OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2014
Título: Desconstrução do preconceito racial, sob uma ótica de humanização
Autor: Valdirene Fátima de Oliveira
Disciplina/Área: Língua Portuguesa
Escola de Implementação
do Projeto e sua
localização:
Escola Estadual Maria Pereira-Ensino Fundamental
Rua N. S. Aparecida, 400, Centro
Município da escola: Leópolis
Núcleo Regional de
Educação: Cornélio Procópio – PR
Professor Orientador: Maria Aparecida de Fátima Miguel
Instituição de Ensino
Superior:
UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná –
Campus de Cornélio Procópio
Relação Interdisciplinar: -
Resumo:
O presente trabalho apresenta uma reflexão sobre “Ensino e Aprendizagem de Leitura” com o objetivo de apresentar ações para a leitura literária como orientadora de ideias e fonte de conhecimentos para a interpretação do mundo. A proposta traz ações para a construção, elaboração e aplicação do exercício de reorganização de espaços e tempos da leitura, promovendo a ampliação cultural por meio do Método Recepcional de Bordini e Aguiar (1988), a fim de atender, romper, ampliar as expectativas dos alunos, tendo como ponto de partida atividades voltadas aos diversos gêneros textuais literários e não literários para chegar a leitura da obra literária “Amor não tem cor” da autora Giselda Laporta Nicolelis, com vistas a criar condições para o exercício da criatividade, instigando as mudanças de comportamento para um
conhecimento ativo e significante em relação ao preconceito racial. O trabalho visa resgatar junto à escola a dinâmica da leitura aliada ao campo do conhecimento, possibilitando que o aluno possa ir além dos limites da percepção e chegar criticamente no campo da racionalidade com premissas para a interpretação de mundo.
Palavras-chave: Método Recepcional; Preconceito; Conscientização
Crítica
Formato do Material
Didático: Unidade Didática
Público: Alunos 9.º Ano do Ensino Fundamental
APRESENTAÇÃO
Com o objetivo de desenvolver, por meio da leitura, habilidades que promovam
a desconstrução do preconceito racial, sob uma ótica de humanização, será realizado
um trabalho dando enfoque aos diversos gêneros textuais literários e não literários, os
quais estarão intrinsicamente ligados através da intertextualidade, a fim de averiguar
como o preconceito e outras formas de discriminação vem sendo tratados no decorrer
dos anos, contrapondo assim o presente e o passado, para a compreensão da leitura
como prática social e não somente como prática escolar.
Mediante a manifestação de interesses literários dos alunos, serão ofertados
textos verbais e não-verbais, partindo de textos jornalísticos, poesia, música, leitura
de réplicas de outras obras, crônica, conto e a leitura do livro “Amor não tem cor”, de
Giselda Laporta Nicolelis. O mesmo tema será abordado em todas as atividades,
resgatando valores sobre o cotidiano do aluno, de forma consciente e prazerosa,
produzindo sentido e levando-o a refletir sobre sua prática discursiva e social,
exercendo, assim, seu papel humanizador.
Com os encaminhamentos pautados no Método Recepcional das autoras
Bordini e Aguiar, organizados nas etapas de: Determinação do Horizonte de
Expectativas; Atendimento do Horizonte de Expectativas; Ruptura do Horizonte de
Expectativas; Questionamento do Horizonte de Expectativas e Ampliação dos
Horizontes de Expectativas, o trabalho promoverá exercícios procurando atender os
interesses dos alunos para que tenham uma postura mais consciente em relação à
literatura e a vida.
Apresenta-se assim, novas experiências e proposições de práticas de leitura
para os alunos, já que a literatura também oportuniza o desenvolvimento pleno do
cidadão e, considerando que a escola é um dos espaços adequados para a formação
do leitor, ainda há vários desafios a serem enfrentados para que a ação realmente se
efetive de forma satisfatória ao processo de aprendizagem.
CONVERSA COM O PROFESSOR
O projeto será implementado na Escola Estadual “Maria Pereira” - Ensino
Fundamental, no município de Leópolis, em contraturno com os alunos do 9º ano
matutino, estimando aproximadamente 35 aulas, no primeiro semestre de 2015.
A leitura é um instrumento mediador de contatos e percepções com o mundo.
Por meio dela é possível que o homem possa construir e estabelecer relações para o
desenvolvimento cultural e social. Ela nos permite organizar formas de convivência
social, adquirindo uma abordagem crítica e interpretativa da sociedade, seu processo
cultural, político e econômico.
Nesse sentido, a leitura pode ser compreendida como orientadora de ideias e
fonte de conhecimentos para a interpretação do mundo. É um recurso que pode dar
autonomia ao pensamento, à análise e a diversas formas de traduzir, situações,
pessoas, objetos e fenômenos relacionados à humanidade.
O diálogo do leitor com o texto estabelece uma relação de aprofundamento de
saberes, com destaque de conceitos e significados que podem aproximar o ato de
aprender por meio do prazer da leitura. Isso é o que pode ser chamado de processo
de humanização. Devemos considerar que o bom texto literário nunca é ingênuo. Ele
parte sempre do estabelecido, do ideológico e por meio da tessitura o autor vai
empreendendo uma gama de desconstrução do texto que a priori se manifestava
como algo comum, raso. Ao contrário do que se imagina, a estética literária cria uma
teia de ideias que vão se entrelaçando, dialogando entre si, com vistas ao
desmoronamento da visão simplória que aparentemente se propunha. O texto
enriquecedor é por sua vez, polissêmico, pois sua ambiguidade causa uma quebra de
paradigma e por ser dual oferece óbvio e o inusitado. É polifônico, pois nele estão
contidos as várias formas de enunciar o mundo, as várias facetas e camadas de vozes
que estão no seu decurso imbrincadas tal qual uma rede cujas inúmeras pontas vão
emoldurar um amálgama perfeita.
Num mundo em que a conectividade facilita o acesso a informações por meio
de leituras diversas, torna-se fundamental mostrar e direcionar os alunos para fontes
concretas e seguras. Pela leitura de clássicos ou pela diversidade de gêneros textuais,
devemos inserir no contexto da sala de aula a literatura como forma de instrumento
humanizador, ou seja, aquele com condições para qualificar formas diversificadas de
olhar o mundo, ordenando os conceitos e dando um significado aos mesmos.
É preciso resgatar junto à escola a dinâmica da leitura aliada ao campo do
conhecimento, possibilitando que o aluno possa ir além dos limites da percepção e
chegar criticamente no campo da racionalidade com premissas para a interpretação
de mundo. Surge a necessidade de uma proposta pedagógica voltada à literatura com
vistas a criar condições para o exercício da criatividade, instigando as mudanças de
comportamento para um conhecimento ativo e significante.
Considerando então a leitura como um desafio a ser vencido, esta unidade
didática visa trazer ações para a construção, elaboração e aplicação do exercício de
reorganização de espaços e tempos da leitura, promovendo a ampliação cultural,
buscando qualificar os modos de pensar, a configuração dos saberes, o repensar para
novas formas de ações e desenvolver as competências para o protagonismo social.
