Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO EM UMA ESCOLA PÚBLICA
Autora: Conceição Aparecida Penteado Martins1
Orientadora: Leonor Dias Paini2
Resumo: O presente estudo objetiva elaborar subsídios para verificar as possibilidades de Intervenção Pedagógica a serem utilizadas em sala de aula pelo professor que atende estudantes diagnosticados com TDAH no ensino regular. METODOLOGIA: Pesquisa teórico-descritiva e de campo com os seguintes procedimentos: análise e seleção de literatura sobre TDAH, investigação documental dos alunos com dificuldades especiais, principalmente dos estudantes com TDAH; Organização de oito encontros para um grupo de estudos/leitura; Elaboração de material didático para o trabalho com 13 (treze) professores do 8º ano na Escola Estadual Indira Gandhi - Ensino Fundamental. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Na análise dos dados constatou-se que a maioria dos alunos atendidos na Sala de Recursos Multifuncional Tipo I, são diagnosticados com TDAH e apresentam ritmo lento, falta de atenção, falta de concentração e dificuldade para apreender os conteúdos programáticos. Eles necessitam de um apoio mais individualizado do professor e, muitos deles, mesmo com um atendimento diferenciado não conseguem obter sucesso no desenvolvimento das atividades. A partir desta pesquisa houve uma reflexão coletiva sobre quais conhecimentos os professores precisavam pesquisar para conhecer melhor os alunos que são diagnosticados com TDAH, isto oportunizou a criação de estratégias/propostas de intervenções pedagógicas que contribuem para o processo ensino-aprendizagem. Palavras-chave: Educação inclusiva. TDAH. Déficit de Atenção.
INTRODUÇÃO
O TDAH tem sido um tema relevante em congressos e pesquisas. A cada dia
mais se avoluma o número de pessoas que apresentam este transtorno. Um alto
índice de alunos com TDAH tem preocupado muitos educadores. Ausec (2014)
mostra que pesquisas nacionais e internacionais apontam a prevalência do TDAH
entre 3% de crianças, em sua maioria na idade escolar.
Quando falamos de inclusão, deparamo-nos com diversas situações em que
os alunos podem apresentar inúmeras necessidades educacionais especiais. De
acordo com Instrução nº. 013/2008, essas necessidades são Deficiência
Mental/Intelectual, Transtornos Funcionais Específicos: DDA - Distúrbio do Déficit de
1Professora da Educação Especial da Rede Pública Estadual de Ensino – Aluna PDE 2013
2Doutora em Psicologia Escolar – USP/SP. Docente da área de Psicologia Escolar, Orientadora do
PDE
Atenção; TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade e Distúrbios
de Aprendizagem (dislexia, discalculia, disgrafia, disortografia).
Dados revelam um total de 174 alunos diagnosticados com TDAH do NRE de
Umuarama, Estado do Paraná, sendo que 74 alunos são das escolas municipais e
100 alunos são das escolas estaduais.
Embora as políticas públicas tentem apoiar a Educação Especial inclusiva,
percebemos o quanto os professores se angustiam frente às dificuldades de
aprendizagem apresentadas por esses alunos.
Em minha vivência como professora PAC (Professora de Apoio a
Comunicação Alternativa), foi possível observar o cotidiano da sala de aula e com
isso, constatei que a grande maioria dos professores não consegue desenvolver um
trabalho pedagógico que atenda de fato os problemas de aprendizagem
apresentados por alguns alunos, em especial aqueles avaliados como alunos de
inclusão. Esse é um problema que vem incomodando muitos profissionais da
educação e que merece um olhar diferenciado, na expectativa de investigar uma
solução ou possibilidades de trabalhos pedagógicos que, no mínimo, amenizem
essa dificuldade.
Os professores participantes dessa implementação repensaram a prática
pedagógica, o que oportunizou um novo olhar para o processo ensino-aprendizagem.
Uma vez que em muitas situações, essas dificuldades apresentadas pelos
estudantes eram ignoradas, eles eram penalizados e rotulados como preguiçosos e
desinteressados, aumentando, assim, o índice de fracasso escolar.
A possibilidade do estudante ter um diagnóstico de TDAH pode causar
prejuízos ao aluno no processo de aquisição do conhecimento, o foco da atividade
pedagógica pode ser outro e isto, em nosso entendimento, justifica essa proposta de
trabalho no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE.
Nesta perspectiva, essa pesquisa constou dos seguintes procedimentos
metodológicos: - análise da realidade escolar da Escola Estadual Indira Gandhi; -
levantamento do número de alunos do ensino regular que frequentam o contra turno,
a Sala de Recursos Multifuncional Tipo I; - verificação documental (pasta individual)
com o objetivo de analisar o parecer da avaliação neurológica e a avaliação escolar
desses alunos.
A implementação foi realizada por meio de um curso de formação continuada
do qual participaram a Equipe da Educação Especial do NRE - Núcleo Regional da
Educação de Umuarama, professoras da Educação Especial e do Ensino Regular da
Escola Estadual Princesa Izabel e professoras e pedagoga da Escola Estadual
Indira Gandhi. O curso intitulado “Conhecer propostas pedagógicas que atendem
alunos avaliados com TDAH" foi desenvolvido por meio de 8 (oito) encontros, em
horário extra escolar, totalizando 32 (trinta e duas) horas.
Apresentamos os seguintes passos: Primeiramente recuperamos alguns
aspectos históricos do TDAH. Num segundo momento, tratamos da conceitualização
do TDAH. Num terceiro momento, falamos do Diagnóstico e Tratamento (prognóstico)
do TDAH. Num quarto momento, problematizamos sobre a medicalização como
tratamento do TDAH. E por fim, buscamos as possibilidades de intervenção
pedagógica junto ao aluno com TDAH.
ALGUNS ASPECTOS HISTÓRICOS DO TDAH
Apesar de vários avanços alcançados, os relatos históricos da educação
especial revelam que por um longo período, as pessoas com necessidades
especiais, de alguma forma, foram vítimas de segregação. Somente a partir da
década de 70 se inicia, timidamente, um movimento de integração e, em meados da
década de 90, começa a discussão, no Brasil, a respeito da Inclusão Escolar que até
os dias atuais é questionada por muitos estudiosos do assunto.
No Estado do Paraná, uma das preocupações com a inclusão foi oferecer
apoios pedagógicos que contribuíssem com o atendimento dos alunos com
necessidades educacionais especiais. Historicamente, convém assinalar um passo
importante na educação inclusiva ocorrido com a criação das Salas de Recursos
Multifuncionais Tipo I, amparadas pela Instrução nº 016/2011, SEED/SUED,
definidas como um “atendimento especializado de natureza pedagógica que
contempla alunos que apresentam deficiência intelectual, deficiência física
neuromotora, transtornos globais do desenvolvimento e transtornos funcionais
específicos.”
