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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

CONSELHO ESCOLAR E FORMAÇÃO CONTINUADA: UM PROCESSO NECESSÁRIO

PRADO, Wesley Oliveira do1. CIRINO, Roseneide Batista2.

RESUMO Este artigo é parte integrante do PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional, 2013. Foi desenvolvido a partir de uma pesquisa-ação, a qual se divide em duas etapas: no primeiro momento foi desenvolvido o projeto de intervenção com os subsídios teóricos sobre Gestão Escolar e Conselho Escolar, seguido pela produção de um caderno didático pedagógico coletivo, que explorou a articulação das temáticas cidadania, participação e transformação, atendo-se além dos membros do Conselho Escolar, também às particularidades do Grêmio Estudantil, visando à mediação, transformação de inúmeras problemáticas enfrentadas nos Colégios: Joaquim da Silva Mafra de Guaratuba, Maria de Lourdes Morozowski e Zilah dos Santos Batista de Paranaguá; o segundo momento corresponde à implementação do caderno pedagógico nos colégios. Nesse contexto, nesse artigo, são apresentados o desenvolvimento e os resultados da implementação no Colégio Joaquim da Silva Mafra de Guaratuba, onde o objetivo geral foi mediar uma formação ao Conselho Escolar de modo a fortalecê-lo no processo de Gestão Democrática garantindo a função social da escola. Como objetivos específicos, ateve-se em: compreender o papel do Conselho Escolar no processo de Gestão Democrática da escola; entender sua finalidade enquanto instância colegiada; pesquisar estratégias que melhor respondam aos anseios de um Conselho Escolar participativo e atuante nas dimensões pedagógicas e administrativas da escola; viabilizar ações formativas desse Conselho e por fim, identificar temas pertinentes à formação do Conselho Escolar para que esse tenha uma atuação político pedagógica no espaço escolar. Neste contexto, justifica-se a realização da pesquisa-ação porque se propõe a viabilizar formação ao Conselho Escolar de modo a alterar a forma como o mesmo vinha sendo constituído. Logo, buscou-se a formação dos seus integrantes através de atividades prático didáticas, palestras, debates, enfim, recursos didáticos que explicitaram a importância deste colegiado para a comunidade escolar, estimulando e fortalecendo a participação efetiva dos membros. Palavras-chave: Gestão Democrática, Conselho Escolar, Formação Continuada. 1.INTRODUÇÃO A função social da escola no desenvolvimento das pessoas e das

sociedades amplia-se com o passar do tempo e mostra a necessidade da

construção de uma nova escola voltada para uma formação ampla, consciente e

1 Professor da rede estadual de ensino do Paraná, graduado em História pela Universidade ....especialista em... 2 Professora Orientadora, Dr. em.... ou mestre em...

crítica do cidadão, oferecendo igualdade de condições e permanência para todos.

Diante desse contexto, o tema que impulsionou a pesquisa-ação, foi: Gestão

Democrática da educação: fundamentos, princípios e processos; participação e

organização da comunidade nas instâncias colegiadas.

A partir desse tema, muitas indagações surgiram, dentre elas: Em que

medida a escola pode contribuir à participação efetiva dos membros no Conselho

Escolar - CE do Colégio Joaquim da Silva Mafra? Uma vez que, o CE é composto de

forma paritária entre os segmentos – direção, docentes, funcionários, pais e alunos.

Apesar da presidência do mesmo ser da responsabilidade do diretor, é

esperado que esse órgão colegiado participe ativamente da escola nos âmbitos

administrativos e pedagógicos. Contudo, apesar de esforços no direcionamento

dessa participação há ainda lacunas entre o que se concebe por Gestão

Democrática participativa e o que se efetiva na escola.

A Gestão Democrática é uma concepção que não se ensina, se vivencia,

contudo, se os membros da escola não têm claro suas atribuições e contribuições,

se não há clareza na sua participação como representante no colegiado, deve-se

extrapolar os limites “pró forme”3, ou seja, é preciso que a escola, por meio de sua

equipe gestora repense a relação que estabelece no âmbito da gestão e das

instâncias colegiadas.

Entretanto, é perceptível de que a falta de conhecimento de atribuições e

contribuições dos membros da comunidade escolar, articulada a muitos

posicionamentos que atribuem pouca importância à participação na vida escolar dos

filhos, faz com que o funcionamento adequado do Conselho Escolar seja, uma

ideologia utópica.

Cumpre destacar que as dificuldades para participação relacionam-se a

horários incompatíveis dos pais que, na correria do dia a dia para sustentar sua

família, acabam por não participar efetivamente das decisões do Conselho Escolar.

Já os funcionários e professores tem a dificuldade de participar, devido aos horários

das reuniões, que são geralmente no memento de seu descanso, entre as aulas ou

durante o período de aula. Sendo assim, nas reuniões dificilmente todos estão

presentes, portanto, as decisões limitam-se à participação de poucos membros do

3 A expressão “pró forme” remete à problemática de que tendo um distanciamento dos membros do Conselho Escolar, sem participação da comunidade, tem-se uma gestão e um conselho formado obrigatoriamente para respeitar um formato estabelecido em Lei, distanciando-se das atribuições democráticas que devem partir do órgão colegiado.