Para o aperfeiçoamento e a reflexão acerca da capacidade de diálogo sobre o
universo da leitura, tornando-a mobilizadora dos campos de investigação,
multiplicadora de olhares e ampliadora de novos meios possíveis de expressão, o
material didático aqui apresentado tem como referência teórica conceitos
apresentados pelas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná
de Língua Portuguesa (PARANÁ, 2008), dos estudos de Maria da Glória Bordini, Vera
Teixeira de Aguiar e Rildo Cosson sobre formação de leitores pelo Método
Recepcional.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Diante de tantas mudanças e transformações ocorridas em nossa sociedade,
torna-se necessário repensar sobre a concepção de leitura, “a leitura é entendida
como um processo de produção de sentido que se dá a partir de interações sociais ou
relações dialógicas que acontecem entre dois sujeitos - o autor do texto e do leitor”
(Diretrizes Curriculares, 2008). Neste sentido é preciso transformar nossos
paradigmas, abordando conteúdos relacionados às diversidades e às realidades
presentes na sala de aula, para o enfrentar os desafios do texto como alternativa
existencial “o primeiro passo para a formação do hábito da leitura é a oferta de livros
próximos à realidade do leitor, que levantem questões significativas para ele”.
(BORDINI; AGUIAR, 1988, P.19).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), descrevem o “Brasil sem
diferenças, formado originalmente pelas três raças — o índio, o branco e o negro —
que se dissolveram dando origem ao brasileiro” (BRASIL/ SEF, 1998, p. 126). Dessa
forma, é possível compreender que é importante diluir as diferenças culturais
presentes no país, contribuindo na construção de uma perspectiva homogeneizadora
da cultura brasileira, isso torna os PCNs um acervo de reconhecimento e de
valorização da heterogeneidade cultural brasileira, considerando-os como processos
necessários para a atuação contra a discriminação e a exclusão no Brasil.
Assim, vale considerar as necessidades de discussões sobre as diversidades
existentes na escola com o propósito de desconstrução de estereótipos e preconceitos
pertencentes aos negros da nossa sociedade. Os conteúdos devem estar
incorporados e atualizados determinando assim as relações sociais, vinculados à
diversidade étnico-racial, de acordo com as DCEs: “[...] Um projeto educativo, nessa
direção, precisa atender igualmente aos sujeitos, seja qual for sua situação social e
econômica, seu pertencimento étnico e cultural [...]” (PARANÁ, 2008, p. 15).
Dando sequência a essas discussões, a Lei 10.639/03, criada pelo Ministério
da Educação, estabelece a obrigatoriedade do estudo da História da África e dos
africanos, dos negros no Brasil e sua luta pela igualdade racial.
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. § 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. § 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras (BRASIL, 2004, p. 35).
Essa lei nos faz refletir sobre os temas atuais, pois muitos educadores não
percebem a existência do preconceito em sua sala de aula, dando margem a crianças
discriminadas, ao isolamento social, adultos desvalorizados e pessoas racistas que
afirmam viver numa democracia racial. É imprescindível o trabalho com esses temas
para podermos despertar nos alunos, enquanto leitores, uma formação social e crítica,
evidenciando as funções da leitura literária através de uma proposta humanizadora,
onde os alunos possam experimentar novas vivências, transportando-as para a leitura
e a escrita de maneira interativa e crítica aos acontecimentos sociais.
Desta forma a literatura compreende uma ação dialógica, onde o ser humano
necessita do outro para a formação de sua subjetividade, podendo confrontar-se e
transformar-se de acordo com os valores, sentimentos e a leitura de mundo. Desta
maneira, ele é influenciado pelas marcas da sociedade na qual está inserido, por seu
tempo cultural, social e histórico, havendo assim transposição desta linguagem de
caráter humanístico e gratuito, para Bordini e Aguiar.
É através da linguagem que o homem se reconhece como humano, pois pode se comunicar com os outros homens e trocar experiências. Existe, porém, uma condição prévia para a manifestação da linguagem: é preciso haver um grupo humano, no qual, o sujeito se confronte com o conjunto e se perceba como indivíduo. É, portanto, na convivência social que nascem as linguagens, conforme as necessidades de intercâmbio. (BORDINI E AGUIAR. 1988, p. 10).
Isto nos remete ao trabalho da leitura para um contexto humanizador do leitor.
De acordo com Jauss (1994), o leitor interpreta a obra pautado em suas experiências
passadas, ou seja no seu corpus literário e na sua experiência prévia de mundo
atualizando sua leitura. O mesmo estabelece um diálogo com a obra levantando
hipóteses e informações através de dados extralinguísticos e pistas deixadas pelo
autor, construindo significado para a obra, onde a mesma pode corroborar ou não, de
acordo com a pretensão do autor.
Portanto, o trabalho com a leitura deve ser tratado com naturalidade e de forma
espontânea, proporcionando uma comunicação entre o leitor e o autor da obra,
trabalhando os temas presentes em todas as épocas, historicamente situados,
permitindo assim a contextualização e a interação com o mundo. A literatura é
indispensável para a vida, porque é humanizadora, onde o sujeito se vê, vê o mundo
ao seu redor, e é capaz de achar alternativas para a solução dos problemas, o que
torna essencial trabalhar o caráter artístico e estético do texto, deixando o leitor à
vontade para justificar a sua opinião, não somente pela leitura, mas também por meio
da linguagem escrita, resultando numa proposta de letramento literário que reconhece
a prática social, onde o leitor experimenta a força humanizadora da literatura. Para
Cosson (2007):
É justamente por ir além da simples leitura que o letramento literário é fundamental no processo educativo. Na escola, a leitura literária tem a função de nos ajudar a ler melhor, não apenas porque possibilita a criação do hábito
de leitura ou porque seja prazerosa, mas sim, e sobretudo, porque nos fornece, como nenhum outro tipo de leitura faz, os instrumentos necessários para conhecer e articular com proficiência o mundo feito linguagem. (COSSON, 2007, p. 30)
Sendo assim, no espaço da literatura as histórias são intrumentos importantes
porque se volta à construção de enredos onde a realidade e a fantasia convergem
para um ponto de encontro e de compreensão – talvez para a constatação de que o
bom e o mau, o feio e o bonito, são nomes de seres ou de objetos ou de situações
vivendo lado a lado, inevitavelmente.
Com essa característica, os textos literários, carregam subsídios que podem
ajudar o aluno a decifrar os seus próprios sentimentos complicados, ambíguos, com
a perspectiva de direcionar cada qual para o seu lugar, evitando as confusões.
MÉTODO RECEPCIONAL
Podemos observar que quando realizamos um trabalho envolvendo a leitura de
maneira prazerosa e dinâmica, conseguimos inserir nossos alunos num ambiente de
construção de novos conhecimentos e de autonomia pessoal, proporcionando aos
mesmos o desenvolvimento do senso crítico e reflexivo acerca das práticas
socioculturais. Diante do exposto, observa-se a necessidade de reflexão no espaço
escolar, para o conhecimento das teorias de aprimoramento das práticas
pedagógicas, no qual cada aluno traz a sua compreensão de mundo, e baseados
nesta informação torna-se possível detectar os horizontes de expectativas que trazem.
