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NÚMERO: 007/2010
DATA: 06/10/2010
ASSUNTO: Elaboração de um Plano de Emergência nas Unidades de Saúde
PALAVRAS‐CHAVE: Plano de emergência
PARA: Todas as Unidades do Sistema Nacional de Saúde
CONTACTOS: Departamento da Qualidade na Saúde; [email protected]
Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de Maio, na redacção dada pelo Decreto Regulamentar nº 21/2008, de 2 de Dezembro, emite‐se a Orientação seguinte: 1. ORIENTAÇÃO A Direcção‐Geral da Saúde recomenda a todas as unidades do Sistema Nacional de Saúde a elaboração de um Plano de Emergência Médica, de acordo com o “Guia Geral de Orientação para a Elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde”, que se anexa à presente Orientação e da qual faz parte integrante. A concepção do guia anexo é da responsabilidade do Departamento da Qualidade na Saúde, tendo merecido parecer favorável do Grupo Técnico para a Reforma da Organização Interna dos Hospitais e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
2. FUNDAMENTAÇÃO
Num contexto de permanente possibilidade de ocorrência de uma catástrofe natural, epidemia, acidente tecnológico e/ou incidente nuclear, radiológico, biológico ou químico de grandes ou importantes proporções, é fundamental que as diversas Instituições do Sistema Nacional de Saúde realizem, periodicamente, uma análise da sua situação, tendo em consideração a envolvente interna e externa, em constante mutação, planeando, de forma sistemática e integrada, uma resposta de emergência a dar em qualquer um dos cenários acima referidos, ou a outro, que, pela sua natureza ou extensão, implique, momentânea ou permanentemente, um desequilíbrio entre as necessidades e os recursos existentes – situação doravante designada como crise. Tendo em conta a realidade actual das Unidades de Saúde, nomeadamente o funcionamento quotidiano já no máximo das suas capacidades ou perto deste, a elaboração de um Plano de Emergência torna‐se essencial como ferramenta de reforço de avaliação dos meios de reacção da Unidade de Saúde face a uma situação de crise, definindo regras ou normas gerais de actuação nesse contexto. O documento anexo (“Guia Geral de Orientação para a Elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde”) estabelece orientações para elaboração do Plano de Emergência, reforçando
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a noção da importância de uma cultura de prevenção, de planeamento, de segurança e de gestão de risco, consideradas peças estruturais necessárias a uma acção coordenada, integrada, eficaz e eficiente por parte de todos os profissionais da instituição, que venha a estar, eventualmente, afectada por uma crise.
Francisco George
Director‐Geral da Saúde
GUIA GERAL PARA A ELABORAÇÃO DE UM PLANO
DE EMERGÊNCIA DAS UNIDADES DE SAÚDE
2010
Direcção‐Geral da Saúde Departamento da Qualidade na Saúde
Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional
AUTORES Teresa Pessanha Gomes, Licenciada em Enfermagem, Mestre em Politicas de Saúde e Segurança Sanitária, pela Universidade Paris Descartes. Miguel Soares de Oliveira, Licenciado em Medicina e Mestre em Medicina de Emergência pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Chefe da Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional do Departamento da Qualidade na Saúde, Direcção‐Geral da Saúde. Direcção‐Geral da Saúde Departamento da Qualidade na Saúde Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional Maio 2010
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AGRADECIMENTOS Aos Professor Doutor José Artur Paiva, Enfermeira Teresa Antunes e Doutora Cristina Santos, pela colaboração prestada.
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ÍNDICE AUTORES ..................................................................................................................................... i
AGRADECIMENTOS .................................................................................................................... iii
ÍNDICE ......................................................................................................................................... v
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1
CAPÍTULO I ‐ Identificação e avaliação dos riscos potenciais .................................................... 5
CAPÍTULO II ‐ Definição e Princípios Gerais de Elaboração do Plano de Emergência das Unidades de Saúde (PEUS) ......................................................................................................... 7
2.1 ‐ Funções do Director Clínico / Director da Unidade de Saúde (US) ................................ 9
2.2 ‐ Modalidades de activação e desactivação do PEUS ...................................................... 9
2.3 ‐ Constituição e funcionamento do Gabinete de Crise (GC) .......................................... 10
2.4 ‐ Gestão do pessoal da US ‐ localização e mobilização .................................................. 11
2.5 ‐ Segurança periférica e controle dos acessos ............................................................... 12
2.6 ‐ Acolhimento das famílias, comunicação social e autoridades competentes ................... 12
CAPÍTULO III ‐ Fichas Temáticas para elaboração do PEUS ..................................................... 15
Ficha 1 ‐ A auto‐avaliação da Unidade de Saúde ................................................................. 16
Ficha 2 ‐ Procedimento de elaboração do PEUS .................................................................. 17
Ficha 3 ‐ Plano de formação ................................................................................................. 18
Ficha 4 ‐ Missões do Gabinete de Crise................................................................................ 19
Ficha 5 ‐ Gabinete de Crise (GC) ‐ Logística e documentação .............................................. 20
Ficha 6 ‐ Os princípios da comunicação externa em Gestão de Crise .................................. 22
Ficha 7 ‐ Os sistemas de informação ‐ informática, telefone e fax ...................................... 24
Ficha 8 ‐ O papel do Director da US / seu substituto ........................................................... 25
Ficha 9 ‐ Plano de circulação ................................................................................................ 27
Ficha 10 ‐ Organização e acolhimento das vítimas ‐ Serviço de Urgência ........................... 28
Ficha 11 ‐ Organização do apoio não assistencial ................................................................ 31
Ficha 12 ‐ Articulação entre a Unidade de Saúde e o INEM ................................................ 32
Ficha 13 ‐ O responsável da logística ................................................................................... 34
Ficha 14 ‐ Exercício de activação do PEUS ........................................................................... 35
Ficha 15 ‐ Os riscos Nuclear, Radiológico, Biológico e Químico ........................................... 37
15.1 ‐ Preparação da US em caso de Risco Nuclear e Radiológico .................................. 40
15.2 ‐ Preparação da US em caso de Risco Químico ........................................................ 41
15.3 ‐ Preparação da US em caso de Risco Biológico ....................................................... 43
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CAPÍTULO IV ‐ Fichas‐Tipo para Planeamento dos quatro “Pilares” do Plano de Emergência das Unidades de Saúde ............................................................................................................ 47
4.1 ‐ Organização e Gestão .................................................................................................. 49
Problemas Específicos para Pandemias ........................................................................... 54
4.2 ‐ Recursos Humanos ....................................................................................................... 57
Problemas Específicos para Pandemias ........................................................................... 63
4.3 ‐ Prestação de Cuidados ................................................................................................. 64
Problemas Específicos para Pandemias ........................................................................... 69
4.4 ‐ Recursos Gerais ............................................................................................................ 70
Problemas Específicos para Pandemias ........................................................................... 75
CAPÍTULO V ‐ Plano de Emergência Interno (PEI) contra Incêndios ........................................ 77
5.1 ‐ Objectivos do PEI .......................................................................................................... 78
5.2 ‐ Legislação Nacional ...................................................................................................... 79
CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 93
LISTA DE ABREVIATURAS .......................................................................................................... 95
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................... 97
ANEXOS .................................................................................................................................... 99
Anexo 1 ............................................................................................................................... 101
Ficha “NRBQ” .................................................................................................................. 101
Hospitais de referência .................................................................................................. 101
Anexo 2 ............................................................................................................................... 103
Plano de Emergência da US ............................................................................................ 103
Anexo 3 ............................................................................................................................... 115
Documentos e fichas constantes de um PEUS ............................................................... 115
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Guia geral para a elaboração de um Plano de
Emergência das Unidades de Saúde
Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional
INTRODUÇÃO Num contexto de permanente possibilidade de ocorrência de uma catástrofe natural, epidemia, acidente tecnológico e/ou incidente nuclear, radiológico, biológico ou químico de grandes ou importantes proporções, é fundamental que as Unidades de Saúde realizem, periodicamente, uma análise da sua situação, tendo em consideração a sua envolvente interna e externa, em constante mutação, e planeiem, de forma sistemática e integrada, uma resposta de emergência em qualquer um dos cenários acima referidos, ou a outro, que pela sua natureza ou extensão, condicione, momentânea ou permanentemente, um desequilíbrio entre as necessidades e os recursos existentes – situação doravante designada como crise. Tendo em conta a realidade actual das Unidades de Saúde, nomeadamente o funcionamento quotidiano já no máximo das suas capacidades ou perto deste, a elaboração de um Plano de Emergência torna‐se essencial, como ferramenta que reforça a avaliação dos meios de reacção da Unidade de Saúde face a uma situação de crise, definindo regras ou normas gerais de actuação nesse contexto. Este documento pretende estabelecer orientações práticas para os elementos responsáveis, em cada Unidade de Saúde, pela elaboração do Plano de Emergência, reforçando a noção da importância de uma cultura de prevenção, de planeamento, de segurança e de gestão de risco, peças estruturais necessárias a uma acção coordenada, integrada, eficaz e eficiente por parte de todos os profissionais da instituição, que venha a estar, eventualmente, afectada por uma crise. Em linhas gerais, este Guia Prático, elaborado pelo Departamento da Qualidade na Saúde, da Direcção‐Geral da Saúde, irá fornecer algumas orientações sobre as áreas‐chave ou, de outro modo, os pilares da resposta à crise, que devem ser atempadamente contemplados e alvo de reflexão e planeamento e que, por questões didácticas e de organização da informação, foram agrupados em Fichas Temáticas e Fichas de Preparação. As Fichas Temáticas abordam os temas considerados mais importantes, colocando sobre a forma de questões os assuntos que devem ser alvo de reflexão e análise e fornecendo algumas orientações de trabalho úteis. As Fichas de Preparação constituem um “caderno” de fichas individuais, que, após o seu preenchimento, poderá constituir, de forma muito simples e facilmente perceptível, o
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próprio Plano de Emergência. Estas fichas abordam os quatro principais pilares do planeamento e preparação de uma Unidade de Saúde para uma eventual crise, nomeadamente:
1. Organização e Gestão 2. Recursos Humanos 3. Prestação de Cuidados 4. Recursos Gerais
Cada um destes pilares integra vários outros componentes, conforme se poderá constatar nas Fichas de Preparação anexas. Estas fichas estão construídas como espaço de reflexão, em que são traçados objectivos, standards mínimos e são fornecidas sugestões. É recomendada a sua adaptação/customização de acordo com a realidade específica e única de cada Unidade de Saúde. Para além de todos estes, foram ainda considerados como temas importantes os seguintes:
1. Identificação e avaliação de riscos potenciais 2. O risco Nuclear, Radiológico, Biológico e Químico (NRBQ) 3. O Plano específico de Emergência Interno contra Incêndios
Tanto as Fichas Temáticas como as Fichas de Preparação fornecem conselhos práticos e modelos de resposta, que poderão ajudar à elaboração de procedimentos eficazes, simples e perfeitamente aplicáveis em qualquer Unidade de Saúde. É essencial que cada profissional se identifique como elemento fundamental neste processo e possa conhecer a sua missão, o seu papel e a sua acção neste domínio de competências. Em situações de crise, a Administração da Unidade de Saúde, assim como todos os profissionais da instituição, encontram‐se em situação de grande tensão, e não deve haver lugar para improvisação, hesitação ou dúvida. Este Plano deve ser dinâmico, avaliado e reactualizado em função das instruções comunicadas pelas Administrações Regionais de Saúde (ARS) e pelos Planos Nacionais de Contingência/Emergência, em função dos riscos sanitários e das alterações estruturais na Unidade de Saúde. O Plano de cada Unidade de Saúde deve ainda estar integrado, de forma coerente e articulada, em Planos mais vastos e abrangentes, de âmbito regional e/ou nacional.
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Propõe‐se, de acordo com a Lei nº 81/2009, de 21 de Agosto, uma cadeia de comando e controlo com as seguintes funções:
• Assegurar a adequada vigilância clínica e epidemiológica, aos vários níveis (local, regional e nacional);
• Garantir a existência de uma estrutura fixa que defina, previamente, as várias acções e papéis de cada Unidade de Saúde em situação de crise;
• Aprovar os PEUS de cada Unidade de Saúde;
• Monitorizar o processo de implementação e actualização dos PEUS em cada Unidade de Saúde;
• Coordenar as acções de saúde a realizar, em cada nível, em situação de crise. Conforme o documento “Pandemia da Gripe. Plano de Contingência Nacional do Sector da Saúde para a Pandemia da Gripe”, da Direcção‐Geral da Saúde, de 2008, sugere‐se a existência de uma estrutura de comando e controlo com 3 níveis de intervenção:
1. Nacional. Ministério da Saúde.
• Representante: Ministro da Saúde ou seu representante. 2. Regional. Administração Regional de Saúde.
• Representante: Presidente da Administração Regional de Saúde. Articulação com Autoridade de Saúde Regional
3. Local e/ou Institucional. Unidades de Saúde. • Representante: Dirigente máximo da Instituição. Articulação com Autoridade
de Saúde Local.
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CAPÍTULO I ‐ IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RISCOS POTENCIAIS Numa sociedade onde o grau de aceitabilidade do risco é cada vez menor, a probabilidade de surgir uma crise é cada vez maior. O risco define‐se pela combinação da probabilidade de ocorrência do perigo e da gravidade das suas consequências. A crise não é mais que a concretização de um risco com consequências graves numa dada população. Em cada estabelecimento deve haver uma organização prevista em caso de crise. A existência de uma célula de prevenção e gestão de crise é essencial para fazer face a uma situação excepcional. A organização em gestão de crise não se improvisa. Em situação de crise, cada palavra conta. A informação e a comunicação são elementos estratégicos essenciais. Como prevenir uma crise?
a) Identificação e análise dos riscos Um dos primeiros passos na elaboração de um Plano de Emergência de uma Unidade de Saúde (PEUS) é a identificação de riscos potenciais que possam conduzir a acidentes graves ou a catástrofe na zona onde a Unidade de Saúde (US) se encontra integrada. Existem vários tipos de risco: ‐ os de origem natural, que são provocados por situações meteorológicas extremas (inun‐dações, estados de seca e avalanches) e os fenómenos sísmicos. ‐ os riscos resultantes do desenvolvimento tecnológico, em que se incluem:
‐ os incêndios urbanos e florestais; ‐ o colapso de edifícios.
‐ os acidentes com transportes individuais ou colectivos urbanos e interurbanos (subterrâ‐neos, terrestres, aquáticos ou aéreos). ‐ os acidentes industriais (com materiais e gases tóxicos) e os acidentes nucleares incluídos nos riscos Nuclear, Radiológico, Biológico e Químico (NRBQ). ‐ as catástrofes relacionadas com o comportamento humano:
‐ circuitos automobilísticos e festivais aeronáuticos; ‐ espectáculos pirotécnicos; ‐ actos de terrorismo e eventos bélicos; ‐ manifestações culturais, artísticas e políticas.
‐ as ameaças ou acontecimentos de Saúde Publica.
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De modo a facilitar a elaboração deste catálogo de riscos, deve ser pedida a colaboração dos Serviços de Protecção Civil (Municipal ou Nacional), assim como outras entidades como o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Bombeiros, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil e o Instituto Superior Técnico. A consulta do Plano Municipal de Emergência elaborado pelo Serviço Municipal de Protecção Civil pode ser de grande utilidade e ajuda.
b) Elaboração de procedimentos de prevenção de riscos Uma vez identificados os riscos, justifica‐se a implementação de medidas preventivas através da elaboração de procedimentos de alerta e de gestão de crise. Estes procedimentos devem ser avaliados de modo a se verificar a sua praticabilidade e eficácia. Para este efeito procedemos à elaboração de fichas temáticas que se encontram no ponto 4 deste documento.
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CAPÍTULO II ‐ DEFINIÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE EMERGÊNCIA DAS UNIDADES DE SAÚDE (PEUS) O PEUS é um plano de emergência adaptado a cada Unidade de Saúde (US), destinado a fazer face a um acontecimento com consequências sanitárias graves (crise), e em que estão ultrapassadas as capacidades imediatas de resposta. Características principais de uma crise ‐ Existe incerteza e uma sensação geral de perda de controlo; ‐ Provoca desgaste nas relações inter e intra‐pessoais; ‐ Tem grande impacto; ‐ Existe urgência de resposta e dificuldade na execução das tarefas de rotina; ‐ Surge frequentemente de um acontecimento de baixa probabilidade; ‐ Existem ameaças específicas não identificadas. O objectivo principal de um PEUS é de informar internamente os profissionais da US das modalidades de acção, em caso da sua activação e, externamente, as autoridades sanitárias para coordenação dos meios disponíveis de resposta em caso de alerta. A sua eficácia é condicionada por factores múltiplos, entre os quais a reactividade, os meios disponíveis, a antecipação e a comunicação. A sua elaboração é da responsabilidade do Director Clínico / Director da US de cada Instituição e tem como objectivo principal permitir a qualquer US fazer face a uma situação excepcional, mantendo uma continuidade dos cuidados de saúde, preservando, ao mesmo tempo, a segurança dos doentes e dos profissionais.
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O PEUS deve prever:
a) modalidade de activação e desactivação do Plano b) activação do Gabinete de Crise c) segurança periférica e controle dos acessos d) organização da circulação externa da US e do estacionamento e) mobilização do pessoal hospitalar f) mobilização do material e logística de Crise g) acolhimento de vítimas em grande número, assim como de doentes potencialmente con‐
taminados h) acolhimento e orientação das vítimas i) acolhimento e informação das famílias j) comunicação de crise l) evacuação parcial ou total em caso de acidente interno (Plano de Emergência Interno) ; m) alternativas de funcionamento em caso de incidente com a rede energética, de tele‐
comunicações e de gases medicinais As soluções encontradas por cada US devem ser adaptadas à sua missão local e regional, dimensão e capacidade de resposta. O grupo de trabalho responsável pela sua elaboração deve: 1° Proceder a uma auto‐avaliação dos recursos humanos e materiais mobilizáveis (catálogo de recursos). 2° Proceder à definição de um catálogo de riscos. 3° Iniciar uma reflexão sobre a resposta adequada, através da redacção de fichas de recomendação para cada etapa principal.
