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Revista do Instituto Geológico, São Paulo, 23(2), 23-33, 2002.

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MORFOLOGIA CRISTALINA DE DIAMANTES PROVENIENTES DAS REGIÕES DE CHAPADA DOSGUIMARÃES, POXORÉU, PARANATINGA, DIAMANTINO E ALTO PARAGUAI - MATO GROSSO

Iede Terezinha ZOLINGERDarcy Pedro SVISERO

Ricardo Kalikowski WESKA

RESUMO

Este artigo refere-se aos principais resultados da análise morfológica de diaman-tes provenientes de depósitos detríticos das regiões de Chapada dos Guimarães,Poxoréu, Paranatinga, Alto Paraguai e Diamantino, localizadas no Estado de Mato Gros-so. As principais características observadas foram o predomínio de cristaisrombododecaédricos, seguidos de fragmentos de clivagem, formas irregulares e agre-gados. As formas menos presentes incluem o octaedro, formas transicionais entre ooctaedro de faces planas e o rombododecaedro de faces abauladas, geminado plano,cubo, pseudohexatetraedro, bem como alguns diamantes policristalinos (carbonado eballas).

Palavras-chave: diamante, Mato Grosso, morfologia, aluviões.

ABSTRACT

This paper presents the main results of a mineralogical investigation carried outon detritic diamonds from the municipalities of Chapada dos Guimarães, Poxoréu,Paranatinga, Diamantino and Alto Paraguai, in the state of Mato Grosso, Brazil. Themain features observed were the dominance of rounded dodecahedral crystals, followedby cleavage fragments, irregular forms and aggregates. Less frequent morphologicaltypes included octahedral, transitional forms between the flat octahedral and the roundeddodecahedral, flat twins, cube, pseudohexatetraedral, as well as some pollycrystalinediamonds (carbonado and ballas).

Keywords: diamonds, Mato Grosso, morphology, alluvium.

1 INTRODUÇÃO

O conhecimento das variações morfológicasexibidas pelo diamante tem interesse acadêmico,uma vez que elas refletem os complexos fenômenosfísico-químicos que atuam durante sua cristaliza-ção e durante o transporte pelo magma kimberlítico(MEYER 1985). Por outro lado, há um interesse prá-tico em conhecer essa classificação tendo em vistaque as aplicações do diamante dependem de suascaracterísticas físicas.

Considerando que a classe cristalina do dia-mante é m3m (YACOOT & MOORE 1993), a discus-são da morfologia deve levar em conta que as úni-cas formas cristalográficas simples possíveis deocorrerem nesse mineral são: cubo,

rombododecaedro, octaedro, cubo piramidado,trioctaedro, icositetraedro e hexaoctaedro. Além decombinações entre estas formas, ocorrem tambémgeminações.

Atualmente a maioria dos autores dividem asformas do diamante em primárias ou primitivas (for-mas simples, combinadas e geminados) e secundári-as que reúnem as formas derivadas. As primárias sãoresultantes do crescimento cristalino, representadasprincipalmente pelo octaedro, geminados e em me-nor proporção pelo cubo e o rombododecaedro, to-dos de faces planas e arestas retas. As formas secun-dárias, derivadas das primárias, exibem evidênciasde dissolução tais como arestas e faces com grau decurvatura variado. Uma larga variedade de formascristalográficas de diamantes naturais e sintéticos

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está bem exemplificada nas Tabelas de Formas Cris-talinas de GOLDSCHMIDT (1916) e na classificaçãomineralógica de ORLOV (1977).

Neste trabalho, é discutida a classificaçãomorfológica de 4.198 diamantes provenientes de de-pósitos detríticos situados nos municípios deChapada dos Guimarães e Poxoréu (borda noroesteda Bacia do Paraná) e nos municípios de Paranatinga,Alto Paraguai e Diamantino (Faixa Paraguai), tal comomostrado na figura 1. Dados geológicos referentesaos depósitos estudados foram apresentados porZOLINGER (2000). Também são descritos dados deoutras pesquisas realizadas em garimpos do Triângu-lo Mineiro, Minas Gerais (LEITE 1969), Alto Araguaia,Mato Grosso (SVISERO 1971), Mina de Romaria, Mi-nas Gerais (SVISERO et al. 1981, SVISERO &HARALYI 1985), Tibagi, Paraná (CHIEREGATI 1989),Serra do Espinhaço, Minas Gerais (CHAVES 1997);

de kimberlitos da África do Sul (WHITELOCK 1973;HARRIS et al. 1975, 1979), Estados Unidos da Améri-ca (McCALLUM et al. 1979, 1994; OTTER et al. 1994),do Cráton Slave, na região ártica canadense (DAVIESet al.1998) e dos lamproítos Ellendale e Argyle daAustrália (HALL & SMITH 1984).