É importante destacar que quando se fala em Sala de Recursos Multifuncional
tipo I, existe uma diferença no atendimento da Política Nacional de Educação (MEC)
e a Política Educacional no Estado do Paraná.
A diferença está em que, no estado do Paraná, nas escolas de ensino para o
público-alvo da educação especial, o atendimento defendido pelo MEC é acrescido
do atendimento aos estudantes com Transtornos Funcionais Específicos,
preconizado na Instrução nº 016/21, SEED/SUED como “um grupo heterogêneo de
alterações manifestadas por dificuldades significativas: na aquisição e uso da
audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas, na atenção e
concentração.” (PARANÁ, 2011) (grifo nosso). Essa definição contida na referida
Instrução, permite o atendimento dos estudantes avaliados com TDAH nas Salas de
Recursos Multifuncional Tipo I.
A dificuldade de atenção e concentração é claramente citada pelos estudiosos
como alguns dos sintomas que compõem o quadro de diagnóstico do TDAH. A
literatura revela que a história desse transtorno é marcada pela predominância de
um dos seus três sintomas centrais, a hiperatividade, a impulsividade e a
desatenção que vêm se entrelaçando uma com as outras.
Caliman (2010), ao se referir à história do TDAH, mostra as fases da história
da infância, do adolescente, do adulto e do familiar. A história da criança com TDAH
se destaca e traz uma relação com o espaço escolar. A sustentação dessa relação
se deve ao fato de que a descrição do transtorno nos três sintomas, desatenção,
hiperatividade e impulsividade aparecem primeiramente no ambiente escolar.
Ao tratar da história do adolescente com TDAH, não se deve desconsiderar o
discurso e a prática médica que envolve a delinquência e a adolescência desviante.
O diagnóstico do adulto com TDAH está presente desde a década de 80 e o fato
relevante do TDAH familiar é que o mesmo é visto como uma desordem que pode
acontecer em toda família.
A qualificação deste transtorno é marcada por algumas divergências, existem
pesquisadores que acreditam que o aspecto principal da constituição do diagnóstico
do TDAH está relacionado à descoberta e à utilização terapêutica das drogas
estimulantes e nos interesses econômicos das mesmas, criados pelo comércio.
Outros pesquisadores apontam o TDAH como um diagnóstico médico que está
estreitamente ligado à construção da legitimação científica da neurologia e das
tecnologias da imagem cerebral.
A história do TDAH também é vista por vários analistas sociais como um
distúrbio produzido pelo excesso de informações, pelo consumo de material abusivo,
da cultura somática, das identidades que não se solidificam e da perda da
autoridade da família, da igreja e do estado.
A história do diagnóstico surgiu na literatura médica em meados do século XX
e recebeu uma variedade de nomenclaturas. Como cita Caliman (2010), “Desde os
últimos 20 anos do século XX, ela é marcada por um defeito inibitório que afeta o
desenvolvimento das funções executivas cerebrais.” (CALIMAN 2010, p. 49).
Historicamente a classificação do TDAH é marcada por frequentes
mudanças,uma vez que em menos de um século foi alterada por mais de dez vezes.
As descrições psiquiátricas mostravam que as características desse transtorno eram
o excesso de movimento e dificuldade de manter os impulsos, passando a ser
chamado, em 1957, de Síndrome do Impulso Hipercinético, em 1960, foi nomeado
como Síndrome da Criança Hiperativa e a hipótese de uma lesão cerebral precisa,
foi substituída por um déficit neurofisiológico. Na década de 70, o diagnóstico se
centraliza na desatenção e na década de 90, o transtorno passa a ser visto como um
defeito inibitório e incapacidade de autocontrole.
O alto índice de crianças diagnosticadas com este transtorno tem chamado
atenção, Ausec (2014) relata que pesquisas nacionais e internacionais apontam a
prevalência do TDAH entre 3% e 6% de crianças em sua maioria na idade escolar.
Ela ainda cita Ximenes (2008), mostrando que no Brasil essa prevalência é de 3,6%
a 5% da população escolar, predominando a desatenção que fica numa
porcentagem de 25% das crianças. Já em adolescentes entre 12 e 14 anos, a
prevalência tem um nível um pouco mais elevado atingindo 5,8%. A diferença
existente entre meninos e meninas é de 1,5 meninos para cada menina. Na fase
adulta, a prevalência estimada é de 0,3% a 3,5%, no entanto, com o crescimento a
hiperatividade vai diminuindo e a desatenção permanece constante.
Estudos revelam que a partir de 1994, surgiu a nomenclatura atual
“Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade” e mostram que vários estudiosos
sobre este transtorno, citamos Mattos (2003) e Arruda (2006), o defini como um tipo
de transtorno neurológico, que surge na infância e em muitos casos, acompanha o
indivíduo em sua vida adulta, tendo como principais características a desatenção, a
hiperatividade e a impulsividade, resultando na dificuldade de relacionamento com a
família, com outras crianças e professores no ambiente escolar.
O conhecimento acerca de alguns aspectos históricos do TDAH possibilitou
aos professores integrantes do grupo de estudos perceberem que para se chegar ao
conceito atual, muitos estudos foram realizados, como bem explicita a professora A.
A.:
Todo conhecimento é histórico, e para se compreender o Transtorno é importante situá-lo no processo histórico de construção do mesmo, até para perceber que ele sempre foi alvo de estudos por vários pesquisadores e ainda hoje o tema não foi esgotado, havendo muito que se pesquisar sobre esse assunto (A.A, 2014).
DA CONCEITUALIZAÇÃO DO TDAH
Na atualidade, a maioria dos professores vem encontrando em suas aulas
vários estudantes que não conseguem manter por muito tempo a atenção,
prejudicando sua aprendizagem. Intensos estudos são feitos procurando descobrir
as causas desse problema. Estudiosos sobre o assunto como Mattos (2004) e
Arruda (2006) apontam variados motivos para isso, no entanto, o que vem de
encontro com o nosso interesse é o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade).
Mas o que vem a ser esse transtorno? Alguns estudiosos definem o TDAH
como um transtorno mental de origem neurológica que provoca no sujeito dificuldade
em exercer suas aptidões, não consegue lidar com situações de stress comuns da
vida e não produz no trabalho, tendo prejuízo global em sua existência. Arruda
(2006) define esse transtorno como: “Alterações genéticas vão determinar
modificações na produção de neurotransmissores [...]A disfunção dessas áreas vai
provocar, consequentemente, os sintomas principais do TDAH: dificuldade de
atenção, hiperatividade e impulsividade” (ARRUDA, 2006, p.6).
