010).

Como se pode notar, há diversas variáveis que podem ser utilizadas para tal

fim. Dessa forma, é importante que se leve em consideração, ao menos, três pontos.

Risco

Crítico

Considerando a recente retomada do processo de planejamento estratégico,

os processos finalísticos da cadeia de valor ainda não tiveram o seu fluxo

mapeado, o que poderia dificultar ou até mesmo inviabilizar o levantamento

das entregas finais realizadas pelas unidades dimensionadas. Além disso, a

proposição de perfis profissionais vinculados a entregas deve ser feita com

atenção ao plano de cargos e salários da Companhia, a fim de evitar o

aumento do passivo trabalhista por motivo de desvio de função.

83

Primeiro, é necessário que a variável, ou as variáveis escolhidas, sejam as mais

informativas (p.ex., Organ & Ryan, 1995) o possível. Dessa forma, é necessário

garantir a qualidade psicométrica das medidas, além da possibilidade de relacioná-

las às medidas de desempenho, de forma que tais variáveis sejam utilizadas num

diagnóstico completo sobre o que dificulta o desempenho da área. Em segundo

lugar, as variáveis escolhidas têm que ser analisadas de formas coerentes ao tipo de

diagnóstico que se pretende gerar (Spector, 2001). As variáveis podem ser utilizadas

como preditoras em níveis das unidades organizacionais, identificando o impacto de

tais variáveis em cada caso, ou podem ser criados agrupamentos de unidades de

acordo com faixas de escores, ou até mesmo podem ser feitas análises de eficiência

organizacional. A partir da estratégia de diagnóstico escolhida, diferentes conclusões

podem ser feitas. Em terceiro lugar, é necessário se definir a sazonalidade das

avaliações feitas sobre os perfis (Spector, 2001). Partindo de preditores de

desempenho, pode haver grande variabilidade também nos diagnósticos que se faz

sobre a área. Dessa forma, pontos temporais críticas à avaliação, considerando as

limitações organizacionais, também devem ser levados em consideração.

Sumariamente, o perfil de um grupo de trabalho é definido conforme o que

esse grupo faz: sejam os resultados gerados, sejam as coisas que antecedem esses

resultados. Diversas variáveis com tais características são identificadas na literatura,

além de que algumas também foram identificadas nos grupos focais. Assim, na

posterior fase de modelagem da metodologia qualitativa de dimensionamento, caso

se opte por utilizar tal forma de determinar um perfil profissional, devem-se alinhar

os fatores organizacionais às melhores práticas técnico-científicas para gerar um

resultado que seja de maior utilizada à Conab.

5.2.4 Fatores organizacionais: Aderência de grupos de trabalho

Identificou-se anteriormente três formas a partir das quais um perfil

profissional pode ser definido: definindo-se qual o perfil necessário para entregas

específicas; qual o perfil necessário para cargos específicos; e qual o perfil

necessário para unidades organizacionais com características específicas. Todas

essas formas envolvem avaliações ou de cunho mais qualitativo (qual característica

é relevante a um perfil, como a avaliação de competências) ou de cunho

quantitativo, mas indireto (qual a força de expressão da variável que pode ter

impacto no desempenho, como a avaliação de antecedentes). Uma terceira forma é

84

como uma junção das duas apresentadas anteriormente: uma avaliação quantitativa,

mas direta, de competências relevantes ao desempenho em uma entrega ou para

um cargo. Tal forma recebe o nome de avaliação de aderência (organizational fit,

Kristof-Brown & Billsberry, 2012), dado que mensura o quanto um indivíduo se

adequa ao seu cargo ou às entregas que realiza (p.ex., Souza & Vergilino, 2012).

De forma a facilitar a compreensão da análise de aderência aqui discutida,

pode se compreender a proposta como uma “prova”. Ou seja, as análises de

aderência realizadas para a criação de perfis profissionais visam avaliar o nível de

um indivíduo sobre os conhecimentos ou habilidades que tal indivíduo deveria

apresentar para conseguir realizar as entregas destinadas a ele. Para que isso seja

feito, são necessários dois grandes procedimentos: a criação de um banco de

questões válidas; e o cálculo da “nota” (ou escore) que o indivíduo consegue na

“prova” com um todo.