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2.1 ‐ Funções do Director Clínico / Director da Unidade de Saúde (US) O Director Clínico / Director da US é o principal responsável pela elaboração do PEUS. São, ainda, suas funções: ‐ constituir e coordenar o Gabinete de Crise que poderá coincidir com o grupo de trabalho de elaboração do PEUS; ‐ organizar a sua formação em relação às normas e metodologias de alerta assim como à activação e desactivação do Plano; ‐ prever a difusão do documento a todo o pessoal da US, através de sessões de informação sobre o conteúdo e importância deste documento e elaborar planos de formação dos profissionais de saúde sobre o PEUS; ‐ organizar exercícios periódicos de modo a avaliar a sua eficácia e os seus limites. 2.2 ‐ Modalidades de activação e desactivação do PEUS Pertence à equipa que elabora o PEUS designar a quem compete a decisão de activação e de desactivação do Plano. Esta deve designar, porém, um elemento da sua equipa como substituto em caso de impossibilidade do mesmo ou até o médico chefe de equipa do Serviço de Urgência em funções no momento, uma vez que este elemento existe, em permanência, nas Unidades de Saúde com Serviço de Urgência, 24 horas/dia, 365 dias/ano. O PEUS deve ser activado, de preferência, de forma graduada e sequencial, por níveis, dependendo da gravidade da situação. Será útil fazer prova de discernimento em relação aos meios humanos e materiais a mobilizar em cada etapa. Devem constar orientações genéricas na ficha de activação do PEUS, declinadas em 3 fases essenciais: Fase de Alerta
‐ Chamada de alerta do CODU/ INEM, Bombeiros, ou até chegada de primeiras vítimas. Independentemente da origem da chamada terá de ficar bem definido no PEUS qual será o local utilizado para a recepção da notícia de uma possível emergência (ex: secretaria de unidade do serviço de urgência ou a telefonista do PBX).
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‐ O elemento receptor procede ao preenchimento de um impresso de Registo de Emergência durante a comunicação e transfere a chamada para o elemento designado como responsável por desencadear o PEUS. ‐ Este completa o registo de dados e confirma, se necessário, a informação junto das entidades competentes (INEM, Protecção Civil, Bombeiros,...) e em função dos elementos de informação que lhe são fornecidos, decide da convocação do Gabinete de Crise. Fase de Alarme
‐ um elemento pré ‐ definido mobiliza o Gabinete de Crise segundo lista de contactos telefónicos; ‐ reunião do Gabinete de Crise (GC) em local pré ‐ determinado. A escolha deste local deve ter em conta a acessibilidade e a disponibilidade de comunicações (fax, telefones directos,...). (ver ficha 4)
Fase de Execução
Uma das primeiras missões do GC será avaliar a situação e desencadear o nível de resposta adequado, informando os diferentes serviços da instituição (elaboração de mensagem a enviar a todas as unidades e serviços, segundo procedimento pré – definido). Recomenda‐se a existência de 3 níveis de resposta da US em caso de grande afluxo de vítimas: Nível 1 ‐ Resposta com meios permanentes disponíveis Nível 2 ‐ Resposta com recursos da US, activáveis em situações especiais Nível 3 ‐ Resposta com recursos externos, mobilizáveis em situações de emergência
2.3 ‐ Constituição e funcionamento do Gabinete de Crise (GC) O GC é o único órgão de decisão e coordenação. É constituído por um grupo multidisciplinar que deverá ser integrado por elementos da Administração da US e responsáveis das principais áreas funcionais da instituição (serviços médicos, de enfermagem, técnicos e administrativos) como por exemplo: ‐ Director Clínico/Director da US;
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‐ Enfermeiro Director; ‐ Director Serviço de Urgência ‐ Coordenador dos Cuidados de Saúde; ‐ Director ou respon‐sável do Pessoal; ‐ Responsável da Comunicação; ‐ Responsável dos serviços farmacêuticos; ‐ Responsável dos serviços de hotelaria e de segurança; ‐ Engenheiro e responsável Informático; ‐ Um ou vários Especialistas, segundo a origem da catástrofe. Deve ser nomeado um responsável de organização do GC e que será encarregado da elaboração de um documento actualizado que contenha as coordenadas profissionais e privadas das pessoas designadas. Este gabinete apoia e coordena os vários serviços da US, determinando o nível de activação do PEUS e organizando: ‐ a coordenação entre o pré‐hospitalar e a Unidade de Saúde; ‐ o contacto dos profissionais da US de reforço ao dispositivo existente, com mensagens pré‐estabelecidas; e das autoridades competentes; ‐ a disponibilidade de camas suplementares, adiando as admissões/internamentos não ur‐gentes e transferindo as intervenções programadas; ‐ a transferência de doentes em final de internamento para outras estruturas de saúde pré – definidas; ‐ a intervenção de uma Célula de Urgência médico ‐ psicológica; ‐ a adaptação dos meios logísticos da US (stocks de material e equipamento, câmaras mortuárias,...) de modo a facilitar a organização e responder de forma prioritária a cada situação; ‐ os meios de telecomunicações e informáticos internos e externos; ‐ as condições de acesso e de estacionamento (existência de corredores de emergência) de modo a facilitar as condições de circulação e de acesso à US; ‐ em colaboração com a PSP, um dispositivo de segurança de modo a assegurar a protecção de pessoas e bens.
2.4 ‐ Gestão do pessoal da US ‐ localização e mobilização A mobilização do pessoal da US, em caso de desencadeamento do PEUS, passa por uma sensibilização das equipas para os princípios da gestão de crise e respectiva organização de exercícios.
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A estratégia de mobilização do PEUS comporta duas séries de medidas consecutivas e complementares: ‐ em primeiro lugar manter as equipas no local, no momento da passagem de turno enquanto o GC faz uma avaliação correcta das necessidades (prever, excepcionalmente, áreas de repouso e distribuição de refeições). ‐ em segundo lugar a chamada por sectores de actividade, seguindo sistema de cadeia (depende da patologia predominante das vitimas e da dimensão do acontecimento). A central telefónica chama cada responsável por sector de actividade, que deverá prevenir 2 ou 3 dos seus colaboradores de preferência do turno seguinte. Os profissionais deverão dirigir‐se ao seu serviço de origem e devem evitar o contacto telefónico com a US, de forma a evitar uma sobrecarga das linhas telefónicas. O período de rotação dos profissionais envolvidos na assistência às vítimas deve ser de 6 horas. O documento que permite a chamada deve ser confidencial e guardado em lugar seguro.
2.5 ‐ Segurança periférica e controle dos acessos O PEUS pode ser activado com ou sem medidas especificas de segurança e controlo. Porém quando a situação o exige, estas devem ser aplicadas o mais precocemente possível. Os eixos de circulação das ambulâncias (corredores de emergência), do pessoal da US, assim como dos voluntários, devem ser preestabelecidos. As áreas de estacionamento são individualizadas para o pessoal da US, as famílias, a imprensa e as autoridades. A ajuda da Autoridade Policial pode ser essencial para proteger a zona periférica da US e evitar congestionamentos de trânsito e dificuldades de acesso. O Serviço de Segurança da US é essencial em todo este processo, e deve organizar‐se de modo a ajudar na circulação interna dos profissionais e dos doentes.
2.6 ‐ Acolhimento das famílias, comunicação social e autoridades competentes O acolhimento telefónico deve ser feito através de um número verde (com pessoal formado e linhas telefónicas suficientes) à disposição do público e comunicado através dos órgãos de comunicação social. Para além do acolhimento telefónico deve ser previsto um local calmo (se possível distante do Serviço de Urgência), agradável e devidamente assinalado para receber os familiares que chegam à US.
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Neste espaço devem existir telefones, serviço de cafetaria e sanitários de modo a proporcionar o maior conforto possível, em caso de espera prolongada. Devem ser destacados para este local profissionais de saúde (de preferência médico, enfermeira, psicólogo e assistente social, formados para o efeito) que além de fornecerem informações sobre as vítimas deverão gerir a angústia e a dor dos familiares em conjunto com a célula de ajuda médico ‐ psicológica. Os media devem ser recebidos pelo responsável da comunicação em lugar pré‐definido para o efeito, que deve possuir características idênticas às definidas para o lugar de recepção aos familiares (serviço de cafetaria, sanitários, etc.). O Director da US deverá ter uma linha telefónica privada para comunicar com as autoridades competentes e se a sua presença for solicitada, estas devem ser integradas no Gabinete de Crise.
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CAPÍTULO III ‐ FICHAS TEMÁTICAS PARA ELABORAÇÃO DO PEUS Ficha 1 ‐ A auto‐avaliação da US
Ficha 2 ‐ Procedimento de elaboração do PEUS
Ficha 3 ‐ Plano de formação
Ficha 4 ‐ Missões do Gabinete de Crise
Ficha 5 ‐ Gabinete de Crise ‐ Logística e documentação
Ficha 6 ‐ Os princípios da comunicação externa em Gestão de Crise
Ficha 7 ‐ Os sistemas de informação ‐ informática, telefone e fax
Ficha 8 ‐ O papel do Director da US / seu substituto
Ficha 9 ‐ Plano de circulação
Ficha 10 ‐ Organização e acolhimento das vítimas ‐ Serviço de urgência
Ficha 11 ‐ Organização do apoio não assistencial
Ficha 12 ‐ Articulação entre a US e o INEM
Ficha 13 – O responsável da logística local de crise
Ficha 14 ‐ Exercício de activação do PEUS
Ficha 15 ‐ Os riscos NRBQ
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Ficha 1 ‐ A auto‐avaliação da Unidade de Saúde Antes de se iniciar a elaboração do PEUS é essencial que os responsáveis pela sua realização tenham acesso à informação da organização e actividade das várias especialidades da estrutura da US, assim como aos planos de emergência e exercícios de simulação de crise que tenham sido elaborados anteriormente. Existem ainda algumas questões pertinentes sobre as quais devemos reflectir, e que nos poderão ajudar nesta fase, entre as quais a existência de: ‐ indicadores de alerta no quadro da actividade diária da US? ‐ PEUS com menos de 5 anos, aprovado pela respectiva “cadeia de comando e controlo”? ‐ estratégia de difusão da informação em geral aos Chefes de Serviço e ao pessoal da US em geral? ‐ catálogo de riscos elaborado recentemente? ‐ organização de gestão de crise operacional 24/24h? ‐ modalidades de construção e actualização das listas de pessoal a prevenir e a mobilizar? ‐ local previsto e já utilizado para o Gabinete de Crise? ‐ exercícios de simulação de crise interna ou externa praticados nos últimos 2 anos em cola‐boração com as autoridades de socorro? Em caso de sinistro interno (ver Capítulo V‐ Plano de Emergência Interno –PEI‐ contra incêndios): ‐ existência de procedimentos de alerta dos Serviços Públicos (INEM, Bombeiros, Policia e Autoridades) definidos e já experimentados? ‐ existência de um procedimento de evacuação de doentes para outras estruturas de saúde vizinhas?
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Ficha 2 ‐ Procedimento de elaboração do PEUS Conceber um PEUS supõe a implicação de todas as actividades e logísticas institucionais. Estas devem estar representadas no Grupo de Trabalho de elaboração do Plano assim como no Gabinete de Crise. Um consenso geral é um dos princípios essenciais para o sucesso do PEUS. De modo a facilitar a sua execução, aconselhamos a sua elaboração por sectores de actividade que compreendem, obrigatoriamente: ‐ a lista das pessoas de chamada, classificadas por ordem segundo decisão do responsável do Serviço; ‐ as orientações respectivas de cada plano sectorial devem estar de acordo com as orienta‐ções gerais do PEUS. Devem ser estabelecidos formulários para registo de disponibilidade de camas, quando aplicável. Devem ser criadas fichas de acção/protocolos (“Action cards”) para: ‐ o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM); ‐ o PBX/Central telefónica; ‐ o Gabinete de Crise; ‐ os serviços técnicos e logísticos; ‐ o serviço de admissões; ‐ a equipa responsável pelo acolhimento dos familiares; ‐ a equipa de comunicação; ‐ o Director de recursos humanos; ‐ a/o Enfermeiro/a Director/a; ‐ o Director Clínico/ Director da US. As fichas do PEUS devem estar actualizadas e acessíveis a todos os profissionais da Instituição. O plano deve ser apresentado às várias equipas da US de modo a ser verificado, validado e consolidado antes de submetido à aprovação do Conselho de Administração.
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Ficha 3 ‐ Plano de formação Para que o PEUS seja executado de uma forma eficaz é necessário que todas as pessoas intervenientes estejam correctamente formadas de modo a desempenharem as suas funções de forma coordenada. A sua formação deverá basear‐se nos protocolos de acção incluídos no Plano de Emergência sectorial. Questões pertinentes Que tipo de acções de formação e sensibilização foram já organizadas pela US (data e população alvo) sobre: ‐ alerta; ‐ gestão de crise; ‐ PEUS; ‐ comunicação em caso de Crise e ”media trainning”; ‐ riscos NRBQ. Orientações de trabalho O departamento da formação permanente da US deverá organizar formações específicas em várias áreas: ‐ reacção do pessoal a um alerta em caso de crise, gestão de crise e do stress; ‐ formação de chefes de serviço, médicos e de enfermagem em gestão de crise; ‐ o Serviço de Urgência e de Pediatria aos riscos NRBQ, quando aplicável. Acompanhamento e avaliação do impacto das acções de formação fazendo ‐ pelo menos uma vez por ano um exercício de mobilização do gabinete de crise e um exercício de chamada do pessoal, sectorial, deverá ser realizado; ‐ de 2 em 2 anos um exercício geral do PEUS; ‐ uma vez por ano exercícios de meios de protecção do pessoal nas US de referência NRBQ.
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Ficha 4 ‐ Missões do Gabinete de Crise O Gabinete de Crise é o centro único de decisão e coordenação. As suas missões variam em função da origem e do nível de gravidade da crise. De qualquer modo existem alguns pontos incontornáveis, tais como: ‐ conhecer a dimensão e evolução da situação de crise e/ou catástrofe; ‐ determinar o nível de activação do PEUS e dimensionar a mobilização do pessoal da US, assim como a sua informação sobre o sucedido; ‐ centralizar as disponibilidades de internamento, de modo a orientar os pacientes de modo eficaz assim como o registo do seu trajecto intra ou inter‐US; ‐ dirigir e controlar as evacuações; ‐ organizar a informação a prestar aos familiares das vitimas, meios de comunicação e autoridades competentes. Orientações de trabalho ‐ Identificar as capacidades máximas de acolhimento na US; ‐ Definir as modalidades de alerta:
‐ do Conselho de Administração Hospitalar; ‐ das Autoridades de Saúde, constantes da cadeia de comando e controlo (Adminis‐trações Regionais de Saúde, Autoridade de Saúde Local, etc.);
‐ das Forças de Ordem; ‐ de outras autoridades sanitárias e sociais susceptíveis de virem a apoiar a estrutura.
‐ Verificar regularmente a operacionalidade dos meios de comunicação (telefone, fax e informática); ‐ Prever um elemento para efectuar o secretariado do GC desde a fase de alerta; ‐ Prever a elaboração de um diário de crise onde ficarão registadas as acções postas em prática pelo GC. Este registo permitirá fazer uma avaliação posterior; ‐ Certificar‐se que todos os elementos do GC respeitam a confidencialidade de todas as informações a que têm acesso.
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Ficha 5 ‐ Gabinete de Crise (GC) ‐ Logística e documentação Sala do GC De modo a assegurar o funcionamento correcto e eficaz do GC é indispensável dispor no mínimo de: ‐ duas linhas telefónicas independentes da central da US; ‐ dois FAX de modo a permitir a recepção e o envio de modo independente; ‐ um computador com acesso à Internet, e‐mail e intranet (assegurar o conhecimento das palavras passe); ‐ uma impressora e uma fotocopiadora; ‐ uma televisão, rádio de pilhas, aparelhos rádios portáveis. Deve ser designado previamente um técnico responsável pela instalação e manutenção deste local assim como o local das chaves deste local e dos respectivos armários. Documentação Prever um armário, contendo: ‐ PEUS actualizado, ‐ listas telefónicas (pessoal, entidades publicas, autoridades competentes ...); ‐ fichas dos profissionais de chamada e composição do gabinete de crise; ‐ procedimentos de urgência e procedimentos em caso de crise; ‐ um caderno em branco que servirá como diário de crise; ‐ fichas de comunicação com as autoridades competentes e fichas de contacto com os media. Prever ‐ duplicado (formato papel) de todos estes documentos numa pasta acessível ao “Respon‐sável de serviço”.
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Exercício de activação do Gabinete de Crise
Objectivos ‐ Verificar o tempo de operacionalidade das instalações técnicas e do GC; ‐ Verificar a reactividade dos diversos Serviços/Áreas funcionais da US face a um pedido de resposta urgente do GC. Conteúdo A ser definido pelo Director da US, segundo uma informação do INEM de um determinado afluxo de vitimas Avaliação A avaliação do exercício deve visar: ‐ o tempo de instalação do GC; ‐ a funcionalidade dos equipamentos; ‐ a fiabilidade da documentação; ‐ a comunicação (ascendente e descendente) com os diversos serviços/áreas da US. A duração do exercício não deve exceder 2 horas e um debriefing imediato permite proceder aos reajustamentos necessários (ver ficha 14).
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Ficha 6 ‐ Os princípios da comunicação externa em Gestão de Crise Em caso de activação do PEUS, a dimensão mediática dada ao acontecimento constitui um elemento essencial na gestão da crise. Quando surge uma situação excepcional, é importante ter em conta o impacto deste acontecimento na opinião pública. Gestão da Comunicação É ao responsável da Comunicação do GC que cabe a gestão dos media. Este poderá necessitar do conselho e assessoria de especialistas em certas situações complexas. A gestão da comunicação deve ser centralizada e visa: ‐ a gestão das relações com os media (organização de entrevistas, reportagens, conferências de imprensa); ‐ a elaboração de mensagens e sua validação; ‐ a mobilização dos especialistas referentes; ‐ a observação e análise dos media. Em situação de Crise e de acordo com a Direcção da US deve ser ponderado quais os utensílios de comunicação a utilizar: ‐ comunicado de imprensa (utensílio de continuidade), em caso de se pretender dar continuidade a uma informação fornecendo novos elementos; ‐ conferência de imprensa (utensílio de coerência), de modo a fornecer uma mensagem coerente a todos fazendo face a múltiplos pedidos de informação ou para fazer face a uma situação grave; ‐ entrevista, (utensílio de reactividade) personaliza a relação com os jornalistas e permite aprofundar as informações.
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Pontos importantes em caso de crise
‐ Nunca alertar os media sem se terem preparado algumas “mensagens chave “após concertação interna/externa e enviar, eventualmente, um comunicado de imprensa; ‐ Nunca deixar os jornalistas circularem livremente pela US; ‐ Evitar as especulações e as polémicas; ‐ Instaurar um clima de confiança com a imprensa é essencial à difusão de mensagens mais ponderadas; ‐ Em caso de contacto telefónico por parte de um jornalista, nunca responder directamente antes de verificar a sua identificação. Somente depois deve ser dada uma resposta elaborada em conjunto com o GC; ‐ É essencial conhecer a forma como os media utilizarão a informação fornecida pela US. Não deve ser nunca esquecida a comunicação interna na própria US.
