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UNIVERSIDADE SO JUDAS TADEU

TRABALHO DE ANLISE E SNTESE HISTRICA DA CIDADE DE OURO PRETO

CARACTERSTICAS GEOGRFICAS, ECONMICAS, SOCIAIS E DE POVOAMENTO.

Duplas e suas respectivas funes:

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RATURMAPovoamento 1BARMKarina Mayumi Okagawa 201406651Camila dos Santos Martins 201401819

GeografiaFernanda Pereira do Nascimento201405587Sarah Siqueira Barbosa201403885

Economia

Vinicius Macedo Biasoto201303739Caroline Virginia Dato 201409896

Organizao SocialDbora Garcia Rgo 201402408Gabriel Santos Silva201411379

Sntese e Apresentao Victor Fernandes Avils201407646Jssica Dias da Silva201412020SUMRIO

Introduo32. Economia42.1 Contextos Histricos42.2. Principais pontos da economia de Ouro Preto52.2.1. Escravido52.2.2. Atividades Mineradoras52.2.3. Administrao das Minas63.2 Clima (Vila Rica. Formao e desenvolvimento residncias; p.66-69)63.3 Arruamento (Vila Rica. Formao e desenvolvimento residncias; p. 69-83)73.4 Zoneamento e loteamento (Vila Rica. Formao e desenvolvimento residncias; p. 83)93.5 Materiais (Vila Rica. Formao e desenvolvimento residncias)94. Povoamento105. Organizao Social126. Concluso e Consideraes Finais157. Bibliografia16

Introduo

Este trabalho acadmico tem como objetivo analisar a cidade de Ouro Preto usando como base a teoria dos autores Caio Prado, Gilberto Freyre e Srgio Buarque de Holanda. Foram estudadas as teses dos autores em relao formao da colnia, do Brasil e do Brasileiro. Aps este estudo e com mais pesquisas aplicamos essas teorias em cada tpico formador da cidade em questo.A Economia foi o elemento fundamental para a formao da antiga Vila Rica, mais tarde nomeada Ouro Preto, pois o Ouro encontrado em suas terras foi grande atrativo da colnia portuguesa que gerou muita demanda de trabalhadores para a extrao nas minas, ocasionando ento a escravido dos ndios e a exportao cada vez mais frequente de africanos. Por se tratar de uma extrao voltada ao comrcio exterior, junto atividade mineradora se desenvolveram arteses e comerciantes, junto a esses se uniram negros, judeus, cristos, ciganos... Apesar de possuir um terreno quase imprprio para a habitao, por no possuir reas planas e ter uma caracterstica de instabilidade climtica todos criaram a populao que se caracterizou pela rebeldia e coragem para lutar por sua liberdade e independncia da Colnia Portuguesa. Nesse Perodo de luta pela liberdade, os brancos eram quem dominavam a sociedade, e os negros eram os subordinados, mas esto em uma situao melhor que outros, pois ainda tinham a possibilidade de comprar sua liberdade atravs do sistema trabalho-recompensa, caracterstico da atividade mineradora. De modo geral a vida da populao era simples e pacata. Os homens ficavam responsveis pelas atividades profissionais e as mulheres pelos servios domsticos e cuidando dos filhos.