A criação de questões para avaliar habilidades e conhecimentos envolve um

debate de grande valor para a educação e para a psicometria, subárea da psicologia

que estuda como as pessoas respondem questionários e provas. De forma sumária,

a criação de itens apresenta três características principais (Furr, 2011). A primeira é

que um item deve ter claramente seu antecedente conceitual bem definido. Por

exemplo, eu posso querer saber qual o conhecimento as pessoas têm sobre o

procedimento de adição matemática. A segunda é que cada item deve ser não-

ambíguo (ou simples): se eu quero medir conhecimento em português, o

conhecimento que a pessoa tem sobre matemática não deveria interferir na

probabilidade de acerto das questões de português. Por fim, é necessário que entre

as alternativas de resposta não sejam dependentes. Ou seja, não pode haver mais

de uma resposta correta ou respostas que sejam “parcialmente” corretas.

Já o cálculo do escore do indivíduo, de sua habilidade ou conhecimento, tem

sido principal foco de estudo na psicometria, tendo como principais representações a

Teoria Clássica dos Testes (TCT) e a Teoria de Resposta ao Item (TRI). A principal

diferença entre ambas as teorias reside na forma como o escore final é calculado

(Crocker & Algina, 2008): para a TCT, calcula-se a nota do teste como um todo; para

a TRI, estima-se a dificuldade de cada item e, a partir de tal estimativa, calcula-se o

nível de aptidão individual. Ambas as teorias apresentam vantagens próprias, sendo

que a TRI tem sido a mais utilizada em diversos casos (Adedoyin, Nenty, & Chilisa,

85

2008), como a criação de testes psicológicos adaptativos e na atribuição de notas

em provas como o ENEM (Barbetta, Andrade, & Borgatto, 2011).

Após a atribuição de notas dos indivíduos, pode-se avaliar a aderência

utilizando (Kolen & Brennan, 2004): nota de corte; distribuição forçada; percentual de

aderência total ou relativo. A nota de corte envolve estabelecer uma nota, empírica

ou conceitualmente, que deve ser alcançada para dizer se o indivíduo domina ou

não uma competência. A distribuição forçada estabelece que sempre haverá

indivíduos com um baixo escore, independente da sua nota final. O percentual de

aderência total envolve estabelecer todas as competências que devem ser

dominadas por um cargo ou em uma determinada unidade organizacional e em

quantos delas o indivíduo consegue escores altos, usando critério de nota de corte

ou distribuição forçada. Por fim, a aderência relativa envolve a comparação do

domínio do indivíduo com o domínio do indivíduo de maior escore de sua unidade ou

de igual cargo ou função.

Por exemplo, analisemos o caso de Fulano. Fulano é um administrador e,

portanto, precisa demonstrar competências de “Noções de Gestão”, “Domínio de BI”

e “Gestão por processos”. Digamos que as notas foram padronizadas para uma

escala que varia entre 0 e 100. Digamos que Fulano tirou notas 70, 45 e 96,

respectivamente, nas competências citadas anteriormente. Caso adotemos um

critério de nota de corte, colocando a nota de corte como 50, sabemos que Fulano

não apresenta aderência à competência de “Domínio de BI”. Se usarmos um critério

de distribuição forçada, podemos ver que a nota que Fulano teve em “Noções de

Gestão” foi a menor nota em relação aos outros administradores da Conab. Dessa

forma, ele não apresenta aderência dessa competência. No entanto, se as suas

notas 45 e 96 foram as maiores notas naquelas competências específicas, então ele

apresenta aderência em ambas. Usando o percentual de aderência total, e um

critério de nota de corte, vemos que Fulano apresenta uma aderência em torno de

66% (ele domina duas de três competências). Por fim, usando o percentual de

aderência relativa, e um critério de distribuição forçada, podemos identificar que o

administrador com melhor desempenho apenas apresenta aderência com “Domínio

de BI” e “Gestão por processos”. Dessa forma, Fulano apresenta uma aderência de

100%. Esse exemplo serve ao propósito de demonstrar que a escolha dos critérios

envolve discussões teóricas e práticas afetam significativamente o resultado final.

