Download - Palavras do mundo
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LER+MAR=SER
O MULTICULTURALISMO
PALAVRAS DO MUNDO
Portugal, um país virado para o mar (mapa do século XVI)
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Angola
CONCEIÇÃO CRISTOVÃO
Poeta, engenheiro, docente universitário e deputado angolano, Conceição Luís Cristóvão nasceu no dia 4 de Julho de 1962, em Malanje. Depois de terminar o ensino primário, foi para
a cidade do Huambo, onde fez os estudos secundários. Nesta cidade, sentiu o fervilhar do seu gosto pelas Letras, criando os seus primeiros textos poéticos que o vão revelar como um dos nomes importantes do universo literário da geração de 80. Integra, então, a Brigada Jovem de Literatura do Huambo (BJLH). Angolano empenhado e preocupado com os destinos do seu país, Conceição Cristovão assumiu também as funções de deputado à Assembleia Nacional de Angola. Político e poeta, o autor sempre soube, contudo, separar e distinguir o seu discurso argumentativo e político do seu discurso lírico. Licenciado em engenharia e a exercer a docência na Universidade Agostinho Neto, o autor é membro da União de Escritores Angolanos (UEA).
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RITOS
a cobra se ao deslocar se deixa rasto. a cabra cobra se no óbito há choro de mutudi. ... rasgar a noite negra? se e só no pó se lê: - o riso da morte é único e redondo como um ponto final.
Patrícia Mendes, turma 11TDS
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ANTERO DE ABREU
Antero Alberto Ervedosa de Abreu é o nome
completo de Antero de Abreu, nascido em
Luanda a 22 de Fevereiro de 1927. Fez os
seus estudos primários e secundários em
Luanda, tendo concluído o liceu nessa cidade.
Partiu em seguida para Portugal para estudar Direito, primeiro em
Coimbra e posteriormente em Lisboa, onde terminou o curso. Enquanto
estudante em Lisboa foi dirigente da Casa dos estudantes do Império –
CEI, sendo membro da geração da Mensagem.
Enquanto estudante foi membro do Cineclube de Luanda, escrevendo
crítica de cinema na revista Prisma. Como advogado durante o tempo
colonial foi membro activo no incremento associativo e cultural de
Luanda, integrado no Departamento cultural da Associação dos Naturais
de Angola – ANANGOLA. É membro fundador da União dos Escritores
Angolanos.
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Era o tempo da rua despovoada
Escorria das paredes o musgo do abandono
E o esquecimento gotejava as horas
Sob o charco empedrado do silêncio
Era o tempo dos crepúsculos baixos
Das janelas neutras e cerradas
Era o tempo do cágado
(Morena veio à porta e
Viu o cágado
Atravessar a deserta rua
Silencioso, incógnito e determinado
Entre os perigos inexistentes)
Era o tempo em que a presença dum cágado
Preenchia a humana e inquieta solidão
10º CT8
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COSTA ANDRADE
Francisco Fernando da Costa Andrade ou
simplesmente Costa Andrade, também
conhecido por Ndunduma wé Lépi, nome de
guerra adotado nos tempos da guerrilha no
Leste de Angola, durante os idos anos 60 e 70, é natural do Lépi,
localidade situada na atual província Huambo, onde nasceu em 1936.
Fez os estudos primários e liceais na cidade do Huambo e Lubango.
Costa Andrade realizou estudos de Arquitetura, em Portugal, nas
décadas de 40 e 50. Com Carlos Ervedosa, foi editor da Coleção
Autores Ultramarinos da Casa dos Estudantes do Império, que
desempenhou um papel decisivo na divulgação das literaturas africanas
de língua portuguesa, especialmente da literatura angolana.
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A flor da chuva
... e a flor da chuva no capim tem mais perfume abertas bem abertas estão as mãos para abraçar esta manhã sem nuvens
ontem (não importa já o pôr do sol nas buganvílias) ontem (murchas estão agora as flores das coisas que eram coisas nada mais) ontem havia medo até no caminhar das rolas sobre a areia.
a poesia de hoje é a voz do povo todo o mundo o mundo até de algum silêncio persistente quer romper a mancha que da noite inda nos fala. oh admirável sangue a pulsar em cada estrela o sol é negro e ilumina a imensidão deste perfume que nos traz a flor da chuva
o sol é negro e brilha dos vulcões de cada peito independente.
madrugada de fevereiro. sou angolano! 10º CT8
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Nigéria CHINUA ACHEBE
Chinua Achebe nasceu no dia 16 de
novembro de 1930 e faleceu em Boston,
a 22 de Março de 2013.
Foi romancista, poeta, crítico literário e
um dos autores africanos mais
conhecidos do século XX. Achebe escreveu
cerca de 30 livros (romance, contos, ensaio e poesia), alguns dos quais
retratam a depreciação que o Ocidente faz sobre a cultura e a civilização
africanas, bem como os efeitos da colonização do
continente pelos europeus, mas também escreveu obras abertamente
críticas à política nigeriana.
