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C U R S O D E C A P A C I T A Ç Ã O P A R A L I C I T A Ç Õ E S E G E S T Ã O D E C O N T R A T O S D E

P R E S T A Ç Ã O D E S E R V I Ç O S

ORÇAMENTO

P L A N I L H A S D E Q U A N T I T A T I V O S E V A L O R E S U N I T Á R I O S

A u t o r e s : A d i l s o n F e r n a n d o D a l l E v e d o v e E l z a E m i I t a n i

V a l é r i a D ' A m i c o

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ORÇAMENTO

Adilson Fernando Dall Evedove / Elza Emi Itani / Valéria D'Amico

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SUMÁRIO I – ORÇAMENTO................................................................................................... 3 1 – PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA - CONDIÇÃO OBRIGATÓRIA ......................... 3

2 – ORÇAMENTO ESTIMADO EM PLANILHAS DE QUANTITATIVOS E PREÇOS UNITÁRIOS...................................................................................... 4

3 – EXEMPLOS DE ORÇAMENTOS DE SERVIÇOS.............................................5

4 – ADEQUAÇÕES DE ORÇAMENTOS ........85 – O ORÇAMENTO COMO BASE PARA DEFINIÇÃO DE FÓRMULA DE REAJUSTE DE PREÇOS UNITÁRIOS....................................................................................................................... 20

II – PREÇOS ........................................................................................................ 21 1 – MERCADO..................................................................................................... 21

2 – CLASSIFICAÇÃO DE PREÇOS..................................................................... 23

3 – FORMAÇÃO DO PREÇO............................................................................... 24

III – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS E PREÇOS .................................................... 26 1 – CONCEITOS IMPORTANTES ....................................................................... 26

2 – COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS .................................................... 26

3 – COMPOSIÇÃO DO PREÇO UNITÁRIO.............4 – PREÇOS e CUSTOS NOS SERVIÇOS TERCEIRIZADOS....................................................................... 29

5 – SITUAÇÕES DE PREÇO X CUSTO .............................................................. 32

ADENDO ANÁLISE DE EXEQUIBILIDADE DE PREÇOS PROPOSTOS.............................33

CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE DE PROPOSTAS PARA OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA ............................................................................ 34

DEFINIÇÃO E CÁLCULO DE QUARTIL .............................................................. 36

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I – ORÇAMENTO 1 – PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA - CONDIÇÃO OBRIGATÓRIA

PELA LEI N. 8666/93 Reproduzimos alguns artigos da Lei n. 8.666/93 que discorrem sobre o

orçamento:

“art. 7º -

parágrafo 2º – as obras e serviços somente poderão ser licitados quando:

I – houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório;

II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários;

“art. 40

parágrafo 2º – constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:

I – o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações técnicas e outros complementos;

II – orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;

IV – as especificações técnicas complementares e as normas de execução pertinentes a licitação.1.1 - Licitação de Serviços

Apesar do emprego da terminologia "projeto básico" constante da Lei n. 8.666/93, na licitação de serviços, usualmente, utiliza-se o documento "especificação técnica" dentre o conjunto de elementos elencados como necessários e suficientes, para caracterização dos serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações de estudos técnicos preliminares, definidos o método e o prazo de execução, com isso possibilitando a elaboração do custo dos serviços.

“art. 6º. para fins desta Lei, considera-se:

IX – Projeto Básico – conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:

..............

f) orçamento detalhado do custo total da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimento propriamente avaliados.”

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2 – ORÇAMENTO ESTIMADO EM PLANILHAS DE QUANTITATIVOS E PREÇOS UNITÁRIOS

É obrigatório o orçamento constar como anexo do ato convocatório (Edital).

A exigência legal traduz-se na elaboração de planilhas resumidas com a quantificação dos principais itens da obra/serviço e seus respectivos valores unitários e total.

Orçamento é a estimativa do total de gastos necessários para a aquisição de um bem, a execução de uma obra ou serviço.

Para elaborar o orçamento, é necessário definir:

− o quê (definição do objeto);

− como (descrição exata dos serviços – especificação técnica);

− onde (local de execução ou entrega); e

− quando (prazo de execução ou entrega).

