Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
HORTA NA ESCOLA COMO ESPAÇO EDUCACIONAL SUSTENTÁVEL
Rosangela Jucoski1 Valentim da Silva2
Resumo: Busca-se apresentar a horta na escola como espaço educacional sustentável, de forma que permita diversas abordagens e favoreça a construção de conhecimentos relacionados à participação dos sujeitos, educadores e estudantes, promovendo uma aprendizagem significativa. Reconhecendo as possibilidades e os desafios no ensino de Ciências, propõem-se práticas metodológicas que viabilizem a apropriação de ideias voltadas para a horta na escola, dispondo desta, como meio de relação entre a teoria e a prática educativa. As intervenções e ações contribuem para que o ensino de Ciências proporcione condições para que alunos e professores conheçam e compreendam a realidade em que se encontram inseridos, visando à melhora do processo de ensino e aprendizagem. Palavras-chave: Horta. Escola. Sustentabilidade. Processo de Ensino e Aprendizagem.
1. INTRODUÇÃO
Sendo a escola um espaço que promove e possibilita a construção de
saberes, ao utilizar a horta como espaço educacional sustentável, proporciona-se
um ambiente de interação e inclusão, além de promover a educação ambiental
sustentável, onde a pluralidade cultural e étnica é contemplada.
Por meio da horta na escola, podem ser abordados conceitos sobre o solo,
ar, água e seres vivos, que são essenciais ao ensino de Ciências, visto que,
compreende-se que os espaços educacionais são aqueles utilizados para
integrarem os sujeitos que fazem a escola, promovem saberes e contemplam o
ambiente local e regional.
Ao implementar uma horta na escola, pretende-se integrar as áreas do
conhecimento dentro do contexto local condizentes com a realidade dos alunos,
possibilitando integrar diversas fontes e recursos de aprendizagens que se
1 Professora PDE: Especialista em Biologia – Graduada em Ciências e Biologia pela Universidade de Filosofia, Ciências e Letras de Jandaia do Sul – PR. Professora da Rede Estadual de Ensino – SEED – PR – Colégio Estadual Elias Abrahão. E-mail: [email protected] 2 Professor Orientador, Doutor em Química pela Universidade Federal do Paraná – UFPR. Docente do Curso de Licenciatura em Ciências do Setor Litoral da UFPR. E-mail: [email protected]
relacionam com o cotidiano, estimulando a observação, a pesquisa e o registro de
atividades, que exige reflexões por parte dos estudantes, de forma que os mesmos
construam saberes.
O ensino através da horta pode contribuir para que os alunos respeitem e
valorizem o espaço físico do ambiente escolar, de forma que estimulem a percepção
de que todos os seres estão correlacionados.
Segundo Silva (2013), a horta no ambiente escolar pode servir como um
espaço educativo para que sejam trabalhadas atividades pedagógicas que permitam
a integração entre saberes.
Com base na prática da horta é possível notar que a aprendizagem se
concretiza de forma mais dinâmica e descontraída tornando o conhecimento mais
significativo ao processo educativo.
De acordo com Rocha (2008):
A escola do futuro não existirá. Ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as ferramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem. A educação se faz com bons educadores e o modelo escolar arcaico “aprisiona” e há décadas dá sinais de falência. “Não precisamos de sala, precisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os instrumentos possíveis que levem o menino a aprender”.
Corroborando com Rocha (2008), as ferramentas lúdicas exercem um papel
significativo no processo de ensino e aprendizagem quando seu uso não está
restrito à sala de aula, sendo mais eficaz do que os recursos tradicionais de ensino.
O processo de ensino e aprendizagem pode acontecer de acordo com a
região, e a partir deste o estudante pode construir novos horizontes, através da
relação que possui com o mundo e com os indivíduos que estão ao seu redor.
Dessa forma, é preciso que o educador estimule a curiosidade e a criatividade
dos alunos, utilizando a horta como meio de aproximação da construção do
conhecimento, instigando-os a formular hipóteses e elaborar conclusões, pois esses
procedimentos auxiliam no entendimento de como o ensino de Ciências produz
saberes organizados e sistematizados, ao longo da história com suas diferentes
relações com o ambiente e a sociedade.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. O ENSINO DE CIÊNCIAS
O ensino de Ciências necessita de uma contextualização social de seus
conteúdos, práticas metodológicas, organização do processo de ensino e
aprendizagem e métodos de avaliação, renovando a atitude docente.