86

Sumariamente, a prática da avaliação de aderência envolve identificar o

quanto os indivíduos apresentam a quantidade necessária de conhecimentos e

habilidades para desempenhar as suas funções. Distingue-se da avaliação de

desempenho pelo fato de que a aderência envolve apenas se o indivíduo consegue

ou não realizar o seu trabalho, avaliando suas competências, e não se ele

efetivamente alcança seus objetivos. Toda avaliação de perfil profissional apresenta

essa característica, mas apenas a avaliação de aderência permite fazer diagnósticos

específicos sobre em que magnitude e qual direção uma intervenção sobre o

indivíduo deve apresentar. Por fim, a implementação de uma avaliação de aderência

é custosa: é necessário que se crie boas questões para cada competência avaliada,

além de ser necessário apresentar flexibilidade para que se possa aplicar em todos

os profissionais da Companhia. Além disso, a definição dos critérios sobre a

aderência, muitas vezes, pode ser ainda mais custoso que a definição das

competências avaliadas, o que pode impossibilitar a implementação do processo por

questões de relações interpessoais ou de sistemas implementados.

5.3 Conclusão

Em detrimento do exposto, constata-se uma incongruência na continuidade

da sistemática de dimensionamento da força de trabalho vigente na Conab, haja

vista a fragilidade do modelo quantitativo e a inexistência de um modelo qualitativo.

As pesquisas, realizadas pela equipe da UnB, reuniram evidências suficientes para

assegurar que o modelo utilizado pela companhia não apresenta métrica e

referencial teórico robusto que confirmem a sua eficiência e eficácia.

Em função das fragilidades identificadas na definição dos processos e

macroprocessos, foi constatada a falta de aderência ao planejamento estratégico.

Adicionalmente, não foi averiguado que os processos integrantes à cadeia de valor

tiveram seus fluxos mapeados. Cabe ressaltar que os dados recebidos são

questionáveis, o que leva a uma preocupação significativa quanto ao levantamento

de informações para geração dos perfis profissionais e sua respectiva alocação

dentro das gerências.

Concluindo, a UnB por meio do termo de cooperação técnica firmado, não

ratifica o modelo quantitativo que, por sua vez, inviabiliza o desenvolvimento e

implementação de um modelo qualitativo. Vale salientar que a não validação do

87

modelo atualmente utilizado pela companhia impede a proposição de possíveis

melhorias e aperfeiçoamentos. Sendo assim, cabe à Conab a definição de qual

mecanismo a ser utilizado para se dar continuidade ao dimensionamento da força de

trabalho sem prejuízos à instituição, levando-se em consideração a possibilidade de

um aditivo, adesão a uma ata de registro de preço, a elaboração de um novo projeto

de pesquisa ou a possibilidade de assumir os riscos decorrentes da utilização do

modelo proposto pela Gemor/Suorg, depois de todas as caracterizações de

problemas apresentados neste documento e previamente apresentadas aos

superintendentes envolvidos no processo.

88

6 CONCLUSÃO GERAL

Ainda que a atual sistemática de dimensionamento da força de trabalho não

tenha sido validada pela equipe da UnB, não há impedimento para que a nova

política de avaliação de desempenho seja desenvolvida e implementada de forma

independente. No âmbito da gestão estratégica de pessoas, no entanto, deve-se

considerar a interligação dos seus diferentes subsistemas.

No presente projeto, portanto, há possibilidade de integração entre a

metodologia de dimensionamento da força de trabalho e a avaliação de

desempenho individual. Tal integração deve levar em consideração tanto as

relações teóricas que se podem identificar na literatura, quanto as limitações de

implementação que possam vir a existir na Conab, conforme informações levantadas

nos grupos focais, entrevistas e análises documentais para a entrega de todos os

relatórios da Fase 1 do presente projeto.