Com base na exata definição do objeto, método de execução, condições, local e prazo pretendido, é possível obter o valor estimado de um bem, de uma obra ou serviço que se pretende adquirir/contratar.

O valor estimado no edital para contratação do serviço, sinaliza o montante que a contratante esta disposta a remunerar a contratada para a execução do serviço definido no objeto, no local indicado, da maneira descrita nas especificações técnicas, na qualidade requerida e no prazo estabelecido.

O valor estimado é o resultado da composição de todos os custos e despesas que envolvem o processo produtivo com as rotinas administrativa, comercial, jurídica, financeira, dentre outras, acrescidos das despesas legais e fiscais, assim como da incidência de uma taxa de remuneração que seja rentável e lucrativa. Representa o somatório de todos os gastos necessários para a produção e entrega do bem, obra ou serviço contratado. Exemplo: mão-de-obra, materiais, equipamentos, impostos, lucro, etc.

Portanto, o valor estimado deve obrigatoriamente constar no Edital da licitação, em forma de planilha de orçamento, cujos valores (unitários e total) servem para indicar valores para critério de aceitabilidade das propostas ofertadas.

Os estudos dos serviços padronizados pela Secretaria do Governo e Gestão Estratégica (SGGE) contemplam:

− especificação técnica dos serviços;

− unidades de medida; e

− valores referenciais que espelham a descrição de todos os serviços constantes das especificações técnicas.

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3 – EXEMPLOS DE ORÇAMENTOS DE SERVIÇOS

3.1 - Limpeza, Asseio e Conservação Predial

Situação: um órgão pretende inaugurar sua nova sede em um prédio situado na Rua A, n.º x99x – São Paulo-SP, que engloba uma área total de 15.000 m2 e área construída de 11.600 m2.

O Departamento de Serviços Gerais elaborou o memorial descritivo das áreas, classificando-as e especificando os serviços a serem executados, encaminhando a documentação ao Departamento de Suprimentos para as providências relativas à contratação de serviços de limpeza, asseio e conservação predial, para um prazo contratual de 30 (trinta) meses.

As áreas envolvidas para a limpeza são:

− áreas internas – pisos frios (limpeza diária): 10.000 m2;

− áreas internas – pisos acarpetados (limpeza diária): 1.600 m2;

− vidros externos s/risco(limpeza externa semestral): 200 m2;

− áreas externas – pisos pavimentados adjacentes (limpeza diária): 1.000 m2;

− áreas externas – varrição (limpeza semanal): 2.400 m2;

O objeto é: prestação de serviços de limpeza, asseio e conservação predial das instalações do Centro de Controle Operacional XYZ.

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Modelo – Orçamento Estimado – Planilha de Quantitativos e Preços Unitários

Iº = maio/01 (*)

Item Qtde. / un.

(1)

Valor unitário mensal

(R$/m2) (2)

Valor mensal (R$)

(3) = (1) x (2)

Prazo (meses)

(4)

Valor Total R$

(5)=(3 x 4)

Áreas Internas – Pisos frios 10.000 m2 1,78 17.800,00 30 534.000,00

Áreas Internas – Pisos acarpetados

1.600 m2 1,78 2.848,00 30 85.440,00

Áreas externas – Pisos pavim. Adjac./cont.

1.000 m2 0,88 880,00 30 26.400,00

Áreas externas – áreas verdes – freq. Semanal.

2.400 m2 0,17 408,00 30 12.240,00

Vidros externos – freq. sem.s/ risco

200 m2 0,44 88,00 30 2.640,00

Valor Total (4) 22.024,00 660.720,00

(*) valores referenciais da SGGE (R$/m2).

No edital haverá necessidade de a empresa apresentar a planilha da proposta.

Modelo de Planilha de Proposta de Preços (a ser preenchida pelos proponentes)

Iº = Maio/2001

Item Qtde./un.(1)

Valor unitário mensal

(R$/m2) (2)

Valor mensal (R$)

(3) = (1) x (2)

Prazo (meses)

(4)

Valor Total R$

(5)=(3 x 4)

Áreas Internas – Pisos frios 10.000 m2 30

Áreas Internas – Pisos acarpetados

1.600 m2 30

Áreas externas – Pisos pavim. Adjac./cont.

