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Participação e controle social

Ministério das Cidades

Novembro de 2004

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Presidente

MINISTÉRIO DAS CIDADES

OLÍVIO DUTRA

Ministro de Estado

ERMÍNIA MARICATO

Ministra Adjunta e Secretária-Executiva

JORGE HEREDA

Secretário Nacional de Habitação

RAQUEL ROLNIK

Secretária Nacional de Programas Urbanos

ABELARDO DE OLIVEIRA FILHO

Secretário Nacional de Saneamento Ambiental

JOSÉ CARLOS XAVIER

Secretário Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana

JOÃO LUIZ DA SILVA DIAS

Presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU

AILTON BRASILIENSE PIRES

Diretor do Departamento Nacional de Trânsito – Denatran

MARCO ARILDO PRATES DA CUNHA

Presidente da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre – Trensurb

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APRESENTAÇÃO

A criação do Ministério das Cidades representa o reconhecimento do Governo

do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que os imensos desafi os urbanos do

país precisam ser encarados como política de Estado.

Atualmente cerca de 80% da população do país mora em área urbana e, em

escala variável, as cidades brasileiras apresentam problemas comuns que foram

agravados, ao longo dos anos, pela falta de planejamento, reforma fundiária,

controle sobre o uso e a ocupação do solo.

Com o objetivo de assegurar o acesso à moradia digna, à terra urbanizada,

à água potável, ao ambiente saudável e à mobilidade com segurança, iniciamos

nossa gestão frente ao Ministério das Cidades ampliando, de imediato, os

investimentos nos setores da habitação e saneamento ambiental e adequando

programas existentes às características do défi cit habitacional e infra-estrutura

urbana que é maior junto a população de baixa renda. Nos primeiros vinte

meses aplicamos em habitação 30% a mais de recursos que nos anos de 1995

a 2002; e no saneamento os recursos aplicados foram 14 vezes mais do que o

período de 1999 a 2002. Ainda é pouco. Precisamos investir muito mais.

Também incorporamos às competências do Ministério das Cidades as áreas

de transporte e mobilidade urbana, trânsito, questão fundiária e planejamento

territorial.

Paralelamente a todas essas ações, iniciamos um grande pacto de

construção da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano – PNDU, pautado

na ação democrática, descentralizada e com participação popular, visando

a coordenação e a integração dos investimentos e ações. Neste sentido, foi

desencadeado o processo de conferências municipais, realizadas em 3.457 dos

5.561 municípios do país, culminando com a Conferência Nacional, em outubro

de 2003, e que elegeu o Conselho das Cidades e estabeleceu os princípios e

diretrizes da PNDU.

Em consonância com o Conselho das Cidades, formado por 71 titulares que

espelham a diversidade de segmentos da sociedade civil, foram elaboradas

as propostas de políticas setoriais de habitação, saneamento, transporte e

mobilidade urbana, trânsito, planejamento territorial e a PNDU.

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Como mais uma etapa da construção da política de desenvolvimento,

apresentamos uma série de publicações, denominada Cadernos MCidades,

para promover o debate das políticas e propostas formuladas. Em uma

primeira etapa estão sendo editados os títulos: PNDU; Participação e Controle

Social; Programas Urbanos; Habitação; Saneamento; Transporte e Mobilidade

Urbana; Trânsito; Capacitação e Informação.

Com essas publicações, convidamos todos a fazer uma refl exão, dentro

do nosso objetivo, de forma democrática e participativa, sobre os rumos das

políticas públicas por meio de critérios da justiça social, transformando para

melhor a vida dos brasileiros e propiciando as condições para o exercício da

cidadania.

Estas propostas deverão alimentar a Conferência Nacional das Cidades,

cujo processo terá lugar entre fevereiro e novembro de 2005. Durante

este período, municípios, estados e a sociedade civil estão convidados a

participar dessa grande construção democrática que é a Política Nacional de

Desenvolvimento Urbano.

Olívio Dutra Ministro de Estado das Cidades

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O DESAFIO: MUDANÇA, JUSTIÇA SOCIAL E PARTICIPAÇÃO 7

O MINISTÉRIO DAS CIDADES E AS LUTAS URBANAS 9

referências da bandeira da reforma urbana 11

a criação do Ministério das Cidades 15

CONFERÊNCIA NACIONAL DAS CIDADES 19

Construção solidária do pacto urbano 21

Resoluções da 1ª Conferência Nacional das Cidades 24

CONSELHO DAS CIDADES 49

A participação na gestão pública 51

Dia histórico para a cidadania 51

Composição e funcionamento do ConCidades 53

Resolução do ConCidades 56

Resolução nº. 13, de 16 de junho de 2004

ANEXOS 59

1ª Conferência Nacional das Cidades 61

Decreto de convocação da Conferência Nacional das Cidades 61

Regimento Interno da 1ª Conferência Nacional das Cidades 63

Regulamento da 1ª Conferência Nacional das Cidades 76

Recomedações da 1ª Conferência Nacional das Cidades 81

Moções aprovadas na 1ª Conferência Nacional das Cidades 91

Conselho das Cidades 107

Decreto do Conselho das Cidades - ConCidades 107

Regimento Interno do Conselho das Cidades - ConCidades 111

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O DESAFIO: MUDANÇA, JUSTIÇA SOCIAL E PARTICIPAÇÃO

Estamos vencendo o desafi o de governar o Brasil e democratizar a gestão de um País com tradi-

ção patrimonialista, imensas desigualdades sociais e uma rica diversidade cultural e geográfi ca.

De forma democrática e participativa, queremos que todos possam defi nir os rumos das polí-

ticas públicas por meio de critérios de justiça social que atendam especialmente àqueles que

mais necessitam.

Essa nova forma de governar não poderia se dar em outro momento da história do país. O

contexto atual é marcado pela gestão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito pelo desejo

de mudança, justiça social e desenvolvimento.

Não há uma fórmula pronta e acabada para a realização do desafi o colocado às adminis-

trações democráticas de proporcionar condições ao exercício do direito de todo cidadão de

participar do controle e planejamento do governo, através de formas diretas e representativas,

priorizando o fortalecimento, transparência, efi cácia e autonomia das administrações públicas.

Na busca de vencer esse desafi o, o governo federal vem realizando um esforço permanente

de ouvir a sociedade sobre diferentes temas, convidando-a e incentivando-a a participar da

construção de um novo modelo de gestão.

Já no primeiro ano de governo, em 2003, vários ministérios realizaram conferências. O Minis-

tério das Cidades realizou a Conferência Nacional das Cidades, que mobilizou 3.457 municípios

brasileiros em 26 estados e o Distrito Federal.

Toda esta mobilização, realizada em seis meses, culminou com a Conferência Nacional da

qual participaram 2.510 delegados. Eles elegeram diretamente o Conselho das Cidades, com-

posto por 71 membros efetivos e representativos da sociedade civil urbana brasileira.

Quando se abre a oportunidade de participação nas decisões àqueles que nunca tiveram

vez e voz, objetiva-se fazer a justiça social . A democracia adquire outra dimensão quando a

sociedade participa da elaboração, do acompanhamento e da execução dos programas que se

referem às políticas públicas.

O Caderno Participação e Controle Social apresenta, para o exame da sociedade brasileira,

elementos da experiência acumulada de um processo de participação promovido pelo Ministé-

rio das Cidades, em parceria com a representação dos segmentos sociais urbanos – em especial

com os que demandam cidades justas e democráticas.

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Optou-se por um texto composto de três partes. A primeira delas - O Ministério das Cidades e

as Lutas Urbanas – discorre sobre as referências de conjunturas sociais que balizaram a criação do

Ministério das Cidades.

A segunda – Conferência Nacional das Cidades Brasileiras – apresenta os princípios, diretrizes,

objetivos e ações aprovados pelos delegados e que nortearão as políticas setoriais e de Desenvol-

vimento Urbano.

A conquista da participação através de Conferências das Cidades e a eleição e instalação do

Conselho das Cidades, relatados na terceira parte, demonstram o avanço e a potencialidade de

uma instância plural que quer modifi car as lógicas que predominam nas políticas urbanas

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o Ministério das Cidades e as lutas urbanas

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REFERÊNCIAS DA BANDEIRA DA

REFORMA URBANA

A questão urbana começa ser apontada como

uma questão social no início dos anos 60,

a partir da defesa da Reforma Urbana. Este

processo acontece dentro de um contexto

desenvolvimentista, marcado pela necessida-

de de implementar reformas de base, visando

o alargamento do mercado interno e de me-

lhores condições de vida para a população.

O encontro promovido por profi ssionais que

trabalhavam com as questões urbanas, no Ho-

tel Quitandinha, em Petrópolis, Rio de Janeiro,

em 1963, foi o primeiro ato histórico em defe-

sa dessa bandeira, paralisada posteriormente

pelo regime militar.

O modelo de desenvolvimento urbano im-

plementado no período autoritário, delineado

a partir do aprofundamento das desigual-

dades sociais e territoriais, impõe aos atores

sociais a volta da questão urbana na agenda

política nacional. Grandes mobilizações popu-

lares realizadas em todo o país, nas décadas

de 70 e 80, possibilitam, mais tarde, em mea-

dos dos anos 80, a volta do Movimento pela

Reforma Urbana.

Lutas específi cas desenvolvidas pelos mo-

vimentos sociais, principalmente nas periferias

das cidades brasileiras, espelhavam para a

opinião pública e para o Estado a perversa

distribuição de renda que impedia a universa-

lização da cidadania urbana, vivenciada com

a inadequação e a falta de acesso à terra e à

habitação; irregularidade fundiária; precarie-

dade e defi ciência de saneamento ambiental;

ausência e baixa qualidade do transporte

coletivo; insegurança no trânsito; violência

urbana e os crescente défi cits no acesso aos

serviços de saúde e educação.

O golpe militar de 1964 interrompeu o

processo de reformas, mas não eliminou seus

personagens, nem a memória dos novos ato-

res que surgiram no período da redemocrati-

zação do país. Os esforços e esperanças dos

movimentos sociais estavam voltados para a

abertura política, eleições livres e democráti-

cas, elaboração de uma nova Constituição e

a participação efetiva na implementação de

políticas públicas.

O movimento de luta pela Reforma Urbana

ressurge em plena crise econômica que se

instalou no país, na década de 80, imbuído de

uma forte preocupação com o quadro de ex-

clusão do modelo das cidades brasileiras. Inte-

grou-se ativamente ao processo constituinte,

atuando em todos os níveis de governo, for-

mulando projetos e intervindo decisivamente

no campo das políticas urbanas locais, através

da articulação de diferentes atores.

No contexto da luta para aprofundar e

radicalizar a democracia, os municípios de-

senvolveram experiências relevantes, com

participação popular, de orçamentos partici-

pativos, planos diretores e programas de re-

gularização fundiária, urbanização de favelas e

implementação de Conselhos Setoriais. Essas

políticas marcaram especialmente a década

de 90 e criaram as condições necessárias para

a elaboração de políticas descentralizadas,

opostas àquelas que estimularam o desman-

telamento das políticas integradas em todos

os níveis da Federação.

Contrário e ao mesmo tempo coerente

com a conjuntura econômica, política e social,

o modelo institucional responsável pela políti-

ca urbana nacional, no período do regime mi-

litar, se caracterizava pela centralização nacio-

nal, através do BNH, tendo como prioridade o

atendimento às faixas médias da população.

Após sua extinção, assistimos ao desmante-

lamento da política nacional e o surgimento

de outra caracterizada pela fragmentação e

a descontinuidade, não se constituindo área

prioritária governamental. Os dois modelos,

apesar de opostos, se caracterizaram pela au-

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sência do debate da questão urbana na agen-

da política nacional e pela falta concreta de

interlocutores com a sociedade. A inexistência

de uma instância nacional de negociação en-

tre os atores prejudicou a atuação dos gover-

nos locais e a participação dos atores sociais

na formulação e implementação de políticas

públicas voltadas para a cidade.

Essa ausência, por sua vez, contribuiu para

difi cultar ainda mais a integração nacional das

políticas urbanas, bem como o estabelecimen-

to de estratégias que visassem a redução das

desigualdades regionais e urbanas. O ônus

deste processo foi assumido pelos municípios

que tiveram que arcar com as pressões da po-

pulação e realizar programas que atendessem

às demandas. Por outro lado, parte dos muni-

cípios que potencializaram o movimento pela

Reforma Urbana, na década de 90, demons-

traram que a esfera local é fundamental para a

implementação da política urbana.

A retomada da bandeira da Reforma Urba-

na, em meados da década de 80, incorpora o

acúmulo teórico sobre a questão urbana e o

avanço político dos movimentos populares e

dos municípios. A emenda popular pela Re-

forma Urbana é encaminhada ao projeto de

Constituição Federal, propondo princípios,

diretrizes e mecanismos capazes de garantir a

função social da terra e o direito à cidade com

gestão democrática. O objetivo era assegurar

direitos até então inexistentes para os cida-

dãos, como, entre outros, o direito à moradia e

ao acesso a programas públicos de habitação,

saneamento e transporte.

A expressão desta luta se traduziu em arti-

culações de entidades dos movimentos popu-

lares, sindicados, organizações não governa-

mentais, instituições acadêmicas e técnicos da

esfera local do poder público, principalmente

das regiões metropolitanas e na conquista

do capítulo urbano na Constituição – artigos

182 e 183. O novo texto constitucional, pela

primeira vez em nossa história, faz referência à

função social da propriedade e da cidade para

ser efetivada no Plano Diretor e cria instru-

mentos que possibilitam o enfrentamento da

especulação imobiliária e da concentração de

terra urbana ociosa.

Eis a íntegra do texto aprovado:

Da Ordem Econômica e Financeira

Capítulo II

Da Política Urbana

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano,

executada pelo poder público municipal, con-

forme diretrizes gerais fi xadas em lei, tem por

objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das

funções sociais da cidade e garantir o bem-es-

tar de seus habitantes.

§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara

Municipal, obrigatório para cidades com mais

de vinte mil habitantes, é o instrumento básico

da política de desenvolvimento e de expansão

urbana.

§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função

social quando atende às exigências fundamen-

tais de ordenação da cidade expressas no plano

diretor.

§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos

serão feitas com prévia e justa indenização em

dinheiro.

§ 4º É facultado ao poder público municipal,

mediante lei específi ca para área incluída no

plano diretor, exigir, nos termos da lei federal,

do proprietário do solo urbano não edifi cado,

subutilizado ou não utilizado que promova seu

adequado aproveitamento, sob pena, sucessi-

vamente, de:

I - parcelamento ou edifi cação compulsórios;

II - imposto sobre a propriedade predial e ter-

ritorial urbana progressivo no tempo;

III - desapropriação com pagamento mediante

títulos da dívida pública de emissão previa-

mente aprovada pelo Senado Federal, com

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O processo constituinte nacional impulsiona

as lutas locais para a elaboração das Cartas

Estaduais, das Leis Orgânicas e planos dire-

tores e os princípios da Reforma Urbana1 são

confi rmados em muitos estados e municípios

brasileiros. A emenda popular pela reforma

urbana nacional foi adaptada e adequada às

localidades.

No final da década de 80 e início dos anos

90, ainda no contexto da luta pela reforma

urbana, os movimentos populares que acu-

mularam lutas e conquistas locais em defesa

de moradia - através de ocupações, mutirões

autogestionários2, passeatas, caminhadas,

caravanas à Brasília, entre outras formas -, se

organizam e coordenam nacionalmente uma

série de protestos contra a falta de habitação,

encaminhando o primeiro projeto de lei de

iniciativa popular. O documento propõe a

criação do Fundo Nacional de Moradia Popu-

lar associado a uma política nacional voltada

para a moradia popular com participação

social. Encaminhado ao Congresso Nacio-

nal com cerca de 1 milhão de assinaturas,

essa iniciativa popular se transforma no PL

2710/92 e tramita pela Câmara Federal por 11

anos. No momento, está em tramitação no

Senado (PLC 36/2004).

Para o movimento da Reforma Urbana, a

questão habitacional não se resumia a reivin-

dicar e solucionar o défi cit de novas moradias,

mas garantir a permanência e a melhoria nas

condições de habitabilidade de áreas e bairros

onde mora a população mais pobre. A luta

pela reforma urbana incluía várias trincheiras

articuladas entre si na defesa da habitação,

meio ambiente, transporte, saúde e educação,

procurando abrir canais de participação no

planejamento e gestão das políticas públicas.

Outra luta associada à defesa da Reforma

Urbana, desenvolvida na década de 90, foi a

mobilização de entidades diante da neces-

sidade de uma nova política nacional para o

saneamento, visto esgotamento do PLANASA

– Plano Nacional de Saneamento – efetivado

1- I. Direito à Cidade e à Cidadania. Uma nova lógi-ca que universalize o acesso aos equipamentos e serviços urbanos, a condições de vida urbana dig-na e ao usufruto de um espaço culturalmente rico e diversifi cado e, sobretudo, em uma dimensão política de participação ampla dos habitantes das cidades na condução de seus destinos. II. Gestão Democrática da Cidade, entendida como forma de planejar, produzir, operar e governar as cidades submetidas ao controle e participação social, destacando-se como prioritária a participa-ção popular. III. Função Social da Cidade e da Propriedade, en-tendida como a prevalência do interesse comum sobre o direito individual de propriedade, o que implica o uso socialmente justo e ambientalmente equilibrado do espaço urbano.

2 Os mutirões autogestionários são um exemplo de parceria onde a comunidade assume a gestão do empreendimento, com resultados bastante ex-pressivos no que diz respeito a escala de interven-ção, qualidade e custo das moradias produzidas

prazo de resgate de até dez anos, em parce-

las anuais, iguais e sucessivas, assegurados o

valor real da indenização e os juros legais.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área

urbana de até duzentos e cinqüenta metros

quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e

sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou

de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde

que não seja proprietário de outro imóvel urba-

no ou rural.

§ 1º O título de domínio e a concessão de uso

serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a

ambos, independentemente do estado civil.

§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mes-

mo possuidor mais de uma vez.

§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos

por usucapião.

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a partir da construção e elaboração do PL

199/91. O projeto foi aprovado no Congresso

Nacional e vetado no quinto dia do primeiro

mandato do presidente Fernando Henrique

Cardoso, deixando o país até a presente data

no que chamamos de vazio institucional.

O saldo organizativo dessa mobilização deu

origem à Frente Nacional pelo Saneamento

Ambiental - FNSA que reuniu 17 entidades na-

cionais da sociedade civil, desde gestores até

trabalhadores, passando pelos movimentos

sociais, associações profi ssionais e entidades

de defesa do consumidor para se contrapor

de forma organizada aos projetos de lei sur-

gidos posteriormente - o 266/96 e o 4147/01.

A participação efetiva e a mobilização destas

entidades, que patrocinaram um abaixo-assina-

do com mais de 720 mil assinaturas contrárias

à aprovação do PL 4147 - além da ausência de

consenso do setor sobre o tema - fi zeram com

que estes projetos não fossem aprovados.

Os movimentos sociais também lutaram

por melhores transportes urbanos. Nas déca-

das de 70 e 80 a luta se desenvolve, gerando,

inclusive, depredações, fortalecendo o movi-

mento popular reivindicativo, e deságua nos

movimentos sociais de transportes - estrutura-

dos principalmente nas grandes metrópoles.

Nos anos 90, mesmo com a progressiva de-

gradação dos serviços, o movimento se man-

tém, mas sem muita repercussão. Em 2003,

as mobilizações emergem novamente sob a

forma de revoltas de estudantes, em várias

cidades brasileiras, contra os aumentos das

tarifas. Uma articulação suprapartidária ocupa

a cena política com a criação do Movimento

Nacional pelo Direito ao Transporte e da Fren-

te Parlamentar de Transporte Público.

O processo de participação no período

pré-constitucional possibilitou, também, a

incorporação ao novo texto constitucional

da prática participativa na gestão pública. A

Constituição institucionalizou os Conselhos de

Gestão e sua implementação se deu a partir

de diversas formas e concepções. Destacam-

se, pelo funcionamento mais regular, os con-

selhos nas áreas de saúde, da criança e ado-

lescente e da assistência social, formulados no

âmbito de uma política nacional e regulados

em lei federal. Na área urbana não foi criado

o Conselho de Desenvolvimento Urbano, que

só vem a ser criado em 2001, por Medida Pro-

visória, pelo presidente da República.

Outra marca da década de 90: as Con-

ferências Internacionais promovidas pela

ONU. A Conferência Internacional para o

Habitat II, realizada em 1996, conquista o

Direito à Moradia como um Direito Huma-

no entendido como a garantia do direito e

acesso à terra, habitação e infra-estrutura.

É a primeira vez que o governo brasileiro,

por pressão da ONU, abre para a participa-

ção das organizações sociais a elaboração

de um diagnóstico da realidade urbana. As

organizações ligadas à Reforma Urbana rea-

lizam a Conferência Nacional da Sociedade

Brasileira para o HABITAT II, reunindo cerca

de 500 participantes de 150 entidades com

o objetivo específico de construir um proje-

to para as cidades brasileiras.

OUTRA MARCA DA DÉCADA DE 90:

AS CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS

PROMOVIDAS PELA ONU. A CONFERÊNCIA

INTERNACIONAL PARA O HABITAT II,

REALIZADA EM 1996, CONQUISTA O DIREITO

À MORADIA COMO UM DIREITO HUMANO

ENTENDIDO COMO A GARANTIA DO DIREITO

E ACESSO À TERRA, HABITAÇÃO E INFRA

ESTRUTURA. É A PRIMEIRA VEZ QUE O

GOVERNO BRASILEIRO, POR PRESSÃO DA

ONU, ABRE PARA A PARTICIPAÇÃO DAS

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS A ELABORAÇÃO DE

UM DIAGNÓSTICO DA REALIDADE URBANA.

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Estatuto da Cidade, uma lei elaborada

coletivamente

A conquista do capítulo urbano no texto da

Constituição determinou a necessidade da

continuidade da luta pela sua regulamenta-

ção. Tornou-se fundamental manter a mo-

bilização pela elaboração e aprovação de

uma legislação federal que implementasse

os artigos constitucionais. O projeto de lei

que resultou na Lei Federal 10.257/01, na sua

tramitação no Congresso Nacional reúne as

propostas já elaboradas nos anos 70 e que,

na época, provocaram uma reação contrária

aos princípios e diretrizes dos atores sociais

que referenciaram o texto constitucional. O

anteprojeto divulgado inicialmente continha

instrumental urbanístico para conter a espe-

culação imobiliária, a distribuição dos serviços

urbanos e, indiretamente, tinha o objetivo de

enfrentar o chamado “caos urbano”. A partir

do processo de participação na Constituinte,

outros referenciais foram incorporados como

a função social da propriedade, a gestão de-

mocrática e o direito à cidade.

A atuação incessante, durante 12 anos, no

Congresso Nacional das organizações sociais e

municípios ligadas ao movimento da Reforma

Urbana, em conjunto com os parlamentares,

foi construindo uma lei que expressou o

acúmulo do múltiplos atores sociais atuantes

e representativos da realidade urbana dos ex-

cluídos. Com a aprovação da nova lei, as pre-

feituras podem contar, atualmente, com um

instrumental precioso de regulação do uso do

solo para enfrentar o desrespeito aos direitos

urbanos e:

. aplicar a função social da propriedade e da

cidade;

. legalizar e urbanizar a parte da cidade ilegal;

. possibilitar uma gestão democrática;

. recuperar para a coletividade a valorização

imobiliária;

. fortalecer o planejamento com participa-

ção social.

Esse instrumental, já experimentado por

algumas prefeituras, pode comprovadamente

contribuir para a redução das desigualdades

territoriais e sociais e proporcionar a apropria-

ção das cidades pelos cidadãos.

Ë fundamental, no entanto, registrar que

em todo esse processo de embates, no bojo

dos debates pela Reforma Urbana, a concep-

ção que se colocou, e ainda hoje existe como

pano de fundo, é a necessidade de se atingir

lógicas estruturais para alcançar a justiça

social. Para assegurar os direitos urbanos e o

acesso igualitário aos bens e serviços o funda-

mental é resgatar a função social do Estado.

A CRIAÇÃO DO MINISTÉRIO

DAS CIDADES

Desde o ano de 1994 já se gestavam as condi-

ções para a criação do Ministério das Cidades,

batizado à época de Ministério da Reforma

Urbana. A proposta foi consolidada mais tar-

de no âmbito do Projeto Moradia, a pedido do

Instituto da Cidadania, por especialistas e lide-

ranças sociais envolvidos com o Movimento

de Reforma Urbana.

O Projeto Moradia, criado em 2000, tem

como foco central uma política de habitação,

entendendo, no entanto, que não se faz polí-

tica de moradia sem realizar as devidas inter-

secções, principalmente em desenvolvimento

urbano, uso do solo, saneamento e transporte.

O Projeto Moradia deixou claro que não era

possível realizar uma política de moradia sem

um arcabouço institucional que oferecesse as

devidas condições para a implantação de tais

políticas. Adotou o conceito de que habitação

não se restringe a casa, exigindo especialmen-

te, mas não apenas, serviços e equipamentos

complementares indispensáveis à vida cole-

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tiva: água, esgoto, drenagem, coleta de lixo,

transporte, trânsito seguro e lazer.

A proposta formulada criava um Sistema

Nacional de Habitação do qual faziam parte

o Ministério das Cidades; os Conselhos Na-

cional, Estaduais e Municipais de Desenvol-

vimento Urbano; os Fundos de Moradia nas

três esferas; a Agência Nacional de Regula-

mentação do Financiamento Habitacional; e

os agentes promotores e financeiros, públi-

cos e privados.

A criação do Ministério das Cidades no Pro-

jeto Moradia se justifi ca, em primeiro lugar, a

partir da constatação do quadro de injustiça

social existente nas cidades, penalizando 81%

da população brasileira. O segundo argumen-

to se referia à ausência quase total de uma

política urbana, especialmente da falta de um

espaço institucional que se responsabilizasse

por esta questão. Desde a extinção do BNH

a responsabilidade da política urbana passou

por vários ministérios e por várias secretarias,

que produziram programas fragmentados

e descontinuados. Produziram, também, a

ausência de informações sistemáticas sobre a

questão urbana, a falta de quadros técnicos

qualifi cados e a falta de estratégias para en-

frentar os problemas urbanos.

Ao Ministério das Cidades caberia, sobre-

tudo, uma ação planejadora, normativa e

articuladora no sentido de formular Planos

Nacionais e criar um Sistema Permanente de

Dados sobre a questão urbana e habitacional.

Seria instituído um Conselho de Desenvolvi-

mento Urbano – CNDU, em âmbito nacional,

articulado com Conselhos de Desenvolvimen-

to Urbano nos estados e municípios. O CNDU

seria uma instância decisória onde se dariam

as defi nições das diretrizes da política urbana

e regional. A sua composição seria tripartite

entre representantes do governo, dos setores

produtivos e dos usuários.

A proposta incluía também a criação de

comitês tripartite(Câmaras Técnicas) para par-

tilhar não apenas o poder, mas as responsabi-

lidades, tais como: reforma urbana, habitação,

saneamento e transporte urbano. O Projeto

Moradia já propunha as conferências em to-

das as esferas de governo para garantir uma

ampla representação e participação de todos

os segmentos envolvidos na discussão das

cidades, objetivando o estabelecimento de

princípios e diretrizes mais gerais que orienta-

riam a atuação dos conselhos.

O quadro urbano-social não modifi cou da

época em que foram elaboradas as propostas

pelos movimentos sociais e o Instituto da

Cidadania. Ao contrário, os índices expressos

pelo Censo 2000 mostraram uma triste reali-

dade onde a pobreza, desemprego, violência

e a falta de moradias, equipamentos e servi-

ços públicos aumentaram. O Ministério das

Cidades foi criado pelo Presidente Luis Inácio

Lula da Silva, em seu primeiro ato como Pre-

sidente da República, exatamente, para pro-

porcionar as condições para a articulação das

políticas urbanas específi cas e fragmentadas,

objetivando potencializar os recursos huma-

nos e fi nanceiros em função da conquista de

melhores condições de vida dos habitantes

urbanos. Este é o objetivo estratégico da polí-

O MINISTÉRIO DAS CIDADES FOI CRIADO

PELO PRESIDENTE LUIS INÁCIO LULA

DA SILVA, EM SEU PRIMEIRO ATO COMO

PRESIDENTE DA REPÚBLICA, EX ATAMENTE,

PARA PROPORCIONAR AS CONDIÇÕES

PARA A ARTICULAÇÃO DAS POLÍTICAS

URBANAS ESPECÍFICAS E FRAGMENTADAS,

OBJETIVANDO POTENCIALIZAR OS

RECURSOS HUMANOS E FINANCEIROS EM

FUNÇÃO DA CONQUISTA DE MELHORES

CONDIÇÕES DE VIDA DOS HABITANTES

URBANOS.

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tica nacional de desenvolvimento urbano do

Ministério das Cidades.

A estrutura do Ministério das Cidades cons-

titui um paradigma não apenas em território

brasileiro, mas em toda a América Latina, pois

foi montada para trabalhar pela universaliza-

ção de acesso aos direitos fundamentais atra-

vés de ações democráticas, descentralizadas e

com participação popular.

A base de uma política urbana com partici-

pação popular, visando desmontar o modelo,

ainda ativo, de um Estado generoso para com

as elites e perverso para milhões de pessoas,

está no reconhecimento de que a participa-

ção nas políticas públicas é um direito dos

cidadãos e de que o caminho para o enfren-

tamento dos mesmos está diretamente vincu-

lado à articulação e integração de esforços e

recursos nos três níveis de governo – federal,

estadual e municipal.

São essas convicções que inspiraram o

processo de realização das Conferências das

Cidades e de formação do Conselho das

Cidades, a quem cabe uma contribuição

efetiva na busca da implementação dos

princípios básicos da transversalidade e da

integração entre políticas setoriais de ha-

bitação, mobilidade urbana e saneamento

ambiental, realizando inclusive interfaces

com as políticas de segurança pública, saú-

de, cultura, promoção social, entre outras,

visando uma efetiva política de desenvolvi-

mento urbano.

O Ministério, ao desejar a construção de

cidades mais justas, democráticas e susten-

táveis, formula políticas e soluções que afe-

tam o desenvolvimento efetivo das cidades,

visando a redução da desigualdade e da se-

gregação social e territorial, da pobreza e da

violência, da degradação ambiental..

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A CONSTRUÇÃO SOLIDÁRIA DO PACTO

URBANO

Foi uma longa jornada por cidades justas e

democráticas. A realização das Conferências

das Cidades e a formação do Conselho das

Cidades constituem nova face do movimento

social pela Reforma Urbana.

Mais de 3.457 cidades, através dos atores

organizados, entraram em acalorado debate.

Essa extraordinária demonstração de mobi-

lização e organização aconteceu, a partir de

maio de 2003, em cidades de todas as regiões

do país até convergirem na I Conferência Na-

cional das Cidades, realizada em outubro do

mesmo ano, em Brasília. A provocar e a con-

duzir o debate deste fórum plural e desigual

como o Brasil, o Ministério das Cidades coor-

denava o processo de formação do primeiro

Conselho das Cidades instituído no país,

composto de 71 titulares, dos quais 41 repre-

sentantes da sociedade civil e 30 do poder

público (federal, estadual e municipal).

Instalou-se, portanto, em âmbito federal o

mais amplo e democrático processo já empre-

endido no Brasil para o debate do presente e,

sobretudo, do futuro das cidades. A parceria

estabelecida entre o Ministério das Cidades

e as entidades da sociedade civil foi decisiva

para o êxito das Conferências. E será decisiva

para a superação dos múltiplos e graves desa-

fi os urbanos que há mais de quatro décadas

mobilizam diversos segmentos sociais e des-

de muito tempo penalizam especialmente as

populações pobres.

“Torna-se oportuno que tenhamos em mente

que as Conferências das Cidades constituem

um primeiro passo. Será necessário andar muito

mais para proporcionarmos a todos os cidadãos

e a todas as cidadãs a oportunidade de exer-

cerem plenamente o direito às cidades”, foi o

que disse o Ministro Olívio Dutra ao abrir em

Cascavel, no Paraná, uma das maiores entre as

150 conferências regionais das cidades. Estas

reuniram representantes de 2.027 municípios

em todo o país. Outros 1.430 municípios rea-

lizaram Conferências das Cidades em âmbito

local. A Coordenação Executiva, formada por

33 entidades, instituições e órgãos públicos

de âmbito nacional, estima em 320 mil o nú-

mero de participantes das etapas municipal e

estadual.

Quase 60% dos municípios com população

até 20 mil habitantes realizaram conferências.

E em todos os municípios com população

superior a 2 milhões de pessoas o processo

de conferências mobilizou os administradores

públicos e os legisladores, os movimentos

sociais e populares, representantes de ONGs,

de entidades profi ssionais, acadêmicas e de

pesquisa, entidades sindicais de trabalhado-

res, empresários relacionados à produção e ao

fi nanciamento do desenvolvimento urbano

e operadores e concessionários de serviços

públicos.

Do Norte ao Sul do Brasil o mutirão da

cidadania lotou teatros, clubes, salões, esco-

las, auditórios e centros de convenções. O

Espaço Cultural de João Pessoa abrigou re-

presentantes de 160 dos seus 223 municípios.

Em São Luís, os participantes da Conferência

Estadual das Cidades do Maranhão lotaram

três auditórios. No Acre, a primeira unidade

da Federação a realizar a Conferência Estadual

das Cidades, mobilizaram-se representantes

de todos os municípios. Não foi diferente em

Tocantins. Nem no Espírito Santo, estado em

que 73 municípios foram representados por

uma delegação de 800 pessoas. São Paulo

reuniu três mil delegados.

No Ceará, a Conferência Estadual contou

com mais de mil representantes de 96 muni-

cípios. No Rio de Janeiro, delegados eleitos

por 74 dos 92 municípios lotaram primeiro o

Teatro Municipal e, depois, os prédios do cam-

pus da Universidade Estadual. No Rio Grande

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do Sul, 1.500 delegados municipais foram os

personagens de sua própria história. No Rio

Grande do Norte, 98 municípios foram re-

presentados por 550 delegados. Em Pernam-

buco, a edição de 12 de setembro do Jornal

do Commercio anunciou: “Pela primeira vez a

população pernambucana participará de uma

conferência para defi nir prioridades no planeja-

mento e desenvolvimento urbano do Estado”.

A Conferência das Cidades reuniu, em

Pernambuco, 1.430 representantes do Poder

Público e da sociedade No Amazonas, os de-

legados dedicaram especial atenção ao défi cit

habitacional e à ocupação desordenada do

espaço urbano de Manaus, onde 70% dos

bairros foram formados a partir dessas ocupa-

ções. Em Mato Grosso, a preocupação foi com

a histórica falta de tratamento dos esgotos

lançados no rio Cuiabá e com a falta de mo-

radia de centenas de famílias sem-teto, que

chegam à cidade em desordenado processo

de migração.

Em pouco tempo foi surpreendente a ade-

são dos municípios e das entidades da socie-

dade civil ao chamamento da Conferência. A

proposta inicial do Ministério das Cidades era

convocar 15 entidades representativas da so-

ciedade civil em âmbito nacional e iniciar, com

elas, a montagem do processo de Conferência

das Cidades. Mas poucos dias de contatos e

sondagens foram sufi cientes para alterar os

rumos do mutirão da cidadania. Nada menos

do que 81 entidades mandaram representan-

tes à primeira reunião preparatória das Confe-

rências das Cidades, em abril de 2003. Todas

participaram da solenidade de lançamento

das Conferências, em 9 de abril, no Palácio do

Planalto. E todas foram as principais protago-

nistas do roteiro da democracia iniciado em

junho, com a realização da primeira Confe-

rência Municipal, até o seu encerramento na

noite de 26 de outubro.

Tamanha capacidade de agregar, produzir,

acumular e irradiar pensamento sobre políti-

cas públicas de desenvolvimento urbano se

explica na própria origem do Ministério das

Cidades. Sua agenda é fruto de décadas de

formulação, proposição, contribuição, debate

e embate em torno de políticas de desenvol-

vimento urbano. É ele, em si, o arcabouço ins-

titucional de um projeto forjado na resistência,

reconhecido como direito magno do Estado

brasileiro na Constituição de 1988 - o Direito à

Cidade.

A vibrante resposta de cada delegação

estadual à chamada geral feita pela coorde-

nadora Iria Charão serviu como um anúncio

da mobilização que animou a primeira Confe-

rência Nacional das Cidades. Foi sob o envol-

vimento daquelas primeiras manifestações de

entusiasmo que o ministro das Cidades, Olívio

Dutra, deu boas-vindas à cidadania; e o Presi-

dente da República, Luiz Inácio Lula da Silva,

abriu a Conferência.

“(...) Vocês conhecem as pessoas que traba-

lham com o Olívio Dutra e conhecem o Olívio

Dutra. Vocês sabem que essas pessoas têm

compromisso histórico e de vida na tentativa de

resolver o problema da falta de moradia digna.

