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MIRELLA SABRINA GONÇALVES
PROJETO EXPERIMENTAL EM COMUNICAÇÃO:
Criação de um projeto para desenvolvimento e exposição de trabalhos
jornalísticos - telejornalismo on-line – para a faculdade Ibes/Sociesc
BLUMENAU - SC
2010
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INSTITUTO BLUMENAUENSE DE ENSINO SUPERIOR IBES SOCIESC
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM JORNALISMO
PROJETO: TELEJORNALISMO ON-LINE
MIRELLA SABRINA GONÇALVES
PROJETO EXPERIMENTAL EM COMUNICAÇÃO:
Criação de um projeto para desenvolvimento e exposição de trabalhos
jornalísticos - telejornalismo on-line – para a faculdade Ibes/Sociesc
Disciplina: Projeto Experimental em Comunicação Coordenadora do Projeto Experimental – Habilitação Jornalismo: Ofélia Torres Morales, Dra. Linha de Pesquisa: Novas Mídias Professor Orientador: Ofélia Torres Morales, Dra.
BLUMENAU - SC
2010
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Primeiramente agradeço a Deus pela oportunidade de concluir mais essa etapa na
minha vida. Agradeço também o apoio, as dicas, o incentivo e a paciência, todas as
vezes em que eu precisei ficar só e me concentrar, dados pelos meus pais Hamilton
e Bettina Gonçalves, pelo namorado Gabriel Marante, agradecendo também por
toda ajuda profissional e pelas dicas e conselhos de calma, todas as vezes que eu
achei que não conseguiria - e amigos, nesse momento tão importante. Por último,
mas não por menos, agradeço as sugestões sempre relevantes da minha
orientadora, Professora Ofélia Torres Morales, que me acompanha entusiasmada
durante todo o trabalho, merecendo juntamente, os méritos do projeto.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Pesquisa sobre o número de lares que possuíam televisão no Brasil, em
2002 ........................................................................................................................ 31
Figura 2: Modelo de infográfico – desenho .............................................................. 41
Figura 3: Modelo de infográfico – gráfico ................................................................. 41
Figura 4: Internet Usage Statistics - the internet big Picture .................................... 45
Figura 5: Número de usuários de Internet, por região .............................................. 45
Figura 6: Uso da internet, por região ........................................................................ 46
Figura 7: Web 1.0 X Web 2.0 ................................................................................... 58
Figura 8: Web 2.0 ..................................................................................................... 58
Figura 9: Sugestões de logos desenvolvidas para a “TV Ibes” ................................ 74
Figura 10: Logo “TV Unibes” .................................................................................... 75
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LISTA DE QUAROS
Quadro 1: Critérios de Noticiabilidade ..................................................................... 26
Quadro 2: Intervalo entre a descoberta de um novo meio de comunicação e sua
difusão ...................................................................................................................... 44
Quadro 3: Características da Internet ...................................................................... 47
Quadro 4: Modelo de tabela de reserva de gravação da “TV Unibes” ..................... 69
Quadro 5: Quadro de programação semanal da “TV Unibes”................................... 72
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 10
2 OBJETIVOS................................................................................................... 11
2.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................ 11
2.2 Objetivos específicos..................................................................................... 11
3 JUSTIFICATIVA............................................................................................. 12
4 JORNALISMO E A COMUNICAÇÃO............................................................ 13
4.1 GENEROS JORNALÍSTICOS......................................................................... 13
4.1.1 Informativos..................................................................................................... 13
4.1.2 Opinativo.......................................................................................................... 17
4.2 ESTRUTURA DA NOTÍCIA................................................................................ 19
4.2.1 Pauta................................................................................................................ 19
4.2.2. Coleta de dados.............................................................................................. 21
4.2.3 Fonte..............................................................................................................., 22
4.3 CRITÉRIOS DE NOTICIABILIDADE.................................................................. 24
5 TELEVISÃO E COMUNICAÇÃO.......................................................................... 28
5.1 A TV NO BRASIL................................................................................................ 28
5.2 O TELEJORNALISMO NO BRASIL.................................................................... 30
5.3 A IMPORTÂNCIA DA TV NA VIDA CONTEMPORÂNEA.................................. 31
5.4 A TV DIGITAL NO BRASIL................................................................................. 32
5.5 TELEJORNALISMO............................................................................................ 33
5.5.1 O objetivo é ser compreendido........................................................................ 33
5.5.2 O texto jornalístico – Como escrever para TV................................................. 34
7
5.5.3 O texto escrito para ser falado........................................................................ 35
5.5.4 O texto coloquial.............................................................................................. 36
5.5.5 O texto e as imagens....................................................................................... 37
6 A INTERNET E A COMUNICAÇÃO..................................................................... 42
6.1 AFINAL, O QUE É INTERNET?......................................................................... 46
6.2 CARACTERÍSTICAS DA INTERNET COMO MÍDIA.......................................... 47
6.3 A INTERNET E O JORNALISMO....................................................................... 51
6.4 WEBJORNALISMO............................................................................................ 52
6.5 WEB 2.0 – BASICAMENTE, O QUE É?............................................................. 54
6.6 AS REDES SOCAIS........................................................................................... 59
6.6.1 Feedback – Retorno........................................................................................ 64
7 GLOSSÁRIO.......................................................................................................... 65
8 O PROJETO........................................................................................................... 67
8.1 DESENVOLVIMENTO......................................................................................... 69
8.2 OS PROGRAMAS...........;................................................................................... 70
8.2.1 O Ibes News..................................................................................................... 71
9 RELATO DE PRODUÇÃO..................................................................................... 73
9.1 PRÉ PRODUÇÃO............................................................................................... 73
9.2 PRODUÇÃO E REALIZAÇÃO............................................................................ 73
9.3 PÓS PRODUÇÃO............................................................................................... 86
10 CONSIERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 88
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 89
ANEXO A -
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RESUMO
O presente projeto visa o desenvolvimento de um espaço para que
acadêmicos de jornalismo da faculdade Ibes/Sociesc tenham oportunidade de criar
matérias, gravá-las, editá-las e em seguida, publicá-las em uma plataforma de
convergência (blog), permitindo assim, que o acadêmico tenha chance de
desenvolver trabalhos na área de telejornalismo, que podem, inclusive, contar
futuramente para o seu currículo profissional. A ideia do projeto é o “faça você
mesmo”, onde os são os próprios acadêmicos que desenvolverão todo conteúdo dos
programas, passando assim por todas as fases da produção. Sabendo também que
os custos para manter uma emissora de televisão são elevados, o projeto se propõe
a acontecer na internet - meio que exige quase nenhum custo e pode atingir
espectadores de todo o mundo.
Palavras-chave: Jornalismo, Televisão, Internet, Linguagem telejornalistica,
Webjornalismo, Critérios de Noticiabilidade.
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ABSTRACT
This project aims to develop a space for Ibes / Sociesc College's journalism students
so they can have the opportunity to create reports, save, edit and publish them on a
converged platform (blog), thus the student has a chance to develop work in the field
of journalism, and even use it in the future in his professional resume. The idea of the
project is "do it yourself", and the program content will be produced by the students
themselves, passing through all phases of production. Aware that the costs to
maintain a television station are high, the project suggests to place the transmission
on the internet – a medium that requires practically no cost and can reach audiences
around the whole world.
Keywords: Journalism, TV, Internet, Telejournalism Language, Webjournalism,
News Criteria.
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1. INTRODUÇÃO
Conhecida por sua relação “cara a cara” com o expectador, o telejornalismo
se consolidou ao longo dos anos por possuir uma linguagem clara e difundir,
tornando de fácil compreensão, as informações da sociedade. Em pleno século XXI,
na era da modernização e tecnologia, nada é mais atual do que pensarmos em
informação veloz, grande capacidade de armazenamento de conteúdo e fácil acesso
à informações complementares: a internet. Pensando nisso e concluindo que a
internet está mais presente na vida das pessoas do que necessariamente tempo
disponibilizado para sentar à frente da TV e esperar o telejornal, é que este projeto
de telejornalismo on-line se fortalece.
Somando à um fator agravante e bem conhecido dos acadêmicos de
jornalismo de Santa Catarina – a falta de oportunidades de estágio na área – é que a
ideia de um espaço para fazer jornalismo na internet, ganha espaço.
Pinho (2003) descreve a ascensão da internet:
As tecnologias de comunicação periodicamente resultam em significativas transformações na sociedade e causam grandes mudanças de hábitos e comportamentos. Cada um no seu tempo, o telégrafo, o telefone e o aparelho fac-símile deixaram suas marcas no comércio, na vida profissional e no nosso cotidiano. Agora chegou a vez da Internet, oferecendo amplos recursos técnicos e um novo suporte para as mais diversas atividades. (PINHO, 2003, p. 57).
Visando atingir o público alvo que já está habituado à tecnologia digital e que
rotineiramente busca na internet as informações para manter-se atualizado sobre o
que acontece na sociedade e no mundo a sua volta, é que esse projeto não deixa
lacunas para questionamentos do tipo: “e quem não estiver conectado?”
Aceitando a relação que se pressupõe entre acadêmicos tendo oportunidade
de desenvolver suas aptidões jornalísticas, em um meio difundido e em crescimento
constante, permitirá, em avaliação posterior, compreender e discutir o quanto um
projeto desse caráter tornará real a possibilidade de apesar de se “começar
pequeno”, fazer um telejornalismo on-line praticamente sem custo, numa instituição
de ensino que não desenvolveu um canal de televisão, como acontecem com outras
faculdades da região.
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2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Desenvolver um projeto que permita a criação, edição e publicação de
matérias jornalísticas, em uma plataforma de convergência (blog), visando
dar oportunidade para que acadêmicos de jornalismo da faculdade
Ibes/Sociesc possam mostrar seu trabalho, ainda nos bancos de
faculdade.
2.2 Objetivos específicos
a) Apresentar definições sobre temas importantes relacionados a: Jornalismo,
Televisão, Internet;
b) Definir os critérios de noticiabilidade, baseados no conceito de telejornalismo;
c) Oportunizar, com a execução do projeto, que os alunos coloquem a “mão na
massa” e sejam integrantes/personagens de todo processo de criação de
uma notícia, desde o desenvolvimento da pauta, até a edição e publicação;
d) Desenvolver uma plataforma de convergência (blog) que comporte vídeos on-
line;
e) Criar um projeto piloto inovador e pioneiro na Instituição, que pode inclusive
servir de base para aprimoramento e seqüência posterior;
f) Mostrar na prática, que mesmo sem ter sido estabelecido e criado um canal
de televisão da faculdade, é possível dar oportunidade aos acadêmicos de
realizarem trabalho jornalístico, e o principal, sem os custos que um canal de
TV exige.
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3 JUSTIFICATIVA
Partindo do pressuposto que as vagas para estágio na área de comunicação
social, especificamente do jornalismo, são escassas, devido ao fato de muitas
empresas não contratarem estagiários, observou-se uma lacuna que poderia ser
muito explorada, se não dependesse de oportunidade de emprego, para que se
possa então, adquirir experiência e por conseqüência, ter capacidade profissional
para “brigar” e competir com outros jornalistas, numa vaga de emprego.
Sabendo que os gastos e o custo de manutenção de uma emissora de TV são
elevados, já que demandam a contratação de vários profissionais, desde jornalistas,
pauteiros, repórteres, editores, produtores até de cargos técnicos, como exibidores –
encontramos uma oportunidade de desenvolver a TV on-line da faculdade IBES,
poupando todos esses custos, e com, entre outras, a grande vantagem de uma
abrangência mundial, proporcionada pela comunicação do mundo global – a
Internet.
A grande ideia do projeto, é proporcionar que os alunos de jornalismo,
coloquem a “mão na massa” e sintam na prática o que é todo processo
comunicacional - tudo operado por ele, desde a gravação, edição e publicação na
internet, não dependendo que a instituição/canal disponibilize vários outros
profissionais para o desenvolvimento dessa TV.
A escolha e definição de um programa jornalístico, no estilo telejornal
chamado “Ibes News”, é o ponto de partida da “TV Unibes”, que certamente abrirá
caminhos e oportunidades para que os acadêmicos de jornalismo adquiram
experiência na área.
Um projeto audacioso que surge no momento certo – a era da comunicação
na internet – e irá reunir os principais conceitos de jornalismo, televisão e Web e
claro, não proporcionará apenas visibilidade ao aluno, mas à Instituição de forma
expressiva.
O exemplo da TV on-line realizada na UERJ1, serviu como comprovação de
que é possível realizar um projeto deste nível e obter sucesso. A “TV Unibes”
começa modesta, mas com grande potencial para se tornar referência no Estado,
dependendo apenas de alunos interessados.
1 Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.uerj.br Acesso em: 18 mar.2010.
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4. JORNALISMO E A COMUNICAÇÃO
4.1 Gêneros Jornalísticos
O autor e professor José Marques de Melo (2003), pesquisou e classificou os
gêneros jornalísticos em: informativos e opinativo. E é partindo de sua classificação,
que definiremos alguns conceitos, abaixo.
4.1.1 Informativos
4.1.1.1 A Notícia
Segundo o Houaiss2, noticia é “1.informação a respeito de acontecimento
novo, de mudanças recentes em alguma situação, ou do estado em que se encontra
algo; nova, novidade”.
Lage (1979) define notícia como uma forma de divulgação de fatos por meio
da comunicação proposta pelo jornalismo. São fatos importantes, que merecem ser
levados à conhecimento de um dado público e podem ser publicados em todos os
meios de comunicação, respeitando claro, a factualidades destes, já que só
podemos considerar notícia fatos novos e recém ocorridos – validade. No mais, a
notícia pode servir como base para um aprimoramento e pesquisas, para outro
gênero jornalístico chamado reportagem, que diferentemente da noticia, é planejada
e obedece a uma linha editorial. A notícia, não.
Como cita Sousa (2001), noticiabilidade é a capacidade que os fatos têm de
virar ou não notícia e entre os principais e mais relevantes fatores, podemos citar:
1. Proximidade: Quanto mais próximo ocorrer um acontecimento, mais
probabilidades tem de se tornar notícia. A proximidade pode assumir várias
formas: geográfica, afetiva, cultural, etc;
2. Momento do acontecimento: Quanto mais recente for um acontecimento,
mais probabilidades tem de se tornar notícia.
3. Significância: Quanto mais intenso ou relevante for um acontecimento,
quantas mais pessoas estiverem envolvidas ou sofrerem consequências,
2 Mais completo dicionário de língua portuguesa. Definição de notícia disponível em:
<http://dic.busca.uol.com.br/result.html?t=10&ref=homeuol&ad=on&q=not%EDcia&group=0> Acesso em 12. jan.2010.
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quanto maior for a sua dimensão, mais probabilidades tem de se tornar
notícia.; além disso, quanto menos ambíguo for um acontecimento, mais
probabilidades tem de se tornar notícia;
4. Proeminência social dos sujeitos envolvidos: Quanto mais proeminentes
forem as pessoas envolvidas num acontecimento, mais hipóteses ele tem de
se tornar notícia.
A notícia caracteriza-se por uma linguagem direta, clara, simples e adequada
ao público alvo. O uso da narração permite a ideia da descrição do fatos
ocorridos, como ao noticiar um acidente ou assalto, por exemplo. (LAGE, 1979;
MARQUES DE MELO, 2003; PEREIRA JR, 2005;)
Dada sua devida importância, que na prática ela vem para informar
acontecimentos recentes ou relevantes, isso é de fácil compreensão, mas ao nos
depararmos com a ideia de ser um fato importante, é preciso definir o que “é
importante” e assim sucessivamente – reduzindo a área de discussão até
chegarmos ao que Lage (2001, p.54) chama de conceitos abstratos de verdade
ou interesse humano. Por esses conceitos podemos entender a real importância
de levar determinada notícia à conhecimento da população, focando na
relevância.
Lage (1979, p.37) define ainda dois componentes básicos para uma boa
produção.
1. uma organização relativamente estável - o componente lógico;
2. elementos escolhidos segundo critérios de valor essencialmente cambiáveis,
que organizam a notícia – o componente ideológico.
Não há como definir e “fechar” uma lista de critérios necessários para
identificar se tal fato é então notícia, já que certamente é uma lista variável. Mas
é possível classificar, segundo Erbolato (1991, p.61-63), grande parte dos temas
nas seguintes categorias de relevância identificando-os por assuntos, tais como:
1. Impacto: É o “abalo moral” provocado;
2. Proeminência: Sempre que se referir a pessoas importantes e que de alguma
forma possa interferir no cotidiano, haverá interessados;
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3. Utilidade pública: Tudo aquilo que de alguma forma interessa a população,
como serviços, informações importantes.
4. Interesse humano: Descobertas da ciência, acidente que congestionou o
trânsito na rua Sete de Setembro. Aqui vale ressaltar uma boa descrição e
apuração dos fatos junto aos socorristas e testemunhas.
Assim, utilizando critérios como os apresentados acima para exemplificar, é
possível, para Erbolato (1991), garantir que uma informação se tornará uma
notícia que atingirá seu objetivo, ou seja, será de interesse dos expectadores.
4.1.1.2 Reportagem
Podemos definir, baseando-se nos conceitos de Lage (2001), reportagem como
um gênero jornalístico baseado no acompanhamento e apuração dos fatos, com
testemunhos diretos, geralmente contato por participantes da ação ou testemunham,
além de um nível de aprofundamento programado, maior e mais específico que a
notícia.
Previamente roteirizada na redação, a reportagem pode servir tanto de
complemento em outro momento, sobre uma notícia divulgada, como também torna-
se tema investigativo – como acontece na maioria dos casos – em que se parte de
um fato para revelar outros mais ou menos ocultados e, através deles, determinar o
perfil de uma situação e assim então, o seu interesse jornalístico.
Querendo definir, com um tom de bom humor, o que é reportagem, que Rossi
(1980, p.10) diz que:
Reportagem é uma coisa paradoxal, por se tratar, ao mesmo tempo da mais fácil e mais difícil maneira de viver a vida. Fácil porque, no fundo, a reportagem é apenas a técnica de contar boas histórias. Todos sabem contar boas histórias [...] e difícil porque persegue esse ser chamado verdade, quase sempre inatingível ou inexistente [...] que corre o risco de não conseguir captá-los.