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Ficha 7 ‐ Os sistemas de informação ‐ informática, telefone e fax Questão pertinente Incêndio, sismo ou inundação são alguma das situações que podem provocar a ruptura ou degradação dos sistemas de informação numa US. Como manter o acesso as informações essenciais em caso de Crise quando os sistemas de informações da estrutura da US estão degradados ou inoperantes? Orientações de trabalho ‐ Favorecer a troca das bases de dados e fazer convergir os sistemas de informação ao nível da Direcção da US, de modo a esta ter acesso à gestão do fluxo de vítimas, camas disponíveis e gestão do pessoal, etc; ‐ Fazer um recenseamento das bases de dados existentes, testar as complementaridades e as ligações possíveis visando assim uma uniformização dos sistemas, utensílios e protocolos de comunicação; ‐ Em meio interno, prever formas simples para assegurar a continuidade da informação (rádios portáteis, linhas telefónicas especificas e independentes do standard); ‐ Criação de linha verde para dar informações à população; ‐ O responsável dos sistemas de informação deve estabelecer procedimentos de controlo e fiabilidade dos sistemas em período normal, de modo a este estar disponível 24/24h. Pontos importantes em caso de crise Em caso de catástrofe utilizar as estações de rádio e a televisão para comunicar com a população.
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Ficha 8 ‐ O papel do Director da US / seu substituto Questões pertinentes ‐ O acontecimento justifica a convocação do Gabinete de Crise e a activação do PEUS? ‐ O acontecimento vai provocar o acolhimento de um grande número de vítimas/o isolamen‐to da US/a sua evacuação? Orientações de trabalho ‐ Preparar a modalidade de activação da fase de alerta de modo fiável; fora das horas normais de funcionamento da US; ‐ Excepto os elementos que compõe o GC, o pessoal de chamada deve dirigir‐se ao seu serviço habitual e esperar instruções; ‐ Preparar, em articulação com o Departamento de Formação Permanente, todos os funcionários a terem uma resposta eficaz em caso de alerta; ‐ Estabelecer um protocolo de crise com a Autoridade Policial local; ‐ Estabelecer um protocolo de mobilização e chamada de estudantes com as escolas de enfermagem e de medicina locais ou regionais.
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Pontos importantes em caso de crise Através da mensagem “activação do PEUS”, cada elemento da US deve reagir imediatamente seguindo respectivamente o protocolo pré‐estabelecido em caso de crise. Ainda antes da reunião do GC, o Director da US deve: ‐ confirmar o alerta, identificar o correspondente (identidade, número de telefone e autori‐dade responsável); ‐ reforçar imediatamente os elementos da central telefónica; ‐ activar o GC; ‐ activar o protocolo com o serviço de segurança da US e a Autoridade Policial local de modo a garantir a circulação adequada de doentes, acesso à US de ambulâncias e pessoal de chamada; ‐ activar procedimento de chamada das equipas e assegurar continuidade das que se encontram em exercício de funções; ‐ avaliar as disponibilidades de camas, tendo em conta a gravidade da situação; ‐ ponderar a activação de um plano de saída antecipada de doentes internados; ‐ contactar com outras estruturas de cuidados de saúde ou de alternativa ao internamento, de modo a acolherem doentes que necessitem ainda de vigilância médica e de enfermagem; ‐ contactar o coordenador do Bloco Operatório da US, de modo a se readaptar o programa das intervenções cirúrgicas, quando aplicável; ‐ alertar a Tutela, assim como a cadeia de comando e controlo definida e as autoridades de saúde.
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Ficha 9 ‐ Plano de circulação
Questão pertinente
Como adaptar a arquitectura e organização de cada US a uma determinada situação de crise?
Orientações de trabalho
‐ Fazer um plano geral da US, a fim de se poder visualizar os acessos e o plano de circulação nas zonas limítrofes da instituição; ‐ Fazer um plano simplificado da US e das suas estruturas. Este plano deve ser divulgado e estar presente em todos os serviços/áreas funcionais da US; ‐ Elaborar um protocolo de circulação nas imediações da US em colaboração com as Forças de Ordem Públicas, de modo a manter a fluidez do transito e facilitar o acesso à US das ambulâncias, do pessoal, dos familiares e dos media, evitando assim situações de congestionamento de trânsito; ‐ Fazer exercícios de simulação da circulação sempre de sentido único utilizando sinais de sinalização (stop, setas direccionais,...). Sempre que possível, organizar dois circuitos distintos de sentido único (circuito primário de afluxo de vitimas e circuito secundário de evacuação); ‐ Definir o trajecto mais simples para as ambulâncias e para os helitransportados (em caso da US possuir heliporto ou de ser criada zona improvisada para o efeito), facilitando assim o acesso ao Serviço de Urgência; ‐ Prever e assinalar parques para o pessoal, familiares e media; ‐ A informação sobre funções bem definidas, e o treino do pessoal previsto para assegurar a fluidez da circulação é um elemento essencial para melhorar a sua eficácia; ‐ Ao elaborar o PEUS, ter em conta que a organização aprovada deve ser comunicada aos bombeiros, INEM, Cruz Vermelha Portuguesa, transporte privados de doentes, etc. e integrada na circulação de rotina.
Pontos importantes em caso de Crise
‐ Controlar e proteger o acesso ao Serviço de Urgência; ‐ Em relação ao circuito interno de doentes deve ser dada uma atenção especial à formação de corredores preferenciais (por exemplo entre o Serviço de Urgência e o Bloco Operatório), com pessoal da segurança da US a assegurar a sua fluidez. O controlo dos elevadores é um elemento importante a não esquecer; ‐ Os materiais necessários à sinalização, demarcação dos circuitos e parques, devem estar armazenados em local acessível 24/24 horas e sob responsabilidade do serviço de segurança da US.
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Ficha 10 ‐ Organização e acolhimento das vítimas ‐ Serviço de Urgência Em caso de afluxo massivo de vítimas ou de doentes, duas situações conjecturais são a tomar imediatamente em consideração, a fim de determinar o nível inicial de protecção da US e a sua capacidade operacional: ‐ as vitimas não estão contaminadas e entram segundo processo habitual; ‐ as vitimas estão contaminadas ou potencialmente contaminadas e devem ser recebidas em unidade móvel/fixa de descontaminação a fim de assegurar a protecção do pessoal, dos materiais e da US (ver Ficha 15 e Anexo 1). As vítimas devem beneficiar tanto quanto possível, de cuidados de saúde de qualidade, idênticos aos dispensados em tempo normal. A ordem de atendimento das vítimas deve ter em conta os critérios de categorização de medicina de catástrofe. Não há um único sistema de triagem nem existe, até ao momento, evidência científica suficiente para poder afirmar que um sistema é melhor do que outro. Aqui apresenta‐se, como uma alternativa possível, o sistema de triagem START modificado, com 4 categorias (4 cores):
Figura 1‐ Adaptação do Algoritmo de Triagem START modificado. Jenkins JL et al,. Mass‐casualty triage: time for an evidence‐based approach. Prehospital Disast Med 23:3–8, 2008
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Temos ainda que considerar dois tipos de vítimas: ‐ as vítimas socorridas e transportadas pelo INEM que são acolhidas directamente na Reanimação e Bloco Operatório. Serão, eventualmente, as vítimas mais graves (encarnado) ‐ as vítimas que chegam ao serviço de Urgência por outros meios, muitas vezes em grande número, necessitando de um acolhimento especializado de modo a ser determinado o grau de urgência. Estas vítimas serão, na sua grande maioria, urgências relativas ou minor (amarelo e/ou verde). O serviço de urgência idealmente deve estar organizado em várias zonas distintas: ‐ Zona de Triagem ‐ Zona de Reanimação/Emergência – Vermelha ‐ Zona Urgente – Amarela ‐ Zona Não Urgente ‐ Verde ‐ Zona Negra – Irreversíveis e Falecidos As vítimas serão identificadas na triagem (acções de identificação) e ser‐lhe‐á colocada uma pulseira ou etiqueta de cor correspondente à área de tratamento/prioridade, bem como número de identificação/e o nome, se possível. Questões pertinentes ‐ Qual a patologia dominante das vítimas? ‐ Qual a quantidade de vitimas que a US pode acolher? ‐ Qual o tipo de acontecimento/natureza do risco, que está na origem deste afluxo de vitimas (convém que existam protocolos clínicos específicos para as várias possibilidades)? ‐ Qual é o número de vítimas (tendo em conta o grau de gravidade), para lá do qual é necessária uma reorganização do serviço de urgência, com extensão do existente? ‐ Qual é o local mais adaptado para a extensão do serviço de urgência, e como se efectuará a sua orientação entre os dois locais? ‐ Quem são os profissionais de saúde destacados para este novo local? ‐ Quem se encarrega do transporte do material médico necessário para activar um espaço não pré‐equipado?
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Orientações de trabalho É importante que a US preveja a extensão do serviço de urgência em caso de grande afluxo de vítimas. Uma das hipóteses a ponderar é utilizar o serviço de urgência como zona de reanimação, recebendo as urgências relativas (“amarelos”) e as não urgentes (“verdes”) num, ou mais do que um, outro serviço pré‐definido. Neste caso é necessários pré‐equipar este espaço com gases medicinais, aspiração, fichas eléctricas, pontos de água, etc... Deve‐se prever ainda como será feito o acolhimento das urgências habituais, que continuam a chegar à US. Deverão existir etiquetas e/ou pulseiras de triagem em número suficiente, armazenadas em local acessível 24/dia. Todo o pessoal da instituição deverá estar familiarizado com a sua utilização.
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Ficha 11 ‐ Organização do apoio não assistencial Em caso de crise, um funcionamento eficiente e uma adaptação à nova situação da US é essencial: Morgue A extensão da morgue poderá ser inevitável. A escolha de um local para conservação dos cadáveres (entre 4‐8°C) deve ser previsto assim como de sacos com fecho empregues normalmente pelos serviços funerários. A utilização das câmaras frigoríficas do Serviço de Anatomia Patológica poderá ser uma solução. No caso de a US não poder dar resposta, esta deverá estabelecer um protocolo com uma entidade exterior (ex: aluguer de câmaras frigorificas). Lavandaria O reforço do abastecimento de roupa limpa ao Bloco Operatório, Serviço de Esterilização, Serviço de Urgência, Cuidados intensivos e Serviços de internamento é essencial de modo a assegurar o seu funcionamento, quando aplicável. Assistência religiosa Esta deve ser garantida às vítimas e familiares, de acordo com o seu credo e liberdade religiosa. Intérpretes Pode ser necessária a sua intervenção e uma lista de voluntários deve existir, e ser acessível a todos os serviços da US. Meios de Comunicação A difusão de mensagens urgentes à população pode ser difundida através da rádio e da televisão (ver Ficha 6).
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Ficha 12 ‐ Articulação entre a Unidade de Saúde e o INEM A emergência pré‐hospitalar, sendo um sistema complexo, requer uma boa articulação entre o INEM, as US e todos os outros componentes da Protecção Civil. A organização dos meios de transporte sanitários tem como objectivos principais: ‐ permitir ao INEM assegurar uma prestação de cuidados de saúde no local de ocorrência e o transporte assistido das vítimas/doentes para a US mais adequada à sua situação clínica; ‐ permitir às instituições organizar o seu acolhimento no serviço de urgência/serviços de internamento, planeando, se necessário, a sua transferência para outras instituições. A elaboração de procedimentos e protocolos entre o INEM e a rede de US é essencial para garantir um sistema eficaz e seguro. Estes protocolos deverão fazer parte integrante do PEUS e devem poder responder a questões fundamentais de organização entre o Serviço de Urgência e o INEM/CODU tais como: ‐ Quais são os elementos de alerta que incitam à activação do PEUS ou a uma situação de pré‐alerta? ‐ Existe um risco em particular para as equipas do INEM ou do Serviço de Urgência, necessitando de um material específico (risco NRBQ, por exemplo)? ‐ O incidente atinge proporções tais que é necessário o reforço de meios privados de socorro ou da activação de um plano regional de emergência? ‐ Como se articula a gestão de catástrofe no terreno e a activação do PEUS? ‐ Quais os circuitos de informação entre o INEM e a US e quais as modalidades de comunicação? ‐ Qual o ponto de concentração dos meios do INEM, em caso de ser solicitada a sua presença e colaboração na US? ‐ Qual é o elemento de contacto da US com o INEM?
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Orientações de trabalho ‐ Prever vários modos de comunicação, como rede de rádio específica para o efeito evitando o uso de telemóveis (saturação da rede); ‐ Prever instalação de linhas específicas com número secreto entre o Gabinete de Crise e o centro de regulação de vítimas do INEM (CODU); ‐ Elaborar uma checklist de acções imediatas a realizar pelo responsável da regulação do fluxo de vítimas, em caso de activação do PEUS; ‐ Organizar exercícios de simulação entre as equipas de terreno do INEM, o CODU, o serviço de urgência da US e o GC. Do INEM depende: ‐ a coordenação das actividades pré‐hospitalares, triagem e evacuação; ‐ a referenciação e transporte para as US adequadas à gravidade de cada vítima; ‐ a montagem de postos médicos avançados; ‐ o apoio psicológico às vitimas no local da ocorrência tendo em vista a estabilização emocional e encaminhamento para serviço especializado se necessário: Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC).
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Ficha 13 ‐ O responsável da logística Hoje, a mobilização dos materiais e logística de crise, constitui um factor essencial da qualidade de resposta da rede de US, face a uma situação de crise sanitária. A repartição e a importância de stocks são variáveis de US para US, em função da capacidade, especialização e existência de laboratórios de referência. Não obstante uma eventual necessidade de definição de uma política de stocks nacionais, cada US deve prever e assegurar a constituição destes stocks, no quadro do seu PEUS. De modo a fazer face a uma grande afluência de vítimas, ou de doentes, a US deve ter uma reserva de produtos de saúde e matérias específicos armazenados num local perto do serviço de urgência, como: ‐ antídotos (ver Ficha 15); ‐ kits completos de protecção individual (ver Ficha 15); ‐ unidades móveis de descontaminação (ver Ficha 15); ‐ materiais de laboratório para riscos NRBQ (ver Ficha 15); ‐ ventiladores portáteis; ‐ produtos farmacêuticos, gases medicinais, transfusões sanguíneas; ‐ equipamentos essenciais de urgência (fixos e renováveis ou descartáveis); ‐ água; ‐ combustíveis, electricidade, gerador, sistema de backup; ‐ alimentos / bebidas; ‐ equipamentos de comunicações (externo / comunicação interna); ‐ outros. Em cada US deve existir um responsável da logística local de crise com formação em gestão de riscos (incluindo riscos NRBQ). Este elemento: ‐ é o coordenador local das acções logísticas em situações de crise; ‐ controla em conjunto com os Chefes de Serviço a gestão de stocks, assim como a manu‐tenção dos materiais específicos a ser utilizados em situação de crise; ‐ participa na organização de exercícios de treino do pessoal da US, e na sua formação; ‐ trabalha conjuntamente com os responsáveis logísticos das outras US, a fim de harmonizar práticas e trocar experiências.
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Ficha 14 ‐ Exercício de activação do PEUS Cada US deve verificar a operacionalidade do Plano através da organização de exercícios. Antes de se mobilizar a US inteira num exercício de activação do PEUS, devem ser organizados exercícios por sectores de actividade, exercícios só de activação do GC, exercícios de chamada de pessoal, etc. A capacidade local em fazer uma análise precisa após um exercício, ou de uma situação de crise, constitui um elemento essencial do processo de aprendizagem. As conclusões desta análise deverão ajudar à elaboração das respectivas acções correctivas. Grelha geral de avaliação de exercícios: ‐ Qualidade de gestos; ‐ Organização de circuitos; ‐ Adaptação e pertinência dos materiais utilizados; ‐ Reactividade das pessoas face a uma situação excepcional. Exemplo: Exercício de activação do Gabinete de Crise Objectivos ‐Verificar se cada elemento do GC se encontra operacional; ‐Verificar o tempo de operacionalidade do GC, tendo em conta o tempo de chegada das pessoas que o compõe e a instalação técnica da sala; ‐Verificar a reactividade dos diversos serviços da US face a um comando do GC. Conteúdo do exercício ‐ o Director da US é informado pelo INEM de um grande afluxo de vítimas; ‐ o Director da US pede ao PBX para contactar o técnico de chamada e os membros do GC, segundo procedimentos pré‐estabelecidos (o director deve informar de que se trata de um exercício); ‐ o técnico procede à instalação da sala do GC; ‐ os membros do GC põe em prática as acções previstas na sua “ficha acção”;
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‐ os membros do GC entram em contacto com os diversos Serviços da US e pedem para estes enviarem por fax, ao GC, uma determinada informação, de acordo com o PEUS. Avaliação do Exercício sobre: ‐ o tempo de instalação do GC; ‐ a funcionalidade dos equipamentos da sala onde se reúne o GC; ‐ a fiabilidade dos procedimentos; ‐ a comunicação ascendente e descendente entre GC e os vários serviços; ‐ a acessibilidade e o conhecimento do PEUS por parte dos diferentes serviços da US. Periodicidade Ver Ficha 3 Duração máxima do exercício: 2 horas Um “debriefing” imediato permitirá proceder aos necessários reajustamentos.
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Ficha 15 ‐ Os riscos Nuclear, Radiológico, Biológico e Químico O PEUS tem também por objectivo fazer face aos riscos Nucleares, Radiológicos, Biológicos e Químicos (NRBQ). Uma tomada de consciência colectiva associada a uma organização nacional e internacional coerente (com meios humanos, materiais e de formação) são essenciais para dar resposta a este imperativo de Saúde Pública. Os riscos NRBQ podem ser de origem industrial, terrorista ou natural. A problemática será diferente conforme a apresentação do risco se verifica de uma forma súbita ou graduada. A activação do Plano de Emergência de uma US específica, em caso de risco NRBQ, deve ser integrada num Plano de Emergência de âmbito Regional. O nível de acção de cada US dependerá da sua localização e do seu desempenho, conforme previsto na rede de US Regional/ Nacional. Devem existir US de referência para este tipo de risco, privilegiando as US com Serviço de Urgência Polivalente. As Instituições/ Serviços fulcrais, em caso de risco NRBQ são: ‐ o serviço de urgência; ‐ os serviços de doenças infecto‐contagiosas e os laboratórios para os riscos biológicos; ‐ os serviços de medicina nuclear, de radioterapia e de radiologia para os riscos radiológicos; ‐ o Centro de Informação Anti‐Venenos (CIAV‐ INEM) para o risco químico; ‐ A Protecção Civil, os Bombeiros, o INEM e o Exército (hospital de campanha e unidade de descontaminação de vitimas); ‐ a Farmácia. Estes serviços devem estar equipados de modo a assegurarem: ‐ o aconselhamento das equipas por parte de especialistas para cada tipo de risco; ‐ um diagnóstico em caso de acidente NRBQ e respectivos cuidados de saúde especializados; ‐ a formação do pessoal da US potencialmente implicado em riscos NRBQ; ‐ a existência de equipamentos de diagnóstico rápido; ‐ a existência de stocks de medicamentos, antídotos e antibióticos; ‐ a existência de equipamentos de protecção em quantidade suficiente; ‐ a existência de garantia local ou regional de capacidade de descontaminação das vítimas e/ou dos profissionais.