Nesse sentido, quanto às atividades no ensino de Ciências, devem ser
consideradas estratégias que possibilitem ao estudante refletir sobre os conteúdos
propostos e os contextos que os envolvem. Assim, o ensino de Ciências deixa de
ser encarado como mera transmissão de conceitos científicos, para ser
compreendido como processo de formação de conceitos científicos, possibilitando a
superação das concepções alternativas dos estudantes e o enriquecimento de sua
cultura científica (LOPES, 1999).
O docente responsável por essa área do conhecimento se depara
constantemente com situações em que precisa utilizar conhecimentos alternativos,
apropriando-se de uma estratégia que seja mais próxima da realidade do aluno. Por
meio de um trabalho efetivo e afetivo, os educadores certamente contribuem para o
desenvolvimento dos alunos dentro e fora da sala de aula, quando se utilizam de
uma prática interativa que vise e oportunize o conhecimento.
Para Pereira e Souza (2004):
Precisamos romper com a cultura da seletividade e da exclusão, atenuar posturas avaliativas classificatórias e evoluir para abordagens de ensino, de aprendizagem e de avaliação mais compatíveis com as necessidades dos alunos, procurando construir uma escola mais democrática e acessível a todos, comprometida com a transformação da realidade (p. 205).
Nota-se que o ensino de Ciências é extremamente importante para o
desenvolvimento integral do estudante, além de envolver os aspectos político, social
e econômico. A importância desta disciplina na escola é devido à relevância no
sentido de complementar o entendimento de diversos avanços da ciência e da
tecnologia.
Sendo assim, para que essa disciplina seja trabalhada com sucesso, cabe
ao professor sistematizar o conhecimento científico estabelecendo a comunicação e
o diálogo com as diferentes culturas, considerando o momento político, histórico,
econômico e social em que os fatos estão inseridos.
2.2. O SOLO NO ENSINO DE CIÊNCIAS
O solo é um componente fundamental do ambiente terrestre e o principal
substrato utilizado pelas plantas para o seu desenvolvimento e propagação,
propiciando água, ar e nutrientes.
Segundo Lima (2007):
O solo é o sustentáculo da vida e todos os organismos terrestres dependem dele direta ou indiretamente. É um corpo natural que demora em nascer, não se reproduz e “morre” com facilidade. Para dar a necessária importância ao solo e protegê-lo, é fundamental conhecer a maneira como se forma e quais os elementos da natureza que participam da sua formação (p. 130).
Ainda Lima (2007), reafirma que o solo resulta da ação simultânea e
integrada do clima e organismos que atuam sobre um material de origem que ocupa
determinada paisagem ou relevo, durante certo período de tempo.
Este também exerce diversas funções como controle da distribuição,
escoamento e infiltração da água da chuva e de irrigação, armazenamento e
ciclagem de nutrientes para as plantas e outros elementos, ação filtrante e protetora
da qualidade da água e do ar (LIMA, 2007).
Entende-se que o solo interage com todos os seres vivos. Todos os
nutrientes que as plantas absorvem e que posteriormente são utilizados por todos os
seres, têm, em algum período de seu ciclo, uma passagem pelo solo.
De acordo com Frisk (2008):
O homem vem tirando da terra desde os primórdios seu sustento, isto faz com que aprenda a mexer nela, a prepará-la para o cultivo, a ter uma relação homem-natureza, pois, ele depende dela para a sua sobrevivência. No entanto, para muitos seres humanos esta relação está sendo perdida, para muitos o solo de onde o seu alimento é tirado é apenas terra, pois atualmente na sua rotina não há mais tempo para tal relação.
O solo contém uma imensa riqueza de organismos vivos, os quais
promovem o reaproveitamento dos nutrientes necessários à vida. Observa-se que o
trabalho com o solo na escola propicia o envolvimento de vários alunos, permitindo a
construção do conhecimento individual e coletivo.
A disseminação de informações do papel que o solo exerce na natureza e sua importância na vida do homem são condições primordiais para sua proteção e conservação, e uma garantia de manutenção de meio ambiente sadio e autossustentável (LIMA, 2002).
Pelo fato da maioria das aulas virem acontecendo no lugar restrito à sala de
aula, é que a horta torna-se relevante para o ensino e aprendizagem de assuntos
relacionados ao solo, ar, água e seres vivos.
Portanto, o solo no ensino de Ciências pode desenvolver a curiosidade que
possibilita a compreensão desta ciência para os alunos, promovendo a reflexão e
atitudes condizentes com a necessidade de conservação, uso e ocupação
favoráveis para a sustentabilidade.
