Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
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Secretaria de Estado da Educação Superintendência da Educação
Diretoria de Políticas e Programas Educacionais Programa de Desenvolvimento Educacional
UNIDADE DIDÁTICA
Professor PDE: Valdenir Lisboa Da Silva
Área PDE: Educação Física
NRE: Cascavel
Professor Orientador IES: Profº. Dr. Gustavo André Borges
IES vinculada: Unioeste/ Marechal C. Rondon
CASCAVEL
2013
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UNIDADE DIDÁTICA
JOGOS COOPERATIVOS NO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA PROPOSTA DE
INTERAÇÃO SOCIAL DE ALUNOS DO 6º AO 7º ANOS
Figura 1: Jogos Cooperativos 1
1 Figura capturada em: pedagogiapucpr2013.blogspot.com
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VALDENIR LISBOA DA SILVA
JOGOS COOPERATIVOS NO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA PROPOSTA DE INTERAÇÃO SOCIAL DE ALUNOS DO 6º AO 7º ANOS
Valdenir Lisboa da Silva
Figura 2. Cooperar para incluir2
A cada ano que se passa a educação física escolar sofre inúmeras mudanças, as
quais, muitas das vezes, propiciam um olhar diferenciado no que tange o surgimento e a
modificação de conceitos pedagógicos mais antigos. A realidade do ensino dessa disciplina
em contexto escolar está intrinsecamente ligada à prática de esportes vista por um viés
competitivo, onde o aluno integra seu uso em um único objetivo: “vencer”, pois, segundo
BARRETO (2007, p.3), o individualismo e a competição...
...tornaram-se mais importante para o homem moderno do que valores
como a cooperação, a união, a responsabilidade e a organização. A
competição é um fator que dificulta o relacionamento das pessoas, gerando
um clima de rivalidade e estresse.
Ou seja, é de suma importância que as aulas de Educação Física propiciem aos
alunos condições que os façam refletir a respeito da postura que devem ter ao praticarem
qualquer modalidade esportiva, pois os alunos deverão praticá-las com o intuito de se
2 Imagem capturada em: michellyeducacaofisica.blogspot.com
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divertirem em grupo, respeitando a todos tanto em momentos de vitórias quanto nos de
derrotas.
Esta Unidade Didática tem como meta trabalhar com os jogos cooperativos nas aulas
de Educação Física com alunos do 6º ao 7º anos do Ensino Fundamental do Colégio
Estadual do Campo Carlos Gomes, onde se objetiva introduzir diferentes formas de jogos e
brincadeiras através da ética da cooperação. Ou seja, que as atividades apresentadas
sejam capazes de integrá-los em um clima de harmonia, respeito às diferenças e respeito às
desigualdades, num espírito de coletividade e solidariedade, onde a competição
exacerbada, o sobrepujamento e o desrespeito pelo próximo serão desestimulados.
Nesse sentido, preconizar-se-á o desenvolvimento afetivo e social da coletividade
como um dos aspectos de extrema importância durante as aulas de Educação Física,
principalmente no que se diz respeito ao processo de aprendizagem do aluno. Com isso, o
relacionamento interpessoal será prioritário para a conquista de um sucesso coletivo.
No entanto, a implementação dos jogos cooperativos poderá ser capaz de unir as
qualidades extremas ou opostas dos alunos em uma mesma meta e com as mesmas
condições de sucesso e fracasso: alunos habilidosos e desajeitados; alunos fortes e fracos;
rapazes e moças; alunos altos e baixos; alunos gordos e magros, etc. Ou seja, o resultado
dos jogos não dependerá daquele que possui maior desenvoltura fisicamente ou elevada
habilidade motora, mas a equipe que conseguir realizar coletivamente as atividades
propostas. Nesse quesito são nos jogos cooperativos que serão trabalhadas praticamente
todas as habilidades motoras essenciais para o cotidiano de cada aluno.