Certamente, a gente não pode, em quatro anos,

fazer tudo que a gente quer fazer. A única coisa

que eu quero que vocês não percam nunca é

a certeza, primeiro, de que eu sei quais são os

meus compromissos; segundo, de que eu sei

quais são as minhas responsabilidades; terceiro,

que se eu estou aqui é por causa de vocês; e,

quarto, quando eu deixar o governo vou ter

que voltar para os braços de vocês. Por isso,

eu tenho que fazer as coisas bem feitas e não

desviar do rumo que foi a razão pela qual nós

tanto brigamos e lutamos. O compromisso

com a moradia não é um compromisso apenas

programático. Para nós, é um compromisso de

vida. E nós vamos fazer o esforço que for ne-

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cessário fazer, brigar com quem tivermos que

brigar, para que a gente possa terminar o nosso

mandato fazendo o máximo que o Presidente

da República e o seu governo podem fazer pela

Habitação e pelo Saneamento”. Luiz Inácio Lula

da Silva.

As Conferências das Cidades se dão, sobre-

tudo, nos níveis municipal, estadual e federal,

ambientes privilegiados para a discussão dos

grandes problemas há muito acumulados

nos espaços urbanos de todo o País. Seus

objetivos são: identifi car os principais proble-

mas que afl igem as populações das cidades

brasileiras, mediante manifestações de vários

segmentos e agentes produtores, consumido-

res e gestores; propor princípios e diretrizes

das políticas setoriais e da política nacional

das cidades; avaliar os programas e legislações

nas áreas de Habitação, Saneamento Ambien-

tal, Programas Urbanos, Trânsito, Transporte

e Mobilidade Urbana, desenvolvidas pelos

governos federal, estaduais, municipais e do

DF; indicar ao Ministério das Cidades as prio-

ridades de atuação; avaliar o sistema de ges-

tão e implementação das políticas urbanas,

intermediando a relação com a sociedade na

busca da construção de uma esfera públi-

co-participativa; avaliar os instrumentos de

participação popular presentes na elaboração

e implementação das políticas públicas e pro-

por as formas de participação no processo de

formação do Conselho das Cidades.

O fi m da solenidade da I Conferência Na-

cional das Cidades Brasileiras defl agrou um

processo de debates e articulações, acordos

e desacordos, exposição de propostas e de

contra-propostas, reuniões de pequenos e de

grandes grupos, encaminhamentos, questões

de ordem e votações protagonizadas por

999 administradores públicos e legislado-

res, 626 militantes de movimentos sociais e

populares, 251 representantes de entidades

sindicais de trabalhadores, 248 representantes

de operadores e concessionários de serviços

públicos, 193 delegados de ONGs e entidades

profi ssionais, acadêmicas e de pesquisa e 193

representantes de empresários relacionados

à produção e ao fi nanciamento do desen-

volvimento urbano. Foram quatro exaustivos

dias de discussões. Nos acalorados debates

da Conferência, a partir da discussão do Texto

Base distribuído pelo Ministério das Cidades

com o título “Cidade para Todos - Construindo

uma política democrática e integrada para as

cidades”, os delegados apresentaram as al-

ternativas para um Brasil diferente através de

Resoluções aprovadas. São elas:

QUASE 60% DOS MUNICÍPIOS COM POPULAÇÃO

ATÉ 20 MIL HABITANTES REALIZARAM

CONFERÊNCIAS. EM TODOS OS MUNICÍPIOS

COM POPULAÇÃO SUPERIOR A 2 MILHÕES

DE PESSOAS O PROCESSO DE CONFERÊNCIAS

MOBILIZOU OS ADMINISTRADORES PÚBLICOS

E OS LEGISLADORES, OS MOVIMENTOS

SOCIAIS E POPULARES, REPRESENTANTES

DE ONGS, DE ENTIDADES PROFISSIONAIS,

ACADÊMICAS E DE PESQUISA, ENTIDADES

SINDICAIS DE TRABALHADORES, EMPRESÁRIOS

RELACIONADOS À PRODUÇÃO E AO

FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO

URBANO E OPERADORES E CONCESSIONÁRIOS

DE SERVIÇOS PÚBLICOS.

DE NORTE A SUL DO BRASIL O MUTIRÃO

DA CIDADANIA LOTOU TEATROS, CLUBES,

SALÕES, ESCOLAS, AUDITÓRIOS E CENTROS DE

CONVENÇÕES. O ESPAÇO CULTURAL DE JOÃO

PESSOA ABRIGOU REPRESENTANTES DE 160

DOS SEUS 223 MUNICÍPIOS. EM SÃO LUÍS, OS

PARTICIPANTES DA CONFERÊNCIA ESTADUAL

DAS CIDADES DO MARANHÃO LOTARAM TRÊS

AUDITÓRIOS.

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MISSÃO DO MINISTÉRIO DAS CIDADES

Garantir o direito à cidade a todos os seus

habitantes, promovendo a universaliza-

ção do acesso à terra urbanizada e à mo-

radia digna, ao saneamento ambiental, à

água potável, ao trânsito e à mobilidade

com segurança, e ao ambiente saudá-

vel, por meio da gestão democrática. O

direito à cidade implica na formulação

e implementação de uma política de

desenvolvimento urbano e regional, com

a garantia de respeito aos direitos huma-

nos relacionados à vida urbana, de forma

sustentável para as gerações presentes e

futuras.

I PRINCÍPIOS DA POLÍTICA NACIONAL

DE DESENVOLVIMENTO URBANO

DIREITO À CIDADE

Todos os brasileiros têm direito à cidade, en-

tendido como o direito à moradia digna, à

terra urbanizada, ao saneamento ambiental,

ao trânsito seguro, à mobilidade urbana, à

infraestrutura e aos serviços e equipamentos

urbanos de qualidade, além de meios de ge-

ração de renda e acesso à educação, saúde,

informação, cultura, esporte, lazer, segurança

pública, trabalho e participação.

Moradia digna

A moradia é um direito fundamental da

pessoa humana, cabendo à União, ao Dis-

trito Federal, aos estados e municípios pro-

mover, democraticamente, o acesso para

todos, priorizando a população de baixa ou

nenhuma renda, financiando e fiscalizan-

Resoluções aprovadas na 1ª Conferência Nacional das Cidades

do os recursos destinados à habitação. A

promoção do acesso à moradia digna deve

contemplar, ainda, o direito à arquitetura, a

assistência aos assentamentos pelo poder

público e a exigência do cumprimento da

Lei Federal nº 10.098/02 que estabelece um

percentual mínimo

das habitações construídas em programas

habitacionais sejam adaptadas para as pesso-

as portadoras de defi ciências.

Entende-se por moradia digna aquela que

atende às necessidades básicas de qualidade

de vida, de acordo com a realidade local, con-

tando com urbanização completa, serviços e

equipamentos urbanos, diminuindo o ônus

com saúde e violência e resgatando a auto-

estima do cidadão.

Saneamento ambiental público

Os serviços de saneamento ambiental são,

por definição, públicos, prestados sob regi-

me de monopólios, essenciais e vitais para

o funcionamento das cidades, para a deter-

minação das condições de vida da popula-

ção urbana e rural, para a preservação do

meio ambiente e para o desenvolvimento

da economia.

ENTENDESE POR MORADIA DIGNA AQUELA

QUE ATENDE ÀS NECESSIDADES BÁSICAS

DE QUALIDADE DE VIDA, DE ACORDO COM

A REALIDADE LOCAL, CONTANDO COM

URBANIZAÇÃO COMPLETA, SERVIÇOS E

EQUIPAMENTOS URBANOS, DIMINUINDO

O ÔNUS COM SAÚDE E VIOLÊNCIA E

RESGATANDO A AUTOESTIMA DO CIDADÃO.

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P articipação e controle social

Transporte público

O transporte público é um direito. Todos têm

a prerrogativa de ter acesso aos seus serviços,

cabendo aos três níveis de governo universali-

zar a sua oferta. A mobilidade está vinculada à

qualidade dos locais onde as pessoas moram

e para onde se deslocam, devendo estar arti-

culada com o plano de desenvolvimento da

cidade e com a democratização dos espaços

públicos, conferindo prioridade às pessoas e

não aos veículos.

Função social da cidade e da

propriedade

A propriedade urbana e a cidade devem

cumprir sua função social, entendida como a

prevalência do interesse comum sobre o direi-

to individual de propriedade, contemplando

aspectos sociais, ambientais, econômicos (de

inclusão social) e a implantação combinada

com os instrumentos do Estatuto da Cidade.

Gestão democrática e controle social

Devem ser garantidos mecanismos de gestão

descentralizada e democrática, bem como o

acesso à informação, à participação e ao contro-

le social nos processos de formulação, tomada

de decisão, implementação e avaliação da

política urbana. A gestão democrática deve re-

conhecer a autonomia dos movimentos sociais,

sem discriminação, e estar sempre comprome-

tida com o direito universal à educação, saúde,

moradia, trabalho, previdência social, transporte,

meio ambiente saudável, cultura e lazer.

Inclusão social e redução das

desigualdades

A política urbana deve atender à população

de baixa renda, a fi m de reduzir as desigual-

dades sócio-espaciais e étnico-raciais, promo-

vendo inclusão social e melhoria de qualidade

de vida.

Sustentabilidade financeira e sócio-

ambiental da política urbana

Devem ser definidas e instituídas fontes

e mecanismos estáveis e permanentes de

recursos para o financiamento dos investi-

mentos, sem aumento ou criação de impos-

tos, integrando recursos dos três níveis de

governo e combinando recursos onerosos,

não onerosos e subsídios, além de investi-

mentos e da participação do setor privado,

a fim de possibilitar atender à demanda

das famílias que não têm capacidade para

pagar o custo dos investimentos. A aplica-

ção dos recursos deverá considerar critérios

ambientais, sociais, regionais e de capaci-

dade institucional. Devem ser estimuladas a

elevação da produtividade, da eficiência, da

eficácia e da efetividade, e a minimização

do desperdício na produção da moradia,

na urbanização e na implantação, operação

e custeio dos serviços públicos urbanos,

metropolitanos e de caráter regional, esta-

belecendo linhas de apoio e financiamento

para a busca de novas tecnologias e para a

formulação de planos e projetos de desen-

volvimento urbano.

Combate à discriminação de grupos

sociais e étnicos-raciais

Deve ser garantida a igualdade de oportu-

nidades para mulheres, negros, povos indí-

genas, crianças, adolescentes, jovens, idosos,

pessoas portadoras de defi ciências, pessoas

com necessidades especiais, comunidades

faxinalenses (Sistema Faxinal) e outros grupos

marginalizados ou em desvantagem social,

sem distinção de orientação política, sexual,

racial ou religiosa, com aplicação do Estatuto

do Idoso. Adotar políticas de discriminação

positiva visando à igualdade de oportunida-

des aos grupos historicamente marginaliza-

dos, como mulheres, afro-brasileiros, índios,

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portadores de deficiência, portadores de

HIV/Aids, garantindo a interface do Ministério

das Cidades com os outros órgãos federais, a

fim de incluir nas políticas urbanas diretrizes

e critérios que propiciem ações afirmativas

reparatórias. A igualdade deve ser promovida

através de políticas específicas para os dife-

rentes setores da sociedade, respeitando-se

as multiculturalidades, como forma de ga-

rantir a inclusão dos afro-descendentes nas

cidades, considerando a histórica exclusão

destas populações.

A Defensoria Pública deverá ser encarre-

gada, como instituição, de prestar assistência

jurídica integral e gratuita aos grupos e seg-

mentos sociais mencionados, garantindo e

efetivando, assim, o seu acesso à justiça na

defesa de seus direitos e interesses individuais

e coletivos.

Combate à segregação urbana

Devem ser garantidas a redução e a elimi-

nação das desigualdades sócio-espaciais

inter e intra-urbanas e regionais, bem como

a integração dos sub-espaços das cidades,

combatendo todas as formas de espoliação e

segregação urbana.

Garantir a acessibilidade de todos os cida-

dãos aos espaços públicos, aos transportes,

aos bens e serviços públicos, à comunicação

e ao patrimônio cultural e natural, para a sua

utilização com segurança e autonomia, inde-

pendente das diferenças.

Diversidade sócio-espacial

Devem ser consideradas as potencialidades

locais, especifi cidades ambientais, territoriais,

econômicas, históricas, culturais, de porte e

outras particularidades dos assentamentos

humanos, resguardando-os da especulação

imobiliária e garantindo a sustentabilidade das

políticas urbanas.

II - DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL

DE DESENVOLVIMENTO URBANO E

POLÍTICAS NACIONAIS

Formular, implementar e avaliar a Política

Nacional de Desenvolvimento Urbano e

as Políticas Fundiária, de Habitação, de

Saneamento Ambiental, de Trânsito, de

Transporte e Mobilidade Urbana, de forma

integrada, respeitando o pacto federativo,

com participação da sociedade, em parceria

com estados, Distrito Federal e municípios,

e articulada com todos os órgãos do Go-

verno Federal. As políticas públicas devem

ter como eixo norteador os princípios da

universalidade, eqüidade, sustentabilidade,

integralidade e gestão pública.

Política urbana, social e de

desenvolvimento

Articular a política urbana às políticas de

educação, assistência social, saúde, lazer,

segurança, preservação ambiental, emprego,

trabalho e renda e de desenvolvimento eco-

nômico do país, como forma de promover

o direito à cidade e à moradia, a inclusão

social, o combate à violência e a redução das

desigualdades sociais, étnicas e regionais,

garantindo desconcentração de renda e cres-

cimento sustentável.

Promover políticas de desenvolvimento

urbano que garantam sustentabilidade social,

cultural, econômica, política e ambiental ba-

seada na garantia da qualidade de vida para

gerações futuras, levando em conta a priori-

dade às cidades com menores IDH ou outros

indicadores sociais.

Efetivar os planos diretores em consonância

com os zoneamentos ecológico-econômicos

e ambientais.

Implementar políticas públicas integradas

entre o rural e o urbano com atendimento

integral ao habitante do espaço municipal.

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Estrutura institucional

Implementar a estrutura institucional pública

necessária para efetivação da política urbana,

promovendo a participação e a descentraliza-

ção das decisões.

Participação social

Promover a organização de um sistema de

conferências, conselhos em parcerias com

usuários; setor produtivo; organizações sociais

(movimentos sociais e ONGs); entidades pro-

fi ssionais, acadêmicas e de pesquisa; entida-

des sindicais; operadores e concessionários de

serviços públicos; e órgãos governamentais

para viabilizar a participação social na defi ni-

ção, execução, acompanhamento e avaliação

da política urbana de forma continuada, res-

peitando a autonomia e as especifi cidades

dos movimentos e das entidades, e combi-

nando democracia representativa com demo-

cracia participativa.

Políticas de desenvolvimento e

capacitação técnico institucional

Desenvolver, aprimorar, apoiar e implementar

programas e ações de aperfeiçoamento tec-

nológico, capacitação profi ssional, adequação

e modernização do aparato institucional e

normativo a fi m de garantir a regulação, a re-

gularização, a melhoria na gestão, a ampliação

da participação, a redução de custos, a quali-

dade e a efi ciência da política urbana, possibi-

litando a participação das universidades.

Diversidade urbana, regional e cultural

Promover programas e ações adequados às

características locais e regionais, respeitando-

se as condições ambientais do território, as

características culturais, vocacionais, o porte,

as especifi cidades e potencialidades dos

aglomerados urbanos, considerando os as-

pectos econômicos, metropolitanos e outras

particularidades e promovendo a redução de

desigualdades regionais, inclusive pela pres-

tação regionalizada de serviços e pela prática

de mecanismos de solidariedade social, com a

preservação e valorização de uma identidade

brasileira transcultural.

O Ministério das Cidades deve criar víncu-

los profundos com o Ministério da Educação,

trabalhando conjuntamente na formação aca-

dêmica voltada para a cidadania e defesa de

uma cidade para todos; criar parcerias entre o

Ministério das Cidades e entidades estudantis

que se comprometam com a garantia do di-

reito à cidade e com a melhoria das condições

de vida da população de baixa renda, para

que a juventude estudantil possa colaborar na

troca de conhecimento e estar preparada, no

futuro, para exercer a justiça e a responsabi-

lidade social. Garantir que a juventude esteja

envolvida nas questões que foram debatidas

na Conferência das Cidades, como meio de

assegurar a continuidade destes trabalhos,

destes

princípios e, sobretudo, do direito à cidade

para as futuras gerações.

Políticas abrangentes e massivas

As políticas do Ministério das Cidades deverão

ser abrangentes e massivas para:

. enfrentar todo o défi cit habitacional (quali-

tativo e quantitativo);

. garantir o acesso à terra urbanizada, à re-

gularização fundiária, à qualidade do meio

ambiente, à assistência técnica e jurídica

gratuita;

. promover a utilização de prédios públicos

e a desapropriação de prédios particulares,

que não tenham fi ns sociais, para fi ns de

moradia;

. promover a universalização dos serviços

de saneamento ambiental, energia elétrica,

iluminação pública e equipamentos urba-

nos nas áreas urbanas e rurais;

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. promover o aumento e a qualifi cação da

acessibilidade e da mobilidade, a qualidade

do trânsito e a segurança de todos os cida-

dãos, possibilitando a inclusão social.

A política de desenvolvimento urbano

deve atuar para corrigir as desigualdades

atualmente existentes, contemplando a regu-

larização fundiária, a urbanização dos assen-

tamentos precários, a erradicação de riscos, a

mobilidade urbana, o saneamento ambiental,

o abastecimento de água, o esgotamento

sanitário e a gestão de resíduos sólidos e dre-

nagem.

Rede de cidades mais equilibrada

Apoiar a estruturação de uma rede de ci-

dades mais equilibrada do ponto de vista

do desenvolvimento sócio-econômico e

da redução das desigualdades regionais,

respeitando as características locais e regio-

nais, estimulando a formação de consórcios

regionais, e articulando as políticas urbana,

social e ambiental, a fim de promover a

desconcentração e a descentralização do

desenvolvimento urbano, evitando proble-

mas como a emancipação de cidades sem

condições de assumir tal responsabilidade e

a ação de lobistas para a obtenção de recur-

sos públicos.

Promover políticas de formação, informa-

ção e educação relativas aos instrumentos de

implementação do direito à cidade aos mais

diversos segmentos sociais, garantindo a par-

ticipação cidadã na gestão pública.

Promover a elaboração de planos e proje-

tos municipais acompanhados pela União e

pelos estados, de forma a garantir o atendi-

mento às exigências técnicas e legais; e incen-

tivar o desenvolvimento regional endógeno

naquelas regiões onde já existe oferta de

infraestrutura instalada, possibilitando a gera-

ção de emprego e renda através de arranjos

produtivos locais e regionais.

III OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL

DE DESENVOLVIMENTO URBANO

REDUÇÃO DO DÉFICIT HABITACIONAL

Reduzir o défi cit habitacional qualitativo e

quantitativo em áreas urbanas e rurais, promo-

vendo integração e parcerias nos três níveis

de governo, por meio de políticas que aten-

dam às necessidades da população – com

particular atenção para as camadas sem renda

ou com renda de até três salários mínimos – e

de ações que promovam o acesso à moradia

digna.

Investir em tecnologia adequada, incorpo-

rando requisitos de conforto ambiental, efi ci-

ência energética e acessibilidade, priorizando

locais já urbanizados, de forma integrada com

políticas de geração de emprego e renda,

saúde, educação, lazer, transporte, mobilidade

urbana e saneamento ambiental.

Acesso universal ao saneamento

ambiental

Promover o acesso universal ao saneamento

ambiental, priorizando o atendimento às

famílias de baixa renda localizadas em assen-

tamentos urbanos precários e insalubres, em

áreas de proteção ambiental, municípios de

pequeno porte e regiões rurais. Entende-se

por saneamento ambiental o abastecimento

de água em condições adequadas; a coleta, o

tratamento e a disposição adequada dos es-

gotos, resíduos sólidos e emissões gasosas; a

prevenção e o controle do excesso de ruídos;

a drenagem de águas pluviais e o controle de

vetores com seus reservatórios de doenças.

Defender a essencialidade e a natureza

pública que caracterizam a função social das

ações e serviços de saneamento ambiental,

garantindo a gestão pública nos serviços e a

prestação por órgãos públicos.

Os serviços de saneamento ambiental são

de interesse local e o município é o seu titular,

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responsável pela sua organização e prestação,

podendo fazê-lo diretamente ou sob regime

de concessão ou permissão, associado com

outros municípios ou não, mantendo o siste-

ma de subsídios cruzados, respeitando a auto-

nomia e soberania dos municípios.

Gestão integrada e sustentável

da política de saneamento

ambiental

Garantir a qualidade e a quantidade da água

para o abastecimento público, com especial

atenção às regiões de proteção aos manan-

ciais.

Elevar a qualidade dos serviços de água e

esgoto, apoiando, promovendo e fi nanciando

o desenvolvimento institucional e a capaci-

tação das empresas públicas de saneamento;

reduzir as perdas no abastecimento e promo-

ver a conservação da água; reorientar as con-

cepções vigentes na drenagem urbana, privi-

legiando o enfoque integrado e sustentável, a

fi m de prevenir de modo efi caz as enchentes

urbanas e ribeirinhas.

Aumentar a efi ciência dos serviços de

limpeza pública (coleta, disposição fi nal e

tratamento); promover a modernização e a

organização sustentável dos serviços de lim-

peza pública e a inserção social dos catadores;

estimular a redução, a reciclagem e a coleta

seletiva de resíduos sólidos; promover a recu-

peração de áreas contaminadas, propondo o

desenvolvimento e aplicação de tecnologias

adequadas às diversas realidades do país; e in-

centivar as intervenções integradas articulan-

do os diversos componentes do saneamento.

Implementar políticas públicas para a ges-

tão sustentável de resíduos sólidos, promo-

vendo a efi ciência dos serviços por meio de

investimentos em:

. sistemas de reaproveitamento de resíduos

(coleta seletiva de orgânicos, inorgânicos

e inertes e destinação para reciclagem dos

catadores);

. educação sócio-ambiental voltada para a

redução, reutilização e reciclagem de resí-

duos;

. mobilização, sensibilização e comunicação

destinadas à população dos municípios

brasileiros para estimular novas práticas em

relação aos resíduos que tragam benefícios

para o meio ambiente e que convirjam

para sistemas de coleta seletiva solidária

(que envolve também coleta, triagem, pré-

benefi ciamento, industrialização e comer-

cialização de resíduos);

. controle social, fiscalização e monitora-

mento das políticas desenvolvidas no

setor de resíduos sólidos;

. desenvolvimento de tecnologias social e

ambientalmente sustentáveis; definição

de metas e métodos para erradicação

dos lixões, que garantam a erradicação

do trabalho de crianças e adolescentes

e sua inclusão escolar, bem como a ca-

pacitação e integração dos adultos em

sistemas públicos de reaproveitamento

de resíduos sólidos urbanos;

. implantação da coleta seletiva com in-

clusão social em todos os municípios do

Brasil; criação de mini centrais de recicla-

gem.

Mobilidade urbana com segurança

Ampliar a mobilidade urbana com segurança,

priorizando o transporte coletivo e os não-

motorizados; desestimulando o uso de auto-

móvel; priorizando o pedestre e privilegiando

a circulação de pessoas com mobilidade

reduzida; melhorando as condições do trân-

sito; prevenindo a ocorrência e reduzindo a

violência e a morbimortalidade decorrente de

acidentes; e integrando e fortalecendo entida-

des e órgãos gestores de trânsito, transporte e

planejamento urbano.

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Qualidade ambiental urbana

Promover a melhoria da qualidade ambiental

urbana, priorizando as áreas de maior vulnera-

bilidade e precariedade, especialmente quan-

do ocupadas por população de baixa renda, e

estimulando o equilíbrio entre áreas verdes e

áreas construídas.

Planejamento e gestão territorial

Promover a melhoria do planejamento e da

gestão territorial de forma integrada, levando

em conta o ordenamento da cidade e seus

níveis de crescimento, em uma visão de longo

prazo, articulando as administrações locais e

regionais.

Elaborar diretrizes nacionais transitórias

de um pacto de gestão urbana cidadã,

destinadas à utilização pelos municípios

antes e durante o período em que estiver

ocorrendo revisão e/ou elaboração de seus

planos diretores, para apoiar e nortear os

poderes executivos e legislativos municipais

na contenção de alterações pontuais de zo-

neamento, usos e ocupações do solo urbano

e/ou para garantir, até a aprovação do plano

diretor, a implementação somente de opera-

ções consensuadas na municipalidade, e que

estejam de acordo com os instrumentos de

controle social, da função social da proprie-

dade e de análise dos impactos ambiental e

de vizinhança.

Diversificação de agentes promotores

e financeiros

Incentivar a participação de agentes pro-

motores e financeiros e apoiar a atuação e

a formação de cooperativas e associações

comunitárias de autogestão na implemen-

tação de políticas, programas e projetos de

desenvolvimento urbano, habitação e gestão

ambiental.

Estatuto da cidade

Promover a regulamentação e a aplicação do

Estatuto da Cidade, de outros instrumentos

de política urbana e dos princípios da Agenda

21, garantindo a ampla participação da so-

ciedade e a melhoria da gestão e controle do

uso do solo, na perspectiva do cumprimento

da função social e ambiental da cidade e da

propriedade e da promoção do bem-estar da

população.

Democratização do acesso à informação

Criar sistema de informações, acessível a

qualquer cidadão, que permita a obtenção de

dados sobre atos do poder público, aplicação

de recursos dos programas e projetos em

execução, valor dos investimentos, custos dos

serviços e arrecadação.

Geração de emprego, trabalho e renda

Visando à inclusão social e considerando as

potencialidades regionais, integrar as ações

de política urbana com as ações de geração

de emprego, trabalho e renda, com destaque

para: universalização da assistência técnica e

jurídica; promoção da qualifi cação profi ssio-

nal; incentivo às empresas para geração do

primeiro emprego; incentivo à descentraliza-

ção industrial; incentivo ao emprego de ido-

sos; concessão de linhas de crédito; estímulo à

diversifi cação da produção; apoio a coopera-

tivas ou empreendimentos auto-gestionários;

promoção de políticas de desenvolvimento

produtivo nas regiões não contempladas pela

política regional de investimentos na produ-

ção; reformulação da política de incentivo à

instalação de indústrias, fortalecendo o co-

mércio, a agricultura e os serviços; e apoio e

fi nanciamento de parcerias para a realização

de serviços públicos que promovam a coesão

e inclusão social ao gerarem trabalho e renda.

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IV AÇÕES DA POLÍTICA DE

DESENVOLVIMENTO URBANO

Institucionalização e implementação

da política de desenvolvimento urbano

Consolidar o Ministério das Cidades, enfati-

zando seu papel fundamental na defi nição

de programas integrados para resolver os

problemas urbanos. Implantar uma estrutura

institucional para condução das políticas ur-

bana, fundiária, de habitação, de saneamento

ambiental, de transporte e mobilidade ur-

bana, com defi nição clara de atribuições da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, bem como do setor produtivo,

de organizações não-governamentais, univer-

sidades, institutos de pesquisa, sindicatos e

representações da sociedade.

Estimular a implementação da defensoria

pública e promover a descentralização das

decisões, garantindo a gestão democrática

participativa.

Promover, organizar e fortalecer os meca-

nismos de gestão local, supra-local e regional

dos serviços públicos, incluindo a estatização

dos cartórios de registro de imóveis, a criação

de um sistema único informatizado de regis-

tro das propriedades imobiliárias e a realiza-

ção de recadastramentos imobiliários.

Implantar parcerias entre a União, os Esta-

dos, o Distrito Federal e os Municípios para

a operacionalização de consórcios inter e

intra-regionais relativos a serviços de interesse

comum nas regiões metropolitanas, aglome-

rações urbanas e microrregiões.

Propor instrumentos, normas e priorida-

des da política nacional de desenvolvimento

urbano, considerando as características

regionais, ouvidos os conselhos municipais,

regionais, estaduais e nacional das cidades.

Desburocratizar e descentralizar os progra-

mas federais.

Informação e monitoramento

Criar sistemas de informações integradas entre

Municípios, Estados, Distrito Federal e União,

que possibilitem a atualização do cadastro

socioeconômico da população a ser atendida

pelos programas habitacionais e de regulari-

zação fundiária, subsidiando a implementação

de políticas habitacionais.

Modernizar e democratizar o acesso à in-

formação, construindo um sistema ampliado

com dados inter e intra-urbanos, espaciali-

zados e geo-referenciados, para promover o

planejamento de políticas, o gerenciamento

integrado de ações e o acesso às informações

para a população.

Elaborar censos, pesquisas, levantamentos,

sistemas de indicadores e ambientes compu-

tacionais; promover campanhas educativas

que difundam os instrumentos existentes

que visem à efetivação do direito à terra e à

moradia e que estimulem a participação da

comunidade, utilizando escolas, associações

de moradores, sociedade civil organizada,

mídia e outras iniciativas; divulgar as fontes de

fi nanciamento, os planos e os programas do

Governo Federal, com suas normas e regula-

mentos, e as informações pertinentes ao uso e

ocupação do solo.

PROMOVER A REGULAMENTAÇÃO E A

APLICAÇÃO DO ESTATUTO DA CIDADE, DE

OUTROS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA

URBANA E DOS PRINCÍPIOS DA AGENDA

21, GARANTINDO A AMPLA PARTICIPAÇÃO

DA SOCIEDADE E A MELHORIA DA

GESTÃO E CONTROLE DO USO DO SOLO,

NA PERSPECTIVA DO CUMPRIMENTO DA

FUNÇÃO SOCIAL E AMBIENTAL DA CIDADE,

DA PROPRIEDADE E DA PROMOÇÃO DO

BEMESTAR DA POPULAÇÃO.

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Criar banco de dados sobre as cidades, em

parceria com entidades da área, para o incre-

mento das potencialidades dos municípios;

criar e implementar um sistema nacional de

informações metropolitanas; criar sistemas de

informação e monitoramento, com articula-

ção local-nacional, assegurando os recursos

para viabilizar a modernização e democratiza-

ção tecnológica, criando uma rede integrada

entre os conselhos.

Regulamentar a obrigatoriedade de cessão

de informações e tecnologia de interesse

público pelos concessionários, delegatários,

permissionários e autorizatários de serviços,

sem ônus para os municípios.

Implantar sistema integrado de monitora-

mento, fi scalização e avaliação das políticas,

programas e projetos urbanos, nas três esferas

de governo, produzindo e divulgando indica-

dores sócio-ambientais e urbanísticos.

Elaborar e utilizar o Cadastro Técnico Mul-

tifi nalitário; promover a elaboração de planos

de desenvolvimento regional.

Participação e controle social

Promover a Conferência Nacional das Cida-

des antecedida por conferências estaduais,

municipais e regionais, como fóruns perma-

nentes de discussão e de proposições às po-

líticas do Ministério das Cidades, com o ob-

jetivo de promover a participação cidadã, de

setores produtivos, sindicatos, ONGs, OSCIPs,

universidades e outros níveis de governo na

formulação e definição da política urbana a

nível nacional.

Fomentar a realização de conferências

municipais de transportes públicos, habita-

ção e saneamento.

Adotar, no Governo Federal, a democracia

participativa como método de decisão sobre

as políticas públicas, e o Orçamento Participa-

tivo para discussão e deliberação de alocação

dos recursos públicos federais para as cidades.

Que os critérios e regras adotados para a

implementação deste processo nacional de

democracia participativa sejam discutidos e

aprovados junto aos movimentos populares e

sindicais, bem como aos conselhos municipais

e estaduais existentes.

Estimular a implementação do orçamento

participativo nos municípios de modo a ga-

rantir a presença da população na discussão e

na aplicação dos recursos públicos.

Criar mecanismos de fi scalização sobre as

aplicações dos fundos e recursos públicos

destinados à moradia popular, ao saneamento

ambiental e às demais políticas de desenvolvi-

mento urbano.

Os conselhos das cidades, nas esferas

nacional, estaduais, do Distrito Federal e

municipais, deverão formular suas políticas

urbanas, tendo por princípios básicos a garan-

tia da gestão pública e do controle social nos

processos de expansão urbana e de ordena-

mento da ocupação e do uso do solo urbano,

respeitando o princípio constitucional da

responsabilidade dos poderes municipais na

execução da política urbana.

Respeitar a cultura da população no que

se refere à política de implantação de micro

ou macro projetos, levando as propostas para

discussão com a população.

Promover a fi scalização efetiva da implan-

tação das políticas de saneamento ambiental,

atendendo à realidade de cada localidade,

tornando o cidadão gestor e fi scalizador dos

recursos específi cos, por meio da criação e/ou

ampliação do controle social não remunerado

nas estruturas de entidades ligadas ao sanea-

mento.

Realizar continuamente fóruns de debates

com as comunidades e implementar mecanis-

mos para cumprir e fazer cumprir as normas

de criação, capacitação e funcionamento dos

conselhos.

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P articipação e controle social

Planejamento e gestão territorial

Apoiar e fi nanciar o setor público para promo-

ver o desenvolvimento institucional, progra-

mas de formação, atualização, sensibilização e

capacitação para a gestão e para a cidadania,

de agentes sociais comunitários, membros das

câmaras, de entidades e de conselhos; apoio à

gestão e ao planejamento territorial, auxilian-

do municípios, governos estaduais e agentes

sociais, em especial o setor de fi scalização.

Promover convênios de cooperação técnica

e fi nanceira com Estados, Distrito Federal e

Municípios para promover a modernização

administrativa, o desenvolvimento institucional

e a capacitação de equipes técnicas municipais

nas áreas de planejamento urbano, políticas

habitacionais, gestão municipal, elaboração

de planos, manutenção e análise de dados e

indicadores urbanos municipais, fi scalização,

aperfeiçoamento tecnológico, metodologias

participativas e orçamento participativo.

Incentivar a participação das universidades

na qualifi cação profi ssional das equipes téc-

nicas dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, e na implementação de progra-

mas de estágios e/ou projetos aplicados aos

municípios.

Criar e implementar programa de arqui-

tetura e engenharia públicas, permitindo o

acesso de toda a população aos trabalhos de

planejamento e execução de projetos ade-

quados às condições geológicas e sociais do

município, incluindo a elaboração de planos

diretores para todas as cidades, com recursos

do Orçamento Geral da União (OGU).

Criar órgãos colegiados para a gestão de-

mocrática na formulação, execução e acom-

panhamento de planos, programas e projetos

de desenvolvimento urbano e estimular a ca-

pacitação de gestores públicos e atores locais.

Incentivar programas de educação e infor-

mação para população e técnicos, a fi m de

estimular processos de acompanhamento e

fi scalização das ocupações e do uso do solo

urbano, bem como do seu planejamento, com

a participação conjunta das prefeituras e dos

cidadãos.

Apoiar iniciativas das organizações sociais

direcionadas para formação de cidadãos

compromissados, críticos e participativos na

sociedade.

Incentivar a sociedade a participar dos

processos de elaboração dos planos diretores,

promovendo cursos para capacitação e com-

preensão do Estatuto da Cidade, bem como

sobre o plano diretor e seus instrumentos ur-

banísticos e de participação popular. Garantir

a participação da comunidade na análise dos

impactos ambientais e de vizinhança.

Apoiar a modernização institucional dos

municípios para atuação de órgãos gestores

na melhoria das condições do setor habitacio-

nal para o segmento das famílias de baixa ren-

da. Assegurar condições dignas de moradia;

facilitar o acesso aos fi nanciamentos habita-

cionais; estimular a participação democrática

na defi nição dos critérios de seleção dos

benefi ciários de imóveis; promover debates

com os representantes das comunidades para

defi nição do que é preciso em cada bairro

(urbanização, saúde, segurança, esporte); e

viabilizar formas alternativas de acesso à terra.

Criar instrumentos reguladores das ações

do poder público na produção de lotes e

unidades habitacionais, garantindo que sejam

implantados em áreas próximas a locais de

trabalho e de produção.

Aproveitar os potenciais dos municípios

para implantação de programas habitacionais

mais efi cazes, tais como terrenos legalizados

pertencentes às prefeituras; experiências de

mutirão e de gestão participativa; e uso da

cultura local em propostas alternativas para a

habitação de baixo custo com capacidade de

produção em escala.

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Gestão supra municipal

Apoiar estados, o Distrito Federal e municípios

no enfrentamento de confl itos e obstáculos

que se antepõem à construção de um mo-

delo político institucional democrático e de

formas de gestão de serviços de interesse

comum efi cientes nas regiões metropolitanas,

regiões integradas, aglomerações urbanas,

regiões de planejamento e demais formas de

cooperação municipal.

Apoiar os estados, o Distrito Federal e os

municípios na construção de alternativas de

cooperação intermunicipal para a gestão de

serviços de interesse comum e para a articula-

ção de políticas.

Estimular a formação de estruturas institu-

cionais para articular ações e políticas públicas

em áreas metropolitanas e aglomerações

urbanas.

Promover o planejamento articulado entre

diferentes municípios de uma mesma região e

bacias, buscando a adoção de soluções con-

juntas.