2. Economia2.1 Contextos Histricos

Inicia-se a partir do final do sculo XVII a minerao, marcada pela explorao e extrao de ouro na regio de Vila Rica, nome que foi substitudo por Ouro Preto mais tardar de acordo com a sua origem histrica.A importncia dessa explorao foi to grande para Portugal, que o governo decidiu mudar a capital, at ento em Salvador, para o Rio de Janeiro, pois desta forma estariam mais prximos das minas de ouro.Em 1719 por ordem do rei, foi decretada a criao no Distrito de Minas as Casas de Fundio, as quais fariam a cobrana do imposto do quinto devido Portugal, uma vez que o Brasil era apenas um colnia deste.Todo ouro encontrado deveria ser levado a uma dessas casas, que estavam situadas em diferentes centros de minerao, para que fosse pesado, fundido, transformado em barra e cunhado com o selo real. Um comerciante portugus Pascoal da Silva Guimares enriquece com o ouro encontrado nas encostas do morro do Ouro Podre, indignado com o inicio do controle portugus e a cobrana do quinto, inicia um movimento de revolta conhecido como Sedio de Vila Rica. Para por fim no movimento Dom Pedro de Almeida, manda prender e enforcar Felipe dos Santos, fiel partidrio de Pascoal, depois manda incendiar o arraial do Ouro Podre. A produo de ouro chega ao seu pice nos anos de 1730 1760, o quinto do ouro chegou a 34.275 quilos, o que leva a soma 2.142 quilos recolhidos por ano pela coroa Portuguesa. Mas em 1763, no final do governo de Gomes Freire, ocorre a decadncia do ouro e uma iminente crise econmica. Tais ocorrncias levam a colnia portuguesa a criar novos impostos, sem se preocupar em tornar ativa a economia colonial.O inconformismo com a situao econmica faz nascer no seio de Vila Rica uma conscincia revolucionria, camadas atingidas que comeam a conspirar e tramar a conjurao mineira, visando a separao da colnia de Portugal e a proclamao da independncia. O movimento ficou conhecido como Inconfidncia Mineira, mas foi frustrado pela denuncia do coronel Joaquim Silvrio dos Reis ao Visconde de Barbacena em 1789.No Inicio do Sculo XIX, Vila Rica deixa de ser a referncia econmica do pas, deixando espao a introduo da lavoura de caf em outras regies como So Paulo e Rio Grande do Sul. 2.2. Principais pontos da economia de Ouro Preto2.2.1. EscravidoQuando falamos na economia colonial, o que no podemos deixar de citar a Escravido. Dois so os tipos de escravido: a vermelha, que eram a dos ndios, e a africana, com os negros trazidos da frica. Ambas contriburam para Foi marcada pelo uso de escravos do continente africano, que faziam todo o trabalho pesado e eram tratados como animais. Alguns ndios tambm foram tratados desta forma, mas por j conhecerem oterritrioem que estavam era mais fcil fugir.Ambos foram grandes contribuintespara o crescimento da economia.

Figura 1 Imagem de mineradores na poca da crise da minerao.2.2.2. Atividades Mineradoras

http://www.mundoeducacao.com/historiadobrasil/a-crise-mineracao.htm - Acesso em 25/09/2014Podemos citar Tambm a atividade mineradora, era altamente especializada, de modo que toda mercadoria necessria ao consumo vinha de fora. Por isso, ao lado dos milhares de mineradores, foram se estabelecendo arteses e comerciantes, dando regio das minas um povoamento com forte tendncia urbanizao. Tambm a administrao, preocupada em evitar o contrabando e a sonegao, favoreceu a urbanizao. O agrupamento em cidades facilitava o controle sobre a produo mineradora. Assim, rapidamente o arraial do ouro se transformou em um centro urbano: Vila Rica do Ouro Preto.A riqueza proveniente da extrao do ouro na regio possibilitou a formao de um mercado consumidor, principalmente para garantir o fornecimento de mercadorias para o consumo dos habitantes do local. A formao do mercado consumidor interno na cidade de Vila Rica foi favorecida pelo fato da explorao de ouro possibilitar a constituio de camadas intermedirias na pirmide social. Havia uma considervel quantidade de pessoas que detinha um nvel mdio de renda, o que possibilitava a compra de produtos para a alimentao, vesturio e de outros tipos que eram oferecidos no local. 2.2.3. Administrao das Minas

A minerao j se encontrava regulamentada, aos cdigos mineiros que foram criados no inicio do sculo XVII, embora admitisse a livre explorao das minas, impunham uma fiscalizao rigorosa na cobrana do quinto.