O dimensionamento qualitativo da força de trabalho, que prevê a definição de

perfis profissionais para as unidades da Conab, pode vir a fornecer algumas das

variáveis necessárias para a execução do ciclo avaliação do desempenho individual,

a exemplo de antecedentes, competências e aderência. Como exemplo, poderíamos

pensar em um processo de feedback. A avaliação de desempenho individual

indicaria se, atualmente, os integrantes dos grupos de trabalho têm expressado as

competências no contexto de trabalho, previamente levantadas e validadas. Dessa

forma, a avaliação de desempenho serviria como um indicador de aderência do perfil

ao processo organizacional relevante. Um resumo da interface entre as duas

metodologias de gestão de pessoal, objeto deste termo de cooperação, pode ser

visualizado na Figura 5.

89

Figura 5. Interface entre avaliação de desempenho e dimensionamento da força de

trabalho.

Vale ressaltar que ainda não há uma definição de como ocorrerá tal

integração, dado que a mesma será feita apenas durante as Fases 2 e 3 do atual

projeto, fases estas que englobam a modelagem de ambas as ferramentas de

gestão. Em tais fases, serão coletados mais dados e informações sobre a Conab de

forma que seja proposto um modelo de integração que permita gerar uma

ferramenta de gestão adequada às necessidades da Companhia.

90

REFERÊNCIAS

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96

APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-

ESTRUTURADA

ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este roteiro integra o projeto de pesquisa e desenvolvimento de um nova

metodologia e tecnologia de Avaliação de Desempenho Individual para a CONAB,

fruto de uma cooperação institucional entre a Companhia e a Universidade de

Brasília, sob coordenação dos Profs. Dr. Pedro Meneses e André Serrano. O projeto

conta ainda com a participação ativa de bolsistas de pós-graduação e da equipe de

trabalho da GECAR/DIGEP, sob responsabilidade do Sr. Roberto Mendes.

O objetivo é auxiliar no entendimento de fatores que poderão interferir no

desenvolvimento e na implementação da metodologia de avaliação de desempenho.

Nesse sentido, solicitamos a participação do(a) senhor(a) no sentido de abertamente

responder às questões seguintes, bem como autorização para que a sessão seja

registrada eletrônica e manualmente.

As informações coletadas a partir deste instrumento serão tratadas de forma

sigilosa e agregada, apenas para fins de pesquisa; as respostas do(a) senhor(a),

portanto, não serão passíveis de identificação pelos parceiros da CONAB citados, os

quais também serão abordados nesse processo de reunião de informações.

Observação: As seguintes questões são apresentadas apenas para nortear o

diálogo e garantir que os tópicos relevantes sejam abordados, podendo ser

alteradas conforme as respostas do entrevistado.

ABERTURA

O(a) senhor(a) poderia nos falar um pouco acerca do atual sistema de

Avaliação de Desempenho da CONAB, as principais expectativas dos empregados

lotados no seu setor e os problemas notados na prática?

PERSPECTIVA SETORIAL

1. Na sua visão, qual o papel do setor de Gestão de Pessoas na

implementação da Gestão de Desempenho?

97

2. Que aspectos do seu setor deveriam ser considerados pelo setor de GP na

formulação de uma nova Política de Avaliação de Desempenho, a fim de que

futuramente a implementação da nova metodologia seja facilitada?

3. Que contribuições o seu setor poderia fornecer para a formulação e a

implementação da nova Política de Avaliação de Desempenho da CONAB?

Tópicos a tratar: autoridade do setor de GP, alinhamento das políticas

de GP à estratégia, engajamento dos funcionários de GP ao processo de

Avaliação de Desempenho.

PERSPECTIVA ORGANIZACIONAL

1. Quais os ganhos que a atual Política de Avaliação de Desempenho gera

para a organização e para o seu setor?

2. De que forma uma nova Política de Avaliação de Desempenho poderia

contribuir melhor com os resultados visados pela organização e pelo setor sob

responsabilidade do(a) senhor(a)?