Criar ordenamento jurídico que possibilite

a implementação administrativo-financeira

de Consórcios Intermunicipais, com o obje-

tivo de resolver de forma regionalizada os

problemas comuns da gestão do trânsito nos

municípios, principalmente naqueles com

carência de recursos financeiros, técnicos e

humanos.

V CONSELHO DAS CIDADES

A 1ª. Conferência Nacional das Cidades

elege o Conselho das Cidades, nos termos

das MPs 2.220/2001 e 103/2001, e propõe as

alterações necessárias para a legislação perti-

nente, segundo o que segue:

Caracterização

O Conselho das Cidades é um órgão cole-

giado que reúne representantes do poder

público e da sociedade civil, permanente,

deliberativo e fi scalizador, conforme suas atri-

buições, e integrante da estrutura do Minis-

tério das Cidades. O CNC tem por fi nalidade

assessorar, estudar e propor diretrizes para

o desenvolvimento urbano e regional com

participação social e integração das políticas

fundiária e de habitação, saneamento ambien-

tal, trânsito, transporte e mobilidade urbana.

O CNC é o responsável pela formulação da

política urbana nacional, articulado com as

câmaras setoriais e os conselhos estaduais e

municipais.

Atribuições

. Propor, debater e aprovar diretrizes e ins-

trumentos da política de desenvolvimento

urbano e das políticas setoriais, em conso-

nância com as deliberações da Conferência

Nacional das Cidades.

. Propor, debater e aprovar diretrizes e normas

para a implantação dos programas a serem

formulados pelo Ministério das Cidades.

. Acompanhar e avaliar a execução da Polí-

tica Urbana Nacional e dos programas do

Ministério das Cidades, e recomendar as

providências necessárias ao cumprimento

de seus objetivos.

. Propor a edição de normas gerais de direito

urbanístico e manifestar-se sobre propostas

de criação e de alteração da legislação per-

tinente ao desenvolvimento urbano.

O CONSELHO DAS CIDADES TEM POR

FINALIDADE ASSESSORAR, ESTUDAR

E PROPOR DIRETRIZES PARA O

DESENVOLVIMENTO URBANO E REGIONAL

COM PARTICIPAÇÃO SOCIAL E INTEGRAÇÃO

DAS POLÍTICAS FUNDIÁRIA E DE HABITAÇÃO,

SANEAMENTO AMBIENTAL, TRÂNSITO,

TRANSPORTE E MOBILIDADE URBANA.

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P articipação e controle social

. Emitir orientações e recomendações refe-

rentes à aplicação da Lei Federal 10.257/01,

o “Estatuto da Cidade”, e demais legislações

e atos normativos relacionados ao desen-

volvimento urbano.

. Propor a criação de instrumentos institucio-

nais e fi nanceiros para a gestão da política

urbana.

. Aprovar diretrizes e critérios para a distri-

buição regional e setorial do orçamento

anual e do plano plurianual do Ministério

das Cidades.

. Propor a criação de mecanismos de arti-

culação entre os programas e os recursos

federais que tenham impacto sobre o de-

senvolvimento urbano.

. Promover mecanismos de cooperação en-

tre os governos da União, dos Estados, do

Distrito Federal, dos Municípios e a socie-

dade na formulação e execução da Política

Nacional de Desenvolvimento Urbano.

. Promover a integração da política urbana

com as políticas sócio-econômicas e am-

bientais do Governo Federal.

. Promover a integração dos temas da Con-

ferência das Cidades com as outras confe-

rências de âmbito nacional.

. Dar publicidade e divulgar seus trabalhos e

decisões.

. Convocar e organizar, a cada dois anos, a

Conferência Nacional das Cidades.

. Propor a realização de estudos, pesquisas,

debates, seminários ou cursos afetos à polí-

tica de desenvolvimento urbano.

. Incentivar a criação, a estruturação e o for-

talecimento institucional de conselhos afe-

tos à política de desenvolvimento urbano

nos níveis municipais, regionais, estaduais e

do Distrito Federal.

. Criar formas de interlocução entre os con-

selhos das cidades em todas as esferas

administrativas, nacional, estaduais, do

Distrito Federal e municipais, estimulando a

troca de experiências e visando à potencia-

lização das ações e informações interseto-

riais.

. Elaborar e aprovar o regimento interno e

as formas de funcionamento do CNC e das

suas Câmaras Setoriais.

Estrutura

O Conselho das Cidades terá uma estrutura

básica composta por Plenário e Câmaras Seto-

riais. O Plenário será composto por 70 mem-

bros. Serão criadas quatro Câmaras Setoriais

de caráter permanente:

I. Habitação

II. Saneamento Ambiental

III. Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana

IV. Planejamento Territorial Urbano.

O funcionamento, a composição e as atri-

buições de cada Câmara Setorial serão defi -

nidos no Regimento Interno do Conselho das

Cidades.

Composição

Os membros do Conselho das Cidades são

indicados por entidades representativas de

segmentos, que nomeiam seus representan-

tes. São eleitas entidades titulares e entidades

suplentes.

Os segmentos que compõem o Conselho

das Cidades fi caram assim defi nidos:

Percentual de conselheiros

por segmento

Governo Federal: 20,01% 14

Governo Estadual: 8,6% 6

Governo Municipal: 14,3% 10

Movimento Popular: 27,1% 19

Empresarial: 10,0% 7

Trabalhadores: 10,0 % 7

Entidades profi ssionais e acadêmicas: 5,7% 4

ONGs: 4,3% 3

Total: 100,0% 70

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Nas vagas destinadas ao setor público

municipal, deverão ser contemplados vere-

adores, por intermédio de suas entidades

de caráter nacional. As bancadas de dele-

gados dos Estados e do Distrito Federal,

eleitos para a 1ª. Conferência Nacional das

Cidades indicaram um representante para

atuar como observador junto ao Conselho

das Cidades, com direto à voz até a criação

do Conselho Estadual respectivo. A partir da

instalação dos referidos Conselhos Estadu-

ais, estes elegerão seus representantes para

atuarem como observadores, até a constru-

ção do Sistema Nacional de Desenvolvimen-

to Urbano.

Conselhos estaduais e municipais

O Conselho das Cidades, uma vez instalado,

deverá regulamentar as formas e os critérios

de eleição dos conselhos estaduais das cida-

des. Constituir conselhos nacional, estaduais,

metropolitanos e municipais das cidades, to-

dos com caráter deliberativo.

Estrutura de apoio

Deverá ser criada uma estrutura na Secre-

taria Executiva do Ministério das Cidades

para prestar apoio administrativo, jurídico,

técnico e de comunicação às atividades

do Conselho das Cidades. Deverão ser de-

finidos recursos no Orçamento Geral do

Ministério das Cidades para as atividades

do Conselho.

O Ministério das Cidades deve assegurar a

capacitação efetiva dos conselheiros para o

exercício de suas funções, por meio da reali-

zação permanente de cursos de capacitação

técnica e de legislação.

O Ministério das Cidades deverá propor-

cionar autonomia administrativa e financei-

ra ao Conselho das Cidades, com vistas à

manutenção de despesas correntes, divul-

gação e informação sobre as atividades do

Conselho e, principalmente, sobre o Estatu-

to das Cidades.

Deve-se garantir que os Conselhos das

Cidades respeitem a amplitude dos movi-

mentos sociais organizados, possibilitando a

inserção dos mesmos nos seus vários níveis de

abrangência.

Políticas setoriais

Estatuto da Cidade e planos diretores

Apoiar a implementação dos instrumentos do

Estatuto da Cidade e a elaboração de planos

diretores; ampliando a capacidade local de

gestão do uso e da ocupação do solo.

Apoiar os municípios na garantia da parti-

cipação popular quando da elaboração e/ou

reelaboração do Plano Diretor, desde a for-

mulação do termo de referência até o docu-

mento fi nal, aprimorando o controle do uso e

ocupação do solo, mediante os instrumentos

previstos no Estatuto da Cidade, promovendo

a gestão democrática da cidade.

Adotar a sustentabilidade como princípio

básico para as proposições a serem incorpora-

das nos planos diretores das cidades, compa-

tibilizando-a com o Plano Diretor de recursos

hídricos, água e esgoto, e com o plano de

mobilidade, visando a redução dos desloca-

mentos da população.

Obrigatoriedade, quando da elaboração

dos planos diretores, do estabelecimento das

políticas de ordenamento terrítorial e desen-

volvimento urbano, em articulação com as

políticas públicas setoriais (social, econômicas

e físicas), no sentido de integrar todas as polí-

ticas urbanas e rurais locais, incrementando a

geração de emprego, a mobilidade urbana, a

segurança e seus impactos sobre o meio am-

biente, e assegurando a participação popular.

Implantação de programas de assessoria

técnica e jurídica às prefeituras, para utilização

e implementação dos mecanismos legais:

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P articipação e controle social

usucapião urbano, estatuto das cidades, plano

diretor de desenvolvimento urbano, entre

outros.

Apoiar e capacitar as comunidades de

base para intervir na implementação dos ins-

trumentos do estatuto da cidade, através de

projetos específi cos destinados à participação

popular na elaboração dos planos diretores.

Alocar recursos fi nanceiros, através de linha

de crédito especial, para elaboração do plano

diretor, especialmente para dotar os municí-

pios de pequeno porte.

Assessorar os municípios para que os

planos diretores prevejam um maior detalha-

mento das penalidades dos agentes públicos

e privados, no caso do não cumprimento do

Estatuto da Cidade.

Apoiar os municípios para a utilização

do IPTU progressivo como instrumento

de combate à especulação imobiliária e

ampliação de recursos para os programas

habitacionais.

Promover a divulgação do Estatuto da

Cidade e dos planos diretores por meio de:

- campanha nacional;

- debates com a sociedade civil;

- produção de material didático.

Promover o adequado ordenamento

territorial, com a elaboração de planos di-

retores e demais legislações urbanísticas, e

implementação dos instrumentos do esta-

tuto das cidades como forma de promover a

organização humanizada do espaço urbano,

ampliando a capacidade local e regional de

gestão e de ocupação do solo e visando a

inclusão social e a democratização dos es-

paço públicos e do acesso à terra.

Adotar mecanismos para ampliar , desen-

volver e aprofundar a prática de planos dire-

tores com a devida qualificação e conheci-

mento da realidade local , chancelados por

audiências públicas avalizadoras do proces-

so participativo, e capacitando as lideranças

comunitárias para participação do processo.

Os governos federal, estaduais e municipais

devem viabilizar a criação dos planos dire-

tores em todas as cidades, independente do

número de habitantes.

Revisão e regulamentação da

legislação urbana

Apoiar a elaboração e revisão da legislação

edilícia e urbanística, promovendo a moder-

nização do processo dos projetos e emissão

de alvarás para construção de moradias de

interesse social, reforçando o caráter muni-

cipal e regulamentando os instrumentos do

Estatuto da Cidade.

Rever os padrões mínimos de habitação

que proporcionem segurança, conforto e

dignidade aos seus moradores.

Revisão da Lei Federal 4.591/64, Lei de

Condomínio, para inclusão dos condomí-

nios horizontais, pois a mesma trata essen-

cialmente de condomínios verticais.

Revisão da Lei 6.766 e legislação correla-

tas em níveis estaduais e municipais, quanto

a definição dos padrões urbanísticos, garan-

tindo a qualidade de vida dos cidadãos e

adequando-a à realidade local.

PROMOVER O ADEQUADO ORDENAMENTO

TERRITORIAL, COM A ELABORAÇÃO

DE PLANOS DIRETORES E DEMAIS

LEGISLAÇÕES URBANÍSTICAS, E

IMPLEMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS

DO ESTATUTO DAS CIDADES COMO

FORMA DE PROMOVER A ORGANIZAÇÃO

HUMANIZADA DO ESPAÇO URBANO,

AMPLIANDO A CAPACIDADE LOCAL E

REGIONAL DE GESTÃO E DE OCUPAÇÃO DO

SOLO E VISANDO A INCLUSÃO SOCIAL E A

DEMOCRATIZAÇÃO DOS ESPAÇO PÚBLICOS

E DO ACESSO À TERRA.

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Definição de fontes e mecanismos estáveis

de financiamento do desenvolvimento

urbano

Rever os sistemas financeiros de habitação

(SBPE, SFI, FGTS, OGU,BID, BIRD, outros) con-

siderando seus marcos legais e suas poten-

cialidades, a fim de garantir fontes estáveis

de financiamento com recursos onerosos

e não onerosos, tanto para o setor público

quanto para famílias de baixa renda, garan-

tindo subsídios adequados à capacidade de

comprometimento da renda destas famílias.

Modificar as resoluções do Banco Central

que regulamentam os critérios de controle

de exigibilidade da aplicação dos recursos

da poupança, dando-lhes redação clara e

objetiva, criando mecanismos que dêem

transparência à contabilidade dos bancos,

de forma a que o não cumprimento dos

parâmetros de aplicação reverta em auto-

mático depósito desses recursos no Banco

Central.Este os repassaria para as compa-

nhias habitacionais regionais, a serem regu-

lamentadas.

Apoiar e financiar o setor público para

promover a melhoria da qualidade e da

produtividade do ambiente construído,

por meio da criação e implantação de me-

canismos de modernização tecnológica e

gerencial, inclusive em parceria com o setor

privado, universidades, ONG’s e outros, con-

tribuindo para ampliar o acesso à moradia

digna para a população de menor renda.

Remoção dos obstáculos para a utiliza-

ção do FGTS pelo setor público para habi-

tação de baixa renda, utilizando-o exclusi-

vamente para financiamento da habitação,

saneamento e infra-estrutura.

Instituir e dar publicidade aos critérios

para a aplicação de recursos públicos,

sobretudo aqueles de emendas parlamen-

tares, baseados em indicadores sanitários,

sociais e ambientais, levando em conta as

desigualdades regionais, de forma a possibi-

litar a justiça e a transparência na distribui-

ção das verbas.

Promover ações para garantir que a alo-

cação de todos os recursos sob controle

da união se dê através de regras e critérios

claros e desburocratizados, acompanhando

e avaliando o desempenho da gestora dos

recursos, submetidos a mecanismos efica-

zes de participação e controle social, simpli-

ficando o acesso ao financiamento das polí-

ticas públicas e propiciando a ampliação da

capacidade do município na execução das

políticas urbanas.

Articular o financiamento e repasse de

recursos para implementação de infra-es-

trutura urbana a estratégias de apoio ao

desenvolvimento regional.

Equacionar os problemas dos antigos

contratos de mutuários do SFH.

Fundos nacional, estaduais e municipais

Criar um sistema nacional de habitação,

com fundos específicos para aval, subsídios

e equalização, gerido com controle social,

e implantar uma agência nacional de regu-

lamentação do financiamento habitacional

com poder normativo e de fiscalização dos

agentes financeiros, a fim de garantir recur-

sos para a política nacional da habitação.

Apoiar a promulgação, em caráter de ur-

gência, do Projeto de Lei de iniciativa popu-

lar, PL 2.710/92, que cria o Fundo Nacional

da Moradia Popular e incluí-lo no Sistema

Nacional de Habitação - SNH, em elabora-

ção, prevendo criação de cadastro nacional

de beneficiados.

Promover e apoiar tecnicamente a forma-

ção de fundos estaduais e municipais de

habitação, transporte público, saneamento

ambiental, desenvolvimento urbano e social,

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P articipação e controle social

geridos com controle social, objetivando

garantir contrapartidas (não exclusivamente

financeiras) desses níveis de governo para os

recursos aplicados pelo governo federal.

Saneamento ambiental

Promover elevação signifi cativa dos investi-

mentos públicos em saneamento ambiental,

com recursos do FGTS e do FAT, através de

fi nanciamentos onerosos a custos compatíveis

com as remunerações dos órgãos e operado-

res públicos das políticas de saneamento.

Manter a política de subsídios cruzados

(horizontal e vertical) em função da sua im-

portância na universalização, assegurando

ampla transparência.

Promover a oferta de recursos públicos

federais não onerosos, direcionando-os para

o atendimento da demanda da população de

baixa renda.

Promover o fi nanciamento do fortaleci-

mento dos órgãos estatais de saneamento,

alavancando contrapartidas de estados e mu-

nicípios, e concedendo tratamento especial

para municípios de pequeno porte e baixa

capacidade institucional.

Intensifi car articulação junto ao Banco In-

teramericano de Desenvolvimento - BID, no

sentido de conseguir recursos para viabilizar

obras de saneamento.

Transporte e mobilidade urbana

Garantir a aplicação de, pelo menos, 25% dos

recursos fi nanceiros da Contribuição de Inter-

venção no Domínio Econômico - CIDE, para

o Fundo Nacional de Infra-estrutura de Trans-

porte Urbano, destinado aos transportes ur-

banos e metropolitanos e administrados pelo

Ministério das Cidades, com contrapartida dos

estados e municípios, de modo a promover

a integração entre os modos de transporte

e as políticas de desenvolvimento urbano e

regional.

Financiamento público do transporte, trân-

sito e mobilidade urbana encaminhado atra-

vés de ações concretas. As fontes de recursos

existem e politicamente o contigenciamento

vem causando a obstrução desses recursos,

que devem, urgentemente, serem revistos.

Como contribuição, elencam-se as seguintes

possibilidades de recursos:

• Linhas de crédito para o setor de transporte

público pelas agências de fomento dentro

da política de barateamento de tarifa para

inclusão social;

• Rediscussão do percentual destinado aos

municípios da quota do IPVA, com pontu-

ação adicional para aquelas cidades que já

municipalizaram seu trânsito, devendo ser

parte desta verba gravada para a área espe-

cífi ca de trânsito, transporte e mobilidade

urbana;

• incluir nas discussões relativas à reforma

tributária o repasse de verbas federais,

principalmente do ICMS, como forma de

incentivar a expansão da municipalização;

• Que a união tenha políticas bem defi nidas

de municipalização de trânsito;

• Promover uma política nacional de preços

dos insumos visando a estabilidade do

setor.

Promover mudanças no modelo de custeio

do transporte coletivo urbano, viabilizando,

PROMOVER E APOIAR TECNICAMENTE

A FORMAÇÃO DE FUNDOS ESTADUAIS E

MUNICIPAIS DE HABITAÇÃO, TRANSPORTE

PÚBLICO, SANEAMENTO AMBIENTAL,

DESENVOLVIMENTO URBANO E SOCIAL,

GERIDOS COM CONTROLE SOCIAL,

OBJETIVANDO GARANTIR CONTRAPARTIDAS

NÃO EXCLUSIVAMENTE FINANCEIRAS DESSES

NÍVEIS DE GOVERNO PARA OS RECURSOS

APLICADOS PELO GOVERNO FEDERAL.

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em conjunto com estados e municípios, fon-

tes alternativas de recursos e incorporando

recursos de benefi ciários indiretos; buscando

dar tratamento tributário diferenciado aos

serviços de transporte público coletivo, con-

siderando a sua essencialidade, através das

seguintes medidas:

• Equiparar o transporte público aos gêneros

alimentícios de primeira necessidade para

fi ns de tributação;

• Desonerar os custos da folha de pagamen-

tos das empresas de transporte público

urbano, por meio de tributação sobre o

faturamento e não sobre os salários, uma

vez que o setor é um dos maiores empre-

gadores;

• Vincular recursos do ICMS sobre combus-

tíveis utilizados em transporte para cobrir

parte dos custos do transporte público,

reduzindo as tarifas atualmente pagas inte-

gralmente pelo passageiro;

• Repartir os custos das gratuidades com

toda sociedade, criando fontes extras-tari-

fárias para seu custeio, eliminar as que não

tiverem caráter de inclusão social e conce-

dê-las aos efetivamente necessitados;

• Desonerar os principais insumos do setor:

• Criar tarifa de energia elétrica específi ca

para tração utilizada em transporte público,

eliminando sobre-taxação decorrente de

tarifa horo-sazonal;

• Isentar do ICMS todos os veículos destina-

dos ao transporte público coletivo de pas-

sageiros;

• Fortalecer e ampliar o vale-transporte,

como forma de inclusão social e distri-

buição de renda. Melhorar e ampliar o

controle do uso do vale-transporte, por

meio de convênios entre os municípios e o

Ministério do Trabalho para sua fi scalização,

e também por intermédio de sistemas ele-

trônicos de controle de arrecadação.

Criar fontes estáveis e permanentes de

fi nanciamento, com juros reduzidos, para im-

plantação, manutenção e reestruturação de

infra-estrutura de transporte coletivo urbano.

Aquisição de veículos de transporte coletivo.

Expansão de sistemas metroviários e aquisição

de equipamentos.

Acesso à moradia digna

Apoiar a implementação de política fundiária

de ampliação de acesso à terra para famílias

de baixa renda, tais como zonas especiais de

interesse social e revisão da legislação urba-

nística.

Apoiar os municípios para realizar cadastra-

mento de terras e imóveis desocupados, que

não estejam cumprindo sua função social, e

aplicar os instrumentos do Estatuto da Cidade,

visando a ampliação do acesso à habitação

popular ou instalação de equipamentos cole-

tivos, combatendo a especulação imobiliária.

Proceder o levantamento das terras e imó-

veis desocupados da união, estados e municí-

pios disponibilizando-os para reforma agrária,

habitação e para baixa renda e instalação de

equipamentos públicos.

Estruturar Banco de Dados sobre as ZEIS

demarcadas, compreendendo levantamento

fundiário, mapeamento e cadastramento só-

cio-econômico das famílias.

CRIAR PROGRAMAS DESBUROCRATIZADOS

COM CRÉDITOS ONEROSOS E SUBSIDIÁRIOS,

GARANTINDO FONTES ESTÁVEIS DE RECURSOS,

INCLUSIVE NÃOONEROSOS, PARA AMPLIAR

O ACESSO À MORADIA PARA A POPULAÇÃO

DE BAIXA RENDA, EM ESPECIAL ÀS FAMILIAS

SEM RENDA OU COM RENDA DE ATÉ TRÊS

SALÁRIOS, POR MEIO DE CONSTRUÇÃO DE

NOVAS UNIDADES; PRODUÇÃO DE LOTES

URBANIZADOS, PROMOÇÃO DE MELHORIAS E

AMPLIAÇÕES DE DOMICÍLIOS EXISTENTES.

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P articipação e controle social

Exigir nos processos de parcelamento do

solo urbano para as classes média e alta a

contribuição para uma cidade mais justa, atra-

vés da doação de áreas para a criação de ZEIS.

Cadastramento, fi scalização e controle dos

terrenos doados em loteamentos, garantindo

sua utilização e criando mecanismos para coi-

bir a destinação para outros usos.

Defi nir uma política de distribuição e urba-

nização de terras.

Construir e manter atualizados um cadastro

de imóveis públicos municipais, estaduais e

federais, de acesso público e sob controle

social, no âmbito destes níveis de governo, a

fi m de viabilizar a implantação de programas

de habitação popular.

Investir na desapropriação de terrenos des-

tinados à habitação social.

Recomendar ao Incra o desmembramento

dos perímetros urbanos dos pequenos muni-

cípios, a fi m de excluí-los da “área rural” facili-

tando a regularização fundiária.

Equacionar os problemas dos contratos do

SFH, aplicando critérios compatíveis com as

condições de pagamento de cada mutuário.

Criar programas com créditos onerosos e

subsidiados para ampliar o acesso da popula-

ção de baixa renda a unidades habitacionais,

através da construção de novas unidades,

produção de lotes urbanizados, promoção

de melhorias e ampliações de domicílios exis-

tentes e ocupação de unidades habitacionais

vazias.

Criar programas desburocratizados com

créditos onerosos e subsidiários, garantindo

fontes estáveis de recursos, inclusive não-

onerosos, para ampliar o acesso à moradia

para a população de baixa renda, em especial

às familias sem renda ou com renda de até

03 salários, por meio de construção de novas

unidades; produção de lotes urbanizados,

promoção de melhorias e ampliações de

domicílios existentes; ocupação de unidades

habitacionais vazias; recuperação urbana e

ambiental e outras formas de acesso à mora-

dia nas zonas urbanas e rurais.

Financiamento a pessoas físicas para aquisi-

ção de imóvel novo ou usado, construção em

terreno próprio e construção por gestão asso-

ciativa, incluindo terreno, material e projeto.

Financiamento para pessoas físicas para

aquisição de materiais de construção, com

assessoria técnica para promoção de melho-

rias habitacionais e ampliação de unidades

existentes.

Que a nova política de habitação crie me-

canismos que garantam o acesso a habitação

para a população de baixa renda, incluídas no

SPC, Serasa etc., pois a habitação é uma ques-

tão social.

Repasse de recursos onerosos e subsidia-

dos para que estados e municípios implantem

políticas diferenciadas de atendimento à

demanda habitacional, produzam lotes urba-

nizados e unidades habitacionais, exigindo-se

contrapartida local na forma fi nanceira ou de

bens e serviços, prevendo transparência nos

procedimentos de repasse de recursos e pres-

tação de contas aos conselhos de habitação.

Implantação de infra-estrutura e oferta

de serviços de apoio à regularização

fundiária:

Suporte tecnológico à implantação das solu-

ções.

Financiamento de cooperativas, associa-

ções autogestionárias, mutirões, sindicatos,

organizações não governamentais e outros

agentes populares, sem fi ns lucrativos, com

recursos onerosos e não onerosos (subsídio).

Financiamento para pessoas jurídicas

produzirem lotes urbanizados e unidades

habitacionais, considerando a demanda or-

ganizada local.

Estimular a produção empresarial para

setores de renda média, buscando dinamizar

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o mercado imobiliário, com maior destinação

de recursos do sistema de poupança e em-

préstimo e outras fontes, para o favorecimen-

to do crédito e ampliação das faixas de renda.

Desenvolver programa e linha de fi nancia-

mento destinados à produção de unidades

habitacionais dirigidas à locação social.

Ampliar o acesso e a produção de imóveis

destinados à população de baixa renda pelo

sistema de arrendamento residencial.

Viabilizar a moradia dentro do perímetro

urbano, evitando a proliferação de loteamen-

tos fora da malha urbana. Para tanto, deve-

se promover linhas de financiamento para

apoiar a reabilitação e o adensamento de

áreas centrais desocupadas, com habitação

de interesse social, seja por meio da desa-

propriação, de cobrança de IPTU progressivo

ou da utilização de outros instrumentos, de

forma a otimizar a infra-estrutura instalada,

recuperar o estoque habitacional e a dinâmi-

ca econômica, com parceria dos três níveis

de governo (para utilização dos imóveis ocio-

sos, terras vazias e intervenção em cortição),

estimulando ações para a conservação e

valorização do patrimômio histórico, cultural

e imobiliário e favorecendo a diversidade e a

inclusão social.

Promover a revisão de todos os programas

de fi nanciamento existentes, garantindo sua

adequação aos novos propósitos da Política

Nacional de Habitação, efetivando a possibi-

lidade de participação das camadas de mais

baixa renda.

Urbanização, regularização fundiária e inte-

gração de assentamentos humanos precários.

Financiar e repassar recursos subsidiados

para estados, Distrito Federal e municípios

para desenvolvimento, ampliação e fortale-

cimento de programas e projetos de urbani-

zação de assentamentos precários (favelas,

ocupações, cortiços, mocambos, loteamentos

irregulares e bairros periféricos) que:

Implante a infra-estrutura e melhore sua

condição de habitabilidade;

Propiciem segurança e reconhecimento

dos direitos imobiliários;

Erradiquem risco e garantam a mobilidade

urbana;

Promovem a inclusão social e integração

destes assentamentos ao tecido urbano da

cidade;

Considerem as questões do lazer e do en-

frentamento à violência;

Adotem novos padrões e soluções arquite-

tônicas e tecnológicas que se integrem à con-

cepção de novas legislações e instrumentos

de gestão territorial.

Implementar programa federal de apoio

aos municípios, estados e Distrito Federal de

regularização fundiária sustentável em assen-

tamentos de baixa renda, em áreas públicas

ou privadas que contemplem:

A busca de novos instrumentos para re-

gularização fundiária e a revisão dos procedi-

mentos legais e institucionais;

O apoio fi nanceiro técnico e jurídico;

Levantamento topográfi co e estudos urba-

nísticos em assentamentos irregulares;

O desenvolvimento econômico e geração de

renda compatível com a preservação ambiental;

A parceria com universidades, institutos de

pesquisa, organizações do terceiro setor.

VIABILIZAR A MORADIA DENTRO DO PERÍMETRO

URBANO, EVITANDO A PROLIFERAÇÃO DE

LOTEAMENTOS FORA DA MALHA URBANA.

PARA TANTO, DEVESE PROMOVER LINHAS DE

FINANCIAMENTO PARA APOIAR A REABILITAÇÃO

E O ADENSAMENTO DE ÁREAS CENTRAIS

DESOCUPADAS, COM HABITAÇÃO DE INTERESSE

SOCIAL, SEJA POR MEIO DA DESAPROPRIAÇÃO,

DE COBRANÇA DE IPTU PROGRESSIVO OU DA

UTILIZAÇÃO DE OUTROS INSTRUMENTOS.

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P articipação e controle social

Diretrizes para a política de regularização

fundiária:

Adoção de procedimentos simplifi cados para

a regularização de imóveis pelos cartórios e

cadastramento nas prefeituras;

Constituição de grupo de trabalho - en-

volvendo MPs, cartórios, prefeituras, conces-

sionários, órgãos ambientais, associação de

moradores, etc, para regularização fundiária

e urbanização;

Priorizar o instituto da concessão do di-

reito real de uso aos ocupantes de imóveis

públicos, ao invés da transferência da pro-

priedade;

Na medida do possível, buscar o ressarci-

mento, ainda que parcial, dos custos da regu-

larização, visando a formação de um fundo

para aplicação em programas habitacionais;

Imediata aplicação da MP 2.220/2001-

“concessão especial para fins de moradia” em

áreas públicas e propor sua conversão em lei;

Viabilizar assessoria técnica e jurídica

gratuita aos moradores e associações, para

apoiar processos de regularização fundiária,

bem como processos de capacitação nas

comunidades;

Criar, no âmbito da justiça, a vara especial

para regularização fundiária, com o propósito

de agilizar os processos em curso;

Programa de apoio a projetos de regulari-

zação fundiária sustentável, levando em con-

sideração também a regularização de terras

localizadas em ilhas;

Aprovar os programas de regularização

fundiária que não beneficiem, de qualquer

forma, o promotor do parcelamento irregular;

Isenção de ITBI nas transferências de imó-

veis para programas de baixa renda;

A localização e ampliação de aeroportos

devem ocorrer de forma compatível com a

ocupação do território, objetivando a quali-

dade de vida e proteção ambiental.

Área de risco

Apoiar a implementação de programas muni-

cipais, estaduais e regionais de prevenção de

ocupação de áreas de risco de deslizamento e

enchentes;

Priorizar as áreas de risco nas ações de

planejamento, regulamentação e intervenção

urbana, em áreas de habitação social;

Criação da legislação que regulamente as

intervenções em áreas de risco, contemplando

mecanismos para acompanhamento, controle

e sanção de ocupação irregulares de terrenos

públicos e privados;

Garantir a implementação de programas

municipais, distritais, estaduais e regionais de

prevenção de ocupação de áreas de risco de

deslizamento, enchentes, incêndios e áreas de

proteção ambiental, urbanizando preventiva-

mente essas áreas;

Incluir dispositivo legal em legislação fede-

ral existente, ou a ser criada, que estabeleça

diretrizes nacionais para os municípios, tor-

nando obrigatório Relatório de Impacto no

Sistema de Trânsito - Rist, como instrumento

condicionante para aprovação dos projetos

de construção dos pólos geradores de tráfego

- PGT’s. (ao regulamentar em lei municipal os

art. 36 a 38, da Lei 10.257/2001 - Estatuto da

Cidade, que trata do Estudo Prévio de Impac-

to de Vizinhança – EIV)

Saneamento ambiental

Financiar a implantação de programas de

saneamento ambiental, ampliando o sistema

de abastecimento de água, de coleta e trata-

mento de esgotos sanitários, gestão de resí-

duos sólidos e drenagem em assentamentos

precários, para promover a universalização

dos serviços em áreas urbanas e rurais;

Financiar a realização de estudos e im-

plantar gestão integrada e sustentada dos

resíduos sólidos urbanos, a fi m de ampliar a

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cobertura e aumentar a efi ciência e a efi cácia

dos serviços de limpeza pública, de coleta,

separação, tratamento e disposição fi nal de

resíduos sólidos urbanos, promovendo ainda

capacitação e apoio técnico para organização

e funcionamento de cooperativas de trabalho

com resíduos sólidos;

Financiar a realização de estudos e implan-

tar sistemas de drenagem urbana sustentável,

a fi m de promover a modifi cação da forma

de conceber e implementar ações de drena-

gem urbana e prevenir a ocorrência regular

de enchentes em áreas urbanas, por meio de

elaboração de planos diretores com projetos

específi cos para áreas de proteção aos ma-

nanciais e áreas ambientalmente protegidas;

plano de macro drenagem de bacias hidro-

gráfi cas; plano anual para desassoreamento

dos corpos d’água; plano de recomposição de

matas ciliares e projetos de drenagem urbana

sustentáveis, incluindo ações específi cas para

eliminar o lançamento de esgotos em galerias

de águas pluviais;

Garantir a extensão dos serviços de sane-

amento ambiental às localidades urbanas e

ao meio rural, tendo como base os critérios

epidemiológicos e sanitários locais e os princí-

pios da universalidade, equidade, integralida-

de, intersetorialidade, gestão pública e parti-

cipação e controle social nas ações e serviços

de saneamento ambiental;

Promover e institucionalizar a coorde-

nação e a articulação dos órgãos federais

intervenientes no campo do saneamento

ambiental;

Recomendar que o setor de saneamento

ambiental, dada as características especiais

de interesse público, tenha um tratamento

diferenciado na regulamentação da parceria

público privada;

A necessidade de coordenação, a nível fe-

deral, das ações de saneamento ambiental e

a instituição de instância no Poder Executivo

Federal, reunindo ministérios e órgãos, onde

se possa exercitar a articulação e integração

das políticas, programas, projetos e ações em

saneamento ambiental;

Que o governo federal retire do congresso

nacional o PL 4.147/01, tendo em vista que o

próprio governo instituiu Grupo de Trabalho

Interministerial responsável por propor a Polí-

tica Nacional de Saneamento Ambiental e seu

marco regulatório;

Elaborar a política municipal, estadual e

nacional de saneamento ambiental e seus

instrumentos, concebidos como uma dimen-

são da política urbana, tendo como objetos

específi cos o abastecimento de água, a coleta,

tratamento e disposição adequada dos esgo-

tos e resíduos sólidos, exceto o industrial, no

meio urbano e rural, e a drenagem urbana das

águas pluviais, sendo as demais ações tratadas

no âmbito das políticas específi cas das res-

pectivas áreas.

APOIAR E FINANCIAR A AMPLIAÇÃO DA

MOBILIDADE URBANA; MELHORAR A QUALIDADE

DO TRANSPORTE URBANO DE PASSAGEIROS;

APOIAR PROJETOS DE CIRCULAÇÃO NÃO

MOTORIZADA, INCLUSIVE PARA PEDESTRES;

IMPLANTAR SISTEMAS DE CIRCULAÇÃO NÃO

MOTORIZADA; REALIZAR ESTUDOS PARA A

UNIVERSALIZAR O ACESSO AOS SERVIÇOS

DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO,PARA

PROMOVER O BARATEAMENTO DA TARIFA AO

USUÁRIO; IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS DE

ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM RESTRIÇÃO

DE MOBILIDADE; IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS

DE TRATAMENTO DE INTERFACES URBANO

RODOVIÁRIO, URBANOAEROPORTUÁRIO E

URBANOFERROVIÁRIO, CONSOLIDANDO AS

REDES DE TRANSPORTE PÚBLICO DE MÉDIA E

GRANDE CAPACIDADE.

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P articipação e controle social

Transporte e mobilidade urbana

Gerar formas de participação popular na

gestão do sistema de transporte público;

Apoiar planos diretores de trânsito e trans-

porte urbano;

Apoiar e fi nanciar a elaboração de projetos

de desenvolvimento de corredores estruturais

metroviários, ferroviários ou rodoviários, mu-

nicipais, intermunicipais e metropolitanas de

transporte coletivo promovendo:

Incremento do transporte metro-ferroviá-

rios e revitalização de áreas lindeiras de corre-

dores metro-ferroviários, e a revitalização dos

corredores intermunicipais já existentes;

Uma política de integração fi síca e tarifária

entre os vários modos de transporte, privile-

giando os modos não poluentes;

A integração dos sistemas de transportes

intermunicipais;

A ampliação dos sistemas de bilhetagem

eletrônica como forma de integração;

Manutenção do caráter público da opera-

ção desses sistemas.

Apoiar e fi nanciar a implantação de corre-

dores estruturais de transporte coletivo urba-

no em cidades de médio e grande porte para:

O resgate dos espaços públicos da via ur-

bana para o transporte coletivo;

Que equipamentos e infra-estrutura pro-

porcionem conforto ao usuário;

A melhoria da qualidade urbana;

Integrar ao Plano de Uso do Solo, adequan-

do os instrumentos urbanísticos do Estatuto

da Cidade;

Integrar através de corredores da zona ur-

bana e zona rural.