3. Geografia 3.1 Topografia (Vila Rica. Formao e desenvolvimento residncias; p.61-66)

A topografia de Vila Rica caracteriza-se por difcil ocupao visto que terrenos planos naturais so quase ausentes e sua obteno invivel pela dureza do solo. Porem essas dificuldades so superadas devido o potencial para comrcio de ouro da regio. Suas ruas so cercadas por um lado com aclives e por outro, declives e, por esse motivo, desistiu-se da ideia de corrigir tais terrenos, resultando na opo de edificar as casas sobre pilares ou esteios, sendo preferencial o uso da madeira. Tais aclives proporcionam duplicidade de pavimentos (espao entre o solo e o piso alto) no qual se instalam lojas no trreo. J em construes em declives, proporcionam obstculos onde os pores ficam inativos devido ao mau acesso a ele. Essa topografia to rdua tambm pode ser atribuda a pouca aplicao da taipa de pilo (tcnica de utilizar os materiais e recursos do prprio ambiente em que a edificao construda).Superando as dificuldades da topografia tpica do local, podem-se enxergar vantagens de ordem higinica uma vez que o terreno favorece o fcil e rpido escoamento de guas (pluviais ou de serventias). Porm, depois de sculos contra a complicada topografia, entende-se uma impossibilidade de adapta-la para suportar e atender necessidades de uma cidade grande.3.2 Clima (Vila Rica. Formao e desenvolvimento residncias; p.66-69)

Com relao ao clima, Vila Rica localizada em terrenos altos (media de 1100m altitude), e situa-se entre serra de Ouro Preto e serra do Itacolomi. Recebe correntes frias que requerem maiores cuidados com as edificaes, como foi o caso do Hospital de Misericrdia, que se muda para um lugar mais protegido para preservar-se dos mal tratos que causas naturais podem ocasionar (correntes e outros); e da igreja das Mercs e Perdoes, que tem sua fachada invertida para o sul (pois tinha porta principal para o norte, onde recebia ventos impetuosos). Por outro lado, o sol ardente, prprio da altitude, compensa as sombras e os ventos frios, proporcionando frequentes alternncias de temperatura. Tenta-se corrigir vagarosamente, devido falta de estudos aprofundados e recursos, essas condies climticas atravs da arquitetura das habitaes.Devido a instabilidade do clima, telhas sobrepostas so substitudas por outras que protegessem melhor os muros que coroam; e casas so isoladas do exterior, reduzindo-se os vos, no favorecendo a intimidade e defesa dos lares. Prevalecem francamentos cheios.As trelias visam mais vedao dos interiores que sua proteo contra o calor intenso. 3.3 Arruamento (Vila Rica. Formao e desenvolvimento residncias; p. 69-83)A Vila se localiza num trecho de estrada que liga o litoral ao interior, para conduo dos mantimentos ao pblico. Dentre eles, o mais importante a estrada tronco, o mais transitado, definindo, assim, a configurao linear da Vila. Ao longo dos anos, vai se corrigindo acompanhando a marcha das mineraes que, a princpio apegados aos vales, foi transpondo a serra. A imagem a seguir retrata os principais arruamentos. Ouro Preto estaria depois de Mariane.

Estrada tronco e sua topografia

O eixo longitudinal da povoao e suas ruas mais importantes fazem-se no mesmo sentido do vale e da serra do Ouro Preto, vencendo as ondulaes do terreno. Raramente procuram adaptar-se s suas curvas de nvel. Arruamentos abertos em retas praticamente impossibilitam o transito, obrigando a solues pouco satisfatrias: degraus, como a Rua das Escadinhas. E degraus mais largos (patamares) compem os planos onde assentam as construes. Quando as vias pblicas so tratadas por inteiro, tornam-se necessrios aterros e desaterros nas frentes das construes, do que se encarregam os prprios moradores. As violentas enxurradas que descem os morros s deixariam de ofender as ruas quando essas fossem pavimentadas com boas pedras de tio bem interligadas. Em certos casos, exigem-se tambm paredes ou cortinas capazes de conter os desabamentos provocados pelas guas. 3.4 Zoneamento e loteamento (Vila Rica. Formao e desenvolvimento residncias; p. 83)As pontes subdividem a Vila, sendo, portanto, cada zona delimitada pelos cursos dgua a que essas pontes transpem, gerando 7 zonas. As casas construdas sobre terrenos irregulares so raramente distribudas por quadras. Elas so cercadas por muros de pedra seca que tambm proporcionam separaes internas. (Fig. 13)

