Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
ARTIGO: JOGOS E BRINCADEIRAS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA POR MEIO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS E RECICLÁVEIS.
Lidia Maria Cavasan Bruno Sergio Portela
RESUMO: Este artigo registra a trajetória da participação da autora em questão no PDE( Projeto de Desenvolvimento da Educação). A estrutura do trabalho didático-pedagógico baseou-se na construção de brinquedos por meio de materiais alternativos e recicláveis estimulando a arte do brincar pelo brincar, nas aulas de Educação Física,envolvendo alunos de 6º e 3º anos no Colégio Padre Henrique Vicenzi. Este trabalho apresenta a promoção da ludicidade para estimular a interligação e socialização dos alunos.
Palavras-Chave: Brincar- Reciclar- Cooperação
INTRODUÇÃO
O presente material foi desenvolvido com os alunos do 6º e 3º anos, do
Colégio Estadual Padre Henrique Vicenzi, de Vitorino, em 32 horas aulas.
Este trabalho teve início a partir das dificuldades enfrentadas nas aulas
de Educação Física, em relação à falta de material para a realização das
práticas, além da falta de materiais de qualidade, que prejudicam professor e
aluno, no bom desenvolvimento das aulas com a utilização de materiais
pedagógicos que chamem a atenção.
A partir dessa realidade, os professores da área buscam continuamente
soluções para amenizar tal problemática. Nessa constante abordagem, propôs-
se o presente projeto, o qual teve como intenção de desenvolver uma proposta
de produção de materiais alternativos para atividades previamente planejadas.
A proposta teve como princípios a Interdisciplinariedade, entendida
como uma condição fundamental do ensino e da pesquisa na sociedade
contemporânea. De acordo com Carlos (2008) quando se fala em
interdisciplinariedade, se está de algum modo referindo-se a uma espécie de
intercâmbio entre as disciplinas ou áreas do saber. Todavia, essa interação
pode acontecer em níveis de complexidade diferentes.
A Educação Física enquanto disciplina busca desenvolver os temas
transversais e neste projeto o assunto é o meio ambiente. Fazendo com que
materiais considerados lixo transformam-se em arte, utilidade lúdica. Onde os
materiais jogados fora possam ser reutilizados nas mãos das crianças,
propiciando uma nova visão do material descartável. Copos, garrafas plásticas,
cordas, arcos, tampinhas, pneus, bolas de meias.
Na proposta os alunos do terceiro ano do ensino médio, fabricaram os
brinquedos por meio de materiais alternativos e recicláveis. Após a confecção
dos brinquedos pelos alunos do terceiro ano do oportunizamos aos alunos do
sexto ano do ensino fundamental a participação.
A opção pelo presente encaminhamento foi desenvolver os aspectos
motores, cognitivos e sociais dos alunos através da construção da sucata. Para
a criança será uma brincadeira, e como nós levamos o brincar a sério,
acreditamos nas palavras de Catunda (2005), onde fala que o brincar é
necessário à formação de uma sociedade mais feliz, criativa, saudável e com
uma melhor qualidade de vida.
DESENVOLVIMENTO
EDUCAÇÃO FÍSICA E O BRINCAR
Segundo Freire no que diz respeito ao trabalho sistematizado nas aulas
de Educação Física dentro de uma conduta mais alegre, mais de brincadeira
poderemos ver traços marcantes do lúdico sem descaracterizar a linha
desenvolvimentista do âmbito escolar.
Compartilha-se do pensamento de Freire (1988, p. 25),
Não conheço nenhuma pesquisa que demonstre que as
crianças aprendem melhor paradas, quietinhas. Pelo contrário,
mesmo sem pesquisas, apenas olhando-as brincar na hora do
recreio, em casa, nas ruas, parece-me que aprendem, e muito.
Nessas ocasiões, raramente podemos vê-las imóveis - crianças
só ficam quietas quando alguma coisa muito interessante
prende-lhe a atenção ou quando está dormindo ou de castigo.
Assim, observa-se que as crianças aprendem se movimentando.
Precisam ser instigadas a fazer atividades que movimentam o corpo. Além de
que coisas interessantes fazem com que as crianças prestem atenção mesmo
quando estão paradas.