Apoiar e financiar a ampliação da mobili-

dade urbana; melhorar a qualidade do trans-

porte urbano de passageiros; apoiar projetos

de circulação não motorizada, inclusive para

pedestres; implantar sistemas de circulação

não motorizada; realizar estudos para a uni-

versalizar o acesso aos serviços de transporte

coletivo urbano,para promover o barate-

amento da tarifa ao usuário; implantação

de projetos de acessibilidade para pessoas

com restrição de mobilidade; implantação

de programas de tratamento de interfaces

urbano-rodoviário, urbano-aeroportuário e

urbano-ferroviário, consolidando as redes de

transporte público de média e grande ca-

pacidade e apoiando projetos de integração

intermodal de transporte coletivo e a imple-

mentação de novas tecnologias de controle

e qualidade dos serviços.

Apoiar e fi nanciar a integração institucional,

física, operacional e tarifária entre os diversos

modos de transporte e a implantação de pro-

gramas de tratamento de interfaces urbano-

rodoviário, urbano-ferroviário, urbano-metro-

viário e urbano-aquaviário.

Ampliar e fi scalizar os espaços destinados

às calçadas para qualifi car o deslocamento

dos pedestres, pessoas com defi ciência,

garantindo o direito de ir e vir. Fiscalizar os

espaços das calçadas, apropriadas de maneira

incorreta para comércio, propagandas, expan-

são de residências, estacionamentos.

Apoiar políticas, programas e projetos de

mobilidade urbana em centros históricos e

bairros turísticos, visando a preservação e a

melhoria da acessibilidade.

Ampliar os itinerários dos transportes cole-

tivos, observando a acessibilidade das comu-

nidades rurais à sede do município.

Realizar investimento em sistema viário,

priorizando a circulação de veículo de trans-

porte coletivo.

Promover políticas de mobilidade sustentá-

vel, realizando estudos, apoiando e fi nancian-

do medidas de redução da dependência do

transporte individual motorizado, de incentivo

de sistemas de circulação não motorizada e

de melhoria da qualidade do transporte cole-

tivo urbano de passageiros.

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Apoiar projetos que visam minimizar os

confl itos entre o trânsito de veículos motoriza-

dos, não-motorizados e de tração animal com

os pedestres, de forma a garantir a segurança

destes, através de:

Implantação de faixas de pedestres eleva-

das em vias de grande movimento, de forma

que o pedestre se torne mais visível para os

motoristas.

Implantação de faixas entre interseções

com sinalização horizontal e vertical, visibilida-

de e iluminação adequada.

Implantação de passarelas para pedestres

e/ou barreiras eletrônicas em vias federais ou

estaduais que cruzem o perímetro urbano.

Implantar mobiliário urbano e vegetação

nas calçadas

Apoiar e fi nanciar sistemas de trilhos ur-

banos a fi m de promover a recuperação,

implantação e expansão de sistemas metro-

ferroviários, e a manutenção e operação de

transporte de passageiros.

Desoneração dos custos por meio da cria-

ção de tarifa especifíca de energia elétrica

para o transporte coletivo, eliminando a so-

bretaxação da tarifa horo-sanzonal;

Implantação de programas de trens me-

tropolitanos com aproveitamento da malha

ferroviária existente.

Redefi nição do papel da CBTU nos limites

das atribuições constitucionais da União.

Implementar, subsidiar e avaliar progra-

mas de educação para o trânsito de pedes-

tres e veículos, respeitando os preceitos

do Programa Nacional de Educação para a

Cidadania no Trânsito, incluindo a participa-

ção efetiva do MEC e secretarias de Educa-

ção dos municípios, respeitando, sobretudo,

os princípios de cidadania, da autonomia,

da liberdade de participação, respeito às

diferenças e a diversidade e igualdade de

direitos, visando uma convivência social no

trânsito.

Melhoria da gestão e da qualidade dos

serviços urbanos

Capacitar técnica e gerencialmente os ór-

gãos gestores dos serviços urbanos por meio

de apoio técnico, institucional e fi nanceiro

para criação ou aprimoramento de:

Fóruns de participação, discussão e articu-

lação de políticas setoriais e integradas;

Capacitação das estruturas operacionais e

de gestão das instâncias institucionais nos três

níveis de governo;

Instrumentos legais e administrativos de

gestão e processos de monitoramento e ava-

liação;

Capacitação dos agentes sociais envolvidos

na gestão dos serviços urbanos;

Seleção de programas de capitação técnica

para implantação de núcleos de planejamen-

to como suporte ao desenvolvimento urbano

e regional/metropolitano;

Reorganizar e capacitar os órgãos públicos

para fi scalização e proteção das áreas de pre-

servação;

Realizar estudos e pesquisas para a formu-

lação de modelos de regularização e regula-

ção dos serviços urbanos;

Fomentar o desenvolvimento tecnológico

dos serviços urbanos;

Regionalizar tecnologias e aplicar nos servi-

ços urbanos;

Capacitar e conscientizar os gestores locais

quanto a importância da coleta pública e do

adequado destino fi nal do lixo urbano e rural.

Integrar e fortalecer os órgãos do Sistema

Nacional de Trânsito, estabelecendo a com-

plementaridade entre os três entes federa-

dos, de modo a construir uma efetiva relação

institucional para promover ainda mais a

transparência na utilização dos recursos

arrecadados com as multas de trânsito e o

fomento à educação e conscientização para

o trânsito.

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P articipação e controle social

Estimular a estruturação de órgãos ges-

tores municipais de transporte e trânsito,

visando a organização e a adequada gestão

desses serviços, auxiliando no processo de

estruturação organizacional e institucional.

Fortalecer os órgãos gestores de transpor-

te e trânsito, por meio da criação dos Conse-

lhos Federal, Estadual e Municipal de Trans-

porte Urbano, promovendo a participação

do poder público, prestadores de serviços e

usuários, bem como o financiamento especí-

fico para pesquisa, melhoria e aprimoramen-

to do setor, visando:

Apoiar estados e municípios na implan-

tação do Código de Trânsito Brasileiro e es-

timular a adoção de medidas para melhoria

das condições de segurança de pedestres e

motoristas;

Criar programa de fomento às empresas

públicas municipais de transporte coletivo;

Realizar parcerias com instituições técni-

cas de pesquisa, universidades, entidades

profissionais e sociedade civil para o desen-

volvimento de projetos e ações de gestão,

incluindo programas de mobilidade urbana;

Estimular inovações sobre as atividades

de planejamento, cooperação e fiscalização

do trânsito urbano, especialmente para efici-

ência do transporte público e segurança no

trânsito;

Estimular a criação de sistemas integrados

de gerenciamento de trânsito, especialmente

nas regiões metropolitanas;

Apoiar e financiar projetos e ações de

educação e conscientização para o trânsito

e capacitação dos trabalhadores da área de

transporte, visando a melhoria da qualidade

do serviço.

Melhorar a gestão e a qualidade dos servi-

ços urbanos, implantando gestão integrada

dos transportes públicos nas regiões metro-

politanas e intermunicipais.

Definir parâmetros de qualidade ao servi-

ço de transporte público coletivo, intensificar

o controle e a fiscalização do poder público,

criando mecanismos de controle popular.

Promover uma política que reduza os

impactos decorrentes do transporte urbano,

garantindo uma melhor qualidade ambiental.

Incentivar o uso de tecnologias alternati-

vas, desenvolvimento de pesquisas, gestão

e práticas de transporte urbano compatíveis

com a sustentabilidade ambiental, tais como:

Implantar, sempre que possível, mobiliário

urbano e vegetação nas vias de circulação,

bem como preferencialmente pavimentos

permeáveis, em vias de trânsito local, favore-

cendo a drenagem de águas pluviais;

Implantação de ciclovias para acesso ao

trabalho;

Restrição de circulação de automóveis em

locais e horários críticos;

Apoiar investimentos em pesquisa de

novos combustíveis não poluentes e renová-

veis;

Intensificar a fiscalização e controle de

gases poluentes de acordo com as normas

ambientais.

FORTALECER OS ÓRGÃOS GESTORES DE

TRANSPORTE E TRÂNSITO, POR MEIO

DA CRIAÇÃO DOS CONSELHOS FEDERAL,

ESTADUAL E MUNICIPAL DE TRANSPORTE

URBANO, PROMOVENDO A PARTICIPAÇÃO DO

PODER PÚBLICO, PRESTADORES DE SERVIÇOS

E USUÁRIOS, BEM COMO O FINANCIAMENTO

ESPECÍFICO PARA PESQUISA, MELHORIA E

APRIMORAMENTO DO SETOR, VISANDO,

ENTRE OUTRAS AÇÕES, APOIAR ESTADOS E

MUNICÍPIOS NA IMPLANTAÇÃO DO CÓDIGO

DE TRÂNSITO BRASILEIRO E ESTIMULAR

A ADOÇÃO DE MEDIDAS PARA MELHORIA

DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA DE

PEDESTRES E MOTORISTAS.

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Apoiar projetos que priorizem a melhoria

da micro acessibilidade, com redução dos

custos operacionais e sustentabilidade am-

biental nos centros históricos das cidades.

Implantar política de treinamento para os

empregados de todas as áreas de transporte,

com apoio do SEST (Serviço Social do Transpor-

te)/, SENAT (Serviço Nacional de Aprendizagem

do Transporte).

Incentivar, técnica e fi nanceiramente, as pes-

quisas de combustíveis não poluentes e a sua

utilização.

Criar e implementar mecanismos para pes-

quisas de novas tecnologias econômica, social

e ecologicamente apropriadas, voltadas para

a melhoria de qualidade e redução de custos;

promovendo a capacitação técnica de todos os

setores envolvidos nos programas e projetos; e

estimulando as parcerias e iniciativas da socie-

dade em todas as fases. Participar juntamente

com os municípios das regiões metropolitanas

de estudos para implementar transporte de

passageiros com o uso de outras tecnologias

de maior porte e menor impacto ambiental.

Buscar, em parceria com os municípios, a

implantação de modernização tecnológica na

operação e na gestão dos serviços de transpor-

te público.

Reestruturar os mecanismos de coleta e

monitoramento dos dados estatísticos de aci-

dentes de trânsito, possibilitando um efetivo

acompanhamento e assistência às vítimas.

Regulamentar o sistema de transporte hi-

droviário.

Eliminação das restrições existentes para

que os agentes públicos contraiam emprésti-

mos para investimento na infra-estrutura de

transporte.

Exigir a observância das normas de acessibi-

lidade em processos licitatórios

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PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA

O Conselho das Cidades nasceu com a marca

da pluralidade e da forte representação da

sociedade. Não poderia ser diferente: é fruto

do amplo processo de participação idealizado

e construído a partir da Conferência Nacional

das Cidades. É o órgão colegiado que integra,

em caráter permanente, a estrutura do Minis-

tério das Cidades.

A partir da I Conferência Nacional das Cida-

des, pouco a pouco, os caminhos vão sendo

abertos e as ferramentas da construção cole-

tiva para a elaboração das políticas públicas

para o desenvolvimento urbano são postas à

serviço de cidades mais justas.

O Conselho das Cidades é uma instância que

interage com os diversos interesses, indicando

que tem forte potencial de se constituir num es-

paço de pactuação entre os diferentes atores e

seus respectivos interesses em torno de políticas

públicas, possibilitando a proposição de políti-

cas de novo tipo no planejamento urbano.

Os Conselheiros, representando oito seg-

mentos sociais, terão mandato defi nido pela

Conferência Nacional, sem remuneração,

e a missão de assessorar, estudar e propor

diretrizes para o desenvolvimento urbano e

regional, com participação social e integra-

ção das políticas fundiárias e de habitação,

saneamento ambiental e trânsito, transporte e

mobilidade urbana.

O Conselho das Cidades conta com a as-

sessoramento de quatro Comitês Técnicos:

Habitação; Trânsito, Transporte e Mobilidade

Urbana; Saneamento Ambiental; e Planeja-

mento Territorial Urbano. Os 50 integrantes de

cada Comitê incluem titulares, suplentes e ob-

servadores (um por estado) do ConCidades,

respeitada a proporcionalidade dos diferentes

segmentos. Incluem também oito entidades

convidadas pelo presidente do Conselho,

Ministro Olivio Dutra, mas cada representante

pode participar de apenas um único comitê.

No ano de 2005 será instalado o proces-

so da 2ª Conferência Nacional das Cidades,

que enfrentará novos desafi os, elegerá os

novos representantes do ConCidades e terá

como temática principal a política nacional

de desenvolvimento urbano. Será instalado,

novamente, em âmbito federal, o mais amplo

e democrático processo já empreendido no

Brasil para o debate do presente e, sobretudo,

do futuro das cidades.

UM DIA HISTÓRICO PARA A CIDADANIA

Pronunciamento do ministro Olívio Dutra

durante a posse do Conselho das Cidades dia

15 de abril de 2004:

Sejam bem-vindos todos e todas que, neste dia

histórico para cidadania brasileira, tomam posse

no Conselho das Cidades. Saúdo também os

representantes dos diversos movimentos sociais

e segmentos organizados do país, como os

sindicalistas e empresários, profi ssionais liberais,

acadêmicos e funcionários públicos, além das

autoridades governamentais dos diversos entes

federados. Hoje, sem dúvida alguma, presen-

ciamos o coroamento de um processo amplo,

democrático e participativo que teve início

em abril do ano passado, envolvendo milhares

de pessoas em 3.457 conferências municipais

e regionais e nas 27 unidades federativas do

nosso país.

Essa imensa energia e exemplo de mobilização

cidadã nos coloca, governos e sociedade civil,

a responsabilidade de se criar um novo modelo

de gestão pública no país, baseado na parceria,

no compartilhamento das decisões, na franque-

za e na solidariedade.Devemos juntos buscar

soluções articuladas entre os entes federativos

e a sociedade organizada, para que os recursos

da moradia, do saneamento ambiental, da mo-

bilidade urbana e trânsito sejam aplicados com

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responsabilidade e com qualidade, mas que,

efetivamente, cheguem aos mais necessitados

deste país.

Nosso desafi o, portanto, é a de trabalharmos

juntos, dentro da pluralidade e das nossas di-

versidades, para a efetivação de uma política

nacional de desenvolvimento urbano social-

mente inclusiva e com fi nalidade de melhorar

a qualidade de vida das nossas populações.

Somos, portanto, protagonistas da construção

de um espaço que nos permitirá multiplicar as

oportunidades de participação popular, além

de defi nir e fi scalizar as políticas públicas deste

país no campo da moradia, do saneamento

ambiental, da mobilidade urbana e trânsito.

Neste sentido, o Ministério das Cidades, fruto

também de demanda dos movimentos sociais

e, portanto, da sociedade civil brasileira, vem se

empenhando nestes 15 meses para consolidar,

por meio de gestão da política urbana do País,

ações que buscam minorar os problemas urba-

nos vividos e sofridos por nós brasileiros.Quere-

mos criar, com a participação do Conselho das

Cidades, um novo paradigma de planejamento

e gestão urbana destacando as seguintes

implementações: Novo Sistema Nacional de

Saneamento Ambiental e marco regulatório

para o setor que está em fi nalização no interior

do governo federal; Novo Sistema Nacional

de Habitação que está em discussão fi nal no

Ministério das Cidades; Nova Política de Mo-

bilidade e Transporte Urbano;Implementação

do Código Nacional de Trânsito; Capacitação

das Cidades para o Planejamento, Informação,

Gestão e Modernização Administrativa; Apoio

à implementação do Estatuto das Cidades e

Reforma fundiária, envolvendo planos diretores

e regularização fundiária;. Participação social e

construção federativa.

Afi rmamos com convicção que em um ano e

quatro meses de existência do Ministério da Ci-

dades confi rmamos a vontade do governo Lula

em buscar realizações que visem o desenvolvi-

mento do País, a inclusão social, o combate ao

desemprego e a pobreza. Na área de Habitação

passamos de R$ 5,3 bilhões disponibilizados

em 2003 para R$ 7,4 bilhões em 2004, contando

especialmente com os recursos do FGTS, FAT,

FAR e FDS, além do Orçamento Geral da União

e empréstimos internacionais. Ampliamos os

recursos do HBB, programa de urbanização de

favelas feito em conjunto com o BID. Em 2003

disponibilizamos R$ 120 milhões , o dobro dos

últimos três anos.

Ampliamos os recurso do PSH para benefi ciar

63 mil famílias, três vezes mais do que em 2002

Criamos em conjunto com o Ministério da

Fazenda medidas de ampliação do mercado

formal privado, já anunciados pelo presidente

Lula na forma de Projeto de Lei enviado para

o Congresso Nacional. Estamos desenhando o

novo Sistema Nacional de Habitação para ven-

cer o principal para o setor que é possibilitar

o acesso aos recursos da população de 0 a 5

salários mínimos, onde se concentra 92% do

défi cit habitacional. Na área do saneamento

ambiental, contratamos R$ 1,7 bilhões com re-

cursos do FGTS, e em 2004 teremos disponíveis

R$ 3,2 bilhões, confi gurando o maior volume de

recursos nos últimos dez anos para o setor.Esta-

mos buscando a racionalização dos programas

e ações na área do saneamento, elaboradas em

conjunto por quatro ministérios.

Elaboramos o Plano de Ação de Habitação e

Saneamento para as regiões metropolitanas

para combater o défi cit habitacional e diminuir

os índices de pobreza e violência.Criamos o

Programa de Regularização Fundiária Papel Pas-

sado.Estamos implementando o Programa Pró-

transporte e o Programa de Inspeção Veicular.

Em breve o país contará com um novo modelo

para a regionalização do sistema de trens e me-

trôs.E vamos implementar o Programa Nacional

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de Informações das Cidades e o Sistema Nacio-

nal de Informações das Cidades.Como vimos,

a tarefa é imensa, mas não impossível de ser

executada. Estamos iniciando hoje, de maneira

consciente e fi rme, uma caminhada para um

tempo de ampla participação cidadã, por meio

do Conselho das Cidades que, tenho certeza,

irá defi nitivamente ajudar a qualifi car a vida das

milhões de pessoas residentes em nossas cida-

des brasileiras.

Muito obrigado e uma boa luta para todas e

todos.

COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DO

CONSELHO DAS CIDADES

Segmento Titulares Suplentes

Poder Público Federal 14 vagas 14 vagas

Poder Público Estadual 6 vagas 6 vagas

Poder Público Municipal 10 vagas 10 vagas

Movimento Popular 19 vagas 19 vagas

Empresários 7 vagas 7 vagas

Trabalhadores 7 vagas 7 vagas

Entidades Profi ssionais, Acadêmicas e de Pesquisa

5 vagas 5 vagas

Organizações Não-Governamentais

3 vagas 3 vagas

Total 71 71

Poder Público Federal

. Ministério das Cidades (1 Titular e 1 Suplente)

. Ministério do Trabalho e Emprego (1 Titular

e 1 Suplente)

. Ministério do Planejamento, Orçamento e

Gestão (1 Titular e 1 Suplente)

. Ministério do Turismo (1 Titular e 1 Suplente)

. Ministério da Integração Nacional (1 Titular e

1 Suplente)

. Caixa Econômica Federa (1 Titular e 1 Su-

plente)

. Ministério da Fazenda (1 Titular e 1 Suplente)

. Ministério da Ciência e Tecnologia (1 Titular

e 1 Suplente)

. Ministério da Saúde (1 Titular e 1 Suplente)

. Ministério da Cultura (1 Titular e 1 Suplente)

. Ministério do Meio Ambiente (1 Titular e 1

Suplente)

. Ministério do Desenvolvimento Social e

Combate a Fome (1 Titular e 1 Suplente)

. Casa Civil da Presidência da República (1 Ti-

tular e 1 Suplente)

. Secretaria de Coordenação Política e Assun-

tos Institucionais da Presidência da Repúbli-

ca (1 Titular e 1 Suplente)

Poder Público Estadual

As representações dos governos estaduais são

escolhidas, em cada região geográfi ca, em

rodízio, para cada duas reuniões do Conselho,

preenchendo 5 vagas de titulares e 5 de su-

plentes e mais uma vaga de titular para a repre-

sentação da Associação das Empresas de Sane-

amento Básico Estaduais e de suplente para o

Fórum Nacional de Secretários de Habitação.

Poder Público Municipal

. Associação Nacional dos Serviços Munici-

pais de Saneamento (1 Titular e 1 Suplente)

. Associação Brasileira de COHABs (1 Titular e

1 Suplente); . Frente Nacional de Vereadores

pela Reforma Urbana (1 Titular e 2 Suplentes);

ESTAMOS INICIANDO HOJE, DE MANEIRA

CONSCIENTE E FIRME, UMA CAMINHADA PARA

UM TEMPO DE AMPLA PARTICIPAÇÃO CIDADÃ,

POR MEIO DO CONSELHO DAS CIDADES QUE,

TENHO CERTEZA, IRÁ DEFINITIVAMENTE

AJUDAR A QUALIFICAR A VIDA DAS MILHÕES

DE PESSOAS RESIDENTES EM NOSSAS

CIDADES BRASILEIRAS.

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. Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes

de Transporte Urbano e Trânsito (1 Titular e

1 Suplente)

. União dos Vereadores do Brasil (1 Titular e 2

Suplentes)

. Associação Brasileira de Municípios (1 Titular)

. Frente Nacional de Prefeitos (3 Titulares e 2

Suplentes)

. Confederação Nacional de Municípios (1

Titular)

. Associação Nacional de Municípios e Meio

Ambiente (1 Suplente)

Entidades dos Movimentos

Populares

. Confederação Nacional de Associações de

Moradores (5 Titulares e 5 Suplentes)

. Central de Movimentos Populares (5 Titula-

res e 5 Suplentes)

. Movimento Nacional de Luta pela Moradia

(4 Titulares e 5 Suplentes)

. União Nacional por Moradia Popular (5 Ti-

tulares e 4 Suplentes)

Entidades Empresariais

. Câmara Brasileira da Indústria da Constru-

ção (2 Titulares)

. Confederação Nacional das Instituições Fi-

nanceiras (1 Titular)

. Associação Brasileira dos Fabricantes de

Materiais e Equipamentos para Saneamen-

to (1 Suplente)

. Associação Nacional dos Comerciantes de

Material de Construção (1 Suplente)

. Associação Brasileira de Concessionárias

Privadas de Serviços Públicos de Água e

Esgoto (1 Suplente)

. Confederação das Associações Comerciais

e Empresariais do Brasil (1 Suplente)

. Movimento Nacional da Micro e Pequena

Empresa (1 Suplente)

. Organização das Cooperativas Brasileiras (1

Titular)

. Confederação Nacional do Comércio (1 Ti-

tular)

. Associação Nacional das Empresas de

Transportes Urbanos (1 Suplente)

. Associação Brasileira de Cimento Portland

(1 Titular)

. Associação Brasileira das Entidades de Cré-

dito Imobiliário e Poupança (1 Suplente)

. Confederação Nacional do Transporte (1

Titular)

Entidades Profissionais, Acadêmicas e

de Pesquisa

. Associação Brasileira de Engenharia Sa-

nitária e Ambiental (1 Titular) Instituto de

Arquitetos do Brasil (1 Titular)

. Associação Nacional de Pós—Graduação e

Pesquisa em Planejamento

Urbano e Regional (1 Suplente)

. Associação dos Geógrafos Brasileiros (1 Su-

plente)

. Conselho Federal de Corretores de Imóveis

(1 Suplente)

. Associação Brasileira de Ensino de Arquite-

tura e Urbanismo (1 Titular)

. Associação Nacional de Transportes Públi-

cos (1 Titular)

. Associação Nacional de Pesquisa e Ensino

em Transportes (1 Suplente)

. Conselho Federal de Engenharia, Arquitetu-

ra e Agronomia (1 Titular)

. Associação Nacional Tecnologia do Am-

biente Construído (1 Suplente)

Entidades de Trabalhadores

. Federação Nacional dos Urbanitários (2 Ti-

tulares)

. Federação Nacional dos Arquitetos e Urba-

nistas (1 Titular)

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. Federação Nacional dos Metroviários (1 Su-

plente)

. Federação Nacional dos Portuários (1 Su-

plente)

. Central Única dos Trabalhadores (1 Titular)

. Força Sindical (1 Suplente)

. Federação Nacional das Associações de

Funcionários da Caixa Econômica Federal

(1 Suplente)

. Confederação Nacional dos Trabalhadores

em Transporte (2 Titulares)

. Federação Nacional dos Engenheiros (1

Suplente)

. Confederação Nacional dos Trabalhadores

na Agricultura (1 Suplente)

. Confederação Nacional dos Trabalhadores

no Serviço Público Municipal (1 Suplente)

. Federação Interestadual de Sindicatos de

Engenheiros (1 Titular)

Organizações Não Governamentais

. Fórum Nacional de Reforma Urbana (1 Ti-

tular)

. Associação Brasileira de Organizações Não

Governamentais (1 Titular e 1 Suplente)

. Federação de Órgãos para Assistência So-

cial e Educacional (1 Titular)

. Rede de ONGs Mata Atlântica (1 Suplente)

. União Brasileira de Mulheres (1 Suplente)

ATUAÇÃO DO CONSELHO DAS CIDADES

A pactuação estabelecida entre o Ministério

das Cidades, as representações dos demais

entes federados e as entidades da sociedade

civil que compõem o Conselho das Cidades

é decisiva para a superação dos múltiplos e

graves desafios urbanos que há muito tempo

penalizam, sobretudo, as populações pobres.

A atuação do Conselho, em poucos meses de

existência, já demonstra um potencial efetivo

na construção de um espaço democrático de

construção da política urbana.

Pode-se destacar a contribuição dos dife-

rentes atores na formulação das políticas se-

toriais de planejamento territorial, habitação,

saneamento ambiental, e mobilidade urbana

e trânsito, principalmente através dos Comi-

tês Técnicos do ConCidades.

A resolução de número 13 do ConCida-

des merece destaque dentro das resoluções

aprovadas. Os conselheiros recomendaram

aos atores sociais e aos governos dos Esta-

dos, Municípios e Distrito Federal a criação

de Conselhos Estaduais e Municipais da Ci-

dade ou equivalentes, referenciados nas dire-

trizes e princípios aprovados na Conferência

Nacional das Cidades. O objetivo é debater e

aprovar a política de desenvolvimento urba-

no em cada esfera da Federação.

Hoje o grande desafio é governar e de-

mocratizar as administrações públicas. Os

conselhos propiciam a ampliação do debate

e a possibilidade de definir políticas públicas

que atendam à parcela da população que

mais necessita, ou seja, a maioria, por meio

de critérios de justiça social.

A possibilidade da criação de Conselhos

das Cidades nos estados, municípios e DF

objetiva a criação de mecanismos concre-

tos de articulação das políticas urbanas em

todos os níveis e de uma nova referência

nas relações entre o poder público e a so-

É NECESSÁRIO CONSTRUIR UMA NOVA

POLÍTICA URBANA COM A PARTICIPAÇÃO

DA SOCIEDADE, EM TODO O PAÍS, PARA

REVERTER O QUADRO DE EXCLUSÃO E DE

DESIGUALDADE EXISTENTE NAS CIDADES.

A POLÍTICA URBANA TRATADA

CONSTANTEMENTE DE FORMA

FRAGMENTADA, CLIENTELISTA E

EXCLUDENTE NECESSITA SER SUPERADA

ATRAVÉS DE UMA FORMULAÇÃO COLETIVA

ENTRE TODOS OS ATORES SOCIAIS.

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RESOLUÇÃO DO ConCIDADES

nº. 13, de 16 de junho de 2004

Edição Número 137, Página 68 de 19/07/2004

O Conselho das Cidades, no uso de suas

atribuições legais estabelecidas pelo DE-

CRETO Nº 5031, DE 2 DE ABRIL DE 2004, e

considerando:

a) a resolução da Conferência Nacional das

Cidades que diz: “O Conselho das Cidades,

uma vez instalado, deverá regulamentar as

formas e os critérios de eleição dos conse-

lhos estaduais das cidades”,

b) as atribuições do Conselho das Cidades

de “Incentivar a criação, a estruturação e o

fortalecimento institucional de conselhos

afetos à política de desenvolvimento urba-

no nos níveis municipais, regionais, estadu-

ais e do Distrito Federal” e de “Criar formas

de interlocução entre os conselhos das

cidades, nos âmbitos nacional, estadual, do

Distrito Federal e municipal, estimulando a

troca de experiências”;

c) que se faz necessário, a construção de uma

nova política urbana com a participação da

sociedade, em todo o país, para reverter o

quadro de exclusão e de desigualdade exis-

tente nas cidades;

d) que a política urbana tratada constante-

mente de forma fragmentada, clientelista e

excludente necessita ser superada através

de uma formulação coletiva entre todos os

atores sociais;

e) que a criação de conselhos representativos

dos interesses sociais precisa ser efetivada nas

esferas municipais e estaduais para que a po-

lítica nacional resulte dessa interlocução;

f) que a falta de integração entre as políticas,

bem como, voltadas para o conjunto da

população se refl ete também na multipli-

cação de Conselhos burocráticos, desarti-

culados e não representativos do conjunto

da população;

g) a necessidade de mobilizar a sociedade

brasileira para a construção de um “Sistema

Nacional de Política Urbana” por suas 4 ver-

tentes (planejamento territorial, habitação,

saneamento ambiental, trânsito, transporte

e mobilidade), com controle e participação

social, que possibilitará a soma de iniciati-

vas e recursos técnicos, materiais e fi nan-

ceiros;

RESOLVE:

Art 1º. – Propor as seguintes diretrizes e

recomendações aos atores sociais e go-

vernos dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios para criação de Conselhos

Estaduais e Municipais da Cidade ou equi-

valentes:

I – todos os atores (governamentais e não go-

vernamentais) necessitam se empenhar na

construção de uma cultura democrática e

participativa, visando alcançar os objetivos

acima mencionados. Um conselho tem

a atribuição principal de avaliar, propor,

ciedade – o que resultará em maior acesso

à informação, ao planejamento participativo

e à definição de critérios de prioridades de

investimento, envolvendo todos os atores

sociais que lutam por melhor qualidade de

vida nas cidades.

O Ministério das Cidades, ao desejar a

construção de cidades mais justas e sus-

tentáveis, espera que a sociedade continue

fortalecendo os fóruns de participação e

controle social, para construir um novo Brasil,

mais justo e solidário.

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debater e aprovar a política de desenvol-

vimento urbano em conjunto – governo e

sociedade civil – em cada esfera da Fede-

ração.

II – faz-se necessário um levantamento de

todos os conselhos já existentes, para ava-

liar o funcionamento, a representatividade,

a articulação entre as políticas e, princi-

palmente, nas temáticas de planejamento

territorial urbano, habitação, saneamento

ambiental, transporte e mobilidade urba-

na.

III – é recomendável a instituição de fóruns

pró-criação dos Conselhos das Cidades,

nas Unidades Federativas, constituídos pe-

las delegações eleitas para a Conferência

Nacional, Estaduais ou Municipais. Esses

fóruns assim constituídos, respeitando a

participação de todos os segmentos e os

princípios democráticos que nortearam o

processo da 1ª Conferência Nacional das

Cidades, devem se responsabilizar pelos

encaminhamentos necessários para a cria-

ção dos respectivos conselhos;

IV – quando se tratar da criação de conselhos

regionais, os fóruns poderão ser compos-

tos, a exemplo dos conselhos municipais e

estaduais, a partir da experiência acumula-

da nas conferências regionais;

V – o Conselho da Cidade local ou equivalen-

te a ser criado nas Unidades da Federação

é fundamental que possa se referenciar

nas diretrizes e princípios aprovados na

Conferência Nacional das Cidades.

VI – a realização de conferências municipais

e estaduais será um referencial importante

para a discussão da política urbana a nível

local e eleger os membros do novo Con-

selho de forma democrática.

VII – a composição do novo conselho po-

derá, a partir de uma análise dos atores

existentes em cada lugar, contemplar a

representação de todos os segmentos so-

ciais existentes. Poderá seguir os segmen-

tos designados no ConCidades, eleitos na

Conferência Nacional das Cidades;

VIII – os governos, nas várias instâncias,

precisam garantir autonomia ao pleno

funcionamento dos conselhos, bem como,

garantir dotação orçamentária e a institui-

ção de uma secretaria executiva;

IV – o Conselho das Cidades está institucio-

nalizado a partir do Decreto nº. 5.031 de

02/04/2004, Portarias nº.143 de 05/04/04 e

150 e 151 de 13/04/04, Regimento Interno

(Resolução 001 de 15 de abril de 2004)

que poderão ser seguidos, respeitando as

diferenças institucionais e características

locais;

Art 2º. Esta resolução entra em vigor na

data de sua publicação. Dê-se ciência aos

Governos Estaduais e Distrito Federal, e

aos Municípios, registre-se e publique-se.

OLÍVIO DE OLIVEIRA DUTRA

Ministro de Estado

Presidente do Conselho das Cidades

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Anexos

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Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO DE 22 DE MAIO DE 2003.

Convoca a 1a Conferência Nacional das Cidades e dá outras providências

O VICE-Presidente da REPUBLICA, no exercício do cargo de Presidente da República, usando da

atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto nos

arts. 10 a 14 da Medida Provisória no 2.220, de 4 de setembro de 2001, e no art. 29, inciso III, da

Medida Provisória no 103, de 1o de janeiro de 2003,

DECRETA:

Art. 1º Fica convocada a 1ª Conferência Nacional das Cidades, a se realizar de 23 a 26 de ou-

tubro de 2003, em Brasília, sob a coordenação do Ministério das Cidades.

Art. 2º A 1ª Conferência Nacional das Cidades desenvolverá seus trabalhos a partir do lema

“Cidade para Todos” e sob o tema “Construindo uma Política Democrática e Integrada para as

Cidades”.

Art. 3º A 1ª Conferência Nacional das Cidades será presidida pelo Ministro de Estado das

Cidades e, na sua ausência ou impedimento eventual, pelo Secretário-Executivo do respectivo

Ministério.

Art. 4º O Ministro de Estado das Cidades expedirá, mediante portaria, o regimento da 1a Con-

ferência Nacional das Cidades, ouvidas as entidades representativas da sociedade.

Parágrafo único. O regimento disporá sobre a organização e funcionamento da 1ª Conferên-

cia Nacional das Cidades, inclusive sobre o processo democrático de escolha dos seus dele-

gados.

1ª CONFERÊNCIA NACIONAL DAS CIDADES

DECRETO DE CONVOCAÇÃO DA CONFERÊNCIA NACIONAL DAS CIDADES

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Art. 5º Caberá à 1ª Conferência Nacional das Cidades propor alterações na natureza e atribui-

ções do Conselho das Cidades, opinar sobre sua estrutura e composição, indicar os membros titu-

lares e suplentes, bem como sugerir a formação de comitês técnicos e sua composição.

Art. 6º As despesas com a realização da 1ª Conferência Nacional das Cidades correrão por con-

ta dos recursos orçamentários próprios do Ministério das Cidades.

Art. 7º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de maio de 2003; 182º da Independência e 115º da República.

JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA

Olívio de Oliveira Dutra

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REGIMENTO INTERNO 1ª CONFERÊNCIA DAS CIDADES

CAPITULO I

Dos Objetivos

Art. 1º - A 1ª Conferência Nacional das Cidades convocada por Decreto de 22 de maio de 2003,

será realizada de 23 a 26 de outubro de 2003 e terá como fi nalidade:

I - Propor princípios e diretrizes para as políticas setoriais e para a política nacional das

cidades;

II - Identifi car os principais problemas que afl igem as cidades brasileiras trazendo a voz dos

vários segmentos e agentes produtores, consumidores e gestores;

III - Indicar prioridades de atuação ao Ministério das Cidades;

IV - Propor a natureza e novas atribuições, bem como indicar os membros do Conselho das

Cidades;

V - Propor as formas de participação no processo de formação do Conselho das Cidades;

VI - Avaliar programas em andamento e legislações vigentes nas áreas de Habitação, Sane-

amento Ambiental, Programas Urbanos, Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana, de-

senvolvidas pelos Governos Federal, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal nas suas

diversas etapas, com base nos princípios e diretrizes defi nidos;

VII - Avaliar o sistema de gestão e implementação destas políticas, intermediando a relação

com a sociedade na busca da construção de uma esfera público-participativa;

VIII - Avaliar os instrumentos de participação popular na elaboração e implementação das

diversas políticas públicas.

CAPÍTULO II

Da Realização

Art. 2° - A 1ª Conferência Nacional das Cidades, que será integrada por representantes demo-

craticamente escolhidos na forma prevista neste Regimento, tem abrangência nacional e, conse-

qüentemente, suas análises, formulações e proposições devem ter essa dimensão.

§ 1º - A 1ª Conferência Nacional das Cidades tratará de temas de âmbito nacional, consideran-

do as consolidações das Conferências Estaduais.

Errata: No art. 27 Parágrafo Único - O prazo para o Executivo Municipal convocar

a Conferência Municipal é 30 de junho de 2003.