Fig 13Em se falando de lotes, as medidas so variadas. Alguns deles, excepcionalmente quadrados, medem 30 m por lado e comporta 4 reas iguais (moradia e subdivises para confinao de hortas alimrias e minerao). Outros so menores, no possuindo muito terreno alm do da moradia. J nas zonas de maior valorizao, tm dimenses mnimas, raramente ultrapassam 10 m.3.5 Materiais (Vila Rica. Formao e desenvolvimento residncias)Nos terrenos localizados em Vila Rica h rochas de diversos tipos: granito, gneiss, xistos argilosos e micceos, micaxisto, calcrio, itabiritos, xistos ferruginosos e diques de rochas eruptivas, como dibases, dioritos, anfiblitas, serpentinosas, entre outras.Voltando-se arquitetura, os quartzitos em blocos ou em formaes estratificadas foram utilizados como lajes e altamente empregadas na Vila. Outras pedras utilizadas para acabamentos e decoraes so as talcosas e macias, conhecidas como pedra-sabo ou de panela (agalmatolitos e esteatitos) que s foram usadas em torno da povoao. Elas so compactas e homogneas, oferecendo alta resistncia aos esforos a que so submetidas (pilares, vergas, cunhais, etc.), macias de se trabalhar e no se decompem como acontece com os quartzitos quando h umidade em suas faces expostas ao tempo.Ao longo do solo da povoao, encontra-se a canga, terreno ferruginoso, formado por ferro micceooligisto, fragmentos de itabirito (reunidos) por um cimento ocroso (limontico).4. PovoamentoO povoamento de Ouro Preto, cidade colonial antes conhecida como Vila Rica, deu-se principalmente pela emigrao de artesos para as cidades mineiras colonizadas e explica muitas caractersticas no s sociais, mas tambm visuais da cidade, como a riqueza barroca na arquitetura do local como ilustra a figura 1. O povo da cidade de Ouro Preto se formou dos artesos, aorianos, boiadeiros, vadios do litoral, paulistas afeitos vida rude, experimentados no serto e na caa do ndio, brasileiros do norte, ciganos, judeus e cristos novos, uns e outros prontos para a guerra e para a desobedincia. Uma populao heterognea e inquieta. Com a mistura de diversas raas e culturas. Como afirma o autor Sylvio de Vasconcellos em sua obra Vila Rica.Em 1698, saindo de Taubat, So Paulo, a bandeira chefiada por Antnio Dias descobre o Itacolomi do alto da Serra de Ouro Preto, onde implanta a Capela de So Joo. Depois desse acontecimento comea o povoamento do municpio, que vinha da emigrao intensa, composta evidentemente em sua maioria, de aventureiros de nimo forte e ambio maior, aorianos que vinham de Portugal e tinham conhecimento do manuseio do couro, rebeldes que estavam procura de um novo territrio, e dificilmente seriam controlados por normas de moral ou de tica, enquanto no se estabelecessem os fundamentos sociais e criao de regras, e leis que administrariam esse novo espao. Foi a primeira rota do mercado brasileiro, pois Ouro Preto tem grande peso na economia brasileira, atravs das minas. Formando uma base econmica a populao cresceu rapidamente e em 1786, Ouro Preto j tinha 393.698 habitantes. Os portugueses conhecidos como aventureiros que vieram em busca de uma nova vida, deixaram na terra os mais tmidos, e juntaram-se aos negros que foram trazidos a fora, logo depois de se rebelarem, fugiram para os quilombos, infelizmente aps essa revolta aconteceu a decadncia das mineraes, que causou a falta de trabalho.A populao mineira com todos os problemas, e crises tornaram-se cheia de fora para lutar, unindo as diferenas das culturas e raas. Uma sociedade que foi capaz de criar principalmente obras barrocas de diversos patrimnios j citada, mas tambm capaz de lutar por sua liberdade. A ocupao primria aconteceu em morros e encostas, onde se encontravam os primeiros exploradores, deu-se de duas formas: nas margens dos ribeiros onde o ouro era encontrado em grande abundncia, e nos morros que circundam a cidade, repletos de minas. Essa densidade foi concentrada em poucos pontos de seu territrio, despovoando o litoral, desse povo havia uma forte tendncia urbana dos povoadores das minas. A evoluo histrica urbana dos ncleos de povoamento pode desta maneira, ser estudada por duas faces: a ocupao gradual de determinadas reas dada pela geografia e riquezas do local, e segundo o relevo, e a formao de caminhos que dariam o desenho atual da cidade.Os traos fortes que se formaram no povoamento de Ouro Preto, pelo esforo que tinham nas minas tambm serviam como treinamento da fora e determinao para se tiver as conquistas, com nimo, os mineiros habituaram-se a resolver seus prprios problemas, e surpreendentemente pouco contavam com o apoio da Metrpole, da qual recebiam muita opresso e controle tirnico, mas com a rebeldia que se herdou, se rebelavam resolvendo sozinhos e muitas vezes contradizendo essa opresso. A revolta de Vila Rica (conhecida como Revolta de Filipe dos Santos), um exemplo da fora e luta presente na herana do povoamento mineiro, ilustrada na figura 2. Essa revolta consistia em um movimento social de carter nativista que ocorreu em 1970, pelo aumento da explorao colonial, implantao de novos impostos (...). Nesse momento j se mostra a face de um carter forte, rebelde que lutava por mudanas.O conjunto final desse povoamento, nos faz questionar o que ser mineiro? o povo se constitui e criou um legado com o que herdou do colonizador, afinal se forma da aglutinao de diversas caractersticas nacionais, que explicam no s a evoluo urbana, econmica, mas tambm social. Formador de uma sociedade forte, rebelde que luta pela liberdade e independncia.5. Organizao Social