Além disso, podemos detectar suas preferências para uma prática mais dinâmica que
envolva a leitura com vista a formação do leitor, conforme já mencionado, dotado de
um horizonte de leitura que lhe permita criticar, opinar, fazer inferências, ou seja atuar
com cidadania, burlando as armadilhas ideológicas que lhe são impostas pelos
diversos meios de expressão com os quais ele se defronta.
Dentro desta perspectiva foi escolhido o Método Recepcional para ser
trabalhado no desenvolvimento do hábito pela leitura, de forma ativa e colaborativa
para construção de novos pensamentos. O mesmo foi desenvolvido pelas autoras
Vera Teixeira Aguiar e Maria da Glória Bordini, onde afirmam que este é um método
estranho ao ensino de literatura no Brasil, principalmente na metade da década de 80,
quando o ensino privilegiava as obras clássicas e não levava em consideração a
interpretação do leitor. Logo, envolvia um sistema rígido, chamado de literatura como
sistema fechado, baseado no conceito positivista.
O Método Recepcional baseado no relativismo histórico, onde a obra sofre
influência do contexto da sociedade do seu tempo, havendo assim uma simbiose entre
obra e fato social, dando origem a um sistema aberto, associando o leitor a um papel
ativo.
Portanto, a obra pode atender, romper, ampliar ou não as expectativas dos
leitores, fazendo o método recepcional acontecer por meio de cinco etapas distintas,
conforme estudos de Bordini e Aguiar:
Determinação do Horizonte de Expectativas: O professor deverá conhecer
os valores, os conceitos, as preferências de seus alunos, e principalmente interesses
pela leitura, e assim com o conhecimento dos horizontes de expectativas da sala,
conciliar o conteúdo a ser trabalhado de acordo com os valores prezados pelos alunos.
Atendimento do Horizonte de Expectativas: Após a verificação dos gostos
dos alunos, o professor oferecerá textos literários, que atendam suas expectativas em
relação aos estilos, temática e conteúdo, adotando estratégias que partam do
conhecimento aprovado pelos alunos.
Ruptura do Horizonte de Expectativas: Nesta etapa, os textos serão
apresentados de forma a abalar as certezas e as convicções dos alunos, mantendo
uma interação com as etapas anteriores, enfrentando novos caminhos e
experimentando novas experiências.
Questionamento do Horizonte de Expectativas: Este é o momento de
comparar as experiências anteriores e as atuais, trabalhando textos que exijam mais
reflexão aos desafios enfrentados, para poderem superar obstáculos textuais.
Ampliação dos horizontes de Expectativas: Conscientes de seu progresso
com a literatura, os alunos podem perceber as alterações e aquisições que obtiveram.
Os alunos são capazes de refletir sobre suas novas vivências e fazer escolhas textuais
mais complexas, que atendam suas expectativas agora ampliadas. O final desta
etapa, evolui sempre em espiral, onde o aluno tem a possibilidade de rever seus
conceitos. A esse respeito as autoras alegam: “[...] o final desta etapa é o início de
uma nova aplicação do método, que evolui em espiral, sempre permitindo aos alunos
uma postura mais consciente com relação a literatura e à vida” (BORDINI; AGUIAR,
1988, p. 91).
O Método Recepcional desenvolve a capacidade dos alunos de refletir sobre a
literatura, analisar criticamente seus conhecimentos e aplicá-los na sua vida,
manifestando seu gosto literário, construindo uma leitura onde prevaleça o
questionamento em função dos diferentes gêneros, fazendo-o interagir com o
ambiente sociocultural.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
De acordo com Bordini e Aguiar (1988) o Método Recepcional seguindo a teoria
da Estética da Recepção de Jauss, juntas unem-se para a defender a tese de que o
leitor desempenha o papel de relevância na tríade autor-obra-leitor. Assim sendo,
apresenta metodologias centralizadas no leitor, em suas experiências sociais e
linguísticas, dessa forma o mesmo tem a possibilidade de dialogar com o texto,
tornando-se coautor do texto.
Para o desenvolvimento desta Unidade Didática os textos foram selecionados
privilegiando, a oralidade, intertextualidade, aspectos estéticos, estruturais e literários
de cada texto, inferências, funcionalidade dos gêneros trabalhados, biografia do autor,
em relação a escrita serão observadas a coerência e a coesão dos textos produzidos,
aspectos linguísticos e outros elementos que surgirem durante a implementação.
Utilizando o Método Recepcional das autoras Bordini e Aguiar, pretende-se, a
partir das cinco etapas distintas, atender aos interesses dos alunos para que tenham
uma postura mais consciente em relação à literatura e a vida, para que se efetive o
trabalho é necessário que as etapas sejam entendidas e trabalhadas devidamente,
sendo assim as etapas serão elencadas de acordo com suas especificidades.
Para iniciar o trabalho, a primeira etapa será realizada através de um bate papo,
tendo como relevância conhecer o nível de interesse e a realidade sociocultural da
turma. Eles terão a oportunidade de expressar as suas preferências de leitura, suas
experiências de vida, seus conhecimentos prévios, o gosto pela leitura e pela escrita
para a determinação do horizonte de expectativas. Como instrumento para a
1) DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS:
sondagem e diagnóstico será realizado um questionário para o conhecimento do perfil
da turma e recortes de notícias e reportagem que abordam os temas preconceito,
discriminação e racismo. Deseja-se com esta proposta despertar o interesse dos
alunos para a realização das atividades subsequentes, ressaltando que em todas as
etapas do método recepcional os alunos serão avaliados de acordo com sua
participação, envolvimento, colaboração nas atividades tanto orais como as escritas.
1) Você gosta de ler? ( ) sim ( ) não ( ) as vezes
2) Você lê: ( ) por prazer ( ) para realização das atividades escolares
3) Você considera a leitura importante? ( ) sim ( ) não
4) Quando lê costuma: ( ) parar no início ( ) na metade ( ) chega ao final
5) Você tem em casa: ( ) revistas ( ) jornais ( ) livros ( ) internet ( ) nenhum
desses
6) Onde você geralmente gosta de ler?
7) Você gosta da biblioteca da sua escola?
8) Que livro você mais gostou de ler?
9) Escreva alguns temas que você gosta de ler.
10) Quando você escolhe um livro para ler, o que prefere? ( ) romance ( ) poesia
( ) conto ( ) crônica ( ) textos da internet ( ) jornal ( ) revistas ( ) gibis
( ) outros
Após a conversa informal e preenchimento do questionário, para detectar os
horizontes de expectativas dos alunos em relação as suas preferências e gosto pela
leitura, faz-se necessário a introdução dos conceitos de notícia e reportagem,
identificando as características peculiares de cada gênero para a realização da
próxima tarefa.