1.000 m2 30

Áreas externas – áreas verdes – freq. Semanal.

2.400 m2 30

Vidros externos s/ risco– freq. Sem.

200 m2 30

Valor Total (4)

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3.2 - Vigilância/Segurança Patrimonial

O objeto deste orçamento é: prestação de serviços de vigilância/segurança patrimonial para as instalações da unidade ABC.

Modelo: Orçamento Estimado – Planilha de Orçamento (Quantitativos e Preços Unitários)

(Io = Maio/2001)

(*)

Item Qtde. de posto/dia

(1)

Valor unitário (R$) (2)

Prazo (dias)

(3)

Valor total (R$)

(4)=(1)x(2)x(3)

Posto 44 horas semanais – 2ª a 6ª feira

5 73,06 652 238.175,60

Posto 12 horas diárias – diurno 2ªfeira a domingo

10 94,50 913 862.785,00

Posto 12 horas diárias – diurno – 2ªfeira a domingo

15 108,44 913 1.485.085,80

Total 2.586.046,40

(*) – valores referenciais da SGGE (R$/posto/dia)

Modelo de Planilha de Proposta de Preços (a ser preenchida pelos proponentes)

(Iº = Maio/2001)

Item

Qtde.. de posto/dia

(1)

Preço unitário( (R$)

(2)

Prazo (dias)

(3)

Preço total

(R$)

(4)=(1)x(2)x(3)

Posto 44 horas semanais – 2ª a 6ª feira

5 652

Posto 12 horas diárias – diurno – 2ªfeira a domingo

10 913

Posto 12 horas diárias – diurno – 2ªfeira a domingo

15 913

Valor total (R$)

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4 – ADEQUAÇÕES DE ORÇAMENTOS

Os preços referenciais dos serviços terceirizados foram compostos a partir de especificações técnicas elaboradas com base em métodos e procedimentos comumente praticados em cada segmento do mercado e padronizados quanto ao método executivo, produtividade de seus insumos básicos, freqüência média de utilização, coeficientes de consumo, jornada de trabalho exigida para cada situação, unidade de medida, dentre outros parâmetros.

Portanto, a composição de seus custos e preços unitários espelha a exata observância no cumprimento de todas as etapas, atividades envolvidas para execução do serviço.

As especificidades deverão ser consideradas se devidamente justificadas e aprovadas por autoridade competente, quanto a sua excepcionalidade, e, desde que pertinentes, adequando-se o conjunto de elementos que norteiam a elaboração do orçamento dos referidos serviços.

Lembramos que o Decreto n. 45.623, de 10/1/2001, em seu artigo 35, legisla sobre a obrigatoriedade de cadastramento dos contratos de serviços terceirizados e seus valores ajustados aos parâmetros referenciais disponibilizados pela SGGE.

Ressaltamos que, em situações constatadas de aumento de produtividade da mão-de-obra ou ganho de escala no consumo de insumos básicos verificados na prestação de um determinado serviço, ou até mesmo utilização de equipamentos especiais, tais como coletes a prova de balas para vigilância em locais de risco, os coeficientes poderão ser adequados nas respectivas composições de custos e preços unitários, atentando ao princípio precípuo de economicidade.

Exemplos de adequações:

a) limpeza, asseio e conservação predial com produtividades diferenciadas;

b) limpeza, asseio e conservação de áreas de vagões de trens;

c) posto de vigilância/segurança patrimonial com monitoramento eletrônico;

d) posto de vigilância/segurança patrimonial com cães de guarda;

e) transporte de funcionários, sob regime de fretamento contínuo, com veículos leves;

f) portaria 12 (doze) horas noturno de segunda a Domingo.