2.3. HORTA NA ESCOLA COMO ESPAÇO SUSTENTÁVEL
A horta na escola pode possibilitar uma série de novas atividades que
permitem a interação entre todos os envolvidos no processo educativo. A horta
apresenta-se como um espaço em construção que pode trazer amplos benefícios,
para o meio ambiente.
De acordo com Silva (2013), a horta inserida no espaço escolar pode ser
uma ferramenta muito eficaz, pois essa dinâmica pressupõe a superação dos
currículos disciplinares fragmentados por meio da construção dos saberes nas
situações de ensino, possibilitando uma visão dialética entre o global e o local.
Nesse contexto, sendo também a escola o lugar onde o estudante segue
seu processo de socialização é fundamental que o educador enfatize a importância
de uma educação sustentável utilizando-se da horta, de forma que este se sinta
comprometido com a conservação e preservação deste espaço.
Conforme Morgado (2006):
A horta inserida no ambiente escolar pode ser um laboratório vivo que possibilita o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas em educação ambiental e alimentar unindo teoria e prática de forma contextualizada, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem e estreitando relações através da promoção do trabalho coletivo e cooperado entre os agentes sociais envolvidos (p. 45).
A horta é um excelente recurso para desenvolver o aprendizado do aluno e
despertar seu interesse para as questões de sustentabilidade. O contato com a
natureza é uma experiência muito válida e proporciona uma aprendizagem
significativa. Ao organizar uma horta na escola, os professores podem trabalhar a
interdisciplinaridade com temas variados.
Corroborando com Gadotti (2008, p.14) que afirma que a sustentabilidade é
o sonho de bem viver. Sustentabilidade é equilíbrio dinâmico com o outro e com o
meio ambiente, é harmonia entre os diferentes.
Observa-se por meio da fala de Gadotti, que a sustentabilidade propicia às
pessoas a viverem melhor no ambiente em que se encontram inseridas, de forma
justa, saudável, colaborativa, equilibrada e produtiva, em benefício de todos.
Quando se fala em vida sustentável, entende-se como um modo de vida de bem
estar e bem viver, em harmonia com o meio ambiente.
A horta pode ser também um espaço em que as bases da cultura da
sustentabilidade podem ser estabelecidas. Isso pressupõe todo um processo de
ensino e aprendizagem dos princípios básicos da sustentabilidade por meio da horta
e desta forma, ser aplicado na vida diária das pessoas.
3. METODOLOGIA
A Implementação do Projeto de Pesquisa foi desenvolvida no Colégio
Estadual Elias Abrahão no Município de Quatro Barras, PR, com os alunos dos 6º
anos do Ensino Fundamental.
Utilizou-se da metodologia de pesquisa-ação, adaptando-se de Thiollent
(2007, p.16), a qual possibilita a pesquisa social com base empírica que é concebida
e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um
problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da
situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
Escolheu-se o local para a implementação da horta na escola considerando
a luminosidade natural. Após isso, preparou-se o espaço da horta retirando entulhos
e demarcado-a de modo que se construiu uma barreira fixa com tijolos ao redor de
cada canteiro, para evitar a erosão superficial de solo e a perda de material
orgânico.
Os alunos precisaram se familiarizar com o material utilizado para o manejo
do solo, entendendo qual a função de cada um deles e como manejá-los de forma
segura. Em seguida, realizou-se a compostagem com restos de alimentos (serragem
e cascas de frutas e legumes) da própria escola, para a obtenção do adubo
orgânico.
A técnica de compostagem de resíduos orgânicos permite a gestão dos resíduos de forma simples, barata e eficiente. A técnica baseia-se na transformação do substrato orgânico ou materiais orgânicos (aqueles que possuem carbono em sua composição) em composto através da degradação da matéria orgânica por microrganismos na presença de oxigênio do ar. O produto final é o húmus ou composto. Este húmus é uma mistura homogênea, bioestabilizada, de cor escura e rica em partículas coloidais que, quando aplicada ao solo melhora suas características físicas e químicas, pois possui de forma equilibrada todos os macro e micro nutrientes necessários para manter o solo fértil. Diferentemente dos fertilizantes químicos, a liberação dos nutrientes no solo ocorre de forma gradual evitando a lixiviação. (SILVA et al., 2000).
Utilizaram-se sementeiras para a germinação das sementes que
posteriormente foram transportadas para os canteiros. Devido às sementes das
hortaliças serem sensíveis e pequenas, precisaram de cuidados especiais como solo
rico em nutrientes, peneirado, regas diárias, sol indireto e profundidade adequada de
semeio.