QUESTIONÁRIO
Acesse os links abaixo para conceituação dos gêneros:
Notícia disponível em:
<http://www.portugues.com.br/redacao/anoticiaumgenerotextualcunhojornalistico.
html>. Acesso em 07 nov. 2014
Nesta atividade os alunos realizarão pesquisa em jornais e revistas fazendo
recortes de notícias e reportagens que abordam as diferentes formas de preconceito,
racismo e discriminação, a fim de aproximar os alunos do que ele compreende por
realidade, dentro de uma perspectiva que abarque a visão de mundo adquirida.
Para reflexão será realizado um debate sobre os temas abordados nas notícias
e nas reportagens recortadas na sala de aula.
Agora com a ajuda do dicionário vamos pesquisar cada um desses conceitos.
Logo após a pesquisa os conceitos será realizada uma discussão, para melhor
compreensão dos mesmos.
Discriminação;
Racismo;
Preconceito.
Em equipes os alunos confeccionarão cartazes com frases reflexivas referentes
aos temas trabalhados: preconceito, racismo e discriminação.
De acordo com Bordini & Aguiar (1988), nesta etapa serão realizadas
atividades com textos que satisfaçam os interesses dos alunos, onde serão
detectados seus valores, as suas aspirações através da abordagem de alguns
gêneros textuais como a música e a leitura de uma imagem. Cada texto terá suas
Reportagem disponível em:
<http://www.portugues.com.br/redacao/a-reportagem-seus-aspectos-relevantes-
.html>. Acesso em 07 nov. 2014
ATIVIDADE DE PESQUISA
TRABALHO EXTRACLASSE:
2) ATENDIMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS:
particularidades exploradas de forma prazerosa, relatando gradativamente a
discriminação, o preconceito e o racismo presentes na sociedade. Será trabalhada a
música Racismo é Burrice, uma tela de Debret e um vídeo com fotos inéditas de
escravos.
Serão distribuídas cópias da letra da música para os alunos, os mesmos serão
convidados a ouvi-la, acompanhando o ritmo da canção. Após o cântico da música o
professor poderá realizar uma interpretação oral da letra da mesma, para reflexão
sobre os preconceitos abordados: as virtudes, as atitudes e cidadania, valorizando as
considerações dos alunos. Sendo plausível a discussão da diversidade e as
diferenças sociais encontradas no nosso dia a dia, na sala de aula e na escola.
Gabriel O Pensador – Racismo é Burrice
Salve, meus irmãos africanos e lusitanos
Do outro lado do oceano
"O Atlântico é pequeno pra nos separar
Porque o sangue é mais forte que a água do mar"
Racismo, preconceito e discriminação em geral
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal, que justificativa você me dá
Para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente, infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente
Esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
ATIVIDADE DE ESTUDO DA MÚSICA- RACISMO É BURRICE
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão
Na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral
Racismo é burrice (...)
A música está disponível no Domínio Público em <http://letras.mus.br/gabriel-
pensador/137000/> Acesso em 25 set. 2014
Nesse momento o professor irá trabalhar com a forma e a estrutura da música,
realizando estudos dos vocábulos e da linguagem e para melhor compreensão da
música será apresentada a biografia do cantor e o conceito de Rap.
MÚSICO GABRIEL O PENSADOR
Gabriel o Pensador, nome artístico de Gabriel Contino, (Rio de Janeiro, 4
de março de 1974) é um cantor e compositor brasileiro de rap. Um dos maiores
nomes do rap e pop brasileiro, Gabriel diferenciou-se de boa parte de seus pares
(e chegou a ser criticado por eles) por ser garoto branco de classe-média. Mas
desde o começo fez das letras de crítica social e moral, como acontece na música
rap...
A biografia está disponível
em:<http://www.letras.com.br/#!biografia/gabriel-o-pensador> Acesso em 19 out.
2014
Depois de ler e cantar a música responda:
a) Você gostou dessa música? Por quê?
b) Quais os preconceitos sociais retratados na música?
c) Na sua opinião, por que o músico considera o racismo uma burrice? Você
concorda com essa ideia? Justifique.
d) De acordo com a música, o que significa fazer lavagem cerebral?
e) Como a elite retrata a questão do preconceito?
f) Você considera o preconceito racial uma herança cultural? Por quê?
g) Faça uma reflexão sobre a letra da música, relacionando-a com o seu cotidiano.
Na sequência, os alunos analisarão a pintura de Debret mostrando o contexto
em que a obra foi produzida, para a compreensão da origem do racismo no Brasil.
Para a complementação das discussões anteriores será apresentada aos
alunos a pintura de Jean-Baptiste Debret e os mesmos serão conduzidos ao
laboratório de informática para pesquisa dos aspectos visuais, sociais e históricos da
obra, compreendendo o contexto em que está inserida e proporcionando discussões
acerca da escravidão, da abolição e as consequências dessa época para os negros,
as quais permanecem até hoje. Pesquisarão também a biografia do autor, onde os
alunos serão direcionados a perceber que o mesmo pintava outros temas, pois estava
a serviço da monarquia, retratando em suas obras os detalhes históricos do Brasil
daquela época.
VOCÊ SABE O QUE É RAP?
Para saber mais sobre o ritmo do Rap, vamos assistir ao vídeo: História do
Rip Rop no Brasil 1.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=agZZzUEl5Yw>Acesso
em 06 nov. 2014
Disponível em:<http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b7/024debret.jpg> Acesso em 05 out. 2014
Pintura de Jean-Baptiste Debret (1768-1848). A escravidão (nomeada ainda
escravismo e escravatura) é a prática social em que um ser humano tem direitos de
propriedade sobre outro designado por escravo, ao qual é imposta tal condição por
meio da força.
Os endereços dos links abaixo serão disponibilizados aos alunos para a
realização da pesquisa:
<www.slideshare.net/PriscilaAristimunha/debret-15661959> Acesso em 05 out. 2014
<www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=688> Acesso em 05 out.
2014
<http://www.miniweb.com.br/Historia/Artigos/i_moderna/PDF/escravidao_negra_bras
il.pdf> Acesso em 05 out. 2014
<http://www.spiner.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=901&page=2>
Acesso em 05 out. 2014
Para a leitura da obra, faz-se necessário o conceito de linguagem verbal e não
verbal.
Linguagem verbal: é o uso da escrita ou da fala como meio de comunicação.
Linguagem não verbal: é outra forma de comunicação em que o código
utilizado é a simbologia. Utiliza de outros meios comunicativos, como
placas, figuras, gestos, cores, sons, ou seja, através dos signos visuais e
sensoriais.
Será realizado um debate para a contextualização da pesquisa construindo
coletivamente conceitos que nortearão o segmento do trabalho.
Em duplas os alunos realizarão uma releitura da obra através de desenhos,
observando as características da mesma.
Confecção de um mural para apreciação da comunidade escolar.