Tópicos a tratar: frustrações com o modelo anterior, capacidade

produtiva da CONAB, engajamento dos funcionários dos demais setores ao

processo de Avaliação de Desempenho

PERSPECTIVA INSTITUCIONAL

1. Que outras pessoas, setores e organizações podem apoiar o processo de

formulação e implementação da Nova Política de Avaliação de Desempenho da

CONAB? Quais podem oferecer resistência ao processo?

2. Quais as sugestões do(a) senhor(a) sobre como pessoas, setores e

organizações devem ser abordados a fim de que parcerias sejam formadas?

Tópicos a tratar: adequação das recomendações de instituições

externas/auditorias externas à realidade da CONAB, descontinuidades

administrativas devido a externalidades

PERSPECTIVA POLÍTICA

1. Qual o posicionamento das instâncias decisórias da CONAB em relação à

atual Política de Avaliação de Desempenho?

2. Como as práticas do setor de Gestão de Pessoas são recebidas pelos(as)

empregados(as) do setor sob responsabilidade do(a) senhor(a)?

98

3. Acredita que o setor de Gestão de Pessoas é suficientemente empoderado

para que o processo de formulação e implementação da nova Política de Avaliação

de Desempenho da CONAB seja bem-sucedido? O que sugere nesse sentido?

Tópicos a tratar: liderança dos gestores de GP, resistência a

mudanças, valores e crenças da organização, credibilidade do setor de GP,

Reputação e legitimidade do setor de GP

FECHAMENTO

O(a) senhor(a) gostaria de tratar de mais algum assunto? Tem ainda dúvidas

sobre o projeto de pesquisa e desenvolvimento em curso?

Muito obrigado pelo apoio!

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO

O(a) senhor(a) está sendo convidado(a) a participar da pesquisa intitulada

“Projeto e Desenvolvimento do Modelo de Gestão do Desempenho Individual da

Companhia Nacional de Abastecimento”, resultante de um esforço técnico de

cooperação entre a Universidade de Brasília, representada pelo Núcleo de Estudos

e Pesquisas em Inovação e Estratégia, e a Companhia Nacional de Abastecimento,

especificamente a Diretoria de Gestão de Pessoas. O referido projeto de pesquisa é

coordenado pelos Profs. Dr. Pedro Meneses e André Serrano, com a participação

ativa de bolsistas de graduação e pós-graduação, bem como conta com o apoio da

equipe de trabalho da GECAR/DIGEP, sob responsabilidade do Sr. Roberto

Mendes.

Ao participar desta entrevista, o(a) senhor(a) permitirá que os pesquisadores

possam realizar a gravação da sua voz. O(a) senhor(a) tem liberdade de se recusar

a participar e ainda se recusar a continuar participando em qualquer fase da

pesquisa, sem qualquer prejuízo. Os dados coletados são confidenciais e serão

usados exclusivamente para gerar informações agregadas para a pesquisa aqui

relatada e outras publicações dela decorrentes, quais sejam: revistas científicas,

congressos e jornais. Sua identificação não será revelada em nenhuma das vias de

publicação das informações geradas. Qualquer outra forma de utilização dessas

informações somente poderá ser feita mediante sua autorização. O(a) senhor(a) não

terá nenhum tipo de despesa para participar desta pesquisa, bem como nada será

pago por sua participação.

Após estes esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento de forma livre para participar desta pesquisa. Portanto preencha, por favor, os itens que se seguem.

Consentimento Livre e Esclarecido

Tendo em vista os itens acima apresentados, eu,

____________________________________, RG nº__________________, de

forma livre e esclarecida, manifesto meu consentimento em participar da pesquisa.

Declaro que recebi cópia deste termo de consentimento, e autorizo a gravação da

minha entrevista e a divulgação dos dados obtidos neste estudo.

Brasília, Distrito Federal

Data: ___ /___ /_____

___________________________________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

___________________________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável

Pedro Paulo Murce Meneses

Este documento deverá ser elaborado em duas vias; uma ficará com o participante e outra com o

pesquisador responsável.