2 DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DOSDIAMANTES ANALISADOS

As informações referentes à morfologia crista-lina e as suas respectivas porcentagens de ocorrên-cia estão na tabela 1. Observa-se pela referida tabelaque a forma cristalográfica dominante nas áreasamostradas é o rombododecaedro {110} de faces earestas com grau de curvatura variado. Também es-tão incluidos os cristais rombododecaédricos des-

FIGURA 1 - Localização e contexto geotectônico das regiões de Chapada dos Guimarães (1), Poxoréu (2), Paranatinga(3), Diamantino (4) e Alto Paraguai (5), Mato Grosso. Modificado de WESKA & SVISERO (2001).

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proporcionados, achatados e alongados, bem comoos de faces planas e arestas retilíneas interpretadoscomo forma de crescimento.

Cristais fragmentados segundo a clivagem(fragmentos de clivagem), com perda de 60 % daforma original, constituem a segunda categoria maisabundante em mais da metade dos lotes, destacan-do-se nos três lotes de Poxoréu, em um dos lotes deChapada dos Guimarães, em dois lotes de AltoParaguai e no lote de Diamantino. São raros os cris-tais com evidências de reabsorção (arredondamentoda superfície fragmentada).

Cristais isentos de feições cristalográficas(emergência de eixos, faces e arestas bem definidas)são classificados como cristais irregulares. É a se-gunda categoria mais abundante em um dos lotesde Chapada dos Guimarães, de Alto Paraguai e dePoxoréu. Nos demais lotes ocorre em menor propor-ção do que outras categorias.

Os agregados cristalinos são definidos porassociações de dois a três cristais de hábitorombododecaédrico. Não observa-se nos lotes es-tudados a ocorrência de associações de outras for-mas cristalográficas.

Os cristais de hábito intermediário entre ooctaedro de faces e arestas planas e orombododecaedro de faces e arestas curvas(octarrombododecaedro) mostram, em graus variá-veis, a seqüência completa de transição entre ooctaedro e o rombododecaedro. Esta transição deforma é ocasionada pela reabsorção dos cristais pelomagma kimberlítico/lamproítico.

Os octaedros são representados por cristaisequidimensionais, de faces e arestas planas. Nãoobserva-se a ocorrência de octaedros com faces earestas abauladas.

Geminados de contato (chapéu de frade) einterpenetrantes, foram agrupados na categoriageminados. Ocorrem em todas as regiões estuda-das, porém em proporções baixas.

As formas cúbica, combinada (p. e. octaedro +cubo), pseudohexatetraedro, trioctaedro, cubopiramidado e as variedades policristalinas carbonadoe ballas são registradas em freqüências baixas emalguns lotes estudados. As formas hexaoctaedro eicositetraedro não foram encontradas no decorrerdesse trabalho.

As freqüências das diversas categoriasmorfológicas estão agrupadas em:

1 - Formas abundantes: rombododecaedro de disso-lução, cristal irregular, agregado cristalino e frag-mento de clivagem;

2 - Formas comuns: octaedro, octarrombododecaedroe geminados (contato e interpenetração);

3 - Formas raras: trioctaedro, pseudohexatetraedro,cubo, cubo piramidado, formas combinadas e di-amantes policristalinos (carbonado e ballas);

4 - Formas ausentes: hexaoctaedro, icositetraedro.

A figura 2 mostra fotomicrografias de varieda-des morfológicas de diamantes estudados, obtidasem microscópio eletrônico de varredura. A figura 3apresenta a distribuição das diversas categoriasmorfológicas reconhecidas, sob a forma de diagra-mas de barra, com o objetivo de facilitar avisualização e a comparação entre os dados das áre-as estudadas.