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Questões pertinentes Quem são os especialistas, serviços e laboratórios de referência para cada tipo de risco, preparados a intervir em caso de crise? Quais as entidades e os documentos que nos poderão ajudar a tomar decisões em tempo real e na preparação da resposta da US para este tipo de risco? Qual o papel da US dentro da rede de referenciação e no Plano de Emergência Regional? Qual a organização da US a prever em função do tipo de risco? ‐ modalidades de isolamento das vitimas dentro da US; ‐ circuitos de admissão específicos; ‐ modalidades de descontaminação; ‐ reunião do Gabinete de Crise em urgência (incluindo especialistas referentes para o tipo de risco); ‐ como informar o pessoal, acolher as famílias e os media em caso de acontecimento de forte impacto mediático e emocional; ‐ formação e treino das equipas (tipo de equipamento existente). Orientações de trabalho ‐ Estabelecer e testar os procedimentos de alerta; ‐ Estabelecer procedimentos de comunicação com o INEM/CODU, Administrações Regionais de Saúde, e agentes da protecção civil (Autoridade Nacional de Protecção Civil, PSP, GNR, Forças Armadas, Cruz Vermelha, Autoridades Marítimas e da Aeronáutica, etc.); ‐ Avaliar o número de vítimas que a US tem capacidade de receber para cada um dos tipos de risco NRBQ; ‐ Na composição do gabinete de crise deverão ser incluídos especialistas do risco em causa, quando justificável; ‐ Identificar os meios técnicos, de diagnóstico e de controlo da contaminação; ‐ Prever procedimento de armazenamento e tratamento de resíduos; ‐ Prever stock de medicamentos, fatos de protecção e material específico; ‐ Estabelecer protocolo com as Forças de Segurança de modo a estabelecerem um perímetro de segurança; ‐ A medicina do trabalho deve ter acesso à lista de identificação do pessoal da US implicado na cadeia de descontaminação e tratamento, para posterior controlo e monitorização de eventuais efeitos secundários; ‐ Elaborar procedimentos de descontaminação do pessoal da US; ‐ Prever sinalética para determinar as zonas e acessos para as pessoas, familiares e media.
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Ao nível do Serviço de Urgência: ‐ elaborar fichas de protocolo para cada risco em causa; ‐ elaborar procedimentos de modo a ser possível contacto em directo (on‐line) com es‐pecialistas / entidades de referência para cada tipo de risco; ‐ elaborar uma lista das pessoas formadas a equipar, mencionando os tamanhos dos equipamentos de protecção; ‐ a colaboração entre o INEM e o Serviço de Urgência é extremamente importante em termos de informação e de coordenação de meios. Fazer exercícios específicos em: ‐ alerta para encerramento de entradas da US, fora dos circuitos autorizados; ‐ alerta e preparação das primeiras equipas com fatos de protecção; ‐ activação de descontaminação de vítimas (deambulantes e em maca), E também: ‐ prever grelhas de avaliação para estes exercícios; ‐ estabelecer procedimentos de pedido de reforço de pessoal; ‐ sensibilizar o pessoal da US para este tipo de riscos através de sessões curtas de informação. Pontos importantes em caso de Crise ‐ É importante perceber qual tipo o risco em causa, pois o alerta é frequentemente pouco específico. ‐ Ao mesmo tempo é necessário afastar ou não a hipótese de a US poder estar ameaçada por esse risco. ‐ Prever um responsável médico do Serviço de Urgência em contacto permanente com o INEM/CODU e o departamento de catástrofe da Autoridade Nacional de Protecção Civil. ‐ Prever meios de comunicação como rádio e televisão na sala do Gabinete de Crise ‐ Estabelecer circuitos de informação internos e externos à US, de modo a desencadear os processos de descontaminação, identificação dos produtos em causa, assim como modificação e fim dos procedimentos.
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15.1 ‐ Preparação da US em caso de Risco Nuclear e Radiológico Neste domínio o nível de “expertise” necessário é muito grande. Apesar de o risco nuclear em Portugal não ser elevado, a dispersão acidental ou intencional de elementos radioactivos utilizados isoladamente ou em conjunto com outros produtos é um elemento a ponderar. No momento do acidente é preciso distinguir: ‐ uma radiação externa: o risco pode ser vital para a vítima se a dose é elevada; ‐ uma contaminação interna: é uma urgência terapêutica ‐ uma contaminação externa: esta contaminação pode ser facilmente eliminada. No caso de uma irradiação ou de uma rádio contaminação, a urgência médico‐cirúrgica prima sobre a contaminação radiológica. A disseminação da contaminação deve ser reduzida ao máximo. O princípio é de proteger o meio ambiente e de não respirar os elementos radioactivos depositados no vestuário e objectos. Um doente pode‐se apresentar neste caso como irradiado ou como contaminado: ‐ um irradiado não traz nenhum risco para o pessoal da US, qualquer que seja a dose de exposição; ‐ um contaminado apresenta um risco mínimo. O que é importante em qualquer dos casos é o tratamento médico‐cirúrgico adequado. Questões pertinentes ‐ Qual a cartografia de riscos potenciais da região? ‐ Como saber se o risco é unicamente rádio ‐ nuclear ou se existe um risco químico asso‐ciado? ‐ Qual o circuito de acolhimento a organizar para a população contaminada e não conta‐minada? Quais os locais a serem equipados? ‐ Qual é o hospital de referência da zona para o risco radiológico e nuclear? ‐ Quem são os especialistas e entidades de referência; o pessoal previamente formado para o efeito e os serviços especializados? ‐ Onde se encontram os stocks de medicamentos assim como os kits de protecção individual e os contentores para recolha de objectos contaminados?
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‐ Que circuito organizar para os detritos, objectos pessoais contaminados e como organizar o respectivo registo? ‐ Quais são os meios de mobilização dos stocks de iodo e o modo de distribuição? ‐ Quais os aparelhos de detecção e controle disponíveis e em que espaço de tempo os pode‐remos ter na US, prontos para serem utilizados? Orientações de trabalho Estabelecer procedimentos em colaboração com a ANPC e com o DPRSN (Departamento de Protecção Radiológica e Segurança Nuclear do Instituto Tecnológico e Nuclear). Reflectir sobre os riscos inerentes dos produtos utilizados no próprio estabelecimento de saúde e aos possíveis acidentes. Formar pessoal do Serviço de Urgência, Bloco Operatório e Reanimação, quando aplicável. Ver ficha NRBQ em anexo 1 Pontos importantes em caso de crise ‐ As pessoas mobilizadas para se ocuparem das vítimas contaminadas devem ser portadoras de um dispositivo de doseamento individual reservado para o efeito (reserva em cada serviço) e em stock no serviço de radiologia.
15.2 ‐ Preparação da US em caso de Risco Químico A US deve estar preparada para fazer face a um afluxo de vítimas com forte potencial de intoxicação e de contaminação por transferência das substâncias químicas em questão. As vítimas devem ser acolhidas por pessoal devidamente treinado e com equipamento de protecção especial para o efeito. Estas devem ser descontaminadas antes de entrarem na US. Os procedimentos de protecção de pessoal e de descontaminação devem ser mantidos até que o produto em causa seja identificado (o que leva algumas horas para um agente químico) e que o risco de contaminação seja confirmado ou anulado.
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A descontaminação pode ser efectuada em módulo transportável (tenda montada para o efeito) no local do acidente ou em lugar pré‐definido à entrada da US. A descontaminação das vítimas químicas prima sobre o tratamento, podendo ser necessário a intervenção de equipas especializadas de reanimação devidamente treinadas e protegidas durante o processo de descontaminação. Os procedimentos de protecção do pessoal e da US devem ser postas em prática rapidamente. A US deve ainda reflectir sobre a forma mais eficaz de acolher as vítimas que escaparam à triagem organizada localmente pelos serviços do INEM, e que se dirigiram para a US pelos seus próprios meios. Questões pertinentes Qual a organização a nível Local e Regional? ‐ Hospital de referência para os riscos químicos; ‐ Existência de módulos de descontaminação fixos e transportáveis; ‐ Médicos e especialistas em risco químico mobilizáveis; ‐ Stocks de ventiladores, material de assistência respiratória, medicamentos, antídotos, etc.; ‐ Capacidade de intervenção na região de agentes da protecção civil. Orientações de trabalho ‐ Testar os procedimentos de alerta em toda a US; ‐ Elaborar protocolo para estabelecimento de perímetro de segurança com as Forças de Ordem; ‐ Identificar um circuito específico para vítimas potencialmente contaminadas; ‐ Estabelecer modalidades de descontaminação para vítimas (deambulantes e em maca); ‐ Criar um circuito de descontaminação antes da entrada do serviço de urgência:
Acolhimento → retirar vestuário → duche morno com solução descontaminante durante 5 minutos, incluindo a lavagem dos cabelos → secagem e vestuário limpo → acondicionamento da água e vestuário contaminados.
‐ Testar os procedimentos de corte do sistema de ventilação e ar condicionado nas zonas de acolhimento das vítimas; ‐ Identificar o ponto de entrada e de saída do pessoal da US;
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‐ Prever um modo rápido e seguro de identificação completa da vítima apôs descontami‐nação; ‐ Estabelecer convenções entre estabelecimentos de saúde no que diz respeito à disponibilidade de material específico. Pontos importantes em caso de crise ‐ O circuito de descontaminação é activado em conjunto com o INEM; ‐ Prever um meio de comunicação entre o gabinete de crise e o sítio de descontaminação de modo a permitir a troca de informações; ‐ Prever a comunicação entre o gabinete de crise e o CODU. 15.3 ‐ Preparação da US em caso de Risco Biológico O risco biológico apresenta três características: ‐ tem um período de incubação; ‐ é potencialmente contagioso; ‐ tem um início por vezes insidioso. Este risco é relativamente bem conhecido, mas surgem por vezes novas variantes virais, cujas consequências são menos conhecidas, (SRAS, Gripe A,...) provocando epidemias ou pandemias. A vulnerabilidade dos sistemas de cuidados de saúde é uma realidade. Assim podemos constatar que mesmo nos países ditos desenvolvidos em que existe disponibilidade de equipamentos especializados (por exemplo quartos de isolamento com pressão negativa, capacidade de isolamento em hospitais pediátricos, etc.), estes podem não ser suficientes se não houver uma coordenação eficaz entre as US e as autoridades de saúde nacionais e internacionais. Em 2008 foi reactualizado pela Direcção‐Geral da Saúde o Plano de Contingência Nacional do Sector da Saúde para a pandemia da gripe. A principal finalidade deste plano “é minimizar o impacto da pandemia, sobretudo no que respeita à letalidade e à disfunção social”. Este plano define e divulga orientações estratégicas que permitem às estruturas de saúde fazer face a uma pandemia de gripe.
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Questões pertinentes ‐ A sintomatologia apresentada pelos doentes examinados no serviço de urgência corres‐ponde ao risco identificado pelas autoridades sanitárias? ‐ O serviço de urgência tem afixado um aviso pedindo ao doente apresente determinados sinais e sintomas de se fazer assinalar e de colocar uma máscara cirúrgica antes de penetrar na sala de espera? ‐ O serviço de urgência tem uma zona para doentes potencialmente contagiosos? ‐ Qual o hospital da zona de referência para o risco biológico? ‐ O pessoal da US está informado dos procedimentos a serem aplicados em caso de trans‐missão inter‐humana de patologia viral ou bacteriológica? ‐ Quem são os especialistas e os laboratórios de referência (internos/externos) à instituição para este tipo de risco? ‐ Quais os serviços especializados da US ou da região e qual o protocolo pré estabelecido para transferência de doentes? ‐ Quais os meios de transportes utilizados para este tipo doentes? ‐ Onde se encontram os meios individuais de protecção assim como o stock de medica‐mentos? ‐ Quem tem acesso a esse local e como é feito esse acesso? ‐ Quais os locais seleccionados para o isolamento dos doentes? ‐ Quais os protocolos de desinfecção, de tratamento ou de eventual vacinação? Orientações de trabalho ‐ Estabelecer protocolo de protecção do pessoal da US, incluindo a disponibilização de meios individuais de protecção; ‐ Em caso de a instituição não ser um hospital de referencia para o risco biológico, devem‐se definir quais as equipas responsáveis pela transferência destes doentes; ‐ Elaborar fichas de informação sobre os diversos agentes biológicos, apoiando‐se nas autoridades sanitárias competentes como o INSA e a DGS; ‐ Sensibilizar o pessoal para o respeito do reforço dos procedimentos de higiene e das medidas de controlo das infecções nosocomiais – elaboração de projecto de formação; ‐ Adequar o número de camas de isolamento em quartos isolados ou em enfermarias.
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Pontos importantes em caso de crise ‐ O gabinete de crise deve estar em alerta e manter troca de informações com o INSA, a DGS e o INEM. ‐ Deve haver uma troca e discussão de instruções entre a população, os médicos de Medicina geral e familiar, as farmácias, a rede hospitalar, o INEM e as autoridades sanitárias (Ministério da Saúde, DGS, INSA,...). ‐ Prever circuitos curtos de hospitalização directamente nos serviços especializados ou pré estabelecidos para o efeito em coordenação com o INEM.
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CAPÍTULO IV ‐ FICHAS‐TIPO PARA PLANEAMENTO DOS QUATRO “PILARES” DO PLANO DE EMERGÊNCIA DAS UNIDADES DE SAÚDE
4.1 Organização e Gestão
4.2 Recursos Humanos
4.3 Prestação de Cuidados
4.4 Recursos Gerais
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4.1 ‐ Organização e Gestão
Activação
Emergência Geral
Definição O momento em que o plano de preparação para crise (PEUS) é declarado activo.
Objectivo Definir os procedimentos e responsabilidades para iniciar todas as acções previstas no PEUS.
Padrão mínimo
Quando (limiar de activação): define a quantidade mínima de doentes ou o rácio sobre o influxo diário que justifica a activação do PEUS e/ou cada um dos níveis. Quem: designar um responsável a tempo inteiro (24/7) (função/posição). Como: definir quem chamar, como comunicar a activação da primeira etapa a ser realizada antes de todas as responsabilidades serem atribuídas.
Sugestão
Normalmente é o médico responsável pelo Serviço de Urgência/unidade de emergência, por delegação do Director Clínico, o responsável máximo, mas outros também podem estar envolvidos se a sua presença for necessária 24/24 H e 7/7 dias, de rotina. A natureza da crise também pode ser uma variável a ter em consideração.
Transporte
Emergência Geral Definição
Movimento de doentes, tanto dentro como fora da US em caso de deslocação ou de evacuação.
Objectivo Definir o meio de transporte adequado e identificar o pessoal que terá a tarefa de transportar os doentes.
Padrão mínimo Definição dos meios mínimos intra ‐US, assim como fora da US, de transporte, bem como a capacidade mínima.
Sugestão Instruções claras sobre quando, quem e como, para cada categoria de doentes.
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Estrutura de comando e coordenação: Gabinete de Crise
Emergência Geral
Definição
A estrutura responsável pela activação, coordenação, execução, adaptação e final do PEUS pré‐estabelecido, incluindo a resolução de problemas de comunicação às autoridades.
Objectivo Pré‐definir a liderança e o mecanismo de coordenação na implementação de medidas de emergência de acordo com o PEUS.
Padrão mínimo A estrutura mínima deve incluir cuidados clínicos, técnicos e peritos em segurança
Sugestão
‐ Pode haver 2 níveis de estrutura: 1. primeira linha de activação na crise, elementos presen‐tes continuamente para a coordenação inicial e 2. pré ‐ estabelecimento da segunda linha de comando e estrutura de coordenação após a activação do PEUS. ‐ Incluir peritos externos, se necessário.
Mobilização
Emergência Geral
Definição
Reafectação imediata de recursos humanos a partir de onde são menos necessários para onde são mais necessários. Chamada gradual de recursos humanos externos de acordo com as necessidades.
Objectivo Obter recursos suficientes (humanos, logística, etc.) a fim de tornar o PEUS pré ‐ estabelecido funcional e fornecer os cuidados adequados.
Padrão mínimo
A reafectação dos recursos internos vem em primeiro lugar. Os recursos que estão no sistema têm conhecimentos e capacidades para assegurar melhor o funcionamento da US.
Sugestão Uso de recursos externos (especialmente recursos humanos) é uma alternativa, em geral, difícil de controlar e coordenar.
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Fluxo de informação ‐ relatórios e registos
Emergência Geral
Definição
A definição de mecanismos e procedimentos através dos quais a informação é distribuída para as diferentes categorias de estruturas, incluindo a estrutura de coordenação, funcionários, doentes/familiares, agências, autoridades e media.
Objectivo Estabelecer o fluxo bidireccional de informação correcto e permitir que o GC de coordenação empreenda as acções apropriadas.
Padrão mínimo
Os documentos e fichas de notificação devem ter regras bem definidas e trajectos. Todos os funcionários da US devem ser treinados sobre a forma de transmissão do Plano a determinada pessoa/ organização. As informações básicas são: o número de doentes internados, categoria de triagem, evolução do processo de prestação de cuidados e a necessidade de recursos adicionais.
Sugestão
Uso de formulários de comunicação padronizados. Diminuir a quantidade de informação solicitada.Se possível, contar com um único ponto de contacto ou um centro definido.
Articulação com Pré ‐ Hospitalar
Emergência Geral
Definição Contacto permanente bidireccional entre os serviços de emergência pré‐hospitalar e a área de acolhimento de urgência da US.
Objectivo
‐ Transmitir informações do sistema de emergência pré‐hospitalar para a área de recepção de urgência para uma resposta adequada, incluindo a activação do PEUS.‐ Transmitir informações da US para o sistema pré‐hospitalar sobre a capacidade e necessidades.