APÊNDICE C – QUIZZ

1. Em qual SUREG você está lotado?

2. Onde você está lotado?

3. Qual seu cargo?

4. Ocupa cargo Função de Confiança? Caso positivo, qual?

5. Quais os pontos positivos da atual Política de Gestão de Desempenho da

Conab?

6. Quais os pontos negativos da atual Política de Gestão de Desempenho da

Conab?

APÊNDICE D – ROTEIRO DE ENTREVISTA VIA E-MAIL

PARA GEMOR/SUORG

1) Vocês poderiam nos enviar os processos finalísticos mapeados para o planejamento estratégico? 2) Vocês poderiam nos encaminhar os 214 processos já mapeados? Caso haja quantitativos de demanda por processo por gerência, além daqueles já entregues, poderiam nos encaminhar também? 3) Qual a data de início do dimensionamento? E a data de mapeamento de processos de cada gerência? Qual a referência para o procedimento de coleta? Existe um protocolo de coleta de dados? 4) O volume médio de trabalho é calculado pela divisão da quantidade de demandas por ano, dividido por 12? Qual a referência para o procedimento de coleta? Existe um protocolo de coleta de dados? 5) O tempo gasto para conclusão de uma demanda é calculado por cronoanálise ou medida subjetiva? Qual a referência para o procedimento de coleta? Existe um protocolo de coleta de dados? 6) Qual o embasamento teórico para a seleção das variáveis? Mais especificamente: a) Qual a referência para o procedimento de coleta do percentual de perdas operacionais? Existe um protocolo da coleta desses dados? b) Qual a referência para o procedimento de coleta do percentual de perdas de trabalho? Existe um protocolo da coleta desses dados? 7) Qual o embasamento teórico para a combinação final das variáveis em quantitativo estimado de pessoas? Mais especificamente: a) Qual referência orienta que o percentual de horas trabalhadas é igual a quantidade ideal de pessoas? b) Qual referência orienta o valor do indicador de "desvio" (padronizado em 15%)? 8) Existe algum arquivo com a descrição detalhada do método construído, além da planilha já disponibilizada? 9) Quais os pressupostos do modelo? Eles são baseados em qual referencial?

APÊNDICE E – MATÉRIA “AQUI ENTRE NÓS”

1ª DE DEZEMBRO DE 2016

APÊNDICE F - COMUNICADO INTERNO (N.01/12/2016)

APÊNDICE G – ROTEIRO GRUPO FOCAL

GESTÃO DE DESEMPENHO

ROTEIRO DE DISCUSSÃO FOCAL

Este roteiro integra o projeto de pesquisa e desenvolvimento de uma nova

metodologia e tecnologia de Avaliação de Desempenho Individual para a CONAB,

fruto de uma cooperação institucional entre a Companhia e a Universidade de

Brasília, sob coordenação dos Profs. Dr. Pedro Meneses e André Serrano. O

objetivo da presente etapa de pesquisa consiste na discussão dos aspectos

que se sobressaíram, em razão da frequência com que foram registrados, nas

entrevistas e no quizz anteriormente conduzidos junto a mais de 600

empregados da Companhia, cuja intenção era revelar as opiniões do corpo

funcional sobre os pontos positivos, negativos e sugestões de

aperfeiçoamento da atual Política de Gestão do Desempenho da Conab. As

informações reunidas nesta etapa serão utilizadas no processo de modelagem da

nova Política de Gestão de Desempenho da empresa, etapa seguinte do projeto de

pesquisa e desenvolvimento e que contará, novamente, com a participação ativa de

diversos colaboradores da empresa.

FLUXO DE ATIVIDADES

Abertura: o Apresentação dos participantes

o Exposição breve sobre o processo e a etapa de pesquisa e desenvolvimento

o Relato breve sobre os pontos focais identificados no diagnóstico organizacional

o Instruções para realização do grupo focal

30 minutos

Preparação: o Reflexão individual sobre os seguintes pontos focais identificados no diagnóstico

organizacional:

1. Como tornar a Política de Gestão do Desempenho um instrumento de alto valor para

a Diretoria Colegiada e Conselho Administrativo?