Errata: No art. 34 Parágrafo Único - O prazo para o Executivo Estadual convocar

a Conferência Estadual é 15 de junho de 2003.

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§ 2º - Todos os delegados(as) com direito a voz e voto, e convidados(as) com direito a voz, pre-

sentes à 1ª Conferência Nacional das Cidades, devem reconhecer a precedência das questões

de âmbito nacional e atuar sobre elas, em caráter avaliador, formulador e propositivo.

Art. 3° - A realização da 1ª Conferência Nacional das Cidades será antecedida por etapas, nos

âmbitos municipal , estadual, e do Distrito Federal.

§ 1º - Serão admitidas Conferências realizadas por agrupamentos regionais de municípios, ou

por quaisquer outras formas de associação entre os mesmos.

§ 2º - Em todas essas etapas será debatido o temário central proposto para a 1ª Conferência

Nacional.

Art. 4° - As etapas antecedentes da 1ª Conferência Nacional das Cidades serão realizadas nos

seguintes períodos:

I - Etapa Municipal até 15/08/2003

II - Etapa Estadual - de 16/08/2003 até 28/09/2003

§ 1º - A não realização da etapa no âmbito municipal, não será impedimento para a realização

da Conferência Estadual.

§ 2º - A não realização da etapa estadual, em todas as unidades federadas, não constituirá im-

pedimento à realização da 1ª Conferência Nacional na data prevista.

§ 3º - A 1ª Conferência Nacional será realizada em Brasília, sob os auspícios do Ministério das Cida-

des, e as demais Conferências, nos locais e com os recursos defi nidos nas etapas respectivas .

CAPÍTULO III

Do Temário

Art. 5° - Nos termos do Decreto de 22 de maio de 2003, a 1ª Conferência Nacional das Cidades

terá como lema: “Cidade Para Todos” e tema: “Construindo uma política democrática e integrada

para as Cidades”.

Parágrafo Único - O tema deverá ser desenvolvido de modo a articular e integrar as diferentes

políticas urbanas, de maneira transversal.

Art. 6° - Os Relatórios das Conferências Estaduais devem ser entregues à Coordenação Executi-

va de que tratam os arts. 12 e seguintes deste Regimento em até 05 (cinco) dias após a realização

das mesmas, para que possam ser consolidados e sirvam de subsídio às discussões na 1ª Confe-

rência Nacional das Cidades.

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Art. 7º A Coordenação Executiva promoverá a elaboração de textos sobre o temário central, que

subsidiarão as discussões da 1ª Conferência Nacional das Cidades.

Art. 8º - A Conferência será composta de mesas de debates e grupos temáticos.

§ 1° - Nas mesas de debates, será garantida a participação dos segmentos que compõem a 1ª

Conferência Nacional das Cidades.

§ 2° Os grupos temáticos contarão com um facilitador(a) e um relator(a), indicados pela Comis-

são Preparatória de que trata o art. 13 deste Regimento..

§ 3º Os grupos temáticos escolherão, entre seus participantes, um presidente e um(a)

secretário(a).

§ 4º Nos trabalhos dos grupos não serão tratados temas específi cos além daqueles defi nidos a

partir do temário central

Art 9º - A 1a. Conferência Nacional produzirá um relatório fi nal, a ser encaminhado ao Presidente

da República.

Art. 10 - As Conferências Estaduais deverão debater o temário da 1ª Conferência Nacional das

Cidades, independente dos temas próprios e autônomos das respectivas realidades e esferas políti-

co-administrativas.

CAPÍTULO IV

Da Organização e Funcionamento

Art. 11 - A 1ª Conferência Nacional das Cidades será presidida pelo Ministro de Estado das Cida-

des e na sua ausência ou impedimento eventual, pelo Secretário Executivo do Ministério das Cida-

des, conforme estabelecido no Decreto de 22 de maio de 2003.

Art. 12 - Para a organização e desenvolvimento de suas atividades a 1ª Conferência Nacional das

Cidades contará com uma Comissão Preparatória e uma Coordenação Executiva.

Art. 13 - A Comissão Preparatória será composta por 79 (setenta e noventa) representantes dos

segmentos sociais com reconhecida atuação e/ou abrangência nacional, que atuam nas áreas de

Habitação, Saneamento Ambiental, Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana e Programas Urbanos,

assim distribuídos e que constam no anexo I:

I. poderes públicos , executivo e legislativo, federal, estaduais, municipais e do Distrito Federal;

II. movimentos sociais e populares;

III. ONGs, entidades profi ssionais, acadêmicas e de pesquisa;

IV. trabalhadores(as), através de suas entidades sindicais;

V. empresários(as) relacionados ao desenvolvimento urbano;

VI. operadoras e concessionárias de serviços públicos.

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Art. 14 - A Coordenação Executiva será composta por 33 (trinta e três) membros titulares e 28

(vinte e oito) suplentes, eleitos dentre a Comissão Preparatória, conforme anexo II e contará com

Assessorias Especiais, conforme especifi cado a seguir:

• Comunicação Social

• Articulação e mobilização

• Organização

• Sistematização

• Parlamentar

Art. 15 - Compete à Comissão Preparatória:

I - coordenar, supervisionar e promover a realização da 1a. Conferência Nacional, atenden-

do aos aspectos técnicos, políticos e administrativos;

II - propor os nomes dos(as) expositores(as) e o temário central da etapa nacional, bem

como os documentos técnicos e textos de apoio;

III - propor os critérios e modalidades de participação e representação dos(as)

interessados(as), bem como o local de realização da Conferência;

IV - designar facilitadores(as) e relatores(as);

V - atuar junto à Coordenação Executiva, formulando, discutindo e propondo as iniciativas

referentes à organização da 1ª Conferência Nacional das Cidades;

VI - atuar como elo de ligação entre a Coordenação Executiva e as demais entidades de âm-

bito nacional;

VII - mobilizar seus(as) parceiros(as) e fi liados(as), no âmbito de sua atuação nos estados, para

preparação e participação nas Conferências locais e estaduais.

Art. 16 - À Coordenação Executiva compete:

I - elaborar a proposta de programação da 1ª Conferência Nacional das Cidades;

II - dar cumprimento às deliberações da Comissão Preparatória;

III - estimular e apoiar as Conferências Municipais e Estaduais nos seus aspectos preparató-

rios da 1ª Conferência Nacional das Cidades;

IV - defi nir os nomes dos(as) expositores(as) e o temário central da 1ª Conferência Nacional,

bem como os documentos técnicos e textos de apoio;

V - elaborar proposta defi nindo critérios e modalidades de participação e representação à

1ª Conferência Nacional das Cidades;

VI - promover divulgação adequada da 1ª Conferência Nacional das Cidades;

VII - promover a elaboração de documentos ofi ciais e textos vinculados ao temário da 1ª

Conferência Nacional das Cidades;

VIII - elaborar o Relatório Final e os Anais da 1ª Conferência Nacional das Cidades, assim como

promover a sua publicação e divulgação;

IX - promover contato formal com o Congresso Nacional e com as diversas instituições ope-

radoras do Direito, visando informá-los do andamento da organização da 1ª Conferência

Nacional das Cidades, assim como divulgá-la perante os mesmos;

Parágrafo único - O Ministro de Estado das Cidades designará um(a) Coordenador(a) Geral da

Coordenação Executiva.

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CAPÍTULO V

Dos Participantes

Art. 17 - A 1ª Conferência Nacional das Cidades, em suas diversas etapas, deverá contar com a

participação de representantes dos segmentos constantes do artigo 20 e interessados nas ques-

tões relativas à política urbana, à habitação, ao saneamento ambiental, ao trânsito, transporte e

mobilidade urbana.

Art. 18 - Os participantes da 1ª Conferência Nacional das Cidades se distribuirão em duas cate-

gorias:

I - delegados(as) com direito a voz e voto; II - convidados(as) com direito a voz;

Parágrafo Único - Os critérios para escolha dos(as) convidados(as) serão defi nidos pela Coorde-

nação Executiva.

Art. 19 - Serão delegados à 1ª Conferência Nacional das Cidades:

I - os(as) eleitos(as) nas Conferências Estaduais, de acordo com a tabela do anexo III.

II - os(as) indicados(as) pelos diversos segmentos, respeitadas as proporcionalidades

Parágrafo único - Serão eleitos delegados(as) suplentes na proporção de 50% do total de

delegados(as) correspondentes a cada segmento, que só serão credenciados(as) na ausência

do(a) titular.

Art. 20 - A representação dos diversos segmentos na 1ª Conferência Nacional das Cidades, em

todas as suas etapas, deve ter a seguinte composição:

I - gestores, administradores públicos e legislativos - federal, estaduais, municipais e Distrito

Federal, 40%;

II - movimentos sociais e populares, 25%;

III - ONGs, entidades profi ssionais, acadêmicas e de pesquisa, 7,5%;

IV - trabalhadores, através de suas entidades sindicais 10%;

V - empresários relacionados à produção e ao fi nanciamento do desenvolvimento urbano, 7,5%;

VI - operadores e concessionários de serviços públicos, 10%.

§ 1° - As vagas para delegados citados no inciso I do caput deste artigo, serão assim distribuí-

das: 20% para o nível municipal, 10% para o estadual e 10% para o federal, bem como 1/3 para

o Legislativo e 2/3 para o Executivo em cada um dos níveis;

§ 2º - As vagas para delegados citados no inciso VI do caput deste artigo, serão assim distribuídas:

5% para operadores e concessionários públicos e 5% para operadores e concessionários privados.

Art. 21 - A 1ª Conferência Nacional das Cidades terá uma composição total de 2.500

delegados(as).

§ 1° - Os 250 representantes do Poder Público Federal serão indicados pelo Executivo e pelo

Congresso Nacional.

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§ 2° - Os demais 2250 delegados serão assim distribuídos:

I - 562 delegados (as) indicados (as) pelas entidades nacionais (25%);

II - 1688 delegados (as) eleitos nas Conferências Estaduais (75%).

Art. 22 - As entidades e/ou categorias de caráter nacional dos segmentos citados no art. 20, inci-

sos II-III-IV-V e VI, deverão, dentro de suas respectivas proporcionalidades, indicar 25% de seu total.

CAPÍTULO VI

Dos Recursos Financeiros

Art. 23 - As despesas com a organização geral e com a realização da 1ª Conferência Nacional

das Cidades correrão por conta de recursos orçamentários próprios do Ministério das Cidades.

CAPÍTULO VII

Disposições Gerais

Art. 24 - A Comissão Preparatória acompanhará e deliberará sobre as atividades da Coorde-

nação Executiva, devendo o(a) Coordenador(a) Geral apresentar relatórios em todas as reuniões

ordinárias da Comissão Preparatória.

CAPÍTULO VIII

Das Conferências Municipais e Estaduais

SEÇÃO I

Das Conferências Municipais

Art 25 - As Conferências Municipais podem ser realizadas em nível municipal, regional, intra-re-

gional ou por outros agrupamentos de municípios.

Parágrafo Único - O nível de articulação entre municípios para a realização das Conferências

Municipais fi cará a cargo dos municípios envolvidos.

Art 26 - Para a realização de cada Conferência Municipal, deverá ser constituída uma Comissão

Preparatória com a participação de representantes dos diversos segmentos, conforme estabeleci-

do no art. 20 deste Regimento.

Parágrafo único - A Comissão Preparatória Municipal e/ou Regional deverá comunicar, por

ofício, à Comissão Preparatória Nacional, a sua adesão formal ao processo de preparação da

1ª Conferência Nacional das Cidades, e, explicitar, na divulgação do evento, a sua condição de

“etapa preparatória Municipal e/ou Regional da 1ª Conferência Nacional das Cidades”.

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Art 27 - O(s) Executivo(s) Municipal(is) envolvido(s) tem a prerrogativa de convocar a Conferên-

cia Municipal, através de ato publicado em Diário Ofi cial.

Parágrafo Único - Caso o Executivo não a convoque até o prazo de 15 de junho de 2003, repre-

sentantes de, no mínimo, 50% dos segmentos em nível municipal poderão convocá-la, divul-

gando-a através de meio de comunicação local.

Art 28 - Cabe à respectiva Comissão Preparatória defi nir regimento, data, local, critério de parti-

cipação, temário e pauta da Conferência Municipal;.

§1° - A Comissão Preparatória Municipal deve enviar essas informações à Comissão Preparatória

Estadual e à Coordenação Executiva Nacional, no máximo, até 15 dias antes da realização da

referida Conferência, a fi m de validá-la.

§2° - O temário das Conferências Municipais deve contemplar as questões municipais e tam-

bém o temário nacional.

Art 29 - Os resultados das Conferências devem ser remetidos à Comissão Preparatória Estadual

e à Comissão Preparatória Nacional, em até 5 dias após a realização da mesma.

Art 30 - O critério de eleição de delegados das Conferências Municipais para a Conferência Es-

tadual será defi nido pela Comissão Preparatória Estadual, respeitadas as diretrizes e as defi nições

deste regimento.

Art 31 - Os casos omissos e confl itantes deverão ser decididos pela Comissão Preparatória Mu-

nicipal, cabendo recurso à Comissão Preparatória Estadual.

SEÇÃO II

Das Conferências Estaduais

Art 32 - A realização da Conferência Estadual é fator indispensável para a participação de dele-

gados daquele estado na Conferência Nacional das Cidades.

Art 33 - Para a realização de uma Conferência Estadual, deverá ser constituída uma Comissão

Preparatória com a participação de representantes dos diversos segmentos, conforme estabeleci-

do no art. 20 deste Regimento.

Art 34 - O Executivo Estadual envolvido tem a prerrogativa de convocar a Conferência Estadu-

al, através de ato publicado em Diário Ofi cial.

Parágrafo Único - Caso o Executivo não a convoque até o prazo de 30 de junho de 2003, repre-

sentantes de no mínimo 50% dos segmentos em nível estadual poderão convocá-la através de

veículos com ampla divulgação.

Art 35 - As Conferências Estaduais devem acontecer no período compreendido entre

16/08/2003 e 28/09/2003.

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Art 36 - Cabe à Comissão Preparatória defi nir data, local, critério de participação, temário, pauta

da Conferência e critério para a eleição de delegados(as) para a etapa nacional, respeitadas as di-

retrizes e as defi nições deste Regimento.

§1° - A Comissão Preparatória Estadual deve enviar essas informações à Coordenação Executiva

Nacional, em até 15 dias antes de sua realização , a fi m de validá-la.

§2° - O temário das Conferências Estaduais deve contemplar as questões municipais regionais

e estaduais, além do temário nacional.

§3° - Cada estado terá direito a um número máximo de delegados(as) para a etapa nacional,

conforme o Anexo III , constante deste Regimento.

§4° - Os delegados(as) para a etapa nacional devem obedecer à distribuição por segmento,

conforme previsto no art. 20 deste Regimento.

Art 37 - Os resultados da Conferência Estadual e a relação de delegados(as) para a 1ª Conferên-

cia Nacional das Cidades devem ser remetidos à Comissão Preparatória Nacional, em até 5 dias

após a realização da mesma.

Art 38 - Os casos omissos e confl itantes deverão ser decididos pela Comissão Preparatória Esta-

dual, cabendo recurso à Coordenação Executiva Nacional.

ANEXO I

COMISÃO PREPARATÓRIA

Entidade- Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos - ABIMAQ

- Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base - ABDIB

- Associação Brasileira das Concessionárias de Serviços Públicos de Água e Esgoto - ABCON

- Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança - ABECIP

- Associação Brasileira de Águas Subterrâneas - ABAS

- Associação Brasileira de COHABs - ABC

- Associação Brasileira de Consultores de Engenharia - ABCE

- Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES

- Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo - ABEA

- Associação Brasileira de Limpeza Pública - ABRELP

- Associação Brasileira de Municípios - ABM

- Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais - ABONG

- Associação Brasileira de Recursos Hídricos - ABRH

- Associação Brasileira dos Fabricantes de Material e Equipamentos para Saneamento - ASFAMAS

- Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais - AESBE

- Associação dos Geógrafos Brasileiros - AGB

- Associação dos Transportes Públicos - ANTP

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- Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos - NTU

- Associação Nacional de Pesquisa e Ensino em Transporte - ANPET

- Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional - ANPUR

- Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído - ANTAC

- Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção - ANAMACO

- Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento - ASSEMAE

- Associação de Catadores de Papel/Papelão e Materiais Reaproveitáveis - ASMARE

- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES

- Caixa Econômica Federal - CEF

- Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC

- Câmara dos Deputados

- Central dos Movimentos Populares - CMP

- Central Única dos Trabalhadores - CUT

- Centro de Estudos Água e Vida

- Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal - CEPAM

- Centro de Estudos, Articulação e Referência sobre Assentamentos Humanos - CEARAH

- Centro Pelo Direito à Moradia Contra os Despejos - COHRE

- Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo - ABEA

- Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico de Habitação - CTECH

- Confederação Brasileira das Cooperativas Habitacionais - CONFHAB

- Confederação Nacional de Associações de Moradores - CONAM

- Confederação Nacional de Municípios

- Confederação Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB

- Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes - CNTT

- Confederação Nacional doTransporte - CNT

- Conselho Federal Corretores Imobiliários - COFECI

- Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA

- Conselho Federal de Serviços Social - CFESS

- Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional - FASE

- Federação Interestadual Dos Sindicatos de Engenharia - FISENGE

- Federação Nacional dos Urbanitários - FNU

- Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa Econômica Federal - FENAE

- Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Brasil - FENEA

- Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas - FNA

- Federação Nacional dos Engenheiros - FNE

- Força Sindical

- Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Transporte e Trânsito Urbano - FNSDTTU

- Fórum Nacional de Secretários de Habitação - FNSH

- Fórum Nacional de Lixo e Cidadania

- Fórum Nacional de Secretários de Saneamento

- Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental - FNSA

- Frente Nacional de Prefeitos

- Fundação Centro de Defesa dos Direitos Humanos Bento Rubião

- Fundação João Pinheiro

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- Instituto Brasileiro de Administração Municipal - IBAM

- Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais - POLIS

- Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB

- Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas - IBASE

- Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ

- Ministério da Saúde

- Ministério das Cidades

- Ministério do Meio Ambiente

- Movimento Nacional de Luta pela Moradia - MNLM

- Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

- Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB

- Organização Panamericana de Saúde - Opas no Brasil

- Programa de Pesquisas em Saneamento Básico – PROSAB

- Representação de Vereadores

- Senado Federal

- Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários - SIMEFRI

- União Nacional Por Moradia Popular - UNMP

ANEXO II

COORDENAÇÃO EXECUTIVA

Carlos Eduardo Xavier Marun

Associação Brasileira de COHABs - ABC

Marcos Camargo Campagnone

Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal – CEPAM

Antônio César da Costa e Silva

Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES

Renato Cymbalista

Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais – POLIS

Walder Suriani

Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais – AESBE

Acylino José Santos Neto

Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais – AESBE

Nazareno Stanislau Aff onso

Associação dos Transportes Públicos - ANTP

Luiz Antônio Lindau

Associação Nacional de Pesquisa e Ensino em Transporte – ANPET

Maria Cristina da Silva Leme

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional - ANPUR

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Ercília Hitomi Hirota

Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído – ANTAC

Cláudio Elias Conz

Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção – ANAMACO

Elson Ribeiro e Povoa

Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC

Rômulo Soares de Lima Conselho

Federal de Corretores de Imoveis - COFECI

José Antônio Fernandes Martins

Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários - SIMEFRE

Carlos Eduardo Duarte Fleury

Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança – ABECIP

Antônio da Costa Miranda Neto

Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento - ASSEMAE

Fernando A. Mangabeira Alberwaz

Associação Brasileira das Concessionárias de Serviços Públicos de Água e Esgoto - ABCON

Luiz Gonzaga da Silva

Central dos Movimentos Populares - CMP

Donizete F. de Oliveira

Central dos Movimentos Populares - CMP

Maria do Carmo Lara

Comissão de Desenvolvimento Urbano e Interior - CDUI

Francisca da Chagas Trindade

Comissão de Desenvolvimento Urbano e Interior - CDUI

Jaime Calado Pereira dos Santos

Confederação Brasileira das Cooperativas Habitacionais - CONFHAB

Manuel Messias Gonçalves da Cruz

Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB

Wander Geraldo da Silva

Confederação Nacional de Associações de Moradores - CONAM

Gerson Brito da Silva

Confederação Nacional de Associações de Moradores - CONAM

Paulo Ziulkoski

Confederação Nacional de Municípios - CNM

Ruy Born

Associação Brasileira de Municípios - ABM

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Raimundo Lúcio Lima da Silva

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes - CNTT

Pedro Gilson Azambuja

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes - CNTT

Otávio Vieira da Cunha Filho

Confederação Nacional do Transporte - CNT

Marcos Bicalho dos Santos

Associação Nacional da Empresas de Transportes Urbanos - NTU

Ubiratan Félix Pereira dos Santos

Federação Interestadual Dos Sindicatos de Engenharia - FISENGE

Maria José Sales

Federação Interestadual Dos Sindicatos de Engenharia - FISENGE

José Eduardo de Campos Siqueira

Federação Nacional dos Urbanitários - FNU

Antônio Emilson Almeida de Carvalho

Federação Nacional dos Urbanitários - FNU

Berthelina Alves Costa

Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas - FNA

Eduardo Bimbi

Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas - FNA

Ricardo Mendanha Ladeira

Fórum Nacional de Dirigentes de Trânsito e Transporte Urbano - FNDTTU

Antenor José de Pinheiro Santos

Fórum Nacional de Dirigentes de Trânsito e Transporte Urbano - FNDTTU

Nelson Saule Júnior

Fórum Nacional pela Reforma Urbana - FNRU

Ricardo Gouvea

Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais - ABONG

Orlando Alves dos Santos Júnior

Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental - FNSA

Ana Lúcia Nadalutti La Rovere

Instituto Brasileiro de Administração Municipal - IBAM

José do Carmo Alves Siqueira

Frente Nacional de Prefeitos - FNP

João Luiz dos Santos Santos

Frente Nacional de Prefeitos - FNP

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Demetre Anastassakis

Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB

José Roberto Geraldine Junior

Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo - ABEA

Antônio José de Araújo

Movimento Nacional de Luta pela Moradia - MNLM

Edymar Fernandes Cintra

Movimento Nacional de Luta pela Moradia - MNLM

Eliomar Coelho

Representação de Vereadores

Nabil Bonduki

Representação de Vereadores

Saulo Manuel

União Nacional Por Moradia Popular - UNMP

Jurema Constâncio

União Nacional Por Moradia Popular - UNMP

Wilson Lang Conselho

Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA

Hyara Maria Linhares Nagle

Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA

Fernando Avelino

Fórum Nacional de Secretários de Habitação - FNSH

Maria Gezica Valadares

Fórum Nacional de Secretários de Habitação - FNSH

Jorge Luiz de Souza Arraes

Caixa Econômica Federal - CEF

Luiz Phillipe Torelly

Caixa Econômica Federal - CEF

Iria Charão

Ministério das Cidades

Evaniza Lopes Rodrigues

Ministério das Cidades

Kátia Regina Ern

Ministério da Saúde

Ana Maria Costa

Ministério da Saúde

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REGULAMENTO DA 1ª CONFERÊNCIA DAS CIDADES

CAPITULO I

Da finalidade

Art. 1°. O objetivo deste regulamento é defi nir as regras de funcionamento para a 1ª Conferên-

cia Nacional das Cidades, convocada por Decreto Presidencial de 22 de Maio de 2003, com REGI-

MENTO aprovado pela Coordenação Executiva Nacional, conforme Portaria nº 170 de 26 de Maio

de 2003.

CAPITULO II

Da organização

Art. 2°. A 1ª Conferência Nacional das Cidades será realizada do dia 23 ao dia 26 de outubro de

2003, no Minas Brasília Tênis Clube e será presidida pelo Ministro de Estado das Cidades e na

sua ausência pelo Secretário Executivo do Ministério das Cidades.

Art. 3°. A 1ª Conferência Nacional das Cidades será constituída por:

a) Abertura

b) Palestra Inicial

c) Mesa de Debates

d) Grupos intersetoriais e temáticos

e) Plenárias

CAPITULO III

Do credenciamento

Art. 4°. O credenciamento para delegados titulares será realizado no dia 22 de outubro de 2003

das 14h00 ás 21h00, no dia 23 de outubro de 2003 das 09h00 ás 21h00 e no dia 24 de outubro

de 2003 das 09h00 ás 12h00.

Parágrafo Único: Para o credenciamento conforme determina caput, o suplente, respeitando

a ordem aprovada na Conferência Estadual das Cidades, na ausência do titular, previamente

justifi cada, poderá efetuar o credenciamento, desde que tenha em mãos a declaração de de-

sistência do titular.

Art. 5°. Os suplentes que não estiverem com a declaração do titular serão credenciados no dia

24 de outubro de 2003 das 12h00 ás 14h00 respeitada a ordem dos suplentes nos seus respecti-

vos segmentos aprovada na Conferência Estadual das Cidades.

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CAPITULO IV

Do temário

Art. 6°. A 1ª Conferência Nacional das Cidades, conforme Regimento, abordará o

Tema:“Construindo uma Política Democrática e Integrada para as Cidades” e o Lema “Cidades

para Todos”.

Art. 7°. A 1ª Conferência Nacional das Cidades abordará os seguintes eixos temáticos:

• Gestão Democrática e Conselho das Cidades

• Princípios e Diretrizes da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano

• Linhas de Ações e Prioridades da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano

SEÇÃO I

Da Mesa de Debates

Art. 8°. A Mesa de Debates tratará do tema “Construindo uma política democrática e integrada

para as Cidades” e tem o objetivo de:

a) Apresentar o Texto Base

b) Apresentar os princípios pontos que emergiram das Conferências Estaduais

c) Subsidiar o trabalho dos grupos

Art. 9°. A Mesa de Debates será expositiva e será composta por Secretários do Ministério das

Cidades e representantes dos segmentos indicados no Regimento (art.20 – administradores pú-

blicos e legislativos, movimentos sociais e populares, entidades empresariais, trabalhadores repre-

sentados por entidades sindicais, ONGs, entidades acadêmicas e profi ssionais e concessionários e

operadores de serviços públicos).

SEÇÃO II

Dos Grupos Intersetoriais e Temáticos

Art. 10. Os grupos intersetoriais e temáticos serão compostos da seguinte forma:

i) Por delegados e delegadas com direito a voz e voto, conforme Regimento Nacional

ii) Por convidados e convidadas com direito a voz, Conforme Regimento Nacional

iii) Por um(a) relator(a) indicado(a) pela Comissão Preparatória Nacional encarregado(a) de

relatar as conclusões dos grupos e participar dos encaminhamentos necessários para a

consolidação do Relatório Sistematizado

iv) Por dois(duas) monitores(a) indicados(a) pela Comissão Preparatória Nacional que terão

a função de apoio para a organização e discussões dos grupos

Art. 11. Segundo o Regimento Nacional, todos os grupos escolherão, entre os delegados(as),

um(a) presidente que terá as funções de conduzir o debate, controlar o tempo e estimular a

participação e um(a) secretário(a) que acompanhará a relatoria e a consolidação do Relatório

Sistematizado.

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Art. 12. Os Grupos serão organizados pelas seguintes referências:

i) Os grupos dos temas “Gestão Democrática e Conselho das Cidades e Princípiose Diretri-

zes” serão compostos, no ato do credenciamento, pela intersetorialidade e pela mescla

de segmentos e regiões.

ii) A adesão aos grupos que debaterão “Ações e Prioridades para uma Política Nacional de

Desenvolvimento Urbano” serão organizados por setor: Habitação, Saneamento Am-

biental, Mobilidade Urbana – Transporte e Trânsito e planejamento e Gestão do Solo

Urbano será realizada no ato do credenciamento, mediante inscrição.

Art. 13. As intervenções dos membros dos grupos deverão ser pautadas:

a) Pelo texto base do Ministério das Cidades

b) Pelo consolidado dos Relatórios e por outras resoluções das Etapas Estaduais da 1ª Confe-

rência Nacional das Cidades

c) Pelas exposições realizadas na mesa de debates e

d) Pela elaboração de contribuições para o documento fi nal

Parágrafo Único: Os participantes dos grupos deverão tratar das questões Nacionais e atuar

sobre elas, em caráter avaliador, formulador e propositivo bem como deverão tratar o debate

sobre as políticas urbanas de modo integrador e transversal.

Art. 13B. A dinâmica do trabalho em grupo se dará da seguinte forma:

I – O presidente anuncia parágrafo por parágrafo e consulta os membros do grupo para

indicar as emendas constantes do caderno de Emendas que serão defendidas. Novas

emendas poderão ser apresentadas neste momento nos grupos, desde que subcritas

por, no mínimo, 75 delegados identifi cados por nome, segmento e estado. O grupo

deverá levantar todos os destaques de todos os parágrafos previstos para aquela sessão,

para somente então iniciar o debate das emendas.

II – Cada Grupo debaterá e votará as emendas que foram destacadas. As emendas poderão

ser aprovadas para serem submetidas à votação em plenário; rejeitadas ou no caso de

se tratar de detalhamento de políticas, remetidas para o Conselho Nacional de Trânsito e

Grupo de Trabalho Interministerial da Política Nacional de Saneamento.

Art. 14. Os Relatórios dos grupos serão incorporados aos anais da 1ª Conferência Nacional das

Cidades.

Art. 15. Os relatores e os secretários dos grupos de discussão sobre Gestão Democrática e Con-

selho das Cidades consolidarão os diversos relatórios em um global no fi nal do dia 24 de outubro

de 2003, para ser apresentado na Plenária.

Parágrafo Único: Os relatores e secretários dos grupos de trabalho referentes a “Princípios e

Diretrizes da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano” consolidarão os relatórios na tarde

do dia 25, e os dos grupos temáticos no fi nal do dia 25/10.

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Art. 15B. Os resultados das Plenárias fi nal da Conferência serão sistematizados por uma equipe

de trabalho, que, no prazo de um mês, submeterá a uma Comissão formada por um representan-

te de cada segmento que comporá o Conselho Nacional das Cidades, para a aprovação e imedia-

ta divulgação.

SEÇÃO III

Da Plenária

Art. 16. As Plenárias terão como função aprovar o Regulamento da 1ª Conferência Nacional das

Cidades, debater e votar o Relatório Sistematizado dos grupos de discussão, as moções apresen-

tadas e realizar a eleição do Conselho Nacional das Cidades.

Art. 17. Participarão nas Plenárias

a) Os delegados, com direito a voz e voto

b) Os convidados com direito a voz

Art. 18. Será objeto de debate e votação nas plenárias as propostas consensuais ou que obtive-

rem 50% mais um dos votos dos delegados presentes dos grupos temáticos e intersetoriais.

Art. 19. As plenárias da 1ª Conferência Nacional das Cidades serão presididas por uma mesa

eleita entre os membros da Coordenação Executiva Nacional.

Art. 20. A apreciação do Relatório Sistematizado será encaminhada da seguinte forma:

i) Apresentação do Relatório Sistematizado

ii) Defesa de 03 minutos, improrrogáveis, e votação das questões não consensuais.

iii) As propostas serão aprovadas por maioria dos votos

Parágrafo Único: Havendo mais de duas propostas em votação será realizado segundo turno

com as duas propostas mais votadas.

Art. 21. As moções serão encaminhadas exclusivamente por delegados e devem ser

apresentadas à Secretária da 1ª Conferência Nacional das Cidades, até o fi nal do dia 25/10.

§ 1° Cada moção deverá ser assinada por, pelo menos, 50 (cinqüenta) delegados.

§ 2° Encerrada a votação do relatório sistematizado a mesa colocará em votação as moçõesre-

cebidas que serão aprovadas por maioria dos votos presentes.

Art. 22. A eleição dos membros do Conselho Nacional das Cidades – CNC será encaminhada

por segmento e percentagem correspondente, conforme defi nido na plenária do dia 25/10.

§ 1°. O CNC será composto por representantes do poder público, da sociedade civil e demovi-

mentos sociais e populares reconhecidos de caráter nacional.

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§ 2°. As entidades da Sociedade civil, o poder público e os movimentos sociais eleitos terão 30

minutos para indicar seus representantes para serem apresentados a 1ª Conferência Nacional

das Cidades.

SEÇÃO IV

Disposições Gerais

Art. 23. Será assegurado, pela Mesa Coordenadora da Plenária, o direito à manifestação, “QUES-

TÃO DE ORDEM”, aos delegados, sempre que qualquer um dos dispositivos deste regulamento

não estiver sendo observado.

§ 1°. A “Questão de Ordem” deverá ser feita em primeira instância a Mesa Diretora dos Trabalhos.

§ 2°. As “QUESTÕES DE ORDEM” não serão permitidas durante o regime de votação.

Art. 24. Nos processos de votação em plenária, somente será feita a contagem de votos quan-

do não for possível avaliar o resultado por contraste ou não houver acordo sobre o resultado na

mesa coordenadora.

Art. 25. Os Casos omissos serão resolvidos pela Coordenação Executiva Nacional.

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RECOMENDAÇÕES DA 1ª CONFERÊNCIA NACIONAL DAS CIDADES

1. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE CIDADE ADEQUADA ÀS DIFERENTES REALIDADES URBANAS

BRASILEIRAS: NOVOS CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DO MEIO URBANO E RURAL.

2. Promover a melhoria do planejamento e da gestão territorial e da articulação das adminis-

trações locais, regionais e metropolitanas com destaque para:

a) Formulação de uma política nacional para as regiões metropolitanas e aglomerações urba-

nas;

b) Defi nição de objetivos e metas como direcionadores de planejamento;

c) Articulação entre estados e municípios para o tratamento conjunto e integrado das políti-

cas setoriais;

d) Equacionamento de novo desenho institucional e de articulação intergovernamental para

a gestão compartilhada, das linhas de atuação e dos mecanismos de fi nanciamento regio-

nal e urbano;

e) Promoção de processos participativos na gestão regional e metropolitana, incorporando a

sociedade civil, além dos órgãos governamentais;

f) Criação de um novo arcabouço jurídico- institucional e fi nanceiro para os consórcios de

municípios na implementação de políticas de interesse regional.

3. Implementar estrutura institucional de forma integrada entre os três níveis de governo, a

estrutura institucional pública necessária para implementação da política urbana, promo-

vendo a participação dos atores das cidades e a descentralização político-administrativa

das decisões, promovendo a integração e a articulação intersetorial entre os órgãos de pla-

nejamento e de governo.

4. Acesso universal ao saneamento ambiental. Promover o acesso universal ao abastecimento

de água, esgotamento sanitário, gestão de resíduos sólidos e drenagem urbana, priori-

zando o atendimento às famílias de baixa renda localizadas em assentamentos urbanos

precários, municípios de pequeno porte e regiões rurais, estimulando que os serviços se-

jam prestados por órgãos públicos.

5. Reduzir a poluição, propiciando a melhoria da qualidade de vida através de rigoroso con-

trole da emissão de todos os tipos de rejeitos (industriais e extrativos) e dos dejetos em

geral, implantando uma política nacional de subsídio de recursos para a utilização de tec-

nologias alternativas ecologicamente adequadas.

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6. A qualidade da mobilidade na cidade é uma função que resulta do padrão da gestão mais

geral da cidade, não se apresentando como uma função com fi ns em si mesma, o que quer

dizer: apenas transportar a população simplesmente de um ponto para outro sem corre-

lação com outros aspectos urbanos, inclusive na confi guração de redes de cidades. Daí

ser necessário romper-se com o caráter essencialmente lucrativo na oferta dos serviços de

transporte público ou nas limitações de olhar a mobilidade nas cidades como meios técni-

cos-mecânicos de deslocamentos no conjunto da(s) cidade(s).

7. Subordinação da CEF às políticas traçadas pelo Ministério das Cidades, criação de novos fundos

de fi nanciamento e revisão da utilização dos fundos existentes (Projeto Lei Federal 2.710/92).

8. Consolidar o Ministério das Cidades e da Reforma Urbana, implantando uma estrutura

institucional para condução das políticas urbana, fundiárias, de habitação, saneamento

ambiental, transporte e mobilidade urbana, com defi nição clara de atribuições da União,

de estados, municípios, setor produtivo, organizações não governamentais, universidades e

representações da sociedade, promovendo a descentralização das decisões.

9. Transferir a estrutura administrativa e as atribuições do sistema do patrimônio da união

(spu) para o ministério das cidades.

10. Garantir à população acesso aos cálculos tarifários do Sistema de Transporte Público de for-

ma clara e objetiva.

11. Que os recursos sejam fi scalizados pela comunidade. Que a população tenha conhecimen-

to se seu município está inadimplente junto a CEF, e qual o tipo de inadimplência.

12. Composição de equipe técnica multi-disciplinar capacitada e multiplicadora da informação

nos municípios.

13. Manutenção de canal de comunicação permanente e efi ciente com o Ministério das Cida-

des, que permita a participação do setor da construção civil imobiliária, e da cadeia pro-

dutiva, em conselhos, comitês, grupos de trabalho e comissões que tratem das questões

relativas à habitação, saneamento básico e infra-estruturas complementares aos programas

habitacionais.