O autor nos dá a ideia precisa sobre brincadeiras e sua grande
significância no período da infância onde de forma segura e bem estruturada
pode estar presentes nas aulas de Educação Física.
Paulo Freire (1988) nos dá a ideia precisa sobre brincadeiras e sua
grande significância no período da infância onde de forma segura e bem
estruturada pode estar presentes nas aulas de Educação Física sendo
desenvolvidas por profissionais capacitados. Segundo Medeiros (1990, p. 59),
(...) brincadeiras do mundo de rua também podem ser de utilizadas pelos professores, pois elas enriquecem ainda mais as aulas e é uma forma confiável do professor estar interagindo com a vida cotidiana do aluno. A satisfação das crianças em poderem também brincar seus jogos e suas brincadeiras dentro da escola faz com que as mesmas desenvolvam-se de forma linear e crescente seus atributos motor, cognitivo e afetivo-social.
Com essa ideia em questão é que Freire (1998) adotando a linha
educacional propõe em sua obra, jogos e brincadeiras que possam estar sendo
desenvolvidas dentro da escola, dentro das aulas de Educação Física e
também capaz de reproduzir em algumas semelhanças, as brincadeiras
praticadas em seu dia-dia. O autor não se refere apenas às brincadeiras, mas
também, aos brinquedos onde as crianças podem estar fantasiando, criando,
simbolizando e com isso desenvolvendo-se em todos os campos, seja; motor,
afetivo-social e cognitivo, deixando bem claro que não é só o brinquedo que faz
com que a criança cresça, mas o conjunto, o ambiente proporcionado para esta
criança estar brincando com este brinquedo, quem nunca um dia brincou de
casinha ou até mesmo de comidinha onde o ambiente proporcionado por
aquela brincadeira era o retrato do ambiente em que a criança vive em casa.
Para Freire (1998, p. 29),
A Educação Física só será de corpo inteiro a partir do momento em que nestas aulas, nós profissionais pudermos entender que não basta aplicar novos conteúdos para as crianças, mas sim, proporcionar a elas momentos agradáveis tanto ela revendo conceitos antigos quanto absorvendo conceitos novos.
As atividades lúdicas nas escolas, podem contribuir para uma melhoria
nos resultados dos educadores interessados em promover mudanças. As
atividades lúdicas seriam mediadoras e contribuiriam para tornar a sala de aula
um ambiente alegre e favorável.
Pode-se verificar, assim, que o ato de brincar nasce como um meio
educativo e os conteúdos culturais do lazer como conteúdos de aprendizagem
que preservam, de certa forma, a liberdade e a espontaneidade de cada
criança. A construção simbólica da realidade da criança deve passar pelas
vivências do lazer, pelo brinquedo, pelo jogo.
Conforme Kunz (1994, p. 88),
A criança, pelo seu brinquedo e jogo, quer interagir com o mundo, o mundo real, dos objetos e com outros. O brincar torna-se para a criança, sua forma de expressão com a vida. No seu brincar o professor de Educação Física deve assumir o compromisso de proteger este direito da criança, propondo meios e instrumentos que possibilitem aos alunos essa prática.
Outro fator, muito importante para valorizar e tentar introduzir o
brinquedo na escola, consiste no fato de que, em alguns casos, as crianças
são lançadas muito cedo na luta pela sobrevivência, tendo que cuidar de si
mesmas. Assim, precocemente, elas são obrigadas a assumir a realidade e
ficam impossibilitadas de fantasiar.
Por meio de análise crítica da Educação Física desde o seu nascimento, pode-se observar que sendo ela uma prática pedagógica, suas tendências sempre surgem de necessidades sociais concretas, dando origem a diferentes entendimentos do que dela se conhece (COLETIVOS DE AUTORES, 1992).
O momento atual caracteriza-se por uma Educação Física escolar
fortemente voltada para a prática do "esporte", ou seja, para o treinamento
esportivo. A influência do esporte competitivo no sistema escolar é muito
grande, a ponto de caracterizar a Educação Física como um prolongamento da
instituição esportiva, subordinando-a aos seus códigos de rendimento atlético,
de comparação, de competição, de regulamentação rígida, de racionalização
de meios e técnicas, etc. Importante salientar que o esporte escolar por sua
vez, apresenta-se subordinando a valores impostos pela sociedade capitalista
em que vivemos. Estes códigos e significados revestem o processo educativo
por ele provocado e reproduz, inevitavelmente, as desigualdades sociais
(COLETIVO DE AUTORES, 1992).