Para abertura de covas utilizou-se material específico, onde cada cova
continha aproximadamente cerca de 2 cm de profundidade e 10 cm de distância,
enquanto cada canteiro possuía 50 cm de distância um do outro. As hortaliças
transportadas para os canteiros foram: alface, beterraba, cebolinha verde, salsinha,
rúcula, repolho, espinafre e couve.
Para a irrigação foi utilizado água de qualidade e também a quantidade
suficiente para o crescimento radicular das mesmas e propiciar o aumento da
atividade de microrganismos.
Durante o período de manuseio do solo, preparação e adubação para o
plantio, os alunos foram submetidos nessa proposta de reorganização do espaço da
horta acompanhando, em grupos, como o trabalho estava sendo desenvolvido,
favorecendo a interação e tornando as aulas bastante lúdicas.
Os estudantes desenvolveram as atividades de implementação da horta sob
a supervisão de técnicos do meio ambiente do município e do professor de Ciências.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados obtidos na elaboração e aplicabilidade deste trabalho foram
significativos e satisfatórios, embora se compreenda que o processo é contínuo. A
horta possibilitou aos alunos um contato maior com o ensino de Ciências na prática.
A vivência dessa experiência foi muito rica para os alunos, instigou a curiosidade, o
entendimento e o interesse destes, além de introduzir noções de Ciências Naturais.
Todas as atividades realizadas na horta, desde a escolha do local,
preparação do solo, semeadura, plantio e colheita, são observados como
importantes recursos pedagógicos que auxiliam o professor no processo de ensino e
aprendizagem.
Para Maulin (2009), a educação ambiental parece representar uma força
motriz para a mudança do cenário de degradação social e ambiental, numa tentativa
de problematizar a relação entre sociedade e natureza.
Ainda segundo Maulin (2009), o processo de conhecimento e trocas de
informação permite que os alunos interajam com a comunidade escolar, favorecendo
o desenvolvimento participativo e a relação interpessoal de cada um.
A interdisciplinaridade foi outro fator considerável nas atividades
desenvolvidas na horta, pois se buscou a construção do conhecimento e um olhar
voltado à ideia da natureza como sistema integrado.
Deboni (2009) relata que sozinhos e fragmentados, somos frágeis, no
entanto, ao nos ligarmos ao coletivo, nos empoderamos e podemos transformar
nossa realidade.
Compreende-se que a interdisciplinaridade é essencial para a atualidade da
sala de aula, devido esta ser uma riqueza que insere qualidade na educação quanto
às abordagens dos conteúdos pelos professores e a união de todos os participantes
do processo educativo.
De acordo com Gadotti (2004), a interdisciplinaridade visa garantir a
construção de um conhecimento globalizante, rompendo com as fronteiras das
disciplinas.
A abordagem adotada procurou utilizar como ancoragem elementos que
fazem parte da realidade do aluno, sobretudo, por tratar-se de algo relacionado às
atividades práticas que irão intermediar com os conteúdos da sala de aula e que
certamente serão ampliados ao cotidiano.
O experimento aconteceu em uma aula normal de Ciências e ao longo das
atividades, os alunos foram fotografados para melhor análise de observação do
projeto. As aulas foram desenvolvidas ao longo de quatro meses, uma vez por
semana com a duração de cinquenta minutos.
Durante o desenvolvimento deste Projeto, o professor de Ciências foi tutor
do curso de Educação à Distância (GTR- Grupo de Trabalho em Rede), onde os
outros professores do Estado do Paraná puderam participar com suas
considerações, experiências e sugestões para o enriquecimento das aulas desta
disciplina.
Os alunos foram avaliados conforme o desempenho na realização das
atividades individuais ou de grupo, durante o processo de construção do
conhecimento.
4.1. GRUPO DE TRABALHO EM REDE
O Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE oportunizou neste 1º
semestre de 2014, a 3ª etapa de formação continuada. Este período proporcionou
aos professores um aprimoramento de suas ações por meio do Grupo de Trabalho
em Rede - GTR.
O professor PDE disponibilizou aos cursistas o Projeto de Intervenção
Pedagógica na Escola, a Produção Didática Pedagógica e a Implementação do
Projeto de Intervenção na Escola para leitura e conhecimento das ações e
aplicabilidade. Dentro de cada temática realizada, o professor participante e
professor tutor tiveram momentos de discussão em fóruns, diários e vivências
práticas.