14. Ampliar os propósitos do Ministério das Cidades, consoantes com as ações dos outros Mi-

nistérios e integradas nos níveis federal, estadual e municipal, bem como, reavaliar os pro-

gramas nacionais existentes a exemplo do PETI, Bolsa Escola, etc.

15. Fortalecer e reestruturar os conselhos de desenvolvimento das regiões metropolitanas,

visando potencializar sua atuação como órgão de planejamento regional, garantindo de

forma paritária a inclusão de representações de entidades da sociedade civil organizada

também nas deliberações.

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16. Adoção em todas as esferas de governo, de mecanismos de participação democrática nas de-

cisões do poder público, tais como audiências públicas, projetos de iniciativa popular, conferên-

cia, discussão de projetos, referendo popular, planejamento participativo, conselhos de cidadão,

17. Conselho do usuário, conselhos de bairro, fóruns de debates contínuos com a comunidade,

fóruns de discussão intersetoriais.

18. Promover a articulação entre conselhos setoriais, nos três níves de governo.

19. Propor lei que responsabilize o gestor público que atentar contra a ordem urbana e contra

o estatuto das cidades.

20. Implementar amplo e vigoroso programa de capacitação de técnicos municipais, gestores

públicos e de membros de entidades e conselhos locais.

21. Criação e implementação de órgão de assessoramento às Regiões Metropolitanas (Escola

de Governo), para qualifi cação administrativa, técnica e fi nanceira; modernização e reforma

administrativa, incluindo Capacitação para a gestão metropolitana e dos municípios envol-

vidos, aprimorando os mecanismos de participação popular.

22. Instituir espaços permanentes de participação popular nas sessões das câmaras municipais

e reuniões de conselhos de gestão.

23. Promoção de cursos e seminários desenvolvidos por entidades representativas, a exemplo

da upb e ibam, para maior esclarecimento e aplicabilidade das leis urbanísticas. (estatuto

da cidade).

24. Estimular a criação de canais institutivos para gestão democrática na formulação, execução

e acompanhamento de planos próprios e projetos de desenvolvimento urbano e estímulo

a capacitação dos setores públicos e atores sociais.

25. Criação de leis regulamentando a descentralização administrativa, instituindo os consórcios

intermunicipais nas diversas áreas de desenvolvimento, assegurando a criação de mecanis-

mos de equilíbrio de forças e controle social. Esta lei deverá priorizar a aplicação de verbas

para os consórcios em detrimento aos projetos municipais independentes.

26. Constituição de equipes técnicas, de apoio e assessoramento, no âmbito da cooperação

intermunicipal, para a formulação e implementação de programas urbanos.

27. Criar indicadores referentes à qualidade da moradia.

28. Promover a diversidade de projetos e programas para desenvolvimento de alternativas ha-

bitacionais, considerando-se as características culturais e étnicas da população envolvida,

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suas formas de organização, suas condições econômicas e humanas, evitando soluções

padronizadas nos diferentes tipos de intervenção, com a participação direta dos benefi ci-

ários na defi nição de projetos (dimensões, equipamentos e localização) de acordo com os

princípios de gestão democrática do Estatuto da Cidade.

29. Melhorar as habitações projetadas para as famílias de baixa renda.

30. Difundir tecnologias e dar subsídios para a construção de habitações ambientalmente

sustentável.

31. Desburocratizar a aprovação do uso de matérias-primas alternativas voltadas à construção

de habitação popular pelos órgãos ofi ciais e solicitar que o Ministério das Cidades adminis-

tre junto à CEF para priorizar projetos habitacionais que apresentem soluções de engenha-

ria pré-fabricada e de baixo custo.

32. Que a política nacional de transportes urbanos contemple diretrizes e estímulos para ela-

boração de planos para cidades de médio e pequeno porte, inclusive com linhas específi -

cas de fi nanciamento.

33. Apoiar, elaborar, implementar planos diretores de trânsito e transporte urbanos, de carácter

local e regional, que integrem os diversos sistemas de transportes e se articule aos planos e

políticas de desenvolvimento urbano e regional.

34. Promover a oferta de recursos públicos federais não onerosos, direcionando-os para o

atendimento da demanda da população de baixa renda, por meio da redução das metas

de superávit fi scal para ampliar a capacidade de investimento do governo federal.

35. Rever os sistemas fi nanceiros de habitação (SBPE, SFI, FGTS, OGU, BID, BIRD, Fundos Estadu-

ais e Municipais, outros), considerando seus marcos legais e suas potencialidades, a fi m de

garantir fontes estáveis de fi nanciamento com recursos onerosos e não onerosos tanto para

o setor público quanto para famílias de baixa renda e subsídios adequados à capacidade de

comprometimento da renda destas famílias, vinculando percentual de recursos do OGU para

a política habitacional e prevendo repasse de recursos do FNH para o desenvolvimento de

novas tecnologias.

36. Os programas de fi nanciamento devem estabelecer parâmetros e critérios regionalizados

com incentivo a escolha de empreiteiras locais e priorizando a geração de emprego e renda.

37. Criar formas de fi nanciamento que incentivem a escolha das empreiteiras locais e da mão-

de-obra local, bem como dos materiais.

38. Articular o fi nanciamento e repasse de recursos para implementação de infra-estrutura

urbana a estratégias de apoio ao desenvolvimento regional, priorizando a destinação de

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recursos a fundo perdido ou subsidiados, de forma escalonada, para: obras de infra-es-

trutura na periferia das cidades; áreas carentes e estratégicas de incentivo ao desenvol-

vimento; programas específicos de apoio a atividades periurbanas; desenvolvimento de

estâncias balneárias e turísticas.

39. Equacionar os problemas dos antigos contratos de mutuários do SFH.

40. Regularizar os contratos habitacionais de gaveta proporcionando a sub-rogação de dívi-

da dos mesmos, sem consignar novo financiamento.

41. Criar um programa para solucionar o financiamento das pessoas que assumiram o imóvel

financiado e que perderam o emprego ou fundo de amparo.

42. Revisar todos os contratos de habitação que estão inadimplentes e a concepção dos lo-

teamentos.

43. Propor ao governo que reavalie imóveis financiados pelo SFH, uma vez que na maioria

existe embutida taxa de juros abusivos não compatíveis com a realidade presente. Que

crie um deságio ou redutor no financiamento.

44. Conclusão e ampliação do programa de quitação antecipada, previsto na Lei Federal nº

10.150.

45. Apoiar a implementação de política fundiária de ampliação de acesso à terra urbanizada

e legalizada e à moradia digna para famílias de baixa renda, tais como zonas especiais de

interesse social e revisão da legislação fundiária, urbanística e ambiental, em cooperação

com estados e municípios, incorporando os instrumentos do estatuto da cidade aos pla-

nos urbanísticos dos municípios e das regiões metropolitanas.

46. Facilitar a aprovação e a regularização dos loteamentos populares e a produção de lotes

urbanizados.

47. Criar políticas públicas setoriais que visem a inclusão social das pessoas portadoras de

deficiência ou com mobilidade reduzida, seguindo os princípios da acessibilidade univer-

sal, a fim de garantir a eliminação geral das barreiras arquitetônicas e sensoriais, assegu-

rando o pleno exercício da cidadania, contemplando adaptação dos transportes, prédios

públicos e privados, dando condições de acessibilidade na construção, ampliação ou re-

forma de edifícios públicos ou privados destinados ao uso coletivo, logradouros, projetos

habitacionais, assentamentos humanos, estacionamentos, mobiliário urbano em parques

e demais espaços de uso público, inclusive nos programas das zonas rurais, obedecendo

todos os parâmetros estabelecidos pelas normas técnicas de acessibilidade da asso-

ciação brasileira de normas técnicas (abnt). Implementação destas políticas utilizando

recursos de programa nacional de acessibilidade, com dotação orçamentária específica,

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no âmbito da secretaria especial de direitos humanos, do ministério da justiça, conforme o

instituído pela lei federal 10.098, de 19 de dezembro de 2000.

48. Realizar pesquisas junto às pessoas com defi ciências, visando o planejamento, a adequação

de terminais, paradas e equipamentos do transporte público.

49. Melhor aproveitamento dos espaços públicos. Criar e revitalizar os equipamentos públicos.

50. Utilizar ônibus movidos a gás e outros sistemas menos poluentes e adicionalmente permitir

a isenção de encargos tributários.

51. Subordinação da CEF, inclusive no caso de criação e revisão de fundos voltados ao fi nancia-

mento do desenvolvimento urbano, às políticas traçadas pelo Ministério das Cidades.

52. Subordinação da CEF às políticas traçadas pelo Ministério das Cidades, criação de novos

fundos de fi nanciamento e revisão da utilização dos fundos existentes (Projeto Lei Federal

2.710/92).

53. Remover os obstáculos para a utilização do FGTS pelo setor público para habitação de bai-

xa renda, sem comprometer a sustentabilidade do fundo e prevendo:

54. descontingenciamento imediato dos recursos do FGTS para as empresas públicas de sane-

amento, incluindo as autarquias e prefeituras municipais; a alteração da análise de risco da

caixa, de forma a viabilizar a tomada de recursos para investimentos em saneamento por

autarquias e prefeituras municipais;

55. facilidades no resgate de valores do FGTS para o pagamento de fi nanciamento habitacional;

56. Taxação diferenciada de impostos urbanos e imobiliários com vistas à promoção do patri-

monial arquitetônico e cultural e programas especiais de fi nanciamento para a compra e

reforma de imóveis usados, aliando-se assim a medidas administrativas gerais para recu-

perar centros urbanos degradados e garantir a qualidade de vida em áreas periféricas pela

reordenação funcional promovida pelo poder econômico.

57. Implantar sistema de esgotamento sanitário nas barracas de praia.

58. Colocar saneamento ambiental na lista das prioridades das três esferas do governo.

59. Os programas de financiamento devem estabelecer parâmetros e critérios regionaliza-

dos com incentivo a escolha de empreiteiras locais e priorizando a geração de empre-

go e renda.

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60. Criar formas de fi nanciamento que incentivem a escolha das empreiteiras locais e da mão-

de-obra local, bem como dos materiais.

61. Articular o fi nanciamento e repasse de recursos para implementação de infra-estrutura ur-

bana a estratégias de apoio ao desenvolvimento regional, priorizando a destinação de re-

cursos a fundo perdido ou subsidiados, de forma escalonada, para: obras de infra-estrutura

na periferia das cidades; áreas carentes e estratégicas de incentivo ao desenvolvimento;

programas específi cos de apoio a atividades periurbanas; desenvolvimento de estâncias

balneárias e turísticas.

62. Propor ao governo que reavalie imóveis fi nanciados pelo SFH, uma vez que na maioria exis-

te embutida taxa de juros abusivos não compatíveis com a realidade presente. Que crie um

deságio ou redutor no fi nanciamento.

63. Conclusão e ampliação do programa de quitação antecipada, previsto na Lei Federal nº 10.150.

64. Criar um programa para solucionar o fi nanciamento das pessoas que assumiram o imóvel

fi nanciado e que perderam o emprego ou fundo de amparo.

65. Regularizar os contratos habitacionais de gaveta proporcionando a sub-rogação de dívida

dos mesmos, sem consignar novo fi nanciamento.

66. Revisar todos os contratos de habitação que estão inadimplentes e a concepção dos lo-

teamentos.

67. Facilitar a aprovação e a regularização dos loteamentos populares e a produção de lotes

urbanizados.

68. Apoiar a implementação de política fundiária de ampliação de acesso à terra urbanizada

e legalizada e à moradia digna para famílias de baixa renda, tais como zonas especiais de

interesse social e revisão da legislação fundiária, urbanística e ambiental, em cooperação

com estados e municípios incorporando os instrumentos do estatuto da cidade aos planos

urbanísticos dos municípios e das regiões metropolitanas.

69. Realizar pesquisas junto às pessoas com defi ciências, visando o planejamento, a adequação

de terminais, paradas e equipamentos do transporte publico.

70. Criar políticas públicas setoriais que visem a inclusão social das pessoas portadoras de de-

fi ciência ou com mobilidade reduzida, seguindo os princípios da acessibilidade universal, a

fi m de garantir a eliminação geral das barreiras arquitetônicas e sensoriais, assegurando o

pleno exercício da cidadania, contemplando adaptação dos transportes, prédios públicos e

privados, dando condições de acessibilidade na construção, ampliação ou reforma de edi-

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fícios públicos ou privados destinados ao uso coletivo, logradouros, projetos habitacionais,

assentamentos humanos, estacionamentos, mobiliário urbano em parques e demais espa-

ços de uso público, inclusive nos programas das zonas rurais, obedecendo todos os parâ-

metros estabelecidos pelas normas técnicas de acessibilidade da associação brasileira de

normas técnicas (abnt). Implementação destas políticas utilizando recursos de programa

nacional de acessibilidade, com dotação orçamentária específi ca, no âmbito da secretaria

especial de direitos humanos, do ministério da justiça, conforme o instituído pela lei federal

10.098, de 19 de dezembro de 2000.

Participação e Conselho das Cidades

71. Estabelecer um estudo profundo sobre a implantação do Conselho das Cidades (legislação

e competência dos diversos níveis do governo) acompanhadas de debates contínuos acer-

ca da atuação do ministério.

72. Criar o conselho de saneamento ambiental.

73. Criar conselhos municípais, estaduais e federal de transporte, trânsito e mobilidade urbana,

com participação paritária da sociedade, para exercer o controle social.

74. Criar conselhos de habitação nos três níveis de governo, com participação de todos os seg-

mentos sociais, para controlar a aplicação dos recursos.

75. Obrigatoriedade do parecer do Conselho das Cidades para que o mesmo possa ter voz e

peso em qualquer projeto elaborado pelos governos.

76. Deliberará sobre o número absoluto de membros e a paridade a ser estabelecida entre os

diversos segmentos.

77. O cnc deverá ter 48 titulares e 48 suplentes e o seguinte percentual de paridade por seg-

mento: 35% movimentos populares ( 17 ), 15% ong’s e institutos de pesquisa (7), 25%

trabalhadores (12), 25% gestores públicos e privados (12) b- o cnc deverá ter 64 titulares e

64 suplentes e a seguinte distribuição por segmento: 25 representantes dos gestores pú-

blicos, 18 representantes dos movimentos populares, 7 representantes dos trabalhadores, 5

representantes dos empresários, 5 representantes das ong’s, 2 representantes dos conces-

sionários públicos e 2 representantes dos concessionários privados.

78. Defi nir critérios que garantam a participação de lideranças legítimas no âmbito do conselho.

79. Mandato de dois anos acompanhando as conferências.

b - os conselhos deverão ser eleitos em conferências de 3 em 3 anos.

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80. Instituir departamentos de desenvolvimento regional nos Conselhos das Cidades.

81. Criação de mais duas câmaras setoriais no Conselho das Cidades: Gestão Territorial Urbana

e Regional e Meio Ambiente.

82. A Conferência Nacional das Cidades reunir-se-á a cada dois anos com a representação dos

vários segmentos sociais, para avaliar a situação das cidades e propor as diretrizes para

formulação da política nacional de desenvolvimento urbano, e é convocada pelo poder

executivo ou extraordinariamente por este ou pelo Conselho das Cidades.

83. Que os Conselhos Municipais das Cidades, quando de sua criação, sejam organizados como es-

paço ampliado e reunindo-se em horário que permita garantir maior participação da sociedade.

84. Criar e implantar um Sistema Nacional de Conselhos de Cidades, com o Conselho Nacional,

conselhos estaduais e conselhos municipais.

85. Estes conselhos, em seus respectivos níveis, devem ter caráter deliberativo, no que con-

cerne à política urbana. Devem deliberar,

86. obrigatoriamente, sobre projetos de impacto social e ambiental, com legitimidade para

acionar o Ministério Público a qualquer momento.

87. Devem ter dotação orçamentária própria e deve ser assegurada, nos vários níveis, a compo-

sição adotada para a I Conferência Nacional das Cidades.

88. Criar conselhos Regionais de Desenvolvimento das Cidades, a partir da divisão microrregio-

nal dos estados.

89. Que a criação destes conselhos, democráticos, seja condição para a transferência de recur-

sos estaduais e municipais nas suas áreas de atuação, sendo sua atribuição a aprovação dos

projetos elaborados, inclusive quanto à defi nição de seus benefi ciários.

90. Manutenção de canal de comunicação permanente e eficiente com o Ministério das

Cidades, que permita a participação do setor da construção civil imobiliária, e da cadeia

produtiva, em conselhos, comitês, grupos de trabalho e comissões que tratem das ques-

tões relativas à habitação, saneamento básico e infra-estruturas complementares aos

programas habitacionais.

91. Sensibilização e capacitação da população para o controle social. Conscientização da socie-

dade civil organizada de seu papel na fi scalização da gestão pública.

92. Realizar fóruns de debates continuamente com as comunidades, implementar mecanismos

para cumprir e fazer cumprir as normas de criação, capacitação e funcionamento dos conselhos.

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93. Que os gestores das três esferas do Poder Público possibilitem a maior representatividade

possível aos conselhos no seu poder deliberativo e fi scalizador.

94. Respeito à cultura da população no que se refere a política de micro ou macro projetos,

levando as propostas a serem discutidas com a população.

95. Democratizar (criando fóruns de debates permanentes) a defi nição e cálculo das tarifas de

taxas públicas (ônibus, água, esgoto, IPTU).

96. Adoção em todas as esferas de governo, de mecanismos de participação democrática nas

decisões do poder público, tais como audiências públicas, projetos de iniciativa popular,

conferência, discussão de projetos, referendo popular, planejamento participativo, conse-

lhos de cidadão, conselho do usuário, conselhos de bairro, fóruns de debates contínuos

com a comunidade, fóruns de discussão intersetoriais.

97. Democratizar (criando fóruns de debates permanentes) a defi nição e cálculo das tarifas de

taxas públicas (ônibus, água, iptu).

98. Adoção em todas as esferas de governo, de mecanismos de participação democrática nas

decisões do poder público, tais como audiências públicas, projetos de iniciativa popular,

conferência, discussão de projetos, referendo popular, planejamento participativo, conse-

lhos de cidadão, conselho do usuário, conselhos de bairro, fóruns de debates contínuos

com a comunidade, fóruns de discussão intersetoriais.

99. Criar e implantar um Sistema Nacional de Conselhos de Cidades, com o Conselho Nacional,

conselhos estaduais e municipais. Estes conselhos, em seus respectivos níveis, devem ter

caráter deliberativo, no que concerne à política urbana. Devem deliberar, obrigatoriamente,

sobre projetos de impacto social e ambiental, com legitimidade para acionar o Ministério

Público a qualquer momento.

100. Devem ter dotação orçamentária própria e deve ser assegurada, nos vários níveis, a compo-

sição adotada para a 1ª. Conferencia Nacional das Cidades.

102. Criação em todas as esferas de governo, de mecanismos de participação democrática nas

decisões do poder público, tais como audiências públicas, projetos de iniciativa popular,

conferência, discussão de projetos, referendo popular, planejamento participativo, conse-

lhos de cidadão, conselho do usuário, conselhos de bairro, fóruns de debates contínuos

com a comunidade, fóruns de discussão intersetoriais.

103. Garantir o controle social nos programas PROSANEAR/PROSEGE e Projeto Alvorada.

104. Criação de um Fórum permanente de acompanhamento das reformas urbana, agrária e

sanitária, com poder de veto, de forma que seja garantido o respeito aos princípios de cada

uma e a integração entre eles.

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• Os delegados presentes à 1ª Conferência Nacional das Cidades, repudiam veementemente a decisão

política da Justiça de manter presos os líderes nacionais do MST, senhores José Rainha Júnior, sua esposa

Diolinda e Minerinho, todos privados da liberdade em presídios do Estado de São Paulo. (1)

• Fortalecer a defensoria pública, tanto dos estados como da união, como instituição pública encarregada

de prestar a assistência jurídica gratuíta às pessoas carentes de recursos, viabilizando o acesso da po-

pulação à justiça, cumprindo, assim, o estado, o papel de fomentar esse serviço público indispensável e

essencial para a garantia e efetivação das políticas públicas de desenvolvimento urbano – cidade para

todos – a serem implantadas a partir desta conferência pelo conselho das cidades. (2)

• Em respeito à recomendação da grande maioria das Conferências Municipais e também das Conferências

Estaduais das Cidades, os delegados participantes da 1ª Conferência Nacional das Cidades, solicitam que o

Governo Federal, através do Sr. Presidente Luís Inácio Lula da Silva, venha a exigir a retirada do PL 4.147/01 do

Congresso Nacional, por entender que o referido projeto, além de cassar a titularidade dos municípios, ainda

permite a privatização do setor de saneamento no país. (3)

• Criação de Cadastro Único Regionalizado para a demanda habitacional da Região Metropolitana integrado

com o Cadastro Único Nacional, objetivando o intercâmbio de informações cadastrais permanentes, com

cruzamento de dados e critérios, para atender as famílias radicadas há mais tempo nos municípios, garantin-

do um único imóvel, uma única vez, para cada família benefi ciada. (4)

• Em respeito às manifestações apresentadas na grande maioria das conferências Municipais, regionais e

Estaduais das Cidades, os delegados da 1ª Conferência Nacional das Cidades vêm solicitar ao Governo Fe-

deral que determine à CAIXA, fl exibilização de análise de risco visando possibilitar os recursos do FGTS às

operadoras públicas municipais e estaduais; solicita ainda que os delegados a esta Conferência e o Gover-

no Brasileiro condicione a qualquer acordo com FMI a liberação de investimentos sociais e em saneamento

da consideração com défi cit público. (5)

• Solicita o imediato de descontigenciamento de recursos ofi ciais aos prestadores públicos de serviços de

água e esgotamentos sanitários, ora impedido por imposições descabidas pelo FMI.(6)

• Contra o pagamento da dívida externa ruptura c, FMI por uma auditoria pública da dívida, que os pagamen-

tos não continuem massacrando nosso povo, e impedindo as políticas sociais no Brasil. (7)

• Não aos acordos da OMC. (8)

• A 1ª Conferência Nacional das Cidades, considerando que uma política para as cidades brasileiras depen-

de de um novo modelo de desenvolvimento sustentável para o Brasil e que as atuais condicionalidades

resultantes dos acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) constrangem e até inviabilizam este

novo modelo de desenvolvimento, propõe ao Governo Federal a não aceitação de tais condicionalida-

des em eventuais novos acordos com organismos fi nanceiros internacionais, e portanto não renovar os

acordos com o FMI. (9)

MOÇÕES APROVADAS NA 1ª CONFERÊNCIA NACIONAL DAS CIDADES

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• Todo apoio às rádios comunitárias, contra a repressão. Pela expressão livre democrática das comuni-

dades em sua ação cultural, na defesa de suas lutas. Democracia, reabertura das rádios, devolução dos

equipamentos confi scados, pela Polícia Federal. (10)

• Os delegados da 1ª Conferência Nacional das Cidades vêm solicitar ao Presidente da República, Sr. Luis

Inácio Lula da Silva, o apoio no sentido de destinar recursos do orçamento geral da UNIÃO do próximo

ano para a criação de frentes de TRABALHO EM CARATER DE EMERGÊNCIA, ligadas à construção de mo-

radias e ao enfretamento de problemas de inundações e saneamento em áreas de risco.(11)

• A 1ª Conferência Nacional das Cidades afi rma o seu apoio às posições fi rmes e soberanas do Governo

Federal, através do Ministério das Relações Exteriores, nas tratativas em torno da Área de Livre Comércio

das Américas, a ALCA. A proposta da ALCA feita pelo Governo dos EUA é inaceitável e é séria ameaça à

independência nacional e às perspectivas de desenvolvimento sustentável do Brasil. (12)

• Propõe-se ao Governo Federal e ao Congresso Nacional, dada a relevância do tema, a realização de um

plebiscito ofi cial sobre a ALCA. (13)

• Os delegados da 1ª Conferência Nacional das Cidades vêm solicitar da Presidência da República, Sr. Luis

Inácio Lula da Silva, o apoio contra a mais nova fórmula de privatização do setor de saneamento: a par-

ceria pública – privada. (14)

• Temos como principio a defesa da gestão pública do saneamento, única forma para universalização dos

serviços básicos, o acesso indiscriminado à água potável e o esgotamento sanitário. (15)

• Por isso em nossa luta diária procuramos contribuir na construção de política voltada para o setor, que con-

temple os interesses da população e valorize os profi ssionais da área, com vista ao bom uso da água, elemen-

to essencial à vida, e somos contrários a qualquer modalidade que coloque em risco estes princípios. (16)

• A parceria pública – privada é uma forma de privatizarão, que atrai os empresários interessados nos lu-

cros, em detrimento do caráter social do serviço. (17)

• Pela gestão pública do saneamento, e pelo acesso da água a todos brasileiros. (18)

• O porto pode ser administrado pela União, Estados ou Municípios. Mas, o ambiente que primeiro é afe-

tado pela atividade portuária são os municípios.(19)

• A convivência cidade-porto tem múltiplas conseqüências nas várias dimensões: na espacial, cultural, social

e econômica que põe em relevo toda uma parte da organização e da natureza das cidades portuárias.(20)

• Progressivamente, os atores sociais deverão atuar para transformar as estruturas que se tornaram ina-

dequadas às novas exigências da indústria portuária e introduzir novas estratégias de ordenamento e

organização de forma a atender a estas novas exigências. Este exercício de recomposição constitui, ge-

ralmente, uma oportunidade interessante, que pode permitir que a cidade portuária se volte para defi nir,

a tempo de responder aos múltiplos desafi os (econômicos, sociais, urbanísticos e do meio ambiente) aos

quais estará enfrentando. (21)

• A conteinerização, principal mudança estrutural na indústria portuária, alterou signifi cativamente a for-

ma de utilização das áreas portuárias. O grande problema a ser enfrentado pelas entidades portuárias é

o de transformar portos convencionais de concepção e construção antiga, em terminais modernos com

características operacionais mais sofi sticadas. (22)

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• Ao se construir novas instalações fi ca o grande desafi o de não se excluir a operação dos portos conven-

cionais. Ao contrário, deve ser dado um caráter de complementaridade dos portos convencionais aos

modernos, incentivando a movimentação de outras cargas, mesmo quando à primeira vista possa pare-

cer que estão abandonados. (23)

• Os espaços portuários em desuso, não devem ser considerados unicamente como uma oportunidade

de urbanismo, e alguns destes, ambicionados pelos urbanizadores, têm um potencial complementar

para as atividades marítimas e que antes de subtrair defi nitivamente estas áreas contíguas ao mar e esses

terrenos da sua vocação natural, é importante considerar prioritariamente a opção alternativa de desen-

volvê-los novamente, mas com fi ns portuários.(24)

• Certas recomposições, porém, integram uma re-calibragem, por assim dizer, de uma parte das instalações

portuários e a manutenção de certos tráfegos compatíveis com as estruturas urbanas. A reclassifi cação dos

antigos espaços portuários não deve, portanto, ser demasiadamente precipitada, já que a primeira poten-

cialidade desses espaços é de ser um marco propício ao desenvolvimento de atividade marítimas. (25)

• É neste contexto que os Municípios portuários precisam atuar. Aliás, a Lei nº. 8.630/93 (art. 31, inciso l,

letra “C”), sabiamente quando institui os Conselhos de Autoridade Portuária (CAP), incluiu a represen-

tação municipal, a qual, deve trabalhar de forma mais contundente e decisiva para a plena harmoniza-

ção e integração de CIDADE/PORTO. (26)

• Os municípios que olham o seu porto como um estorvo, estão, na verdade, rechaçando o seu caráter

portuário, não se dando conta que estão se privando de um dos seus fundamentos e vantagens, fon-

tes de identidade, de atração e de desenvolvimento. (27)

• É importante também que, na gestão municipal, a Prefeitura se comprometa e comporte-se efetivamen-

te como verdadeira parceira da Administração Portuária. Mas, a participação não deve ser meramente

institucional. Precisa dar-se ainda, por meio da mobilização autônoma dos movimentos sociais de bair-

ros, para que a população possa participar de maneira organizada, qualitativa e permanente e assim

conhecer melhor a atividade portuária e o porto. (28)

• Será de bom alvitre que os Municípios Portuários implementem políticas no sentido de interagir a Cidade ao

Porto e o Porto à Cidade, trabalhando no sentido de contemplar toda comunidade. (29)

• A cidade não pode permanecer de “costas” para o porto, que é o local de fomento e desenvolvimento

econômico e social da região e do País. (30)

• Deste modo, o objetivo não é o de deslocar a fronteira urbana de modo que urbanização e seu domínio

sobre o espaço portuário provoquem seu desaparecimento, mas muito pelo contrário, o de suscitar uma

valorização mútua dos espaços portuários e de cada um destes espaços. (31)

Por fim propomos:

• 1 – Que nenhuma medida relacionada com o porto, possa ser adotada pelos municípios sem a realiza-

ção prévia de estudos sobre o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto (PDZP), impacto am-

biental, a segurança da sociedade, o desenvolvimento econômico regional e as questões sociais; (32)

• 2 – Que qualquer decisão relacionada com o porto e o seu entorno, sejam apreciada pelos Conselhos de

Autoridades Portuária (CAP). (33)

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• A 1ª Conferência Nacional das Cidades rejeita os acordos e negociações da Área de Livre Comércio das

Américas (ALCA), que ameaçam a soberania nacional colocando em risco o projeto de desenvolvimento

do Brasil e demais países da América Latina. (34)

• Por uma integração livre dos povos, contra a militarização proposta no Plano Colômbia, que ataca as

populações e movimentos sociais do continente.(35)

• Nenhuma recolonização por parte dos EUA, e das transnacionais. Viva a luta dos povos!

• Em defesa da Amazônia e da Soberania Nacional! (36)

• Pelo plebiscito ofi cial em toda para que o povo se pronuncie contra a ALCA. (37)

• Que o governo brasileiro retire-se das negociações. (38)

• Este horário traz transtornos, aborrecimentos e insegurança aos estudantes e trabalhadores afetados. (39)

• Por que não promover CAMPANHAS para REDUÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA direcionadas à popula-

ção, ao setor público, industrial e comercial? (40)

• Nós, abaixo assinados, Delegados presentes à 1ª Conferência Nacional das Cidades, vimos apresentar a

presente Moção, parabenizando a Coordenação Geral da conferência pela disponibilização da tradução

simultânea das palestras em Libras para os defi cientes auditivos e materiais impressos em Braile para

defi cientes Visuais, em completo respeito aos Direitos Humanos. (41)

• Criação de Cadastro Único Regionalizado para a demanda habitacional da Região Metropolitana integra-

do com o Cadastro Único Nacional, objetivando o intercâmbio de informações cadastrais permanentes,

com cruzamento de dados e critérios, para atender as famílias radicadas há mais tempo nos municípios,

garantindo um único imóvel, uma única vez, para cada família benefi ciada. (42)

• Nós, Delegados reunidos na 1ª Conferência Nacional das Cidades, nos dias 22 a 26 de outubro de 2003,

em Brasília, Distrito Federal, aprovamos moção de apoio aos moradores, mutuários e proprietários dos

prédios tipo “caixão”, construídos em alvenaria estrutural, interditados sob risco de desabamentos na

cidade de Olinda. Dois prédios – Érika e Enseada de Serrambi – já desabaram, resultando em 11 mortes e

centenas de feridos. (43)

• Houve uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara Municipal de Olinda e várias iniciativas pro-

movidas pelo Ministério Público Estadual, responsabilizando e indicando providências por partes das

Construtoras, Caixa Econômica Federal e demais Entidades do Sistema Financeiro de Habitação e Se-

guradoras. Foram identifi cados mais de 500 (quinhentos) prédios em situação de risco, classifi cados em

risco (1, 2, 3) de desabamento. (44)

• Essa moção tem por objetivo cobrar providências do Governo Federal especialmente do Ministério das Ci-

dades, de apoio ao Município de Olinda e às pessoas atingidas – aproximadamente mais de 6.000 (seis mil)

pessoas. Muitas delas conseguiram mediante liminares concedidas pelo Poder Judiciários, determinando

que as construtoras e as seguradoras dos mutuários atingidos paguem valores referentes aos aluguéis. (45)

• É necessário que o atual Governo Federal tenha uma postura diferente do governo passado em relação a

esse sério problema, motivo pelo qual essa moção deve ser endereçada ao Presidente da República, Sr. Luiz

Inácio Lula da Silva; ao Presidente da Caixa Econômica Federal, Sr. Jorge Matoso; ao Ministro das Cidades, Sr.

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Olívio Dutra; ao Ministério Público do Estado de Pernambuco na pessoa de seu Procurador Geral de Justiça,

Sr. Francisco Sales; à Prefeita do Município de Olinda, Sra. Luciana Santos e à Câmara Municipal na pessoa do

Vereador Presidente, Sr. Pedro Mendes. (46)

• As cidades estão asfi xiadas pelo automóvel. Os seus modelos de planejamento dão prioridade ao trans-

porte motorizado, aplicando vultosos recursos para favorecer o rodoviarismo individual. Vivemos a dita-

dura do automóvel, que submete todas as outras possibilidades de mobilidade ao seu interesse. Apro-

ximadamente 40% das emissões de gás carbônico (CO2) produzidas pelos transportes são originadas

pelo uso de carros particulares. Este dado é alarmante e exige mudanças para meios de transportes mais

efi cientes e mais “limpos” como, por exemplo, andar a pé, de bicicleta, usar mais transportes públicos e

coletivos, inclusive o marítimo.(47)

• A 1ª Conferência Nacional das Cidades, realizada de 23 a 26 de outubro do ano de 2003, manifestando

contrariedade à lógica predominante do automóvel, chama a atenção das autoridades gestoras de trânsi-

to, universidades, entidades sindicais, associações de moradores, ONGs, poderes executivos e legislativos

municipais, estaduais e federal, além de todos os cidadãos e cidadãs, para fomentar uma nova cultura que

faça predominar o interesse da vida em detrimento do automóvel, da maioria em detrimento da minoria,

criando alternativas de mobilidade e assegurando o planejamento urbano com participação popular. (48)

• Manifesta ainda, a proposição da instituição do Dia Nacional Sem Carros, como já acontece em Santa Cata-

rina, através da lei de autoria do deputado petista Afrânio Boppré que instituiu o dia 22 de setembro como

o Dia Catarinense Sem Carros. A adesão ao não uso de carro em 22 de setembro é voluntária e segue a ten-

dência de data mundial, visando promover a conscientização dos usuários de veículos particulares sobre

as conseqüências do uso do carro e, ao mesmo tempo, incentivar o desenvolvimento de novos padrões de

comportamento que sejam compatíveis com uma mobilidade urbana melhorada e com maior proteção

do meio ambiente. (49)

• Nós, Delegados(as) presentes na 1ª Conferência Nacionais das Cidades, propomos moção de apoio pa-

rabenizando o Poder Público Estadual do Paraná que, através da equipe da COHAPAR, na pessoa do seu

Diretor Presidente, Sr. Romaneli, pelo esforço no sentido de viabilizar a participação dos Delegados(as)

do Paraná, independente de segmentos. (50)

• A água é nossa e deve ser garantido como direito essencial à vida e direito de todos. (51)

• É necessário que no Brasil de hoje, governado pelo presidente Lula, seja garantido que os recursos hídricos

sejam preservados e que essa responsabilidade seja do poder público para o bem de todos os cidadãos, e

que, em hipótese alguma esse serviço seja privatizado ou concedido a empresas multinacionais, a exemplo

do Amazonas, onde até o momento os franceses que controlam o setor não solucionaram o problema

da falta de água na capital, Manaus. Por isso defendemos que todo processo de concessões no Brasil seja

revisto pelo Ministério Público Federal, ou até mesmo cancelado, para garantir água com quantidade e

qualidade a todos. (52)

• A Federação dos Trabalhadores no Comércio do Estado do RS (FECOSUL) juntamente com os Sindicatos

dos Empregados no Comércio do RS e a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC),

vêm pela presente solicitar o apoio dos Delegados(as) à 1ª Conferência Nacional das Cidades no sentido

de que seja aprovada uma moção de apoio à luta dos Comerciários Brasileiros pela revogação do Art. 6º

da Lei 10.101/2000, a qual foi originada por Medida Provisória no ano de 1997, editada pelo então presi-

dente, Sr. Fernando Henrique Cardoso, acabando com o direito ao descanso da categoria, aos domingos,

que vigorava desde 30 de outubro de 1932, data que deu origem ao Dia do Comerciário. (53)

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• Solicitamos ainda que a referida moção seja remetida ao Sr. Presidente da República, Luiz Inácio Lula da

Silva, para que este tome medidas urgentes no sentido de revogar o artigo da Lei supra citada, restabe-

lecendo o direito destes trabalhadores ao gozo do descanso semanal aos domingos, benefi ciando desta

forma a família de mais de 8 milhões de comerciários existentes no Brasil. (54)

• Esta MOÇÃO visa o tratamento igualitário aos DANOS AMBIENTAIS causados com a extração de PE-

TRÓLEO. Sugerindo ao GOVERNO FEDERAL uma REVISÃO para melhor e justa distribuição de Recur-

sos dos ROYALTIES, no igual tratamento da Previsão de danos ambientais no Oceano Atlântico como

em Bacias, Lagoas Hipersalinas, salinas e doces, rios que possuam ligação direta com o Oceano

Atlântico. Beneficiando os Municípios banhados pelas Lagoas, Bacias e Rios, com mais recursos dos

royalties. (55)

• Atualmente, muitos trabalhos técnicos têm sido produzidos para auxiliar na construção de cidades mais

saudáveis. É importante que eles sejam distribuídos para todo o país. Propomos que o Ministério das

Cidades e a Caixa destinem recursos para que esse trabalho possa ser feito e os manuais distribuídos

para todos que dele precisem. (56)

• Nossa cidade, Capital do Estado da Bahia, vive uma das maiores crises em toda sua trajetória. Os últimos

quarenta anos transformaram Salvador de uma região urbana, sossegada e hospitaleira, detentora ainda

da condição de uma das moradias mais aprazíveis do país e que atraía cada vez mais não soteropolita-

nos para aqui se estabelecer. (57)

• As décadas de industrialização acelerada, se de um lado criaram condição do crescimento econômico,

por outro, trouxeram miséria e queda do padrão de vida destas populações. Até o fi m dos anos 80, foi

possível manter o boom imobiliário estimulado pela construção do pólo, sendo que o estado desen-

volvimentista supria os empregos necessitados. O modelo de crescimento, entretanto, teve vários equí-

vocos, baseou-se em incentivos fi scais que tão logo encerrados levou ao desmonte da parte industrial.