A dificuldade de atenção tem sido considerada como o sintoma principal
desse transtorno, mas, não é o único. Sintomas como hiperatividade e a
impulsividade também fazem parte do TDAH. Mas como são definidos estes
sintomas? Com base nos conceitos de Arruda (2006), procuraremos fazer uma
breve definição de cada um dos sintomas:
a)Dificuldade de Atenção: a atenção pode ser definida como o esforço de
focalização do pensamento em um estímulo específico. Quando isso não acontece,
tem-se a falta de atenção que pode ser detectada com facilidade no início dos
estudos e quando o sujeito começa trabalhar, dependendo do grau apresentado
pode provocar dificuldades à aprendizagem.
b) Hiperatividade: é mais fácil de ser identificada, pois desde pequena a
criança é agitada, fala excessivamente, em alto volume, possui inquietação corporal
excessiva e desnecessária sem um objetivo funcional.
c) Impulsividade: muitas vezes este sintoma não é reconhecido pelos pais
com filhos que tem TDAH, embora façam colocações como: “é atirado”, “impaciente”,
“irritado”, “explosivo”, queixas essas, que se referem diretamente à impulsividade,
sintoma presente em todos que possuem o TDAH.
É importante que os profissionais da educação percebam isso e procurem
caminhos que venham favorecer o ensino e a aprendizagem de todos os seus
alunos. O médico psiquiatra e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Paulo Mattos, escreveu várias considerações a respeito do TDAH. Segundo o autor,
é preciso ficar atento ao fato de que nem todas as pessoas que possuem TDAH são
necessariamente iguais no seu comportamento.
Ele explica que existem três tipos de TDAH: a forma predominante desatenta,
sendo que esta é a forma mais comum, a forma predominantemente hiperativo-
impulsiva, sendo esta a forma mais rara e a forma combinada, que acontece quando
existem sintomas tanto da primeira como da segunda. Por serem causadoras de
maiores problemas, tanto para o indivíduo como para as demais pessoas, esta é a
forma em que se procura ajuda médica.
Mattos (2004) alerta que para concluir o diagnóstico se faz necessário
observar: primeiro, se esses sintomas estão presentes antes dos sete a doze anos;
segundo, se os problemas ocorrerem em pelo menos em dois ambientes diferentes
(ex: escola e casa); terceiro, se esses sintomas atrapalham o sujeito na escola, na
profissão ou no relacionamento com os outros; e por último, se os sintomas como
ansiedade, depressão ou outros parecidos não sejam a explicação para o problema.
A importância em se fazer estas observações e de não se tirar conclusões
precipitadas, rotulando a pessoa de algo que não possui.
As crianças com TDAH apresentam, muitas vezes, na escola lentidão em
concluir suas atividades, por estarem sempre desligadas, cometem vários erros por
falta de atenção, não terem o costume de prestar atenção em detalhes,
atrapalhando seu desempenho na realização das atividades. A impulsividade
também é um fator que “perturba”, pois os mesmos acabam resolvendo suas
atividades sem ao menos ler até o final as mesmas.
Quando o estudante é apenas desatento, o diagnóstico demora em
acontecer, devido o mesmo apresentar uma hiperatividade mínima ou totalmente
ausente, não perturbando na sala de aula, no entanto, ele não consegue o mesmo
rendimento dos demais alunos e quanto mais complexo for o conteúdo mais isso se
torna evidente.
Mattos (2004) define o TDAH como um transtorno psiquiátrico ou
neuropsiquiátrico, justificando os problemas emocionais comuns em conjunto com
este transtorno, sendo eles: “baixa auto-estima, oscilações grandes de humor,
sensação de fracasso e instabilidade nas relações com os demais colegas [...]. As
crianças e os adolescentes com TDAH tendem a ser mais rejeitados pelos colegas.”
(MATTOS, 2004, p.35).
Além dos problemas de comportamento podem existir outras dificuldades nos
estudantes com TDAH, que acabam impedindo que tenham um desenvolvimento
satisfatório na leitura, matemática, escrita e linguagem. Isso acontece na população
em geral, no entanto, associado com o quadro de TDAH são mais frequentes.
Baseando-se nesses diversificados problemas que acontecem com os
estudantes que são diagnosticados com TDAH, é que se sustenta a tese de que os
professores do ensino regular necessitam de um esforço mediado por opção teórica,
estudo e reflexão para terem o conhecimento necessário para trabalhar com esse
aluno, sustentando o relato da professora S.A.M:
É imprescindível e norteador para um trabalho efetivo com estudantes diagnosticados com TDAH, que toda escola tenha conhecimento a respeito dos sintomas desse aluno, pois o aprofundamento teórico sobre o assunto poderá dar sustentação ao trabalho do professor e garantir o melhor despenho escolar desses estudantes (S.A.M. 2014).
COMO SÃO OS DIAGNÓSTICOS E TRATAMENTOS DO TDAH?
As autoras Moysés e Collares (2011) discorrem sobre o diagnóstico do TDAH
em um texto intitulado “O lado escuro da dislexia e do TDAH”. Nesta obra procuram
deixar bem claro que acreditam na existência da diferença no trato da linguagem
escrita pelas pessoas, que algumas têm muita facilidade e outras dificuldades
extremadas, e questionam a transformação dessas dificuldades em uma doença
neurológica que de acordo com as autoras, nunca se conseguiu comprovação.
Explicam que a sociedade formula padrões e normas a serem obedecidas e
aqueles que não se enquadram nestes são tidos como problemáticos, necessitando
de um diagnóstico para se saber a causa, transformando questões coletivas, de
ordem social e política em questões individuais e biológicas.
Em se tratando de um problema biológico, compete à medicina resolver
através de medicamentos. Moysés e Collares (2011, p.136) deixam isso bem claro
ao escreverem: “A medicina afirma que os graves e crônicos problemas do sistema
educacional seriam decorrentes de doenças que ela, a medicina seria capaz de
resolver; cria, assim, a demanda por seus serviços, ampliando a medicalização”.
Afirmam ainda que a maioria de discursos sobre medicalização tem como tema a
dislexia e o TDAH.
Segundo as autoras, as hipóteses de que as doenças neurológicas
comprometem a aprendizagem e o comportamento vêm acontecendo a mais de um
século, no entanto, até os dias de hoje, não conseguiram ser comprovadas. Outra
crítica feita pelas autoras é sobre a eficácia das anfetaminas na solução deste
problema, elas afirmam que a amostragem de sujeitos estudados é pequena,
explicitando que é necessário uma melhor definição e um maior rigor estatístico para
uma afirmação tão séria.