Conselho Escolar.

Devido ao exposto acima, no que diz respeito à ausência da comunidade, o

desafio que se coloca refere-se ao resgate/estímulo da participação ativa da mesma

na dinâmica pedagógica e administrativa da escola.

O Colégio Estadual Prefeito Joaquim da Silva Mafra – Ensino Fundamental e

Médio, do município de Guaratuba-Paraná, entrou em funcionamento no dia 26 de

novembro de 1986. Atendendo a reivindicações da comunidade no ano de 2001

implantou-se o Ensino Médio. De 2001 a 2005 o colégio passou a ofertar a

Educação de Jovens e Adultos, Ensino Fundamental fase II da EJA, sendo esta

modalidade encerrada em 2005.

Sua localização é privilegiada por ser próximo ao centro, Ginásio de

Esportes, Fórum, Pronto Socorro, mas seus alunos em sua maioria são oriundos da

periferia, pois o colégio atende a Cohapar, bairro onde está inserido e três bairros

periféricos, Vila da Esperança, Carvoeiro e Castel Novo.

A partir do ano de 2003 aumentou consideravelmente o número de alunos

matriculados no Colégio Joaquim Mafra, e, consequentemente, uma mudança na

comunidade escolar onde começou o distanciamento entre família e escola. Esta

mudança de perfil da comunidade causou um impacto nos órgãos colegiados APMF

e CE que pautados nos princípios da Gestão Democrática reduzem sua atuação à

“pró forme”.

Dessa forma, a organização tanto do projeto de intervenção, quanto do

caderno pedagógico, objetivou que a gestão participativa desencadeasse

colaboração de ações reais dos colegiados diante das diversas situações

vivenciadas no chão da escola. Para tanto, visou-se a implementação de formação

dessas instâncias com o intuito de que ocorressem práticas cidadãs no dia a dia da

escola por meio de uma atuação eficaz.

Para uma melhor descrição dos resultados das etapas da pesquisa-ação, o

artigo que se apresenta está organizado em cinco partes, introdução e

contextualização da temática, em sequência, desenvolvimento com a

fundamentação teórica sobre Gestão e Conselho Escolar, como também função

social da escola, entre outras particularidades. Na terceira parte, está a metodologia

da pesquisa-ação, com explicações e orientações que nortearam o planejamento de

todas as etapas, por fim, a implementação com a abordagem de como aconteceu a

execução do caderno pedagógico, seus resultados e contribuições do grupo de

trabalho em rede – GTR, onde os trabalhos ficaram a disposição no portal do Dia-a-

dia Educação, da SEED do Paraná, para que outros profissionais da educação

tomassem conhecimento de todo o trabalho desenvolvido na rede estadual de

ensino.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 GESTÃO DEMOCRÁTICA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA

A gestão escolar enquadra-se em quatro dimensões: gestão pedagógica,

administrativa, financeira e política (LÜCK, 2006). Onde todas as dimensões devem

trabalhar como um meio e não um fim, visando coletivamente alcançar objetivos em

prol das problemáticas desafiadoras de uma Escola. Sobretudo, favorecendo na

prática, que a função social da escola seja desenvolvida satisfatoriamente.

Dessa forma, o exercício da gestão está sempre a serviço de uma busca de

resultados, que por sua vez, devem ser produzidos pela organização da qual o

gestor faz parte. Quando se fala em resultados, está se referindo ao resultado final

de que a escola deve produzir, ou seja, a Educação de Qualidade.

Segundo Penin e Vieira (2001), a função social da escola é basicamente

possibilitar o acesso ao saber, entretanto, foram exercidos ao longo do tempo, em

diferentes momentos da história múltiplos papeis.

Nesse contexto, a escola é uma instituição criada para transmitir o

conhecimento e contribuir com o pleno desenvolvimento do indivíduo, mas com as

amplas mudanças que aconteceram na sociedade, com o passar dos anos, ela vem

responder as novas exigências advindas dos problemas sociais da atualidade.

Implica que já não cabe apenas ensinar, mas, propiciar aos alunos formas de

exercer a cidadania e a convivência para que haja o pleno desenvolvimento do

indivíduo.

Para Arroyo (2011), a escola deve criar condições para que haja a

sociabilidade de modo que os sujeitos sejam capazes de conviver, pois o

aprendizado, do mundo e da cultura, passa por esta socialização.

Ao estimular que a escola trabalhe a Gestão Democrática, a participação

comunitária e as discussões sobre seus problemas, esta comunidade acaba por

ampliar os aspectos democráticos e sociais nos seus alunos fazendo com que eles

possam se emancipar dentro de uma sociedade individualista e excludente,

transformando ou entendendo sua realidade social. Paro (2000) acrescenta:

[...] os indivíduos não podem prescindir da vida em sociedade, não é possível conceber uma educação pública de qualidade sem levar em conta os fins sociais da escola, o que significa, em última análise, educar para a democracia (PARO, 2000 p.7)

Assim, educando para a democracia a escola poderá contribuir para

transformar a sociedade onde está inserida, bem como da comunidade com a qual

interage.