Padrão mínimo Um sistema de comunicação de rádio que normalmente esteja activo no dia‐a‐dia, com base em situações de emergência individual.
Sugestão Verifique a sua capacidade para expandir os seus serviços.
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Área de cuidados de emergência
Emergência Geral
Definição Definição de área específica dentro da US para atendimento de emergência, com recursos humanos e logística, próprios.
Objectivo Identificar localização de pacientes que necessitem de atendimento de emergência, incluindo procedimentos de suporte avançado de vida.
Padrão mínimo ‐ Espaço exclusivo ‐ Lista dos equipamentos básicos de emergência ‐ Lista de pessoal treinado
Sugestão Início sempre a partir de recursos dedicados ao atendimento de emergência.
Pand
emia
Definição Acessos separados, avaliação e admissão facilitadas a quem apresente sintomas de infecção.
Objectivo Prevenir e impedir a propagação da infecção.
Sugestão
‐ Importante manter a confiança do paciente relativa‐mente ao atendimento de outros tipos de situações de emergência. ‐ Considerar a necessidade de ventilação adequada do ambiente nesta área.
Relações Públicas e Informação
Emergência Geral
Definição Comunicação ao público em geral através de todos os meios de comunicação e informação disponíveis.
Objectivo Informar a população sobre os direitos e meios de acessibilidade a cuidados de saúde adequados.
Padrão mínimo Identificar e preparar um porta‐voz credível e seus adjuntos.
Sugestão
‐ A pessoa deve ser capaz de transmitir informação pro‐fissional e responder correctamente a perguntas. ‐ A informação a fornecer à Imprensa deve ser preparada, tanto quanto possível. ‐ Todas as mensagens devem ser coerentes com as orien‐tações regionais e nacionais.
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Testar o Plano
Emergência Geral
Definição Simulação selectiva ou total, de exercícios que pode ser anunciada ou não (exercício vs simulacro), envolvendo algumas / todas as estruturas que participam no PEUS.
Objectivo Validar um PEUS e treinar o pessoal e as várias estruturas envolvidas na sua implementação.
Padrão mínimo
Simulação selectiva de exercícios (revendo todos os procedimentos num cenário imaginário de situação crítica).Escala periódica de exercícios/simulacro, sempre que possível.
Sugestão
Incorporar treinos e testes na rotina semanal. Momentos de treino semanais ou bi ‐ semanais, acarretam grande benefício para a eficácia do trabalho diário ou a eficácia da preparação. Começar por testes simples e ir progressi‐vamente aumentando o seu grau de complexidade, os “table top exercises” são formas simples de testar alguns processos.
Avaliação
Emergência Geral
Definição Rever e analisar a implementação do PEUS, incluindo categorias de pessoal envolvido e agências.
Objectivo Identificar os pontos fortes e fracos, do PEUS, a fim de o melhorar.
Padrão mínimo Pelo menos, uma sessão de avaliação no prazo de 24 horas a partir de terminar o exercício/teste ao PEUS.
Sugestão
‐ Pré‐estabelecer critérios de medição e metas. ‐ Incluir debriefing psicológico (através de entrevista indivi‐dual e/ou de grupo para revisão das etapas do PEUS) quando necessário.
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Problemas Específicos para Pandemias
Activação do PEUS em caso de epidemia / Cenários de pandemia
Pand
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Definição
Procedimento para dar início à execução do PEUS. A implementação do plano pode ser gradualmente adaptada de acordo com o movimento de pacientes que recorrem aos serviços de emergência médica: desde os primeiros casos suspeitos de infecção ao mais alto grau de epidemia / pandemia que ocorre em determinada comuni‐dade.
Objectivo
Ser capaz de responder de forma adequada e pronta às necessidades da população, informação e medidas profiláticas para a prestação de assistência médica ao número mais elevado possível de pacientes.
Padrão mínimo A activação do plano deve ser possível, desde a primeira notificação de casos suspeitos, na US ou na comunidade.
Implementação do plano pode ser desenvolvida em etapas progressivas adaptadas ao nível de epidemia / pandemia (relação entre a população afectadas e carga de trabalho da US), conforme sugerido nos quatro casos seguintes.
Caso I: Sensibilização reforçada
Pand
emia
Definição Procedimento para dar início à execução do PEUS. Mecanismos internos para garantir a identificação precoce de uma estirpe pandémica.
Objectivo
Identificar rapidamente e gerir de forma adequada um pequeno número de casos e evitar a propagação. Fazer relatórios oportunos e precisos para vigilância epidemiológica nacional.
Padrão mínimo
‐ Diagnóstico rápido de acordo com as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS). ‐ Protocolos para o diagnóstico e critérios para os testes de laboratório. ‐ Disponibilidade em medidas de protecção especial para os funcionários. ‐ Capacidade de isolamento disponível.
Sugestão Tratamento em isolamento até que o diagnóstico de uma estirpe pandémica seja excluído.
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Caso II: Gestão de emergência social
Pand
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Definição Grande números de pessoas em pânico / pacientes que procuram os serviços de saúde para diagnóstico de exclusão.
Objectivo Identificar grupos de população afectada pela epidemia / pandemia que precisam de assistência médica e participar em estudos de vigilância epidemiológica.
Padrão mínimo
‐ Protocolos de tratamento pré ‐ definidos. ‐ Conjunto de informação a ser entregue às pessoas em causa. ‐ Mensagens chave pré – definidas a ser fornecidas aos meios de comunicação locais / nacionais.
Sugestão
‐ Segurança do pessoal é uma questão fundamental. ‐ Comunicação e mensagem a fornecer aos meios de comu‐nicação social deve ser preparada antecipadamente, quando possível. ‐ Sessão de esclarecimento com os líderes de opinião locais e políticos.
Caso III: Agravamento da Epidemia
Pand
emia
Definição Grande número de pacientes com infecção provocada por uma estirpe pandémica.
Objectivo Garantir que os recursos sejam redireccionados de forma adequada, a fim de lidar com a situação crítica.
Padrão mínimo
‐ Definir padrões de cuidados ‐ Implementação de triagem. ‐ Reafectação de pessoal, equipamentos e materiais. ‐ Decidir sobre nível de serviços que requerem continuida‐de. ‐ Recursos humanos de apoio e de reforço para assegurar serviços mínimos.‐ Assegurar o fornecimento de material e equipamento de suporte.
Sugestão
‐ Preparação para uma situação prolongada. ‐ Começar a planear o cenário de nível IV. ‐ Estabelecer um plano de tratamento em casa, em colabo‐ração com os cuidados de saúde da comunidade, incluindo especialistas em cuidados primários e da comunidade.
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Caso IV: Epidemia / fase pandémica
Pand
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Definição Epidemia / pandemia (quando oficialmente indicado pelo Ministério da Saúde ou OMS).
Objectivo Garantir a capacidade máxima instalada de modo a ser capaz de enfrentar uma epidemia.
Padrão mínimo ‐ Semelhante ao nível III ‐ Critérios definidos para o acesso a cuidados intensivos e ventilação.
Sugestão
O plano deve parar sempre que não justificar procedi‐mentos de suporte avançado de vida e prever: ‐ Pessoal de apoio ‐ Continuidade da actividade e recursos de suporte ‐ Coerência com os planos regionais e nacionais ‐ Planos de auxílio mútuo a nível regional e nacional
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4.2 ‐ Recursos Humanos
Staff Permanente da US
Emergência Geral
Definição Em caso de crise o PEUS deve ser implementado envolvendo todos os funcionários profissionais e não profissionais que trabalham diariamente na US.
Objectivo
Obter a disponibilidade do pessoal mais qualificado, com experiência e conhecimento interno e familiarizado com o ambiente de rotina da instituição, durante a fase de resposta a uma crise.
Padrão mínimo
‐ Lista actualizada de todo o pessoal. ‐ Lista actualizada dos profissionais essenciais. ‐ Mapa de competências actualizado. ‐ Líderes de emergência identificados (cirurgiões, aneste‐sistas, etc.). ‐ Capacidade máxima da Direcção/Administração da US
Sugestão Use entrevista, questionários ou instrumentos padronizados, a fim de reunir informações sobre conhecimentos e experiências de crises anteriores
Pandemia Sugestão Cuidado com absentismo por doença, cuidados de saúde a terceiros (cuidados a membros da família) ou luto.
Equipas Funcionais
Emergência Geral
Definição Equipas de emergência de profissionais ou não profissionais dedicados a 3 principais áreas específicas de serviço: a gestão de crise, logística e prestação de cuidados.
Objectivo Oferecer resposta adaptada homogénea, eficaz e rápida a fim de atingir os objectivos do PEUS.
Padrão mínimo
‐ Equipa de gestão de crise: director, responsável pela admissão de doentes, engenheiro, médico ‐ chefe / enfermeira ‐ chefe, informática, farmácia. ‐ Logística e serviços gerais: pessoal de serviços gerais, pés‐soal de sistemas de informação, engenheiros. ‐ Equipa de saúde: médicos, enfermeiros e auxiliares.
Sugestão ‐ Siga a estrutura diária e competências atribuídas, normal‐mente, de rotina, a cada equipa. ‐ Diluir e simplificar funções, tanto quanto possível.
Pandemia Sugestão
‐ Equipas funcionais são cruciais para as seguintes áreas: * triagem * controle de infecção * cuidados críticos
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Recursos Humanos de Reserva
Emergência Geral
Definição Todos os profissionais ou não profissionais que trabalham fora da US que podem ter um papel complementar em caso de crise.
Objectivo Complementar ou substituir os recursos humanos existentes, se ausentes, não adequado, ou incapaz de cumprir ou continuar a cumprir as suas funções.
Padrão mínimo
Lista actualizada de: * todos os estudantes médicos / de enfermagem * todos os professores médicos / de enfermagem * voluntários * profissionais aposentados. Todas as listas devem ser baseadas em agentes que têm capacidades e disponibilidade para participar (a proximidade geográfica é importante).
Sugestão Todo o pessoal de reserva deverá receber uma cópia do PEUS e participar sempre nos treinos e exercícios.
Parcerias
Emergência Geral
Definição
Acordo de parceria com ordens profissionais e sociedades científicas, associações de profissionais, Organizações Não‐Governamentais (ONG), municípios ou outras instituições a fim de expandir o apoio na resposta a crises, com pessoal qualificado.
Objectivo Ter uma lista actualizada do pessoal de reserva ou lista de pessoal qualificado.
Padrão mínimo Mapeamento das qualificações e / ou experiência.
Sugestão ‐ Revisão regular e actualização dos acordos. ‐ Abrir a US a novas formas de colaboração.
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Saúde Pública e Cuidados Preventivos
Emergência Geral
Definição Prevenção e descontaminação: química, biológica, radiológicos, contaminação nuclear (NRBQ).
Objectivo Reduzir os riscos relacionados / evitar riscos desnecessários / protecção do pessoal.
Padrão mínimo Designar pessoal qualificado (com competências específicas).
Sugestão
‐ Designar uma equipa da US responsável pelo desen‐volvimento de planos específicos para situações especiais. ‐ Coordenação em rede com outras instituições relevan‐tes: Forças militares, autoridades de saúde pública, Cruz Vermelha, protecção civil, bombeiros.
Educação e Formação Contínua
Emergência Geral
Definição Fortalecimento e capacitação em técnicas de atendimento em emergência médica ao pessoal.
Objectivo Melhor atendimento de emergência em situações de crise.
Padrão mínimo Plano detalhado de treino e educação continuada para todos os elementos.
Sugestão
‐ Procurar recursos / fundos para apoiar a equipa em formação específica. ‐ Estimular os funcionários a fazer formação. ‐ Realizar formação sobre o PEUS para garantir a susten‐tabilidade. ‐ Confiar em recursos internos locais como formadores. ‐ Nomear alguns elementos da equipa responsável para ga‐rantir que a formação prevê actividades adequadas às necessidades reais da US.
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Capacitação: Formação
Emergência Geral
Definição Lista de itens para atender às necessidades de formação dos agentes.
Objectivo Garantir as funções de cada pessoa envolvida na gestão da crise; comunicação para prevenir e gerir situações de pânico.
Padrão mínimo
Principais áreas de interesse são: ‐ organização ‐ gestão clínica (triagem, protecção e segurança dos funcio‐nários e pacientes, isolamento, tratamento).
Sugestão
‐ Dê instruções claras e simples para todos os níveis de pessoal da US. ‐ Formação em comunicação com a comunicação social, familiares, pacientes, autoridades, funcionários. ‐ Ajuste a formação de acordo com as equipas funcionais conforme planeamento.
Pandemia Padrão mínimo ‐ Gestão do laboratório (manipulação de amostras). ‐ Notificação de casos. ‐ Comunicação.
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Níveis de Formação
Emergência Geral
Definição Divisão de pessoal em grupos, de acordo com as funções previstas no PEUS (equipas funcionais).
Objectivo Proporcionar uma formação eficaz para a aplicação do PEUS.
Padrão mínimo
‐ Todo o pessoal adquirir conhecimentos básicos sobre o PEUS e competências para a realização das funções previstas. ‐ Pessoal de reserva é sempre incluído na formação programada.
Sugestão Identificar a pessoa ‐ chave que vai organizar e supervisionar as actividades de formação.
Materiais de formação
Emergência Geral
Definição
Directrizes genéricas e protocolos clínicos para alcançar um padrão uniforme de formação a todos os funcionários da US, a fim de desenvolver procedimentos operacionais padrão.
Objectivo
Apoiar a formação no PEUS e continuar a rotina de funcionamento da US e obter um consenso sobre o programa de formação base, com um padrão específico para diferentes cenários.
Padrão mínimo Conhecimentos básicos e treino no plano de preparação da US para cenários com múltiplas vítimas e desastres, seguido por cenários específicos.
Sugestão
‐ As directrizes e protocolos clínicos devem ser disponibilizados nos locais de atendimento, adaptado às necessidades locais e para diversos níveis de pessoal ‐ Criar o material de formação e treino baseado num consenso, com a plena participação do pessoal.
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Divisão da Qualidade Clínica e Organizacional
Metodologia da Formação
Emergência Geral
Definição Desenvolvimento de técnicas de ensino.
Objectivo Implementar o programa de formação com a máxima eficácia.
Padrão mínimo Partilha do conhecimento e da informação (websites, ensino à distância, e‐learning reuniões e workshops).
Sugestão
‐ A formação deve garantir a sustentabilidade através da adaptação às necessidades locais. ‐ Consulte sempre a formação de fontes nacionais e internacionais. ‐ Simulação e testes são os meios mais eficazes de capacitação.
Monitorização e Avaliação da Formação
Emergência
Geral
Definição Todas as acções e sistemas para avaliar o progresso da formação em medidas dirigidas ao PEUS.
Objectivo Avaliar o impacto da formação e atender aos requisitos de qualidade.
Padrão mínimo Cada acção de formação deve ter um sistema de avaliação. Sugestão Integrar lições aprendidas nos programas de formação
Qualidade da Formação
Emergência Geral Definição
Medição da qualidade de conhecimentos adquiridos e de aplicação da formação.
Objectivo Assegurar um nível de formação adequado e útil.
Padrão mínimo Informação baseada na evidência.
Sugestão
‐ Verificações periódicas e actualização regular do treino de competências e materiais. ‐ Consulte a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde para oportunidades de formação e ferramentas.
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Problemas Específicos para Pandemias
Comissão de controle de infecção
Emergência Geral
Definição
Responsável pela definição de recomendações e implementações relacionadas com o controle de infecção dentro do hospital, como Staphylococcus aureus meticilina resistentes (MRSA).
Objectivo Adaptar as recomendações gerais sobre controle de infecção a uma determinada US e implementação de monitorização.
Padrão mínimo
Provedor de informação e organizador da formação dentro da US para a implementação das recomendações de controle de infecção. Monitorização de ocorrência de infecções, as falhas de controle e actualização de recomendações (por exemplo Special Organism Precautions ‐ SOP).
Sugestão A comissão pode ser uma parte integrante da equipa de coordenação em todas as situações de crise.
Sensibilização
Emergência Geral
Definição Conhecimentos básicos sobre gripe sazonal, a pandemia de gripe, controle de infecção e biossegurança entre o pessoal e o público em geral.
Objectivo Aumentar a consciencialização sobre os riscos biológicos perigosos.
Padrão mínimo
Informação básica e conhecimento das precauções universais e precauções básicas de transmissão da infecção entre todos os funcionários que trabalham em cuidados de saúde.
Sugestão
‐ Designar uma pessoa ou equipa para divulgar a infor‐mação. ‐ A US pode desempenhar um papel activo e eficaz na divulgação e disseminação de informação ao público em geral.
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4.3 ‐ Prestação de Cuidados
Triagem
Emergência Geral
Definição Categorização dos pacientes de acordo com a prioridade de atendimento.
Objectivo Proporcionar melhor atendimento ao máximo número de pacientes possível com os recursos disponíveis.
Padrão mínimo Determinado lugar e pessoa designada responsável pela triagem inicial na US, de acordo com protocolo pré‐determinado.
Sugestão Triagem deve ser um processo dinâmico que segue as condições do paciente em conformidade com a disponibilidade de atendimento.
Pand
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Sugestão
‐ Protocolos de triagem adaptados a epidemias específicas. ‐ Critérios de acesso aos cuidados intensivos e ventilação. ‐ Critérios para o acesso a medicação específica, especial‐mente se limitada em disponibilidade. ‐ Necessidade de cooperar com os cuidados da comunidade.
Protocolos Clínicos
Emergência Geral
Definição Procedimentos médicos pré ‐ definidos para diagnóstico e terapêutica (algoritmos) para atendimento ao paciente.
Objectivo Optimizar a utilização dos recursos disponíveis.
Padrão mínimo
Devem estar disponíveis protocolos para as situações de emergência mais comuns, tais como: reanimação, trauma, complicações relacionadas com a gravidez, infecções e anestesia.
Sugestão
‐ Desenvolver protocolos baseados em evidências cientí‐ficas. ‐ Partilhar protocolos com a equipa e obter consenso para a sua adesão ‐ Protocolos (algoritmos) para as principais patologias são úteis em todas as circunstâncias, mesmo sem activação do PEUS. ‐ Use cartazes para ajudar o pessoal a seguir e cumprir todos os passos dos protocolos. ‐ Utilização de protocolos e algoritmos é uma ferramenta eficaz para garantir a qualidade dos cuidados médicos em situações críticas.
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Assistência Domiciliária
Emergência Geral
Definição Assistência médica em casa do paciente.
Objectivo Aliviar os cuidados de saúde primários e hospitalares, enquanto a prestação de cuidados médicos no ambiente familiar é mais confortável para o paciente.