Atualmente o diagnóstico é feito através de entrevistas com pacientes,
familiares e professores que relatam os sintomas e respondem a um questionário
conhecido por SNAP IV, composto de 18 questões, que depois de preenchido passa
pela interpretação de um especialista. Moysés e Collares (2011) colocam que esse
diagnóstico realizado leva em consideração cinco critérios: A, B, C, D e E, sendo
que o critério A (Snap IV) contém nove questões que se referem à desatenção e as
outras nove, à hiperatividade e impulsividade. As autoras explicam que em caso de
respostas afirmativas em seis itens em um dos subgrupos, o diagnóstico de TDAH já
é afirmativo. Segundo Moysé e Collares (2011), na realidade, esse transtorno passa
a ser definido a partir do momento que os pais dessas crianças são convencidos que
seus filhos têm um problema.
O critério A traz questões que investigam a falta de atenção em detalhes,
erros por descuido, dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades de
lazer, demonstração de desinteresse, dificuldade em seguir instruções até o fim,
conclusão das tarefas escolares ou obrigações, organização em tarefas e atividades,
envolvimento com tarefas que exigem esforço mental; cuidados com seus pertences,
distração com estímulos externos, movimentos constantes com os pés e mãos,
agitação e inquietude, fala em excesso; dificuldade em esperar que perguntas sejam
concluídas para poder responder, não conseguir esperar sua vez e interromper as
outras pessoas.
Elas levantam a questão de que se formos realmente analisar essas
questões, quantos de nós não estaríamos enquadrados nesse diagnóstico. No
entanto, é importante destacar que o critério A não deve ser avaliado
separadamente, ele deve estar em conjunto com os demais critérios, assim
definidos: Critério B - alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos sete
anos de idade; Critério C - existem problemas causados pelos sintomas acima em
pelo menos dois contextos diferentes (por ex: na escola, no trabalho, na vida social e
em casa); Critério D - há problemas evidentes na vida escolar, social e familiar por
conta dos sintomas; Critério E - se existe outro problema (tal como depressão,
deficiência mental, psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos
exclusivamente a ele.
Moysés e Collares consideram que esse instrumento utilizado para
diagnosticar o TDAH é muito frágil, levantando o seguinte questionamento: A quem
interessa manter um número tão elevado de crianças que cada vez mais vêm sendo
diagnosticadas com esse transtorno? Esse questionamento das autoras parte de
pesquisas que revelam a indústria farmacêutica como uma das mais beneficiadas,
considerando o crescente número de caixas de remédios que são vendidas para
esse fim.
Embora haja divergências a respeito do diagnóstico desse transtorno, não
podemos negar que ele existe e precisa de alguma forma ser reconhecido como um
problema a ser discutido no ambiente escolar e, se necessário, utilizar o tratamento
medicamentoso. No entanto, é importante que se identifique a fragilidade de
pesquisas e testes realizados para o diagnóstico, como reforça afirmação da
professora V.A.A.S. que diz:
Os critérios utilizados para o diagnóstico do TDAH são realizados partir de questionamentos em relação à desatenção, à hiperatividade e impulsividade, mas é importante mencionar que se analisarmos os mesmos, chegaremos à conclusão que a maioria da população é acometida desse transtorno (V.A.A.S. 2014).
TRATAMENTO DO TDAH
Mattos (2004), ao se referir ao tratamento do TDAH, fala da importância da
medicação, desde que seja receitada por profissionais capacitados e competentes.
No entanto, admite a importância de tratamentos com técnicas psicológicas, as
quais podem colaborar para aqueles que possuem esse transtorno, deixando bem
claro que estes profissionais precisam conhecer muito bem o TDAH.
Para o tratamento das pessoas que têm este transtorno, mais uma vez,
aparece a importância de um acompanhamento com vários profissionais e de forma
diversificada, como é citado por Feltes e Prischula: “Não há uma abordagem
terapêutica que seja comum a todos os casos.” (FELTES e PRICHULA, 2010,
p.122).
É preciso que todos os que estão envolvidos com estas pessoas estejam
atentos e contribuam com o seu tratamento. Embora em seu trabalho, Feltes e
Prichula (2010) admitam que o TDAH esteja presente nas escolas, e que se constitui
numa das grandes dificuldades enfrentadas pelos professores, alertam que as
escolas cometem muitos erros por não terem as informações sobre o que realmente
seja TDAH, dizendo que [...] “hoje na maioria das vezes falam que a criança é
hiperativa e na verdade ela só é imatura ou ansiada em ter algo novo e diferente na
escola, ela na realidade precisa é gastar energia”(FELTES e PRICHULA, 2010,
p.133).
Nessa perspectiva, é necessário um comprometimento não somente da
escola, mas também de órgãos competentes que facilitam um trabalho
multiprofissional, favorecendo o diagnóstico correto desses estudantes. Segundo as
autoras, é recomendável, no mínimo, seis meses de observação contínua para que
não haja erros quanto aos métodos de lidar com estas crianças com TDAH,
impedindo que as mesmas sejam rotuladas por falta de informações dos docentes e
de profissionais que ajudem no diagnóstico e na intervenção quanto às dificuldades
de aprendizagem.
Eidt(2004) em seu trabalho, alerta para o diagnóstico que se tem dado para o
TDAH, de acordo com os resultados alcançados com a medicação, se o
comportamento da criança medicalizada corresponde aos resultados esperados
conclui-se que ela apresenta o transtorno. Segundo ela, isso ocorre devido ao
avanço da farmacologia e da divulgação que o medicamento consegue resultados
rápidos e eficientes. Fatalmente o diagnóstico diferenciado não acontece,
favorecendo a rotulação, o uso indiscriminado de medicamentos e o fracasso do
estudante como justificativa de um suposto distúrbio.
É bom lembrar que algumas doenças não são reflexos apenas de aspectos
biológicos, uma vez que existem reflexos das relações sociais, os quais não podem
ser desprezados para não acontecer o erro ao se diagnosticar. A psicologia
considera que homem e sociedade estão ligados, como cita Eidt (2004), “[...]
comportamentos desatentos e hiperativos são também resultantes das contradições
estabelecidas internamente pela sociedade neoliberal”(EIDT, 2004 p.34).
A teoria Histórico Cultural parte da premissa que a transmissão do
conhecimento deve acontecer, considerando a produção histórica dos mesmos, pois
só dessa forma realmente ocorrerá a aprendizagem. Essa teoria está sendo pouco
estudada nas escolas, o que contribui para que muitos professores duvidem da
capacidade de aprendizagem de seus alunos, justificando-se muitas vezes casos de
desatenção, hiperatividade e indisciplina nas escolas. Segundo Eidt (2004), isso
pode explicar os inúmeros artigos que foram escritos na década de 1970 sobre
TDAH: “É interessante notar que na década de 1970 houve tanto a difusão do
ideário escolanovista como o aumento expressivo do número de artigos sobre
TDAH. Possivelmente não se trata apenas de uma coincidência” (EIDT, 2004, p.43).