Dessa forma, a educação favorece um meio legítimo pelo qual a

transformação torna-se possível, ao passo que suas práticas colaborem para

emancipar seus alunos com vistas a uma vida com maior autonomia e entendimento

da realidade a partir de um olhar crítico e global do que acontece em seu meio.

A escola cuja função social está articulada ao projeto de desenvolvimento

integral do ser humano assume-se como espaço educativo em que suas práticas

têm base em seus alunos. Nesse direcionamento, é fundamental que ela assuma

suas responsabilidades, sem esperar que as esferas administrativas superiores

tomem essa iniciativa, mas que lhe possibilite as condições necessárias à efetivação

de um projeto de emancipação humana.

Assumir uma função social articulada às práticas sociais vivenciadas pelos

educandos supõe a atuação pautada em princípios que deverão nortear a escola

democrática, pública e gratuita. Princípios como: a igualdade de condições para

acesso e permanência na escola.

É no projeto político-pedagógico, que se explicitam as exigências à

educadores, funcionários, alunos e pais a definição clara do tipo de escola que

intentam, requerendo a definição de fins. Isso pressupõe que num processo de

participação coletiva, todos deverão consensuar sobre o tipo de sociedade e o tipo

de cidadão que pretendem formar. As ações específicas para a obtenção desses

fins são meios que somente se materializam em bases fundadas na Gestão

Democrática, princípio consagrado pela Constituição vigente e abrange as

dimensões pedagógica, administrativa e financeira e, implicando portanto, na

construção coletiva de um projeto político-pedagógico ligado à educação das

classes populares.

Consequentemente, a função social de uma escola democrática exige a

compreensão em profundidade dos problemas postos pela prática pedagógica, que

por sua vez, deve romper com a separação entre concepção e execução, entre o

pensar e o fazer, entre teoria e prática e, finalmente, rompe com os processos

verticalizados instalados nas relações que se estabelecem no espaço escolar.

Assim, o princípio democrático implica, o repensar da estrutura de poder da

escola, tendo em vista sua socialização. A socialização do poder propicia a prática

da participação coletiva, que atenua o individualismo; da reciprocidade, que elimina

a exploração; da solidariedade, que supera a opressão; da autonomia, que anula a

dependência de órgãos intermediários que elaboram políticas educacionais das

quais a escola é mera executora. A busca da Gestão Democrática inclui,

necessariamente, a ampla participação dos representantes dos diferentes

segmentos da escola nas decisões/ações administrativo-pedagógicas ali

desenvolvidas (MARQUES, 1990).

Neste sentido, fica claro que a função social da escola pública se efetiva na

medida em que essa tenha mecanismos de articulação com a sociedade, o que não

é um princípio fácil de ser consolidado, pois se trata da participação crítica na

construção do projeto político-pedagógico e na sua gestão.

2.2 AMPLIANDO CONHECIMENTOS SOBRE GESTÃO DEMOCRÁTICA

Hoje, nas escolas públicas do Paraná a Gestão Democrática se dá através

de eleições diretas para diretor escolar, com mandato de três anos, podendo o

mesmo ser reeleito por três vezes consecutivas. Contudo, para compreender a

Gestão Democrática é preciso entender a articulação dessa, junto às instâncias

colegiadas. Estas ocorrem da seguinte forma: APMF - as eleições são a cada dois

anos onde são formadas as chapas para eleição. O Conselho Escolar – CE,

considerado instância máxima dentro da escola, segundo normas emanadas da

SEED, tem as eleições a cada dois anos de modo paritário e proporcional seguindo

seu estatuto, aonde os votos são por segmentos da comunidade escolar e este é

presidido pelo diretor escolar.

O Grêmio Estudantil, também considerado um mecanismo da instância

colegiada, tem um mandato de um ano sendo eleições diretas aonde se formam

chapas, compostas pelo corpo discente, que votam e são votadas.

No Colégio Estadual Prefeito Joaquim da Silva Mafra acontece da forma

descrita acima e a participação se estende nas reuniões com professores,

funcionários, pais e alunos, onde todos podem participar, pois se entende que a

Gestão Democrática se efetiva pela participação.

É importante destacar que a face democrática da escola está pautada nas

instâncias colegiadas e representativas da mesma, onde todos procuram trazer a

comunidade escolar para o seu interior, com objetivo de pensar e buscar soluções

coletivas de modo que o diretor ou a equipe pedagógica não sejam os únicos

responsáveis pelas decisões necessárias.

Considerando que o CE tem características próprias voltadas para a

melhoria da qualidade da educação, com a união de toda a comunidade escolar, na

divisão de poderes e responsabilidades, compreende-se como seu ponto de

fragilidade a reunião deste, o que torna difícil seu fortalecimento. A considerar o

ponto de fragilidade do CE é fundamental organizar a formação dos seus integrantes

para que os mesmos façam o seu papel contribuindo na transformação da

comunidade onde estão inseridos.