Para Catunda (2005, p.1):
A Educação Física escolar exerce papel significativo no oferecimento de vivências lúdicas, capazes de despertar e desenvolver a partir da infância, o sentimento de prazer em
participar de atividades corporais. Essas primeiras experiências sistematizadas, se vividas de forma a desencadear experiências positivas, em muito contribuirá para que o futuro adulto, relacione a prática de atividades físicas e esportivas a algo que trás benefícios, alegria e contentamento e por isso poderá incorporá-las ao seu estilo de vida.
Brincar é fantasiar, é criar espaços, mundo de faz de conta,
personagens, falas, em certos casos como fuga da realidade que se nega; em
outros casos, como reflexo da realidade que se quer, mas, em ambos os
casos, desenhadas segundo os desejos e o imaginário do seu criador, a
criança. É neste espaço que as crianças criam um mundo que elas desejam, e
se autocriam, naquilo que sonham ser.
Destacamos ainda características como a competição; a busca do
rendimento físico-técnico; objetificação do recorde; a racionalização e
cientifização do treinamento dos movimentos; secularização; especialização
dos papéis; operacionalização burocrática de funcionamento; quantificação dos
resultados; controle minucioso da gestualidade do corpo (BRACHT, 2003).
O JOGO COMO AGENTE SOCIALIZADOR
Segundo Piaget (1998, p.14) A criança de 7 anos só consegue seguir
regras simples. Muitas vezes ela quebra as regras do jogo, mas não o faz
intencionalmente, e sim porque ainda não consegue se lembrar de todas as
regras. Neste estágio, a criança não dá muito valor à competição, pois tem uma
idéia não muito definida do que seja ganhar ou perder. Geralmente ela não
joga para vencer ou superar os outros, mas pelo simples prazer da atividade.
De acordo com Lopes (2006, p.110):
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais.
Segundo o entendimento de Lopes (2006) o educador deve procurar não
despertar o sentimento de competição acirrada, aproveitando essa disposição
natural da criança para jogar pelo simples prazer de jogar. Além disso, deve
selecionar jogos simples, com poucas regras, para serem praticados pelas
crianças que estão nessa fase de desenvolvimento.
A interação social precisa ser incentivada, dando-se destaque às
atividades de linguagem. Desta forma, em algumas brincadeiras ou jogos, o
professor de educação física poderá mediar a definição de regras e
comportamentos no transcorrer da atividade. Tal mediação oportunizará ao
aluno a perceber-se e perceber o outro, ou seja, sente-se integrante de um
grupo. Isto faz com que se torne cada vez menos individualista, valorizando o
desempenho coletivo, respeitando regras previamente estabelecidas.
Para Piaget (1998, p.14):
No período de 8 a 12 anos, os jogos tornam-se cada vez mais coletivos e menos individuais, uma vez que a criança já tem noção do que seja cooperação e esforço grupal e exige regras definidas para regulamentar o jogo. A criança observa e controla os outros membros do grupo para verificar se estão seguindo adequadamente as regras.
A violação das regras gera grandes discussões. Nesta fase, surge um
forte sentimento de competição. O fato de perder torna-se quase intolerável
para algumas crianças, dando origem a cenas de choro e até mesmo agressão.
Quando isto acontece o professor de educação física deve procurar despertar o
espírito de cooperação e de trabalho conjunto, no sentido de metas comuns. A
criança precisa de ajuda para aprender a vencer, sem ridicularizar uma atitude
de compreensão e aceitação; e quando o clima da sala de aula é de
cooperação e respeito mútuo, a criança sente-se segura emocionalmente e
tende a aceitar mais facilmente o fato de ganhar ou perder como algo normal,
decorrente do próprio jogo.
O papel do professor de educação física é fundamental, no sentido de
preparar a criança para a competição sadia, na qual impere o respeito e a
consideração pelo adversário, onde a criança aprende a vencer e também a
perder.