Dessa forma, é preciso analisar com cuidado especial os acontecimentos
diante dos fatores sócio econômicos num determinado momento histórico da
sociedade, pois os mesmos podem trazer conclusões mais corretas em relação a um
determinado fato que ocorre em um determinado momento histórico trazendo
aumento ou diminuição de índices.
Assim, ao analisarmos um transtorno mental ou um comportamento diferente,
não se pode ver apenas o aspecto biológico, achando isso natural, é necessário que
questões sociais sejam associadas, pois o comportamento do homem difere de
acordo com o período histórico vivido por ele, ficando a cargo da sociedade julgar se
são adequados ou não para época que se está vivendo.
Eidt (2004) faz a crítica quanto ao encaminhamento de alunos com TDAH ao
psicólogo, explicando que os mesmos não consideram o motivo que a criança foi
encaminhada, quais são as queixas que fizeram estas chegarem ao seu consultório,
eles acabam ficando focados apenas na criança.
Outra mudança que se faz necessária, defendida pela autora, é a atribuição
que se dá ao fracasso escolar, culpando a criança, deslocando as questões sociais
para o âmbito individual. Essa ideia reforça que é necessário analisar o momento
histórico em que está inserida a pessoa que possui o transtorno, como destaca Eidt:
“É importante analisar a influência da ideologia neoliberal em relação à subjetividade
humana, datando as manifestações comportamentais da atualidade como
expressões de um período histórico determinado” (EIDT, 2004, p. 53).
A ideologia vivenciada em cada momento histórico determina o
comportamento da sociedade, necessitando, portanto, de que a mesma seja
analisada para se concluir qualquer tipo de comportamento. Feito isso e
diagnosticado o transtorno, é necessário que vários caminhos sejam levados em
consideração para que se consiga um tratamento eficiente com esse sujeito, isso
requer um conjunto de profissionais envolvidos juntamente com a família para que
se obtenha resultados positivos. A professora M.S.M.F comunga com essa ideia ao
dizer :
Além da medicalização é necessário que esses estudantes, bem como seus responsáveis, recebam acompanhamento psicológico, para orientações acerca de comolidar com situações do TDAH, considerando ainda, que a parceria entre profissionais da saúde, professores e família é de suma importância (M.S.M.F. 2014).
A MEDICALIZAÇÃO COMO TRATAMENTO DO TDAH
Moysés (2013) discorre sobre o assunto numa entrevista para o Portal
Unicamp, explicando que o uso da Ritalina, da família das anfetaminas, que é
prescrita para pessoas que são diagnosticadas com TDAH, vem cada vez mais
sendo alvo de discussões. Alguns defendem este medicamento como sendo a
grande salvação pra quem tem esse transtorno, outros o consideram como uma
droga severa. Este medicamento tem como indicação a melhora da concentração,
diminuição do cansaço e faz com que o indivíduo retenha mais informações em um
tempo menor.
Nessa entrevista, a pediatra e professora Maria Aparecida de Affonso Moysés
(2013) afirma sua grande preocupação com o uso descontrolado dessa droga em
nosso país, ela levanta a questão de estarmos sujeitos à exterminação do futuro e
diz que o mais importante é a orientação familiar.
A doutora explica que o medicamento Ritalina tem como substância o
metilfenidato, o qual estimula o sistema nervoso, aumentando a concentração de
dopaminas que é um neurotransmissor que dá o sensação de prazer nas sinapses,
mas não em nível fisiológico. Segundo ela, o metilfenidato consegue aumentar por
muito mais tempo a dopamina do que os próprios prazeres da vida, classificando-o
como um mecanismo de dependência química, tal como a cocaína.
Os sintomas desse medicamento, segundo a doutora, podem ser observados
em qualquer livro de farmacologia e dentre eles estão a crise de abstinência se a
criança já desenvolveu dependência química, surtos de insônia, sonolência, piora na
atenção e cognição, surtos psicóticos e alucinações. Podem ocorrer riscos de
suicídios, cefaléia, tontura e um efeito chamado de zombielike, fazendo com que a
pessoa fique quimicamente contida em si mesma. Isso são reações adversas, sinal
de toxidade, podendo também ocorrer alteração no sistema vascular com
possibilidade de hipertensão, taquicardia, arritmia e até parada cardíaca. No sistema
gastrointestinal causa boca seca, falta de apetite, dor no estômago, altera a
secreção de hormônio sexual e diminui a secreção do hormônio de crescimento. Ela
afirma que analisando a relação custo beneficio, não vale a pena o uso desse
medicamento.
Moysés (2013) realiza uma pesquisa onde foram levantadas todas as
publicações de 1980 a 2010 que falavam sobre o tratamento do TDAH e
comprovavam a eficácia do metilfenidato, destes, apenas uma minoria foram
consideradas publicações científicas e estes tinham registros que a orientação
familiar é mais eficaz do que o medicamento. Reforçando segundo a autora a
necessidade das famílias serem orientadas de como se deve lidar com essas
crianças. Os dados dessa pesquisa não trouxeram nada de concreto sobre o
rendimento escolar e nada que mostre a melhora do prognóstico em longo prazo.
Quando o Portal da Unicamp questionou a Doutora sobre quem está sendo
medicado, ela responde que são as crianças que estão sempre questionando, que
sonham, “viajam”. E afirma que o mundo só é transformado por pessoas que ousam
sonhar, questionam e lutam por um mundo diferente. E que os medicamentos estão
impedindo estas manifestações, repetindo a frase de um Psiquiatra Uruguaio, “a
gente corre o risco de estar fazendo um genocídio do futuro”. Que isso pode
provocar empecilhos para a construção de um futuro e um mundo diferentes.
Moysés (2013) se refere à França como um país com índice quase zero de
diagnóstico de TDAH e isso se deve aos valores culturais desse povo e não por ser
esse um país desenvolvido, pois aponta os EUA como o primeiro grande consumidor
de Ritalina, seguido pelo Brasil, deixando claro que isso realmente é por causa dos
valores culturais de cada região geográfica.
Citamos Mattos (2004) como outro estudioso que fala sobre o uso do
medicamento para tratamento do TDAH. Ele é mais flexível, em seu livro “No mundo
da Lua”,refere-se ao tratamento do TDAH falando da importância da medicação,
desde que seja receitada por profissionais capacitados e competentes, porém,
admite a importância de tratamentos com técnicas psicológicas que podem
colaborar para aqueles que possuem esse transtorno, deixando bem claro que estes
profissionais precisam conhecer muito bem o TDAH.