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BENIN ROAD Speed is violence
Power is violence
Weight violence
The butterfly seeks safety in lightness
In weightless, undulating flight
But at a crossroads where mottled light
From old trees falls on a brash new highway
Our separate errands collide
I come power-packed for two
And the gentle butterfly offers
Itself in bright yellow sacrifice
Upon my hard silicon shield.
Teresa Vieira, 11TDS
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WOLE SOYINKA
Escritor e homem de letras nigeriano, Akinwande Oluwole Soyinka nasceu a 13 de julho de 1934, em Abeokuta. Após ter concluído os seus estudos propedêuticos no Instituto Superior de Ibadan, partiu em 1954 para o Reino
Unido, matriculando-se no curso de Literatura Inglesa da Universidade de Leeds, que concluiu em 1959. Enquanto estudante apaixonou-se pelo teatro, e por altura da sua formação, já havia levado a palco algumas peças da sua autoria, como A Quality Of Violence (1959), The Swamp Dwellers e The Lion And The Jewel. Foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1986.
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NIGHT Your hand is heavy, Night, upon my brow. I bear no heart mercuric like the clouds, to dare. Exacerbation from your subtle plough. Woman as a clam, on the sea's cresent. I saw your jealous eye quench the sea's Flouorescence, dance on the pulse incessant Of the waves. And I stood, drained Submitting like the sands, blood and brine Coursing to the roots. Night, you rained Serrated shadows through dank leaves Till, bathed in warm suffusion of your dappled cells Sensations pained me, faceless, silent as night thieves. Hide me now, when night children haunt the earth I must hear none! These misted cells will yet Undo me; naked, unbidden, at Night's muted birth.
Luís Ribeiro e José Ribeiro,11TDS
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GABRIEL OKARA
Jibaba Gabriel Okara (nascido em 25 de abril
de 1921) é um poeta nigeriano e romancista,
que nasceu em Bomoundi no estado de
Bayelsa, Nigéria.
Foi educado no colégio do governo, Umuahia e, mais tarde, na faculdade
superior de Yaba. Estudou jornalismo na Universidade Northwestern, em
1949. Antes da eclosão da Guerra Civil nigeriana trabalhou como oficial
de informações para o serviço de governo nigeriano Oriental. Em 1979
recebeu o prémio de poesia da Comunidade. Viveu nos Estados Unidos
durante vários anos na década de 1970 e voltou para os EUA em
1990, após um acidente de carro.
A partir de 2009 até à sua morte, foi professor na Universidade de
Brown, nos Estados Unidos.
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ONCE UPON A TIME
Once upon a time, son, they used to laugh with their hearts and laugh with their eyes: but now they only laugh with their teeth, while their ice-block-cold eyes search behind my shadow. There was a time indeed they used to shake hands with their hearts: but that’s gone, son. Now they shake hands without hearts while their left hands search my empty pockets. ‘Feel at home!’ ‘Come again': they say, and when I come again and feel at home, once, twice, there will be no thrice- for then I find doors shut on me. So I have learned many things, son. I have learned to wear many faces like dresses – homeface, officeface, streetface, hostface, cocktailface, with all their conforming smiles like a fixed portrait smile.
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And I have learned too to laugh with only my teeth and shake hands without my heart. I have also learned to say,’Goodbye’, when I mean ‘Good-riddance': to say ‘Glad to meet you’, without being glad; and to say ‘It’s been nice talking to you’, after being bored. But believe me, son. I want to be what I used to be when I was like you. I want to unlearn all these muting things. Most of all, I want to relearn how to laugh, for my laugh in the mirror shows only my teeth like a snake’s bare fangs! So show me, son,
how to laugh; show me how
I used to laugh and smile
once upon a time when I was like you.
Bárbara Leite, turma 11TDS
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NIYI OSUNDARE
O poeta nigeriano nasceu em Ikere-Ekiti e
estudo na Universidade de Ibadan, Universidade
de Leeds, e a Universidade de York, Toronto.
Voltou para a Nigéria para trabalhar como
professor universitário e jornalista.
Desde 1985, tem divulgado a poesia a um vasto público através da
coluna que publica no jornal Tribune. Um dos poetas contemporâneos
mais prolíficos e conceituados da Nigéria. Osundare utiliza idiomas
literários e vernaculares para enquadrar de uma forma lírica e satírica a
sua preocupação com a justiça social. É um grande declamador da sua
poesia, mostrando afinidade com as tradições orais nigerianas.
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NOT MY BUSINESS
They picked Akanni up one morning Beat him soft like clay And stuffed him down the belly Of a waiting jeep. What business of mine is it So long they don’t take the yam From my savouring mouth? They came one night Booted the whole house awake And dragged Danladi out, Then off to a lengthy absence. What business of mine is it So long they don’t take the yam From my savouring mouth? Chinwe went to work one day Only to find her job was gone: No query, no warning, no probe – Just one neat sack for a stainless record. What business of mine is it So long they don’t take the yam From my savouring mouth? And then one evening As I sat down to eat my yam A knock on the door froze my hungry hand. The jeep was waiting on my bewildered lawn Waiting, waiting in its usual silence.