Até mesmo Lage (1979), vê dificuldades em diferenciar precisamente a
reportagem de notícia, já que ambos caminham lado a lado:
Não é fácil definir a reportagem, uma vez que a mesma pode ser uma complementação de uma notícia ou partir de situações que não sejam notícias, mas que sejam de interesse do público.
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Ele ainda define os tipos de reportagem em: a) tipo investigativo: parte de um fato,
revelando outros; b) tipo interpretação: observa-se os fatos sob a perspectiva
metodológica de uma dada ciência (por exemplo sociológicas e econômicas); e c) o
tipo que busca apreender a essência do fenômeno, aplicando técnicas literárias na
construção de situações e episódios narrados. (LAGE, 1979, p.34)
Alguns fatores são imprescindíveis para uma boa reportagem, como a
definição clara do tema, o que quer contar, o que está tentando dizer. Mais
importante do que o que o jornalista irá dizer, é dar voz e deixar que as pessoas
próximas contem a história, É importante também ouvir especialistas e fontes
oficiais, para fazer o contraponto da matéria.
Tantas vezes vemos reportagens que deixam lacunas, perguntas que não
foram respondidas. Para evitar isso, traçar um plano de ação definindo quais
questões precisam ser abordadas antes de sair da redação, pode ser uma ótima
alternativa. E nessa, se colocar no lugar do telespectador, ajuda. (FERRARETO,
2001; MARQUES DE MELO, 2003; REZENDE, 2000).
O repórter, como define Philippe Gaillard3, constitui-se de uma testemunha
profissional, um investigador, que em vez de prestar contas a uma administração, as
presta ao público. E segundo Ferrareto (2001), o repórter precisa, acima de qualquer
coisa, unir capacidade de observação, com habilidade na comunicação.
4.1.1.3 Entrevista
Rezende (2000, p.157) descreve entrevista como o dialogo que o jornalista
mantém com o entrevistado, com o objetivo de extrair informações, idéias e opiniões
a respeito de fatos, questões de interesse público e/ou aspectos da vida pessoal do
entrevistado.
Luiz Beltrão4 faz uma definição semelhante à de Rezende, resumindo
entrevista como "a técnica de obter matérias de interesse jornalístico por meio de
perguntas e respostas". E é a partir desta ideia que antes de uma entrevista deve-
se indagar e pesquisar informações do tipo: “quem é o entrevistado e o que ele faz”.
Para o sucesso de uma entrevista, a pauta pode assegurar que o repórter não fique
3 GAILLARD, Philippe. “O jornalismo”. Lisboa: Europa-América, 1979. p.49. 4 BELTRÃO, Luiz. “A Imprensa Informativa". São Paulo: Folco Masucci.
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perdido sem saber o que perguntar, ou evitar que sejam feitas perguntas óbvias.
Questionar-se sobre o que espera da entrevista e qual a informação precisa ser
esclarecida, pode garantir um bom trabalho.
O tipo de entrevista varia conforme o veiculo de comunicação e é falando em
televisão que Bistane & Bacellar (2005) aconselham a deixar o equipamento de lado,
em um primeiro momento, para conquistar a confiança do entrevistado:
Quem não está acostumado a falar para a televisão costuma ficar intimidado com o microfone e a câmera. O bate-papo com o repórter serve também para descontrair o entrevistado, deixá-lo mais a vontade. (...) Uma simples pergunta, sem muitas pretensões, pode garantir um “furo” de reportagem. (BISTANE; BACELLAR, 2005, p. 17).
4.1.2 Opinativo
4.1.2.1 Editorial
Segundo o Glossário de Jornalismo do Manual de redação do O Globo5,
Editorial é: “Texto com a opinião da publicação. Não vem assinado e geralmente,
localiza-se diariamente na 2ª ou 3ª página do jornal.”
Objetividade e imparcialidade não são características desse tipo textual, uma
vez que o redator dispõe da opinião do jornal sobre o assunto narrado. Tem o
objetivo de informar, mas sem obrigação de ser neutro, indiferente. O editorial possui
um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu e a opinião transmite a
interpretação do que aconteceu. Há editorias que comentam assuntos que serão
apresentados posteriormente no veículo – no caso das revistas, por exemplo. A
linguagem dos editorias é direta – mais próximo possível do seu expectador, uma
vez que é um gênero opinativo. (MARQUES DE MELO, 1985; PATERNOSTRO,
1999)
4.1.2.2 Comentário
O comentário geralmente parte de uma assunto já abordado no veículo e vem
para expressar opinião. Muitas vezes, as informações partem unicamente do ponto
de vista do comentarista, e por tanto, muitas vezes não são e não devem ser
5 Disponível em: oglobo.globo.com/quemle/Programa/glossario_de_jornalismo.doc Acesso em 16. jan.2010
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entendidas/confundidas com informações apuradas. Para Marques de Melo (1997
apud REZENDE 2000), comentário é um matéria jornalística em que um jornalista
especializado em determinada assunto (economia, política, esporte) faz uma
análise, uma interpretação de fatos do cotidiano.
4.1.2.3 Artigo
Para Lage (2004, p.68), artigo é o texto jornalístico interpretativo ou opinativo,
geralmente assinado e com fundamentação explicita. Assim como o comentário,
aprofundam aspectos relativos a fatos de maior repercussão no momento. Contêm
análises, críticas, contrapontos, e às vezes até humor. Diferente do editorial, muitas
vezes, os artigos não refletem a opinião do jornal.
4.1.2.4 Resenha crítica
A resenha é uma produção textual que expressa a opinião do autor sobre
determinado fato. Rica em descrição, a resenha muitas vezes é confundida com
uma crítica no sentido primário da palavra, simplesmente pelo nome. Não confundir
é um fator importante quando se quer definir o gênero, e assim ter a ideia correta
para começar a escrever um bom texto. Além de dar uma resumida nos assuntos
tratados e apresentar o maior número de informações sobre o trabalho, darão uma
ideia do que se trata a obra, para que o leitor defina e oriente seu grau de interesse
pelo assunto. (BARBOSA, 2002; RABAÇA, 2002).
4.1.2.5 Crônica
Como define a professora Alfredina Nery6, assim como a fábula e o enigma, a
crônica é um gênero narrativo. Como diz a origem da palavra (Cronos é o deus
grego do tempo), ela narra fatos históricos em ordem cronológica, ou trata de temas
da atualidade. Elas que podem ser: descritivas, dissertativas, narrativas,
humorísticas, poéticas, históricas, narrativas, entre outras.
6 Alfredina Nery é professora universitária, consultora pedagógica e docente de cursos de formação
continuada para professores na área de língua/linguagem/leitura. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1693u18.jhtm Acesso em 16. jan 2010
19
4.1.2.6 Caricatura
Como define Marques de Melo (1985), o gênero opinativo também pode ser
expresso com humor. E é aí que aparecerem as caricaturas. Comuns nos jornais e
em sites especializados na internet, aparecem geralmente em forma de tirinhas,
charges ou quadrinhos, acompanhado de texto, ou não (quando o desenho dá conta
de passar a ideia sozinho).
4.1.2.7 Carta
Ainda segundo Marques de Melo (1985), com sessões especialmente
destinadas à Carta do Leitor, são nos meios impressos que esse gênero tem mais
espaço. Carregadas de opinião e informações complementares sobre determinado
assunto abordado em edições anteriores, elas dão voz ao leitor, que ganha um
espaço para se expressar.
4.2 Estrutura da Notícia
4.2.1 Pauta
Segundo Kopplin (2001), pauta é a base da do trabalho do repórter, e não
deve ser encarada como uma imposição. Ela representa na realidade, um ponto de
partida que indica por onde começar o trabalho. Antigamente, o responsável por ela
era o pauteiro, mas hoje, com a condensação das redações, são os editores ou os
próprios repórteres que a determinam.
Há ainda agências e assessorias de imprensa que encaminham diariamente
pautas sobre seus clientes, na intenção de que alguma delas possa virar notícia.
(CARVALHO, 2009; CHINEM, 2003).
Já Rossi (1986, p.80) define pauta como um instrumento que é utilizado para
orientar os repórteres e para informar os editores sobre o que está sendo produzido.
Ele diz ainda, que nela devem conter todos os detalhes que puder, afim de guiar o
20
profissional na execução da melhor matéria. Para ele, as pautas devem conter os
seguintes itens:
1. Cabeçalho: Ali deve estar o nome do repórter e a data da elaboração da
pauta. Para ajudar, palavras-chave que indiquem o tema aparecem aqui também.
2. Tema: Definir o que será abordado, qual assunto, objeto a ser pesquisado.
3. Resumo: Aqui deve-se fazer uma contextualização do tema, para situar o
repórter que muitas vezes pode não estar a par do assunto. Em uma média de 15
linhas é possível justificar o tema, sua relevância e apresentar algum histórico
relacionado, se houver. No caso de sugestões de matérias recebidas por release,
ele pode aparecer aqui como base para o ponto de partida da matéria.
4. Foco/Direcionamento: Deixe claro para o repórter qual o enfoque que a
matéria terá. Isso o auxiliará no desenvolvimento das perguntas e o direcionamento
dado. Podem conter também algumas sugestões de perguntas.
5. Fonte: Indique algumas fontes. O repórter sairá da redação com pelo menos
uma direção de por onde começar. Além do nome e cargo deve conter na pauta o
endereço e telefone do contato. Isso poupará tempo e ganhará para realizar a
matéria.
6. Anexos: Caso o pauteiro tenha feito alguma pesquisa ou possua recorte de
jornal/revista ou texto retirado da internet poderá anexar na pauta – que funciona
também como direcionamento e contextualização histórica do tema.
Gramático (2002) define o papel do pauteiro:
O trabalho do pauteiro é essencial numa redação. Quanto mais criativo ele for, melhores serão as pautas sugeridas, mas os repórteres devem ser bem informados e criativos, para não ficarem dependentes só das informações contidas nas pautas e releases. (GRAMÁTICO, 2002, p.87)
Ferraretto7 (2001) define se os assuntos merecem cobertura e de que forma isto vai ocorrer, usando os seguintes parâmetros:
sua experiência pessoal;
as informações recebidas pela emissora;
as sugestões dos repórteres a partir de pautas anteriormente realizadas;
7 Em: “Feraretto - A Pauta” Disponível em: http://www.4shared.com/dir/4777415/b4d8b793/TREPJ.html Acesso em: 20 mai 2010.
21
os critérios de validação jornalística do fato como notícia;
a linha editorial da empresa;
o público da emissora.
A pauta se generalizou por toda a imprensa brasileira com a industrialização
plena do setor na década de 1970. No entanto, apenas uma boa pauta não garante
que se obtenha uma boa matéria. Sobre isso, Lage (2001) destaca:
O êxito de uma pauta depende essencialmente de quem a executa. O trabalho de reportagem não é apenas o de seguir um roteiro de apuração e apresentar um texto correto. Como qualquer projeto de pesquisa, envolve imaginação, insigth: a partir dos dados e indicações contidos na pauta, a busca do ângulo (às vezes apenas sugerido ou nem isso) que permita revelar uma realidade, a descoberta de aspectos das coisas que poderiam passar despercebidas. (LAGE, 2001, p.35).
Indispensável nas redações, nos dias de hoje, a pauta é o começo de uma
matéria, e deve ser realizada mesmo que tudo pareça muito simples. É praticamente
a garantia de que a matéria não sairá da ideia inicial, proposta e esperada pelos
editores e pelo veículo. (ERBOLATO, 1978; FERRARETTO, 2001; LAGE, 1979).
4.2.2 Coleta de dados
Tendo determinada a pauta, o jornalista precisa começar a planejar sua
matéria, e aí entram as pesquisas e a coleta de dados. Para Lage (1979), seja com
entrevistas, enquetes, observação participante ou não, é nesse momento que o texto
vai ganhando forma e proporções. Vale lembrar que a técnica da observação não
consiste apenas em ver e ouvir tudo, mas em analisar e examinar depois.
No jornalismo, utiliza-se principalmente as chamadas “pesquisas de campo”,
que permitem um contato com a fonte. Podemos definir assim:
1. Descritivas: Analisam e descrevem a natureza do produto de estudo.
2. Exploratórias: Partem de um foco e buscam desvendar os fatores
determinantes para compreender e exploração um determinado assunto. Em
suma, destina-se a esclarecer o fato.
22
4.2.3 Fonte
Tão importante para completar o processo de coleta de dados, são as fontes
que validam e dão veracidade ao que for apurado, comentado e levantado. No
jornalismo, as fontes podem ser pessoas falando por si, ou alguém respondendo
oficialmente por algum órgão público, instituição ou as próprias assessorias de
imprensa. Todo repórter deve ter uma relação de confiança com possíveis fontes,
além de um caderninho com telefones, endereços e hoje em dia, claro, o e-mail.
Esse é um grande diferencial, altamente reconhecido e valorizado, que diferencia os
profissionais mais capacitados. (CHINEM, 2003; ERBOLATO, 1991; FERRARETTO,
2001).
Para Erbolato (2001, p.245), fonte pode ser “qualquer pessoa que possa
prestar informações ao jornalista para fins de noticiário”.
Ainda segundo Erbolato, elas podem ser:
1. Diretas: São as pessoas envolvidas ou notas oficiais a respeito do assunto.
2. Indiretas: São pessoas que, por dever profissional, sabem de um fato
circunstancialmente. Da mesma forma são classificados os documentos
ligados ao assunto coberto pelo veículo.
3. Adicionais: São fontes complementares, que agregam alguma informação
extra.
Pena (2005) define fonte testemunhal, fonte primária e fonte secundária:
Como o próprio nome já diz, fonte testemunhal tem relação direta com o fato, já que é sua testemunha. Mas é preciso lembrar que seu relato será sempre mediado pela emoção, pelos preconceitos, pela memória e pela própria linguagem. Testemunha é apenas uma perspectiva de um fato, jamais sua exata e fiel representação. Por sua relação direta, ela está classificada como fonte primária. Já a fonte secundária é usada para contextualizar a reportagem. Em uma matéria sobre a guerra no Iraque, por exemplo, os soldados e moradores de Bagdá seriam fontes primárias, enquanto cientistas políticos e analistas seriam as fontes secundárias. (PENA, 2005, p.64).
Até então, a constituição reservava uma parte importante para a imprensa.
Era ela que assegurava o respeito e a liberdade de expressão, mas também o sigilo
23
das fontes. É a Lei da Imprensa8.
Lei n.º 5.250, e 09/02/1967, ou Lei de Imprensa.
Art. 71 (LEI DE IMPRENSA): Nenhum jornalista ou radialista, ou, em geral, as pessoas referidas no art. 25, poderão ser compelidos ou coagidos a indicar o nome de seu informante ou a fonte de suas informações, não podendo seu silêncio, a respeito, sofrer qualquer sanção, direta ou indireta, nem qualquer espécie de penalidade.
Art. 5º, XIV (Constituição Federal/1988) É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.
Após uma longa discussão a Lei de Imprensa foi revogada pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) e não tem mais validade.
Isso quer dizer que todos os processos que tramitavam por causa da lei de
imprensa estavam suspensos e agora foram extintos. Não há lei nova que regule
qualquer coisa nesse sentido. Assim, utiliza-se, por exemplo, os crimes contra honra
do Código Penal e a Constituição Federal no que se refere as liberdades, inclusive,
de expressão, e violação contra os direitos das pessoas (uso da imagem, direitos da
personalidade entre outros).
Segundo o Supremo Tribunal Federal, mesmo com o com o fim da Lei de
Imprensa, revogada no dia 30 de abril de 2009, o jornalista continua tendo o sigilo da
fonte garantido9.
8 Disponível em: http://www.consciencia.net/2004/mes/03/imprensa-lei.html Acesso em: 17. jan 2010
9 Notícia disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/seis-ministros-votam-pelo-fim-lei-imprensa-467557.shtml Acesso em: 15 fev. 2010.
24
4.3 Critérios de Noticiabilidade
Com freqüência, emprega-se como sinônimos os conceitos de noticiabilidade,
valor-notícia e seleção de notícias. É no percurso dessa longa cadeia produtiva da
notícia que devemos investigar a rede de critérios de noticiabilidade,
compreendendo noticiabilidade (newsworthiness) como todo e qualquer fator
potencialmente capaz de agir no processo da produção da notícia, desde
características do fato, julgamentos pessoais do jornalista, cultura profissional da
categoria, condições favorecedoras ou limitantes da empresa de mídia, qualidade do
material (imagem e texto), relação com as fontes e com o público,fatores éticos e
ainda circunstâncias históricas, políticas, econômicas e sociais. (Silva, 2004; Wolf,
1987).
Tal entendimento nos leva ao conceito que Wolf 2003 apud SILVA, 2004,
p.96) estabelece - Critérios de noticiabilidade: a) na origem dos fatos (seleção
primária dos fatos/valores-notícia), b) no tratamento dos fatos, centrando-se na
seleção hierárquica dos fatos e levando-se em conta, além dos valores-notícia dos
fatos escolhidos, fatores inseridos dentro da organização, c) na visão dos fatos, a
partir de fundamentos éticos, filosóficos e epistemológicos do jornalismo,
compreendendo conceitos de verdade, objetividade, interesse público e
imparcialidade. Essa relação, de fato, não funciona isoladamente. Na prática da
produção noticiosa, todos esses critérios variados de noticiabilidade atuam em
conjunto.
Wolf (2003, p.195 apud SILVA, 2004) é um dos autores que explica
noticiabilidade como resultado da cultura profissional e seus valores como também
da organização do trabalho.
A noticiabilidade é constituída pelo complexo de requisitos que se exigem para os eventos – do ponto de vista da estrutura do trabalho nos aparatos informativos e do ponto de vista do profissionalismo dos jornalistas –, para adquirir a existência pública de notícia.
É seguindo os conceitos de Lage (2001 apud SILVA, 2004, p.103) que
norteamos o trabalho, definindo a partir de então os seis critérios que, segundo ele,
auxiliam os jornalistas a decidir quais acontecimentos serão notícia. E são:
25
Proximidade
Atualidade
Identificação Social
Intensidade
Ineditismo
Identificação humana
Ele classifica ainda, os critérios de valor-noticia, citados no começo, como
relativos à:
1. Conteúdo: Importância e interesse do público, sobre a notícia
2. Produto: Relativo a disponibilidade das informações e características destas
3. Medium: Nomeia-se assim, os critérios relativos ao público e a concorrência
Segundo Wolf (2003 apud SILVA, 2004) o resultado de um trabalho é o valor da organização desse trabalho, e cita:
Sendo assim, o produto informativo parece ser resultado de uma série de negociações, orientadas pragmaticamente, que têm por objeto o que dever ser inserido e de que modo dever ser inserido no jornal, no noticiário ou no telejornal. Essas negociações são realizadas pêlos jornalistas em função de fatores com diferentes graus de importância e rigidez, e ocorrem em momentos diversos do processo de produção. (WOLF 2003, p.200 apud SILVA, 2004, p.97).