Ele diz que o TDAH muitas vezes tem como forma predominante a
desatenção, não raras vezes pessoas com esse transtorno acabam sendo rotuladas
como indolentes, preguiçosas, burras ou limitadas. Elas próprias percebem suas
dificuldades, pois sempre precisam de um tempo maior para terminar suas
atividades, aulas de apoio, precisam se esforçar muito mais e mesmo assim não
conseguem tirar notas boas, resultando em uma baixa autoestima, desinteresse
pelos estudos e ansiedade.
No entanto, segundo Mattos (2004, p.105), “Frente a qualquer destes indícios,
é importante que tais comportamentos sejam avaliados por especialistas. É preciso
ter cautela para não se atribuir tudo ao TDAH, também!”
Na realidade, os alunos de hoje tem uma liberdade exagerada pelo próprio
convívio social e muitos deles têm comportamentos que se confundem com os que
têm TDAH, precisando realmente que se analise cada caso para não se chegar a
uma conclusão errada.
Considerando que o número excessivo de estudantes na sala de aula,
contribui para aumentar a dificuldade de se trabalhar com estudantes avaliados com
TDAH, faz-se necessário que o professor perceba que os mesmos têm suas
limitações e que esteja interessado em ajudá-los mesmo sabendo que não é uma
tarefa fácil.
De acordo com o autor, o professor precisa estar atento para poder enxergar
que os alunos com TDAH não atendem as regras não porque não querem, mas
porque não conseguem atendê-las. É preciso procurar formas de manter a atenção
destes alunos e mesmo assim o professor pode perceber que o aluno continua com
dificuldades na aprendizagem, é importante detectar se estes alunos não possuem
outro problema que esteja associado ao TDAH.
Segundo Mattos (2004), existem outras dificuldades de aprendizagem que
podem acompanhar o TDAH que são os Transtornos do Aprendizado, classificados
em: transtorno de leitura, transtorno da expressão escrita, transtorno da matemática.
Muitas crianças com TDAH e com transtornos de aprendizagem não sentem
prazer com os estudos porque tem consciência de suas dificuldades e não acreditam
que vão conseguir algum progresso significativo, necessitando de algumas
intervenções que possam facilitar sua aprendizagem e consequentemente aumentar
sua autoestima. E muitos educadores defendem o uso da medicalização como mais
um meio de estar auxiliando esses estudantes para o seu sucesso acadêmico, como
podemos ver no depoimento da professora A .B. O. P.:
O uso de medicamento por estudantes com TDAH como forma de terapia sempre causa polêmica, principalmente se a medicação tem a função de alterar, de alguma maneira, as funções cerebrais. Para a neurologia, a terapia medicamentosa costuma produzir resultados confirmados na maioria dos casos. Na minha prática, tenho observado esses resultados em alunos que após uso do medicamento tem conseguindo manter atenção e concentração e concluir com êxito suas atividades, melhorando significativamente sua autoestima (A.B.O.P., 2014).
ALGUMAS POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA JUNTO AO
ALUNO COM TDAH
Os estudos aqui organizados demonstram que o TDAH é bastante
complicado e muitas vezes não entendido, mas os alunos com este transtorno
existem, e estão nos bancos escolares e necessitam de um olhar diferenciado.
Mattos (2004) enumera várias sugestões para trabalhar com estes alunos como:
Nas avaliações sempre levar em consideração o esforço que o aluno teve para
fazer alguma coisa e não o resultado final, não esquecendo a importância em adotar
critérios diversificados.
Os progressos do aluno devem ser sempre elogiados, como que ele tem de bom,
e mostrar que ele é capaz de melhorar se houver esforço da parte dele.
Elogiar quando ele não interromper uma conversa ao invés de criticá-lo quando
faz isso, os elogios são sempre melhores que criticas e castigos e acabam elevando
a autoestima.
Fazer um treinamento para aprender a parar, a olhar a ouvir e pensar antes de
responder. Podendo ser feito em situações do cotidiano de sala de aula.
Fazer o aluno meditar sobre quais as consequências em fazermos alguma coisa
que desejamos muito.
Para a falta de memória pedir sempre que o aluno leia em voz alta, que repita o
que leu nas partes mais importantes, resumir o que leu tanto em voz alta como por
escrito, fazer lembretes em cartões. Não esquecer que só é possível memorizar
coisas que têm algum vínculo com outra já conhecida. Então, procure sempre
vincular aquilo que se está estudando com algo real da vida do aluno. Outro tipo de
vínculo que ajuda é o visual.
Brincadeiras e exercícios de memorização das coisas do cotidiano ajudam muito
quando se exige memorização nos estudos.
Procurar sempre se comunicar de forma clara com o aluno, sem explicações
longas e com muitos detalhes.
O professor precisa ter a capacidade de modificar as suas estratégias de ensino,
procurando adequá-las ao estilo de aprendizagem e às necessidades do aluno.
Como cita Mattos (2004, p.96) “Se ele aprende matemática melhor com jogos, então
o professor ideal será aquele que consegue produzir uma variedade de jogos
matemáticos interessantes.”
Dividir as tarefas em pequenas etapas, que não exijam muito tempo, conseguindo
maior estímulo por parte dos alunos e o sucesso na realização das mesmas.
Estabelecer rotinas constantes e previsíveis, regras claras.
Procurar sempre colocar limites no comportamento do aluno.
Outro fator importante é que se ouça o aluno, veja suas sugestões para contribuir
com sua aprendizagem, fazendo que ele perceba positivamente a posição do
professor.
O professor deve agir de forma que aos poucos o comportamento do aluno vá se
modificando, mas isso deve ocorrer gradativamente, procurando começar sempre
pelas mais prejudiciais.
A exigência do cumprimento das regras e a flexibilização de comportamento
devem ser equilibradas. O indivíduo com TDAH tem que aprender a obedecer às
regras, mas também deve saber que as mesmas podem ser amenizadas
dependendo do momento, no entanto é preciso que isso seja explicado para ele.
Fazer adaptações tanto de conteúdo como de metodologias que facilitam a
aprendizagem do aluno com TDAH.
Geralmente estes alunos não conseguem ficar parados por muito tempo, uma
solução seria colocá-lo como ajudante do professor, permitindo sua movimentação
pela sala um pouco mais que o normal.
Os comportamentos adequados devem ser elogiados e premiados.
Quando se inicia algo novo a tendência sempre é de partir do mais simples para o
mais complexo, no entanto é sempre importante lembrar que o que é mais fácil para
os outros alunos tidos como “normais”, pode ser muito difícil para aquele que tem
TDHA.
Outras dicas importantes ao trabalhar com estes alunos: sempre procurar colocá-
los longe de janelas, que façam trabalhos em pequenos grupos, a proximidade com
o professor é muito importante, procurar tanto quanto for possível incentivar a
participação deste aluno nas atividades.