O espírito de competição deve ter como tônica o desejo do jogador de
superar a si próprio, empenhando-se para aperfeiçoar, cada vez mais, suas
habilidades e destrezas.
A situação de jogo deve constituir um estímulo desencadeador do
esforço pessoal tendo em vista o auto-aperfeiçoamento. Jogo supõe relação
social. Por isso, a participação em jogos contribui para a formação de atitudes
sociais: respeito mútuo, solidariedade, cooperação, obediência às regras,
senso de responsabilidade, iniciativa pessoal e grupal. Jogando a criança
aprende o valor do grupo como força integrada e o sentido da competição e da
colaboração espontânea e consciente.
BRINQUEDOS FEITOS DE MATERIAIS ALTERNATIVOS E RECICLÁVEIS
Para Vygotsky (1984, p.11), “o que define brincar é a situação imaginária
criada pela criança. Levando em conta que brincar preenche necessidades que
mudam de acordo com a idade”.
Como a criança com idade de 6 anos não tem capacidade de esperar,
cria um mundo ilusório, onde os desejos irrealizáveis podem ser realizados.
No brinquedo, uma ação substitui a outra ação, assim como um objeto substitui
outro objeto. Porque ao mesmo tempo em que uma criança é livre para
determinar suas ações no brincar, estas são subordinadas aos significados dos
objetos, e a criança age de acordo com eles. Sendo assim, o brinquedo tem
grande importância no desenvolvimento, pois cria relações entre situações no
pensamento e situações reais.
O brinquedo aparece como um pedaço de cultura colocado ao alcance
da criança. É seu parceiro na brincadeira. A manipulação do brinquedo leva a
criança à ação e à representação, a agir e a imaginar (FREIRE, 1998).
O brinquedo feito de material alternativo e reciclável é assim
denominado por tratar-se de um objeto construído artesanalmente, com
diversos materiais: como madeira, lata, borracha, papelão, arame e outros
recursos extraídos do cotidiano que aparentam não ter serventia. É o resultado
de um trabalho de transformação e de reaproveitamento, surge da junção de
materiais diversificados que a partir do seu contexto original transformam-se.
Implementação: Resultados e desdobramentos
A proposta didático-pedagógica organizou-se em uma sequência de
atividades realizadas em dois momentos e com duas turmas, o 3º ano e o 6º
ano. O 3º ano do Ensino Médio construiu os brinquedos a partir de materiais
alternativos e recicláveis e convidou o 6º do Ensino Fundamental para
participarem das brincadeiras.
A sequência didática dessa Unidade foi embasada em referenciais
teóricos metodológicos histórico-críticos sob os princípios da pesquisa-ação.
Inicialmente foi exposto aos alunos através de uma breve apresentação
as atividades, explicando sua importância e objetivos com o objetivo de instigar
os alunos e se propôs que realizassem uma entrevista com seus familiares
(pais-tios-avós) para saber com o que eles brincavam na infância, como eram
seus brinquedos e que jogos e brincadeiras havia na escola. Posteriormente
acontecceu a socialização das brincadeiras do tempo de escola dos
entrevistados e com que materiais eram construídos.
No laboratório de informática os alunos realizaram pesquisas em duplas
e orientada sobre os seguintes brinquedos: peteca, jogo da argola, jogo de
boliche, vai e vem, futebol de botão, carrinho, mini campo de jogo de golfe.
Cada dupla criou uma apresentação em slides sobre o brinquedo pesquisado e
expos a toda a turma.
Na sequência foi analisado um fragmento do texto do evento que reuniu
Ministros da Educação na Cúpula das Américas, onde se afirma que a
educação ambiental para a sustentabilidade pode se converter em uma
experiência lúdica e criativa.
Na oficina de brinquedos, os alunos viram em slides uma ficha com a
imagem e os materiais que serão utilizados na construção de cada brinquedo,
e já em contato com os materiais construíram os brinquedos..