Em virtude da longa dominao mulumana na pennsula ibrica no perodo que precedeu a fase dos descobrimentos, os colonizadores imigraram em sua maioria na condio de solteiros, deixando as mulheres em Portugal. Por isso viriam a constituir aqui suas famlias. A escassez de mulheres brancas levou a formao de famlias poligmicas e hibridas em que eram reservadas as mulheres condies no muito diferentes das da cultura mulumana, da qual o colonizador era herdeiro direto em razo de um domnio multissecular. Submisso e recluso eram as regras as quais as mulheres deveriam se submeter.Dessa estrutura familiar resultou uma forma de compromisso entre as culturas em confronto, da porta pra fora a sociedade se regia pelas regras lusitanas e da porta para dentro pelas nativas. Isso entrava em conjugao com as regras impostas pela legislao reinol para o desenho das cidades: na conformao externa das construes, estabeleciam-se rigidamente as alturas das portas, dos peitoris e vergas das janelas, a forma dos beirados, a inclinao dos telhados, a largura dos lotes e das aberturas, para que a aparncia das vilas fosse a mais uniforme possvel. Porem, para alem das soleiras e para os ptios dos fundos, havia a mais completa liberdade.A casa de porta e janela foi o tipo de habitao mais comum no Brasil at o fim do imprio. Quanto mais rica a cidade e seus habitantes, maior era a incidncia de sobrados, estes, normalmente estreitos, abrigavam uma loja comercial no trreo, quando ento apresentavam algumas portas.As casas trreas sempre foram relacionadas pobreza, ao estrato popular, os nobres portugueses sempre fizeram questo de morar em casas de mais de um andar, nos assim chamados sobrados, qualquer cidado portugus aspirava a morar em um sobrado.No havia da parte do colonizador nenhum pudor em colocar lado a lado sobrado das mais diversas larguras, contanto que fossem seguidas as normas vigentes desde a idade media, em Portugal: elas impunham a altura de peitoris beirados, continuidade dos telhados, enfim, de todos os elementos construtivos vistos desde as vias publicas.Se for certo que foram os bandeirantes que descobriram as minas e comearam a explor-las, no menos verdade que os reinis, logo que souberam da existncia delas, promoveram uma guerra de extermnio nas gerais contra os bandeirantes, unicamente para tomar as riquezas. As tenses entre a nobreza e o clero levaram a um antagonismo declarado, que levou as ordens religiosas a serem barradas em sua inteno de se estabelecer no territrio, sendo facultado apenas o acesso temporrio de padres para o servio religioso. A nobreza tomou conta da regio, impondo severas restries ao acesso de pessoas qualificadas, isto , que no estivessem diretamente envolvidas como mo de obra na extrao de minerais. Os postos de mando e de extrao passariam a ser ocupados exclusivamente por portugueses de nascimento. No entanto, estes portugueses tinham a oportunidade de se tornarem mais qualificados nas minas gerais, do que em outras localidades da colnia, devido ao tipo de economia mineradora que propiciava maior liberdade do que a economia agrria.No caso da vila rica, uma conturbao linear de assentamentos depois denominados de arraiais. Quando, duas dcadas mais tarde, os reinis tomaram conta da regio, mandaram seus comandantes militares, que impuseram uma ampliao da capital vila rica aos moldes de traado regrado.