Mattos (2004) afirma que os alunos com TDAH necessitam de um tratamento
diferenciado com o objetivo de aumentar suas chances de serem bem sucedidos,
não se frustrando e percebendo que são capazes de desenvolver as atividades que
lhes são atribuídas. Não pretendemos afirmar que esta seja uma tarefa fácil e
provavelmente, muitas destas dicas não sejam possíveis de serem realizadas por
muitos professores, no entanto, estes alunos estão nas salas de aula do ensino
regular e merecem uma atenção especial.
Como citam as autoras Bonadio e Mori (2013) “Aprendizagem não é
desenvolvimento; entretanto quando intencionalmente organizada pelo professor, ela
mobiliza uma série de processos psíquicos e promove o desenvolvimento.” Dessa
forma, podemos afirmar que tanto o professor do ensino regular quanto o professor
atuando em sala de recurso ou na educação especial propriamente dita, necessita
ter um nível mínimo de conhecimento sobre as características desse transtorno, para
que ele possa, a partir desse conhecimento, idealizar e elaborar estratégias didático
pedagógicas visando atender às necessidades educacionais que são próprias do
indivíduo com o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, como bem relata a
professora R.S.R.:
Estes estudantes precisam de um olhar diferenciado por parte do professor, para que eles possam perceber que são capazes de realizar as atividades propostas, não se frustrando e sendo estimulados a demonstrarem suas capacidades, para tanto o professor precisa lançar mão de várias estratégias como as citadas por Mattos para contribuir com a superação das
diversas dificuldades que são enfrentadas pelos mesmos no seu dia a dia acadêmico (R.S.R. 2014).
O QUE OS PROFESSORES CONTAM SOBRE O TDAH: ENTREVISTAS
Para dar início às atividades de implementação do projeto na escola,
consideramos importante investigar quais os conhecimentos que o grupo de
participantes tinha a respeito do TDAH. Para isso, elaboramos algumas questões
que foram respondidas pelos professores e que posteriormente, nortearam os
trabalhos.
Ao serem questionados se sabiam identificar os estudantes de sua turma que
recebiam atendimento em Sala de Recursos Multifuncional Tipo I (SRM), a maioria
dos professores respondeu que conseguiam identificar, principalmente por eles
apresentarem algumas dificuldades e limitações para acompanhar suas aulas.
Ao perguntarmos quais dificuldades encontradas ao trabalhar com esses
alunos, foram apontados o número elevado de alunos por sala, comprometendo o
atendimento individualizado que os mesmos necessitam e as adaptações nas
atividades. Os professores da disciplina de Língua Portuguesa destacaram que os
alunos enfrentam muita dificuldade na produção textual, por conta da sequência, da
coerência e da coesão.
Ao se levantar a questão sobre o conhecimento dos professores a respeito do
transtorno de aprendizagem, as respostas obtidas foram: defasagem na
aprendizagem; inabilidade específica na aprendizagem da leitura, escrita ou cálculos
matemáticos; disfunção a nível neurológico; dificuldades na aprendizagem, na
concentração e na atenção.
Quando perguntamos se eles consideravam que o atendimento educacional
especial em Sala de Recursos propiciava progresso na aprendizagem dos alunos
TDAH, todos concordaram que esse atendimento é muito satisfatório quando feito
por profissionais capacitados e comprometidos, resultando em avanços
consideráveis no ensino regular.
Outra questão levantada foi quanto à importância dos professores do ensino
regular terem conhecimentos sobre o TDAH, todos afirmaram que é necessário que
se tenha esse conhecimento, pois é o mesmo que contribuirá para que o trabalho
feito com esses alunos seja adequado, respeitando suas limitações e especificidade,
possibilitando uma intervenção adequada.
Ao perguntarmos se eles tinham conhecimentos das especificidades dos
sintomas do TDAH e qual delas considerava a mais difícil de trabalhar no ensino
regular, apenas um não soube responder, os outros destacaram a falta de atenção e
hiperatividade como sintomas, dando ênfase à questão comportamental como a
mais difícil de ser trabalhada.
Outra pergunta foi se os mesmos tinham conhecimento de quem era o
responsável em dar o laudo de transtorno de aprendizagem em especifico do TDAH,
quase todos os professores têm consciência de que esse é feito por um profissional
da área da saúde especializado em neurologia.
Ao se pedir que fossem pontuados os critérios que deveriam ser observados
para diagnosticar o TDAH, mais uma vez foi salientado o déficit de atenção, a
hiperatividade e a impulsividade.
A medicalização é uma questão bastante polêmica, ao perguntarmos aos
professores sobre suas opiniões a esse respeito, podemos perceber nas respostas
de alguns uma preocupação com o uso de medicamentos, com alegações de que os
mesmos trazem prejuízos como sonolência, dependência, perda de peso, dores
abominais entre outros, porém já observaram melhoras na aprendizagem dos
estudantes após o uso da medicalização.
Quando se perguntou sobre como deveria ser o tratamento do estudante com
diagnosticado com TDAH, a questão da medicalização volta a surgir como um mal
necessário para amenizar o transtorno, no entanto ele não deve ser utilizado sozinho,
é necessário que haja um acompanhamento por vários profissionais, e não apenas
com o estudante, mas também com a família deste.
Para encerrar as questões, perguntamos como deveria ser o atendimento
educacional dos indivíduos com TDAH, os professores afirmaram que é necessário
que o mesmo seja respeitado em suas necessidades, tenham o direito de receber
acompanhamento na educação especial com um professor especializado,
atendimento com profissionais na área da saúde e ter principalmente a família como
apoio em todos os momentos.
Mediante as respostas dadas, pudemos perceber que existe, por parte dos
professores, um conhecimento tácito sobre o que vem a ser esse transtorno, para
clarear essa informação se faz necessário apresentarmos os temas trabalhados
como também o objetivo traçado para cada um, conforme elencamos o quadro
abaixo.
Síntese do conteúdo da Implementação Pedagógica:
ENCONTROS TÍTULO OBJETIVO
1º Alguns aspectos históricos do TDAH
Conhecer a história do TDAH.
2º Conceitualização do TDAH Evidenciar a importância do conhecimento para trabalhar com alunos que possuam esse transtorno
3º Como são os diagnósticos do TDAH?
Perceber a importância do diagnóstico correto
4º Tratamento do TDAH Entender as possibilidades de tratamento.
5º A medicalização como tratamento do TDAH
Refletir sobre o uso da medicalização
6º Algumas possibilidades de intervenção pedagógica junto ao estudante com TDAH
Escolher possibilidades de intervenções de acordo com sua realidade
7º Intervenção pedagógica Escolher possibilidades deintervençõesde acordo com realidade.
8º Entrevistas - O que os professores contam sobre o TDAH
Compreender que é possível desenvolver com esses estudantes trabalhos pedagógicos satisfatórios.