3 PESQUISAS SEMELHANTES EMDEPÓSITOS DE DIAMANTES PRIMÁRIOS

E SECUNDÁRIOS

Os trabalhos clássicos de FERSMANN &GOLDSCHIMDT (1911), GOLDSCHMIDT (1916) eWILLIAMS (1932), sobre diamantes da África doSul, tratam de questões cristalográficas, hábitos egeminados, inclusões e gênese. Entretanto, não abor-dam variações morfológicas entre populações dejazidas distintas. Esse tipo de estudo só se tornouviável no começo dos anos setenta, quando algunspesquisadores passaram a trabalhar com lotes dediamantes representativos de depósitos primários edetríticos.

LEITE (1969) mostra que, entre os diamantesdo Triângulo Mineiro, predomina a formarombododecaédrica, seguida por geminado de con-tato de contornos irregulares. Entre os octaedros,alguns apresentam faces arredondadas derombododecaedro e outros, arestas e vérticesreentrantes originados pelo crescimento de dois oumais indivíduos paralelos, além de octaedrosequidimensionais e tabulares. São observadas, tam-bém, formas irregulares achatadas ou alongadas, egeminados de hábito tabular (chapéu de frade). Nestetrabalho, os cristais rombododecaédricos são inter-pretados como resultantes da dissolução dooctaedro primário (primitivo).

O estudo morfológico de diamantesaluvionares da Bacia Hidrográfica do Alto Araguaia,feito por SVISERO (1971), demonstra que o hábitorombododecaédrico predomina em todos os locaisamostrados, seguindo de cristais transicionaisoctarrombododecaédricos, geminados de contato,agregados rombododecaédricos, formas irregularese fragmentos de clivagem. Os diamantes

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rombododecaédricos são interpretados como origi-nados a partir da dissolução de cristal octaédricoprimário, conforme LEITE (1969). Além disso,SVISERO (1971) interpreta a forma pseudo-hexatetraédrica como resultante da dissolução deforma cúbica primária, ao contrário dos demais auto-res que continuam denominando essa forma de

hexatetraédrica, fato que conflita com o classe m3m(holoédrica) do diamante. Nesse caso particular, adissolução atua sobre as arestas da forma de cresci-mento inicial (cubo ou cubo piramidado) produzin-do um cristal rombododecaédrico desproporciona-do, aparentemente hexatetraédrico, ocasionando asinterpretações errôneas encontradas na literatura.

FIGURA 2 - Eletromicrografias por Microscopia Eletrônica de Varredura de alguns cristais, ilustrando: A) octaedroisento de dissolução, B) octaedro mostrando o início da dissolução das faces (110) e (100), C) faces de dissolução (100)com orientação negativa, D) forma combinada entre cubo e octaedro sem dissolução, E) forma transicional entre octaedroe rombododecaedro, F) cubo em avançado estágio de dissolução, G) combinação entre cubo e cubo piramidado, H)geminado de contato, destacando-se o plano de geminação, I) octarrombododecaedro, J) rombododecaedro de dissolução(a forma mais freqüente), K) pseudohexatetraedro, L) ballas (diamante policristalino).

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A morfologia de diamantes do ComplexoKimberlítico Kao, Lesotho, descrita porWHITELOCK (1973) foi dividida em seis categoriasdistintas: octaedro, rombododecaedro,rombododecaedro achatado, geminado, agregadocristalino e forma irregular. Na categoria octaedrosão englobados os cristais com forma transicionaloctarrombododecaédrica, talvez pelo fato de apre-sentarem baixo grau de reabsorção. Além disso, oscristais rombododecaédricos achatados são sepa-rados dos regulares, embora a diferença entre osdois ser praticamente desprezível. Outro critério ado-tado, consiste em reunir cristais irregulares junto com

os quebrados (fragmento de clivagem) perfazendoum total de 60 a 70%. De modo geral, predomina acategoria irregular seguida pela rombododecaedro,octaedro e geminado. As demais formascristalográficas apresentam variações menores epouco significativas. Segundo esse autor,rombododecaedros perfeitos contêm linhas sinuo-sas desenvolvidas na diagonal das faces rômbicas,sugerindo a formação parcial de hexatetraedros. En-tre os agregados, observa-se um predomínio derombododecaedro sobre octaedro. Merece destaquetambém a amostragem realizada segundo uma malharegular de 16 pontos cobrindo a área do kimberlito.