Com essas informações percebemos que o jornalista é uma espécie de
“chave”, que decide o que será ou não publicado. Esse é o objeto de estudo da
teoria do gatekeeper10. Outro estudo relacionado as informações divulgadas é a
teoria do agenda-setting que estuda a seleção das pautas a serem discutidas
durante semanas/meses. (CHINEM, 2003; KUNCZIK apud SILVA, 2004).
Apesar de tomar como base o pensamento de Mauro Wolf, encontramos um
quadro11, feito por pesquisadores da comunicação, que relacionam a visão de vários
10Os estudos sobre os gatekeepers ("guardiões do portão") analisam o comportamento dos profissionais da comunicação, de forma a investigar que critérios são utilizados para se divulgar ou não uma notícia. Isso porque estes profissionais atuariam como guardiões que permitem ou não que a informação "passe pelo portão", ou melhor, seja veiculada na mídia
11 A força da Notícia local. Disponível em:
http://encipecom.metodista.br/mediawiki/index.php/A_for%C3%A7a_da_not%C3%ADcia_local:_a_proximidade_como_crit%C3%A9rio_da_noticiabilidade Pág 6 Acesso em: 19. Jan 2010
26
autores sobre os Critérios de Noticiabilidade, e achamos útil, a título de pesquisa e
complemento, compartilhar.
Quadro 1: CRITÉRIOS DE NOTICIABILIDADE
Autor Categorias de Noticiabilidade
Carrol Warren Elementos básicos da notícia: atualidade, proximidade,
proeminência, curiosidade, conflito, suspense, emoção, conseqüências.
Fraser Bond (1962) Valor notícia: oportunidade, proximidade, tamanho,
importância. Elementos de interesse da notícia: interesse próprio, dinheiro, sexo, conflito, o incomum, culto do herói e da fama, expectativa, interesse humano, acontecimentos que afetam grandes grupos organizados, disputa, descoberta e invenção, crime.
Luiz Amaral (1969) Atributos fundamentais: atualidade, veracidade, interesse humano, amplo raio de influência, proximidade, raridade,
curiosidade.
J. Galtun e M. Ruge (1965) Critérios de noticiabilidade: momento do acontecimento, intensidade ou magnitude, inexistência de dúvidas sobre o seu significado, proeminência social dos envolvidos, proeminência das nações envolvidas, surpresa, composição tematicamente equilibrada do noticiário, proximidade, valores sócio-culturais, continuidade
Mar de Fontcuberta (1993) Interesse do público: atualidade, proximidade,
proeminência, conflito,conseqüências.
Mario Erbolato (1978) Critérios de notícia: proximidade, marco geográfico, impacto, proeminência (ou celebridade), aventura e conflito, conseqüências, humor, raridade, progresso, sexo e idade, interesse pessoal, interesse humano, importância, rivalidade, utilidade, política editorial do jornal, oportunidade, dinheiro, expectativa ou suspense, originalidade, culto de heróis, descoberta e invenções, repercussão, confidências.
Natalício Norberto (1969) Valor notícia: interesse pessoal (dinheiro, sexo,
solidariedade); interesse pelo próximo; proximidade; o incomum (conflito, crimes, expectativa, objetividade); tamanho; importância; oportunidade.
Nilson Lage (2001) Critérios de avaliação: proximidade, atualidade, identificação social, intensidade, ineditismo, identificação humana.
P. J. Shoemaker (1991) Critérios de noticiabilidade: oportunidade, proximidade, importância, impacto ou consequência, interesse, conflito ou
27
controvérsia, negatividade, freqüência, dramatização, crise, desvio, sensacionalismo, proeminência das pessoas envolvidas, novidade, excentricidade, singularidade.
Teun A. van Dijk (1990) Valores jornalísticos: novidade, atualidade,
pressuposição, consonância, relevância, desvio e negatividade, proximidade.
Fonte: Fernandes12
12
Mário Luiz Fernandes, Professor do curso de Jornalismo Univali/SC. Disponível em: http://encipecom.metodista.br/mediawiki/images/4/40/GT1-16_-_A_forca_da_noticia_local-Mario.pdf Acesso em: 17 mai. 2010.
28
5. TELEVISÃO E A COMUNICAÇÃO
5.1 A TV no Brasil
Pensar na chegada da televisão no Brasil é lembrar de um nome muito
conhecido que fez parte disso tudo – Chateaubriand. Polêmico, ousado, corajoso,
Francisco Assis Chateaubriand na década de 50, era o que se podia chamar de o
proprietário do primeiro império da comunicação no país: Diários e Emissoras
Associadas, uma empresa que incorporava vários jornais, revistas e emissoras de
rádio. Uma empresa que cresceu e se desenvolveu a partir do momento em que o
jovem jornalista que começou sua carreira no O Correio da Manhã em 1917,
comprou O Jornal, no Rio de Janeiro, em 1924. (PATERNOSTRO, 1999).
Rezende (2000), descreve que nessa época, o rádio que no Brasil nasceu
como um meio de comunicação de elite, já tinha se tornado uma coqueluche
nacional, lançando sucesso e criando ídolos, mas entrando na fase final da chamada
“época de ouro do rádio brasileiro”. Ainda assim, era um importante veiculo de
comunicação de massa, com uma audiência mantida pela programação variada das
emissoras, que incluía shows, esporte, noticiários, novelas e programas de auditório.
Como conta Paternostro (1999, p.28), Assis Chateaubriand queria aumentar
seu conglomerado e para isso resolveu trazer a televisão para o Brasil. Como na
época o equipamento não era produzido no país, toda a aparelhagem teve de ser
trazida dos Estados Unidos. Uma antena foi instalada no alto do edifício do Banco
do Estado de São Paulo para retransmitir as imagens que viriam dos estúdios
montados no prédio dos Diários e Associados. Existem poucos registros dessa
época, mas, segundo a autora, uma data marca a inauguração oficial da primeira
emissora de TV no país – 18 de setembro de 1950. Nesse dia entrava no ar a PRF-3
TV Difusora, depois TV Tupi de São Paulo.
Ainda segundo Paternostro (1999), em se tratando da primeira transmissão,
controvérsias giram em torno da primeira aparição. Em 1939, técnicos alemães já
traziam algumas demonstrações em uma feira de novidades, de um sistema de
transmissão de imagens utilizando uma câmera e um receptor. Logo na década de
1940 houve uma apresentação pública do sistema no Museu de Arte em São Paulo
e em 1946, no Rio de Janeiro, a Rádio Nacional, fez algumas experiências e
29
transmitiu imagens do programa Rua 42: técnicos franceses exibiram seus
equipamentos, transmitindo o que acontecia no estúdio da Nacional para televisores
instalados em locais determinados.
Em 20 de setembro de 1950, como narra Rezende (2000, p. 105), dois dias
depois de seu nascimento, a estação pioneira de TV no Brasil, a TV Tupi, canal 6 de
São Paulo, lançava ao ar a edição inaugural de seu primeiro telejornal: Imagens do
Dia.
Até o final da década de 50, funcionavam as TVs Tupi, Paulista (1952) e
Record (1953), em São Paulo, e Tupi Rio (1955) e Excelsior (1959) no Rio e Janeiro
e a TV Itacolmi (1956) em Belo Horizonte, como cita Paternostro (1999), que lembra
que a TV surgia como uma ótima oportunidade para vender marcas e produtos.
Eles foram introduzidos no nome de quadros e programas, como Grande Gincana
Kibon, Espetáculos Tonelux, Divertimentos Ducal, Concertos Musicais Mercedes
Benz...
Em 1965 surge a emissora das Organizações Globo, do Rio de Janeiro. No
dia 1º de setembro de 1969, entra no ar o Jornal Nacional, transmitida via Embratel –
um sistema de microondas que a Globo aderiu para a utilização de satélites de
telecomunicações, o Intelsat, que permitia a estrutura para as redes nacionais de
televisão. Seguindo esse crescimento, 1962 tem início a transmissão em cores no
Brasil, quando a TV Excelsior de São Paulo transmite no Sistema NTSC o programa
Moacyr Franco Show. (JUNIOR, 2002; PATERNOSTRO, 1999; REZENDE, 2000).
Segundo Bittencourt (2007, p.217) com o advento do videotape foi permitido a
edição posterior dos programas, evitando os problemas e surpresas ao vivo. O
videotape permitiria a organização do uso do tempo na televisão e a melhoria nas
condições de produção.
O Telejornal Brasil introduz a figura do âncora no telejornalismo brasileiro, que
segundo Paternostro (1999, p.34), embora consagrado nos telejornais norte-
americanos, ainda não existia por aqui. O TJ Brasil se contrapõe ao Jornal Nacional,
que permanece na liderança da audiência. Mesmo assim, o TJ consegue imprimir
sua marca e leva as emissoras a reformular o formato de seus telejornais. A década
de 90, como ressalta a autora, ficou marcada pelo “vale-tudo” das emissoras
brasileiras, em nome da conquista de pontos nos índices de audiência.
30
5.2 O telejornalismo no Brasil
O primeiro telejornal da TV brasileira foi o Imagens do Dia e nasceu junto com
a TV Tupi de São Paulo, em 1950. Mas o primeiro telejornal de sucesso, foi o
Repórter Esso, que estreou em 1953 também na Tupi e ficou no ar por quase 20
anos. O Jornal Nacional é o que está no ar por mais tempo, desde 1969 e até hoje é
líder na audiência, no horário. (PATERNOSTRO, 1999)
Reunindo os autores Rezende (2000); Paternostro (1999) e Sodré (1999),
conseguimos a relacionar cronologicamente, alguns telejornais que são ponto de
referência na história:
Imagens do Dia: 1950 – TV Tupi de São Paulo
O Repórter Esso: 1953 a 1970 – TV Tupi de São Paulo
Edição Extra: Primeiro telejornal no horário vespertino - TV Tupi de São
Paulo
Jornal de Vanguarda: 1962 – TV Excelsior do Rio de Janeiro
Show de Notícias: 1963 a 1964 – TV Excelsior de São Paulo
Jornal Nacional: 1969 – TV Globo do Rio de Janeiro
Bom dia São Paulo: 1977 – TV Globo de São Paulo
TV Mulher: 1980 – TV Globo de São Paulo
Bom dia Brasil: 1983 – Rede Globo
TJ Brasil: 1988 – SBT
Aqui e Agora: 1991 a 1997 - SBT
Jornal da Band: 1997 – TV Bandeirantes de São Paulo
No início de sua história, a linguagem do telejornal era mais próxima à do
rádio. Com frases eram longas e muitos detalhes sobre os assuntos enfocados, o
locutor passava os acontecimentos como eles ocorriam e dava ao conteúdo todos os
detalhes e adjetivos possíveis. Por esse quadro, o programa de maior sucesso da
década de 1950 o “Repórter Esso” comandado por Kalil Filho, se transformou num
grande sucesso na TV. O ícone do rádio foi transmitido pela primeira vez na TV, em
17 de junho de 1953, em São Paulo, apresentando 33 minutos de duração. Com a
famosa frase “Aqui fala o seu Repórter Esso – testemunha ocular da história”.
(PATERNOSTRO, 1999).
31
Como define Rezende (2000), em sua primeira fase, a TV no Brasil “era
totalmente baseada na fala, com pouca visualização”. A programação televisiva
apresentava um baixo índice de noticiários, “[...] porque na competição com o rádio
ela perdia em relação à instantaneidade”. (FURTADO, 1988, p.60 apud REZENDE
2000).
5.3 Importância da TV na vida contemporânea
A televisão se tornou um meio de comunicação popular e por isso
indispensável nos lares brasileiros. Parece impossível imaginar a vida nos dias
atuais sem ela. Chaves (apud PATERNOSTRO 1999, p.14) comenta a importância
da TV nos dias atuais:
A televisão torna-se hoje preponderante na vida de todos os habitantes do planeta. O sucesso de um acontecimento se mede pela audiência. A maior Copa do Mundo de todos os tempos não é assim considerada pela presença dos maiores craques, número de países [...] O que conta são quantos bilhões de pessoas suspendem seus afazeres para ver os jogos pela televisão.
Uma pesquisa realizada pelo centro de Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios - PNAD mostra o número de domicílios particulares que continham ou
não televisão em quando a pesquisa foi realizada, 2002.
Figura 1: Número de domicílios que possuíam ou não televisão no Brasil, em
2002.
Total de domicílios com televisão Total de domicílios sem
televisão Total de domicílios que
não declararam Cores Preto e branco
40 459 995 2 318 815 4 763 575 16 274
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2002.
Analisando esse quadro, e sabendo que a população brasileira, segundo o
IBGE13 atingiu 191,5 milhões de habitantes em 2009, é possível compreender que
11
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que tem atribuições ligadas às geociências e estatísticas sociais, demográficas e econômicas, o que inclui realizar censos. É uma instituição vinculado ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/ Acesso em 12 abr. 2010.
32
os números para o ano de 2002 já eram altos e destes, apenas 4.763.575 de lares
não possuíam televisores.
Rezende (2000, p.23) comenta os fatores que definiram, ao longo do tempo, a
importância da televisão no Brasil:
Vários fatores contribuíram para que a TV se tornasse mais importante no Brasil do que em outros países: a má distribuição da renda, a concentração da propriedade das emissoras, o baixo nível educacional, o regime totalitário das décadas de 1960 e 70, a imposição de uma hegemonia cultural e até mesmo a alta qualidade da nossa teledramaturgia.
Mais do que um simples objeto, a televisão durante muito tempo foi um
“aproximador social”. Diariamente famílias se reuniam a frente da TV para
acompanhar os telejornais e/ou as novelas. Mas hoje em dia isso vem perdendo
forças. Muitas pessoas não gostam da ideia de terem seus horários programados
por alguém, gostam de algo mais livre, e foi a internet que trouxe esse “ambiente
livre” – mas isso veremos mais a frente. A televisão ainda é insubstituível, pois é um
meio de comunicação acessível a quase todos. Mais de 95% da população brasileira
tem uma televisão, um número bem maior do que as pessoas que possuem internet
banda larga. (PATERNOSTRO, 1999; BISTANE; BACELAR, 2005).
Junior (2002, p.13) comenta a evolução da TV no mundo contemporâneo:
A TV foi a mais importante revolução virtual: tem as imagens que o rádio não possui e é capaz de fixar hábitos na rotina das pessoas [...] Como a porta da Caverna de Platão, a TV é o contato com o ideal, com o inalcançável, com o indireto. Senta-se em família diante dela como os primitivos sentavam diante da fogueira. [...] A TV é um mediador de parte significativa de nossas relações sociais.
5.4 A TV Digital no Brasil “Não é possível dizer com precisão quando a TV Digital chegará ao Brasil. A
previsão é de que será implantada até 2010. Falta ainda decidir o padrão a ser
adotado: americano, europeu ou japonês.” (BISTANE & BACELLAR, 2005, p.116)
Tal citação, de 2005, norteava o que seria a TV Digital no Brasil. E estava no
caminho. No dia 29 de junho de 2006, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assinou
o decreto nº 5.820, que estabeleceu as diretrizes para a digitalização da TV
brasileira. Tal documento definiu o padrão japonês ISDB-T como base do Sistema
Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T), e determinou que se
33
incorporassem inovações tecnológicas locais. A partir de então, definiu-se sete anos
para o processo de digitalização no país, como descreve Cruz (2008, p.87).
Segundo o DTV,14 outros importantes diferenciais do SBTVD são a mobilidade
e a interatividade. No caso da mobilidade é possível percebê-la na prática, uma vez
que já estão à disposição do consumidor brasileiro diversos dispositivos móveis por
meio dos quais se pode assistir à TV digital, como celulares, mini-televisores e
receptores USB para micros. São muitas as possibilidades de interatividade e várias
empresas estão trabalhando no desenvolvimento de aplicações que vão possibilitá-
las. Em breve os usuários, utilizando o controle remoto, poderão responder a testes,
obter informações sobre programas, comprar produtos anunciados, participar de
enquetes e realizar operações bancárias etc.
Para as empresas, é um novo modelo de negócio. Dependendo do padrão, a
transmissão em HDTV possibilitará também que um mesmo canal exiba,
simultaneamente, vários tipos de programação. Segundo Bistane & Bacellar (2005),
essa é uma possibilidade de conquistar ainda, públicos diferentes.
O início das transmissões do SBTVD ocorreu no dia 02 de dezembro de 2007,
em São Paulo, pelo SBT. (CRUZ, 2008).
5.5 Telejornalismo 5.5.1 O objetivo é ser compreendido
Para Squirra15 (2002) o telejornalismo tem linguagem e formas de expressão
consolidadas nos dias atuais. No Brasil e fora dele. Mas segundo Yorke (1998 p.
67), diversos experimentos provam que os níveis de compreensão do público que
assiste o noticiário da televisão são bastante baixos. Muitos telespectadores tem
dificuldade de em recordar conteúdos de programas que acabaram de ver, e são
incapazes de lembrar de longas histórias apresentadas, confundem a identidade dos
personagens e misturam as localizações geográficas.
14 Site Oficial da TV Digital Brasileira. Disponível em: http://www.dtv.org.br/ Acesso em: 4 jun. 2010. 12 Texto publicado na Revista Comunicação e Sociedade no.38, do PósCom-Umesp, Editora da Universidade Metodista de S.Paulo, 2002
34
Além disso, é preciso levar em conta, que muitas vezes, quem assiste um
programa de TV está ao mesmo tempo realizando outras tarefas: a mãe preparando
o jantar, o pai querendo descansar do trabalho enquanto os filhos brincam e
conversam na sala. Para que tal situação não seja um problema, cabe ao repórter e
ao apresentador de telejornal, a linguagem simples, a ideia sucinta e o foco na hora
de chamar, rodar ou comentar uma matéria. (LAGE, 2004; PATERNOSTRO, 1999).