O tema proposto - Horta na Escola como Espaço Educacional Sustentável
permitiu que dezessete professores participassem das etapas do GTR, embora dois
não conseguisse concluir o curso. A maioria dos professores contribuiu
significativamente com argumentos e posicionamentos sobre as possíveis formas de
motivar o aluno ao ato de aprender, colaborando com a construção do conhecimento
do mesmo, para que por meio da horta haja possibilidades para o desenvolvimento
de atividades pertinentes ao ensino de Ciências.
Portanto, nota-se que o GTR favoreceu o aperfeiçoamento da prática
pedagógica do professor PDE e também permitiu uma socialização com os outros
profissionais que atuam na educação, visando o conhecimento, a troca de
experiências e saberes para as aulas de Ciências.
4.2.TABELA DOS MATERIAIS UTILIZADOS PARA VIABILIZAR E IMPLEMENTAR
A HORTA NA ESCOLA
Descrição dos materiais utilizados e as devidas quantidades no
desenvolvimento do experimento.
Materiais Quantidade
Ancinho 1 unidade
Enxada 3 unidades
Pás 2 unidades
Carrinho de Mão 2 unidades
Estacas em madeira 8 unidades
Barbantes 30 metros
Enxadinhas (sacho) 3 unidades
Enxadão 1 unidade
Tijolos 6 Furos 500 unidades
Areia ½ m3
Cal 1 unidade (20kg)
Cimento 1 unidade (25kg)
Mangueira ¾” 10 metros
Regadores 4 unidades
Adubo orgânico 100 kg (aproximadamente)
Sementeira 2 unidades (bandejas)
Luvas 12 pares
Sementes de Hortaliças 2 pacotes pequenos de: cebolinha verde,
alface, salsinha, rúcula, repolho, espinafre,
couve e beterraba.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo a história da ciência é notória a compreensão de que o ensino de
Ciências nas escolas evoluiu de acordo com as circunstâncias e a época,
acompanhando o desenvolvimento da sociedade e por exercer uma forte influência
na vida do ser humano.
Acredita-se que o trabalho com a horta na escola serviu como fonte
motivadora para a valorização de um ambiente sustentável e sua relação com o
processo de ensino e aprendizagem, principalmente nas disciplinas de Ciências e
Biologia. O que se observou é que a atividade em grupo ampliou o desempenho
integral dos alunos, contribuindo com situações do presente e preparando-os para
enfrentar novos desafios.
O trabalho com o solo na escola favoreceu o envolvimento de vários alunos
possibilitando um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e prático. As aulas
teóricas aconteceram em sala de aula e desta forma, a horta tornou-se um recurso
importante para o ensino e aprendizagem de assuntos que se referem ao solo, ar,
água e seres vivos de forma prática.
Observa-se que os estudantes compreenderam que o solo é um
componente fundamental do ambiente terrestre e o principal veículo utilizado pelas
plantas para o seu desenvolvimento e propagação, pois propicia água, ar e
nutrientes, além de exercer o controle da distribuição, escoamento e infiltração da
água da chuva e de irrigação, armazenamento e ciclagem de nutrientes para as
plantas e outros elementos, ação filtrante e protetora da qualidade da água e do ar.
Nessa perspectiva, o ensino através da horta possibilitou o convívio com um
ambiente sustentável e a interação, além de diversificar situações de aprendizagem
e adaptá-las às especificidades dos alunos, aproximando a relação entre teoria e
prática dos conteúdos de forma contextualizada.
Os alunos entenderam que a horta é um meio excelente para seu
aprendizado, pelo fato de despertar seu interesse para as questões de
sustentabilidade. O contato com a natureza foi uma experiência muito interessante e
proporcionou uma aprendizagem significativa. Ao organizar uma horta na escola, os
profissionais da educação trabalharam a interdisciplinaridade com temas
diversificados.
Os professores que participaram do GTR mencionaram que a Produção
Didática Pedagógica, o Projeto de Intervenção e a Implementação do Projeto dos
quais tiveram acesso para a leitura e conhecimento das ações e aplicabilidade
durante o curso de Educação a Distância, contribuíram e contribuirão para o
aprimoramento das aulas de Ciências.
Diante do exposto, sendo a escola um espaço onde o estudante segue seu
processo de socialização é primordial que o educador enfatize a importância de uma
educação sustentável utilizando-se da horta, de forma que este se sinta
comprometido com a conservação e preservação do meio ambiente.
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