César Ribeiro, 11TDS
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CHIMAMANDA NGOZI ADICHIE
Chimamanda Ngozi Adichie nasceu na
Nigéria, em 1977, tendo ido estudar para
os Estados Unidos aos dezanove anos.
Os seus contos apareceram em diversas
publicações e receberam inúmeros galardões como o da BBC Short Story Competition em 2002 e o Henry Short Story Prize em 2003. A
Cor do Hibisco, o seu primeiro romance, foi distinguido com o
Hurston/Wright Legacy Award 2004 e o Commonwealth Writers’ Prize
2005, tendo também sido finalista do Orange Broadband Prize 2004 e
nomeado para o Man Booker Prize 2004. Meio Sol Amarelo, já
publicado pela ASA, venceu, em 2007, o Orange Broadband Prize, o
Anisfield-Wolf Book Award e o PEN "Beyond Margins Award". Americanah venceu o Chicago Tribune Heartland Prize 2013. A escritora
foi também distinguida, em 2008, com um Future Award na categoria de
Jovem do Ano e recebeu uma bolsa da MacArthur Foundation,
considerada a "bolsa dos génios", no valor de 500 mil dólares. A sua
obra encontra-se traduzida em trinta e uma línguas.
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Lucas, 11º TDS
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Congo SOLANO TRINDADE
CONGO MEU CONGO Pingo de chuva, Que pinga, Que pinga, Pinga de leve No meu coração. Pingo de chuva, Tu lembras a canção, Que um preto cansado, Cantou para mim, Pingo de chuva, A canção é assim.
Congo meu congo Aonde nasci Jamais voltarei Disto bem sei Congo meu congo Aonde nasci...
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BINÉKA DANIÈLE LISSOUBA
Paroles, paroles
Vous avez la parole Presse libre Infos rêvées Afrique sur ondes Quelle presse pour quel monde ? Les nouveaux pirates Cocktail de cartes Comment faire un billet d'humeur
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Camarões - Boulou MONIQUE BESSOMO
Mon cher Pays L'Afrique
Mon cher Pays l'Afrique De Tunis au Cap De Gambie en Somalie Je suis dans mon pays
L'appartenance à toi M'est attribuée par tes voisines Alors que chez toi: "Je suis Camerounaise"!
Pour ta voisine l'Europe: Je suis Africaine Pour ta voisine l'Asie: Je suis Africaine Pour ta transvoisine l'Amérique: Je suis Africaine
Cette identité globale M'honore et j'en suis fière Vive mon Pays l'Afrique !
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MALI
OUMOU DIARRA
Femme d'Afrique, je te rends hommage. A ma grand-mère Ba Fanta Traoré, ma mère Ramata Sidibé et mes tantes Diéneba et Oumou Louise Sidibé, qui m'ont appris que le fait d'être femme n'est guère une apparence, mais plutôt le fait qu'au fond de son coeur, l'on ressent une attitude brave et stoïque devant tous les problèmes sociaux. Le message que je donnerai à ma soeur Fatoumata Boukounta Sangaré serait que la femme devra être combative, patiente et courageuse.
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Costa do Marfim AHMADOU KOUROUMA
« Toute épreuve pour un peuple ou bien sert à purger des fautes ou bien signifie la promesse d'un immense bonheur. Les Ivoiriens ne font plus l’amour comme avant; ils font tous l’amour avec des capotes anglaises. C’est le sida qui veut ça. Toutes les ONG viennent de France avec des bateaux pleins de capotes anglaises. Partout en Côte-d’Ivoire, on trouve ces capotes. Ça permet de faire l’amour sans faire des chiées d’enfants morveux. Ça c’est déjà un progrès! »
in Quand on refuse, on dit non
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Burkina Faso
FRÉDÉRIC PACÉRÉ TITINGA
Une carte postale Tu m’enverras une carte postale, De la douceur des eaux, De la chaleur des lumières ! Ici, Le Soleil Fera place à la Lune, La Lune Au nuage, Le nuage À la nuit, Envoie-moi une carte postale ! Tu m’enverras cette lumière des nuits, Des profonds cratères des Vésuves ! Tu m’enverras ce diamant des ténèbres, De la froideur des Igloos ! Ici, Le Soleil Fera place à la Lune,(…)
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Gabão JUSTINE MINTSA
« Ils étaient habillés comme pour un bal. Mais ce fut un bal singulier que leur. Un bal plané à la fin duquel, sur les grosses feuilles vertes du superbe kaba ocre, avaient éclos d’étranges roses, grosses, rouges et chaudes ; et, sur la chemise jaune délicatement amidonnée, ruisselait en abondance une encre rouge et chaude, qui emportait dans sa course des promesses et des rêves »
in Histoire d’Awu