Yorke (1998), lembra um ditado do jornalismo, válido para o rádio e a TV, que
diz: “Diga o que vai dizer; diga-o; depois diga o que disse.” Esse ditado lembra como
é importante uma linguagem clara, direta, objetiva e de fácil compreensão, afim de
fazer o espectador compreender a matéria, e não esquecê-la.
Para Rezende (2000), diferente do jornal ou revista, você não pode voltar e
assistir novamente a reportagem na TV para poder compreende-la. Para isso, situar
o espectador na introdução da reportagem, garantirá que ele possa continuar
acompanhando a matéria, que saberá do que, quem ou de onde está se falando.
Assim, evidência a importância de um vocabulário acessível e de uma sintaxe
simples que alcança maior eficácia quando se encaixa no ritmo adequado do
telejornal que produz. (REZENDE, 2000, p.95).
Dificilmente quem assiste assimilará e guardará na memória números, valores
e dados quando estes forem quebrados. A utilização do “aproximadamente” ajuda
muito nesse caso. Outra opção é fazer o uso de infográficos para apresentá-los tal
quais são. A imagem auxilia na compreensão. (BISTANE; BACELLAR, 2005).
5.5.2 O texto telejornalístico - Como escrever para a TV
Mais semelhante ao roteiro de rádio, os roteiros de televisão são
característicos por frases curtas, coesas e diretas. Assistir televisão deve ser como
ouvir um amigo contar uma história. Mas, como você não pode interromper este
“amigo” e pedir para que ele explique novamente o que disse, é papel do jornalista
tornar seu texto, imaginando mesmo uma conversa - de fácil compreensão. A voz
ativa é sempre mais objetiva que a passiva, assim como verbos são preferidos aos
adjetivos e simplificar usando palavras comuns, é melhor do que utilizar palavras
específicas (BAHIA, 1990; BISTANE; BACELLAR, 2005; LAGE, 2004).
Paternostro (1999, p.63) articula o poder da televisão e seu papel:
35
A televisão combina a utilização simultânea de dois sentidos do ser humano, a visão e a audição. Sem contar que uma noticia de grande impacto afeta as pessoas de forma emocional. Dependendo da intensidade, da força uma imagem que aparece no ar por escassos 15 segundos permanece na mente do telespectador por muito tempo, às vezes para sempre.
Hoje existem noticiários especializados, mas a maior parte do telejornalismo
ainda se dedica ao público em geral. Yorke (1998, p.61) justifica essa relação:
Ao contrario dos jornais escritos, que podem limitar a leitura a grupos sociopolíticos bem definidos, a televisão visa a todos e deve ser entendida por todos. Portanto, não pode ser nem muito intelectual, nem insultar a inteligência.
Em telejornalismo, o texto é escrito para ser falado (pelo locutor) e ouvido
(pelo telespectador). Pela própria característica dos veículos eletrônicos de
comunicação – a instantaneidade -, o receptor deve “pegar a informação de uma
vez”. Se isso não acontece, o objetivo de quem está escrevendo – transmitir a
informação – fracassa. (PATERNOSTRO, 1999, p.66).
5.5.3 O texto escrito para ser falado
Mais uma vez citando aqui a inevitável comparação com o jornal, na televisão
não é possível voltar e reler o que foi dito. Para isso, é importante ter certeza que o
texto é claro e de fácil compreensão. Uma dica pra saber se o texto está bom,
coerente e sem cacofonias é ler a produção em voz alta algumas vezes. Com a
leitura é possível perceber os possíveis erros de concordância, rimas ou aquelas
frases de sonoridade estranha que provocarão ruídos na transmissão da mensagem.
Paternostro (1999, p.66) exemplifica:
Leia em voz alta: “A seleção já está na concentração, em preparação para o jogo contra o Japão”. Ao ouvir a própria voz, você percebe que a frase já não soa bem e deve reescrevê-la: “A seleção já está concentrada, e se prepara para o jogo contra o Japão”.
Bahia (1990) defende que não é difícil e que qualquer pessoa pode
reconhecer que o texto do telejornal mais parece um texto escrito para ser lido do
que um texto falado produzido para um interlocutor distante. Ler o texto em voz alta
e prestando atenção é tão importante que pode salvar o repórter de algumas
furadas. Em alguns casos, substituir palavras por seus sinônimos podem dar uma
harmonia à sonoridade, maior no texto.
36
É comum em uma grande reportagem por exemplo, um texto sem ritmo fazer
com que o telespectador se perca na história e pior, perca o interesse na matéria. É
com bom ritmo que se prenderá o interessado, ele favorece a concentração de quem
está assistindo a TV. Frases curtas e a pontuação adequada evitarão que o texto se
torne agressivo demais, ou muito lento. (BAHIA, 1990; LAGE, 2004).
Bistane & Bacellar (2005, p.15) cita Carlos Drummond de Andrade dizendo
que “escrever é a arte de contar palavras”, e complementa:
Escrever para a TV é a arte de contar palavras, frases e às vezes, o parágrafo inteiro. Mas não confunda economia de palavras com pobreza de estilo. Um texto curto não precisa ser desinteressante, sem graça, burocrático. O ideal é prender o telespectador já no início da matéria.
Citando Paul Valery16, “Entre duas palavras, escolha sempre a mais simples.
Entre duas palavras simples, escolha a mais curta.”
5.5.4 O texto coloquial
O texto coloquial é praticamente aquela conversa simples que se tem todos
os dias, com as pessoas que convivemos. É um “texto” simples, quase informal e de
fácil compreensão. Na televisão devemos aproximar essa linguagem. É ela que
contará a noticia como se o repórter estivesse conversando com quem está em casa
e é para ela que vai transmitir suas informações. Com essa ideia na cabeça, fica
bem mais fácil escrever um texto que deve ser assimilado, instantaneamente, por
milhões de telespectadores. (MOLLICA, 2003; PATERNOSTRO, 1999).
Ainda para as autoras, em uma notícia, o que é dito sempre é assimilado com
alguma contextualização de mundo, ou com algo que está na memória de quem
recebe a mensagem. Por isso, se as palavras são confusas, desconhecidas ou
complexas ou especificas demais, corre-se o risco do telespectador não prestar
atenção no que está sendo dito e só observar as imagens.
Mollica (2003, p.17) reforça a ideia da compreensão pela contextualização:
Como se sabe, os fatores de coerência são decorrentes da lingüística e do conhecimento de mundo [...] São decorrentes também do conhecimento compartilhado, inferências, fatores de contextualização, situacionalidade, informatividade, focalização, intencionalidade, intertextualidade, consistência e relevância.
16 Paul Valéry foi um pensador e poeta francês. Seus escritos são conhecidos pela originalidade e pela variedade de temas abordados.
37
Quanto mais palavras forem familiares, maior será o grau de comunicação. O
texto precisa ser simples, não pobre. Popular, mas não vulgar. Natural e não
rebuscado. A compreensão precisa ser instantânea. Por isso é melhor abusar das
frases diretas e curtas. Nada de enrolação. Proponha-se a dizer o que veio dizer,
isso basta. (LAGE, 2004; PENA, 2005).
Paternostro (1999) analisa e contesta o uso de adjetivos, concluindo que
quando são utilizados para enfeitar a frase, devem ser evitados, mas se
complementam a informação, eventualmente podem ser usados.
Vale ressaltar que em um país como o Brasil, tão diferente em seus
regionalismos, existem palavras que possuem diferentes significados, dependendo
da região. Nem sempre o significado para a população do sul, será o mesmo para a
do nordeste. E vice-versa. Por isso, a clareza e a objetividade, mais uma vez, se
fazem muito importantes. (LAGE, 2004).
5.5.5 O texto e as imagens
Para saber se o texto escrito faz sentido, uma boa dica é ouvi-lo de olhos
fechados. Assim, para Yorke (1998), o ponto de partida para qualquer jornalista que
se propõe a trabalhar na televisão, é saber que as palavras devem ser adaptadas às
imagens, e não o contrário.
A principal diferença da TV para outros veículos de comunicação (excluindo
aqui a internet que hoje em dia faz a convergência midiática, e veremos mais a
frente), é que possui imagens. Não uma ou duas fotos, mas imagens, cenas
registradas em vídeo. Quando existe uma cena forte de algum acontecimento, ela
certamente levará vantagem sobre as palavras. Ela pode ser suficiente para passar
emoção, mas não é suficiente para contar uma história, rica em detalhes de tal
acontecimento. (LAGE, 1979; PINHO, 2003).
Antes de escrevermos um texto, precisamos porém saber quais imagens
temos disponíveis. Elas podem ser as feitas pelo cinegrafista no dia anterior, assim
como as imagens de arquivo da emissora, que auxiliaram na cronologia ou relato
histórico sobre determinado tema. O contrário pode acontecer apenas quando há
uma pauta e é a partir dela que o cinegrafista sairá em busca de imagens. Se o
editor sugerir uma pauta sobre o dia dos namorados, depois de uma conversa com o
repórter para saber qual sua ideia de texto, cabe ao cinegrafista uma boa seqüência
38
de imagens que ajudem a contar a história – nesse caso, a data. (PATERNOSTRO,
1999).
A ideia de reportagem como um audiovisual deve ser totalmente deixada de
lado, descreve Paternostro (1999). Não é preciso dizer o que está sendo mostrado.
É obvio demais. A matéria se tornará cansativa e redundante. Para casar o texto e
imagem, sem deixá-lo excessivo, identificar os elementos fundamentais da notícia,
com uma carga de novidade ou informação complementar, é o essencial.
Sobre isso, Rezende (2000) e Wohlgemuth (2005) dizem que nem sempre as
matérias acontecem nessa ordem. Algumas imagens renderão boas reportagens se
a equipe contar com um cinegrafista atento e com a câmera sempre à mão. Uma
imagem é capaz de garantir a veiculação de um assunto que talvez nem fosse ao ar
se o cinegrafista não tivesse a sorte de captar tal cena. Flagrantes ou cenas
curiosas também podem render assunto. A ponte que recentemente desmoronou
sobre o rio Jacuí, no Rio Grande do Sul, e o cinegrafista que naquele momento
registrou tudo, rendendo até repercussão nacional, são um bom exemplo disso.
Rezende (2000) define a televisão como multidimensionais e multisensoriais,
e que tendem com mais intensidade sobre o receptor, repercutindo quase
diretamente no seu emocional, sem passar pela mediação do intelecto. E descreve:
Na comunicação audiovisual, portanto, registra-se o predomínio das sensações sobre a consciência, dos valores emocionais sobre os racionais [...] Por causa disso, as produções televisivas privilegiam, às vezes em excesso, a força expressiva da imagem, inclusive nos telejornais. (REZENDE 2000, p.40)
Reforçando a ideia de que a imagem deve ser sempre uma preocupação
necessária na hora da construção de uma matéria, mas não pode deixar de lado as
informações, Rezende faz referência ao manual de telejornalismo da Rede Globo de
Televisão, que por sua vez, e espelha nas normas do Television News, receituário
do telejornalismo norte-americano, que a TV brasileira adaptou:
Respeitar a palavra é muito importante na televisão. Imprescindível no entanto, é não esquecer que a palavra está casada com a imagem. O papel da palavra é enriquecer a informação visual. Quem achar que a palavra pode competir com a imagem, está completamente perdido. Ou o texto tem a ver com o que está sendo mostrado, ou o texto trai a sua função. (Manual de Jornalismo Rede Globo de Televisão 1984: 11 apud REZENDE, 2000).
39
5.6 A edição
Junte imagem, informação e emoção – está pronta uma reportagem
jornalística que tem os ingredientes certos para um bom resultado. Isso porque
isolados, cada um atingiria um nível de interesse do telespectador. Mas é com o
recurso da edição que é possível dar-lhes ritmo e sentimento.
Mas afinal o que é realmente “editar”? Thomaz17 (2006) & Wohlgemuth (2005)
ajudam a responder essa pergunta situando que editar significa montar a matéria,
selecionar o que será usando em imagens e som, através de um sistema eletrônico
de edição e dar as imagens selecionadas um sequência lógica, clara, objetiva,
concisa e de fácil compreensão para o telespectador. Por ser considerada uma
“arte”, por muitos, requer paciência, habilidade, criatividade e concentração. E claro,
fidelidade às informações, fugindo da famosa “manipulação na edição.”
As grandes emissoras de TV ainda tem presente em sua equipe o editor de
imagens, que nada mais é do que uma pessoa que trabalha especificamente com
edição de vídeo. Nota-se no entanto, que nas pequenas emissoras, aqui em
Blumenau citando a TV Galega, por exemplo, são os próprio repórteres ou
cinegrafistas que fazem a edição. Se pensarmos que o pauteiro deixou de existir nas
redações e passou a ter um repórter multifuncional, é possível imaginar que em
alguns anos isso aconteça na televisão também. Por isso, cada vez mais é
importante o profissional multifuncional, aquele que domina várias áreas18.
Para uma boa edição, Bistane & Bacellar (2005) esclarecem que o primeiro
passo é fazer a decupagem das imagens gravadas. Além de ganhar tempo, ganha-
se espaço no HD utilizado para edição – imagens “pesam bastante” no computador.
Enquanto é feita a decupagem, o repórter deve começar a rascunhar a matéria,
colocando no papel as palavras-chave e a ideia inicial, junto do tempo que marca no
time code19, para já ter uma noção de quanto tempo terá a matéria.
Paternostro (1999) define algumas dicas importantes sobre decupagem:
A decupagem é o principio de tudo. Cada editor pode escolher uma forma própria de decupar, mas todos devem seguir a regra básica de anotar take a take em uma folha de papel o time code, ou o indicador
17 Patricia Thomaz é jornalista e especialista em propaganda e marketing pela Universidade Estadual de Londrina – UEL,
mestranda do programa de pós-graduação em comunicação da UNIMAR, pesquisadora credenciada junto ao CNPq e integrante do Núcleo de Pesquisa da História da Mídia no Brasil – Himídia, ligado a Rede Alfredo de Carvalho. 18
Mais a frente falaremos sobre isso novamente, pensando no mundo acadêmico – ideia central do projeto. 19 Relógio digital que marca o tempo com precisão de frames, utilizado para decupagem de fitas na edição. Marca horas, minutos, segundos e frames do que está gravado. Exemplo: 07:34:56:12
40
de tempo do player, onde está o que é mais significativo daquela gravação. Com certeza, vai precisar muito dessa marcação, por isso ela deve ser segura e exata. (PATERNOSTRO 1999, p.129).
Com a seleção de imagens e as entrevistas gravadas, agora é preciso
separar os trechos que irão à matéria, como sonoras.20 Cada trecho selecionado
devera ter um nome especifico que será usado depois como o nome desse arquivo.
É necessário anotar as deixas iniciais (D.I) e deixas finais (D.F) para saber
exatamente qual o trecho que será usado. (Bistane & Bacellar, 2005; Yorke 1998).
Yorke (1998) diz que depois de escolhidas as sonoras é hora de escrever e
gravar os OFFs21. Aqui valem as informações de narrativa da notícia. As
informações mais importantes o repórter deve gravar com uma passagem22 no local
da notícia. Para causar efeito na reportagem, quase sempre são usados os recursos
de background23 para destacar barulhos, ruídos, gritos ou tiros, por exemplo, para
ilustrar a matéria. Esse “destaque” é chamado de sobe som.
Complementando, Wohlgemuth (2005, p. 82) descreve os tipos de edição:
Em linhas gerais existem, existem duas formas básicas de edição: a de ritmo lento e a de ritmo rápido. Na edição de ritmo lento, os quadros ou cenas são de montagem longa e não se alternam com muita frequência. Na edição de ritmo rápido, as cenas são poucas e longas. Em ambos os casos a duração geral das ações ou movimentos não varia, muda unicamente a quantidade de cenas que formam as sequências.
Como afirma Scalzo (2004, p.74), a infografia chegou mesmo para ficar, junto
com a informatização das redações e os novos recursos gráficos disponibilizados
pelos computadores, e é um ótimo recurso atrativo/visual. É uma maneira de
fornecer informação, utilizando um conjunto de gráficos, tabelas, desenhos, fotos,
legendas, ilustrações, mapas, maquetes. Mas ressalta que nunca deve ser usado
como mero enfeite. “Ela pode ser bela; mas é, acima de tudo, informação visual.”
20
Falas/depoimento dos entrevistados. 21
Voz do repórter ou locutor (sem seu vídeo) acompanhando as diversas imagens. 22 Gravação feita pelo repórter, que serve para fazer ligação entre o OFF e as entrevistas. 23 Ou BG.
41
Figura 2: MODELO DE INFOGRÁFICO Figura 3: MODELO DE INFOGRÁFICO
DESENHO GRÁFICO
Fonte: STD Comunicação Integrada24
Fonte: 3Bp25
24
Disponível em: http://admin.std1.com.br/imagens_internas/trabalhos/infograficoinovacao700x700.jpg Acesso em: 10 mai. 2010. 25
Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/_6886BCkrAL0/S8OlBB2xy9I/AAAAAAAAFCE/_CiKtXAseV4/s1600/infografico_guerras.png Acesso em: 10 mai. 2010.
42
6.INTERNET E A COMUNICAÇÃO
Como narra Pinho (2003, p.21), o principio da conectividade entre os
computadores teve seu inicio na Guerra Fria, quase sem querer, com um fato
aparentemente sem ligação com a questão. Em 1957, União Soviética colocou em
órbita o seu primeiro satélite espacial artificial, o Sputinik, e quatro meses depois, o
presidente norte-americano Dwight Eisenhower anunciava a criação da Advanced
Research Projects Agency (ARPA), ligada ao Departamento de Defesa, cuja missão
era pesquisar e desenvolver alta tecnologia para aplicações militares.
Assim, como descreve o autor, A ARPA reuniu alguns dos mais brilhantes
cientistas, responsáveis pelo desenvolvimento e lançamento com sucesso em
dezoito meses, do primeiro satélite artificial dos Estados Unidos. Enquanto isso, a
Guerra Fria desencorajava a comunicação e colocava barreiras entre os países
capitalista e comunistas, criando uma política de profundo antagonismo. O
Departamento de Defesa norte-americano trabalhava arduamente preparando-se
para um eventual conflito entre as duas potências, sistematizando planos complexos
de comando e controle para que as altas patentes militares e os políticos pudessem
se comunicar e sobreviver no meio de uma guerra nuclear.