Padrão mínimo
‐ Definir / articular com os Clínicos Gerais a possibilidade de ficarem envolvidos em cuidar de pessoas em casa. ‐ Estimular o auto‐cuidado durante uma crise, sempre que possível. ‐ Facilitar a participação dos vizinhos e pessoas de apoio (assistentes sociais, voluntários).
Sugestão ‐ Mobilizar e envolver os Clínicos Gerais e o sistema social local (assistentes sociais, vizinhos).
Cuidados Especiais
Emergência Geral
Definição Cuidados médicos especializados que precisam de tecnologia e / ou pessoal.
Objectivo Proporcionar o acesso atempado aos cuidados especiais.
Padrão mínimo Rede de cuidados de referência para todas as necessidades médicas.
Sugestão Coordenar o PEUS de acordo com a rede de referência a nível local e/ou regional.
Pand
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Sugestão
‐ Definir critérios para acesso a cuidados especiais, parti‐cularmente cuidados intensivos, em situações onde os recursos dificilmente podem ir de encontro às necessidades. ‐ Critérios com base ética, igualdade e partilhados com os recursos da comunidade e os funcionários.
Registos Médicos
Emergência Geral
Definição Registos clínicos, dados demográficos e do processo de atendimento.
Objectivo ‐ Garantir a segurança dos pacientes e a qualidade dos cuidados. ‐ Respeitar as obrigações legais.
Padrão mínimo Especificação mínima de: data e hora da admissão, o número de admissão, sexo, idade adulta ou pediátrica; Registo do processo clínico.
Sugestão ‐ Uso sistemático de registos médicos. ‐ Não fazer registos específicos da crise.
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Comunicação com Familiares
Emergência Geral Definição Informação fornecida aos familiares/acompanhantes
Objectivo Atender às necessidades dos familiares/acompanhantes, respeitando o direito à informação.
Padrão mínimo Informação baseada na realidade, verdade e actualidade.
Sugestão
‐ Designar uma pessoa para a recolha e disseminação de informações de forma adequada. ‐ Breve formação em comunicação a todo o pessoal é extre‐mamente eficaz e útil.
Pand
emia
Sugestão
‐ Considere uma formação complementar para os funcioná‐rios sobre como dar más notícias e limitações no acesso a tratamento especializado. ‐ Pessoal de apoio com um conjunto de informações prévias relativas aos familiares/pessoas significativas.
A Garantia da Qualidade
Emergência Geral Definição
Manutenção do padrão de qualidade alcançado pela US durante a fase de resposta à crise.
Objectivo Manter padrões mínimos de qualidade no atendimento de emergência, com base na experiência, formação e exercício.
Padrão mínimo Definida em função de objectivos de rotina na qualidade da assistência médica.
Sugestão Estabelecer uma equipa multidisciplinar de garantia da qualidade no PEUS.
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Os Grupos Vulneráveis
Emergência Geral Definição
Pessoas com limitações na auto‐suficiência, ou seja, crianças sem vigilância de saúde, idosos e pessoas com deficiência muitas vezes não têm igual acesso aos cuidados médicos em geral e particularmente em situações de crise.
Objectivo Assegurar o acesso equitativo aos cuidados, para todos.
Padrão mínimo
‐ Definição dos grupos vulneráveis. ‐ Designação de uma (ou mais) pessoa (s) na identificação de pacientes que necessitam assistência especial, facilitando e orientando‐os através de todos os procedimentos relativos à prestação de cuidados médicos.
Sugestão Voluntários podem ajudar bastante.
Pand
emia
Sugestão
Particular atenção aos seguintes grupos em caso de epidemia / pandemia: ‐ Pacientes dos serviços de saúde mental. ‐ Pessoas com dificuldades na aprendizagem. ‐ Comunidades institucionalizadas (por exemplo, prisões, residências comunitárias, etc.). ‐ Imigrantes.
Aumento da Capacidade
Emergência Geral
Definição Aumentar a capacidade de admissão de doentes.
Objectivo Responder às solicitações agudas excepcionais de prestação de cuidados médicos.
Padrão mínimo
Definição de padrões mínimos de cuidados por rácios específicos e mensuráveis, por exemplo: médicos/pacientes, enfermeiros/pacientes, pacientes/m², pacientes / casa de banho, etc.
Sugestão
‐ Realizar acordos formais com recursos da comunidade para contributos adicionais (como: as escolas para espaço extra, as associações profissionais para recursos humanos, etc.). ‐ Elaborar um plano de articulação com as outras US da rede de referência, para a mobilidade dos pacientes do e para a US, assim como com as entidades que coordenam os meios de transporte.
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Apoio Psicológico (paciente / equipa)
Emergência Geral
Definição Serviços de aconselhamento psicológico e de informação para o SPT (stress pós‐traumático) e burn‐out (fadiga) dos pacientes e funcionários.
Objectivo Aliviar o stress e prevenir o SPT em pacientes e funcionários (ajudá‐los a lidar com a situação/perdas).
Padrão mínimo
‐ Envolver voluntários de organizações de caridade, profis‐sionais (psiquiatras, psicólogos, enfermeiros de saúde mental, etc.). ‐ Formar o pessoal de emergência para gerir melhor as frustrações e agressão causada por qualquer emergência.‐ Assegurar sistemas de transporte para o pessoal da US. ‐ Cuidado aos filhos dos funcionários (24 horas).
Sugestão
‐ Coordenar (recorrer a outsourcing, se necessário) com o apoio social existente e recursos de saúde a nível comunitário. ‐ A comunidade pode ser uma fonte espontânea, de com‐fiança e apoio psicológico eficaz (se bem coordenada).‐ Designar um lugar e nomear uma pessoa para organizar o mais rapidamente possível, após o evento, sessões de esclarecimento para as vítimas e pessoal de saúde. ‐ Envolver as associações de funcionários dos hospitais, clubes, sindicatos na organização destes serviços. ‐ Plano para lidar com o luto entre os funcionários, deixando claro o direito ao luto.
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Problemas Específicos para Pandemias
Rastreio, isolamento e controle de mobilidade de pacientes
Emergência Geral Definição
Identificação de casos de alerta e implementação de medidas de precaução de controle de infecção.
Objectivo Minimizar os efeitos de infecção na US e de protecção do pessoal, aos outros pacientes e familiares / visitantes.
Padrão mínimo Articulação com sistema de vigilância epidemiológica, definição de caso para selecção e resultados laboratoriais para confirmação.
Sugestão Colocar no mesmo quarto pacientes com diagnóstico clínico e factores epidemiológicos similares.
Recolha, tratamento e transporte de amostras clínicas seguro
Emergência Geral
Definição Procedimentos para redução do risco biológico relativa a testes laboratoriais.
Objectivo Minimizar o risco de infecção entre pessoas que lidam com colheita de amostras, embalagens para transporte e processamento laboratorial.
Padrão mínimo Oportunidade de formação para todos os funcionários envolvidos em biossegurança
Sugestão
‐ Oportunidade de formação contínua a ser realizada pelo laboratório autorizado especialista em formação de segurança em laboratório. ‐ Consultar orientações e formação disponibilizadas pelo Ministério da Saúde e/ou OMS.
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4.4 ‐ Recursos Gerais
Planeamento de Espaços Flexíveis
Emergência Geral
Definição
Capacidade logística de reorganização do espaço (quan‐tidade e tipo), quando o fluxo de pacientes ultrapassa as capacidades normais dos serviços e de acordo com a natureza da crise.
Objectivo Pré‐definir e adaptar os espaços de acordo com as novas necessidades extraordinárias emergentes.
Padrão mínimo
Esta etapa deve ser iniciada assim que o PEUS é activado como resposta à crise. Ter em conta, pelo menos espaços para: ‐ triagem ‐ tratamento ‐ isolamento ‐ sala de espera ‐ camas extra ‐ sala de comando da crise ‐ fluxo de ambulâncias (entrada, remoção do paciente e saída) ‐ área dedicada a familiares e população ‐ área dedicada aos meios de comunicação social ‐ área privada para funcionários ‐ acolhimento de voluntários ‐ serviço de morgue.
Sugestão
Realocação de espaço altamente dependente das características da US e das soluções criativas que possam ser colocadas em prática (tendas, edifícios e instalações vizinhas, etc.).
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Pacientes e Segurança Pessoal
Emergência Geral
Definição Reduzir tanto quanto possível, todos os riscos para os pacientes e pessoal de saúde, especialmente aqueles que dependem de procedimentos médicos.
Objectivo Não provocar danos.
Padrão mínimo
‐Definir riscos, prioridades, formas de actuação e avaliação. ‐Definir regras e protocolos padrão (se não estiverem já definidos) para episódios de emergência após a intervenção e que podem envolver riscos para a saúde: ‐ equipamento individual de protecção específica ‐ gestão de resíduos reforçada incluindo corto‐perfurantes ‐ isolamento de pacientes ‐ contenção / segurança ‐ transfusões de sangue ‐ registo de informações dos pacientes ‐ gravar informações sobre tratamento, prescrito e realizado ‐ alerta para as alergias em destaque na ficha clínica / even‐tos adversos ‐ procedimentos clínicos de suporte avançado de vida rela‐cionados com o equipamento ‐ infecções.
Sugestão
‐ Abordagem multidisciplinar na gestão de riscos para o paciente e pessoal. ‐ Use cartazes informativos para educação dos pacientes e do pessoal.
Pand
emia Padrão mínimo
Vacinação dos profissionais de saúde, incluindo o pessoal de laboratório, contra todas os possíveis riscos infecciosos. Considerar a vacinação prioritária contra o vírus da pandemia, quando disponível. Considere a profilaxia com drogas antivirais, na ausência da vacina.
Sugestão Previsão para o fornecimento antecipado de vacinas e medicamentos específicos (antimicrobianos ‐ antivirais) e realização de plano para a administração.
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Bens Essenciais e de Logística
Emergência Geral
Definição Aumento da capacidade de resposta em cuidados de saúde.
Objectivo Planear a intensificação de abastecimento, para uma resposta efectiva, em caso de grande afluxo de pacientes
Padrão mínimo
Lista de fornecimentos essenciais: ‐ produtos farmacêuticos, gases medicinais, transfusões sanguíneas ‐ equipamentos essenciais de urgência (fixos e renováveis ou descartáveis) ‐ água ‐ combustíveis, electricidade, gerador, sistema de backup ‐ alimentos / bebidas ‐ equipamentos de comunicações (externo / comunicação interna) ‐ mecanismos para obter e assegurar o abastecimento opor‐tuno
Sugestão
Obter acordo da administração da US sobre a definição tipo de equipamentos e quantidades mínimas essenciais.‐ Envolver totalmente (e delegar se possível) o sector de aprovisionamento, para garantir uma melhor logística e fluxos de reposição de stocks. ‐ Assinar acordos formais com os fornecedores. ‐ Cooperação (troca de materiais) com os serviços de saúde mais próximos (cuidados primários de saúde, hospitais, clínicas privadas).
Ajuda comunitária
Emergência Geral
Definição Aumento da capacidade de resposta da US a situações de crise.
Objectivo Ampliar a capacidade da US na prestação de assistência médica e de cuidados não médicos.
Padrão mínimo
‐ Serviços que funcionem em grandes instalações (ex: hotéis, escolas). Envolver casas de repouso, lares etc.com respostas em cuidados de enfermagem e serviços de apoio domiciliário.
Sugestão Reforçar a organização da rede de recursos comunitários em articulação com a US e criar respostas integradas para situações excepcionais.
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Mitigação para Instalações de Saúde
Emergência Geral
Definição Medidas estruturais e funcionais para garantir a resiliência da US a crises/catástrofes.
Objectivo Garantir que os serviços de saúde mantêm o seu normal funcionamento durante e depois das situações de crise.
Padrão mínimo Serviços mínimos críticos mantidos.
Sugestão
‐ Devem ser planeados novos edifícios e adaptar as estru‐turas já existentes, acrescentando componentes ou adaptando dispositivos médicos no sentido de aumentar a sua segurança e resistência em caso de uso excessivo ou abusivo. ‐ Parceiros no processo: os engenheiros de construção e ma‐nutenção, com competência na área.
Segurança
Emergência Geral
Definição Protecção do ambiente da US e do pessoal de eventuais agressões e/ou sobrelotação prejudicial dos serviços.
Objectivo Proteger os funcionários e o ambiente de agressões físicas, assaltos, contaminação, e outros efeitos decorrentes da sobrelotação e pânico público.
Padrão mínimo Plano a ser elaborado em conjunto com as forças policiais e autoridades.
Sugestão
‐ Distribuir regularmente a informação e mensagens de advertências de segurança à população, pacientes e funcionários. ‐ Recursos comunitários podem também dar o seu contributo (voluntários, segurança privada, empresas).
Pand
emia
Sugestão
‐ Pense em medidas especiais de segurança especiais para impedir que pessoas invadam o hospital em busca de medicamentos / tratamento, triagem ou acesso a medicação específica. ‐ Disponibilização de Equipamentos de Protecção Individual (EPI) para o pessoal de segurança.
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Serviços Mortuários
Emergência Geral
Definição Todos os serviços de tratamento e cuidados de cadáveres.
Objectivo Garantir a dignidade, religiosa e espiritual para todos os cadáveres e eficiência na gestão dos fluxos.
Padrão mínimo Espaço planeado para acomodação conveniente de cadáveres.
Sugestão
‐ Elaborar apoio de suporte aos familiares. ‐ Garantir instalações funerárias adequadas com alternativa rápida ao enterro ou cremação, compatível com as culturas. ‐ Minimizar o tempo de exposição de cadáveres.
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Problemas Específicos para Pandemias
Limpeza, Desinfecção e de Gestão de Resíduos
Emergência
Geral
Definição ‐ Limpeza adequada, desinfecção e gestão de resíduos nas unidades de saúde
Objectivo Minimizar os efeitos de infecção na US, o que se traduz em redução de custos e ganhos efectivos de saúde.
Padrão mínimo Padrões de rotina mais elevados. Sugestão Designar uma equipa de controle de infecção na US no PEUS
Equipamentos de Protecção Individual (EPI)
Emergência Geral
Definição Todos os dispositivos necessários à protecção de pessoas expostas a doenças infecciosas.
Objectivo Proteger os funcionários, pacientes e outros membros da família / visitantes de serem infectados.
Padrão mínimo Identificar nível exigido de protecção e especificação de materiais, assim como os procedimentos adequados.
Sugestão
‐ Responsabilizar a equipa de controle de infecção no planeamento e treino a efectuar nesta área. ‐ Certifique‐se de acções de sensibilização/formação na US ou através de acordos com o fornecedor.
Bens Essenciais
Emergência Geral
Definição Fornecimento essencial para uma situação específica de pandemia.
Objectivo Planear e intensificar a entrega de abastecimento para atender necessidades específicas.
Padrão mínimo
‐ Equipamento de protecção individual. ‐ Antivirais. ‐ Antibióticos. ‐ Vacinas se disponíveis. ‐ Alimentação e bebidas suprimentos para funcionários e pacientes.
Sugestão
‐ O fornecimento deve cumprir os requisitos de qualidade.‐ Plano de sistema de distribuição de agentes antimicrobia‐nos (antivirais, antibiótico, etc.) e vacinas. ‐ Seleccionar os critérios de armazenagem e distribuição.
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CAPÍTULO V ‐ PLANO DE EMERGÊNCIA INTERNO (PEI) CONTRA INCÊNDIOS O PEI contra incêndios foi legislado através do Decreto‐Lei n°220/2008, de 12 de Dezembro, que estabelece o novo Regime Jurídico de Segurança contra Incêndios em Edifícios e da Portaria n°1532/2008 de 29 de Dezembro que aprova Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndios em Edifícios. Este novo regime jurídico adopta o conteúdo das Decisões da Comissão das Comunidades Europeias n°2000/147/CE e n°2003/632/CE, relativas à classificação da reacção ao fogo de produtos de construção, e n°2000/367/CE e n°2003/629/CE, respeitantes ao sistema de classificação da resistência ao fogo. O PEI contra incêndios faz parte do Plano de Segurança Hospitalar e é obrigatório desde 1 de Janeiro de 2009. Este tem como principal objectivo organizar a resposta hospitalar, em caso de incidente interno que possa comprometer a actividade normal da Instituição. Este plano deve ser elaborado por um grupo de trabalho polivalente, com a colaboração estreita dos responsáveis dos Serviços de Instalações e Equipamentos, do Serviço Operacional de Segurança assim como a colaboração do Serviço Nacional de bombeiros. A Autoridade Nacional de Protecção civil é a entidade responsável pela apreciação do PEI contra incêndios. Este Plano é composto por uma série de acções coordenadas e regras de procedimentos, que visam não só reduzir ao máximo os riscos inerentes à actividade e à estrutura hospitalar, mas sobretudo de responder de forma eficaz e segura em caso de emergência intra‐hospitalar. O PEI não tem por objectivo substituir os Serviços Públicos (Bombeiros, Protecção Civil,...), mas planear acções imediatas antes da sua chegada e colaborar com estes durante a sua actuação.
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5.1 ‐ Objectivos do PEI ‐ Identificar, analisar e avaliar as condições de risco dos edifícios em geral, das unidades de internamento e de todos os serviços de apoio; ‐ Adaptar os recursos técnicos, adequando‐os às exigências regulamentares; ‐ Organizar e formar os recursos humanos em situações de emergência interna e na resposta adequada em caso de activação do PEI; ‐ Sensibilizar o pessoal hospitalar para a importância da atitude individual e colectiva na prevenção de riscos; ‐ Identificar e localizar rapidamente o incidente; ‐ Permitir o socorro imediato das vítimas; ‐ Prever e organizar eventual evacuação; ‐ Facilitar a intervenção e coordenação com meios de socorro exteriores ‐ Bombeiros, Protecção Civil, Forças de Segurança, ... ‐ Garantir o retorno da Instituição à normalidade.