Complementando o estudo da obra “A escravidão” de Debret, será apresentado
um vídeo com fotos reais de escravos, que retratam o período de escravidão no Brasil,
o qual dará oportunidade de discussão sobre as condições de trabalho dos escravos
e observação de suas características.
Após uma breve explicação sobre o gênero descritivo, o professor pedirá aos
alunos que assistam ao vídeo e escolham uma foto para descrevê-la.
Fotos do Instituto Moreira Salles. Músicas: ''Retirantes'' (Dorival Caymmi) e ''Negro Rei'' (Cidade Negra). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jRZRa4H8674>Acesso em 11 nov. 2014
Os conceitos estão disponíveis em
<http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo
=719> Acesso em 12 nov. 2014.
TRABALHO EXTRACLASSE
ATIVIDADE ESCRITA
No terceiro passo serão trabalhados textos que abalem as certezas dos alunos,
levando-os a fazer comparações entre os mesmos, ampliando assim o conhecimento
sobre o gênero e relacionando a temática abordada. Os alunos sairão de sua zona de
conforto, pois os textos terão uma abordagem mais complexa.
Nesta etapa será trabalhada a crônica de Fernando Sabino: “Protesto Tímido”,
o conto de Clarice Lispector: “As Caridades Odiosas” e o poema de Ferreira Gullar:
“O açúcar”. A realização do trabalho articulará o diálogo entre os textos, onde é
possível observar a realidade do cotidiano do homem e sua desumanização.
O professor conceituará o termo intertextualidade, levando o aluno a refletir
sobre os textos lidos por ele e os textos que ainda não foram estudados.
Descrição é a ação que você toma de descrever sobre algo ou alguém.
Então, o que é descrever? Vejamos:
De acordo com o dicionário, é o ato de narrar, contar minuciosamente.
Descrição objetiva: acontece quando o que é descrito apresenta-se de
forma direta, simples, concreta...
Descrição subjetiva: ocorre quando há emoção por parte de quem
descreve...
Portanto, na descrição subjetiva há interferência emocional por parte do
interlocutor a respeito do que observa, analisa.
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/redacao/descricao.htm>Acesso em
01 nov. 2014
3) RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVA:
INTERTEXTUALIDADE
Nas conversas cotidianas, em circunstâncias relacionadas à linguagem
escrita, nas inferências que devemos dispor ao analisarmos uma charge, um
cartum, uma história em quadrinhos, na pintura, na escultura, nas obras literárias,
enfim, muitas são as circunstâncias em que podemos perfeitamente identificar
esse tecer de ideias entre um texto e outro, seja ele verbal ou não verbal.
Nessa etapa será realizado um trabalho com a crônica “Protesto tímido” de
Fernando Sabino, que retrata uma crítica aos governantes e a sociedade em relação
ao descaso com os menores abandonados. O autor utiliza uma linguagem formal,
direta e simples, como se os meninos de rua fossem nossos filhos, jogados na rua
passando frio, fome, sem atenção e amor, sem perspectiva de futuro, entregues às
escolas do crime. Nesta atividade deverá ser entregue uma cópia da crônica para
cada aluno. Posteriormente o professor realizará a leitura dialogando com os textos já
vistos, propiciando momentos de enriquecimento da leitura para a compreensão da
temática abordada.
Protesto Tímido - Fernando Sabino
Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam dez
minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi, junto
à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma trouxa de roupa, um saco de
lixo. Alguns passos mais pude ver que era um menino.
Escurinho de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, braços
dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os gambitos
também encolhidos e enfiados dentro da camisa esburacada, para se defender contra
o frio da noite. Estava dormindo, como podia estar morto. Os outros, como eu, iam
passando sem tomar conhecimento de sua existência. Não era um ser humano, era
um bicho, um saco de lixo mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um
menor abandonado.
Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de sucos de
frutas, vários casais de jovens tomavam suco de frutas, alguns mastigavam
sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopatrulha estacionado, dois
boinas-pretas conversando do lado de fora. (...) (SABINO, 1997, p. 101-104).
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/redacao/intertextualidade-
.htm>Acesso em 14 nov. 2014
TEXTO I
Após a leitura da crônica, alguns sites serão disponibilizados para o
conhecimento do conceito de crônica e suas características e também sobre a
biografia do autor Fernando Sabino.
Depois de ter ouvido e acompanhado a crônica de Fernando Sabino, é o
momento de questionar o que o texto despertou nos alunos.
1) O que sugere o título da crônica?
2) O que você achou da crônica?
3) Quais fatos do cotidiano estão sendo enfocados na crônica “Protesto tímido” de
Fernando Sabino?
A crônica é uma forma textual no estilo de narração que tem por base fatos
que acontecem em nosso cotidiano. Por este motivo, é uma leitura agradável, pois
o leitor interage com os acontecimentos e por muitas vezes se identifica com as
ações tomadas pelas personagens.
Características da crônica:
Narração curta;
Descreve fatos da vida cotidiana;
Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico;
Possui personagens comuns;
Segue um tempo cronológico determinado;
Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens;
Linguagem simples.
Saiba mais sobre crônicas em <http://www.brasilescola.com/
redacao/cronica.htm>Acesso em 06 nov. 2014
A biografia e as bibliografias de Fernando Sabino estão disponíveis em:
<http://www.releituras.com/fsabino_bio.asp> Acesso em 06 nov. 2014
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Sabino>Acesso em 06 nov. 2014
ATIVIDADE DE ESTUDO DA CRÔNICA
4) Alguém de vocês já vivenciou uma situação parecida com a descrita na crônica?
Ou conhece alguém que presenciou alguma coisa parecida?
5) De acordo com o texto, como a criança é descrita pelo narrador? Diante desta
descrição, que questionamentos é plausível fazer?
6) Podemos observar na crônica o descaso da sociedade e dos governantes com a
situação dos meninos de rua. O que pode ser feito para resolver ou mesmo amenizar
esse problema? Justifique sua resposta. Cada aluno deverá relatar o que escreveu.
7) Qual é o tom da crônica: humorístico, poético ou reflexivo? Por quê?
8) Agora em pequenos grupos, leiam mais uma vez o texto e selecionem um parágrafo
em que Fernando Sabino conseguiu sensibilizá-lo em relação aos seus sentimentos.
Escreva um pequeno texto sobre este parágrafo de acordo com suas impressões e
apresente-o para os demais colegas da sala.
A crônica “Protesto tímido” apresenta outra voz, realizando a intertextualidade
com o poema “Consolo na praia” de Carlos Drummond de Andrade.
Pesquisem e copiem o poema “Consolo na praia”.
Depois da pesquisa os alunos escreverão o poema no caderno. Agora em sala
pedir para os mesmos identificarem a voz de Drummond presentes na crônica,
observando o diálogo direto que Sabino estabelece ao inserir a voz do poeta em seu
texto, identificando a intertextualidade implícita e a explicita, levando-os a refletir sobre
a denúncia que o poeta e o cronista fazem.