2. Como incentivar os gestores da Conab a adotarem a Política de Gestão do

Desempenho como instrumento útil ao planejamento, ao monitoramento e à avaliação

das atividades das unidades de trabalho que gerenciam?

3. Como convencer os empregados a compreenderem a Política de Gestão do

Desempenho como um instrumento de desenvolvimento, e não apenas como uma

ferramenta de avaliação?

4. Como a Política de Gestão do Desempenho pode fomentar nas equipes de trabalho o

estabelecimento de um ambiente de cooperação e de colaboração?

5. Como tornar objetiva a avaliação de desempenho em vigor na Conab?

60 minutos

Discussão: o Reflexão coletiva sobre os pontos considerados na etapa de preparação.

120 minutos

Encerramento: o Relato breve sobre os resultados do grupo focal

o Exposição sobre próximas atividades de pesquisa e desenvolvimento

30 minutos

APÊNDICE H - FICHAS DE RESPOSTA

GRUPO FOCAL DE GESTÃO DE DESEMPENHO

ROTEIRO DE DISCUSSÃO FOCAL

Este roteiro integra o projeto de pesquisa e desenvolvimento de uma nova

metodologia e tecnologia de Avaliação de Desempenho Individual para a CONAB, fruto de

uma cooperação institucional entre a Companhia e a Universidade de Brasília, sob

coordenação dos Profs. Dr. Pedro Meneses e André Serrano.

O objetivo da presente etapa de pesquisa consiste na discussão dos aspectos

que se sobressaíram nas entrevistas e no quizz anteriormente conduzidos, cuja

intenção era revelar as opiniões do corpo funcional sobre os pontos positivos,

negativos e sugestões de aperfeiçoamento da atual Política de Gestão do

Desempenho da Conab.

As informações reunidas nesta etapa serão utilizadas no processo de modelagem da

nova Política de Gestão de Desempenho da empresa, etapa seguinte do projeto de

pesquisa e desenvolvimento e que contará, novamente, com a participação ativa de

diversos colaboradores da empresa. As informações serão tratadas de forma sigilosa e

agregada, apenas para fins de pesquisa; logo, as respostas do(a) senhor(a) não serão

passíveis de identificação.

As questões apresentadas a seguir se baseiam nos pontos de destaque encontrados

na primeira etapa, referente ao diagnóstico da organização e visam a reflexão individual dos

participantes a fim de dar suporte às discussões do grupo focal que acontecerão em

seguida. Dessa forma, solicitamos que o preenchimento da ficha seja feito de maneira

individual e fidedigna.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO INDIVIDUAL

1. Como tornar a Política de Gestão do Desempenho um instrumento de alto valor para

a Diretoria Colegiada e Conselho Administrativo? __________________________________________________________________________

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__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

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__________________________________________________________________________

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__________________________________________________________________________

2. Como incentivar os gestores da Conab a adotarem a Política de Gestão do

Desempenho como instrumento útil ao planejamento, ao monitoramento e à avaliação das

atividades das unidades de trabalho que gerenciam? __________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

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__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

______________________________________________________________________

3. Como convencer os empregados a compreenderem a Política de Gestão do

Desempenho como um instrumento de desenvolvimento, e não apenas como uma

ferramenta de avaliação? __________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

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__________________________________________________________________________

4. Como a Política de Gestão do Desempenho pode fomentar nas equipes de trabalho

o estabelecimento de um ambiente de cooperação e de colaboração?