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5.2 ‐ Legislação Nacional
Regulamentação Nacional da Segurança Contra Incêndios em Edifícios
Legislação Conteúdo relacionado
com Edifícios Hospitalares
Dec. Lei n° 220/2008 de 12 de Novembro (Revogação total do Dec. Lei n° 409/98 de 23 de Dezembro e da Portaria n° 1275/2002 de 19 de Setembro) Artigo 8 Artigo 10°
Estabelece o novo Regime Jurídico de Segurança contra Incêndios em Edifícios composto por cinco Capítulos e seis Anexos Classificação da utilização tipo (UT): Utilização do tipo V – Hospitais e lares de Idosos « Corresponde a edifícios ou partes de edifícios recebendo público, destinados à execução de acções de diagnóstico ou à prestação de cuidados na área da saúde, com ou sem internamento, ao apoio a pessoas idosas ou com condicionalismos decorrentes de factores de natureza física ou psíquica, ou onde se desenvolvam actividades dedicadas a essas pessoas, nomeadamente hospitais, clínicas, consultórios, policlínicas, dispensários médicos, centros de saúde, de diagnóstico, de enfermagem, de hemodiálise ou de fisioterapia, laboratórios de análises clínicas, bem como lares, albergues, residências, centros de abrigo e centros de dia com actividades destinadas à terceira idade » ‐ Nova classificação dos locais de risco (foram alteradas de 4 para 6 ) : . A – efectivo inferior a 100 pessoas, sendo o publico inferior a 50. Deste efectivo, pelo menos 90% não poderá ter limitações de mobilidade ou de percepção a um alarme. . B – efectivo superior a 100 ou o publico superior a 50. Deste efectivo, pelo menos 90 % não poderá ter limitações de mobilidade ou de percepção a um alarme. Respeitar o artigo
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Artigo 11° Artigo 12° Artigo 13° Artigo 14° Artigo 20°
11° do Dec.Lei. . C – local que apresenta risco agravado de eclosão de incêndio, como cozinhas, lavandarias, locais técnicos, arquivos; Respeitar o artigo 11° do Dec.Lei. Consultar os art° 229° e 230° da portaria. . D – local com pessoas acamadas ou com idades não superior a 6 anos e locais com pessoas limitadas na mobilidade ou nas capacidades de percepção e reacção ao alarme Respeitar o artigo 11° do Dec.Lei. Consultar os art° 229° e 230° da portaria. . E – Local destinado à dormida sem haver pessoas com limitações mencionadas no local de risco D Respeitar o artigo 11° do Dec.Lei. . F – local com meios e sistemas essências à continuidade de actividades sociais relevantes Consultar o parágrafo 6 do artigo 10° do Dec. Lei e respeitar o artigo 11° do Dec.Lei. Restrições de uso em locais de risco Categorias e factores de risco Classificação do risco « 4 — No caso de estabelecimentos com uma única utilização ‐ tipo distribuída por vários edifícios independentes, a categoria de risco é atribuída a cada edifício e não ao seu conjunto. 5 — Os edifícios e os recintos de utilização mista são classificados na categoria de risco mais elevada das respectivas utilizações ‐ tipo, independentemente da área ocupada por cada uma dessas utilizações. » Perigosidade atípica Delegado de segurança É da responsabilidade do hospital a nominação de um delegado de segurança
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Artigo 21° Artigo 25° Artigo 34°
Medidas de Autoprotecção e Gestão da segurança: a) Medidas de prevenção sob a forma de procedimentos ou planos conforme a categoria do risco b) Medidas de intervenção em caso de incêndio, que tomam a forma de procedimentos de emergência ou de plano de emergência interno, conforme a categoria de risco c) Registos de segurança d) Formação em SCIE sob a forma de acções de sensibilização de todos os funcionários e de formação das equipas especializadas – delegados de segurança e) Simulacros, para testar o Plano de Emergência Interno, e o treino dos ocupantes com vista a criação de rotinas de comportamento e aperfeiçoamento de procedimentos 2 ‐ O Plano de segurança interno é constituído pelo plano de prevenção, pelo plano de Emergência interno e pelos registos de segurança 3 – Os simulacros de incêndio são realizados com a periodicidade máxima, definida no regulamento técnico mencionado no art. 15° Contra ordenações e coimas ‐ Inexistência de planos de Prevenção e Planos de Emergência Interna ou desconformidade com o regulamento técnico ‐ Inexistência ou desconformidade de registos de segurança ‐ Irregularidades no uso do posto de segurança Norma transitória Processo de apreciação das medidas de autoprotecção, (a implementar segundo regulamento técnico ) a enviar à ANPC ‐ Até 30 dias anteriores à entrada em utilização para edifícios novos, ou apôs obras de ampliação, alteração ou mudança de uso
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Anexo III
‐ No prazo máximo de 1 ano, para edifícios já existentes, apôs a data em vigor deste Decreto Lei (1 de Janeiro 2009) ‐ Quadros relativos à categoria do risco – Quadro IV : Quatro categorias de risco em função dos seguintes factores aplicados a cada UT (altura da UT e número de pisos abaixo do nível de referência, espaço coberto ou ao ar livre, carga de incêndio e densidade de carga de incêndio)
Portaria n° 1532/2008 de 29 de Dezembro (Art.15° do Dec. Lei n° 220/2008 de 12 de Novembro) Artigos 193° a 207° Artigo 194°
Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndios em Edifícios (composto por oito Títulos e um Anexo) e estabelece as condições técnicas gerais e específicas do Sistema Contra Incêndios em Edifícios (SCIE): Titulo I – Objecto e definições Titulo II ‐ Condições exteriores comuns; Titulo III ‐ Condições gerais de comporta‐mento ao fogo, isolamento e protecção; Titulo IV ‐ Condições gerais de evacuação; Titulo V ‐ Condições gerais das instalações técnicas; Titulo VI ‐ Condições gerais dos equipamentos e sistemas de segurança; Titulo VII ‐ Condições gerais de autoprotecção : ‐ Responsável pela segurança (entidade gestora hospitalar) designa um delegado de segurança para executar as medidas de autoprotecção; ‐ Durante a intervenção dos Bombeiros, o respectivo comandante das operações é o responsável pelas operações, devendo o responsável da segurança colaborar sempre que solicitado
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Artigo 198° Artigo 199° Artigo 200° Artigo 201°
‐ Concretização das medidas de autoprotecção Quadro XXXIX‐ Medidas de auto‐protecção exigíveis segundo grupo de utilizações ‐tipo e categoria de risco ‐ Instruções de segurança (obrigatória em locais de risco C, D, E e F independente da categoria de risco) que devem : . Conter os procedimentos de prevenção e os planos de emergência aplicáveis ao espaço em questão . Ser afixadas em locais visíveis – face interior das portas de acesso aos locais a que se referem ‐ Nos locais D e E deve existir também uma planta de emergência simplificada (vias de evacuação, meios de alarme e de primeira intervenção) Em caso de PEI não obrigatório (locais de risco D de primeira categoria de risco) devem ser afixados nos mesmos locais, instruções de segurança simplificadas : . Procedimentos de alarme em caso de incêndio . Procedimento de alerta . Técnicas de utilização dos meios de primeira intervenção ‐ Organização da segurança ‐ Registos de Segurança « é o conjunto de documentos que contém os registos de ocorrências relevantes, e de relatórios relacionados com a segurança contra incêndios »: . os registos de ocorrências e anomalias importantes relacionadas com instalações técnicas . os relatórios de anomalias relacionadas com equipamentos e sistemas de segurança . os relatórios de vistoria, inspecção e fiscalização . os relatórios das acções de formação, dos
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Artigo 202° Artigo 203°
exercícios de segurança e de eventuais incêndios ou situações de emergência . cópia dos relatórios de intervenção dos bombeiros , em incêndios ou outras intervenções. Obrigatório para todas as estruturas de utilização ‐ tipo V Procedimentos de prevenção Os procedimentos de exploração e utilização dos espaços devem garantir permanentemente a:
a) Acessibilidade dos meios de socorro ao hospital
b) Acessibilidade dos veículos dos bombeiros ao abastecimento de agua (hidratantes exteriores)
c) Praticabilidade dos caminhos de evacuação
d) Eficácia da estabilidade do fogo e dos meios de compartimentação, isolamento e protecção
e) Acessibilidade dos meios de alarme e intervenção em caso de emergência
f) Vigilância dos espaços principalmente os inocupados
g) Limpeza e arrumação adequadas dos espaços
h) Segurança na produção, manipulação e armazenamento de substâncias perigosas
i) Segurança em todos os trabalhos de manutenção
‐ Plano de Prevenção «documento na qual estão indicados a organização e os procedimentos a adoptar, por uma entidade, para evitar a ocorrência de incêndios e para garantir a manutenção do nível de segurança decorrente das medidas de auto protecção adoptadas para fazer face a situações de emergência» Deve ser constituído por:
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Artigo 204° Artigo 205°
a) Identificação da utilização tipo: data da sua entrada em funcionamento, identificação do responsável de segurança e de eventuais delegados de segurança b) Plantas à escala 1 :1000 ou, 1 : 1200 contendo o estudo ou projecto de segurança ;‐ classificação de risco e efectivo previsto para cada local, de acordo com este regulamento ‐ vias horizontais e verticais de evacuação , incluindo os eventuais percursos em comunicações comuns ‐ localização de todos os equipamentos ligados à segurança contra incêndio c) Procedimentos de prevenção (art.202°) Procedimentos em caso de emergência: ‐ os procedimentos de alarme, a cumprir em caso de um incêndio (Plano de actuação) ‐ os procedimentos de alerta ( Execução do alerta) ‐ os procedimentos a adoptar para garantir a evacuação rápida e segura dos espaços em risco ( Plano de evacuação) ‐ as técnicas de utilização dos meios de primeira intervenção (extintores) e de outros meios de actuação em caso de incêndio ( plano de intervenção interna) ‐ os procedimentos de recepção e encaminhamento dos bombeiros (apoio à intervenção externa Plano de Emergência Interno «documento no qual estão indicadas as medidas se autoprotecção a adoptar, por uma entidade, para fazer face a uma situação de incêndio nas instalações ocupadas por essa entidade, nomeadamente a organização, os meios humano e materiais a envolver e os procedimentos a cumprir nessa situação. Contém o Plano de actuação e o de
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evacuação» Objectivos do PEI: ‐ Sistematizar a evacuação enquadrada dos ocupantes da utilização ‐ tipo, que se encontrem em risco ‐ Limitar a propagação e a consequência dos incêndios recorrendo a meios próprios O PEI deve ser constituído: a) Pela definição da organização a adoptar em caso de emergência ‐ organogramas hierárquicos/funcionais do SSI (sistema de segurança de incêndios) e identificação dos delegados e agentes de segurança das equipas de intervenção, respectivas missões e responsabilidades em situações de emergência) b) Pela indicação das entidades internas e externas a contactar em situações de emergência c) Pelo «Plano de actuação que deve contemplar a organização das operações a desencadear por delegados e agentes de segurança em caso de ocorrência de uma situação perigosa e os procedimentos a observar» abrangendo: ‐ a identificação e analise prévia dos riscos presentes na instituição nomeadamente nos locais de risco C, D e F ‐ os procedimentos a adoptar em situações de alarme de incêndio ‐ a planificação da difusão dos alarmes restrito e gerais assim como a transmissão do alerta ‐ a coordenação das operações previstas no plano de evacuação ‐ a activação dos meios de primeira intervenção ‐ o corte da alimentação de energia eléctrica, e de combustíveis, fecho de portas
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resistentes ao fogo e das instalações de controlo de fumo ‐ a prestação de primeiros socorros ‐ a protecção de locais de risco e de pontos nevrálgicos da instituição ‐ o acolhimento, informação, orientação e apoio dos bombeiros ‐ a reposição das condições de segurança após uma situação de emergência d) Pelo «Plano evacuação que deve contemplar as instruções e os procedimentos a observar por todo o pessoal UT, relativos à articulação das operações destinadas a garantir a evacuação ordenada, total ou parcial, dos espaços considerados em risco pelo responsável de segurança» Este abrange: ‐ a referenciação das vias de evacuação , zonas de refugio e postos de encontro ‐ o auxilio a pessoas com capacidades limitadas ‐ a confirmação da evacuação total. e) Por um anexo com as instruções de segurança a que se refere o artigo 199° f) Por um anexo com as plantas de emergência de cada piso da UT, podendo ser acompanhadas por esquemas de emergência (devem ser afixadas em posições estratégicas junto aos acessos do piso a que se referem) – locais de risco De E nas zonas de refugio. Disponibilizar cópias para ao corpo de bombeiros g) Actualizar o PEI sempre que as modificações ou alterações efectuadas na instituição o justifiquem e estão sujeitos a verificação durante as inspecções regulares e extraordinárias h) No posto de segurança deve estar disponível um exemplar do PEI
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Artigo 206°
Devem possuir Formação em segurança contra incêndio: ‐ Todos os funcionários, colaboradores, pessoas que exerçam actividades profissionais superiores a 30 dias e todos os elementos com atribuições previstas nas actividades de autoprotecção ‐ Compete ao responsável de segurança de definir o respectivo programa em : a) Sensibilização para a segurança contra incêndio: ‐« Familiarização com os espaços da utilização ‐ tipo e identificação dos respectivos riscos de incêndio; ‐ Cumprimento dos procedimentos genéricos de prevenção contra incêndios ou, caso exista, do plano de prevenção; ‐ Cumprimento dos procedimentos de alarme; ‐ Cumprimento dos procedimentos gerais de actuação em caso de emergência, nomeadamente dos de evacuação; ‐ Instrução de técnicas básicas de utilização dos meios de primeira intervenção, nomeadamente os extintores portáteis; b) Formação específica destinada aos elementos que, na sua actividade profissional normal, lidam com situações de maior risco de incêndio, nomeadamente os que a exercem em locais de risco C, D ou F; ‐ Formação específica para os elementos que possuem atribuições especiais de actuação em caso de emergência, nomeadamente para: . a emissão do alerta; . a evacuação; . a utilização dos comandos de meios de actuação em caso de incêndio e de segunda intervenção, que sirvam os espaços da utilização ‐ tipo; . a direcção das operações de emergência; ‐ Outras actividades previstas no plano de emergência interno, quando este exista ».
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Artigo 207° Artigos 229° a 237° Artigo 229°
‐ Simulacros O PEI deve ser testado de modo a treinar os profissionais e respectivas equipas de segurança e de intervenção, com vista è criação de rotinas de comportamento e de actuação assim como o aperfeiçoamento dos procedimentos de alerta e de emergência : . Simulacros anuais obrigatórios nos Hospitais (quando a característica dos ocupantes não permita a realização de exercícios de evacuação, devem ser realizados cenários que o substituem e reforçadas medidas de segurança) . Aconselha‐se a colaboração do corpo de bombeiros no planeamento, execução e avaliação dos exercícios . Os profissionais e os utentes da instituição devem ser sempre informados da realização dos exercícios (podendo não ser rigorosamente estabelecida a hora e a data programadas) Titulo VIII Condições especificas das utilizações Locais de risco especifico Utilizações ‐ tipo V “Hospitais e lares de idosos” Para além dos enumerados no artigo 10° do Dec. Lei n° 220/2008 de 12 de Novembro são também considerados locais de risco especifico:
a) De risco C – «Centrais de desinfecção e esterilização em que seja utilizado o oxido de acetileno. Centrais e depósitos de recipientes portáteis, fixos ou móveis de gases medicinais com capacidade total superior a 100 litros»
b) De risco D os locais de «Internamento, Cuidados intensivos, Blocos operató‐rios, Blocos de Partos, Hemodiálise,
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Artigo 230° Artigo 231° Artigos 232° e 51° Artigo 233°
Cirurgia ambulatória, hospital de dia, Exames especiais, Imunologia, Radio‐terapia, Fisioterapia, Urgências, Neonatologia».
Localização dos locais de risco D Para além das especificações constantes do artigo 11° do Dec. Lei n° 220/2008 de 12 de Novembro:
‐ Devem situar‐se em pisos próximos do piso de saída para o exterior do edifício ‐ Os blocos operatórios, os blocos de partos e as unidades de cuidados intensivos não devem ser contíguos a locais de risco C (cozinhas, lavandarias, locais técnicos, arquivos, ...)
“Aos serviços de diagnóstico e de tratamento que dispõem de equipamentos que, pelas suas características, devam ser instalados em cave, não é aplicável o disposto no n.º 4 do artigo 11.º do Decreto‐Lei n.º 220/2008, de 12 de Novembro: a afectação dos espaços interiores de um edi‐fício a locais de risco D e E deve assegurar que os mesmos se situem ao nível ou acima do piso de saída para local seguro no exterior". Isolamento e protecção Os blocos operatórios, os blocos de partos e as unidades de cuidados intensivos devem ser separados dos espaços adjacentes por elementos de construção que garantem as classes de resistência ao fogo indicadas no Quadro XLII do referente artigo Os serviços já referidos e os de neonatologia se possuírem área superior a 200 m2 devem ser subdivididos, no mínimo em dois compartimentos corta‐fogo, de modo a possibilitar a evacuação dos ocupantes Cálculo do efectivo Câmaras corta‐fogo
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Artigo 234° Artigo 235° Artigo 236° Artigo 237°
Instalações eléctricas 1‐ Circuitos de alimentação independentes nas instalações indispensáveis ao funcionamento dos blocos operatórios, blocos de partos e unidades de cuidados intensivos 2 ‐ Integridade e protecção dos circuitos eléctricos e canalizações (art.16°‐escalao de tempo mínimo de 90 minutos) 3 ‐ «O escalão de tempo mínimo a que se refere o número anterior não se aplica aos circuitos de alimentação de fontes locais de energia de emergência com autonomia igual ou superior a essa duração» Ascensores Características dos ascensores destinados à evacuação de doentes acamados com assistência médica Alarme Os meios de difusão de alarme em caso de incêndio dos locais de risco D devem ser concebidos de modo a não causarem pânico, e a não serem reconhecíveis pelo público. Estes destinam‐se a serem utilizados pelos funcionários, trabalhadores e agentes de segurança que intervêm nestes locais Autoprotecção 1 ‐« Nas utilizações ‐ tipo V da 2.ª categoria de risco ou superior, o plano de evacuação integrado no plano de emergência interno deve ser individualizado para cada local de risco D e incluir nas instruções e nos procedimentos a explicitação das zonas seguras, para onde devem ser evacuados os ocupantes desses locais, e de eventuais locais de triagem de pessoas afectadas pelo incêndio, podendo ou não coincidir com os pontos de encontro no exterior.» 2 ‐ Medidas especiais de autoprotecção a prever para blocos operatórios, sala de
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Anexo I – Definições
partos e unidades de cuidados intensivos (a incluir no PEI) Definições importantes para a elaboração do PEI
Despacho n°2074/2009 de 15 de Janeiro de 2009
Critérios técnicos para determinação da densidade de carga de incêndio modificada
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CONCLUSÃO O “Guia Geral para a elaboração de um Plano de Emergência das Unidades de Saúde” é um documento que se pretende que seja útil, prático, de fácil utilização, e eficaz no auxílio às Unidades de Saúde na elaboração do seu Plano de Emergência. Permite que a US possa planear de uma forma rápida e racional os meios indispensáveis de gestão e resposta em caso de grande afluxo de doentes ou em situações de doentes com necessidades especiais, em que o princípio do desequilíbrio entre necessidades e recursos disponíveis é verificado. É essencial que seja elaborado de uma forma genérica, de modo a ser posto em pratica qualquer que seja o tipo de acontecimento. Este documento não é mais que um guia de orientação, e está longe de ser a resposta para todos os problemas de organização da US numa situação de crise. Julga‐se, no entanto, que uma vez redigido, é indispensável testá‐lo no terreno a fim de confirmar a sua funcionalidade e definir acções correctivas. A elaboração deste plano por parte de cada estabelecimento de saúde em Portugal é essencial, e permitirá a construção de um Plano de Emergência alargado a nível regional. Com este último será possível estabelecer linhas orientadoras de coordenação do conjunto de intervenientes do sistema de saúde, possibilitando assim fazer face a um eventual acontecimento excepcional que uma Unidade de Saúde isolada teria dificuldade em dar resposta.