A ideia era a criação de um sistema de comunicação não hierárquico, em
substituição ao sistema tradicional, e a implementação as redes de comutação de
pacotes, os quais garantiriam que o comando e o controle dos Estados Unidos
pudessem sobreviver no caso de um ataque nuclear maciço, destruindo o
Pentágono. E assim foi criada a ARPANET, que funcionava através de um sistema
conhecido como chaveamento de pacotes. O ataque inimigo nunca aconteceu, mas
dava início ao maior fenômeno midático do século 20 - único meio de comunicação
que em apenas 4 anos conseguiria atingir cerca de 50 milhões de pessoas. (PINHO,
2003).
Em 29 de Outubro de 1969 ocorreu a transmissão do que pode ser
considerado o primeiro e-mail da história26. O texto desse primeiro e-mail seria
"LOGIN", conforme desejava o Professor Leonard Kleinrock da Universidade da
Califórnia em Los Angeles (UCLA), mas o computador no Stanford Research
Institute, que recebia a mensagem, parou de funcionar após receber a letra "O".
26 Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Internet#cite_note-diariodigital-0 Acesso em: 28 jan. 2010.
43
Como descreve Bogo (2000),27 depois de algumas pesquisas, a ARPANET
mudou do NCP para um novo protocolo chamado TCP/IP (Transfer Control
Protocol/Internet Protocol) desenvolvido em UNIX. A maior vantagem do TCP/IP era
que ele permitia (o que parecia ser na época) o crescimento praticamente ilimitado
da rede, além de ser fácil de implementar em uma variedade de plataformas
diferentes de hardware de computador.
Em 1990, segundo Pinho, mesmo ano em que o Brasil passou a conectar-se
com a rede mundial de computadores, ao lado da Argentina, Áustria, Bélgica, Chile,
Grécia, Índia, Irlanda, Coréia, Espanha e Suíça, a ARPAnet foi formalmente
encerrada, devido a superação de outras redes. Nascia então a Internet,
compreendendo 1.500 sub-redes e 250 mil hosts, pronta para entrar e fazer parte da
vida das pessoas comuns.
Em 1991, a grande novidade da Internet foi a invenção da World Wide Web -
WWW – gestada pelo engenheiro Tim Berners-Lee no Laboratório Europeu de
Física de Partículas (CERN). A Web é provavelmente a parte mais importante da
Internet e, para muitas pessoas, a única parte que elas usam, classificam
praticamente, como um sinônimo. O método extremamente simples e eficiente do
sistema de hipertexto distribuído, baseado no modelo cliente-servidor, tem como
principais padrões o protocolo de comunicação HTTP28, a linguagem de descrição
de páginas HTML29 e o método de identificação de recursos URL30. (PINHO, 2003).
A NSF cria o Internet Networ Information Center (InterNIC), que atribui
números de IP únicos a quem pedir e é também o gestor da raiz (topo da hierarquia)
do Domain Name System (DNS) mundial. A InterNIC ainda armazena informações
sobre a rede mundial e mantem um banco de dados com informações sobre toda a
comunidade da Internet.
As taxas de crescimento da Internet aumentam de maneira continua e quase
exponencial, sendo até hoje o meio de comunicação com o menor período de
aceitação entre a descoberta e a sua difusão maciça, conforme mostra a tabela:
27
Em: A história da Internet – Como tudo começou. Disponível em: http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=11&rv=Vivencia Acesso em: 20 mai. 2010. 28
Hypertext Transport Protocol é o protocolo que define como dois programas/servidores devem interagir, de maneira que transfiram entre eles comandos ou informações relativos ao WWW. 29
Hypertext Markup Language é a linguagem padrão para escrever documentos Web, que contenham informação nos mais variados formatos: texto, som, imagens, animação... 30 É o localizador que permite identificar e acessar um serviço Web.
44
Quadro 2: INTERVALO ENTRE A DESCOBERTA DE UM NOVO MEIO DE
COMUNICAÇÃO E SUA DIFUSÃO
Meio de Comunicação Tempo de Aceitação Datas
Imprensa 400 anos De 1454 ao século XIX
Telefone 70 anos De 1876 até o período posterior à
Segunda Guerra Mundial
Rádio 40 anos De 1895 até o período entre as
duas Guerras Mundiais
Televisão 25 anos De 1925 até os anos de 1950
Internet 7 anos De 1990 até 1997
Fonte: Pinho (2003, p.38).
Mas, como descreve Vieira (2003), o “começo” da Internet foi difícil, já que
desconhecida do público, requeria tempo para se obter algum conhecimento que
pudesse ser compartilhado com os interessados. E esse público restrito e pequeno
era basicamente formado por acadêmicos, profissionais de informática e geeks em
geral. É também por isso, que se diz que foi a época da evangelização das agencias
de propagandas, por exemplo.
O World Internet Users and Population Stats31, apresenta uma pesquisa que
data de 30 de setembro de 2009 e divulga os números relacionados à Internet, até
então:
31 Disponível em: http://www.internetworldstats.com/stats.htm Acesso em 28 jan.2010
45
Figura 4: ESTATÍSTICAS SOBRE O USO DA INTERNET
Fonte: Internet World Stats
Figura 5: NÚMERO DE USUÁRIOS DE INTERNET, POR REGIÃO
Fonte: Internet World Stats
46
Figura 6: USO DA INTERNET, POR REGIÃO
Fonte: Internet World Stats
6.1 Afinal, o que é internet?
Segundo Pinho (2003, p.41), o termo Internet vem da expressão inglesa
“Interaction or Interconnection between computer Networks” que quer dizer Interação
ou interconexão entre as redes de computador. Significa, simplificando, uma rede de
computadores conectados em diversos países dos seis continentes para
compartilhar informações e, em situações especiais, também recursos
computacionais.
Já para Rodrigues32, os principais benefícios em utilizar a internet merecem
ser lembrados ao usuário sempre que possível. Para ele, a internet ainda reavivou o
contato do cidadão com as instituições, e por isso deve-se estimular a cada instante
a opinião do usuário, já que ele é o termômetro de informações e serviços que você
disponibiliza.
32 Em: “Check-list” sobre informação na Web. Disponível em: http://www.arteccom.com.br/webdesign/downloads/25/3.pdf Acesso em: 02 abr. 2010.
47
6.2 Características da Internet como mídia
A internet como suporte midiático propicia aos produtores de informação o
emprego simultâneo e/ou combinado de várias linguagens: a escrita, o som, a
imagem animada, a imagem estática, hiperligações que ajudam o leitor a
estabelecer seu próprio percurso de leitura, a editar informações que deseja receber
naquele momento específico da navegação.
Um noticiário em “tempo real” (ou “real time”) não é, nem nunca foi o grande
avanço do jornalismo on-line. O século XX consagrou este estilo, através do rádio e
da televisão. O jornalismo on-line, como descreve Almeida(2008),33 é diferente de
outros formatos, porque é imperecível (não volátil como o rádio, a TV e outros
meios impressos) e porque é uma valiosa ferramenta de pesquisa, servindo como
banco de dados.
Almeida (2008) descreve as características da Internet:
Quadro 3: CARACTERÍSTICAS DA INTERNET
Ser Instantânea
Ser Interativa
Ser Memorialística
Ser Multimídia
Ser Personalizada
Ser Hipertextual
Fonte: Elaboração própria.
Utilizando Almeida (2008), Canavilhas e Pinho (2003), podemos definir as
características da Internet:
33
Professor Airton Lorenzoni Almeida, em “As características da internet como mídia”, disponibilizado aos acadêmicos de jornalismo da faculdade Ibes Sociesc, para a disciplina de Jornalismo Digital em 2008/2.
48
Instantaneidade: A rapidez do acesso, combinada com a facilidade de produção e
disponibilização, propiciadas pela digitalização da informação e pelas tecnologias
temáticas, permitem uma extrema agilidade de atualização do material dos jornais
da web. Isso possibilita o acompanhamento contínuo em torno do desenvolvimento
dos assuntos jornalísticos de maior interesse.
Interatividade: Disponibilização de ferramentas que estimulam a interação entre
emissor e receptor, de forma bilateral e simétrica. Por exemplo, a utilização de
espaços para comentar a notícia, chats, fóruns, envio de material referente ao fato,
e-mails, entre outros. No caso de e-mails, eles podem tanto funcionar para o acesso
do leitor ao jornalista, quanto para que os leitores escolham temas que mais lhe
agradem e os recebam atualizados em seu e-mail.
Memorialística: A memória vai além do simples arquivo, pois possibilita ligar uma
notícia aos seus antecedentes, de forma a enriquecer o jornalismo e a leitura on-line,
contextualizando os fatos e fenômenos jornalísticos. A memória na Web se contitui
em importante ferramenta para o jornalismo aprofundar e contextualizar novos fatos
jornalísticos.
Multimídia: No contexto do Webjornalismo, a multimídia refere-se à convergência
dos formatos das mídias tradicionais, como imagem, texto e áudio, na narrativa do
fato jornalístico. Esta convergência torna-se possível em função do processo de
digitalização da informação e sua posterior circulação e/ou disponibilização em
múltiplas plataformas e suportes, em uma situação de agregação e
complementaridade.
Personalização: A personalização na Web resulta da integração do sistema de
edição em uma base de dados. Essa personalização é conseguida através do
registro, por parte do internautauta, em uma publicação ou por meio de RSS; os
internautas podem customizar e formatar não só o tema, mas também o visual do
seu jornal, quando o veículo dispõe do serviço.
Hipertextualidade: Possibilita a interconexão de textos (inclusive fotos, áudios,
vídeos, infográficos) por meio de links, organizados em camadas de informação, o
49
que torna a notícia não linear, isto é, não exige nem pré-determina que o leitor siga
um único e mesmo roteiro de leitura. O internauta edita informação que quer naquele
momento e a qual o irá satisfazer em suas necessidades sobre determinado fato
jornalístico.
Um pouco mais específico, Pinho (2003, p.49), destaca entre as características da internet, a internet como mídia:
A velocidade de disseminação da Internet em todo mundo deve transformá-la efetivamente na decantada superestrada da informação. Oferecendo notícias, entretenimento, serviços e negócios, a rede mundial ainda é um novo meio de comunicação que rivaliza com a televisão, o jornal e outros veículos de troca e difusão
da informação.
Além disso, como descreve Pinho (2003), a internet permite diversas formas
de interatividade nas suas aplicações. Os grupos de discussão, por exemplo, já têm
embutido em seu propósito a interação entre os participantes de um grupo com
interesse focado em um assunto específico de interesse. A interatividade na rede
mundial é muito valiosa para os que queiram dirigir mensagens e informações
específicas para públicos de interesse. Na Internet, a organização não está falando
para uma pessoa, mas sim, conversando com ela.
Ainda sobre interatividade, Canavilhas34 observa um outro ponto, onde as
publicações mantêm as características essenciais dos meios que lhes deram origem.
No caso dos jornais, as versões online acrescentam a atualização constante, o
hipertexto para ligações a notícias relacionadas e a possibilidade de comentar as
notícias.
O webjornalismo realiza um trabalho bidirecional e simétrico, uma vez que o
modelo de comunicação na internet é o “todos para todos”. Almeida35, exemplificou e
explicou graficamente, a partir deste modelo:
34 Em: Do jornalismo online ao webjornalismo: formação para a mudança. Disponível em: http://www.bocc.uff.br/pag/canavilhas-joao-jornalismo-online-webjornalismo.pdf Acesso em: 02 fev. 2010 35 Professor Airton Lorenzoni Almeida, em “As características da internet como mídia”, disponibilizado aos acadêmicos de jornalismo da faculdade Ibes Sociesc, para a disciplina de Jornalismo Digital.
50
Feedback
Fonte: Elaboração própria.
Bidirecional porque a comunicação estabelecida entre os webjornalismos (ou
veículos) e os públicos, se processa do emissor para o receptor, e vice-versa.
Simétrico porque, tanto os webjornalistas quanto os públicos têm atuações
iguais nos pólos de relação comunicacional.
Existem quatro modelos de webjornalismo - desde o seu surgimento, até os
dias atuais, como citou Gonzalez (2000 apud CANAVILHAS, p.01)33:
O primeiro modelo: Conhecido como fac-símile correspondente à reprodução
simples de páginas da versão impressa de um jornal, quer através da sua
digitalização, quer através de um PDF.
O segundo modelo: Conhecido como modelo adaptado, recebe esse nome
porque os conteúdos ainda são os mesmos das versões escritas dos jornais, mas a
informação é apresentada num layout próprio. Nesta fase começam a ser integrados
links nos textos.
O terceiro modelo: Chamado de modelo digital os jornais têm um layout pensado
e criado para o meio online. A utilização do hipertexto e a possibilidade de comentar
são presença obrigatória e as notícias de última hora passam a ser um fator de
diferenciação em relação às versões em papel.
Webjornalista
Receptores (Audiência)
51
O quarto modelo: É assim denominado por uma fase em que as publicações
tiram aproveitamento máximo das características do meio, nomeadamente a
interatividade e a possibilidade de integrar de som, vídeo e animações nas notícias.
Na internet as coisas são diferentes, pois cada organização tem igual
oportunidade de atingir a mesma audiência. Pinho (2003) descreve superioridade da
Internet, em comparativo à outros meios de comunicação:
A rede não segue os padrões da TV, cuja mensagem é levada e alardeada na sala de um telespectaor passivo. Ao contrário: com milhões de sites da Web disponíveis na rede mundial, a audiência tem que buscar a informação de maneira mais atrativa. Daí se dizer que a Web é uma mídia pull, que deve puxar o interesse e a atenção do internauta, enquanto a TV e o rádio são mídias push
36, nas quais a
mensagem é empurrada diretamente para o telespectador ou ouvinte, sem que ele tenha solicitado. (PINHO, 2003, p.55).
6.3 A Internet e o Jornalismo
Seja a internet um meio que reúne as várias faces da comunicação, como
relações públicas, publicidade e propaganda e o jornalismo, elas são
costumeiramente confundidas por constantemente utilizarem os mesmos meios,
como suporte comum (jornal, revista, TV, por exemplo) para a transmissão da
mensagem a que se propõe.
Melo (apud Pinho, 2003, p.56) esclarece que é a persuasão que torna essas
atividades informativas, essencialmente diferentes:
Enquanto a propaganda e as relações públicas processam mensagens que pretendem persuadir e levar os cidadãos à ação, adentrando muitas vezes o espaço do imaginário e apelando para o inconsciente, o jornalismo atem-se ao real, exercendo um papel de orientação racional.
A informação de cunho jornalístico, difere de outras mídias por seu conteúdo
noticioso-informativo, já que as pessoas tem a necessidade de saber o que acontece
no mundo á sua volta.
Ferrari (2004) compara o “mundo virtual” à grandes shopping centers – os
sites oferecem muitas opções de lazer, entretenimento e serviços. Se pararmos e
36 Segundo referência do próprio autor, diferentemente da Web, o correio eletrônico, segue, em geral, o modelo da mídia push.
52
fizermos uma analogia, perceberemos que os corredores de serviços são como
portais, divididos em canais. E continua:
Os leitores digitais se comportam de maneira parecida: dão uma olhada nas manchetes, lêem o horóscopo, entram em alguma área que chamou atenção na home page e assim sucessivamente. A informação é absorvida sem grande comprometimento com a realidade. (FERRARI 2004, p. 19).
Vale lembrar que a possibilidade de utilização de várias ferramentas, só
incrementa e completa qualquer informação, característica peculiar da internet. E
que é através dela que uma informação pode, por exemplo, ser melhor absorvida e
compreendida, já que recursos visuais podem ajudar e facilitar a compreensão de
uma mensagem. Ferrari (2004) compara ainda, os leitores digitais aos de mídia
impressa:
Se compararmos a quantidade de leitores da versão impressa do The Wall Street journal com a dos leitores digitais, comprovamos que o volume on-line ainda é muito menor, mas a distribuição de noticias, via Web representa uma tendência importante, se levarmos em conta a capacidade de segmentar o público leitor. (FERRARI, 2004, p.23).
As mais diferentes formas de jornalismo (imprenso, televisivo, radiofônico,
etc) servem para a difusão de noticias e informações, apresentando, cada uma, suas
peculiaridades próprias. Mas fundamentos como: objetividade, clareza, exatidão e
coerência são requisitos comuns.
Podemos concluir então, a partir dos autores Ferrari (2004); Melo (2007) e
Pinho (2003), que o jornalismo digital é diferente do jornalismo que conhecemos dos
meios de comunicação tradicionais, porque ele consegue interagir e permite desde a
consulta midiática de conteúdos relacionados à ampliação de meios difusores da
informação, utilizando ferramentas como, vídeo, texto e áudio, relacionadas.
6.4 Webjornalismo
Com o surgimento das redes e da Internet, os meios de comunicação
introduziram novas rotinas na forma de se processar o jornalismo. Foi assim que
rapidamente se observou uma migração do mass media37 para o novo meio, sem
que se percebesse uma alteração na linguagem. O jornalismo on-line, tornou-se
assim que surgiu, o mesmo modelo de jornalismo, apenas em um novo meio.
37 Sistemas organizados de produção, difusão e recepção de informação.
53
Segundo Bianco38 (2004, p.01) muito se discute sobre a reconfiguração da
produção do jornalismo condicionada pela adoção de tecnologias digitais da
informação e comunicação, mas, em dúvida, as novas ferramentas digitais
colaboram para reestruturar o exercício da profissão, a produção industrial da
notícia, as relações entre as empresas de comunicação com as fontes, a audiência,
os concorrentes, o governo e a sociedade.
No Webjornalismo, a ideia da pirâmide invertida, de Canavilhas, é uma
característica clássica e marcante do jornalismo em si, mas que é deixada de lado,
já que é o leitor que define a linearidade que seu texto terá. Para “substituir”, a
utilização de pequenos textos interligados, darão o “ponto de partida” para a leitura.
Um primeiro texto, ou texto central, situa a notícia e deixa os demais links para que o
usuário seu ritmo de navegação.
Canavilhas39 cita um estudo realizado por Jacob Nielsen e John Morkes que
revela que a esmagadora maioria das pessoas que navegam na internet não lê as
notícias palavra por palavra, limitando-se a fazer uma leitura por varrimento visual
(scan the page) à procura de palavras ou frases. Esses estudos criaram um conceito
de “Scannable Text” (texto esquadrinhável), que sugere que os jornalistas ao criar
seu material para Web, sigam algumas regras:
Destacar palavras-chave através de hiperligações ou cores;
Utilização de subtítulos;
Exprimir uma ideia por parágrafo;
Ser conciso;
Usar listas, sempre que a notícia assim permita.