FIGURA 3 - Distribuição do número de cristais versus a morfologia cristalina dos diamantes estudados das regiões deChapada dos Guimarães (lotes CG1, CG2 e CG3), Poxoréu (lotes Px1, Px2 e Px3), Paranatinga (lote Pa1), Diamantino(lote Di1) e Alto Paraguai (lotes AP1, AP2, AP3 e AP4). Legenda: 1 - octaedro, 2 - rombododecaedro, 3 -octarrombododecaedro, 4 - trioctaedro, 5 - cubo, 6 - pseudohexatetraedro, 7 - cubo + rombododecaedro, 8 - cubo +octaedro, 9 - cubo piramidado, 10 - geminado, 11 - irregular, 12 - agregado cristalino, 13 - fragmento de clivagem, 14 -ballas. 15 - carbonado. Destaca-se a predominância da forma rombododecaédrica em todas as regiões estudadas.

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kimberlitos. Por exemplo, na intrusão Ellendale osagregados e geminados apresentam principalmentehábito rombododecaédrico. Os cristais de hábitooctaédrico, quase ausentes nas classesgranulométricas maiores, predominam nas classesmenores. Outro destaque são os cristais constituí-dos por 50% de octaedro e 50% derombododecaedro, que conforme os referidos auto-res, representam uma segunda geração de cresci-mento, na qual o rombododecaedro (reabsorvido)da primeira geração serviu de núcleo para o cresci-mento do novo octaedro. No Lamproíto Argyle, pre-dominam os cristais irregulares e geminados de con-tato, ocorrendo em proporções bem menores osrombododecaédricos. Cristais octaédricos planos,da mesma forma que em Ellendale, concentram-senas classes granulométricas menores. Com o aumen-to da granulometria, diminui o número de cristaisirregulares e em relação a estes, aumenta o númerode agregados e de octaedros. Os autores concluemque os diamantes dos dois corpos apresentam evi-dências de intensos processos de dissolução.

CHIEREGATI (1989) utiliza os mesmos critéri-os adotados por SVISERO et al. (1981), na classifi-cação dos diamante detrítico das regiões de Itararé-Jaguariaíva, Tomazina, Ibaiti, Telêmaco Borba eTibagi (PR). Nesses locais, predominam diamantescom forma rombododecaédrica, seguida pela formade transição octarrombododecaédrica. Ocorrem emproporções menores cristais octaédricos, cubospiramidados, geminados e agregados policristalinoscom morfologia variada.

OTTER et al. (1994) dividem a morfologia dodiamante, em primária (características decorrentes dacristalização) e secundária (decorrente da reabsorçãoapós a cristalização). Na morfologia primária sãoincluidos octaedro, cubo, rombododecaedro de fa-ces planas, cubo-octaedro, geminados, agregado demicrocristais (< 1 mm) e macrocristais (> 1 mm), cris-tais irregulares, diamante policristalino (ballas) elonsdaleita (polimorfo hexagonal). A morfologia se-cundária, classificada com base no grau dereabsorção, constitui 5 categorias distintas,flanqueadas pelo octaedro primitivo e pelorombododecaedro de dissolução. Este método é apli-cado em um lote de 1.816 cristais (Distrito de Colorado-Wyoming) do qual resultam as seguintes característi-cas: a) predomínio destacado de cristais octaédricosnas duas intrusões, b) ocorrência pequena de agre-gados, cristais irregulares e geminados, c) cristais dehábito cúbico e cúbico-octaédrico, constituindo jun-tos apenas 2% do total das amostras. OTTER et al.(1994) verificam que os diamantes sofreram uma per-

HARRIS et al. (1975) elaboraram umametodologia para classificar a morfologia de diaman-tes dos Kimberlitos Premier, Finsch e Koffyfontein edo depósito aluvionar Dreyer Pan. Também procu-ram estabelecer se o diamante de uma determinadafonte pode ser classificado qualitativamente por meiode suas propriedades físicas. Segundo esses auto-res, as características físicas dos diamantes variamcom o tamanho, sendo particulares e diagnósticaspara cada um dos depósitos estudados. Os fatoresconsiderados na classificação incluem forma crista-lina, transparência, cor macroscópica, número de in-clusões e características superficiais (capas opacas,grafitosas, etc.). Dando continuidade a esses traba-lhos, HARRIS et al. (1979) observam que amorfologia dos cristais não varia com a profundida-de da intrusão.