O próximo texto a ser trabalhado será o conto: “As Caridades Odiosas” de
Clarice Lispector, que retrata o encontro da personagem narradora socialmente
privilegiada com um menino de rua, a qual se sente envergonhada ao perceber que
os problemas do menino de rua são maiores que os seus e por não ajudar essas
TRABALHO EXTRACLASSE
TEXTO II
crianças desamparadas. O conto de Clarice Lispector faz intertextualidade implícita
com a crônica de “Protesto Tímido” de Fernando Sabino.
O trabalho com o conto serve para reforçar os diversos aspectos de violência
na sociedade, o preconceito, a desigualdade social, a miséria e o descaso. Dessa
forma cada aluno receberá uma cópia do conto e em duplas realizarão a interpretação
do texto.
As Caridades Odiosas- Clarice Lispector
Foi uma tarde de sensibilidade ou de suscetibilidade? Eu passava pela rua
depressa, emaranhada nos meus pensamentos, como às vezes acontece. Foi quando
meu vestido me reteve: alguma coisa se enganchara na minha saia. Voltei-me e vi
que se tratava de uma mão pequena e escura. Pertencia a um menino que a sujeira
e o sangue interno davam um tom quente de pele. O menino estava de pé no degrau
da grande confeitaria. Seus olhos, mais do que suas palavras meio engolidas,
informavam-me de sua paciente aflição. Paciente demais. Percebi vagamente um
pedido, antes de compreender o seu sentido concreto. Um pouco aturdida eu o olhava,
ainda em dúvida se fora a mão da criança o que me ceifara os pensamentos.
- Um doce, moça, compre um doce para mim.
Acordei finalmente. O que estivera pensando antes de encontrar o menino? (...)
O conto está no Domínio Público disponível em:
<http://flordecabare.blogspot.com.br/2008/04/conto-as-caridades-odiosas-
clarice.html>.Acesso em 11 nov. 2014
Clarice Lispector (1920-1977) foi escritora e jornalista brasileira, de origem
judia, reconhecida como uma das mais importantes escritoras do século XX. "A
Hora da Estrela" foi seu último romance, publicado em vida. (...)
A biografia de Clarice Lispector está disponível em:
<http://www.e-biografias.net/clarice_lispector/> Acesso em 12 nov. 2014
O conto é um texto narrativo centrado em um relato referente a um fato ou
determinado acontecimento. Sendo que este pode ser real, como é o caso de uma
notícia jornalística, um evento esportivo, dentre outros. Podendo também ser
fictício, ou seja, algo resultante de uma invenção. Saiba mais em:
<http://www.brasilescola.com/literatura/o-conto.htm>Acesso em 15 nov. 2014
Após a leitura do conto, o professor realizará a explicação sobre o gênero conto
e apresentará a biografia da contista Clarice Lispector, fazendo comparações entre o
conto e a crônica de Fernando Sabino, para que o aluno possa perceber as diversas
formas de violência presentes nos textos.
1) Quem é o autor do conto?
3) Escreva com suas palavras o que sugere o título do texto.
4) Quem são os personagens principais? Faça a descrição das características físicas
e psicológicas dos personagens.
5) Qual foi a atitude das pessoas ao ver o menino de rua?
6) O menino de rua do conto enfrenta vários problemas, que infelizmente são comuns
na nossa sociedade. Quais são esses problemas? Você já viu ou conhece crianças
que estão nessa mesma situação?
7) Quais elementos abordados na crônica de Fernando Sabino reforçam conteúdos
explícitos no Conto de Clarice Lispector?
8) Escreva em poucas palavras o que você mudaria no conto.
9) Qual é a diferença e a semelhança entre os dois meninos personagens da crônica
“Protesto Tímido” e do conto “As Caridades Odiosas”?
10) O abandono, a solidão, a marginalização são apontadas no conto. Justifique essa
afirmativa com fragmentos do texto.
Sugerir aos alunos que pesquisem em jornais, revistas, vídeos, imagens ou
cenas que abordem a temática trabalhada no conto e escrever que impressões ou
sentimentos despertou neles. Cada aluno falará sobre sua pesquisa, dando
oportunidade aos demais alunos de questionar, trocar experiências e vivenciar novas
realidades.
ATIVIDADE DE ESTUDO DO CONTO
TRABALHO EXTRACLASSE
Após o estudo do conto será trabalhado o gênero poesia, destacando uma das
funções da literatura: humanização. De acordo com esse objetivo escolhi trabalhar o
poema “O açúcar” de Ferreira Gullar. O professor poderá aprofundar os
conhecimentos sobre o poema, levando os alunos a perceber a expressão poética
retratada por Gullar, o qual ressalta a divisão social do trabalho e a sobrevivência do
trabalhador canavieiro.
Agora é o momento de fazer um aprofundamento teórico do gênero poesia e
seus principais elementos estruturais que diferem do texto em prosa, com a finalidade
de apoiar o professor no trabalho do texto poético em sala de aula e a biografia do
poeta Ferreira Gullar.
TEXTO III
Os principais elementos da poesia são:
Verso: cada uma das linhas do poema ou unidade rítmica do poema.
Estrofe: cada grupo de versos do poema, ou seja, estrofe é um conjunto de
versos.
Ritmo: a repetição do som e pode ocorrer no meio ou no final dos versos,
mostrando a cadência, musical do verso, obtida pela sucessão de sílabas
átonas e tônicas.
Quadra: são estrofes composta por quatro versos, também conhecido como
quarteto
Fonte: FERREIRA, 1989
Poema e poesia
Várias são as definições de poesia e esta, muitas vezes, é confundida com
poema que apesar de ser tratado, por muitos como sinônimos, entre os estudiosos
têm diferenças.
Poesia: caráter do que emociona, toca a sensibilidade. Sugere emoções por
meio de linguagens.
Poema: Obra em verso em que há poesia.
O Açúcar- Ferreira Gullar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. (...)
Ferreira Gullar. “Dentro da noite veloz”. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira (1975, p. 44 e 45).
Nesta atividade será distribuída uma cópia do poema para cada aluno e a
realização da leitura coletiva do poema em voz alta.
Em círculos em sala, o professor deverá desenvolver uma discussão dirigida,
salientando que os poemas evocam ideias, impressões, imagens, reflexões,
sensações, sentimentos. Para ajudar a compreender o que o poema provoca neles,
pedir para que respondam as seguintes perguntas:
A poesia é um elemento abstrato e o poema (a combinação de palavras,
versos, ritmos...) é um elemento concreto...O poeta é essa pessoa, de olhos
abertos, dotado de sensibilidade, imaginação, ingenuidade, e o desejo de atingir a
perfeição ao descobrir a beleza adjacente nas pequenas coisas. O poeta utiliza as
palavras para compor a emoção contida em sua alma. (MAIA, 1996, p. 186).
Biografia do autor
Acesse o site para saber um pouco mais sobre Ferreira Gullar.
<http://www.e-biografias.net/ferreira_gullar/> Acesso em 13 nov. 2014
ATIVIDADE DE ESTUDO DO POEMA
1) Que sentimentos o poema despertou em você?