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4.1 - EXEMPLOS PRÁTICOS DE ADEQUAÇÃO ORÇAMENTÁRIA

As situações apresentadas de adequações orçamentárias terão como base

as composições de custos e preços unitários constantes do "Volume 3 -

Prestação de Serviços de Limpeza, Asseio e Conservação Predial - versão

maio/01 - revisão 06- Julho/01", que apresenta produtividades

conservadoras, devendo as mesmas serem adaptadas para situações

específicas. A seguir apresentamos o resumo da composição de custos e

preços para "Serviços de limpeza predial - Áreas Internas - Pisos Frios - (Produtividade: 550 m²)" extraído do referido trabalho, para

exemplificação de adequações orçamentárias:

Limpeza Predial - Áreas Internas - Pisos Frios (Produtividade: 550 m²)

Categoria Coeficiente de

participação (1/m2)

(1)

Preço Homem/mês (R$/mês)

(2)

TOTAL (R$/mês)

(1) x (2)

Faxineiro 1 / 550 938,51 1,71

Encarregado 1 / ( 30 x 550) 1,141,39 0,07

Total R$/m2 1,78

Memória de cálculo

Faxineiro R$ 938,51 x (1 : 550) = R$ 1, 71/m²

Encarregado de Faxineiro R$ 1.141,39 x [1 : (30 x 550)] = R$ 0,07/m²

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SITUAÇÕES VERIFICADAS

a) Áreas Internas - Pisos Frios (Produtividade: 650 m²)

Categoria Coeficiente de

participação (1/m2)

(1)

Preço Homem/mês (R$/mês) (2)

TOTAL (R$/mês)

(1) x (2)

Faxineiro 1 / 650 938,51 1,44

Encarregado 1 / ( 30 x 650) 1,141,39 0,06

Total R$/m2 1,50

Memória de cálculo

Faxineiro R$ 938,51 x 1 : 650 = R$ 1,44/m²

Encarregado de Faxineiro R$ 1.141,39 x 1 : (30 x 650) = R$ 0,06/m²

b) Áreas Internas - Pisos Frios (Produtividade: 800 m²)

Categoria Coeficiente de participação (1/m2)

(1)

Preço Homem/mês (R$/mês) (2)

TOTAL (R$/mês)

(1) x (2)

Faxineiro 1 / 800 938,51 1,17

Encarregado 1 / ( 30 x 800) 1.141,39 0,05

Total R$/m2 1,22

Memória de cálculo

Faxineiro R$ 938,51 x 1 : 800 = R$ 1,17/m²

Encarregado de Faxineiro R$ 1.141,39 x 1 : (30 x 800) = R$ 0,05/m²

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c) Áreas Internas - Pisos Frios (1 vez por semana)

Categoria Coeficiente

de participação (1/m2) (1)

Freqüência/mês (hora)

(2)

Valor Homem /hora

(R$/hora) (3)

TOTAL (R$/m2)

(1) x (2) x (3)

Faxineiro 1 / 550 4,35 x 8 = 34,8 4,90 0,31

Encarregado 1 / ( 30 x 550) 4,35 x 8 = 34,8 5,82 0,01

Total R$/m2 0,32

Memória de cálculo

1 vez/semana = 1 dia/semana = 4,35 dias/mês

Qtde de horas/mês = 8 horas/dia x 4,35 dias/mês = 34,8 horas/mês

Faxineiro R$ 4,90/h x 34,8 h x (1 : 550) = R$ 0,31/m²

Encarregado de Faxineiro R$ 5,82/h x 34,8 h x [1 : (30 :550)] = R$ 0,01/m²

d) Áreas Internas - Pisos Frios (2 vezes por semana)

Categoria Coeficiente

de participação (1/m2) (1)

Freqüência/mês (hora) (2)

Valor Homem

/hora (R$/hora)

(3)

TOTAL (R$/m2)

(1) x (2) x (3)