Segundo Souza (2001), só é possível haver formação, se houver

democracia. Assim, o autor apresenta a democracia como difícil e a falta de uma

cultura democrática induz a descrença na própria democracia. Não acreditando

muitos deixam de lutar por ela e, assim a Gestão Democrática pode ser entendida

como desorganização ou falta de pulso do gestor. Essa análise induz a pensar na

urgência que se tem em ressignificar o entendimento do que vem a ser a

participação, somente após tal clareza, ocorrerá a efetivação da gestão escolar, e a

democracia estará apropriando-se de todo o bem que ela pode trazer.

Pensar em Gestão Democrática da escola pública remete obrigatoriamente,

a visualiza-la um como espaço de contradição. Sendo fundamental uma delimitação

dos processos de organização dos segmentos escolares, como também, a

compreensão de decisões quanto a finalidades e conteúdos, necessárias para

humanização da formação dos sujeitos, o que significa pensar em quais conteúdos

da aprendizagem serão ensinados como conteúdos de vida e quais abrangem “os

conceitos científicos da cultura erudita e os conteúdos da prática social” (FERREIRA,

2004, p.1238).

Portanto, a Gestão Democrática na escola se constitui em processo coletivo

de decisões e ações, e consequentemente, possibilita recuperar o papel do diretor

na liderança do processo educativo e não como peça exclusiva do mesmo. Ao

trabalhar respaldado numa Gestão Democrática tem-se como princípio de que, o

diretor não estará sozinho nem para decidir nem para agir, logo, cada sujeito do

processo educativo tem suas funções específicas, porém, o planejamento e

implementação das ações parte do coletivo. Legitimar a Gestão Democrática, na

escola, requer participação efetiva da comunidade, por isso é tão fundamental o

fortalecimento do CE.

2.3 PARTICULARIDADES DO CONSELHO ESCOLAR

Com base em Bobbio (2000), entende-se que o Conselho Escolar pode

responder à demanda de uma escola que se conceba democrática, uma vez que se

constitui numa das principais instâncias colegiadas que, constituída de forma

paritária entre os diversos segmentos da mesma é a expressão legítima da

participação dos pais nas questões administrativo-pedagógicas da escola,

garantindo aos mesmos, acesso nas decisões.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9394/96, que

normatiza a educação brasileira, traz o Conselho Escolar como órgão máximo e

democratizador do ensino público, de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa,

fiscalizadora e paritária onde todos os segmentos escolares estão inseridos.

Embora explícito nos documentos legais, na prática os CEs apresentam

atuações deficitárias, esse fato é ratificado por Riscal (2010) ao afirmar que: “Os

conselhos [...] acabaram assimilados às concepções de gerenciamento e eficiência

[...] As esperadas atividades de avaliação, crítica e proposição [...] acabaram

substituídas pelas de conciliação e legitimação (RISCAL, 2010 p. 42).

Assim, Gadotti e Romão (1997) afirmam que:

A instituição de coletivos nas escolas apresenta-se, dialeticamente, como uma instância mediadora que é, ao mesmo tempo, um mecanismo de absorção das tensões e dos conflitos de interesses e um instrumento potencial de inovação e transformação (...) (GADOTTI e ROMÃO, 1997, p.29).

Compreender o potencial do CE sob o enfoque preconizado pelos autores

justifica a necessidade de formação dos atores da escola, para que o processo de

instituição dos colegiados possam absorver, com maturidade, tais tensões de modo

a buscar alternativas para a solução dos problemas da escola, coletivamente.

Compreender as particularidades do CE, implica no entendimento do diretor

de que, para ele chegar a um consenso de ideias, é necessário que todas as partes

cedam, somente assim os obstáculos do individualismo poderão ser transpostos,

elevando o ganho de causa à coletividade.

3 METODOLOGIA: PESQUISA-AÇÃO

A pesquisa-ação como o próprio termo apresenta, relaciona-se ao estudo e

levantamento de dados, onde o pesquisador verifica e participa da pesquisa visando

identificar dados a partir de práticas e intervindo na realidade estudada.

De maneira a explicar melhor, tem-se Thiollent (2002), quem explica que esse

tipo de pesquisa favorece na produção de informações e conhecimentos de uso

mais efetivo, inclusive ao nível pedagógico, o que promoveria condições para ações

e transformações de situações dentro da própria escola.

Segundo o referido autor, o objetivo deste tipo de pesquisa resume-se em

fornecer aos pesquisadores e participantes, os meios de se tornarem capazes de

buscar as soluções para seus problemas reais, através de diretrizes de ação

transformadora. Como no caso da pesquisa em estudo, corresponde à problemática

que se encontra na realidade escolar, na questão da Gestão Democrática e a

importância do Conselho Escolar e suas ações para que a escola cumpra sua

função social. Logo, a conscientização dos membros do Conselho Escolar e a

participação nas decisões do colegiado é fundamental para que as decisões

concretizem-se efetivamente no contexto escolar, em especial de maneira

democrática.