2) Com a leitura do poema você conseguiu perceber a temática abordada?
3) Você vê essa temática da mesma maneira que o poeta? Escreva suas impressões.
4) Escreva com suas palavras o que significa a oposição “usina escura/ vida amarga
e dura” e o açúcar “branco, puro e doce”
Após a reflexão, assistir novamente ao vídeo: fotos inéditas sobre os negros, o
qual mostra as várias atividades realizadas pelos escravos, dentre elas o corte de
cana- de- açúcar. Pedir aos alunos que tracem um paralelo entre o poema e o trabalho
dos escravos no canavieiro, citando as diferenças e as semelhanças entre o ontem e
o hoje.
Em pequenos grupos realizar uma entrevista com pessoas da comunidade que
trabalham no canavial, para que haja uma interação maior sobre essa realidade, a
qual muitos não conhecem. A entrevista deverá conter aspectos como: a questão
salarial, esforço físico, saúde, aposentadoria entre outros.
As perguntas da entrevista serão criadas coletivamente com a ajuda do
professor.
Pedir para que os alunos escrevam um texto, relatando o conteúdo da
entrevista.
Os textos serão recolhidos para a correção. Depois de corrigidos os alunos
confeccionarão um mural para fixarem na escola, compartilhando seus conhecimentos
e experiências.
Logo após os questionamentos acerca do poema, serão exploradas imagens
que revelam o sofrimento e a dificuldade das pessoas que vivem à margem da
sociedade e quem são essas pessoas.
TRABALHO EXTRACLASSE
ESTUDO DAS IMAGENS
IMAGEM 1
Disponível em: <http://anhumas.files.wordpress.com/2012/12/03-crianc3a7as-de-rua-e-cachorro.png?w=898>. Acesso em 17 nov. 2014.
IMAGEM 2
Disponível em: <http://blog.cancaonova.com/cuiaba/files/2014/10/g_18-03-13-_moradores_de_rua-_angra_centro_texaco.jpg>. Acesso em 17 nov. 2014.
Nesta atividade distribuir estas fotos coloridas ou em preto e branco para cada
aluno e peça que identifiquem se a foto é atual ou antiga, observando os elementos
presentes: as pessoas, o semblante das pessoas, cores, formas, cenário, objetos,
movimento. O que elas relatam? Que reações, sentimentos e reações despertam?
Estimule os alunos a compartilhar as suas descobertas com a classe.
Serão comparadas as etapas anteriores, observando os conhecimentos
adquiridos. O Método Recepcional parte da leitura, mas exige sua concretização
através da produção de texto dos alunos.
4) QUESTIONAMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS
Desta forma, poderá ser sugerida como prática da escrita uma crônica a partir
do poema “O açúcar” de Ferreira Gullar, observando os elementos que constituem a
crônica como: título sugestivo, tema, uma ou várias personagens, enredo, o tom que
pode ser: reflexivo, irônico, poético ou humorístico, linguagem coloquial e desfecho,
tendo como objetivo de emocionar, envolver o leitor, levando a reflexão.
As crônicas serão recolhidas para que o professor faça as correções e poderão
ser analisados os seguintes aspectos: se o tema está adequado, se ocorreu a
descrição da situação, do relato ou fato, problemas de pontuação, e o tom da narrativa.
Assim, uma crônica será escolhida, realizando na sala uma correção coletiva na lousa,
para a avaliação dos aspectos abordados.
Etapa em que os alunos já desenvolveram um senso mais crítico sobre a
temática trabalhada e possuem autonomia suficiente para ler textos que atendam suas
expectativas. Desta forma, será apresentada a escultura “Pietá”, de Michelangelo,
salientando que a temática de “Pietá” é a morte de Jesus Cristo, e que Maria
representa nesse momento a atmosfera de amor, dor e piedade, sentimentos
aflorados pela crucificação de seu filho, simbolizando a presença de uma mãe
piedosa. Logo após serão apresentadas as suas variações, onde a temática é a
maternidade num espaço urbano. Neste contexto deverá ser explorado questões que
levem os alunos a refletirem sobre as diferenças sociais, falta de amor e caridade, a
fome, o preconceito, o descaso e outras formas de violência e discriminação que
vieram à tona.
5) AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVA
Pietá -Michelangelo
Figura 1
Disponível em: <http://www.galilean-library.org/images/david/pieta.jpg>. Acesso em 10 dez. 2014
Figura 2
Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-g_ogj9IDAcU/VDaPbyHIBGI/AAAAAAAABWs/hNb8zRr1SX8/s1600/bellini_pieta.jpg>. Acesso em 10 dez. 2014
Figura 3
Disponível em: <http://i2.wp.com/miltonribeiro.sul21.com.br/wp-content/uploads/2009/07/gritos_e_sussurros_anna_agnes_pieta.jpg>. Acesso em 10 dez. 2014
Figura 4
Disponível em:<http://4.bp.blogspot.com/-NWIOsBf2D4w/UAHYsm-8EUI/AAAAAAAAAC0/trW-ID16_yQ/s1600/2.13.imagem_pau.jpg>. Acesso em 10 dez. 2014
Em seguida cada aluno deverá desenhar a sua Pietá, fazendo uma releitura da
escultura, afim de aprimorar seus conhecimentos e demonstrar seus sentimentos,
através dos desenhos.
Logo após o trabalho realizado com a escultura “Pietá”, será realizada a leitura
do livro: “Amor não tem cor” de Giselda Laporta Nicolelis.
O livro relata a história de Marijane e Jefferson casados a vários anos,
impossibilitados de ter filhos decidem adotar uma criança. O casal vai até um abrigo
para visitar as crianças e Marijane se encanta com Deusdado, um menininho pardo.
Apesar de Jefferson ser um mulato, só concorda com a adoção de uma menina loira
de olhos azuis, mostrando os sentimentos que se manifestam quando um casal
resolve adotar uma criança, mas Marijane persiste na ideia de adotar o menino.
Depois de muitos conflitos entre o casal resolvem adotar Deusdado que muda de
forma intensa a vida do casal. No final da história ela consegue engravidar e tem uma
menina parda de olhos azuis para a felicidade do casal. Giselda Laporta retrata o
preconceito racial e o autorracismo que faz o leitor refletir sobre a adoção e os
sentimentos que estão envolvidos: a rejeição, a aceitação do novo, o preconceito,
entre outros.
O livro aborda novos conceitos e preconceitos, diante de tantos conflitos e
dúvidas quando se resolve adotar uma criança no Brasil. Uma forma de mostrar essa
cultura enraizada a anos na sociedade, a preferência por crianças brancas, deixando
as crianças negras a margem da sociedade.
Para iniciar essa atividade será apresentado aos alunos o livro a ser lido, sua
apresentação física e análise dos elementos paratextuais, apresentando também o
título do livro “Amor não tem cor”, realizando exploração de hipóteses sobre o título e
sua temática e serão repassadas as informações básicas sobre a autora Giselda
Laporta Nicolelis.
