Pe. Marcelo Moreira SantiagoCoordenador Arquidiocesano de
Pastoral
Entre os frutos do Espírito Santo colhidos pela Igreja nestes últimos 50 anos está o da maior valorização da Palavra de Deus como centralidade na vida do cristão e da Igreja Ela ganhou particular atenção no Concílio Vat. II,
sobretudo com a Constituição Dogmática “Dei Verbum”, sobre a Palavra de Deus.
Nos desdobramentos do pós Concílio Vat. II, a Sagrada Escritura assumiu presença destacada no processo de evangelização na liturgia, na catequese, na articulação dos serviços pastorais e no compromisso missionário.
Na Igreja do Brasil e na América Latina, com as Ceb’s, a partir dos anos 70/80, a leitura da Bíblia se fez mais perto, articulada com a vida (ver, julgar, agir), abrindo iniciativas de atuação participativa e transformadora “dentro e fora” da Igreja em vista do Reino de Deus (inserção eclesial)
São valioso instrumental para organização
das ceb’s: Eles se multiplicam nas comunidades e
congregam um pequeno número de pessoas mais
próximas para leitura e reflexão da Palavra de
Deus e seu confronto com a vida cotidiana
Fazem crescer a organização comunitária e a
vivência eclesial, numa Igreja mais
corresponsável, misericordiosa, participativa e
ministerial.
A produção mensal de roteiros em nossa Arquidiocese, atualmente de 40.000 exemplares, com 105 assinantes entre paróquias e comunidades
A existência de uma equipe que se desdobra para a sua produção, composta de leigos, seminaristas e com a assessoria do Pe. José Geraldo de Oliveira.
A preocupação de avaliar permanentemente este instrumental e colher sugestões dos que participam.
O destaque dado aos Grupos de Reflexão pelas assembleias pastorais e pelo Projeto Arquidiocesano de Evangelização, mostrando sua prioridade no processo de evangelização em nossa Igreja Particular, como caminho para a formação popular e a organização eclesial.
A linha assumida pelos Roteiros de Reflexão de contemplar, nas reflexões mensais, as prioridades de nossa caminhada pastoral, em permanente sintonia ao que pede a Igreja.
A articulação para que a mesma equipe dos roteiros de reflexão seja também a que prepara a “Novena de Natal”.
Houve com o tempo uma diminuição do número de roteiros produzidos. Já chegamos, no passado, a 70.000 exemplares.
O atraso na sua produção gráfica e na distribuição vem se arrastando há anos.
O interesse pelos Grupos de Reflexão ainda não é tão grande como deveria ser, sobretudo pelos párocos: Tanto em relação ao seu incentivo e organização nas
comunidades e paróquias, quanto no acompanhamento e integração dos mesmos no processo da educação e vivência comunitária da fé.
Em muitas paróquias, eles não recebem o destaque que merecem.
Há padres que resistem a eles e fecham suas comunidades a esta iniciativa arquidiocesana.
Consciência missionária de ir ao encontro, de visitar famílias, de multiplicar os grupos em nossas comunidades e de mais nos engajarmos nas lutas de transformação da sociedade e anúncio da Boa Nova de Jesus.
A articulação reflexão e ação, enquanto mecanismo de transformação da realidade em vista do Reino de Deus, ainda é tímida: Em alguns lugares, o plenário não acontece como
convém; As propostas não são levadas para a comunidade
maior – para todos; A reflexão ficou mais “espiritualista”, sem alimentar
convenientemente uma espiritualidade encarnada e libertadora, na fidelidade ao evangelho;
Houve certo cansaço, com desistências de alguns.
Manter uma equipe consistente e representativa para a produção dos roteiros.
Ter em cada região pastoral uma equipe para aprofundamento e articulação dos Grupos de Reflexão.
Motivar as paróquias a não só distribuir os roteiros de reflexão, mas: Reunirem-se mensalmente com os coordenadores dos
grupos de reflexão; Investir no sentido de que as lideranças paroquiais
participem dos grupos de reflexão. Inclusive, se preciso for, com um dia da semana reservado para estes encontros;
Fazer conhecido nas comunidades da Paróquia os gestos concretos e propósitos assumidos a partir da reflexão mensal dos grupos de reflexão.
Realizar, com certa regularidade, encontros nos níveis arquidiocesano e regional.
Valer-se do Jornal Pastoral, do “Comunidades em Festa” e do site da arquidiocese para dar maior “visibilidade” dos roteiros de reflexão.
Motivar as paróquias e sensibilizar os padres para, em sintonia com o PAE, abraçarem esta causa.
Animados pelo Cristo ressuscitado e pelo Espírito que nos fortalece, com a
proteção dos santos(as) possamos anunciar e testemunhar o Reino de Deus,
nosso Pai na vida desta Arquidiocese, dando continuidade às experiências das
primeiras comunidades cristãs e respostas aos apelos dos novos tempos
como Igreja viva chamada a anunciar, no discipulado a comunhão e a missão.