Os benefícios da Internet devem ser lembrados aos usuários, sempre que for
possível. O acesso imediato, o conforto indiscutível, as constantes atualizações, a
abrangência das informações e a rapidez no contato são características que o
38 Em: “A Internet como fator de mudança no Jornalismo” Disponível em: http://www.bocc.uff.br/pag/bianco-nelia-internet-mudanca-jornalismo.pdf Acesso em: 28 mai. 2010. 39 Em: WEBJORNALISMO - Considerações gerais sobre jornalismo na web. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/_texto.php?html2=canavilhas-joao-webjornal.html Acesso em: 03 fev. 2010
54
Webjornalismo utiliza muito bem, proporcionando uma característica peculiar sobre
os outros meios de comunicação. (CANAVILHAS, 2000; RODRIGUES40, 2006)
Algumas dicas são importantes para um bom trabalho na mídia digital, como
cita Rodrigues (2006, p.58).
Trabalhe com a ideia de camadas, oferecendo aos poucos os aspectos da
informação, ao leitor;
Liste todos os aspectos da um informação que você abordará e analise se
eles serão melhor apresentados em texto, tabela, gráfico ou imagem;
Disponibilize dados completos e aborde todos os aspectos possíveis sobre o
tema. A ideia é esgotar todas as possibilidades;
Embora um site seja um arquivo de informações, a ideia não pode ser
levada ao pé da letra. É preciso destacar, periodicamente o que não é mais
novidade.
Podemos concluir a função e importância do Webjornalista na produção de
conteúdo informativo, Citando Canavilhas (2000, p.05-06):
O jornalista passa a ser um produtor de conteúdos multimídia de cariz jornalístico - webjornalista. Por sua vez, o utilizador do serviço não pode ser identificado apenas como leitor, telespectador ou ouvinte já que a webnotícia integra elementos multimídia, exigindo uma "leitura" multilinear. A utilização destes recursos obedece a critérios diretamente ligados com o conteúdo informativo e com as características daqueles elementos multimídia.
6.5 Web 2.0 – Basicamente, o que é?
Como bem cita o texto “Web 2.0 exige novas atitudes41” publicado em Globo
Online, muita gente já ouviu falar, mas não consegue saber claramente o que afinal
é a tão comentada “Web 2.0”. Para ajudar, vamos começar pensando em Fotolog,
Blog, Youtube, MySpace, Orkut, Wikipedia, Facebook, Flockr. Essas “redes” fazem
tanta parte da nossa rotina habitual quando acessamos a Internet, que por vezes
não nos damos o trabalho de pensar o que é tudo isso.
40
É autor do primeiro livro em português sobre conteúdo on-line, o Webwriting – Pensando o texto para a mídia digital. Disponível em: http://www.arteccom.com.br/webdesign/downloads/25/3.pdf Acesso em: 10. abr. 2010. 41
Disponível em: http://www.prensaescrita.com/diarios.php?codigo=POR&pagina=http://tudoparana.globo.com/gazetadopovo Acesso em: 05 abr. 2010.
55
Há muita discussão a respeito de quando foi a data oficial do Web 2.0, mas
segundo Melo (2007, p.08), tudo começou em 2003, quando o termo foi criado pela
empresa O'Reilly Media e quando alguns analistas de mercado apontaram o
conceito de Web 2.0 como a grande tendência de para 2007. E hoje não temos
dúvidas que acertaram. Essa segunda geração de comunidades e serviços, tem
como conceito a Web como plataforma, envolvendo wikis, aplicativos, redes sociais
e tecnologia da informação. Apesar do termo dar uma conotação de uma nova
versão para a Web, ele não se refere à atualização nas suas especificações
técnicas, mas sim, identifica uma mudança na forma como ela é encarada por
usuários e desenvolvedores, ou seja, o ambiente de interação que hoje engloba
inúmeras linguagens e motivações.
Já o texto “Entenda o que é a Web 2.042” publicado pela Folha Online, define
que esse novo modelo é a fusão de conceitos de conteúdo, compartilhamento e
comunidade. O termo é utilizado para descrever a segunda geração de World Wide
Web – tendência que reforça o conceito de troca de informação e colaboração dos
internautas com sites e serviços virtuais. A ideia é que o ambiente on-line se torne
mais dinâmico e que os usuários colaborem para a organização de conteúdo.
Na Web 2.0 fala-se de Beta Perpétuo – onde os programas são corrigidos,
alterados e melhorados o tempo todo, e o usuário participa deste processo dando
sugestões, reportando erros e aproveitando as melhorias constantes. Uma das
mudanças mais notáveis, é que a partir de então, o usuário pode personalizar o
conteúdo que deseja acompanhar e permitindo assim a filtragem de informações
que ele julga interessante. A Wikipédia43 é um exemplo bem conhecido dessa
relação. Além desse tipo de participação, a “nova Web” permitiu a criação de
comunidades, seja através de redes de relacionamento ou por comentários postados
em blogs ou sites.(PINHO, 2003; RORIGUES, 2006; SPYER, 2009).
Segundo a Intenttive44, o termo Consumer-Generated Media (CGM) ou “mídia
gerada pelo consumidor” é o termo utilizado para descrever o conteúdo que é criado
e divulgado pelo próprio usuário. A Internet e o avanços digitais, tiveram um
42
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u20173.shtml Acesso em: 05 abr. 2010. 43
www.wikipedia.org 44 No Artigo: O que é a Web 2.0 Disponível em: http://www.inventtive.com.br/web20-.html Acesso em: 28 mai. 2010.
56
aumento, da mesma maneira aumentou também a facilidade dos consumidores em
expressar suas opiniões. Por esse motivo, as redes de relacionamento são cada vez
mais comuns e de fácil acesso.
Mas nem tudo são elogios. Alguns estudiosos contestam o “poder” da
segunda geração da Web. Eles questionam alegando que o conceito é subjetivo,
abrangente e vago. Tim Berners-Lee45 afirma que não há nenhuma tecnologia, ideia,
fórmula ou conceito novo. Para ele, tudo é um processo evolutivo natural que a Web
tomou, não havendo por tanto, motivo para tanto entusiasmo. Assim como Berners-
Lee, outros estudiosos tem pensamentos um tanto pessimistas:
Não vejo como a Web 2.0 está democratizando a mídia, acho que acontece o oposto: a mídia tradicional fornece informação de qualidade acessível às massas e não acho que a segunda geração da web esteja produzindo isso. (KEEN 2007)
46
De acordo com Melo (2007, p.09), podemos categorizar as características
(mais teóricas) da Web 2.0 como:
Uso da Web como plataforma de desenvolvimento, com integração de
serviços, via APIs47;
Os dados são o que realmente agrega valor à um Website. Tudo é feito para
permitir a troca de dados usando microformatos, como o hCard e hAton;
Uso extensivo de estruturas de informação, como XML ou JSON;
Disponibiliza conteúdo via RSS (Syndication);
Aplicações compostas por outras aplicações – Mashups48;
Padrões simples e abertos, como: JSON, XML-RPC, JSON-RPC e REST.
45 Inventor da World Wide Web. 46 Em: Web 2.0: estratégia e usabilidade. Disponível em: http://www.slideshare.net/mtristao/web-20-estratgia-e-usabilidade-presentation Acesso em 17 mar. 2010.
47 Application Programming Interface é um conjunto de rotinas e padrões estabelecidos por um software para a utilização das suas funcionalidades por programas aplicativos que não querem envolver-se em detalhes da implementação do software, mas apenas usar seus serviços. 30 É a denominação dada ao uso conjunto de aplicativos interativos que possuem conteúdos oriundos de diversas fontes de dados externos, criando um serviço inteiramente novo. Utilizam conteúdos e funcionalidades coletados de fontes de dados diversos e alheios a sua função em si. Um exemplo é o uso do #REDIRECT Google Maps em sites de imobiliárias para facilitar a localização de imóvel a venda.
57
Uma grande mudança comportamental foi iniciada com o crescimento das
redes de relacionamentos e compartilhamento de informação. Sobre isso, Melo
(2007, p.09) apresenta a relação do quadro evolutivo da Web 2.0, que ficou assim:
Janeiro de 2001: A Wikipédia, versão em inglês, entra no ar.
Fevereiro de 2003: A Google compra a Pyra Labs e lança o serviço Blogger.
Janeiro de 2004: O Orkut entra no ar.
Fevereiro de 2004: A Flickr.com entra no ar.
2004: A primeira conferência sobre Web 2.0 (O‟Reilly)
2004: Yahoo Maps e Google Maps API são lançadas.
Com o “estouro da bolha”, como descreve Melo (2007), o que até então era
caracterizando como bolsa eletrônica, sofreu uma perda na confiança do que
chamavam de “Negócios da nova economia do domínio Ponto.COM, da NASDAQ”
que sofreu com a baixa na cotação das empresas, o que contribuiu para que
compreendessem que na verdade nunca ouve essa “economia”. Os anos entre 2000
e 2002, foram ruins para as empresas Web em geral, sem muitas inovações
tecnológicas e mudança de hábitos.
O quadro a seguir, extraído do “Mídias Blog49” apresenta as diferenças da
Web 1.0 para a Web 2.0.
49 Disponível em: http://www.midiassociais.blog.br/2009/06/17/web20-estrategia-e-usabilidade/ Acesso em: 17 fev. 2010
58
Figura 7: WEB 1.0 X WEB 2.0
Fonte: Mídias Blog
A figura abaixo, mostra a Web 2.0 e a sua relação na Internet.
Figura 8: WEB 2.0
Fonte: Mídias Blog
59
A interação na Web não é algo que essencialmente surgiu com a 2.0. Em
1995, a Amazon.com (loja virtual) já permitia que usuários comentassem os
produtos comprados, dando inicio a ideia de interatividade, tão explorado hoje em
dia. Em 1998, o portal Yahoo lançava o MyYahoo, seguindo também a ideia de
interação, o usuário já podia personalizar sua página de entrada, selecionando os
assuntos de interesse, cores do perfil e afins. Além de promover a interação, permite
que seja ampliado a quantidade de material publicado. .(PINHO, 2003; RORIGUES,
2006).
Concluindo, com base nos autores citados, podemos entender a Web 2.0
como uma aproximação do conceito presencial, entendendo assim, a possibilidade
de interação e os aplicativos que permitem tal relação. Mas, como é ainda um
conceito relativamente novo, muitas observações serão pontuadas, com o passar do
tempo.
6.6 As redes sociais
Pensar em redes sociais é começar fazendo uma relação simples e direta
com relações pessoais e ou profissionais, só que tudo isso acontecendo na Internet.
A rede social tem como característica básica o compartilhamento de dados, por
pessoas com o mesmo foco de interesse. Para estudar essa novo modelo de
relacionamento na Internet, tomaremos como base, os conceitos da pesquisadora
Raquel Recuero50, referência no assunto
Como descreve Recuero (2009), uma série de eventos mostraram a
importância das redes sociais. A campanha presidencial de Barack Obana foi toda
acompanhada de perto pela internet, através de vídeos, blog e páginas pessoais.
Através do Twitter por exemplo, foi possível acompanhar o que os eleitores falavam
sobre sua campanha. Aqui em Santa Catarina, as fortes chuvas e a catástrofe de
novembro de 2008 rederam conteúdo para comentário e pesquisas em vários sites,
e entre eles fortaleciam as redes sócias, os blogs e os perfis de usuários que
postavam suas próprias imagens e informações sobre o que estava acontecendo em
sua volta. Esses exemplos validam a importância dessa inovação promovida pela
50 Raquel Recuero é jornalista, professora e pesquisadora do PPGL e do curso de Comunicação Social da UCPel.
60
Web 2.0 e está cada vez mais presente na vida de qualquer pessoa que utilize a
internet, de alguma forma.
Segundo o artigo “Redes Sociais” da FIEC51, podemos definir as redes
sociais, reunindo-as em três grupos:
Rede social Informal ou Primária: São as redes estabelecidas a partir da relação
entre indivíduos, em decorrência de conexões pré-existentes. Ela é formada por
todas as relações que as pessoas estabelecem durante a vida cotidiana com os
familiares, amigos, colegas de trabalho, etc. Essas redes de relacionamento podem
começar na infância e contribuem para a formação da identidade de uma pessoa.
Rede social Global ou Secundária: São aquelas redes formadas por empresas,
instituições públicas ou privadas, profissionais de determinadas áreas, organizações
sociais e geralmente fornecem informações.
Rede social Intermediária ou Rede Associativa: É a rede formada por pessoas
que receberam capacitação especializada, tendo como função a prevenção e apoio.
Podem vir do setor da saúde até da própria comunidade.
Recuero (2009) define ainda, a rede social como um conjunto de dois
elementos: os atores - pessoas, instituições, grupos – que tem como função
promover o fluxo e a troca de conteúdo, são eles que moldam as redes sociais, por
assim dizer; e de outro lado temos as conexões - relações sociais – que são onde
tudo isso se desenvolve, e de que forma isso é estabelecido. São as conexões o
principal foco do estudo dessa redes, já que é a observação deste que leva à
compreensão de porque pessoas se reúnem em torno de uma determinada
comunidade, por exemplo. Para ela, o estudo das redes sociais analisa o
comportamento e o perfil desse fluxo através da comunicação mediada por
computador e observa como essa interação é capaz de gerar a troca de informação
e qual impacto provoca.
Através da observação das formas de identificações dos usuários na Internet, é possível perceber os atores e observar as interações e conexões sobre eles. Assim, todo tipo de representação de pessoas pode ser tomado como um nó numa rede social: weblogs, perfis no Orkut, fotolog, nicknames, etc. Compreender como os atores
51 Disponível em: http://www.fiec.org.br/artigos/tecnologia/Rede%20Social.pdf Acesso em: 28 abri. 2010.
61
constroem esse espaço e que tipo de representações e percepções são colocadas, é fundamental. (RECUERO, 2009, p. 28).
Em se tratando de redes sociais, e como o próprio nome já sugere, a
interação é o ponto chave desse processo comunicacional. A rede é compreendida a
partir de cada individuo e sua construção social. Spyer (2009) reforça a importância
dessas relações, focando no mesmo princípio – a interatividade:
Nunca se conheceu e se interagiu com tantas pessoas diferentes, nunca tivemos tantos amigos quanto no nosso perfil do Orkut, ou tantos seguidores como no Twitter. [...] Como as redes sociais ampliaram as possibilidades de conexões, ampliaram também a capacidade de difusão de informações que esses grupos tinham. (SPYER, 2009, p.25).
Outra definição importante que precisamos ter quando falamos de redes
sociais, é a dos conceitos On-line e Off-line. No meio off-line, a informação só é
propagada e chega nas redes, através de conversas entre as pessoas. No espaço
on-line a informação é discutida enquanto é divulgada, abrindo várias vertentes e
perspectivas quase que instantâneas, sobre o assunto. E Spyer (2009), conclui:
Dizemos que estas redes proporcionam mais voz às pessoas, mais construção de valores e maior potencial em espalhar informações. São, assim, essas teias de conexões que espalham informações, dão voz às pessoas, constroem valores diferentes e dão acesso a esse tipo de valor. (SPYER 2009, p.25).
Para falarmos mais especificamente da interatividade social, apresentamos a
seguir a relação das principais redes utilizadas, seguindo os conceitos já vistos,
incluindo a Web 2.0. Para isso, utilizaremos Recuero (2009) novamente, para definir
algumas redes sociais:
Twitter: serviço de microblogging. Mensagens curtas – de 140
caracteres, no máximo – para transmitir infomações, notícias e
links. Permite interação e troca de conteúdo instantaneamente.
Por ele pode-se conversar diretamente com seguidores,
transmitir notícias pertinentes, realizar promoções, dispor links
para as outras mídias (foto, vídeo, texto).
62
Orkut e Facebook: a maior rede social do Brasil e a maior do
mundo, respectivamente. Incluem as comunidades e
associação de “comunidades relacionadas”. Permite um
direcionamento preciso de pessoas com interessem em
comum. A criação de uma comunidade ligadas aos assuntos de
interesse, promovem a interação.
Flickr: rede social de compartilhamento de fotos. As imagens
serão hospedadas, compartilhadas e comentadas através desta
rede. Pode-se vincular a álbuns de pessoas que o
acompanham. Usuários postam suas próprias imagens,
ampliando o caráter participativo e de interação com outros
usuários.
You Tube: a maior rede social de compartilhamento de
vídeos. Qualquer pessoa pode criar uma conta e usuário
e postar seus vídeos pessoais. Da mesma forma simples,
as pessoas podem acessar os vídeos do banco de dados
e assisti-los ou compartilhá-los em outras redes sociais.
Ning: abrange um conceito novo e fascinante – uma rede
social onde os usuários criam suas próprias redes. São redes
sociais nas quais os usuários incluem comentários, perguntas
fotografias e vídeos, tratam de ampla gama de temas.
Gengibre: rede social brasileira para compartilhamento de áudio de
curta duração. O portal permite ainda que os usuários enviem
mensagens de áudio pelo celular, que ficam registradas em seu
perfil no melhor estilo microblog.
Livestream: permite, assim como o YouTube,
transmissão de vídeos, com um diferencial: trata-se
63
de transmissão de vídeos ao vivo.
Blog: ainda que consista num sistema de publicações editoriais
independentes, e não em uma rede social propriamente dita,
possuí fundamental papel para a convergência dos demais meios
em um local. Quando utilizada junto com outras mídias, geralmente
centraliza o conteúdo (notícias, dicas, informações), comentários,
funcionando ainda, em muitos casos, como ponto de partida para as
outras redes. Permite o uso de RSS Feeds, de modo que os
internautas interessados serão informados sempre que houver
atualização de material.
Integração: para uma utilização eficiente de todas as ferramentas, elas deverão
estar integradas entre si. Cada umas das redes deve mencionar as outras, através
de links, comentários e promoções de modo a complementar o conteúdo das
demais.
Essas redes apresentadas, são as mais conhecidas e utilizadas por aqueles
que participam das redes sociais. Marteleto52 faz uma definição de sua
importância:
Nos espaços informais, as redes são iniciadas a partir da tomada de consciência de uma comunidade de interesses e/ou de valores entre seus participantes. Entre as motivações mais significativas para o desenvolvimento das redes estão os assuntos que relacionam os níveis de organização social-global, nacional, regional, estadual, local, comunitário. Independentemente das questões que se busca resolver, muitas vezes a participação em redes sociais envolve direitos, responsabilidades e vários níveis de tomada de decisões.