Nesse sentido, após o estudo teórico das concepções e pressupostos da

Gestão Democrática, como da atuação do Conselho Escolar dentro da escola,

houve a implementação do caderno didático pedagógico em forma de oficinas,

atendo-se em ressaltar a importância das instâncias colegiadas no espaço escolar,

por isso oportunizou-se para toda a comunidade escolar, principalmente, para os

órgãos colegiados visando diagnosticar o interesse e participação dos profissionais

de educação, pais e alunos, quanto à importância do CE dentro de um espaço em

que se seguem os pressupostos teórico-práticos da Gestão Democrática.

3.1 INÍCIO DA IMPLEMENTAÇÃO: CADERNO PEDAGÓGICO

A parte correspondente ao Colégio Estadual Prefeito Joaquim da Silva

Mafra, E.F.E.M, foi desenvolvida inicialmente em um questionário aplicado aos

profissionais de educação, pais e alunos, explorando-se questões importantes

relacionadas com a conexão entre as temáticas, cidadania, participação e

transformação, com relação ao Conselho Escolar, seguindo-se as estratégias pré-

estabelecidas no projeto de intervenção na escola.

Considerando-se a interligação entre essas temáticas, as perguntas do

questionário diagnóstico alternavam-se de acordo com o sujeito da pesquisa, ora

destinada aos profissionais da educação, ora a pais e alunos, ou à todos os sujeitos

da pesquisa, investigando tanto o conhecimento sobre democracia, como também

em relação ao interesse e participação no CE.

Logo, o resultado do questionário, serviu como balizamento inicial de como

está o nível de conscientização a respeito do tema CE, sendo assim, um termômetro

sobre a Gestão Democrática e participação da comunidade escolar.

Assim, notou-se que grande parte da comunidade escolar sabe sobre a

importância da participação no processo democrático, mas alegam não ter tempo

para participar das instâncias colegiadas da escola, sendo que, a grande maioria

acredita que é importante a participação na vida escolar dos filhos, entretanto a

maioria não têm a pretensão em participar do CE.

Necessitando assim, de uma reflexão e discussão mais detalhada a respeito,

para que a percepção, conscientização e a atuação efetiva fossem estimuladas

nesses sujeitos da pesquisa. Uma vez que, a atuação de todos no CE que é o elo de

controle das práticas escolares.

Hora (1994, p. 21) afirma que a democratização, significa participação de

todos na definição de estratégias para a organização da escola, na definição de seus

conteúdos e fins.

Segundo Bacelar (1997), o deslocamento das decisões do âmbito do poder

central para o lócus da escola, aumenta bastante a responsabilidade dos gestores

escolares e da comunidade escolar. Almejando um maior envolvimento e

compromisso de todos os sujeitos do processo educativo, uma vez que o

compromisso e a responsabilidade são condições básicas para implementação da

democratização e da autonomia da escola.

Portanto, um dos desafios está em envolver os sujeitos do processo

educacional desenvolvido dentro e fora da escola, para concretizarem juntos uma

nova relação, educador-educando, diretor-professor, diretor-aluno, diretor-

funcionários, diretor-pai de aluno, escola-Secretaria de Educação e assim por diante.

Considerando a reflexão dos resultados dos questionários, foram elaboradas

dinâmicas e atividades, ou seja, um material diferenciado para formação e

participação no CE. Assim, para uma melhor organização e discussão do tema em

estudo, dividiu-se o material em 5 (cinco) oficinas destinadas aos membros do CE e

a comunidade escolar interessada. A implementação e execução dessas oficinas

será melhor detalhada no item a seguir.

3.2 A IMPLEMENTAÇÃO: OFICINAS DE FORMAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO DA

IMPORTÂNCIA DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS

Esse momento foi muito importante, uma vez que as informações

necessitavam ser passadas gradativamente, para que o conhecimento fosse amplo

e contínuo e não fragmentado. Assim, inicialmente foi apresentado à comunidade

escolar o Caderno Pedagógico e o resultado do questionário em gráficos.

Juntamente, a apresentação fez-se explicações por meio de um diálogo informal

sobre o andamento da implementação, os procedimentos das reuniões, entre outras

explicitações importantes para contextualizar o público-alvo às atividades/oficinas do

caderno didático-pedagógico às quais participariam.

Em seguida, foram assistidos 3 (três) vídeos: Gestão Democrática nas

Escolas; Gestão Escolar: comparativo de animações e Conselho e Colegiado

Escolar; para a sensibilização e apresentação do tema, visando estimular as

discussões e abrir espaço para a ampliação das reflexões do assunto. Após as

discussões, o público-alvo recebeu um folheto explicativo sobre o Conselho Escolar

e suas particularidades. Destaca-se que esse procedimento inicial, aconteceu com a

comunidade escolar durante as reuniões de início de ano onde todo o colégio é

convocado.