Diamantes do Complexo Kimberlítico Sloan 1e 2, Distrito de Colorado-Wyoming, Estados Uni-dos da América, caracterizados por McCALLUMet al. (1979), exibem a forma rombododecaédricadesproporcionada em grau variável e a transiçãocompleta da forma octaédrica para arombododecaédrica. As formas mais freqüentes sãoagregados de octaedros, e de rombododecaedros,octaedro, octarrombododecaedro, geminados decontato e rombododecaedro. Ocorrem também for-mas irregulares agrupadas com fragmentos declivagem. A alta porcentagem de cristaisoctaédricos em relação à proporção relativamentebaixa de rombododédricos sugere que a ação dadissolução foi pouco intensa neste complexokimberlítico. Levando em conta a ocorrência de for-mas transicionais entre o octaedro e orombododecaedro, os referidos autores concluemque a forma original de crescimento é o octaedrode faces planas e arestas retilíneas.

SVISERO et al. (1981) apresentam o primeirotrabalho específico sobre a caracterização de proprie-dades morfológicas e físicas baseadas em lotes comrepresentatividade estatística sobre a Mina de Roma-ria (MG). Neste caso, um lote constituído por 5.317diamantes confirma o predomínio do hábitorombododecaédrico de faces curvas, seguido por cris-tais transicionais entre octaedro e rombododecaedro.Posteriormente, SVISERO & HARALYI (1985) mos-tram que a relação octaedro/rombododecaedro (O/R)e a razão cubo/cubo piramidado (C/CP) mostram re-dução com o aumento da granulometria.

As características morfológicas de diamantesdos Lamproítos Ellendale e Argyle (Austrália), estu-dada por HALL & SMITH (1984) comporta-se deforma contrastante com as de diamantes de

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da de 25% da massa durante os processos dereabsorção. Os cristais quebrados ou fraturados re-sultam da descompressão durante a erupção domagma kimberlítico, devido à expansão diferencialentre as fases inclusas e o diamante hospedeiro.Muitos cristais foram quebrados antes da reabsorção,mas não necessariamente no último estágio da corro-são, apresentando faces quebradas reabsorvidas. Aocorrência de trígonos e de cavidades quadráticasnegativas, bem como a ausência de estruturas positi-vas, sugere que a reabsorção ocorreu a alta tempera-tura (> 900° C), provavelmente por oxidação na pre-sença de fluidos ricos em H2O ou CO2.

Em trabalho complementar, McCALLUM etal. (1994) ampliaram o número de diamantesamostrados para 112.085, incluindo nessaamostragem os kimberlitos Maxwell, Autman,Schaffer, Chicken Park, Sloan 1 e 2 e George Creek 1e 2 (Distrito de Colorado-Wyoming). No entanto,apresentam dados de morfologia de apenas 3.917cristais. O octaedro é a forma predominante na maiorparte das intrusões, exceto em Chicken Park e nocorpo George Creek 1, onde agregados cristalinossão mais abundantes. Os agregados são classifica-dos em simples (constituídos de 2 a 3 cristais) emulticristalinos (compostos por mais de três cris-tais). Os simples predominam no corpo Maxwell,Autman, Shaffer, Sloan 1 e 2, enquanto osmulticristalinos em Chicken Park (35%) e em GeorgeCreek K1 (42%). Outro destaque é a presença daforma combinada cubo+octaedro em Autman,Schaffer, George Creek 2 e Maxwell. Os geminados,mais abundantes em George Creek K1, são dividi-dos nos tipos de contato e interpenetrantes, sendoo primeiro tipo mais abundante e estando presenteem todos os corpos amostrados. A maior parte dosdiamantes estudados mostram distorções geométri-cas consideradas resultantes do crescimento primá-rio.

TRAUTMAN et al. (1997) comparam a ocor-rência de microcristais de diamantes entrekimberlitos de Yakútia (Russia) e lamproítos da Aus-trália, e observam que em Yakútia ocorre o predomí-nio de octaedros, rombododecaedros e agregados,enquanto na Austrália, predominam os octaedros,geminados e agregados. Comparando as categori-as, observa-se que a proporção de octaedro e cubosão aproximadamente equivalentes nos dois locais,e que a maior diferença de freqüência ocorre entrerombododecaedro, geminados e agregados cristali-nos. De modo geral, os cristais apresentam alto graude modificação da forma primária octaédrica, sendoraros aqueles isentos de dissolução.