Faxineiro 1 / 550 8,7 x 8 = 69,6 4,90 0,62

Encarregado 1 / ( 30 x 550) 8,7 x 8 = 69,6 5,82 0,02

Total R$/m2 0,64

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Memória de cálculo

2 vezes/semana = 2 dia/semana = 2 x 4,35 dias/mês = 8,7 dias/mês

Qtde de horas/mês = 8 horas/dia x 8,7 dias/mês = 69,6 horas/mês

Faxineiro R$ 4,90/h x 69,6 h x (1 : 550) = R$ 0,62/m²

Encarregado de Faxineiro R$ 5,82/h x 69,6 h x [1 : (30 :550)] = R$ 0,02/m²

e) Vale-Transporte - 2 viagens/dia a R$ 1,00 por viagem

Cálculo do Custo da Mão-de-obra em função do Vale-Transporte

Dias de trabalho mensal : 26,1 dias

Valor do transporte urbano = R$ 1,00

Quantidade de passagens por dia: 2

Quantidade de passagens/mês = 52,22

Custo Total do Faxineiro

Faxineiro - Custo Salarial Total R$ 251,05

Custo de Encargos Sociais (70,81%) R$ 177,77

Benefícios - Vale-Transporte

Qtde. Viagens (2 viagens/dia x 26,10 dias) 52,22

Tarifa de ônibus urbano R$ 1,00

Valor mensal R$ 52,22

Parcela do empregado (6% do salário base) R$ 15,06

Custo Mensal - Vale Transporte R$ 37,16

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Memória de cálculo - Vale Refeição R$ 62,64

Memória de cálculo - Cesta Básica R$ 25,00

Memória de cálculo - Seguro Vida/Auxílio Familiar R$ 1,00

Memória de cálculo - Auxílio Creche R$ 0,05

Memória de cálculo - Uniformes R$ 17,43

Material de Limpeza e Equipamentos R$ 90,82

Memória de Cálculo - RESUMO

Salários R$ 251,05

Encargos Sociais R$ 177,77

Vale Transporte R$ 37,16

Vale Refeição R$ 62,64

Cesta Básica R$ 25,00

Seguro de via/Auxílio Funeral/Auxílio Familiar R$ 1,00

Auxílio Creche R$ 0,05

Uniformes/Equipamentos R$ 17,43

Material de Limpeza / Equipamento R$ 37,16

Custo Total / mês R$ 662,92

B.D.I. adotado : 24%

Preço mês do Faxineiro R$ 822,02

Custo Total do Encarregado de Faxineiro

Encarregado de Faxineiro ( 1 : 30) - Custo Salarial Total R$ 362,37

Custo de Encargos Sociais (70,81%) R$ 231,10

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Benefícios - Vale-Transporte

Qtde. Viagens (2 viagens/dia x 26,10 dias) 52,22

Tarifa de ônibus urbano R$ 1,00

Valor mensal R$ 52,22

Parcela do empregado (6% do salário) R$ 19,58

Custo Mensal - Vale Transporte R$ 32,64

Memória de cálculo - Vale Refeição R$ 62,64

Memória de cálculo - Cesta Básica R$ 25,00

Memória de cálculo - Seguro Vida/Auxílio Familiar R$ 1,00

Memória de cálculo - Auxílio Creche R$ 0,05

Memória de cálculo - Uniformes R$ 18,12

Material de Limpeza e Equipamentos R$ 90,82

Memória de Cálculo - RESUMO

Salários R$ 326,37

Encargos Sociais R$ 231,10

Vale Transporte R$ 32,64

Vale Refeição R$ 62,64

Cesta Básica R$ 25,00

Seguro de via/Auxílio Funeral/Auxílio Familiar R$ 1,00

Auxílio Creche R$ 0,05

Uniformes/Equipamentos R$ 18,12

Material de Limpeza / Equipamento R$ 107,84

Custo Total / mês R$ 804,76

B.D.I. adotado : 24%

Preço mês do Faxineiro R$ 997,90

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Resultado da adequação Vale-transporte: 2 viagens/dia a R$ 1,00/viagem

. Áreas internas - Pisos Frios (Produtividade: 550 m²)

Categoria Coeficiente de

participação (1/m2)

(1)

Preço Homem/mês (R$/mês)

(2)

TOTAL (R$/mês)

(1) x (2)