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LISTA DE ABREVIATURAS ANPC ‐ Autoridade Nacional de Protecção Civil ARS ‐ Administração Regional de Saúde CAPIC ‐ Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise CODU ‐ Centro de Orientação de Doentes Urgentes DGS ‐ Direcção Geral de Saúde DPRSN ‐ Departamento de Protecção Radiológica e Segurança GC ‐ Gabinete de crise INEM ‐ Instituto Nacional de Emergência Médica INSA ‐ Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge ITN ‐ Instituto Tecnológico e Nuclear NRBQ ‐ Nuclear, Radiológico, Biológico, Químico PEI ‐ Plano de Emergência Interno PEUS ‐ Plano de Emergência da Unidade de Saúde PSP ‐ Polícia de Segurança Pública SCIE ‐ Sistema Contra Incêndio Edifícios SRAS ‐ Síndrome Respiratório Agudo Severo US ‐ Unidade de Saúde
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BIBLIOGRAFIA 1. Alves A., Redondo J., Plano de Emergência Hospitalar, 1999. 2. Assistance Publique Hopitaux de Paris, Plan Blan d’Établissement de l’AP‐HP, Paris
Janvier 2009. 3. Bourdillon F., Brucker G., Tabuteau D., Traité de Santé Publique, Flammarion. 4. Cunha da Cruz J., Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, Planos de
Emergência, Março 2005. 5. Lei nº 81/2009, de 21 de Agosto. 6. Ministério da Saúde. Direcção‐Geral da Saúde. Pandemia da Gripe. Plano de
Contingência Nacional do Sector da Saúde para a Pandemia da Gripe, Lisboa, 2008 7. Hospitais S.A. ‐Unidade de Missão, Plano catástrofe externa no hospital 8. Meca A., Organization del Hospital en las Emergencias Internas. 9. Lagadec P., Cellules de crise: les conditions d’une conduite eficace, Editions
d’organisation, Paris, 1995. 10. Ministère de la Santé et des Solidarités, Plan blanc et gestion de crise ‐ Guide d’aide à
l’élaboration des Plans blancs élargies et des plans blancs des établissements de santé, Paris 2006.
11. Ministério da Saúde. Direcção‐Geral da Saúde Pandemia de Gripe. Plano de Contingência Nacional do Sector da Saúde para a Pandemia de Gripe ‐ Lisboa: DGS, 2008. 296 pags.
12. Avian influenza, including influenza A (H5N1), in humans: WHO interim infection control guideline for health care facilities. Manila, WHO Regional Office for the Western Pacific, 2006.
13. WHO pandemic influenza draft protocol for rapid response and containment. Geneva, World Health Organization, 2006.
14. Assessment tool for national pandemic influenza preparedness. Stockholm, European Centre for Disease Prevention and Control in collaboration with the European Commission and the WHO Regional Office for Europe, 2006.
15. WHO checklist for influenza pandemic preparedness planning. Geneva, World Health Organization, 2005.
16. WHO integrated management for emergency and essential surgical care: WHO generic essential emergency equipment list; best practice protocols for clinical procedure safety. Geneva, World Health Organization, 2003.
17. WHO Global Influenza Preparedness Plan. The role of WHO and recommendations for national measures before and during pandemics. Geneva, World Health Organization, 2005.
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18. Establishing a mass casualty management system. Washington, DC, Pan American Health Organization, 1995.
19. Mass casualty Management Systems, Geneva, WHO, 2007. 20. Jenkins JL et al,. Mass‐casualty triage: time for an evidence‐based approach. Prehospital
Disast Med 23:3–8, 2008 21. Davoli E. “A practical tool for the preparation of a hospital crisis preparedeness plan,
with special focus on pandemic influenza”. Geneva, World Health Organization – Regional Office for Europe, 2007
22. www.Inem.pt 23. www.proteccaocivil.pt 24. www.sante.gouv.fr 25. www.revistaseguranca.com 26. http://www.start‐triage.com
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ANEXOS
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Anexo 1
Ficha “NRBQ” Hospitais de referência
Acções urgentes
Objectivo n°1 Acções Referência PEUS
Assegurar a protecção da US
1.1 ‐ Alerta do director ou substituto de activação do PEUS
Procedimento alerta
1.2 ‐ Encerramento dos aces‐sos à US
‐ Plano da US com lista de acessos ‐ Modo de encerramento de acessos ‐ Pessoal responsável
1.3 ‐ Restrição de acessos à US
‐Plano e lista de acessos reservado a pessoal, ambulâncias, etc.
Objectivo n°2
Informar
2.1 ‐ Informação justificando o encerramento dos acessos
Painéis informativos ao público (noção de acontecimento excepcional, protecção do hospital e das pessoas presentes na Instituição, local de acolhimento e números de telefone de informação)
2.2 ‐ Informação do pessoal Mensagem de alerta adaptada
Objectivo n°3
Preparar acolhimento das vítimas/doentes
3.1 ‐ Aumentar os efectivos de pessoal
‐ Manter as Equipas ‐ Chamar pessoal segundo listas ‐ Procedimento de acesso do pessoal de chamada à US
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Acções imediatas
Objectivo n°1 Acções Referência PEH Assegurar a protecção da US Manter acções em curso 1.4 ‐ Recurso às Forças de
Ordem Lista de contactos das entidades
1.5 ‐ Organização e recurso a instalações públicas
Acordo com a Câmara Municipal para serem postas à disposição instalações como ginásios, escolas etc.
Objectivo n°2 Informar 2.3 ‐ Informação interna aos
doentes e familiares Avisos informativos para o público (noção de acontecimento excepcional, protecção do hospital e das pessoas presentes na Instituição, local de acolhimento e números de telefone de informação)
2.4 ‐ Difundir informação regularmente
Responsável de comunicação do gabinete de crise
Objectivo n°3 Preparar acolhimento das vítimas/doentes
3.2 ‐ Recenseamento dos meios da US: ‐camas ‐pessoal ‐material
‐ Fichas preparadas para o efeito
3.3 ‐ Informar entidades com‐petentes (dados concretos)
‐ Ficha preparada para o efeito
3.4 ‐ Transferência de do‐entes em SOS
Documento PEUS
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Anexo 2
Plano de Emergência da US Nome do Estabelecimento de Saúde ‐ ........................................................................................
Morada ‐ .....................................................................................................................................
Data da última actualização ‐ .....................................................................................………………
1 ‐ Características do Estabelecimento de Saúde
‐Localização geográfica: ‐Serviços e Especialidades da US: Urgência
Unidade de Cuidados Intensivos
Medicina
Cirurgia
Obstétrica
Diálise
Psiquiatria
Cuidados continuados e de reabilitação
Outros
Sim Não Capacidade: ................
Sim Não Capacidade: ................
Sim Não Capacidade: ................
Sim Não Capacidade: ................
Sim Não Capacidade: ................
Sim Não Capacidade: ................
Sim Não Capacidade: ................
Sim Não Capacidade: ................
Sim Não Capacidade: ................
Quais:
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2 ‐ Situação geográfica
‐ Riscos potenciais: ‐ naturais ‐ industriais ‐ tráfico ‐ actividade humana (circuitos automobilís‐ticos, reuniões artísticas e desportivas,...;) ‐ outros (zonas militares…) ‐ Rede de referenciação hospitalar da re‐gião (identificação dos hospitais, distância)
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3 ‐ Gabinete de Crise
Missões Elaborar fichas de acção para cada membro do GC Composição: ‐ Coordenador do Gabinete de Crise ‐ Membros
‐ Especialistas exteriores: Lista a reactualizar regularmente Data ultima reactualização da lista Sala de reunião “Debriefing” após ‐crise
‐ determinar o nível de activação do PEUS e sua sectorização ‐ centralizar as disponibilidades de meios ‐ controlar o registo do percurso de cada doente na US ‐ fazer um recenseamento das necessidades, identificar e distribuir os meios ‐ organizar o acolhimento e a informação das famílias ‐ manter‐se em contacto com as autoridades competentes, com os outros hospitais e com o INEM ‐ assegurar a transmissão interna e externa Nome e contactos:.......................................... Nome e contactos:..........................................
Nome e contactos:..........................................
Nome e contactos:..........................................
Nome e contactos:..........................................
Nome e contactos:..........................................
Nome e contactos:..........................................
Nome e contactos:..........................................
‐ Acesso a chaves e ao controlo da sala,.. ‐ Meios técnicos (ficha 5) Deve ser elaborado durante os 15 dias que se seguem
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4 ‐ Acolhimento em caso de crise
Acolhimento das vitimas: Circulação de veículos: Acolhimento das famílias: Acolhimento
Acesso: Sinalética: Organização do Serviço de Urgência por zona: (prever se possível um outro espaço para as outras urgências correntes) Plano de circulação (juntar em anexo) Estacionamento: Utilização dos veículos do hospital: Pessoas responsáveis: Sala: Pessoas responsáveis: Medidas de controlo de acesso: Sala: Pessoas responsáveis: Medidas de controlo de acesso:
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5 ‐ Pessoal da US
Informação do pessoal: Manter e chamar o pessoal: Em função do nível de alerta, o gabinete de crise propõe ao Director da US a mobilização progressiva das várias equipas médica, de enfermagem, assim como o pessoal dos serviços técnicos O controlo dos acessos aos “voluntários”deve ser pré‐definido. A USl deve elaborar um protocolo com as escolas de Enfermagem e de Medicina da Região assim como com reformados recentes do sector da saúde e até em licença sem vencimento Organização interna no caso de se manter ou de chamar o pessoal Aspectos médico ‐ psicológicos O pessoal deve poder beneficiar de ajuda médico‐psicológica
Mensagem única:“Activação do P.E.U. S.” As listas encontram‐se no Serviço de pessoal e no Gabinete de crise. A sua actualização deve ser feita pelo Serviço de pessoal: ‐ Nomes, funções e contacto das pessoas a manter no seu posto de trabalho em caso de pré alerta ‐ Nomes, funções e contacto das pessoas a manter no seu posto de trabalho em caso de crise ‐ Nomes, funções e contacto das pessoas a manter no seu posto de trabalho em caso de crise (se ausentes) ‐ O pessoal deve dirigir‐se ao seu Serviço e aguardar aí ordens do Gabinete de crise ‐ Dispositivo de acolhimento dos filhos do pessoal (em caso de impossibilidade de solução alternativa) ‐Prever refeições e sala de repouso para o pessoal assim como linha telefónica específica para lhes possibilitar o contacto com os seus familiares Sensibilizar o pessoal para a identificação de colegas em dificuldade: formação Lista de profissionais mobilizáveis com formação em Saúde Mental
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6 ‐ Actividade das Unidades de Internamento
Disponibilidades de camas: Medidas a ser decididas conjuntamente pelo Gabinete de Crise e pelos Responsáveis de cada Serviço Informação das autoridades competentes (A.R.S,...) e I.N.E.M./C.O.D.U. Medicamentos
‐ Recensear o n° de camas disponíveis na US ‐ Elaborar um plano de alta/ transferência antecipada (para o domicílio ou outras estruturas de Cuidados de Saúde) de doentes internados em final de tratamento / aguardam exames complementares de rotina / aguardam cirurgia. Este deve ser activado se necessário ‐ Desprogramar / adiar actividade cirúrgica e hospitalização não urgente ‐ Activar sectores fechados e de unidades próvisória. Reservar estas unidades para doentes em final de hospitalização – Redefinição de critérios de internamento ‐ Stock de medicamentos ‐ Responsabilidade de vigilância e adminis‐tração ‐ Medidas de controlo e acesso reforçado em caso de crise
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7 ‐ Organização dos outros Serviços Assistenciais
Bloco Operatório/Serviço de EsterilizaçãoObjectivo principal do coordenador do bloco operatório é avaliar a capacidade real das equipas e a rentabilização ao máximo da ocupação dos Blocos
Radiologia
Serviço de Imuno ‐ Hemoterapia
Banco de Sangue
Laboratório
Farmácia
‐ Adiar intervenções cirúrgicas não urgentes ‐ Activar do serviço Central de esterilização e disponibilização de material cirúrgico ‐ Organizar as equipas (cirurgião+anestesista+ajudante) e fornecer plano de trabalho ‐ Operar apenas as extremas urgências (vas‐culares de qualquer região anatómica, tórax aberto e obstrução das vias respiratórias) enquanto não terminarem a chegada de todas as vítimas de modo a se dispor de Bloco para possíveis emergências
‐ Limitar ao máximo os exames no serviço de Radiologia dos doentes mais graves de modo a não negligenciar a sua vigilância ‐ Privilegiar o RX transportável e a ecografia na área de extrema urgência
‐ Privilegiar as técnicas de hemodiluição aguda assim como de recuperação de sangue ‐ E essencial manter os padrões habituais de segurança transfusional
‐ Convocar dadores
‐ Adaptar exames laboratoriais, reservando‐os aos feridos graves, seguindo protocolos (restritos mas sistemáticos) pré‐estabelecidos de modo a evitar o colapso do Serviço
‐ A farmácia hospitalar deve elaborar um plano permanente de gestão de “stocks “permitido a incorporação das reservas no consumo habitual evitando o desperdício de medicamentos e materiais de consumo
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8 ‐ Funcionamento da Instituição
Electricidade Telefone Água Gases medicinais Informática Tratamento de resíduos
‐ Fontes autónomas: activação, duração de autonomia ‐ Responsável: ‐ Número de chamada E.D.P.: ‐ Linhas telefónicas independentes ‐ Lugar onde se encontram os carregadores e os telemóveis de urgência ‐ Contacto Operador telefónico: ‐ Responsável: Responsável: Número chamada: Responsável: Número chamada fornecedores: Responsável: Número chamada empresa de manutenção: Responsável: Empresa: Número chamada:
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9 ‐ Comunicação
O Gabinete de Crise é responsável pela comunicação externa: Lista de números úteis e interlocutores exteriores em anexo Comunicação interna
‐ Entidades competentes (ARS, Direcção ‐Geral Saúde) ‐ INEM/CODU: informação permanente sob disponibilidade de camas ‐ Outros Estabelecimentos de Saúde: con‐tacto telefónico para transferência de doentes, envio de doentes em saída antecipada, etc. ‐ Familiares das vítimas: acolhimento espe‐cífico, informações ‐ Media: Comunicados de imprensa, conferência de imprensa pelo Gabinete de Crise ‐ Forças de Ordem ‐ Comunicar ao pessoal a natureza do acon‐tecimento que levou à activação do PEH e a sua evolução ‐ O plano de acções posto em prática para fazer face à situação e o papal dos diferentes profissionais
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10 – Caso particular de risco nuclear, radiológico, bacteriológico e químico (unicamente se for declarado o PEUS em razão de risco NRBQ)
Ver ficha específica NRBQ
À entrada da US: Reforço das forças de ordem para activar perímetro de segurança Isolamento do Hospital Formação do pessoal
‐ Sala de acolhimento específica para a des‐contaminação: retirar roupa e duche obrigatório ‐ Protecção do pessoal: batas, luvas, más‐caras, etc. Protocolo com a PSP e outras Forças de Ordem locais Manter fechadas portas e janelas Parar os circuitos de circulação de ar Manter o pessoal no seu posto de trabalho (circuito de informação e de transmissão de instruções especificas para cada caso O hospital deve proporcionar ao pessoal médico e de enfermagem do Serviço de Urgência formação em Centro especializado para o efeito (por exemplo através da Autoridade Nacional da Protecção Civil)
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11 – Formação do pessoal à gestão de crise1
‐ Nome e função dos responsáveis: ‐ Plano de formação da US em gestão de riscos e população alvo
12– Avaliação e reajustamento do PEUS1
A pertinência do PEUS é avaliada anualmente através de um exercício total ou parcial Auditoria interna /externa do PEUS com elaboração de relatório final
O conteúdo é reactualizado em consequência Avaliar aptidão do Plano Identificar quais os pontos a melhorar
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Anexo 3 Documentos e fichas constantes de um PEUS ‐ Ficha “Activação e desactivação do PEUS” ‐ Procedimento de alerta 24/24h ‐ Modalidades de comunicação interna e externa ‐ Ficha de convocação do GC ‐ Ficha de recomendações de chamada do Pessoal administrativo ‐ Lista do pessoal Médico e de Enfermagem existente na US, bem como das suas compe‐tências ‐ Lista de pessoal de Saúde já reformado da US ‐ Ficha do secretariado do GC ‐ E‐mail/ SMS de alerta do PEUS pré‐formatado ‐ Ficha de recomendações de acolhimento das famílias e media/planos acolhimento ‐ Procedimento de informação regular das famílias ‐ Plano do estacionamento do pessoal ‐ Plano do circuito das vítimas contaminadas ‐ Ficha acção do Coordenador médico ‐ Ficha acção da Enfermeira coordenadora ‐ Ficha de recomendações de chamada do pessoal de enfermagem e de acção médica ‐ Ficha de recomendações de chamada do pessoal médico ‐ Ficha de Espaços de Ampliação dos ares principais ‐ Ficha de recomendações do Bloco Operatório ‐ Ficha de recomendações do Serviço de maqueiros ‐ Ficha de recomendações da Lavandaria ‐ Ficha de recomendações do Serviço de Restauração ‐ Ficha de recomendações do Serviço de Aprovisionamento ‐ Ficha de recomendações do Serviço de tratamento e transporte de resíduos ‐ Ficha de recomendações dos Laboratório de análises ‐ Ficha de recomendações da Farmácia ‐ Ficha de recomendações do Serviço de organização da Segurança ‐ Documento riscos NRBQ ‐ Ficha de avaliação e percurso na US das vítimas ‐ Lista telefónica interna ‐ Plano de acesso à US e circulação externa ‐ Contacto entre as diferentes autoridades de saúde regionais e nacionais, dos hospitais da região e de outras instituições que possam colaborar com a US.