52 Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-19652001000100009 Acesso em: 15 fev. 2010
64
6.6.1 Feedback – Retorno
Tão importante quanto utilizar as redes sociais, é ter retorno. Para medi-lo,
podemos usar:
Métricas: No que diz respeito ao uso de gerenciamento de redes no setor
produtivo, podemos verificar que a expansão da Internet acabará criando uma
grande quantidades de redes extensas e complexas que se tornarão
inadministráveis sem o uso de gerenciamento de redes, e, em especial, se não
forem definidas métricas significativas, ficará difícil fazer análise de desempenho
destas redes e um planejamento adequado.
Resumindo: Quantitativo. Acessos, seguidores, membros, número de
comentários, visualizações. (LIMA, 1998)53.
Google Analytics: O Google Analytics é a solução de análise da web de cunho
empresarial que fornece a você uma ótima visibilidade do tráfego e da eficiência do
marketing do seu website. Recursos avançados, flexíveis e fáceis de usar permitem
que você veja e analise dados de tráfego de uma maneira totalmente nova. Com o
Google Analytics, você se prepara melhor para compor anúncios mais bem
segmentados, fortalecer suas iniciativas de marketing e criar websites que geram
mais conversões.
Resumindo: Quantitativo/Qualitativo. Relatórios e gráficos: número de
acessos, duração, horário, origem das pessoas que visitam o blog. Ótima análise de
tráfego e eficiência das estratégias. (Google Analytics – Site Oficial)54
53
Em: Métricas para Internet. Disponível em: http://www.rnp.br/newsgen/9805/metricas.html Acesso em: 29 mai. 2010. 54 Disponível em: http://www.google.com/analytics/ Acesso em: 29 mai. 2010.
65
7 GLOSSÁRIO
Reunindo conceitos e definições de autores como Paternostro, 1999; Lage
1985; Lage 2001; Yorke, 1998; Bittencourt, 1993 (apud Morales 2008)55; Bistane,
Bacellar, 2005; foi possível elaborar um pequeno glossário de expressões do
jornalismo, para complementar.
Âncora: Apresentador de telejornal. Eventualmente também pode ser o editor-chefe.
Audioteipe: Texto gravado por telefone que será coberto com foto do repórter ou
mapa com a localização de onde ele está.
Boletim: Isolado é o relato de um fato, gravado ou transmitido ao vivo, pelo repórter,
do local do acontecimento. O boletim pode ainda ser uma das partes que formam
uma reportagem.
Break: Intervalo comercial.
Cabeça: É a noticia propriamente dita e corresponde ao lead. Sempre é lida pelo
apresentador, no estúdio, chamando a matéria.
Chamada: O apresentador antecipa, numa entrada, os principais assuntos que
serão exibidos no jornal.
Close: Plano de enquadramento fechado da cena, no objeto ou na pessoa em
destaque.
Deadline: Prazo final que o repórter ou editor tem para finalizar a reportagem e
encaminhá-la á redação.
Delay: É a falta de sincronia entre o áudio e vídeo que geralmente acontece por
transmissões via satélite. A imagem chega primeiro que o som.
Espelho: Previsão de como será o jornal, com a ordem da entrada das matérias e o
tempo estipulado de cada um delas.
Fade: Na edição de um texto significa o tempo total do telejornal. Na edição de
vídeo, é um recurso técnico, um escurecimento na tela.
Frame: Medida eletrônica. No Brasil, trinta fades correspondem a um segundo de
imagem.
Gancho: Atualidade ou informação que justifica realizar a matéria.
Link: Ligação entre dois ou mais pontos de transmissão, ao vivo.
55 Manual de Telejornalismo, elaborado pela professora Ofélia Torres Morales, para o curso de Jornalismo do Ibes/Sociesc.
66
Nota: Notícia sintética do fato, sem muitos detalhes.
Nota ao vivo: Quando é lida pelo apresentador sem qualquer imagem ou ilustração.
Nota pé: Nota lida pelo apresentador no fim da exibição do VT da matéria –
esclarecendo alguma informação nova, concluindo, opinando...
Nota coberta: Nota sintética do fato, lida pelo apresentador, com imagens de apoio.
Press-release: Material de divulgação elaborado pelas assessorias e imprensa.
Retranca: Indica o assunto da matéria.
Selo: Ilustração que identifica o assunto ou notícia.
Teaser: Texto curto, gravado pelo repórter para chamar a matéria.
Teleprompter: Equipamento adaptado às câmeras de estúdio que permite a
visualização dos textos, lidos à distância por quem está na bancada.
VT ou Videotape: Equipamento eletrônico que grava sinal de áudio e vídeo. Mas o
termo VT também é empregado para se referir à matéria editada.
Vinheta: Recurso gráfico ou sonoro, utilizado para marcar a abertura, quadros,
intervalo ou encerramento dos programas.
67
8 O PROJETO
O projeto surgiu a partir da observação pessoal e da necessidade de alguma
alternativa que possibilitasse a prática do telejornalismo, assumindo claro, um
caráter experiencial.
E foi imaginando possíveis alternativas comunicacionais e pensando em
como tornar esse, um projeto audacioso e inovador que se vislumbrou a ideia de
criar a “TV Unibes”. Certamente, este é um projeto que abre várias possibilidades de
“programação”, já que com a escolha da Internet como meio, praticamente são
eliminados todos os custos de um emissora de televisão, que precisa manter
funcionários, como já comentado ao longo do projeto.
Para dar início, definimos um programa – o Ibes News. Seguindo a ideia do
telejornal, será tudo muito semelhante ao exibido na televisão. A diferença é que
aqui será feito por acadêmicos e além disso, diferente da TV, podemos atingir
qualquer lugar do mundo, utilizando o poder da Internet.
Um dos grandes fatores destacados é o “faça você mesmo”. É nesse
momento que o aluno coloca a mão na massa e passa por todos os processos de
uma notícia – desde a definição de pauta, passando pela gravação, edição e
publicação. O objetivo é que tendo acesso à todo esse processo, sem depender de
outros profissionais, o aluno saia dos bancos acadêmicos, apto para exercer
qualquer função, seja por trás ou pela frente das câmeras.
Sabemos que cada vez mais, as empresas procuram profissionais capazes
de exercer multi-funções. Foi assim, por exemplo, com o repórter que passou a ser
também pauteiro, fotógrafo, editor... e essa é uma tendência da comunicação como
um todo. Sobre isso, Morales (2007)56 diz que “O profissional de multimídia é quem
domina as multiplicidades dos meios de comunicação para transmitir informações”.
Por isso é cada vez mais importante qualificar os alunos, para que estes possam
competir com certa vantagem à frente dos demais.
Com um estúdio já montado pela Instituição, possuindo todo equipamento
necessário para produções, e um laboratório de edição, têm-se o ponto de partida
nas mãos. Como já citado, é o aluno que deverá reunir o conhecimento adquirido
durante o curso de jornalismo, e aplicá-lo na prática, sabendo desde ligar e ajustar
56 Em: “Profissional Multimídia”. Disponível em: http://outrolado.com.br/Artigos/profissional_de_multimidia Acesso em: 29 mai. 2010.
68
uma câmera, escrever um texto para TV, até como editar os programas e as
matérias. Todo conhecimento necessário para esse processo funcionar, está a
disposição durante o próprio curso. É uma forma prática de interação, e certamente,
um estímulo para os alunos. Durante todo processo, é possível ainda contar com o
apoio dos monitores dos laboratórios – o que deve se restringir ao mínimo
necessário, já que a ideia é que esse seja um projeto genuinamente acadêmico.
Para entender melhor o projeto:
Mas será só ter uma ideia, fazer uma reportagem, gravar as cabeças,
editar e publicar? Sim. O único momento que será preciso a supervisão de um
professor, será para apresentar a pauta, antes do desenvolvimento da mesma, para
ser aprovada ou não. Esse será basicamente o único momento em que será
necessário um professor. O objetivo é justamente não precisar que a instituição
disponibilize alguém exclusivamente para essa produção.
Qualquer aluno de jornalismo pode participar? Sim. Como sabemos,
alguns alunos já trabalharam na área e tem conhecimento para, independente do
semestre que estão cursando, desenvolverem boas idéias e produzi-las. Aos
demais, conforme forem se sentindo aptos, podem também participar. O projeto não
excluí ninguém, tão pouco determina “escolhidos”.
E como será a escolha dos dias? É preciso disponibilizar um
coordenador só para isso? Não. Alguns dias da semana, o laboratório de vídeo é
ocupado por professores e suas respectivas turmas, em aula norma - nos demais
dias, ou seja, nos dias disponíveis, é possível utilizá-lo para a gravação dos
programas da “TV Unibes”. Será fixada uma tabela no laboratório, com as datas
livres, e conforme o interesse dos alunos, eles devem marcar com antecedência,
sua gravação. Isso possibilitará também, um controle por parte dos monitores, que
saberão se haverá gravação, ou não. A tabela pode conter basicamente os itens:
69
Quadro 4: MODELO DE TABELA DE RESERVA DE GRAVAÇÃO DA
“TV UNIBES”
Data Acadêmico Sem. Material externa Contato
04/07 Mirella Sabrina Gonçalves 7º Câmera, fita, luz e tripé
(para dia 04/07)
05/07 Ana Paula Correia 4ª - [email protected]
Fonte: Elaboração própria.
8.1 Desenvolvimento
Para compreender melhor como acontecerá o projeto, vamos descrever os
principais passos de um programa da “TV Unibes”. (Essa rotina que será
apresentada a seguir, será a mesma utilizada em todos os demais programas, salvo
claro as partes especificas como logos e vinhetas).
A pauta: Definidos os assuntos que serão apresentados, o professor valida
a pauta do aluno, e ele pode começar a desenvolver o roteiro, fazer as reportagens
e escrever as cabeças.
A gravação: Com as reportagens já gravadas, é a hora de ir para o estúdio
gravar as cabeças do programa. No dia marcado, o aluno chega, prepara o cenário,
as luzes, liga a câmera que estará no tripé, coloca a fita, “bate” o branco, ajusta o
foco e começa a gravar.
A edição: Terminada a gravação, o aluno desliga os equipamentos usados
no estúdio, retira a fita da câmera e vai para a sala de edição. Ali são capturadas as
reportagens e as cabeças. Para auxiliar, vale lembrar que é importante fazer a
decupagem das fitas para capturar só o que realmente será usado. Para facilitar e
não exigir a criação de cenários específicos para cada programa, utilizaremos o
Chroma Key57, que facilitará o trabalho e poupará espaço necessário para guardá-
los no estúdio.
57 Chroma Key é uma técnica de efeito visual que consiste em colocar uma imagem sobre uma outra através do anulamento de uma cor padrão, como por exemplo o verde ou o azul.
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Publicação: Tendo finalizado toda edição é a hora da publicação. A
definição por um blog ao invés de um site, partiu da facilidade de atualização, já que
hoje em dia qualquer pessoa tem blogs pessoais e sabe mexer neles. Optou-se por
usar o “blogspot”, uma vez que na prática, observamos que o blogspot é mais
simples para atualizar – já que a ideia é que o aluno mesmo atualize – ou seja,
precisa ser um programa que possa ser extremamente simples. A ideia é usar essa
plataforma e mudar posteriormente apenas o domínio, para “com.br”. Essa mudança
altera apenas o nome, porém a plataforma de atualização continua sendo a mesma.
O blog pode ser acessado pelo seguinte endereço:
http://www.tvunibes.blogspot.com
A divulgação: Fazendo uso das redes sociais, é possível uma ampla
divulgação, focando no público alvo. Serão criados perfis em redes sociais para
estimular o acesso e sempre que houver conteúdo relacionado ao projeto,ou para
aviso de matéria publicada, estes será divulgado nesses perfis.
Blog: http://www.tvunibes.blogspot.com
Twitter: @tvunibes
YouTube: /tvunibes
Facebook: /tvunibes
E-mail: [email protected]
Senha: blumenau2010 (é a mesma senha para todas as contas)
Para compreender melhor tudo que foi explicado aqui, como os passos para
uma publicação, foi elaborado um vídeo de apresentação do projeto, que está
disponível no blog.
8.2 Os programas
Serão criados inicialmente quatro programas. Para a apresentação do projeto,
esses programas serão gravados e publicados em forma de piloto, para dar a ideia
do que será, quando produzido pelos acadêmicos. A escolha dos programas partiu
para acompanhar o “carro-chefe” deste projeto que é o telejornal “Ibes News”,
porque claro, este é um curso de jornalismo. O “Ibes News” será detalhado a seguir.
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8.2.1 O Ibes News
O Ibes News segue exatamente a mesma linearidade de um telejornal. Ele
deve ser composto por abertura, encerramento, reportagens, cabeças e notas, como
já descrito anteriormente quando definimos no começo do projeto “televisão e
jornalismo”. Deve ser uma apresentação dinâmica, ou seja, o aluno deve lembrar
que está apresentando um jornal, mas ao mesmo tempo, deve entreter quem
assiste, garantindo que essa pessoa acompanhe sempre os noticiários. As
reportagens que necessitarem de externa, devem ser previamente marcadas e
solicitados os equipamentos.
O telejornal irá ao ar, a princípio, duas vezes por semana – terça e quinta-
feira (já que estamos no começo e levará um tempo para que os acadêmicos saibam
do projeto e comecem a participar), ansiando tornar um telejornal diário. Já que,
diferente da televisão, a internet não exige tempo especifico de programa,
definiremos que o tempo médio será de 10 minutos, para não perder o interesse dos
espectadores.
O conteúdo deve respeitar a premissa básica do jornalismo que é levar
informação - essa não possuí recorte delimitado, já que não será visto só em
Blumenau, podendo ser abordados assuntos da instituição, assuntos locais,
estaduais, nacionais e internacionais. Como serão programas semanais, eles tanto
podem ser factuais, bem como apresentarem grandes reportagens sobre algum
assunto de interesse.
Outros programas foram desenvolvidos para acompanhar a o “Ibes News”, na
“TV Unibes”. E são:
Mundo Acadêmico: O programa “Mundo Acadêmico” é o único programa
que tratará exclusivamente de assuntos universitários. Aqui o gênero que predomina
é a entrevista. A ideia é saber como é o dia-a-dia de profissionais das mais diversas
áreas, podendo ser eles de dentro da instituição, como professores e coordenadores
de curso, bem como profissionais convidados da área de interesse, como
renomados advogados, publicitários, contadores, jornalistas, etc.
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- Duração: Mínimo 10 minutos.
- Exibição: O programa vai ao ar sempre as segundas-feiras.
Tema Livre: O programa “Tema Livre” como o próprio nome já sugere, é
um programa que não possui conteúdo específico. Aqui a ideia é apresentar grandes
reportagens ou documentários produzidos pelos alunos, intercalados com cabeças
em que o apresentador passa alguma informação complementar sobre o assunto.
- Duração: Mínimo 10 minutos
- Exibição: O programa vai ao ar sempre as quartas-feiras.
Em Foco: O programa “Em Foco” é um programa exclusivamente de
debates. A cada semana um tema diferente é discutido entre os convidados. O
acadêmico é o mediador e tem a função de direcionar o a discussão.
- Duração: Mínimo 15 minutos.
- Exibição: O programa vai ao ar sempre as sextas-feiras
Então, para começar o projeto, teremos um quadro/cronograma de exibição
que ficou assim:
Quadro 5: QUADRO DE PROGRAMAÇÃO SEMANAL DA “TV UNIBES”
Fonte: Elaboração própria.
Data Programa
Segunda-feira Mundo Acadêmico
Terça-feira Ibes News
Quarta-feira Tema Livre
Quinta-feira Ibes News
Sexta-feira Em Foco
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9 RELATO DE PRODUÇÃO
9.1 Pré produção
A ideia surgiu enquanto eu estava fora da faculdade, no segundo semestre de
2009, quando precisei trancar o curso para poder me dedicar exclusivamente aos
meus projetos pessoais de vida e trabalho. Como sempre trabalhei com produção,
edição e televisão, ao ter a ideia desse projeto, me identifiquei imediatamente, o que
certamente garantiu o entusiasmo até aqui.
Mas como em todo projeto, mudanças e amadurecimento fizeram parte do
processo. É possível sempre melhorar. Como eu já havia cursado boa parte deste
semestre antes de trancar o curso, sabia o que precisava para dar início ao Projeto
Experimental. E foi pensando nisso que comecei a desenvolver os primeiros
rascunhos, ler as bibliografias necessárias e fazer os fichamentos, ainda nas férias.
Me propus e me determinei a voltar as aulas em fevereiro, com o projeto teórico
pronto, deixando para depois apenas a parte prática, ou seja, o desenvolvimento do
blog, vídeos, artes e afins. Hoje vendo os colegas de classe sofrendo desesperados
com medo de não dar conta de entregar tudo no prazo, vejo que a atitude foi muito
positiva e permitiu ainda auxiliá-los com relatos pessoais de todo o processo.
9.2 Produção e realização
Com umas férias “um pouco diferentes” e vários livros para ler nesse período,
foi assim que projeto da TV on-line foi ganhando forma, teoria e conteúdo. Enquanto
desenvolvia os conceitos, tudo que surgia na cabeça era anotado em forma de
tópico e rascunhos numa agenda que separei só para esse projeto. E foi no meio
dessas anotações que tive a primeira sugestão do nome para a TV – “TV Ibes”.
Claro que esse nome parece totalmente sem criatividade, e eu sabia disso, mas
sabia também que precisaria ser um nome simples e que fizesse com que as
pessoas lembrassem dele. A comparação com nomes igualmente óbvios como “TV
Furb” e “TV Univali” não me deixaram acreditar que eu estava no caminho errado. E
foi então que com o nome escolhido foram desenvolvidas as várias possibilidades de
logomarca. Foi conversando com alguns colegas publicitários e reunindo idéias e
ajuda, que chegamos a estes modelos:
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Figura 9: SUGESTÕES DE LOGOS DESENVOLVIDAS PARA A “TV IBES”
Fonte: Elaboração do publicitário Gabriel Marante de Oliveira.