Faxineiro 1 / 550 822,02 1,49

Encarregado 1 / ( 30 x 550) 997,20 0,06

Total R$/m2 1,55

f) Limpeza predial de 2ª Feira a Domingo

Cálculo do Folguista

Número de dias trabalhados na semana = 7 dias

Horas de trabalho por semana = 8 h/dia x 7 dias/semana = 56 h/semanais

Jornada máxima semanal = horas normais = 44 horas semanais

Número de empregados necessários = 56 h/44 horas = 1,27

Dias de trabalho mensal: 30,44 dias Cálculo de Faxineiro - 2ª Feira a Domingo Memória de Cálculo - Mão-de-obra

Faxineiro (salário) R$ 251,05

Folguista (0,27) R$ 67,78

Custo Salarial Total R$ 318,83

Custo de Encargos Sociais (71,81%) R$ 225,76

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Benefícios - Vale-Transporte

Qtde. Viagens (4 viagens/dia x 30,44 dias) 121,76

Tarifa de ônibus urbano R$ 1,40

Valor mensal gasto com transporte R$ 170,46

Parcela do empregado (6% do salário) R$ 19,13

Custo Mensal - Vale Transporte R$ 151,33 Memória de Cálculo - Benefícios e Material

Memória de cálculo - Vale Refeição R$ 62,64 x 1,27 R$ 73,06

Memória de cálculo - Cesta Básica R$ 25,00 x 1,27 R$ 31,75

Memória de cálculo - Seguro Vida/... R$ 1,00 x 1,27 R$ 1,27

Memória de cálculo - Auxílio Creche R$ 0,05 x 1,27 R$ 0,07

Memória de cálculo - Uniformes R$ 17,43 x 1,27 R$ 22,13

Material de Limpeza e Equipamentos R$ 112,39

Memória de Cálculo - RESUMO

Salários R$ 318,83

Encargos Sociais R$ 225,76

Vale Transporte R$ 151,33

Vale Refeição R$ 73,06

Cesta Básica R$ 31,75

Seguro de via/Auxílio Funeral/Auxílio Familiar R$ 1,27

Auxílio Creche R$ 0,07

Uniformes/Equipamentos R$ 22,13

Material de Limpeza / Equipamento R$ 112,39

Custo Total / mês R$ 936,59

B.D.I. adotado : 24%

Preço mês do Faxineiro R$ 1.161,37

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Cálculo de Encarregado de Faxineiro - 2ª Feira a Domingo Memória de Cálculo - Mão-de-obra

Encarregado de Faxineiro (salário) (1 : 30) R$ 326,37

Folguista (0,27) R$ 88,12

Custo Salarial Total R$ 414,49

Custo de Encargos Sociais (71,81%) R$ 293,50

Benefícios - Vale-Transporte

Qtde. Viagens (4 viagens/dia x 30,44 dias) 121,76

Tarifa de ônibus urbano R$ 1,40

Valor mensal gasto com transporte R$ 170,46

Parcela do empregado (6% do salário) R$ 24,87

Custo Mensal - Vale Transporte R$ 145,59

Memória de Cálculo - Benefícios e Material

Memória de cálculo - Vale Refeição R$ 2,40 x 30,44 R$ 73,06

Memória de cálculo - Cesta Básica R$ 25,00 x 1,27 R$ 31,75

Memória de cálculo - Seguro Vida/Aux.FamR$ 1,00 x 1,27 R$ 1,27

Memória de cálculo - Auxílio Creche R$ 0,05 x 1,27 R$ 0,07

Memória de cálculo - Uniformes R$ 18,12 x 1,27 R$ 23,01

Material de Limpeza e Equipamentos R$ 134,01

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Memória de Cálculo - RESUMO

Salários R$ 414,49

Encargos Sociais R$ 293,50

Vale Transporte R$ 145,59

Vale Refeição R$ 73,06

Cesta Básica R$ 31,75

Seguro de via/Auxílio Funeral/Auxílio Familiar R$ 1,27

Auxílio Creche R$ 0,07

Uniformes/Equipamentos R$ 23,01

Material de Limpeza / Equipamento R$ 134,01

Custo Total / mês R$ 1.116,75

B.D.I. adotado : 24%

Preço mês do Encarregado de Faxineiro R$ 1.384,77

Resultado da adequação - Limpeza predial - 2ª Feira a Domingo Áreas internas - Pisos Frios (Produtividade: 550 m²)

