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Fernando Lincoln Mattos
Padrões Livres
O que está em jogo
Em primeiro lugar, o Conhecimento As Economias estão baseadas crescentemente em
informações e bens intangíveis. O software e seus códigos-fonte são fundamentais neste contexto.
Ao contrário dos bens tangíveis, os intangíveis podem ser utilizados sem desgaste. Podem ser copiados sem perda. Não é possível expropriá-los, não se desgastam, não é possível “pirateá-los”.
Em segundo lugar, os Padrões Padrões proprietários X Padrões públicos. Padrões
proprietários reforçam monopólios; padrões públicos desconcentram poder.
A “propriedade intelectual” e sua desconstrução
Como surgiu a propriedade intelectual Estatuto de Anne (Inglaterra, 1710), dando direitos
exclusivos aos editores de Londres (copyright) Sentença judicial de Massachussets-EUA, 1845,
julgando conflito de uma patente específica: as ideias tem status equivalentes a bens materiais, quanto ao direito de propriedade. Outros juízes acompanharam este entendimento.
Surge como monopólio por tempo limitado, concedido ao autor/criador. Originalmente, o tempo deveria ser o suficiente para gratificá-lo, mas não para prejudicar o interesse público.
A “propriedade intelectual” e sua desconstrução
O que a “propriedade intelectual” virou Nos bens tangíveis, o empresário detém os meios
de distribuição da obra. O autor vende os direitos de cópia ao empresário, que passa a deter os direitos exclusivos de cópia da obra.
Inicialmente criados para durar 14 anos, os copyrights dificilmente duram menos que 100 anos, no mundo todo (Estados Unidos: 120 anos, sempre evitando que Mickey, Pluto e Pato Donald caiam em domínio público).
O Caso Walter Elias e seus “direitos de uso”
“Criação” de Walter Verdadeiro criador
Pinóquio Carlo Collodi
A Bela Adormecida Irmãos Jacob e Philip Grimm
Cinderela Charles Perrault
Alice no País das Maravilhas Lewis Carroll
Peter Pan James M. Barrie
Castelo-símbolo da Disneylândia Cópia do castelo de Neuschwanstein (Bavária, Alemanha)
A orgia do copyright As corporações e o “mercado da informação” O mercado das patentes
Registros de todo tipo: registro de ideia, registro preventivo (para bloqueio de ideia do concorrente), prevenção de cópias.
Patentes “submarinas” Patentes apenas para extorquir dinheiro O negócio do futuro: o mercado especulativo de
plantas, frutas, medicamentos, receitas, ervas curativas, animais, microorganismos e... genoma humano
Softwares e bolos CREATE OR REPLACE FUNCTION func_listar_orcamentoanual(OUT id INTEGER, OUT estado VARCHAR, OUT diretoria VARCHAR, OUT ano INTEGER) RETURNS SETOF record AS$$DECLARE resultado RECORD;BEGIN FOR resultado IN SELECT * FROM tab_orcamentoAnual LOOP id := resultado.id; estado := resultado.estado; diretoria := resultado.diretoria; ano := resultado.ano;
RETURN NEXT; END LOOP;END;$$ LANGUAGE 'plpgsql';
INGREDIENTES
# 2 copos e meio de farinha# 2 copos e meio de açúcar# 1 copo de leite# 4 ovos# Fermento em pó
MODO DE PREPARO
1. Bata as claras em neve, 2. à parte bata o açúcar com as gemas, misture as claras batendo sempre 3. a farinha de trigo o fermento e o leite fervendo, por último uma pitada de sal 4. Asse em forno pré-aquecido 5. Assadeira de buraco ou redonda 6. Cubra com uma mistura de açúcar clara e maracujá, você pode também por um chocolate ou algum ao seu gosto
(http://tudogostoso.uol.com.br/receita/2986-bolo-simples.html)
Os quatro tipos de liberdade do software livre
Pré-requisito: acesso ao código-fonte do programa
Liberdade de executar o programa Liberdade de estudar o programa e adaptá-lo às suas
necessidades Liberdade para redistribuir cópias do programa Liberdade de modificar o programa e distribuí-lo com
estas modificações
Software livre não é o mesmo que software gratuito! Um software livre pode perfeitamente ser vendido pelo seu autor, desde que possibilite as 4
liberdades.
Software proprietário Pode ser vendido ou não. Sua principal diferença
para o software livre é que seu dono não dá acesso ao código-fonte.
Outros tipos de software proprietário: Software freeware – é gratuito, mas não pode ser
modificado sem autorização. Software shareware (“trial” ou “amostra grátis”) –
é gratuito, mas possui limitações de uso: tempo, funcionalidades, etc.
Software demo – apenas para DEMOnstrações. Possui limitações de uso.
Licenças mais utilizadas para distribuição de software: Copyleft, Copyright e Creative
Commons
Copyleft: “all rights reversed”
(associada à GPL – General Public License)
Copyright: “all rights reserved”
(dividido em “direito de autor” e “direito de reprodução”)
Creative Commons: “some rights reserved”
(abdicação de parte dos direitos, pelo seu detentor)
A internet foi criada para compartilhar. E agora?
O velho artifício da “propriedade intelectual” não funciona neste meio...
As tentativas (inúteis) de controle: o DRM (Digital Rights Management)
As estratégias da indústria: Confundir compartilhamento com comércio Dizer que as ideias podem ser individuais – quando
são, sempre, coletivas, em sua história e em seu processo de criação.
A criatividade pede novas leis.
Padrões livres e os grandes temas
A questão dos padrões livres “puxa” discussões sobre:
Democracia Modelos econômicos/monopólios Liberdades Poder Redes Sociais Desobediência civil / Participação política