A segunda oficina, envolveu pais e comunidade escolar, visava ampliar o

conhecimento dos mesmos sobre o C.E, sua importância e principalmente a

relevância da participação dos pais no processo de Gestão Democrática nas escolas

públicas. Nesse contexto, iniciou-se com uma discussão informal, a respeito das

atribuições e funções do Conselho Escolar, e, assim, a partir do saber prévio do

público-alvo, foi explicado, mais afundo sobre o tema Conselho Escolar e a

legislação vigente, além de outras especificidades. Essa explanação aconteceu a

partir de texto e Slides, foi muito produtiva, onde os envolvidos argumentavam

comparando com questões da realidade escolar a qual pertencem e vivem

diariamente, mesmo que parcialmente, no caso dos pais.

Na oficina seguinte, intitulada: O Conselho Escolar e a conscientização de

professores e funcionários da educação, foi trabalhado como princípio norteador a

importância da participação dos mesmos no CE, consequentemente a relação com a

participação na Gestão Democrática. Dessa forma, foram organizados em pequenos

grupos, na sequência, foi distribuído um texto intitulado: Conselho Escolar, o qual

tratava além da conscientização os profissionais da educação, da importância de

sua participação no C.E, também a importância de seus acompanhamentos e

decisões na gestão da escola pública, entre outras particularidades e orientações do

Estatuto do Conselho Escolar. Após a leitura, ainda em grupos, houve discussões e

reflexões sobre o tema, considerando a realidade escolar. Para finalizar os grupos

explanaram suas conclusões para o grande grupo.

A importância da participação de alunos representantes de turma e do

Grêmio Estudantil nas decisões do Conselho Escolar, foi o tema da próxima oficina,

que objetivou estimular a participação dos alunos nas decisões do Conselho

Escolar. Diante disso, foi mostrado para os alunos como seria a realização desta

oficina, explicando sobre o Conselho Escolar, a importância do tema, enfatizando

quanto a participação crescente dos alunos, como também a conscientização

referente a sua participação nas decisões do C.E. Para finalizar, foi construído um

organograma juntamente ao público-alvo representando as atribuições e membros

do Conselho Escolar, para que pudessem visualizar-se como atuantes e

participantes.

Por fim a ultima oficina de formação e conscientização, centrou-se numa

prática de ensino e conscientização, onde foram feitos cartazes e painéis

explicativos que foram expostos à comunidade escolar. Ateve-se em

explorar/comunicar informações importantes sobre o Conselho Escolar. A sequência

da prática pedagógica de ensino, foi a concentração dos alunos em grupos,

compostos por alunos representantes e alunos pertencentes ao Grêmio Estudantil,

onde foram distribuídos textos e cartazes complementares, para serem usados num

encontro maior (como entrega de boletins/notas) visando explicar e conscientizar

toda a comunidade escolar e a comunidade que a escola pertence, sobre o

Conselho Escolar e suas particularidades dentro da escola democrática.

Todos esses procedimentos desencadeados nas oficinas de formação e

conscientização dos sujeitos da pesquisa quanto ao Conselho Escolar, remetem a

uma citação de Ferreira (2004), que relaciona-se na articulação dos pressupostos

embutidos nas temáticas: cidadania, participação e transformação e por sua vez,

com a função social da escola:

[...] gestão significa tomar decisões, organizar, dirigir as políticas educacionais que se desenvolvem na escola comprometidas com a formação da cidadania [...] é um compromisso de quem toma decisões – a gestão - de quem tem consciência do coletivo – democrática - de quem tem responsabilidade de formar seres humanos por meio da educação (FERREIRA, 2004, p.1241).

É seguindo essa citação que fica perceptível a intenção da implementação,

em envolver todo o colegiado, mesmo com suas contradições, em momentos de

reflexão e ampliação do conhecimento, visando a conscientização quanto à

organização dos segmentos escolares, como também, a compreensão da

importância das decisões tanto nas particularidades do contexto escolar, quanto no

geral funcionamento da escola, necessário para humanização e formação dos

sujeitos.

3.3 CONTRIBUIÇÕES DO GRUPO DE TRABALHOS EM REDE – GTR

O Grupo de Trabalho em Rede – GTR é um processo de formação docente

via educação a distância – EaD de grande escala da rede estadual pública do

Paraná, proporcionado pela mantenedora SEED (Secretaria Estadual de Educação

do Paraná).

Essa formação tem como docentes responsáveis, professores que estão em

outro processo formativo denominado PDE – Programa de Desenvolvimento da

Educação, estes atuam como tutores dos cursos. Os cursos são organizados por

disciplina e cada disciplina tem uma série de professores PDE, que organizam e

elaboram trabalhos embasados em pesquisas científicas, voltadas para a melhoria

da realidade escolar, ou das praticas pedagógicas de ensino.

Nesse sentido, todas as etapas do PDE, projeto de intervenção, caderno

pedagógico e implementação, ficaram a disposição de outros professores no Portal

do Dia-a-dia Educação, para discussão, reflexão e comparação de realidades

escolares enfrentadas pelos professores que participam do GTR.

Assim, essa troca de experiências, é fundamental para ampliar as

discussões como também perceber que muitos dos empasses são comuns a várias

outras escolas, tornando esses projetos de intervenções viáveis para outras

realidades.