Não permitiu a complementação que criaria o setor de bens fi scais. A despreocupação com o social e o

ambiental levou à uma contínua degradação do tecido urbano e humano do município. (58)

• A condição que nos levou à crise social referida se refl ete em números alarmantes: o município tem qua-

se 150 mil famílias sem ter seu próprio teto. É a capital do desemprego e da repetência escolar. Sede de

um dos aparatos mais repressivos do país e que constitui uma rede ofi ciosa de tortura e extermínio. (59)

• MSTS é o produto da crise social por que passamos. Ao mesmo tempo busca criar condições para que

esta crise se resolva do ponto de vista dos interesses imediatos e históricos dos trabalhadores e do povo.

Novidade no cenário baiano nos últimos anos. (60)

• No dia 02 de julho do corrente ano, centenas de famílias sem alternativa de moradia resolveram ocupar

dois terrenos na estrada velha do aeroporto. A data escolhida não foi por acaso, coincidiu com a data

magna da luta pela independência da Bahia. As ocupações ocorreram e por quatro vezes o Estado, usando

dos métodos próprios do período da ditadura – sem ordem judicial – mandou derrubar os barracos. A ati-

tude arbitrária estimulou uma série de refl exões e, assim, no dia 20 de julho, os “sem teto” resolveram criar

os horizontes da luta criando o MSTS. (61)

• No dia 30 de agosto, inicia-se o processo de ocupações anunciado pelo movimento: além da ocupação

do Km 12, foram realizadas as ocupações do prédio da antiga Rede Ferroviária Federal, de um prédio

particular na Avenida Carlos Gomes e de mais três terrenos localizados na Avenida Suburbana, em Pirajá

e na BR-324. (62)

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• Após as ocupações, abriu-se um canal de negociação com o Município, o Estado e o Ministério das Cida-

des, que prevê a construção de 720 casas, em curto prazo, para os “sem teto” em situação emergencial,

sendo que 100 unidades deverão estar prontas até meados de novembro do corrente ano. (63)

• No dia 21 de outubro próximo passado, 50 dessas 100 famílias que serão contempladas nesse primeiro

momento, por não terem onde morar, ocuparam um prédio abandonado há mais de dois anos, na Ave-

nida Carlos Gomes, Centro de Salvador, mantendo, porém, o objetivo de sair assim que receberem as

chaves de suas respectivas casas, conforme o prometido pelos órgãos acima citados. Entretanto, após

esta ocupação, o referido prédio foi reivindicado pelo Reitor da Universidade Federal da Bahia, inclusive

ameaçando com ação judicial. (64)

• SOMOS A FAVOR DE UMA SOLUÇÃO NEGOCIADA E NÃO COM A INTOLERÂNCIA E A FORÇA BRUTA. (65)

• QUEREMOS A REFORMA URBANA COM A INCLUSÃO SOCIAL. (66)

• QUEREMOS A TRANSFORMAÇÃO PARA A MORADIA, DE PRÉDIOS PÚBLICOS OU PARTICULARES SEM FINS

SOCIAIS. (67)

• MOÇÃO DE APOIO AO PROGRAMA HABITAR BARSIL – BID (URBANIZAÇÃO DE FAVELAS) (68)

• Os abaixo-assinados – delegados(as) da 1ª Conferência Nacional das Cidades – solicitam imediatas pro-

vidências da área econômica do governo federal no sentido de que sejam descontingenciados os R$ 40

milhões autorizados pelo Congresso Nacional (incluídos no OGU 2003) e ainda não disponibilizados ao

Ministério das Cidades. (69)

• Isto vem provocando a paralisação de obras, comprometendo o programa e frustrando milhões de famí-

lias brasileiras com renda de zero a três salários mínimos. (70)

• Além disto, é necessário que sejam assegurados no Orçamento Geral da União 2004, recursos compatí-

veis com as necessidades de conclusão das obras contratadas, com os projetos contratados e não inicia-

dos e com a contratação de novos projetos. (71)

MOÇÃO DE APOIO AO TOMBAMENTO DO BAIRRO DA VITÓRIA EM SALVADOR – BAHIA

• Por iniciativa do Sindicato de Arquitetos e Urbanistas do Estado da Bahia (SINARQ-BA), encaminhou-se

ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) uma proposta de tombamento do sítio

urbano – conjunto arquitetônico e urbanístico – do bairro da Vitória da cidade de Salvador, Bahia, repre-

sentado por 12 (doze) imóveis de arquitetura dos séculos XIX e início do XX e respectivo entorno da Baía

de Todos os Santos, continuação do frontispício que marca a singularidade da imagem e paisagem urba-

na do Centro Histórico de Salvador que é guardiã de um dos importantes sítios que integra o Patrimônio

da Humanidade; (72)

• Em 16 de junho de 2003, o IPHAN decretou o tombamento provisório desta proposta conforme consta

no Diário Ofi cial da União atendendo ao pleito do SINARQ-BA; (73)

• Nós, delegados(as\ reunidos na 1ª Conferência Nacional das Cidades, realizada de 23 a 26 de outubro de 2003,

em Brasília, manifestamos apoio ao tombamento desse conjunto arquitetônico e urbanístico pelo que ele

representa, local e nacionalmente, para a memória urbana do país, solicitando ao Conselho Consultivo do

IPHAN pela aprovação da proposta de tombamento a título defi nitivo conforme encaminhado pelo SINARQ-

BA e que tramita junto à direção nacional desse Instituto; (73)

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• Que a presente moção seja encaminhada, sem prejuízo de outros destinatários, ao: Ministério da Cultura;

Direção Nacional do IPHAN; Conselho Consultivo do IPHAN, Casa Civil da Presidência da República; Facul-

dade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (FAUFBA); Universidade do Estado da Bahia (UNEB),

Campus I, em Salvador; Governo do Estado da Bahia; Prefeitura Municipal de Salvador e Instituto de Patri-

mônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC). (74)

MOÇÃO DE APOIO AOS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

• CONFERÊNCIA NACIONAL DAS CIDADES

• Em nome do movimento de vida independente no Brasil, com atuação em três regiões brasileiras, em

oito Estados e vinte Municípios, a favor da inclusão das pessoas com defi ciência, e de uma cidade para

todos, em nome da Comissão Civil de Acessibilidade de Salvador – articulação da qual participam 15

entidades representativas das pessoas com defi ciência e de direitos humanos de Salvador – e em nome

da delegação nacional da 1ª Conferência Nacional das Cidades, reafi rmando a crença nos direitos huma-

nos, nas liberdades fundamentais e nos princípios de paz, de dignidade e valor da pessoa humana e de

justiça decidem empenhar: (75)

• SEU APOIO IRRESTRITO:

• À afi rmação do direito à diversidade, no qual de baseia o principio universal da Cidade para Todos sob a

perspectiva da inclusão social tendo, em vista acolher a imensa maioria das pessoas com defi ciência no

Brasil, que sobrevive invisível e excluída no dia-a-dia das cidades, sendo duplamente penalizada pelas

soluções restritivas e segregadoras; (76)

• Ao cumprimento dos preceitos constitucionais que asseguram a proteção e equiparação de oportunida-

des das pessoas com defi ciência ou mobilidade reduzidas; (77)

• A determinação de contemplar no planejamento, na elaboração e na execução dos programas e pro-

jetos econômicos e sociais das cidades, através da acessibilidade universal, as necessidades diversas de

toda a população, incluídas as pessoas com defi ciência ou mobilidade reduzida, que somam, hoje, no

Brasil, 25 milhões de pessoas; (78)

• Ao direito de participação e acompanhamento das políticas públicas relativas às pessoas com defi ciên-

cia, por meio das suas organizações representativas da sociedade civil; (79)

• Ao direito aos serviços básicos de educação, saúde e reabilitação, trabalho, transporte e mobilidade, cul-

tural e lazer; (80)

• À decisão judicial, emitida pela Justiça Federal da Bahia, na ação Civil Pública impetrada pelo Centro de

Vida Independente da Bahia, requerendo a acessibilidade aos ônibus interestaduais, cuja manutenção irá

benefi ciar mais de um milhão de pessoas, somente no Estado da Bahia. (81)

MOÇÃO DE APOIO E SOLIDARIEDADE

• Nós, Delegados(as) presentes à 1ª Conferência Nacional das Cidades, vimos manifestar nosso apoio e

solidariedade aos residentes em Moradia Consolidada e demonstrar nossa preocupação quanto ao trata-

mento que vem sendo dado pelo Poder Público Municipal e Estadual à Moradia Consolidada, principal-

mente, aquelas integrantes das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) nas Regiões Metropolitanas, em

total desrespeito ao Estatuto da Cidade. (82)

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• O assunto está condicionado às decisões do Poder Público Municipal que, na maioria, não tem sequer

uma Planta Genérica ou Plano Diretor e, ainda, o agravante da alegação da falta de recursos para fi nan-

ciar os altos custos dos Registros de Imóveis. (83)

• Preocupa-nos, ainda, o conceito emanado do Poder Judiciário que diz “posse não é um direito e sim um

fato”. Isto signifi ca insegurança para os moradores e uma afi rmação de que a legalização não será feita. (84)

MOÇÃO DE APOIO

• Nós, delegados(as) presentes à 1ª Conferência Nacional das Cidades, vimos por meio deste reiterar a

necessidade de imediato início das obras de duplicação do trecho Sul da BR–101. Diante da importân-

cia desta obra para o desenvolvimento da região sul, do seu papel tático para a integração do Brasil ao

Mercosul e do alto número de mortos em acidentes que ocorrem diariamente na rodovia, fazemos coro

ao amplo movimento dos estados do Sul, Empresas, Associações de Municípios, Câmaras de Vereadores,

Parlamentares, Sindicatos, Associações de Moradores, Entidades, Comitês e principalmente das famílias

de mortos neste trecho, que lutam para que aconteça a tão almejada duplicação. Acreditando no com-

promisso de campanha de Lula e de inúmeros parlamentares catarinenses, conclamamos ao Congresso

Nacional e ao Presidente Lula que incluam no Orçamento Geral da União para o ano de 2004 os recursos

necessários para a realização da Duplicação do Trecho Sul da BR – 101 em SC. (85)

MOÇÃO DE HOMENAGEM

• Nós, participantes da 1ª Conferência Nacional das Cidades, realizada em Brasília de 23 a 26 de outubro

de 2003, apresentamos esta moção de homenagem ao prefeito de Campinas – SP, Sr. Antonio da Costa

Santos, “Toninho”, assassinado por sua luta em defesa da Reforma Urbana, antepondo-se com suas ações

administrativas interesses monopolistas na área do transporte e fundiária, sustentadas por organizações

criminosas que lhe ceifaram a vida. (86)

• Que esta Conferência receba o seu nome como reconhecimento de sua luta, das difi culdades que tere-

mos de enfrentar para implantar uma cidade para todos. (87)

MOÇÃO DE INTEGRAÇÃO MINISTÉRIOS: DE CIDADES E AÇÃO SOCIAL.

• Nós, Delegados(as) Estaduais da 1ª Conferência Nacional das Cidades, visamos à contribuição para valo-

rizar e integrar os visíveis trabalhos realizados nestes ministérios, solicitando que incentive e intensifi que

os programas de benefícios sociais específi cos nas comunidades de favela (região central, periférica ou

manancial), comunidades carentes e outras. Pois sentimos que lutam por uma vaga de atendimento do

setor público com todos os municípios. Sendo que os mesmos encontram-se em situação desigual. E

será de suma importância essa interação das secretarias. Fomentar projetos que minimize a problemáti-

ca de pobreza e valorize a paz e harmonia familiar. (88)

A FAMÍLIA É O PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE. (Papa João Paulo II). (89)

• Portanto, dignidade é sim moradia, mas integrada ao bem-estar provido dos recursos materiais, sociais e

civis, caminho este para inclusão social, apresentando o direito de ser feliz e participar como cidadão da

sua pátria. (90)

• Visando também os projetos (tange moradia ou congelamento) realizados nas localidades supra

citadas, apresentam-se em inúmeras nomenclaturas e com interesse de campanha futura, pedimos

que seja atribuição do CNC e CEC que padronize e unifique esses projetos, em que na sua maioria

não atendem as necessidades emergentes de políticas públicas e sociais. (91)

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MOÇÃO DE MEDIDAS CONCRETAS E URGENTES EM DEFESA DAS ÁGUAS DO RIO PARAÍBA DO SUL (92)

• PUNIÇÃO, REGULARIZAÇÃO E SANEAMENTO BÁSICO. (93)

• O Rio Paraíba do Sul é responsável pelo abastecimento de água de cerca de oito milhões de pessoas nos

Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Infelizmente ele está bastante ameaçado e por con-

seqüência os municípios que dependem dele. (94)

• Falta de tratamento de esgoto doméstico, na sua extensão pouco mais de 5% é tratado; (95)

• O Rio é atacado fortemente pelos resíduos industriais; (96)

• A criminosa extração irregular de areia, as cavas de areia, que tem deteriorado e está comprometendo o

futuro de toda a várzea do Rio. (97)

• A falta de água que já se tornou um medo real para toda a população. (98)

• Reunidos nesta 1ª Conferência Nacional das Cidades queremos manifestar nossa solidariedade à popu-

lação dos Municípios afetados e também, e principalmente, pedir ao Governo Federal e aos Governos

Estaduais envolvidos, ações concretas na implementação das medidas por nós propostas, de punição,

regularização e saneamento básico. Pelas entidades, técnicos e instituições de todos os setores da Socie-

dade que lutam em defesa do nosso Rio Paraíba do Sul. (99)

MOÇÃO DE RECONHECIMENTO

• Nós, participantes da I Conferência Nacional das Cidades, Realizada em Brasília no período de 23 a 26 de

outubro de 2003, queremos manifestar o nosso reconhecimento pela importante contribuição do Governo

do Estado do Piauí na realização das Conferências Regionais e Estadual das cidades do Piauí, tendo viabili-

zado uma ampla participação popular no debate da problemática urbana do Estado. Como demonstração

do seu reconhecimento da importância da questão urbana e habitacional, constituiu a Secretaria de Cida-

des, que – dentre outros projetos – está encaminhando a criação do Conselho Estadual das Cidades e do

Fundo Estadual de Moradia. (100)

MOÇÃO DE RECONHECIMENTO

• Nós, participantes da 1ª Conferência Nacional das Cidades, realizada em Brasília no período de 23 a 26

de outubro de 2003, queremos manifestar o nosso mais profundo reconhecimento pela inestimável

contribuição da deputada Francisca Trindade à luta pela moradia popular no Brasil, tanto na condição

de militante quanto como parlamentar, lembrando que é de sua autoria o requerimento sugerindo que

o Plenário da Câmara dos Deputados aprecie em regime de urgência o PL 2.710/92, que dispõe sobre a

criação do Fundo e do Conselho Nacional de Moradia Popular. (101)

MOÇÃO DE RECONHECIMENTO

• Queremos parabenizar a jovem senhora presidenta que conduziu a mesa no processo eleitoral da sala

03 desta conferência.(102)

• Parabéns de coração Srª. Presidenta, pela efi ciência, lisura e compreensão que a mesma conduziu os tra-

balhos dos grupos temáticos habitação e moradia. (103)

• Obrigado do fundo do meu coração. Que Deus a conserve e proteja em todos os caminhos da vida. (104)

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MOÇÃO DE REPÚDIO

• Nós, delegados(as) presentes na 1ª Conferência Nacional das Cidades, realizada em Brasília, nos dias 23,

24, 25 e 26 de outubro de 2003, REPUDIAMOS TOTALMENTE a ação liderada por políticos locais, de inva-

são e destruição do PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU, no Estado do Paraná. Atitudes como esta deixam

clara a falta de respeito à legislação existente, à biodiversidade de uma Unidade de Conservação (neste

caso, um PARQUE NACIONAL considerado pela UNESCO como PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE) e afron-

tam contra os princípios de democracia e sustentabilidade, além de implicar em mau uso da máquina e

dos recursos públicos. (105)

- EXIGIMOS A DEVIDA PUNIÇÃO AOS RESPONSÁVEIS POR ESTE GRAVE CRIME AMBIENTAL. (106)

- DEFENDEMOS A INTEGRIDADE DO PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU, NO ESTADO DO PARANÁ. (107)

MOÇÃO DE REPÚDIO

• Nós, abaixo assinados, Delegados(as) presentes à 1ª Conferência Nacional das Cidades, realizada em Bra-

sília - DF, de 23 a 26 de outubro de 2003, vimos apresentar a presente Moção, repudiando o comporta-

mento da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes - Pernambuco, quando, no dia 30 de setembro de 2003,

emprestou apoio, com equipamentos e mão de obra, aliando-se aos “pseudo proprietários” de duas

quadras de terreno no Loteamento Nova Cidade, Jardim Piedade, expulsando, com participação violenta

da Polícia Militar, cerca de 350 famílias que ali construíram suas modestas moradias em nove quadras do

dito loteamento. (108)

• A ação de reintegração foi movida pelos proprietários de, apenas, duas quadras e a desocupação violen-

ta foi feita nas nove quadras. (109)

• Levantamento recente comprovou que os ditos imóveis nunca recolheram qualquer imposto ao municí-

pio. (110)

• Até a data de hoje, as famílias (inclusive crianças) estão acampadas, ao relento, no estacionamento do

Prédio da Prefeitura, sem qualquer solução. (111)

MOÇÃO DE REPÚDIO

• As Entidades abaixo subscritas, através de seus delegados(as), vem protestar contra a falta de

trabalhadores(as) negros(as) nos estandes dos órgãos governamentais, a exemplo da Petrobrás, Correio,

Caixa Econômica Federal entre outros, prática esta que vai contra à política de igualdade racial do Go-

verno Federal. (112)

MOÇÃO DE REPÚDIO

• Contra a falta de acesso ao banheiro adaptado aos portadores de defi ciência física, demonstrando a não

conscientização quanto à inclusão social. (113)

MOÇÃO DE REPÚDIO Á PREFEITURA MUNICIPAL DE SALVADOR/BA

• A prefeitura Municipal de Salvador/BA, através da secretaria de Planejamento e Meio Ambiente (SE-

PLAM) desenvolveu estudos para o Plano Diretor-2000 da cidade durante mais de 6 (seis) anos e sem,

em qualquer momento, permitir a participação dos movimentos sociais populares organizados, enti-

dades ambientais e associações de bairros, entre outros; (114)

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• Em fevereiro deste ano a Prefeitura resolveu realizar uma audiência pública sem, ao menos, disponibilizar os estudos e documentos existentes para a consulta pública, alegando o alto custo de reprodução do material e porque estava na Internet, apesar de incompleto para consulta e não ser o veículo de fácil acesso para a maioria da população. (115)

• Com a intervenção do Ministério Público do Estado da Bahia foi movida uma Ação Civil Pública sustando o processo de discussão da proposta do Plano Diretor até que a Prefeitura atendesse à Lei de Participa-ção Comunitária do próprio município e o Estatuto da Cidade. Esta Ação pede a nulidade do Plano Dire-tor-2000 e ainda não foi julgada; (116)

• Por uma segunda vez o MP sustou, através de uma Ação Cautelar, a tentativa de a Prefeitura realizar uma outra audiência pública tendo um vista que ainda não havia colocado efetivamente à disposição pública os estudos do referido Plano Diretor; (117)

• Nesta semana, no dia 22 de outubro de 2003, a Prefeitura enviou para a Câmara Municipal de Salvador Projeto de Lei do Plano Diretor de Salvador, apesar das irregularidades ainda não sanadas e indicadas pelo MP; (118)

• Face a afronta à cidadania, ao Poder Judiciário da Bahia, aos postulados democráticos e aos preceitos que hoje orientam a elaboração de Planos Diretores segundo o Estatuto da Cidade, os delegados(as) presentes à 1ª Conferência Nacional das Cidades, realizada de 23 a 26 de outubro de 2003, repudiam ve-ementemente a atitude anti-democrática e voluntariosa da Prefeitura Municipal de Salvador, exigindo o rigoroso cumprimento da lei, o enquadramento dos responsáveis perante a justiça e a recusa da Câmara Municipal de Salvador em dar prosseguimento à tramitação do Projeto de Lei até o pronunciamento da sentença da justiça Baiana referente à Ação Civil Pública. (119)

MOÇÃO DE REPÚDIO CONTRA O GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO

• Repudiamos a política do governador do Estado de Pernambuco no que se refere às políticas públicas para a população do Estado: (120)

• Repudiamos a falta de política salarial dos trabalhadores em educação do Estado, onde o professor na faixa inicial tem salário de R$ 147.50 e mais uma gratifi cação de 50%. (121)

• Repudiamos a falta de 10 mil professores, e a atitude do governador em abrir um concurso para apenas 2 mil professores só para Recife e região metropolitana. (122)

• Repudiamos a entrega do patrimônio público da Escola Estadual GINÁSIO PERNAMBUCANO, com 178 anos de história, à iniciativa privada com seleção de professores e alunos pelos empresários. (123)

• Repudiamos a lentidão nas reformas das escolas estaduais, que tem trazido enormes prejuízos aos alu-nos que estão fora da escola desde o início do ano. (124)

• Repudiamos a irregularidade da condução do estado no que concerne à merenda escolar, cujo Conselho Estadual da Alimentação Escolar só se reuniu uma vez nesse ano de 2003. (125)

• Repudiamos a falta de uma política pública estadual de habitação para o estado. (126)

• Repudiamos a falta de compromisso do governo do estado em não convocar a reunião do Conselho Estadual de Habitação, desde outubro de 2002, mesmo após várias tentativas do segmento popular nes-

se sentido, sem obter sucesso. (127)

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• Repudiamos a atitude do governador relativo ao desrespeito ao dinheiro público, pois o habitacional em

Brasília Teimosa – Recife, está parado há quase dois anos, deteriorando-se todo o material de constru-

ção; em contrapartida o povo continua morando mal. (128)

• Repudiamos a atitude do governo do estado em aumentar as passagens dos ônibus em mais de 40%

em menos de 5 meses, só nesse ano de 2003. (129)

• Repudiamos a atitude do governo do estado um não apoiar a estrutura para os delegados de Pernam-

buco a esta 1ª Conferência Nacional das Cidades, os quais enfrentaram 72 horas de viagem (ida e volta)

sem recursos para alimentação. (130)

MOÇÃO DE REPÚDIO E ENCAMINHAMENTO

• As pessoas portadoras de defi ciências visuais repudiam a atitude do delegado que mostrou em público

o preconceito e discriminação aos defi cientes visuais na plenária do trabalho dos intersetoriais do grupo

16 no dia 25/10/2003 às 10 horas, ao lado esquerdo do plenário, no auditório. (131)

• FATO: O referido delegado pediu que os defi cientes visuais se retirassem do grupo pois estavam atra-

palhando e eram minoria e ele era contrário à leitura de parágrafo e emendas pelo presidente da mesa;

este não tomou nenhuma providência quanto ao ocorrido.(132)

• Segundo o delegado citado, os trabalhos foram prejudicados pelos defi cientes visuais.(133)

• Solicitamos que a coordenação da 1ª Conferência das Cidades tome providências cabíveis para que isso

jamais ocorra nas próximas Conferências. (134)

• Aguardamos, por escrito, a resposta a esse pedido. (135)

MOÇÃO DE REPÚDIO E SUGESTÃO DE LEI

• Nós abaixo assinados, Delegados(as) presentes à 1ª Conferência Nacional das Cidades, realizada em

Brasília - DF, de 23 a 26 de outubro de 2003, vimos apresentar MOÇÃO DE REPÚDIO AOS MEMBROS DAS

MAGISTRATURAS ESTADUAIS QUE VÊM CONCEDENDO LIMINARES PARA AÇÕES DE REINTEGRAÇÃO DE

POSSE, contra comunidades que ocupavam áreas urbanas há mais de 1 (hum) ano, sem a observância de

alguns pressupostos e critérios, como: (136)

• Comprovação efetiva da titularidade do imóvel através do Registro Geral de Imóveis, em nome dos re-

querentes; (137)

• Comprovação de Quitação de todos os Impostos e Taxas do imóvel (IPTU e outros); (138)

• Assegurar, aos moradores que estão sendo despejados, através do Poder Executivo Municipal, Estadual

ou outra entidade, alternativas de moradia ou terreno para construção de novas casas, fi xando-se prazo

para a desocupação; (139)

• Assegurar, através do Poder Público Municipal, Estadual ou outra entidade, transporte para as famílias e

seus pertences (móveis e eletrodomésticos) para a nova moradia; (140)

• Assegurar justa indenização fi nanceira às famílias, do valor das casas e barracos destruídos nas ações vio-

lentas, bem como seus pertences a ser paga pelos proprietários que demandaram as ações ou do Poder

Executivo, quando praticado por este. (141)

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• Sugerimos ao Ministério das Cidades propor Projeto de Lei Federal neste sentido. (142)

• No Estado de Pernambuco e, particularmente, na cidade de Jaboatão dos Guararapes e em Recife, tem

acontecido essa prática violenta, o que nos estimulou a apresentar a presente Moção. (143)

MOÇÃO EM DEFESA DO EMPREGO E DA ESTABILIDADE ECONOMICA DE TAUBATÉ E DO VALE DO PARAI-

BA – SP. (144)

• O Vale do Paraíba mostra-se cada vez mais promissor seja na atividade rural, no turismo, no desenvolvimento

cientifi co, tecnológico e na indústria. Taubaté, que historicamente exerceu um papel de destaque no desen-

volvimento regional, tornou-se um dos mais avançados centros de comunicação de nossa região, e o que

acontece em Taubaté, hoje com muito mais força, infl uência na vida da população de todo o Vale. (145)

• A importância da categoria metalúrgica para a cidade e região é inquestionável, a quantidade de empre-

gos diretos e indiretos gera renda o sufi ciente para defi nir o rumo da economia da cidade, cidade esta

que é uma das maiores do Estado de São Paulo e do País. (146)

• Hoje um grande medo paira sobre as famílias da região: a possibilidade de desemprego de mais de dois

mil trabalhadores da Volkswagen é um fator de desestabilização da economia e vem criando uma gran-

de inquietude em todos. (147)

• Entendemos que quando uma indústria se instala numa cidade/região estabelece um pacto com a po-

pulação, com o desenvolvimento local e com o seu futuro. É necessário se ampliar o horizonte na análise

de interesses; as metas de lucro e a lógica de mercado devem dar lugar para a responsabilidade social

(148).

• Existe muito empenho no sentido de envolver os vários segmentos organizados da população, bem

como instituições e setores diversos do Poder Público buscando conscientizar a todos que a questão do

emprego dos metalúrgicos não é só uma luta de categoria, mas um tema que deve ser tratado por toda

a sociedade.(149)

• Pedimos que os Governantes, Parlamentares, Empresários e os demais setores da Sociedade que mani-

festem solidariedade aos trabalhadores, às suas famílias e às lideranças sindicais metalúrgicas.(150)

• Nós, representantes de todos os Estados, reunidos nesta 1ª Conferência Nacional das Cidades, nos dirigimos

aos Empresários da Volkswagen e ao Ministro do Trabalho para que juntos com a categoria busquem solu-

ções sem demissões. Somamos nosso apelo ao de todos os envolvidos no movimento em defesa do empre-

go e da estabilidade econômica de Taubaté e Vale do Paraíba. (151)

MOÇÃO PELA ADOÇÃO DE MEDIDAS URGENTES DE PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE NA REGIÃO DO RIO

MOGI-GUAÇU – SP. (152)

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• A Bacia hidrográfi ca do Rio Mogi-Guaçu abrange um total de 38 Municípios e é vital para a sobrevivên-

cia destas populações. Mas pouco mais de ¼ somente têm serviço de tratamento de esgoto e sofre

também com a falta de fi scalização na proteção de suas águas, sua riquezas naturais do solo e as matas

ciliares. (153)

• Ao longo dos últimos anos temos visto o aumento das ações de degradação do meio ambiente em nos-

sa região, e destacamos como principais meios de destruição: (154)

• Destruição de APP`s (Áreas de Preservação Permanente) através de extração indiscriminada de areia,

principalmente na região conhecida como Médio Mogi; (155)

• Destruição de APP`s (Áreas de Preservação Permanente) através da pecuária de corte que acontece de

forma desordenada, invadindo as áreas de preservação;(156)

• Pratica da caça e pesca predatória com problemas sérios de fi scalização por insufi ciência no efetivo da

Policia Ambiental. (157)

• Para tanto, nós, Delegados(as) da 1ª Conferência Nacional das Cidades, pedimos em caráter de apelo,

ações urgentes do Ministério do Meio Ambiente nas soluções destes problemas. A regulamentação com

controle ambiental e a fi scalização transparente e rígida são os caminhos para salvarmos do desastre

ambiental a Região da Bacia Hidrográfi ca do Rio Mogi-Guaçu. (158)

MOÇÃO PELA REPRESENTAÇÃO GEOPOLÍTICA

• Considerando a importância de garantir critérios Geopolíticos que respeitem regiões, estados e

regiões metropolitanas, incorporando as particularidades de cada um, os representantes do seg-

mento dos gestores públicos nas instâncias municipais e estaduais propomos que: respeitada a

proporcionalidade do segmento na composição do Conselho das Cidades, o segmento do Poder

Público Municipal e Estadual incorpore o critério da regionalização através de uma divisão geo-

política dos seus representantes, inclusive daqueles indicados pelas entidades nacionais deste

segmento. (159)

MOÇÃO PELAS REGIÕES METROPOLITANAS

• Considerando o grave quadro das regiões metropolitanas brasileiras, onde se concentram os prin-

cipais problemas urbanos e a maior parcela das populações das cidades, e considerando ainda a

ausência de políticas públicas e de gestão metropolitana, as representações dos gestores públi-

cos das instâncias municipais e estaduais presentes nesta Conferência das Cidades, e consideran-

do também a sub-representação das grandes áreas conurbanas na composição proposta para o

conselho, defendemos o aumento das vagas destinadas às regiões metropolitanas no Conselho

das Cidades. (160)

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Presidência da República

Casa Civil

Subchefi a para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 5.031, DE 2 DE ABRIL DE 2004.

Dispõe sobre a composição, estruturação, competências e funcionamento do Conselho

das Cidades, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84,

incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 10 da Medida Pro-

visória no 2.220, de 4 de setembro de 2001, art. 33, inciso VIII, e art. 50 da Lei nº. 10.683, de 28 de

maio de 2003,

DECRETA:

Art. 1º. O Conselho das Cidades, órgão colegiado de natureza deliberativa e consultiva, integrante

da estrutura do Ministério das Cidades, tem por fi nalidade propor diretrizes para a formulação e im-

plementação da política nacional de desenvolvimento urbano, bem como acompanhar e avaliar a

sua execução, conforme dispõe a Lei nº. 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade.

Art. 2º. Ao Conselho das Cidades compete:

I - propor diretrizes, instrumentos, normas e prioridades da política nacional de desenvolvi-

mento urbano;

II - acompanhar e avaliar a implementação da política nacional de desenvolvimento urbano, em

especial as políticas de habitação, de saneamento ambiental, de transportes e de mobilidade

urbana, e recomendar as providências necessárias ao cumprimento de seus objetivos;

III - propor a edição de normas gerais de direito urbanístico e manifestar-se sobre propostas

de alteração da legislação pertinente;

IV - emitir orientações e recomendações sobre a aplicação da Lei nº. 10.257, de 2001, e dos

demais atos normativos relacionados ao desenvolvimento urbano;

V - promover a cooperação entre os governos da União, dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios e a sociedade civil na formulação e execução da política nacional de de-

senvolvimento urbano;

VI - promover, em parceria com organismos governamentais e não-governamentais, nacio-

nais e internacionais, a identifi cação de sistemas de indicadores, no sentido de estabele-

cer metas e procedimentos com base nesses indicadores, para monitorar a aplicação das

atividades relacionadas com o desenvolvimento urbano;

CONSELHO DAS CIDADES

DECRETO DO CONSELHO DAS CIDADES ConCIDADES

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VII - estimular ações que visem propiciar a geração, apropriação e utilização de conhecimentos

científi cos, tecnológicos, gerenciais e organizativos pelas populações das áreas urbanas;

VIII - promover a realização de estudos, debates e pesquisas sobre a aplicação e os resultados es-

tratégicos alcançados pelos programas e projetos desenvolvidos pelo Ministério das Cidades;

IX - estimular a ampliação e o aperfeiçoamento dos mecanismos de participação e controle

social, por intermédio de rede nacional de órgãos colegiados estaduais, regionais e mu-

nicipais, visando fortalecer o desenvolvimento urbano sustentável;

X - propor as diretrizes para a distribuição regional e setorial do orçamento do Ministério

das Cidades; e

XI - aprovar seu regimento interno e decidir sobre as alterações propostas por seus membros.

Parágrafo único. Fica facultado ao Conselho das Cidades promover a realização de semi-

nários ou encontros regionais sobre temas de sua agenda, bem assim estudos sobre a

defi nição de convênios na área de desenvolvimento urbano sustentável e da propriedade

urbana, a serem fi rmados com organismos nacionais e internacionais públicos e privados.

Art. 3º. O Conselho das Cidades será presidido pelo Ministro de Estado das Cidades e terá a

seguinte composição:

I - quatorze representantes do Poder Público Federal, sendo um de cada órgão e entidade

a seguir indicados:

a) Ministério das Cidades;

b) Casa Civil da Presidência da República;

c) Ministério da Cultura;

d) Ministério da Fazenda;

e) Ministério da Integração Nacional;

f) Ministério da Saúde;

g) Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;

h) Ministério do Meio Ambiente;

i) Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;

j) Ministério do Trabalho e Emprego;

l) Ministério do Turismo;

m) Ministério da Ciência e Tecnologia;

n) Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República;

o) Caixa Econômica Federal;

II - seis representantes do Poder Público Estadual e do Distrito Federal ou de entidades da

sociedade civil organizada da área estadual;

III - dez representantes do Poder Público Municipal ou de entidades da sociedade civil orga-

nizada da área municipal;

IV - dezenove representantes de entidades da área dos movimentos populares;

V - sete representantes de entidades da área empresarial;

VI - sete representantes de entidades da área de trabalhadores;

VII - cinco representantes de entidades da área profi ssional, acadêmica e de pesquisa; e

VIII - três representantes de organizações não-governamentais.

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§ 1º. Os membros do Conselho das Cidades terão suplentes.

§ 2º. O regimento interno do Conselho das Cidades será aprovado por resolução.

§ 3º. Os representantes de que trata o inciso I serão indicados pelos titulares dos órgãos e enti-

dade representados.

§ 4º. Os representantes de que tratam os incisos II e III serão indicados pelos titulares dos ór-

gãos e entidades representados, por solicitação do Ministro de Estado das Cidades, observado

o critério de rodízio entre os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da socie-

dade civil organizada.

§ 5º. Os representantes de que tratam os incisos IV a VIII serão indicados pelos dirigentes das

entidades representadas.

§ 6º. Integrarão o Plenário do Conselho das Cidades, como observadores, vinte e sete mem-

bros, com direito a voz, indicados por órgãos governamentais, organizações não-governamen-

tais e entidades da sociedade civil, defi nidos em ato do Ministro de Estado das Cidades.

§ 7º. Poderão, ainda, ser convidados a participar das reuniões do Conselho das Cidades perso-

nalidades e representantes de órgãos e entidades públicos e privados, dos Poderes Executivo,

Legislativo e Judiciário, bem como outros técnicos, sempre que da pauta constar tema de suas

áreas de atuação.

§ 8º. Os representantes, titulares e suplentes, de que tratam os incisos I a VIII serão designados

pelo Ministro de Estado das Cidades.