Tudo ia bem até momento de começar a criar as contas e perfis nas redes
sociais na Internet. Foi quando percebemos um grande erro. Não poderia ter criado
a arte antes de testar a disponibilidade desses domínios, a menos que eu aceitasse
ter que acrescentar palavras ou sinais, o que bateria de frente com a ideia inicial de
ser um nome fácil para lembrar pelos usuários. E foi testando a criação das contas
que percebi que “TV Ibes” não poderia ser utilizado. Mas nem tudo estava perdido.
Pensei em apenas inverter os nomes e deixar “Ibes TV”, o que mais uma vez não se
tornou definitivo, pois quando testando os domínios, percebemos que esse nome
gerava uma confusão com o site “IBEST” pela junção das duas palavras. Ficaria
assim: http://www.ibestv.wordpr... o que nos deu a entender que pareceria uma TV
do portal IBEST, assim como existe a TV Uol e TV Terra...
Com mais um nome “abortado” e precisando de outro, foi acessando o site da
instituição que pensamos em brincar com o nome “Unibes” dando a ideia de união,
interação e fazer deste o nome do canal. Com isso na cabeça, corremos para testar
o domínio e para nossa alegria, conseguimos todos disponíveis. Mais que depressa
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criamos as contas e pudemos então continuar o trabalho. Foi assim que a “TV Ibes”
virou a “TV Unibes” e fugiu um pouco do obvio que eu comentei anteriormente. Ah, e
esse nome permitiu ainda a utilização da logo criada, já que acrescentamos
propositalmente com outra fonte, o prefixo “UN” à frente do nome, ficando assim:
Figura 10: LOGO “TV UNIBES”
Fonte: Elaboração do publicitário Gabriel Marante de Oliveira.
No início planejávamos a criação de apenas um programa – o telejornal “Ibes
News”. Mas foi durante a orientação com a Professora Ofélia Morales, que
identificamos a necessidade de criarmos mais alguns programas. Procurando
relacionar conteúdos jornalísticos com programas que pudessem passar algum
entretenimento, foi que chegamos aos quatro programas, sendo os outros: Um
programa sobre a rotina acadêmica, que entrevistará profissionais que atuam no
meio e procurará saber mais sobre sua profissão, rotina, metas e objetivos. Para
esse programa o nome de “Mundo Acadêmico” foi prontamente pensado.
Desenvolvemos também um outro programa que servirá para que alunos
apresentem suas grandes reportagens ou documentários – o “Tema Livre”. O nome
faz referencia a ser um programa sem um assunto especifico. Não é um programa
só sobre saúde, política, econômica, entretenimento, por exemplo. Ele pode falar de
qualquer assunto. Por isso o nome simples. Para concluir, criamos o programa de
debates, chamado “Em Foco”. Aqui o foco é dado a partir de um tema colocado em
discussão.
Dados os nomes e construídas as bases do que seriam os programas, foi
hora de criar as vinhetas de abertura. Com experiência em edição, confesso que
esse foi um dos momentos mais fáceis de todo processo. Para poder trabalhar em
casa e agilizar a edição, instalei um programa de edição no meu notebook e foi ali
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que criei todas as aberturas. Algumas animações foram extraídas do site Animation
Factory58 e deram um ar levemente divertido às vinhetas.
Com a parte teórica pronta, foi o momento de começarmos as gravações.
Nossa primeira tentativa foi gravar no estúdio às segundas-feiras, durante o período
de aulas da disciplina de Projeto Experimental em Comunicação. Mas, com o passar
dos dias e a disponibilidade do estúdio e laboratório de vídeo, passamos a gravar e
editar em outros dias, além das segundas-feiras.
Durante a preparação para gravação e o desenvolvimento do conceito dos
programas, nos deparamos com um problema momentâneo que me atrapalharia. A
faculdade estava justamente num período de troca e manutenção de equipamentos,
tanto de câmeras de vídeo para a gravação, como de ilhas de edição. Com aulas a
noite e a falta de equipamentos naquele momento, precisou-se pensar em uma
alternativa para não deixar o projeto “cair”, já que como foi dito, era apenas um
momento de manutenção dos equipamentos e eles voltariam, validando a realização
efetiva do projeto, posteriormente.
Para solucionar o impasse, resolvemos utilizar para os programas pilotos
matérias já produzidas durante a faculdade, por outros acadêmicos de jornalismo. A
ideia pareceu tão certa, que além de “quebrar um galho” ainda possibilitaria que
outros alunos tivessem a chance de ter seu material divulgado para o mundo.
Começou então uma garimpada e busca por esses materiais produzidos.
Identificados os de interesse, e o próximo passo foi entrar em contato com os
produtores desses conteúdos e solicitar autorização para vinculá-los aos projeto e
claro, publicá-los. As respostas foram todas positivas e pudermos então dar
sequência nas gravações
O blog foi desenvolvido para servir como mídia de convergência, ou seja, para
suportar os vídeos, originalmente postados na rede social “You Tube”. Além disso, o
site servirá para promover a interação, seja com comentários ou com o suporte para
a partir dali, o usuário ter acesso às outras redes sociais. Conversei com alguns
amigos desenvolvedores de sites, e infelizmente não consegui que nenhum criasse
algo para nós, de graça. Isso me levou a pesquisar outras TVs On-line de
Instituições, e comparando, percebemos que grande maioria não tem um site
58 Disponível em: http://www.animationfactory.com Acesso em: 10 mar. 2010.
77
elaborado e desenvolvido exclusivamente para o projeto. Abaixo, seguem alguns
modelos:
Fonte: TV Faculdade Cambury.59
59 Disponível em: http://www.cambury.br/ Acesso em: 29. Mai. 2010.
78
Fonte: Faculdade de Teologia – New Gospel.60
60 Disponível em: http://www.faculdadedeteologia.org/index.php?corpo=tvonline.php Acesso em: 29 mai. 2010.
79
Fonte: TV UERJ61
.
Observando esses modelos, e acreditando que a quantidade de informação
visual em excesso possa atrapalhar, optamos por um layout mais simples e objetivo.
Sobre isso, descreve Martín (2002 apud PINHO, 2003, p.141-142):
Na Internet a página deve ser direta e mais rápida do que bonita, mais confiável do que moderna, mais simples do que complexa [...] É
61 Disponível em: http://www.tvuerj.uerj.br/ Acesso em: 29. mai. 2010.
80
melhor começar com algo simples e, depois de ter o feedback dos usuários, ir aos poucos tornando as páginas mais complexas.
Pinho (2003, p.143) complementa:
A navegação mantém ainda uma relação direta com a interface gráfica. Os dois são elementos geralmente inseparáveis, como Robin Williams e John Tollet mostram de maneira clara: “se as pessoas dizem „A interface é ótima‟, isso provavelmente significa que é fácil navegar; se as pessoas dizem „É tão fácil navegar‟, elas provavelmente se sentem confortáveis com a interface” (cit. em Ward, 2002: 168).
Para isso, ou seja, para a “TV Unibes” pensamos em um blog que fosse
objetivo, mas completo, onde houvesse possibilidade de interação e fácil navegação.
Para a concretização do projeto, outros professores, além da orientadora
Ofélia Torres Morales, contribuíram - com indicação de bibliografia, ideias e
conselhos. Para a parte teórica em si, foi importantíssimo reunir além dos livros e
pesquisas, o material guardado desde os primeiros semestres de faculdade. E foi
durante essas consultas que senti muito a falta da referência bibliográfica no
material disponibilizado aos alunos, seja em “material de apoio” no sistema, bem
como em fotocópias entregues. Sem a referência, alguns materiais interessantes se
tornaram inutilizados. Uma grande pena e uma dica a ser observada, pelos
professores.
Enfim, com exceção da parte teórica,todo o processo de produção, gravação
e edição aconteceu relativamente rápido. Acredito que um pouco de experiência na
área tenha ajudado. Durante o período recebemos muitos elogios pela escolha do
tema, de colegas, professores e familiares, o que impulsionou a continuarmos com
entusiasmo.
Seguem os roteiros dos programas pilotos gravados:
Apresentação TV Unibes
Mirella Sabrina Gonçalves/Jornalismo – 7º semestre
TEXTO OBSERVAÇÕES
Olá// Eu sou Myrella Sabrina e esse é o vídeo de apresentação da TV IBES//
Plano Americano. Utilizar o Chroma Key.
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Aqui/ você que é acadêmico de jornalismo da faculdade Ibes Sociesc ganha um espaço para mostrar o seu trabalho// A ideia é que você possa desenvolve-lo e apresentá-los para o mundo/ podendo servir inclusive para constar/ mais tarde/ em seu currículo profissional// A TV IBES faz parte do meu Projeto Experimental em Comunicação e surgiu a partir da necessidade de permitir que outros acadêmicos possam/ também/ fazer televisão// Estão sendo desenvolvidos quatro programas: Um telejornal / O “Ibes News” / um programa de grandes reportagens / o “Tema Livre” / um outro programa sobre o mundo acadêmico e um programa de debates/ que discutirão desde assuntos rotineiros até as grandes pautas da semana// E tudo isso feito por você// Um dos diferenciais é a TV na Web e o “faça você mesmo”// Aqui você desenvolve as pautas/ roteiriza os programas/ grava/ edita e publica// Tudo isso sem a necessidade de uma equipe de retaguarda// Você sentirá exatamente o prazer e o trabalho do dia-a-dia de programas de televisão// São quatro passos: 1- Você desenvolve as pautas/ pensa os assuntos/ corre atrás dos entrevistados/ roteiriza os programas e traz tudo isso prontinho/ para a gravação// O segundo passo já é a gravação// Você prepara o estúdio/ liga as câmeras/ testa o áudio/ verifica a luz e começa a gravar// Esse processo é todo relativamente simples/ só exige um pouco de atenção/ até mesmo porque você já deve ter sido familiarizado com os equipamentos durante as aulas de telejornalismo// O próximo passo é a edição// Assim que você terminar as gravações em estúdio e reunindo material já gravado em externa/ é só capturar o necessário e editar// Aqui vale lembrar que menos pode ser mais e que matérias coesas passam o recado sem rodeio// Para finalizar/ o próximo passo é a publicação// Usando uma plataforma de blog/ qualquer acadêmico conseguirá publicar/ sem nenhum segredo/ suas matérias no site e em seguida divulgá-las através das redes sociais//
Caractere com o nome do
apresentador.
Imagens de insert do planejamento da pauta e
roteiro.
Imagens de insert dos bastidores da gravação em estúdio. Gravar em
vários ângulos.
Imagens de insert do processo de edição, no laboratório de edição.
Imagens publicando conteúdo no blog. Insert
de páginas das redes sociais.
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Agora é com você/ “bora” desenvolver pautas legais e correr atrás do material necessário// A oportunidade está lançada// Se você quer ser o próximo a estar aqui/ é só se programar ou mandar um e-mail para [email protected] pedindo mais informações// Esse é o seu espaço// Se inspire// Não perca tempo!//
Caractere com o e-mail da TV, para contato.
“Ibes News” (Telejornal)
Mirella Sabrina Gonçalves/Jornalismo – 7º semestre
TEXTO OBSERVAÇÕES
Vinheta de abertura “Ibes News”.
(Cabeça abertura) Olá// No programa de hoje você vai ver// Evento no Teatro Carlos Gomes apresenta projetos acadêmicos// Grupo blumenauense cria o “CID”/ uma maneira descontraída de usar o transporte público// Ministério da Saúde anuncia cronograma de vacinação// O diploma referente ao curso de jornalismo volta a ser tema de discussão entre profissionais da área// E a Oktoberfest alem de reunir milhares de visitantes todos os anos/ abre vagas de emprego temporário para os blumenauenses// É agora/ no IBES NEWS//
Caractere com o nome do apresentador.
(Cabeça 1) Alunos de Comunicação Social da Faculdade Ibes Sociesc se reuniram no Teatro Carlos Gomes/ nesta quarta-feira/ para apresentar projetos e promover a interação entre os acadêmicos//
Matéria: “Carlos Gomes”
D.I: Na última quarta... D.F: fica aí um gostinho.
(Cabeça 2) Um grupo de acadêmicos blumenauenses cria o “CID”/Uma forma descontraída de utilizar o transporte público/ na volta para casa//
Matéria: “CID Franciele”
D.I: O grupo do CID... D.F: de mais vítimas.
(Cabeça 3) O ministério da saúde anunciou hoje/ o cronograma de imunização contra a gripe A e investimentos contra a
83
segunda onda da doença// Serão oitenta e três milhões de doses da vacina// A estimativa do governo é imunizar sessenta e dois milhões de brasileiros// Serão quatro etapas de vacinação/ de oito de março à sete de maio// Caso ocorram alterações/ outros grupos poderão ser vacinados em uma quinta etapa//
Nota ao vivo.
(Cabeça 4) A Oktoberfest reúne todos os anos milhares de visitantes// A contratação temporária de profissionais é o que garante o sucesso da festa// A repórter Fabiane Moraes traz mais informações//
Matéria: “Fabiane Moraes”
D.I: (sobe som) D.F: (sobe som)
(Cabeça 5) O Diploma para o exercício da profissão de jornalista foi tema do debate que aconteceu no auditório do Ibes Sociesc/ reunindo acadêmicos e profissionais da área//
Matéria: “Janaína Picolli – Ibes”
D.I: O debate teve... D.F: de nível superior.
Esse foi o “Ibes News”// Se você/ acadêmico de jornalismo da faculdade Ibes Sociesc quer ser o próximo à estar aqui/ é só mandar um e-mail para [email protected]//
Caractere com o e-mail
da TV, para contato.
Encerramento. Vinheta.
“Tema Livre” (Grande reportagem/Documentário)
Mirella Sabrina Gonçalves/Jornalismo – 7º semestre
TEXTO OBSERVAÇÕES
Vinheta de abertura “Tema Livre”.
(Cabeça 1) Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos// Dotados de razão e de consciência/ devem agir uns para com os outros/ em espírito de fraternidade// Esse/ é o Artigo Primeiro da Declaração Universal dos Direitos Humanos que são os direitos e liberdades básicos de todos os seres humanos// Esse conceito passa também a ideia de liberdade de pensamento e de expressão//
Caractere com o nome do apresentador.
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A ideia de direitos humanos tem origem no conceito filosófico de direitos naturais/ que seriam atribuídos por Deus// Alguns sustentam que não haveria nenhuma diferença entre os direitos humanos e os direitos naturais e vêem na distinta nomenclatura/ etiquetas para uma mesma ideia// E é sobre os Direitos Humanos/ o TEMA LIVRE de hoje//
Vídeo: até 3‟42”
(Cabeça 2) Associação de moradores é a união e organização de moradores em um espaço comunitário para trabalharem juntos e unidos por melhores condições de vida// Foi a partir dessa união que os moradores do Barracão da Vila União começaram a se organizar//
Vídeo: de 3‟43” até 6‟00”
(Cabeça 3) Preconceito social é uma forma de preconceito a determinadas classes sociais que provém da divisão da sociedade em classe dominante e a classe dominada// A discriminação consiste em acreditar que as classes mais pobres são inferiores às que possuem capital// E foi esse preconceito que as famílias sofreram/ da sociedade// Vamos continuar acompanhando o documentário/
Vídeo: de 6‟01” até 9‟12”
(Cabeça 4) As proporções que o preconceito vem alcançando sem que as pessoas se dêem conta é assustador/ pois está enraizado em nosso cotidiano// O pior dos preconceitos/ porém/ é a discriminação social/ r[igida e controlada pelo dinheiro// É justamente essa forma de conceito/ formado por antecipação/ que faz a desigualdade social aumentar absurdamente// E é contra o preconceito que esses moradores continuam a luta/ sem medo/ atrás de uma justiça que os permitam viver livres//
Vídeo: De 9‟13” até 11‟52”
85
“Mundo Acadêmico” (Entrevista com profissionais)
Mirella Sabrina Gonçalves/Jornalismo – 7º semestre
TEXTO OBSERVAÇÕES
Entrevista com o Professor Anselmo Medeiros, que atualmente é Gerente da
Unidade Sociesc de Blumenau.
Perguntas relacionadas ao ingresso no mundo acadêmico, papel na Instituição,
mercado de trabalho, financiamento e bolsas de estudo.
“Em Foco” (Debate)
Mirella Sabrina Gonçalves/Jornalismo – 7º semestre
TEXTO OBSERVAÇÕES
Debate sobre o tema: Política, Ética, Internet e o Projeto Ficha Limpa.
Convidados:
Professor Carlos Alberto – Direito e Ética
Arão Josino – Assessor Político
João Vitor Korc – Jornalista
Estes dois últimos programas, “Mundo Acadêmico” e “Em Foco”, não estão
descritos na íntegra porque são entrevistas.
86
9.3 Pós produção
Reforçando a ideia do blog como mídia de convergência, propomos ao longo
do projeto que ele continue na plataforma de blog, porém, que ganhe um domínio.
Para termos uma noção, realizamos uma pesquisa para saber se o endereço está
disponível e o valor que deveria ser pago por este domínio. Segue abaixo:
Fonte: E-Registros62
Assim, se o projeto for aprovado e houver o interesse da Instituição em
executá-lo efetivamente, o único custo necessário será o pagamento do domínio e
da hospedagem. Ambos, podem ser resolvidos a partir de patrocínio, inclusive.
62 Disponível em: http://www.e-registros.com.br/buscar_dominio.html Acesso em: 30 mai. 2010.
87
Fonte: Base6463
.
63 Disponível em: http://www.base64.com.br/pages.php?recid=163 Acesso em: 30 mai. 2010.
88
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Empenho, muito trabalho e dedicação – esses foram sem dúvida, o que nos
guiou durante todo o semestre, no desenvolvimento do projeto. Chegando ao fim
desta etapa, e ciente de termos realizados nossos objetivos, consideramos este
projeto um sonho que começa a ser traçado, para que possa, em breve, ser
realizado. Desejosos de que este trabalho possa ganhar seqüência, é que
observamos ainda, muitas outras vertentes, tais como: análise de conteúdo, ou
desenvolvimento de programas com finalidades específicas.
Acreditamos que esse projeto possa ganhar continuidade, uma vez que ele
depende de alunos interessados, e isso, sabemos que existe. Desejamos tornar a
“TV Unibes” referência na região e que possa servir, também, para estudos e
pesquisas posteriores.
89
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ANEXO A – Valor para exibição de programa, na TV Galega.
95
ANEXO B – Autorização de veiculação das matérias produzidas por alunos
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