Por isso, essa unidade almeja contribuir de modo positivo acerca da prática docente,
a qual tem o intuito de desmistificar concepções errôneas desenvolvidas com o passar dos
dias, onde a interatividade grupal torna-se uma competição que, muitas das vezes,
diferenciam gêneros, habilidades e portes físicos em busca de um objetivo comum, a vitória.
Por tanto, o trabalho pedagógico que será desenvolvido pautará na transformação desse
ponto de vista que afeta não somente o ambiente escolar, mas, também, a própria
sociedade.
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JOGOS COOPERATIVOS SEM "PERDEDOR"
QUEIMADA MALUCA
Figura 3. Queimada maluca3
Objetivo: queimar, não ser queimado e salvar seus colegas. As crianças terão
oportunidades de jogar tentando manter o jogo vivo. Para isso poderão ou não
manter os colegas jogando.
Objetivo do Professor: avaliar seus alunos quanto a participação, cooperação e
competição. Avaliar quais atitudes individuais e coletivas estão acontecendo nas sua
aulas.
Propósito: colocar os alunos frente a frente com a sensação de vencer ou
colaborar. As crianças estarão avaliando seu desenvolvimento de acordo com o
equilíbrio do jogo.
Recursos: uma bola de meia e giz.
3 Imagem capturada em: http://educa-a-acaofisica.blogspot.com.br/2012/03/plano-de-aula-queimada-
maluca.html
ENTÃO, VAMOS CONHECER ALGUMAS
ATIVIDADES COOPERATIVAS?
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Número de participantes: pode ser jogado com diferentes números de crianças,
sendo maior que 10 para maior motivação. Caso seja um grupo muito grande (40)
pode-se usar 2 bolas.
Duração: dependerá do interesse do grupo e da avaliação do professor.
Normalmente 20 a 30 minutos.
Descrição: todas as crianças deverão ficar em um espaço suficientemente grande
para que todos possam correr e se deslocar sem grandes riscos de choque. Elas
receberão um pedaço de giz e anotarão no chão ou na parede, seu nome a letra Q
(queimei), a letra M (morri) e a letra S (salvei). O professor joga a bola de meia para
o alto e está dado o início. Pode-se colocar uma música para acompanhar o jogo. A
criança que pegar a bolas, poderá no máximo dar 3 passos para arremessar a bola
nos colegas. Caso ela queime alguém este deverá marcar o que houve e depois
ficará sentado no lugar. A criança que atirou também deverá marcar que conseguiu
queimar o colega. Para salvar bastará que a criança deixe de JOGAR NO OUTRO e
passe para quem estiver sentado (JOGAR PARA O OUTRO). Está então poderá
levantar e continuar jogando. Todos os acontecimentos deverão ser anotados para
futura análise e discussão em grupo.
Dicas: este jogo é muito bom para que o professor possa avaliar o comportamento
real de seu aluno. É possível detectar crianças mais cooperativas (salvam mais),
mais competitivas (salvam menos), crianças que fazem parcerias, e trazendo com
isso a oportunidade de fazê-los VER. É necessário que o professor proporcione o
momento de debate, com tranquilidade, para ouvir os comentários e fazer as
possíveis colocações. O professor poderá fazer o jogo sem a marcação e depois
colocá-la para eles possam avaliar. É importante colocar que existem diferentes
crianças jogando e elas têm a liberdade de serem verdadeiras. Não podemos impor
as atitudes e sim mostrar os diversos caminhos que elas podem seguir.
Fonte: Edição 9/10 de Abril/Maio de 2002 da Revista Jogos Cooperativos, pág. 21 Criado por Carlos Eduardo Pereira Rodrigues.
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VOLEIBOL DIVERTIDO
Figura 4. Voleibol Divertido4
Objetivo do jogo: jogar voleibol, modificando as regras para que se torne um jogo
Cooperativo.
Propósito: este jogo permite o exercício da visão sistêmica, do voleibol, da
cooperação e da alegria.
Recursos: uma corda elástica ou uma corda feita com tiras de tecido colorido e uma
bola que poderá ser de voleibol ou outra mais leve, dependendo do grupo.
Número de Participantes: seis jogadores de cada lado da rede, podendo este
número ser ampliado de acordo com os objetivos do facilitador.