Figura 6 Mulheres Brancas Carregadas por Negros.Quanto aos deslocamentos pelas ladeiras, que hoje parecem inviveis, eram geralmente feitos a cavalo, e as famlias mais abastadas usavam carruagens e cadeirinhas de arruar, estas reservadas s mulheres, que eram carregadas por negros. (Fig. 6)

http://elisonaldohistoria.blogspot.com.br/2012_09_01_archive.html - Acesso em 20/09/2014Tanto negros quanto mestios esto margem da sociedade, mas esto em melhor situao do que em outras regies por poderem comprar sua liberdade graas ao sistema trabalho-recompensa, caracterstico da atividade mineradora.Em Vila Rica, verifica-se um grande florescimento artstico e cultural. Profissionais diversos chegam a Vila e o ensino do latim generalizado, parte significativa da populao livre alfabetizada. As famlias mais abastadas enviam seus filhos para estudar na Europa, e estes, em contato com autores latinos, enciclopedistas e iluministas, garantem a renovao scio-cultural da colnia. Com a existncia de uma populao bem instruda, formada por poetas, compositores, historiadores, cartgrafos, botnicos e padres.Essa maior abertura social possibilitou uma maior circulao de ideias. A Coroa Portuguesa, no entanto, interessam-se apenas pelos rendimentos oriundos da explorao do ouro, repassando ao povo as despesas administrativas atravs de pesados impostos. O absolutismo da metrpole inviabiliza qualquer forma de organizao social e poltica, proibindo at mesmo a fixaodas irmandades religiosas. Situao que faz de Vila Rica palco de variadas rebelies polticas e grandes inovaes estticas. As presses sociais decorrentes da rigorosa poltica implantada por Portugal resultam em conflitos, envolvendo as trs diferentes camadas sociais, a de brancos, composta por portugueses, comerciantes e funcionrios administrativos; a de negros, em sua maioria escravos; e a de mestios, formada por artistas e manufatureiros.De modo geral, a vida da populao era simples e pacata. Os homens se dividiam entre as atividades profissionais existentes e as mulheres restavam os trabalhos domsticos e o cuidado dos filhos. O cortejo religioso sempre muito comum tomava as ruas, passando de igreja a igreja, com musica e intervalo para sermes.O apogeu da produo aurfera entre 1730 e 1760, resulta um ambiente propcio expanso das artes. O barroco, difundido em toda a colnia, vai contribuir decisivamente para a perpetuao da f, utilizado nos templos religiosos seduz os fiis com sua fora plstica expressionista.