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5. Como tornar objetiva a avaliação de desempenho em vigor na Conab? __________________________________________________________________________

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Cargo: _____________

Tempo de serviço: ___________

Nível de escolaridade ( )Fundamental ( )Médio ( )Superior ( )Pós- graduação

Formação: _____________

Lotação: _______________

Função gerencial: ( )Sim ( )Não

APÊNDICE I – GUIAS DE APRESENTAÇÃO (PPT) GRUPO

FOCAL DE GESTÃO DE DESEMPENHO

APÊNDICE J – ROTEIRO GRUPO FOCAL

DIMENSIONAMENTO QUALITATIVO

Este roteiro integra o projeto de pesquisa e melhoria da metodologia de

dimensionamento da força de trabalho, fruto de uma cooperação institucional entre a

Companhia e a Universidade de Brasília, sob coordenação dos Profs. Dr. André

Serrano e Pedro Meneses. O objetivo da presente etapa de pesquisa consiste na

discussão dos aspectos que podem ser considerados no desenvolvimento de

uma metodologia qualitativa de dimensionamento da força de trabalho. As

informações reunidas nesta etapa serão utilizadas no processo de melhoria da atual

metodologia.

FLUXO DE ATIVIDADES

Abertura: o Apresentação dos participantes

o Exposição breve sobre o processo e a etapa de pesquisa e desenvolvimento

o Explicar os conceitos básicos de dimensionamento e a importância da metodologia

qualitativa

o Instruções para realização do grupo focal

15 minutos

Preparação: o Reflexão individual sobre os seguintes pontos focais:

6. Quando um funcionário é designado para trabalhar na sua unidade, quais critérios

são utilizados para definir sua alocação?

7. Como são distribuídos os processos e entregas da área entre os funcionários?

8. O perfil profissional é observado para a alocação de pessoal?

9. Vocês consideram que atualmente o desempenho da equipe é afetado pela

adequação do perfil profissional às atividades realizadas?

10. Quais fatores vocês consideram importantes para a composição do perfil da equipe

de vocês? (Ex: características sócio-demográficas, cargo, etc)

30 minutos

Discussão: o Reflexão coletiva sobre os pontos considerados na etapa de preparação.

60 minutos

Encerramento: o Relato breve sobre os resultados do grupo focal

o Exposição sobre próximas atividades de pesquisa e desenvolvimento

5 minutos

APÊNDICE K - FICHAS DE RESPOSTA GRUPO FOCAL DE

DIMENSIONAMENTO QUALITATIVO

ROTEIRO DE DISCUSSÃO FOCAL

Este roteiro integra o projeto de pesquisa e melhoria da metodologia de

dimensionamento da força de trabalho, fruto de uma cooperação institucional entre a

Companhia e a Universidade de Brasília, sob coordenação dos Profs. Dr. André

Serrano e Pedro Meneses.

O objetivo da presente etapa de pesquisa consiste na discussão dos

aspectos que podem ser considerados no desenvolvimento de uma

metodologia qualitativa de dimensionamento da força de trabalho.

As informações reunidas nesta etapa serão utilizadas no processo de

melhoria da atual metodologia. As informações serão tratadas de forma sigilosa e

agregada, apenas para fins de pesquisa; logo, as respostas do(a) senhor(a) não

serão passíveis de identificação e solicitamos que o preenchimento da ficha seja

feito de maneira individual e fidedigna.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO INDIVIDUAL

1. Quando um funcionário é designado para trabalhar na sua unidade, quais

critérios são utilizados para definir sua alocação?

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_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

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2. Como são distribuídos os processos e entregas da área entre os funcionários?

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3. O perfil profissional é observado para a alocação de pessoal?

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4. Vocês consideram que atualmente o desempenho da equipe é afetado pela

adequação do perfil profissional às atividades realizadas?

___________________________________________________________

_________________________________________________________________

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_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

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5. Quais fatores vocês consideram importantes para a composição do perfil da

equipe de vocês? (Ex: características sócio-demográficas, cargo, etc)

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_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

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Cargo: ______________________

Tempo de serviço: ____________

Nível de escolaridade ( )Fundamental ( )Médio ( )Superior ( )Pós- graduação

Formação: __________________

Lotação: ____________________

Função gerencial: ( )Sim ( )Não

APÊNDICE L – GUIAS DE APRESENTAÇÃO (PPT) GRUPO

FOCAL DE DIMENSIONAMENTO QUALITATIVO


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