Duração: indefinida, enquanto os jogadores estiverem se divertindo e/ou enquanto o
facilitador verificar ser importante continuar.
Descrição: o facilitador e um auxiliar, ou mesmo dois auxiliares seguram uma corda
atravessada na quadra e os times se colocam um de cada lado da corda.
Seu objetivo agora é não deixar a bola cair no chão. É um jogo de voleibol,
respeitando-se as regras do jogo, os dois times juntos devem atingir os 25 pontos
(como no voleibol infinito).
Ao mesmo tempo em que os participantes jogam, o facilitador e o auxiliar devem
movimentar-se pela quadra afim de que a quadra se modifique a cada instante, ou
seja, os jogadores além de se movimentarem pelo jogo, agora precisam estar
4 Figura capturada em: Disponível em: http://www.paroquialfatima.com.br/
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atentos as mudanças físicas que a quadra vai sofrendo á medida que a corda vai
sendo movimentada.
Dicas: pode-se aumentar a pontuação, fazendo com que a meta seja maior a cada
jogo. Pode-se ainda, modificar as regras do voleibol, colocando-se regras do tipo,
todos tem que tocar na bola, meninos e meninas tem que tocar na bola
alternadamente, ou outras regras que permitam a participação de todos.
Fonte: Este conteúdo foi acessado em 31/10/2013. Disponível em:
http://tecef.blogspot.com.br/2011/03/voleibol-divertido.html.
VOLENÇOL
Figura 5. Volençol 5
O que o aluno poderá aprender com esta aula:
Aprender novas formas de jogar voleibol, com possibilidades de modificar regras
convencionais. Coordenar diferentes movimentos com o corpo, interagindo com os
materiais, com o seu corpo e com o corpo do colega. Deslocar-se no espaço da
quadra de diferentes formas: pra frente, pra trás, para o lado, em diagonal;
valorizando o trabalho em equipe.
Duração das atividades
2 aulas de 50 minutos - Total 100 Minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno: 5 Figura capturada em: blogspot.com%2F2013%2F07%2Fprecisamos-descobrir-o-valor-das.html
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Não é necessário conhecimento prévio para que o aluno possa desenvolver a aula.
Estratégias e recursos da aula
Professor(a), antes desta aula peça para que os alunos venham com uma segunda
peça de roupa que possa molhar. Esta é uma aula que demanda tempo maior para a
organização antes do início das atividades (encher os balões) e para as trocas de
roupas (aproximadamente 20 min.)
RECURSOS
• Bola de Vôlei;
• 4 Lençóis (2 metros quadrados cada).
Duração: Aproximadamente de 25 minutos.
Descrição: Como proposta inicial, faça uma roda e proponha a primeira atividade.
Divida a turma em grupos de 4 alunos. Cada quarteto terá em mãos um lençol e
ocupará um espaço determinado na quadra. Como especificado no desenho abaixo:
Ao iniciar o jogo, a bola terá que passar pelos grupos de lençol em lençol, sem cair
no chão. A bola terá que passar pelos dois lençóis da equipe antes de ser
arremessada à outra equipe. Professor(a), caso tenha equipes do lado de fora, faça
revezamento para que todos possam participar.
VOLENÇOL MOLHADO
Figura 6: Volençol Molhado 6
6 Figura capturada em: portaldoprofessor.mec.gov.br
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Recursos: Balão (1 pacote)
Duração: aproximadamente 50 minutos
Descrição:
Peça para que cada equipe encha 5 balões. Mantendo as mesmas equipes e
estrutura do jogo anterior, troque a bola de vôlei por um balão cheio de água. O jogo
iniciará com um balão neutro. As equipes tiram a sorte e a equipe que perder iniciará
o jogo com o balão. O objetivo principal do jogo é não deixar o balão cair e/ou
estourar quando arremessado ao lençol e/ou à outra equipe. A equipe que deixar o
balão cair terá que ceder um balão para a outra equipe que iniciará o jogo
novamente. A equipe que terminar com um balão vence a partida.