Segundo Lima (2011, p. 8):

Atividades envolvendo grupos são mecanismos de formação que podem ser instituídos nos ambientes de trabalho dos professores e com isso aproximando seu contexto de atuação profissional e interesses ao processo de formação, tendo em vista que dessa forma os grupos podem ser formados por sujeitos com interesses comuns, motivando a busca por atividades dentro do grupo que possam atender as necessidades dos envolvidos.

Portanto, o curso acontece num ambiente virtual de aprendizagem,

configurado em plataformas digitais, que podem ser manipuladas para o

desenvolvimento das atividades e administração do curso, como por exemplo: a

inserção de materiais didáticos aos professores cursistas, e estratégias de

representação da participação dos envolvidos nas atividades. São disponibilizados

recursos de comunicação tais como o fórum, chat, e-mails, entre outros que

permitem aos participantes registrar atividades e depoimentos, geralmente

individuais como o diário, ou na troca de experiências, como no caso do fórum.

Para uma melhor apresentação dos resultados do GTR, obtiveram-se alguns

depoimentos e contribuições a respeito da temática em estudo:

A comunidade escolar sempre busca uma educação de qualidade, exige que a escola ofereça uma estrutura, tanto física quanto pedagógica, suficiente para o bom desenvolvimento . Porém, muitas vezes desconhece que para que isso se efetive é necessário a sua participação também na dinâmica educativa. A comunidade tem voz ativa nas instâncias colegiadas correspondentes, portanto, deve assumir sua responsabilidade, assim como a equipe diretiva na escola. A criação do Conselho pode contribuir de várias formas para democratizar as relações no ambiente escolar, pois ele é o instrumento que supõe o compartilhamento do poder e, desse modo, a ação conjunta descredencia o individualismo tão presente na gestão de nossas escolas públicas. A implantação do Conselho Escolar deve possibilitar a utilização de novas formas de Gestão por meio de um modelo de administração coletiva em que todos podem e devem participar das

atividades realizadas (tomada de decisões e a execução e avaliação das ações realizadas na instituição escolar), envolvendo questões administrativas, pedagógicas e financeiras da escola (PROFESSOR, GTR, 2014).

O Conselho Escolar é o órgão máximo da escola e nele estão representados todos os segmentos da sociedade. É preciso desenvolver no ambiente escolar ações que incrementem uma maior participação dessa instância colegiada, trazendo a comunidade para o interior da escola na busca de compartilhamento das decisões e trabalho em conjunto nas escalas administrativa e pedagógica; procurando assim a efetivação da gestão democrática de direito e fato. Esse é um desafio nada fácil, pois os membros do conselho escolar ainda não perceberam a importância de suas responsabilidades, precisando assim ser feito um trabalho de conscientização e esclarecimento para que essa instância colegiada tão importante saia do papel e tenha participação efetiva nas tomadas de decisões do cotidiano escolar. O conselho escolar como órgão máximo da escola deve zelar pelo bom andamento das relações humanas e sociais no ambiente escolar e prezar na busca por uma educação de qualidade (PROFESSOR, GTR, 2014).

Assim, percebe-se que os professores compreendem a importância das

decisões coletivas numa escola democrática, como também a necessidade de um

Conselho Escolar efetivo, nas decisões e organizações da escola. Enfim, um CE

consciente e atuante é essencial para a Gestão Democrática; nesse sentido, a

democratização da gestão escolar implica na superação de processos centralizados

de decisão e na vivência da gestão colegiada, onde tais decisões necessitam nascer

em meio das discussões coletivas envolvendo todos os segmentos da escola num

processo pedagógico vivo e dinâmico.

Para Lück, (2006), o contexto escolar exige esforços redobrados e

complexos para uma maior e melhor organização do trabalho educacional, uma vez

que as práticas de ensino e aprendizagem devem preparar o educando para

compreender a vida, a si mesmo e a sociedade, com condições para ações

competentes na prática da cidadania.

Muitos dos professores discutiram sobre a viabilidade do projeto de

intervenção e do caderno didático pedagógico na realidade de suas escolas,

apontando principalmente a questão da formação destinada às instâncias

colegiadas, como pode se observar nos comentários a seguir:

O Projeto de Intervenção em questão é de fundamental viabilidade, uma vez que atualmente percebe-se que a atuação dos CE não se efetiva de maneira democrática. Inúmeras vezes, nos deparamos com pouca ou nenhuma participação dos membros das Instâncias Colegiadas. A participação resume-se a assinatura de documentos e pouca discussão dos

assuntos que envolvem o projeto educativo. Através da formação Continuada, acreditamos que há possibilidade de que as pessoas participantes do CE tenham maior compreensão do seu papel no processo de tomada de decisões da escola, principalmente porque esta Instância possui função consultiva, deliberativa e fiscal. Desta forma, através do estudo de temas pertinentes a Educação e Gestão Democrática, os horizontes poderão ser ampliados e com isso, os membros poderão auto-motivar-se para atuar com mais disposição em contribuir realmente para melhorar a qualidade do ensino ofertado (PROFESSOR, GTR, 2014).