A leitura do livro acontecerá na escola e também extraclasse, e para melhor
acompanhamento da leitura, o livro será dividido por capítulos, para a inserção das
atividades de análise e interpretação do enredo da história.
Dando início, os alunos lerão os capítulos 1, 2, 3 e 4. Para análise desses
capítulos poderá ser realizado um debate discutindo sobre o enredo até aqui lido,
explorando o contexto social das personagens, estudo de algumas palavras,
expressões, entendimento do texto e o objetivo da autora ao escrever esse livro,
Biografia da autora
Giselda Laporta Nicolelis nasceu em São Paulo, 27 de outubro de 1938.
Formou-se em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero.
Publicou sua primeira história em 1972 e o primeiro livro em 1974. A biografia da
autora se encontra na íntegra em:
<http://www.ube.org.br/biografias-detalhe.asp?ID=349> Acesso em 14 nov. 2014
possibilitando captar preconceito do personagem Jefferson em relação a adoção de
uma criança parda.
Para a leitura dos capítulos 5 a 9 os alunos se dividirão em grupos e cada grupo
ficará responsável pela apresentação de um capítulo para a sala. Após a
apresentação os alunos refletirão sobre a atitude de racismo e autorracismo de
Jefferson, através dos questionamentos:
a) Qual foi a atitude de Marijane ao descobrir que seu marido Jefferson escondeu sua
avó por ser negra?
b) Pesquise no dicionário o significado da palavra autorracismo.
c) Diante dessa definição, podemos perceber que Jeferson tem atitudes
preconceituosas em relação as pessoas e a si mesmo. Procure no texto algumas
atitudes de Jefferson que comprovam essa afirmação.
d) Descreva os personagens Jefferson, Marijane e Deusdado.
e) Analisando o enredo do romance e o tema abordado, na sua opinião qual o
significado do nome do personagem Deusdado?
Na sequência, as equipes pesquisarão sobre como funciona o processo de
adoção no Brasil. É importante salientar que essa pesquisa pode ser realizada no
próprio livro: na página 99 contempla o Estatuto da Criança e do Adolescente, na
página 101 critérios para a adoção no Brasil, na página 105 etapas para o processo
de adoção, na página 107 adoção por estrangeiros. Propor aos alunos que formulem
questões relacionadas a pesquisa, para discussão posterior sobre o processo de
adoção.
Os capítulos 10, 11 e 12 serão lidos na sala. A cada capítulo deverá ser
realizada uma discussão acerca dos fatos abordados nos mesmos.
Para a próxima atividade, os alunos formarão grupos para a leitura dos
capítulos 13 a 17 apresentando-os através de uma dramatização. O professor
disponibilizará aos mesmos um período de uma semana para a preparação em casa.
Enquanto as equipes preparam a apresentação da dramatização para as
próximas aulas, os alunos assistirão ao filme: “Um sonho possível”, escrito e dirigido
por John Lee Hancock, o qual possibilitará várias leituras sobre as temáticas
trabalhadas em relação ao preconceito racial, ao racismo, a exclusão, o descaso,
marginalização, desumanização e tantas outras que forem possíveis. Ao terminar a
exibição do filme, os alunos serão incentivados a refletir sobre o contexto vivido pelos
personagens com a realidade do seu cotidiano, contextualizando também com os
textos e imagens e o livro já estudados e também sensibilizar o aluno mostrando o
lado bom das pessoas que estão dispostas a ajudar quem precisa,
independentemente da cor, raça, religião e classe social.
Para concluir a leitura da obra, após a apresentação da dramatização e do
resumo, questionamentos e comentários do professor, poderá ser proposto a
confecção de cartazes, fazendo propaganda do livro lido, incentivando outros alunos
para a leitura da obra. Os cartazes serão fixados na comunidade escolar.
O final desta etapa, evolui sempre em espiral, iniciando um novo ciclo para a
aplicação do método, onde o aluno tem a possibilidade de rever seus conceitos e
refletir de forma crítica sobre a literatura e a vida.
Após o término de todas as atividades é o momento de fazer uma avaliação do
trabalho realizado e junto com a turma comemorar os avanços conquistados. Desta
forma traçarei um plano de ação junto a classe para a realização de um evento na
escola, onde todos os trabalhos ficarão em exposição.
REFERÊNCIAS
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metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988.
BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a educação étnico-
raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília:
MEC/ Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial. Secretaria
de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2004.
BRASIL/ SEF. Parâmetros curriculares nacionais: pluralidade cultural. Brasília:
MEC/ SEF, 1998.
COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2007
FERREIRA, L. A. Atlas de Português. Editora Ática. S.A. São Paulo. 1989.
GULLAR, F. Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1975.
JAUSS, H.J. A História da Literatura como provocação à teoria literária. Tradução
de Sérgio Telloroli. São Paulo: Ática, 1994.
MAIA, J. D. Literatura: textos e técnicas. 2ª Ed. São Paulo: Editora Ática. 1996
NICOLELIS, G. L. Amor não tem cor. São Paulo: FTD, 2002.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua
Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba, 2008.
SABINO, F. A Vitória da Infância. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Ática, 1997.
WEBGRAFIA
http://3.bp.blogspot.com/-g_ogj9IDAcU/VDaPbyHIBGI/AAAAAAAABWs/hNb8zRr1SX8/s1600/bellini_pieta.jpg http://4.bp.blogspot.com/-NWIOsBf2D4w/UAHYsm-8EUI/AAAAAAAAAC0/trW-ID16_yQ/s1600/2.13.imagem_pau.jpg http://anhumas.files.wordpress.com/2012/12/03-crianc3a7as-de-rua-e-cachorro.png?w=898 http://blog.cancaonova.com/cuiaba/files/2014/10/g_18-03-13-_moradores_de_rua-_angra_centro_texaco.jpg http://flordecabare.blogspot.com.br/2008/04/conto-as-caridades-odiosas-clarice.html
http://i2.wp.com/miltonribeiro.sul21.com.br/wp-content/uploads/2009/07/gritos_e_sussurros_anna_agnes_pieta.jpg http://letras.mus.br/gabriel-pensador/137000/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Sabino
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b7/024debret.jpg http://www.brasilescola.com/ redacao/cronica.htm
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http://www.letras.com.br/#!biografia/gabriel-o-pensador
http://www.miniweb.com.br/Historia/Artigos/i_moderna/PDF/escravidao_negra_brasil.pdf
http://www.portugues.com.br/redacao/anoticiaumgenerotextualcunhojornalistico.html
http://www.portugues.com.br/redacao/a-reportagem-seus-aspectos-relevantes-.html
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http://www.releituras.com/fsabino_bio.asp
http://www.slideshare.net/PriscilaAristimunha/debret-15661959
http://www.spiner.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=901&page=2
http://www.ube.org.br/biografias-detalhe.asp?ID=349
https://www.youtube.com/watch?v=agZZzUEl5Yw
https://www.youtube.com/watch?v=jRZRa4H8674