Obs.: Professor(a), explore com os(as) alunos(as) os diferentes aspectos atitudinais
que implicam em perdas e ganhos durante as atividades.
Possibilidades de Ampliação:
Quanto ao Espaço: As atividades podem ser realizadas em qualquer espaço que
permita a marcação da quadra. Pode ser realizado em um campo gramado ou
dentro da piscina. Neste caso, a mesma deverá não ser muito funda, permitindo os
participantes levantarem as mãos. Substitua o lençol por um material que possa
molhar, tal como pano de "TNT" ou pedaços de rede de vôlei, peteca, tênis, etc.
Quanto ao Corpo do Colega: No lençol é possível que mais alunos, além dos que
estão nas extremidades, o segurem.
Quanto ao Material: O(A) professor(a) pode utilizar lençóis de diferentes tamanhos.
Caso o lençol seja de difícil acesso, panos de “TNT” são viáveis para a atividade.
Bolas de outras modalidades esportivas podem ser utilizadas na atividade do
volençol.
AVALIAÇÃO
Professor(a), no momento em que os alunos estiverem realizando as atividades,
faça as seguintes perguntas a si mesmo:Os(As) alunos(as) estão envolvidos com o
tema?; Há cooperação entre eles? Os grupos se ajudam? Eles estão interessados,
fazendo perguntas e colocando questões, sugerindo outras formas de jogar e pensar
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a respeito do jogo, das regras? Recriam os movimentos? Estão ensinando uns aos
outros? Estão envolvidos? Conhecem os jogos? Já vivenciaram em outros
momentos? Relatam o que aprendem? dentre outras.
Ao final da aula, o(a) professor(a) realizará uma roda com os(as) alunos(as) e
poderá discutir como foi sua proposta. Pergunte: O que aprenderam? Quais das
atividades acharam mais interessantes? Como o corpo se comporta nas atividades?
Peça sugestões para a aula posterior.
Professor(a), filmagens das atividades realizadas na aula possibilitam uma avaliação
posterior pelos próprios alunos nos aspectos descritos acima.
Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=8054. Acesso
em: 31/10/2013.
REFERENCIAS
BARRETO, A. V. Jogos cooperativos e a cultura da cooperação. Jogos Cooperativos, 2002. Disponível em: http://jogoscooperativos.files.wordpress.com/2011/09/jogos-cooperativos_efi-escolar.pdf. Acesso às 14h.
BROWN, G. Voleibol divertido. Disponível em: https://docs.google.com/document/d/1zfRcpBK47gHw7gVf3M9rlLrsRms09qtrVO_zsfq6Jgk/preview. Acesso em 13/11/2012 às 14h.
COOPERATIVA, Teia. Volençol. Disponível em: www.teiacooperativa.pro.br. Acesso em:05/12/13, às 14h30.
COORPOREMAX. Voleibol Divertido. Disponível em: http://www.paroquialfatima.com.br. Acesso em: 05/12/2013, às 14h30.
FREITAS, A. F. S. Volençol e Volençol molhado. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=8054. Acesso em: 13/11/2013, às 14h20.
GT KIT Pedagógico. Cooperar para incluir. Disponível em: http://kitpedagogicogt.blogspot.com.br/2011/06/jogos-cooperativos.html. Acesso em: 05/12/2013, às 14h.
PUCPR. Pedagogia. Jogos Cooperativos. Disponível em: http://pedagogiapucpr2013.blogspot.com.br/2013/04/jogos-cooperativos.html. Acesso em: 05/12/13, às 14h.
RODRIGUES. C. E. P. Queimada maluca. Disponível em: http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=37. Acesso em 12/11/2013, às 13h30.
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RONDELLI, Marlene. Volençol Molhado. Disponível em: portaldoprofessor.mec.gov.br. Acesso em: 05/12/2013, às 14h30.
SOUZA, Jorge. Queimada Maluca. Disponível em: http://educa-a-acaofisica.blogspot.com.br/2012/03/plano-de-aula-queimada-maluca.html. Acesso em: 05/12/13, às 14h.