Continuando os trabalhos de caracterizaçãomorfológica dos diamantes brasileiros, CHAVES(1997) trata das ocorrências detríticas da Serra doEspinhaço em Minas Gerais, enfatiza os depósitosdas regiões de Diamantina, Grão Mogol e Jequitaí.De forma análoga ao observado em outras localida-des do país, na Serra do Espinhaço predominam cris-tais rombododecaédricos de faces curvas e arestasabauladas, seguidos por cristais de morfologiatransicional e geminados. Em proporções menoresocorrem a forma cúbica, fragmentos de clivagem,além de carbonado e ballas.

Dados preliminares a respeito de diamantesdo kimberlito DO-27, situado no Cráton Slave, naregião ártica canadense, são apresentados porDAVIES et al. (1998). A morfologia dos diamantesinclui as variedades octaedro simples e combinadocom outras formas pouco reabsorvidas erombododecaedro com alto grau de reabsorção. Osoctaedros constituem 30 %, os rombododecaedros29 %, cubo e cubo+octaedro 12 %, agregados 14,5%, e fragmentos de clivagem 14,5 %. Segundo essesautores, a maioria dos cristais perderam de 25 a 65 %da massa original nos processos de reabsorção.

Nos depósitos primários descritos, o predomí-nio de determinada forma sobre outras é evidente.No Kimberlito Kao (Lesotho) os cristais irregularespredominam sobre rombododecaedros e geminados(WHITELOCK 1973). Nas intrusões Maxwell,Aultman, Schaffer, Chicken Park, Sloan 1 e 2 e GeorgeCreek 2, Estados Unidos da América, os cristasoctaédricos predominam sobre os agregados e cris-tais irregulares que ocorrem em proporções bemmenores (OTTER et al. 1994, McCALLUM et al.1994). Por outro lado, na intrusão George Creek 1desse campo kimberlítico, destacam-se os agrega-dos cristalinos seguidos dos cristais irregulares edos geminados, sendo o octaedro pouco freqüente(McCALLUM et al. 1994). Nos lamproítos Ellendalee Argyle da Austrália predominamrombododecaedros, seguidos de cristais irregularese geminados (HALL & SMITH 1984) e no CrátonSlave, Canadá, os cristais octaédricos são mais abun-dantes do que os rombododecaédricos e formascombinadas. Portanto, como vem sendo observado,a diversidade morfológica dos diamantes emkimberlitos e lamproítos é característica de cadaintrusão.

Nos depósitos detríticos das regiões de AltoAraguaia (SVISERO 1971), Rio Tibagi (CHIEREGATI1989), Mina de Romaria (SVISERO et al. 1981,SVISERO & HARALYI 1985) e Serra do Espinhaço(CHAVES 1997), predominam cristais

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rombododecaédricos seguidos por formastransicionais e geminados de contato. Já nos dia-mantes do Triângulo Mineiro, analisados por LEITE(1969), a forma rombododecaédrica é seguida porgeminado de contato de contornos irregulares.

4 CONCLUSÕES

Os diamantes estudados por meio demicroscopia óptica e eletrônica de varredura (MEV),mostram variedades de formas cristalográficas, ca-racterizadas pela alta proporção de rombododecae-dros em todos os lotes estudados (42,28 a 50,28 %),seguida por fragmentos de clivagem (9,87 a 16,91%), cristais irregulares (entre 8,17 a 12,87 %), agre-gados cristalinos (8,07 % a 12,31 %),octarrombododecaedros (6,0 % a 17,71 %), octaedros(5,97% a 9,61%) e geminados de contato (1,12 % a5,15 % ). Já as formas combinadas (cubo piramidado+ cubo, octaedro + cubo, etc.), diamantespolicristalinos (carbonado e ballas),pseudohexatetraedros, cubos e trioctaedros ocor-rem em baixas porcentagens.

A forma arredondada dos cristaisrombododecaédricos beneficia seu transporte, poissofrem menos atrito, predominando em depósitossecundários. Cabe ressaltar, que após o emplacementda intrusão kimberlítica/lamproítica, desde que nãoocorra metamorfismo, as condições físico/químicasdo meio ambiente não alteram mais as propriedadesfísicas do diamante, nem mesmo através dos pro-cessos intempéricos e erosivos que desagregam arocha hospedeira, o que faz que o diamante e osdemais constituintes minerais sejam afetados so-mente pelas condições mecânicas do transporte emmeio aquoso.