No segundo momento os alunos do 3º ano apresentaram a proposta de
intervenção aos alunos do 6º ano e convidaram a assistir juntos o vídeo:
Conscientização Meio ambiente para fazer uma reflexão. Posteriormente
mostram todos os brinquedos construídos por eles, explicando que materiais
simples podem ser aproveitados e proporcionar momentos de lazer e diversão.
Na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade,
que dela resulta, mas a própria ação, o momento vivido e possibilita a quem a
vivencia, momentos de encontro consigo e com o outro.
Com esta Unidade Didática pretendeu-se contribuir uma reflexão sobre a
importância dos brinquedos construídos a partir dos materiais alternativos e
recicláveis na construção e no desenvolvimento cognitivo e afetivo dos
educandos.
De forma concomitante ao processo de implementação, também
protagonizei a tutoria do GTR ( Grupo de Trabalho em Rede), junto a outros
professores de Educação Física da rede pública, ativos em regiões diversas. A
certificação se concretizou com a participação regular dos mesmos, ao término
do curso.
O GTR foi de grande valia para o enriquecimento do período de
participação do PDE, pois desde a preparação até o curso propriamente dito se
aprendeu muitíssimo, proporcionando novas experiências aos alunos
envolvidos no processo.
A interação com outros professores participantes do GTR permitiu-me o
conhecimento de realidades e perspectivas diferentes.
Quanto às discussões concernentes ao ensino de Educação Física,
diversas foram as apresentações de estratégias e metodologias utilizadas nas
aulas. Isso demonstrou que um grande avanço ocorreu nos últimos anos, uma
enorme evolução nos conceitos de como se promover um ensino e uma
aprendizagem mais qualitativa, voltados á realidade e necessidade do aluno,
gerando preocupações e estudos a esses objetivos. Porém, todos foram
cientes de que ainda há muitas carências nesse sentido, levando em
consideração o contexto social do aluno, o qual não permite uma associação e
assimilação do conteúdo de forma coerente.
O ponto mais positivo da minha produção didático-pedagógica, a qual se
relacionou diretamente ao projeto de pesquisa, é a possibilidade de utilizar
materiais alternativos e recicláveis como pedagógicos. Outro quesito a ser
considerado, é o fato das tarefas contemplarem a atual diversidade que
compõe o cenário das escolas, mostrando-se interessante para a maioria do
público alvo, pois tanto o professor quanto o aluno compreende a possibilidade
de construção de materiais com a reutilização.
Na atualidade se impõe a necessidade da educação para o
desenvolvimento sustentável e do controle, por legislação do meio ambiente
natural e da gestão ambiental. É preciso na escola acelerar a conscientização
ecológica dos alunos e construir uma cultura ambiental, que se imponha àquela
do consumo.
CONSIDERAÇÕES
O trabalho aqui desenvolvido, iniciado, primeiramente, pelo projeto de
pesquisa, o qual originou a produção proposta didático-pedagógica, que foi
devidamente implementada, findando-se com esse artigo que faz um
levantamento de todo o processo vivido no PDE (Programa de
desenvolvimento da Educação), foi de grande valia para o meu crescimento
intelectual, pois me permitiu rever conceitos (por meio de revisão literária),
retornar á Universidade, além de interagir e integrar com outros profissionais,
que, como eu, experimentaram as mesmas sensações do dia-a-dia, algumas
marcadas por frustrações,outras por ideologias e utopias que nos levam à
defluência de nossas atividades.Todavia, a comunidade desse processo seria
de extrema valia, uma vez que o desenvolvimento de outras sequências de
atividades similares ás aqui relatadas, com o devido apoio e acompanhamento,
ofereciam novas perspectivas no ambiente escolar.
Desfrutamos de aulas de Educação Física um pouco das alegrias que
possuímos ao brincar e, ao mesmo tempo, resgatar o sentido pedagógico que
a brincadeira e o brinquedo possuem e que os caracteriza como manifestações
culturais e conteúdos da Educação Física.
Por fim, acredito que este trabalho levou-me a novas ações e reflexões,
mas, desta feita, pautadas em convicções que me parecem mais firmes e
serias em comparação as que eu conhecia. Sinto-me mais consciente de meu
perfil como profissional docente e tenho certeza que este é um ponto positivo,
tanto para mim quanto à educação do estado do Paraná.
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