§ 9º. O Conselho das Cidades deliberará mediante resoluções, por maioria simples dos presen-

tes, tendo seu Presidente o voto de qualidade no caso de empate.

Art. 4º. Os representantes, titulares e suplentes, de que tratam os incisos II a VIII do art. 3º. deste

Decreto serão eleitos em assembléia de cada segmento, convocada especialmente para esta fi na-

lidade pelo Presidente do Conselho das Cidades.

§ 1º. A eleição será convocada pelo Conselho das Cidades, por meio de edital, publicada no

Diário Ofi cial da União, sessenta dias antes do término do mandato dos seus membros.

§ 2º. O regimento interno do Conselho das Cidades disciplinará as normas e os procedimentos

relativos à eleição dos órgãos e entidades que comporão sua estrutura.

§ 3º. Os membros do Conselho das Cidades terão mandato de dois anos, podendo ser recon-

duzidos.

§ 4º. O Ministério Público Federal poderá acompanhar o processo de escolha dos membros

representantes dos órgãos e das entidades que comporão o Conselho das Cidades.

§ 5º. O Ministro de Estado das Cidades indicará, em portaria, os órgãos e entidades cujos repre-

sentantes participarão do primeiro mandato do Conselho das Cidades.

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Art. 5º. O Conselho das Cidades contará com o assessoramento dos seguintes Comitês Técnicos:

I - de Habitação, coordenado pelo Secretário Nacional de Habitação;

II - de Saneamento Ambiental, coordenado pelo Secretário Nacional de Saneamento Ambiental;

III - de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana, coordenado pelo Secretário Nacional de

Transporte e Mobilidade Urbana; e

IV - de Planejamento Territorial Urbano, coordenado pelo Secretário Nacional de Programas

Urbanos.

Parágrafo único. Na composição dos Comitês Técnicos deverão ser observadas as diferentes

categorias de representação integrantes do Plenário do Conselho das Cidades.

Art. 6º. São atribuições do Presidente do Conselho das Cidades:

I - convocar e presidir as reuniões do colegiado;

II - solicitar a elaboração de estudos, informações e posicionamento sobre temas de rele-

vante interesse público;

III - fi rmar as atas das reuniões e homologar as resoluções;

IV - constituir e organizar o funcionamento dos Comitês Técnicos e convocar as respectivas

reuniões.

Art. 7º. O regimento interno do Conselho das Cidades será aprovado no prazo de sessenta dias

a contar da data de sua instalação.

Art. 8º. Caberá ao Ministério das Cidades prover o apoio administrativo e os meios necessários

à execução dos trabalhos do Conselho das Cidades, exercendo as atribuições de Secretaria Execu-

tiva do Conselho das Cidades e dos Comitês Técnicos.

Art. 9º. As despesas com os deslocamentos dos membros integrantes do Conselho das Cidades e

dos Comitês Técnicos poderão correr à conta de dotações orçamentárias do Ministério das Cidades.

Art. 10º. Para cumprimento de suas funções, o Conselho das Cidades contará com recursos or-

çamentários e fi nanceiros consignados no orçamento do Ministério das Cidades.

Art. 11º. A participação no Conselho das Cidades e nos Comitês Técnicos será considerada fun-

ção relevante, não remunerada.

Art. 12º. As dúvidas e os casos omissos neste regulamento serão resolvidos pelo Presidente do

Conselho das Cidades, ad referendum do Colegiado.

Art. 13º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 2 de abril de 2004; 183º da Independência e 116º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Olívio Dutra

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REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO

DAS CIDADES ConCIDADES

MINISTÉRIO DAS CIDADES

CONSELHO DAS CIDADES

RESOLUÇAO Nº 01 DE 15 DE ABRIL DE 2004

O CONSELHO DAS CIDADES, no uso da competência prevista no artigo 2o., inciso XI do Decre-

to nº. 5.031, de 2 de abril de 2004, em sessão realizada nos dias 15 e 16 de abril de 2004,

RESOLVE:

Art 1º Aprovar o Regimento Interno do Conselho das Cidades, nos termos em anexo.

Art 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação

OLÍVIO DE OLIVEIRA DUTRA

Ministro de Estado

Presidente do Conselho das Cidades

CAPÍTULO I

Da Natureza e Finalidade

Art. 1º O Conselho das Cidades – ConCidades, órgão colegiado que reúne representantes do

poder público e da sociedade civil, de natureza permanente, caráter consultivo e deliberativo,

integrante da estrutura do Ministério das Cidades será regido pelo presente Regimento Interno.

Art. 2º O ConCidades tem por fi nalidade formular, estudar e propor diretrizes para o desenvol-

vimento urbano e regional com participação social e integração das políticas fundiária, de habita-

ção, saneamento ambiental, trânsito, transporte e mobilidade urbana.

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CAPÍTULO II

Das Competências

Art. 3º Compete ao Conselho das Cidades:

I - propor e debater diretrizes, normas, instrumentos e prioridades da política nacional de

desenvolvimento urbano e das políticas setoriais em consonância com as deliberações

da Conferência Nacional das Cidades;

II - acompanhar e avaliar a implementação da política nacional de desenvolvimento urbano,

em especial as políticas de habitação, de saneamento ambiental, de trânsito, transporte

e mobilidade urbana, e recomendar as providências necessárias ao cumprimento de

seus objetivos;

III - propor mecanismos para integração da política de desenvolvimento urbano com as po-

líticas sócio-econômicas e ambientais do Governo Federal;

IV - promover a cooperação entre os governos da União, dos Estados, do Distrito Federal,

dos Municípios e a sociedade civil na formulação e execução da política nacional de de-

senvolvimento urbano;

V - promover a integração dos temas da Conferência Nacional das Cidades com as demais

conferências de âmbito nacional;

VI - articular as ações e debates do ConCidades com os demais conselhos nacionais;

VII - propor a edição de normas gerais de direito urbanístico e manifestar-se sobre propostas

de criação e de alteração da legislação pertinente ao desenvolvimento urbano;

VIII - emitir orientações e recomendações referente à aplicação da Lei nº 10.257 de 10 de ju-

lho de 2001, e demais atos normativos relacionados ao desenvolvimento urbano;

IX - propor a criação de instrumentos institucionais e fi nanceiros para a gestão da política

urbana;

X - propor as diretrizes para a distribuição regional e setorial do orçamento do Ministério

das Cidades;

XI - acompanhar e avaliar a execução orçamentária dos programas do Ministério das Cidades;

XII - convocar e organizar a cada dois anos, a Conferência Nacional das Cidades;

XIII - acompanhar e avaliar o cumprimento das resoluções das Conferências Nacionais das

Cidades;

XIV - promover, em parceria com organismos governamentais e não-governamentais, nacionais

e internacionais, a identifi cação de sistemas de indicadores, no sentido de estabelecer

metas e procedimentos com base nesses indicadores, para monitorar a aplicação das

atividades relacionadas com o desenvolvimento urbano;

XV - estimular ações que visem propiciar a geração, apropriação e utilização de conhecimen-

tos científi cos, tecnológicos, gerenciais e organizativos pelas populações das áreas urba-

nas;

XVI - promover a realização de estudos, debates e pesquisas sobre a aplicação e os resultados

estratégicos alcançados pelos programas e projetos desenvolvidos pelo Ministério das

Cidades;

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XVII - estimular a ampliação e o aperfeiçoamento dos mecanismos de participação e controle

social, por intermédio de rede nacional de órgãos colegiados estaduais, regionais e mu-

nicipais, visando fortalecer o desenvolvimento urbano sustentável;

XVIII - incentivar a capacitação dos recursos humanos para o desenvolvimento urbano;

XIX - incentivar a criação, a estruturação e o fortalecimento institucional de conselhos afetos à

política de desenvolvimento urbano nos níveis municipal, regional, estadual e do Distrito

Federal indicando as diretrizes e critérios para sua composição;

XX - criar formas de interlocução entre os conselhos das cidades nos âmbitos nacional, esta-

dual, municipal e do Distrito Federal, estimulando a troca de experiências;

XXI - elaborar e aprovar o Regimento Interno;

XXII - dar publicidade e divulgar seus trabalhos e decisões;

XXIII - praticar outros atos e atividades compatíveis com sua fi nalidade.

CAPÍTULO III

Da Organização do Conselho

Art. 4º O ConCidades é composto por:

I – Presidente;

II – Plenário;

III - Secretaria-Executiva do ConCidades;

IV - Comitês Técnicos.

SEÇÃO I

Da Presidência do ConCidades

Art. 5º O Ministro das Cidades presidirá o ConCidades e será substituído, em suas ausências e

impedimentos, pelo Secretário-Executivo do respectivo Ministério.

Art. 6º Ao Presidente compete:

I - convocar e presidir as reuniões do Plenário;

II - ordenar o uso da palavra;

III - submeter à votação as matérias a serem decididas pelo Plenário;

IV - submeter à apreciação do Plenário o relatório anual do ConCidades;

V - encaminhar ao Presidente da República e demais órgãos do Governo Federal exposições

de motivos e informações sobre as matérias de competência do ConCidades;

VI - delegar competências ao Coordenador da Secretaria-Executiva do ConCidades, quando

necessário;

VII - zelar pelo cumprimento das disposições deste Regimento tomando, para este fi m, as provi-

dências que se fi zerem necessárias;

VIII - solicitar a elaboração de estudos, informações e posicionamento sobre temas de relevante

interesse público;

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IX - constituir, nomear e organizar o funcionamento dos Comitês Técnicos e convocar as res-

pectivas reuniões;

X - homologar deliberações e atos do ConCidades;

XI - assinar atas aprovadas das reuniões do ConCidades;

XII - nomear os representantes que compõem o ConCidades.

SEÇÃO II

Do Plenário

SUBSEÇÃO I

Da Composição

Art. 7º O Plenário é o órgão superior de decisão do ConCidades, composto pelos membros

mencionados no art. 8º.

Art. 8º O Plenário do ConCidades é composto por 71 (setenta e um) representantes de órgãos

e segmentos, com direito à voz e voto, a saber:

I - 14 (quatorze) representantes do Poder Executivo Federal;

II - 6 (seis) representantes do Poder Executivo Estadual;

III - 10 (dez) representantes do Poder Público Municipal (Executivo e Legislativo);

IV - 19 (dezenove) representantes de Entidades dos Movimentos Populares;

V - 7 (sete) representantes de Entidades Empresariais;

VI - 7 (sete) representantes de Entidades de Trabalhadores;

VII - 5 (cinco) representantes de Entidades Profi ssionais, Acadêmicas e de Pesquisa;

VIII - 3 (três) representantes de Organizações Não-Governamentais.

§ 1º Terão direito à voz e voto os representantes de órgãos e entidades, a seguir, quando da

ausência de seus titulares:

I - 6 (seis) representantes do Poder Executivo Estadual;

II - 10 (dez) representantes do Poder Público Municipal (Executivo e Legislativo);

III - 19 (dezenove) representantes de Entidades dos Movimentos Populares;

IV - 7 (sete) representantes de Entidades Empresariais;

V - 7 (sete) representantes de Entidades de Trabalhadores;

VI - 5 (cinco) representantes de Entidades Profi ssionais, Acadêmicas e de Pesquisa;

VII - 3 (três) representantes de Organizações Não-Governamentais.

§ 2º Integrarão o Plenário do ConCidades 27 (vinte e sete) observadores, com direito à voz, repre-

sentando cada Unidade da Federação, que deverão ser referendados pelo respectivo Conselho

Estadual das Cidades, quando de sua criação e defi nidos em ato do Ministro de Estado das Cidades.

§ 3º Os órgãos do Poder Público Federal designarão conselheiros substitutos com direito à voz

e voto, na ausência dos titulares.

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§ 4º Os representantes referidos no § 1º terão direito à voz na presença dos titulares.

Art. 9º As vagas do Conselho pertencem aos órgãos ou entidades, mediante eleição no respec-

tivo segmento, nos termos do art 4º do Decreto n.º 5.031, de 2 de abril de 2004, exceto os repre-

sentantes do Poder Executivo Federal.

Art. 10. O mandato do órgão ou entidade será de dois anos, fi cando a critério dos mesmos a

indicação, a substituição ou manutenção dos seus respectivos representantes.

Parágrafo único. Na ausência do representante previsto nos incisos do artigo 8º, este não po-

derá mandar substituto de sua própria entidade ou órgão que representa, devendo comunicar

à Secretaria-Executiva do ConCidades, 10 dias úteis antes da reunião convocada, para que se

efetive a convocação da entidade ou órgão prevista no § 1º do mesmo artigo.

Art. 11. Será declarada vacância automática caso a entidade ou órgão deixe de comparecer a 3

(três) reuniões no período de um ano.

Parágrafo único. Declarada a vacância nos termos deste artigo terá assento no ConCidades o re-

presentante previsto no § 1º do artigo 8º, conforme Portaria do Ministro de Estado das Cidades.

SUBSEÇÃO II

Do Funcionamento

Art. 12. O Plenário do ConCidades reunir-se-á, ordinariamente, de três em três meses e, extraor-

dinariamente, por convocação de seu Presidente, ou em decorrência de requerimento da maioria

absoluta dos seus membros.

§ 1º As convocações para as reuniões do Conselho serão feitas com, no mínimo, 15 (quinze)

dias de antecedência.

§ 2º As reuniões extraordinárias serão convocadas com, no mínimo, 10 (dez) dias de antece-

dência.

Art. 13. Na primeira reunião ordinária anual, o ConCidades estabelecerá seu cronograma de

reuniões ordinárias para o ano.

Art. 14. Ao Plenário Compete:

I - aprovar a pauta das reuniões;

II - analisar e aprovar as matérias em pauta;

III - propor, analisar e aprovar o Regimento Interno do Conselho e suas futuras modifi cações;

IV - decidir sobre dúvidas relativas à interpretação deste Regimento;

V - constituir grupos de trabalho quando julgar oportuno e conveniente e indicar os respec-

tivos membros;

VI - indicar os membros efetivos dos Comitês Técnicos;

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VII - solicitar aos Comitês Técnicos parecer técnico sobre matéria afeta ao Desenvolvimento

Urbano; e

VIII - solicitar estudos ou pareceres técnicos especializados sobre matérias de interesse do

ConCidades.

Art. 15. As reuniões do ConCidades terão sua pauta previamente distribuída aos membros do

Plenário e observarão os seguintes tópicos:

I - abertura e informes;

II - manifestações gerais;

III - aprovação da pauta;

IV - debate e votação da ata da reunião anterior;

V - apresentação, debate e votação dos assuntos em pauta;

VI - apresentação de propostas de pauta para a próxima reunião; e

VII - encerramento.

Art. 16. As reuniões do Plenário devem ser gravadas e das atas constará:

I - relação de participantes e órgão ou entidade que representa;

II - resumo de cada informe;

III - relação dos temas abordados; e

IV - deliberações tomadas a partir do registro dos votos a favor, contra e abstenções.

Parágrafo único. O teor integral das matérias tratadas nas reuniões do ConCidades estará dis-

ponível em sua Secretaria-Executiva.

SUBSEÇÃO III

Da Votação

Art. 17. As deliberações do ConCidades serão tomadas por maioria simples dos presentes com

direito a voto.

§ 1º O quorum mínimo para instalação dos trabalhos será de 1/3 (um terço) dos representantes

com direito a voto que compõem o Plenário.

§ 2º O quorum mínimo para as deliberações será de metade mais 1 (um) dos representantes

com direito a voto que compõem o Plenário.

Art. 18. O Ministro das Cidades exercerá o voto de desempate.

Art. 19. As deliberações, pareceres e recomendações do ConCidades serão formalizadas me-

diante resoluções homologadas pelo seu presidente.

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SEÇÃO III

Da Secretaria-Executiva

Art. 20. A Secretaria-Executiva do ConCidades será ligada diretamente ao seu Presidente.

§ 1º A Secretaria-Executiva do ConCidades tem por fi nalidade a promoção do necessário apoio

técnico-administrativo ao Conselho e aos Comitês Técnicos, fornecendo as condições para o

cumprimento das competências legais do ConCidades.

§ 2º A Secretaria-Executiva do ConCidades será formada por uma equipe composta por um

Coordenador, um representante de cada Secretaria e da Secretaria-Executiva do MCidades e

assessores técnicos.

Art. 21. São atribuições da Secretaria-Executiva do ConCidades:

I - preparar, antecipadamente, as reuniões do Plenário do Conselho, incluindo convites a

apresentadores de temas previamente aprovados, preparação de informes, remessas de

material aos Conselheiros e outras providências;

II - acompanhar as reuniões do Plenário;

III - providenciar a remessa da cópia da ata a todos os componentes do Plenário;

IV - dar ampla publicidade a todos os atos deliberados no ConCidades;

V - dar ampla publicidade aos documentos referentes aos assuntos que serão objeto de de-

liberação do Conselho das Cidades;

VI - dar ampla publicidade a todos os atos de convocação das reuniões e demais atividades

do ConCidades;

VII - dar encaminhamento às conclusões do Plenário e acompanhar mensalmente a imple-

mentação das deliberações de reuniões anteriores;

VIII - acompanhar e apoiar as atividades dos Comitês Técnicos, inclusive quanto ao cumpri-

mento dos prazos de apresentação de trabalhos ao Plenário;

IX - fornecer aos conselheiros, na forma de subsídios para o cumprimento de suas compe-

tências legais, informações e análises estratégicas produzidas nos vários órgãos e entida-

des dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Sociedade

Civil;

X - encaminhar ao Plenário propostas de Convênios, visando a implementação das atribui-

ções do ConCidades;

XI - atualizar, permanentemente, informações sobre a estrutura e funcionamento dos Conse-

lhos das Cidades dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios;

XII - despachar os processos e expedientes de rotina;

XIII - acompanhar o encaminhamento dado às Resoluções emanadas do Conselho e dar as

respectivas informações atualizadas durante os informes do ConCidades.

Art. 22. São atribuições do Coordenador da Secretaria-Executiva do ConCidades:

I - coordenar os atos de gestão administrativa, necessários ao desempenho das atividades

do ConCidades e de seus Comitês Técnicos;

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II - participar da mesa, assessorando o Presidente nas reuniões plenárias;

III - despachar com o Presidente sobre os assuntos pertinentes ao ConCidades;

IV - articular-se com os Presidentes dos Comitês Técnicos, visando o cumprimento das deli-

berações do ConCidades;

V - manter entendimentos com dirigentes dos demais órgãos do Ministério das Cidades, de

outros do Poder Público e da Sociedade Civil no interesse dos assuntos afi ns;

VI - submeter ao Presidente e ao Plenário relatório das atividades do Conselho das Cidades

do ano anterior, no primeiro trimestre de cada ano;

VII - providenciar a publicação das Resoluções do Plenário;

VIII - exercer outras atribuições que lhe sejam delegadas pelo Presidente do ConCidades as-

sim como pelo Plenário;

SEÇÃO IV

Dos Comitês Técnicos

SUBSEÇÃO I

Da Finalidade e das Atribuições

Art. 23. Os Comitês Técnicos têm caráter permanente e a fi nalidade de subsidiar o debate do

Plenário.

Art. 24. São atribuições gerais dos Comitês Técnicos:

I - preparar as discussões temáticas para apreciação e deliberação do Conselho;

II - promover articulação com os órgãos e entidades promotoras de estudos, propostas e

tecnologias relacionadas à Política Nacional de Desenvolvimento Urbano; e

III - apresentar relatório conclusivo ao Plenário do ConCidades, sobre matéria submetida a

estudo, dentro do prazo fi xado por este, acompanhado de todos os documentos que se

fi zerem necessários ao cumprimento de suas fi nalidades.

Art. 25. São atribuições do Comitê Técnico de Habitação o debate e encaminhamento de pro-

posições ao Plenário do Conselho sobre:

I - a elaboração, a aprovação, a implementação, a avaliação e a revisão da Política Nacional

de Habitação;

II - a normatização e o funcionamento do Sistema Nacional de Habitação;

III - elaboração, acompanhamento e avaliação do Plano Nacional de Habitação;

IV - diretrizes e prioridades para alocação de recursos sob gestão da União em Habitação;

V - regras e critérios para aplicação e distribuição dos recursos federais em Habitação e o

acompanhamento de sua implementação;

VI - política de subsídios para fi nanciamentos habitacionais;

VII - avaliação e implementação do Fundo Nacional de Habitação nos três níveis de governo;

VIII - instrumentos de política habitacional e formas de organizações desenvolvidas pelas cole-

tividades territoriais, como, contratos entre cidades e consórcios intermunicipais visando

ampliar o acesso à moradia;

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IX - política de reabilitação de áreas Centrais;

X - avaliação da Política de prevenção e erradicação de áreas de risco em assentamentos

precários;

XI - elaboração de iniciativas legais e administrativas para utilização dos imóveis vagos e su-

butilizados da União, autarquias e empresas federais para habitação de interesse social;

Art. 26. São atribuições do Comitê Técnico de Saneamento Ambiental o debate e encaminha-

mento de proposições ao Plenário do conselho sobre:

I - a elaboração, a aprovação, a implementação, a avaliação e a revisão da Política Nacional

de Saneamento Ambiental;

II - a normatização e o funcionamento do Sistema Nacional de Saneamento Ambiental;

III - diretrizes e prioridades para alocação de recursos sob gestão da União em ações de sa-

neamento ambiental;

IV - regras e critérios para aplicação dos recursos federais em saneamento ambiental e o

acompanhamento de sua implementação;

V - avaliação das ações de saneamento ambiental apoiadas ou fi nanciadas pelo Governo

Federal;

VI - política de subsídios a iniciativas de saneamento ambiental;

VII - instituição e organização dos Fundos de Universalização do Saneamento Ambiental, nos

três níveis de governo;

VIII - regulação normativa geral dos serviços e ações de saneamento ambiental, incluindo o

estabelecimento de parâmetros mínimos de qualidade a serem observados na presta-

ção dos serviços e de parâmetros de referência para a cobrança pelos serviços e para

determinação dos seus custos;

IX - diretrizes gerais para a instalação e funcionamento das câmaras de regulação específi cas

para serviços de saneamento integrados, compartilhados ou associados;

X - elaboração, acompanhamento e avaliação do Plano Nacional de Saneamento Ambiental;

XI - recomendações e orientações gerais para subsidiar a elaboração, acompanhamento e a

avaliação dos planos estaduais, regionais e municipais de saneamento ambiental;

XII - instrumentos da Política Nacional de Saneamento Ambiental;

XIII - subsídios para resolução de confl itos entre estados, entre estado e município e entre

municípios de estados diferentes, no âmbito do Sistema Nacional de Saneamento Am-

biental;

XIV - o estabelecimento das diretrizes gerais para investimentos públicos em Ciência e Tecno-

logia no campo do saneamento ambiental;

XV - critérios de enquadramento de pequenas localidades e povoados isolados, com vistas a

estimular a prestação dos serviços de saneamento por sociedades civis sem fi ns lucrati-

vos, organizadas sob a forma de cooperativas de usuários;

XVI - a normatização complementar para aplicação de dispensa de licitação para a delegação

de serviços de saneamento ambiental;

XVII - elaboração e implementação de política para desenvolvimento das atividades de educa-

ção sanitária em saneamento ambiental;

XVIII - instrumentos dirigidos à universalização dos serviços de saneamento;

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XIX - normas e acompanhamento da organização e formação de cooperativas de trabalho

com resíduos sólidos;

XX - procedimentos para estimular a extensão dos serviços de saneamento ambiental para as

áreas rurais e para as pequenas localidades;

Art. 27. São atribuições do Comitê Técnico de Trânsito, Transporte, e Mobilidade Urbana o de-

bate e encaminhamento de proposições ao Plenário do conselho sobre:

I - a formulação, implementação e avaliação da Política Nacional de Mobilidade Urbana

Sustentável;

II - a defi nição de diretrizes para regulação e gestão dos serviços de transporte coletivo ur-

bano;

III - formulação do marco legal da gestão de trânsito, transporte e mobilidade urbana;

IV - elaboração, acompanhamento e avaliação do Plano Nacional de Trânsito, Transporte e

Mobilidade Urbana;

V - diretrizes e prioridades para alocação de recursos sob gestão da União em Trânsito,

Transporte e Mobilidade Urbana;

VI - regras e critérios para aplicação e distribuição dos recursos federais em Trânsito, Trans-

porte e Mobilidade Urbana, bem como o acompanhamento de sua implementação,

inclusive os recursos relativos a CIDE, FUNSET E DPVAT;

VII - política de subsídios para fi nanciamentos;

VIII - acompanhamento e avaliação dos planos nacionais, metropolitanos e municipais de

mobilidade urbana sustentável;

IX - recomendações sobre a integração das políticas setoriais de transporte e trânsito;

X - inserção do conceito de mobilidade, acessibilidade, sensibilização e universalidade na

Política de Desenvolvimento Urbano;

XI - informações e estudos sobre planejamento e gestão da política de mobilidade urbana;

XII - defi nição de regras e critérios para fi nanciamento da infraestrutura para o transporte

coletivo e acompanhamento e implementação;

XIII - implementação e acompanhamento da política metro-ferroviária urbana;

XIV - recomendações e orientações com vistas à universalização do acesso ao transporte cole-

tivo e inclusão social;

XV - propostas para o barateamento da tarifa para os usuários;

XVI - defi nição de indicadores e parâmetros para a redução dos custos dos insumos do trans-

porte coletivo urbano e acompanhamento de sua efetividade;

XVII - recomendações, orientações e subsídios para o desenvolvimento tecnológico do setor

visando melhoria da mobilidade urbana, preservando os postos de trabalho;

XVIII - propostas de alteração da matriz energética do transporte coletivo sobre pneus;

XIX - recomendações e orientações gerais para a elaboração de indicadores de impacto do

transporte coletivo urbano no Meio Ambiente;

XX - recomendações, orientações e subsídios para a elaboração e implementação de projetos

de redução do número de acidentes e vítimas da circulação;

XXI - diretrizes e prioridades para implementação da política de transporte não motorizado;

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XXII - implementação, acompanhamento e divulgação de planos nacionais de priorização e

incentivo à circulação de pedestres;

XXIII - desenvolvimento e fomento de Projetos para a moderação do Tráfego motorizado.

Art. 28. São atribuições do Comitê Técnico de Planejamento Territorial Urbano o debate e enca-

minhamento de proposições ao Plenário do conselho sobre:

I - a formulação, a implementação, avaliação e revisão da Política Nacional de Ordena-

mento Territorial Urbano;

II - diretrizes e prioridades para alocação de recursos sob a gestão da União em ações de

planejamento territorial urbano;

III - regras e critérios para aplicação de recursos federais destinados a apoiar processos de

planejamento territorial urbano e acompanhamento de sua implementação;

IV - avaliação dos processos de planejamento territorial urbano apoiados ou fi nanciados

pelo Governo Federal;

V - regulação normativa do processo de planejamento territorial e gestão do solo urbano,

particularmente no que se refere ao Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) e legislação de

parcelamento do solo;

VI - iniciativas legais e administrativas para compatibilizar a legislação urbanística e fundiária

à legislação referente à gestão do Patrimônio da União, autarquias e empresas federais à

legislação ambiental e cartorária;

VII - iniciativas legais e administrativas para viabilizar o planejamento e gestão supra-munici-

pais e o planejamento e gestão de regiões metropolitanas;

VIII - recomendações e orientações gerais para subsidiar a elaboração, acompanhamento e

avaliação de planos diretores municipais e regionais e de planos de desenvolvimento

local;

IX - estabelecimento de diretrizes gerais para investimentos públicos na área de Ciência e

Tecnologia no campo do planejamento e gestão do solo urbano;

X - elaboração, aprovação, implementação, avaliação e revisão de política nacional para re-

abilitação de áreas centrais e sua compatibilização com a política de gestão do patrimô-

nio histórico, política habitacional e de circulação e mobilidade urbana;

XI - elaboração, aprovação, implementação, avaliação e revisão da política nacional de regu-

larização fundiária e sua compatibilização com a política de urbanização e de saneamen-

to ambiental em assentamentos precários;

XII - elaboração, aprovação, implementação, avaliação e revisão de política nacional de pre-

venção de ocupação em áreas de risco em encostas urbanas e em áreas sujeitas a inun-

dações e sua compatibilização com as políticas nacionais de defesa civil, de urbanização

de assentamentos precários e de drenagem.

SUBSEÇÃO II

Da Composição

Art. 29. O Conselho das Cidades contará com o assessoramento dos seguintes Comitês Técnicos:

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I - de Habitação, coordenado pelo Secretário Nacional de Habitação;

II - de Saneamento Ambiental, coordenado pelo Secretário Nacional de Saneamento Am-

biental;

III - de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana, coordenado pelo Secretário Nacional de

Transporte e Mobilidade Urbana; e

IV - de Planejamento Territorial Urbano, coordenado pelo Secretário Nacional de Programas

Urbanos.

Parágrafo único. Os Secretários Nacionais de cada uma das Secretarias do Ministério das Cida-

des terão direito à voz nas reuniões do Plenário do ConCidades.

Art. 30. Os Comitês Técnicos serão compostos por, no máximo, 50 membros, observada a pro-

porcionalidade dos diferentes segmentos integrantes do Conselho das Cidades.

§ 1º Todos os membros do ConCidades, titulares, suplentes e observadores participarão dos

Comitês Técnicos.

§ 2º Cada representante poderá participar de um único Comitê.

§ 3º O Presidente do ConCidades poderá indicar outros representantes de entidades ou órgãos

não integrantes do Plenário, até o número máximo de 8 (oito) por Comitê.

Art. 31. Poderão ser convidados a participar de reuniões dos Comitês Técnicos, pelo respectivo

coordenador, representantes de segmentos interessados nas matérias em análise e colaboradores,

inclusive do poder legislativo.

Art. 32. Os Comitês poderão constituir grupos de trabalho com caráter permanente ou transi-

tório, com a função de complementar a atuação dos mesmos.

SUBSEÇÃO III

Do Funcionamento

Art. 33. As reuniões dos Comitês Técnicos serão públicas e convocadas por seu coordenador,

de comum acordo com a Secretaria-Executiva do ConCidades, com antecipação mínima de 15

(quinze) dias.

Art. 34. O quorum mínimo para instalação dos trabalhos e deliberação das propostas será de

um terço dos representantes que compõem o Comitê.

Parágrafo único. Serão levados ao Plenário do ConCidades todas as propostas que alcançarem

a aprovação de, no mínimo, um terço dos presentes.

Art. 35. Será declarado vacância automática caso a entidade ou órgão, deixe de comparecer a 3

(três) reuniões, no período de um ano.

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§ 1º. A ausência dos componentes deve ser comunicada pela Secretaria-Executiva do ConCida-

des à entidade representada.

§ 2º. A recomposição do Comitê Técnico será proposta pelo referido Comitê e submetida ao

Plenário do ConCidades.

Art. 36. Os debates e conclusões das reuniões serão registrados em ata própria que, depois de

assinada, deverá ser encaminhada ao Conselho.

Art. 37. O coordenador do Comitê Técnico designará, entre seus componentes, relator para as

matérias que serão objeto de discussão.

Art. 38. Temas que sejam da competência de dois ou mais Comitês Técnicos, devem ser

debatidos em conjunto por estes.

Art. 39. O mandato dos membros dos Comitês Técnicos corresponde ao mesmo período de

mandato dos Conselheiros do ConCidades.

CAPÍTULO IV

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 40. As funções dos membros do ConCidades não serão remuneradas, sendo seu exercício

considerado serviço de relevante interesse público.

Art. 41. O ConCidades poderá organizar mesas-redondas, ofi cinas de trabalho e outros eventos

que congreguem áreas do conhecimento e tecnologia, visando subsidiar o exercício das suas

competências, tendo como relator um ou mais Conselheiros por ele designado(s).

Art. 42. O Ministério das Cidades garantirá os recursos necessários com as despesas de hospe-

dagem, transporte e alimentação dos representantes referidos no inciso IV do art 8º e inciso III, §

1º do mesmo artigo.

Art. 43. O presente Regimento Interno entrará em vigor na data da sua publicação, só po-

dendo ser modificado por quorum qualificado de 2/3 (dois terços) dos membros do Conselho

das Cidades.

OLÍVIO DE OLIVEIRA DUTRA

Presidente

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Page 125: Participação e controle social 2 · controle social Ministério das Cidades Novembro de 2004 2 CADERNOS MCIDADES ... nossa gestão frente ao Ministério das Cidades ampliando, de

Coordenação geral dos Cadernos MCidades

ERMÍNIA MARICATO

Ministra Adjunta e Secretária Executiva

KELSON VIEIRA SENRA

Diretor de Desenvolvimento Institucional

FABRÍCIO LEAL DE OLIVEIRA

Gerente de Capacitação

ROBERTO SAMPAIO PEDREIRA

Assessor Técnico

Coordenação, elaboração e

revisão de textos

IRIA CHARÃO RODRIGUES

Assessora Especial de Relações com a Comunidade/

Coordenadora da Secretaria do Conselho das Cidades

GRAZIA DE GRAZIA

Assessora de Relações com a Comunidade

EVANIZA LOPES RODRIGUES

Colaboradora

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Page 126: Participação e controle social 2 · controle social Ministério das Cidades Novembro de 2004 2 CADERNOS MCIDADES ... nossa gestão frente ao Ministério das Cidades ampliando, de

Ministro de Estado

OLÍVIO DUTRA

[email protected]

Chefe de Gabinete

DIRCEU SILVA LOPES

[email protected]

Consultora Jurídica

EULÁLIA MARIA DE CARVALHO GUIMARÃES

[email protected]

Assessor de Comunicação

ÊNIO TANIGUTI

[email protected]

Assessora Especial de Relações com a Comunidade

IRIA CHARÃO RODRIGUES

[email protected]

Assessor Parlamentar

SÍLVIO ARTUR PEREIRA

[email protected]

Conselho Nacional de Trânsito

Presidente

AILTON BRASILIENSE PIRES

[email protected]

Conselho das Cidades

Coordenadora da Secretaria Executiva do ConCidades

IRIA CHARÃO RODRIGUES

[email protected]

Ministra Adjunta e Secretária-Executiva

ERMÍNIA MARICATO

[email protected]

Subsecretário de Planejamento, Orçamento

e Administração

LAERTE DORNELES MELIGA

[email protected]

Diretor de Desenvolvimento Institucional

KELSON VIEIRA SENRA

[email protected]

Diretor de Integração, Ampliação e Controle Técnico

HELENO FRANCO MESQUITA

[email protected]

Ministério das Cidades

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Assessora de Relações Internacionais

ANA BENEVIDES

[email protected]

Departamento Nacional de Trânsito (Denatran)

Diretor

AILTON BRASILIENSE PIRES

[email protected]

Secretário Nacional de Habitação

JORGE HEREDA

[email protected]

Departamento de Desenvolvimento Institucional

e Cooperação Técnica

Diretora

LAILA NAZEM MOURAD

[email protected]

Departamento de Produção Habitacional

Diretora

EMILIA CORREIA LIMA

[email protected]

Departamento de Urbanização e Assentamentos

Precários

Diretora

INÊS DA SILVA MAGALHÃES

[email protected]

Secretária Nacional de Programas Urbanos

RAQUEL ROLNIK

[email protected]

Departamento de Planejamento Urbano

Diretor

BENNY SCHASBERG

[email protected]

Departamento de Apoio à Gestão Municipal Territorial

Diretora

OTILIE PINHEIRO

[email protected]

Departamento de Assuntos Fundiários Urbanos

Diretor

SÉRGIO ANDRÉA

[email protected]

Secretário Nacional de Saneamento Ambiental

ABELARDO DE OLIVEIRA FILHO

[email protected]

Departamento de Água e Esgotos

Diretor

CLOVIS FRANCISCO DO NASCIMENTO FILHO

[email protected]

Departamento de Desenvolvimento e Cooperação

Técnica

Diretor

MARCOS MONTENEGRO

[email protected]

Departamento de Articulação Institucional

Diretor

SERGIO ANTONIO GONÇALVES

[email protected]

Secretário Nacional de Transporte e da Mobilidade

Urbana

JOSÉ CARLOS XAVIER

[email protected]

Departamento de Cidadania e Inclusão Social

Diretor

LUIZ CARLOS BERTOTTO

[email protected]

Departamento de Mobilidade Urbana

Diretor

RENATO BOARETO

[email protected]

Departamento de Regulação e Gestão

Diretor

ALEXANDRE DE AVILA GOMIDE

[email protected]

Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU )

Diretor-presidente

JOÃO LUIZ DA SILVA DIAS

[email protected]

Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.

(Trensurb)

Diretor-presidente

MARCO ARILDO PRATES DA CUNHA

[email protected]

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EDIÇÃO E PRODUÇÃO

Espalhafato Comunicação

EDIÇÃO DO TEXTO

Rosane de Souza

Cristina Chacel

PROJETO GRÁFICO

Anita Slade

Sonia Goulart

FOTOS

Arquivo MCidades

J. R. Ripper

DIAGRAMAÇÃO E ARTE FINAL

David Vignolli

Márcia Azen Tirado

REVISÃO

Rita Luppi

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