Como professora, vejo como possível a aplicabilidade desta Produção Didático Pedagógica, pois oferece discussões, reflexões e envolvimento de todos os segmentos da escola [...] apresenta atividades de prática coletiva reflexiva devendo ser mediada, atendo-se em questões complexas que podem surgir nas discussões dos grupos. Entretanto, é fundamental a aproximação entre os grupos para se observar o sentimento de pertencimento da escola, para que sejam estimulados e concretizados os princípios da escola democrática, uma vez que, o Conselho Escolar fortalecido é um dos caminhos para a sua real efetivação (PROFESSOR, GTR, 2014).

A essência das oficinas de formação sobre o CE, foi pensada exatamente

como perceberam os professores dos comentários anteriores, ou seja, uma

formação gradativa do público-alvo, estimuladora, numa perspectiva crítico-

reflexiva, e rica didaticamente, para fornecer um pensamento autônomo e que

facilitasse as dinâmicas de auto formação participada, resumindo-se em um trabalho

livre e criativo.

Essa ideia de oficinas para formação e conscientização das instâncias

colegiadas entra em conformidade com o pensamento de Paro (2005), sobre a

ressignificação do espaço escolar, pois para que a mesmo se torne um espaço

aberto de discussão, análise e busca de soluções coletivas aos problemas do

cotidiano, assim, é pela atuação das instâncias colegiadas, no CE que tais ações

são concretizadas. Também Riscal (2010) afirma que o CE só será autônomo se,

souber sua importância e sua responsabilidade, apropriando-se de um órgão

emancipador na gestão escolar, onde se discute a escola de forma imparcial e

relevante de acordo com suas necessidades.

Enfim, compreende-se que o GTR, contribui muito na ampliação das

discussões e percepção de outras realidades escolares do estado do Paraná,

favorecendo ainda, como uma alternativa viável de troca de experiências para a

melhoria de questões particulares de cada professor, gestor, entre outros

profissionais da educação.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao fim do Programa de Desenvolvimento da Educação – PDE, muitas

questões tornam-se claras, como se o conhecimento ampliado e ressignificado fosse

visualizado a partir de todo o processo de formação, estudo, pesquisa e

aprendizagem.

A retomada à realidade escolar, após o planejamento do projeto de

intervenção e caderno didático pedagógico, leva a concluir que o contexto escolar

com todas suas complexidades, é flexível e dinâmico exigindo um olhar multifocal

para as particularidades da escola democrática no mundo contemporâneo.

Assim, com os objetivos do projeto de intervenção concretizado, percebe-se

que o público-alvo da pesquisa passou a compreender melhor sobre o Conselho

Escolar dentro da escola, porém a participação efetiva ainda remete-se a um

processo lento e gradativo, que aos poucos estará ainda mais contribuindo nas

estratégias e ações, visando o objetivo final que é a escola assumindo sua função

social de sistematizadora na formação dos educandos.

Portanto, no decorrer da implementação, já foi possível visualizar um

Conselho Escolar mais atuante, evidenciando-se melhor a concepção de

coletividade, com melhoria no comprometimento das pessoas que se envolveram

nas questões mais relevantes para a sociedade.

Por fim, cabe lembrar da pesquisa-ação, onde pesquisar e participar da

pesquisa é muito compensador, levando a refletir como mediar nas ações da Gestão

Democrática da escola, como também no fortalecimento do Conselho Escolar, para

que sempre seja garantida a qualidade de ensino, como também a conexão contínua

entre as temáticas cidadania, participação e transformação.

REFERÊNCIAS

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http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/33300/SHEILA%20DOS%20SANTOS%20LIMA.pdf?sequence=1>. Acesso em: 10 set. 2014. LÜCK, Heloísa. Perspectivas da Gestão Escolar e Implicações quanto à Formação de seus gestores. Em Aberto, Brasília, v.17.n.72. p.12, 2006. MARQUES, Mário Osório. Projeto pedagógico: A marca da escola. In: Revista Educação e Contexto. Projeto pedagógico e da escola nº 18. ljuí, Unijuí, abr./jun. 1990. PARO, Vitor Henrique. Educação para Democracia o elemento que faltava na discussão da qualidade do ensino. São Paulo: FEUSP, 2000. PENIN, Sonia T. Sousa; VIEIRA, Sofia Lerche. Refletindo sobre a função social da escola. In: VIEIRA, Sofia Lerche (Org.). Gestão da escola – desafios a enfrentar. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. p. 13 a 45. RISCAL, Sandra Aparecida. Conselho Escolar: Considerações sobre conselho escolar e seu papel mediador e conciliador. In: LUIZ, Maria C. Conselho Escolar: algumas concepções e propostas d ação. São Paulo: Xamã, 2010. p. 23-46. SOUZA, Ângelo Ricardo de. A Democracia da gestão educacional. The advance-Progress (Vidalia), Maringa PR, 2001. THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 11. ed. São Paulo,SP: Cortez, 2002.


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