6. Concluso e Consideraes Finais

Em um contexto to vasto sobre inmeras informaes sobre a cidade de Ouro Preto durante o decorrer do sculo XVIII, pode se notar que em um termo geral foi uma cidade de atrativo primeiramente econmico de explorao aurfera, j que por uma das bandeiras se descobre o Itacolomi no Alto da Serra. Comea se a uma espreitada por caa ao tesouro que trar entre os principais personagens para se povoar essas regies, um povo de carter desbravador e aventureiro disposto enriquecer. Como alguns exploradores, os mais favorecidos vm com escravos para auxiliar a extrao do ouro. Cria a se a um cenrio de diversidades e acarretar no futuro a miscigenao responsvel pela raiz de uma populao que tinha como normas diferentes dentro e fora dos seus lares, fora um carter lusitano at meio nativo.A organizao da cidade advinha de uma organizao feita pela coroa atravs das casada de fundies, portanto as casas sempre localizadas ao redor para maior controle alm da ordem Secular da Igreja Catlica que sempre trazia dogmas, os quais a populao deveria seguir.Casas umas ao lado das outra, com fachadas como se fosse imitar a Europa da poca, traziam consigo o desejo de mostrar o poder e a riqueza pessoal de cada habitante, portanto nessa poca de prosperidade no s econmica trouxe consigo a prosperidade na rea das artes que modificava parmetros na construo de edifcios, pois inmeros artistas agora podiam receber um incentivo na criao de esculturas, feitas assim como as casas de materiais locais, as famosas Pedras-sabo.Uma cidade de carter no s esttico medieval, pelas ruas as vezes estreitas e casas mal ensolaradas , trazia consigo uma tenso dos inconfidentes com a coroa portuguesa que cobrava agora com quase o fim da minerao impostos Absurdos, os quais a populao j no dava conta. Por isso ento comea a, um quadro de revoltas e indignaes, alm de tortura e esquartejamentos em publico por parte da Coroa.

7. Bibliografia

Livros

BANDEIRA, Manuel (1938). Guia Ouro Preto. So Paulo : Editora das Amricas (1963).

VASCONCELLOS, Sylvio de. Vila Rica. Formao e desenvolvimento residncias. Editora Perspectiva, 1977.

Sites

Autor Desconhecido. Cidades Histricas Brasileiras. http://www.cidadeshistoricas.art.br/ouropreto/op_his_p.php. Acesso em 20/09/2014

Professor Josias. A economia Colonial. http://oficiodahistoria.blogspot.com.br/2008/11/economia-colonial.htmlAcesso em 19/09/2014

Autor Desconhecido. Ouro Preto. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouro_Preto. Acesso em 21/09/2014.

Prefeitura municipal de Ouro Preto. http://www.ouropreto.mg.gov.br/portaldoturismo/index/index.php. Acesso em 23/09/2014.HistriadoBrasil.Net. Revolta de Vila Rica 1720. http://www.historiadobrasil.net/resumos/revolta_de_vila_rica.htm. Acesso em 24/09/2014.Alex Boher. Histria de Ouro Preto. http://www.ouropreto.mg.gov.br/historia. Acesso em 20/09/2014.Secretria de Cultura de Ouro Preto. Cidade de Ouro Preto Histria. http://www.cidadeouropreto.com.br/op_historia.html. Acesso em 21/09/2014Autor Desconhecido. http://www.humanas.ufpr.br/portal/cedope/files/2011/12/Povoamento-e-%20riqueza-Minas-Gerais-no-final-do-XVIII-Adriano-Braga-Teixeira.pdf Acesso em 23/09/2014


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