Os octaedros, cubos, formas combinadas egeminados de contato, devido a clivagem perfeita,podem ser fraturados internamente, nas arestas evértices, ocasionando fragmentação por impactosdurante o transporte (SUTHERLAND 1982). O mes-mo ocorre com cristais com defeitos estruturais einclusões minerais.

A alta porcentagem de fragmentos de clivagem(sem evidências de dissolução) é portanto ocasio-nada pelo transporte para os depósitos detríticos. Adureza (10) do diamante não permite que o atritocom outros minerais de dureza mais baixa (quartzoentre outros detritos), desgaste suas faces e arestasmodificando sua forma original, o transporte apenasafeta o tamanho do diamante.

A diversidade de formas cristalográficas ob-servadas pode estar relacionada à presença de dife-

rentes fontes primárias abastecendo os depósitosdetríticos. Contudo, dados de morfologia analisa-dos isoladamente não são suficientes para determi-nar tal possibilidade.

As regiões de Chapada dos Guimarães,Poxoréu, Paranatinga, Alto Paraguai e Diamantino,todas produtoras de diamantes desde o século pas-sado, estão relativamente afastadas entre si, entre-tanto englobadas pelo Rift Rio das Mortes (WESKA1996) (Figura 1). Fato que permite a sugestão dasáreas fontes que abasteceram os depósitos dos quaisprovêm os diamantes analisados.

Para as regiões de Diamantino e Alto Paraguaipodem ser o Grupo Parecis, ou ainda depósitos pri-mários não identificados.

Na região de Paranatinga, a origem do dia-mante pode estar relacionada tanto ao Grupo Pareciscomo também a rochas kimberlíticas (no sentido deHAGGERTY 1999) do Campo Kimberlítico deParanatinga (WESKA & SVISERO 2001).

Em Chapada dos Guimarães e Poxoréu, os con-glomerados e as rochas piroclásticas (~85Ma.) mui-to alteradas (equivalentes ao Grupo Bauru, WESKA1996), inserem-se como prováveis fontes alternativae intermediária para estes diamantes.

A Formação Cachoeirinha de idade terciária,também é fonte para cascalhos quaternários, pre-sentes nos depósitos detríticos dos quais provêmos diamantes estudados.

Conseqüentemente, é possível que esses dia-mantes estejam relacionados a fontes primárias esecundárias. Esse fato concorda com as caracterís-ticas morfológicas descritas em cada depósito, ondeforam observadas porcentagens altas derombododecaedros e de fragmentos de clivagem, oque sugere transporte prolongado, e/ou ainda queos diamantes estiveram sujeitos a vários cicloserosivos.

5 AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à FAPESP (Processo95/5635-9), ao Prof. Dr. Claudio Riccomini e ao Enge-nheiro Ysaac Jamil Sayeg, responsáveis pelo Labo-ratório de Microscopia Eletrônica do Instituto deGeociências da Universidade de São Paulo, pelo ex-celente trabalho desenvolvido na produção defotomicrografias, que destacam a morfologia dosdiamantes estudados. Agradecem também à CAPESpela bolsa concedida a Pós-graduanda Iede Zolingerdurante o período de mestrado e ao Prof. Dr. DanielAtencio do Departamento de Mineralogia eGeotectônica do IG/USP, pela revisão do texto.

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Endereço dos autores:Iede Terezinha Zolinger: Departamento de Mineralogia e Geotectônica, Instituto de Geociências, Universi-dade de São Paulo. Rua do Lago 562, CEP 05508-900, Cidade Universitária, São Paulo, SP. Pós-graduação(CNPq). E-mail:[email protected] Pedro Svisero: Departamento de Mineralogia e Geotectônica, Instituto de Geociências, Universidadede São Paulo. Rua do Lago, 562 , CEP 05508-900, Cidade Universitária, São Paulo, SP. E-mail: [email protected] Kalikowski Weska: Departamento de Recursos Minerais, Instituto de Ciências Exatas e da Terra,Universidade Federal de Mato Grosso. Av. Fernando Correa da Costa s/n, Coxipó, Cuiabá, MT, CEP 78060-900. E-mail: [email protected]


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