Através desse quadro, podemos sintetizar o trabalho desenvolvido nesta
implementação, esclarecendo que os temas trabalhados procuraram atender ao
objetivo proposto, de que a partir do conhecimento a respeito do TDAH podemos
levantar algumas possibilidades de intervenção pedagógica que contribuíram com o
processo de ensino-aprendizagem dos estudantes do ensino regular diagnosticadas
com esse transtorno.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A participação no PDE possibilitou um espaço significativo para estudar sobre
o TDAH, e, com esse conhecimento, foi possível levantar possibilidades de algumas
intervenções pedagógicas que puderam facilitar o ensino-aprendizagem dos alunos
avaliados com esse transtorno. É importante reconhecer que na escola esse projeto,
tem um total de 198 (cento e noventa e oito) estudantes dos quais 16 (dezesseis)
têm diagnóstico de TDAH, desses, um número de 08 (oito) estudantes fazem uso do
medicamento conhecido pelo nome de Ritalina, um número bastante expressivo se
levarmos em consideração os dados levantados pelo NRE, cuja estatística revela
um total de 174 (cento e setenta e quatro) estudantes com esse diagnóstico,
lembrando que 74 (setenta e quatro) são das escolas Municipais e 100 (cem) são
das escolas Estaduais.
Convém pontuar que no projeto de implementação, preocupamo-nos em
analisar o conhecimento que os professores tinham sobre o TDAH. No questionário
inicial percebemos que existia por parte dos professores algum conhecimento sobre
o assunto, no entanto, a dúvida estava em como trabalhar com esses alunos e, para
isso, houve a necessidade de uma discussão mais aprofundada em vários
encontros, para que pudéssemos enriquecer esses conhecimentos, na tentativa de
contribuir com uma prática pedagógica.
Nessa etapa de implementação, por meio dos estudos propostos, o grupo
pode realizar um paralelo entre a teoria e a prática, apontando as convergências e
divergências entre elas.
No primeiro encontro o tema trabalhado discorreu sobre alguns dados
históricos do TDAH, oportunizando ao grupo o conhecimento de como vem sendo
discutido esse transtorno ao longo dos anos, o que facilitou a todos a compreensão
de que para se chegar à atual nomenclatura foram realizados diversos estudos e
pesquisas sobre o assunto.
A partir do resgate da história do TDAH, foi possível apresentar a
conceitualização do mesmo embasado nos estudos de Arruda (2006) e Mattos
(2004), que definem o TDAH como um transtorno mental de origem neurológica, que
tem como sintomas a dificuldade de atenção, a hiperatividade e a impulsividade.
Esses dados foram recebidos pelos participantes como um suporte ao seus
trabalhos em sala de aula, reforçando a ideia de que o conhecimento sobre o
assunto dará sustentabilidade a seus trabalhos com os estudantes com TDAH,
permitindo aos mesmos um melhor desempenho acadêmico.
O diagnóstico do TDAH é discutido por vários estudiosos, e apontado como
frágil, pois não existe nenhum exame que comprove o mesmo, o instrumento
utilizado é um questionário respondido por pais e professores e analisado por um
médico neurologista. Após analisar esse questionário as professoras participantes
desse curso concordaram que é preciso muito cuidado ao dar o diagnóstico, pois
muitos de nós poderíamos, de acordo com ele ser diagnosticados com o TDAH.
A partir do laudo médico, é preciso que se passe para o tratamento, e esse
deve ser feito com algumas considerações, como o cuidado com a medicalização,
que só deve ser administrada ser for receitada por profissional capacitado,
acompanhamento de profissionais diversificados, considerar que, além da parte
biológica, as questões sociais e professores informados sobre esse transtorno fazem
a diferença. O grupo de professores participantes do curso acredita que para se ter
resultados positivos no tratamento é necessário uma parceria entre pais professores
e profissionais das diversas áreas da medicina.
Um tema bastante polêmico tratado neste curso foi a questão da
medicalização, debatido a partir de estudos da doutora Moysés, uma das pessoas
que faz severas críticas sobre o uso da Ritalina, medicamento utilizado para o
tratamento desse transtorno, dando ênfase aos prejuízos que o mesmo causa e
levantando a questão de que as indústrias farmacêuticas são as principais
beneficiadas com o uso desse medicamento. Já Mattos acredita que o mesmo é
importante no tratamento do TDAH, mas deve ser indicado por profissional
capacitado. As professoras não discordam das colocações de Moysés, no entanto
relatam que vários alunos ao usarem esse medicamento melhoraram em suas aulas
conseguindo acompanhar os demais colegas de sala.
O objetivo principal desse trabalho foi levantar e analisar com os professores
algumas possibilidades de intervenções junto aos alunos diagnosticados com TDAH.
Embasados nos estudos de Mattos, foram levantadas várias possibilidades,
chegando-se à conclusão que é necessário uma flexibilização constante para
adaptar o ensino ao estilo de aprendizagem do aluno, independente do número de
alunos, de conteúdo a ser trabalhado, ou o pouco tempo de aula; a metodologia
utilizada precisa ser flexível e adequada às diferentes necessidades e realidades.
Faz-se necessário lembrar que esses alunos estarão em sala de aula juntos com
outros tantos, com a mesma idade e talvez mesmos anseios, é provável que com
níveis de conhecimento semelhantes. As estratégias e metodologias precisam ser
introduzidas e desenvolvidas no decorrer das aulas com todos.
Na entrevista realizada com os professores, em dois momentos distintos,
antes da implementação do projeto e após os estudos realizados pode-se observar,
pelas respostas dadas, que a maioria dos professores tinham uma noção sobre o
que vem a ser esse transtorno e como ele é maléfico aos estudantes, no entanto as
respostas obtidas no final da pesquisa, demonstraram maior convicção por parte dos
professores sobre o tema em questão. Eles deixaram claro que é preciso ter
conhecimento sobre a dificuldade do aluno e a partir daí procurar metodologias que
possam minimizá-la, considerando que vários fatores interferem na aplicação das
mesmas, no entanto, não conseguem impedir que elas aconteçam.
Dessa forma, consideramos que o trabalho contribuiu para reafirmar a
necessidade de um novo olhar acerca da prática pedagógica que está sendo
utilizada pelos professores que trabalham com estudantes com TDAH que existem
possibilidades de intervenções que podem favorecer o ensino-aprendizagem desses
alunos. O professor tem papel fundamental no processo de aprendizagem e saúde
mental de seus alunos. Sendo assim, a mediação por parte dos professores em
relação à hiperatividade e o conhecimentos dos procedimentos adequados e o
próprio diagnóstico, são essenciais, se a escola pretende desenvolver um trabalho
pedagógico para poder contribuir no processo ensino aprendizagem.
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