Categoria Coeficiente de

participação (1/m2)

(1)

Preço Homem/mês (R$/mês)

(2)

TOTAL (R$/mês)

(1) x (2)

Faxineiro 1 / 550 1.161,37 2,11

Encarregado 1 / ( 30 x 550) 1.384,77 0,08

Total R$/m2 2,19

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g) Limpeza predial de 2ª Feira a Domingo

Áreas internas - com espaços livres / Saguão / Hall / Salão

(Produtividade: 800 m²)

Categoria Coeficiente de

participação (1/m2)

(1)

Preço Homem/mês (R$/mês)

(2)

TOTAL (R$/mês)

(1) x (2)

Faxineiro 1 / 800 1.161,37 1,45

Encarregado 1 / ( 30 x 800) 1.384,77 0,06

Total R$/m2 1,51

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5 – O ORÇAMENTO COMO BASE PARA DEFINIÇÃO DE FÓRMULA DE REAJUSTE DE PREÇOS UNITÁRIOS

O orçamento é um instrumento importante para a definição da fórmula paramétrica de reajuste de cada contrato, através da decomposição de seus custos estratificados conforme parcelas de maior relevância, como mão-de-obra direta , inclusos salários, encargos sociais e benefícios ,ou parte deles; materiais, equipamentos etc., assim como para definição dos índices e respectivos pesos que reflitam a evolução dos custos de produção dos serviços.

Entidades de pesquisas econômicas apresentam em suas publicações periódicas alguns índices especificamente compostos para determinados serviços terceirizados, a nível regional, que poderão ser observados e utilizados por refletirem a evolução mensal de custos de uma cesta de insumos básicos pertinentes a cada serviço, como poderá ser verificado na Revista Conjuntura Econômica, publicada pela FGV:

a) Índice de limpeza, asseio e conservação (Ilac) (exclusive mão-de-obra e encargos);

b) Índice de mão-de-obra de limpeza (Imol);

c) Índice de setor de vigilância e segurança (ISVS)

A Lei n. 8666/93, em seu artigo 40, inciso XI, define que o critério de reajuste deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais.

Na falta desses, a fórmula paramétrica de reajuste deverá considerar índices e respectivos pesos baseados na decomposição dos custos unitários dos respectivos serviços.

Ressalta-se, contudo, que, para os órgãos da Administração Direta e Autárquica do Estado de São Paulo, deve-se observar o disposto no Decreto n. 27.133, que estabelece a variação do índice de serviços gerais com predominância de mão-de-obra (Fipe), como base para reajustamento de preços contratados.

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II – PREÇOS

1 – MERCADO

1.1 - O QUE É PREÇO?

Numa economia de mercado livre, a oferta e a procura de bens e serviços descrevem o comportamento dos vendedores (produtores) e compradores (consumidores). Quando esses dois agentes se encontram no mercado, com seus desejos e objetivos próprios, estabelecem uma situação de equilíbrio, temporário, do qual resulta a determinação dos preços e quantidades de equilíbrio que maximizam o bem-estar individual e coletivo.

A obtenção desse objetivo pressupõe um elevado grau de competitividade entre os agentes econômicos envolvidos, em mercados atomizados, de bens e serviços homogêneos, informações transparentes e disponíveis etc.

Porém, essa situação ideal não existe, pois os mercados são, em geral, concentrados, pressupondo a presença de uma autoridade econômica reguladora, com normas para corrigir imperfeições na alocação de recursos e definição de preços equilibrados,

Assim sendo, as economias são, na grande maioria, mistas, onde uma parcela das decisões econômicas ocorrem no mercado e outras no âmbito das autoridades econômicas. Do ponto de vista microeconômico, há a presença regulamentadora do Estado, com legislações coibindo o abuso do poder econômico (código do consumidor). Do ponto de vista macroeconômico, a autoridade econômica atua no controle de preços, salários, juros e câmbio, objetivando a estabilidade de preços, crescimento econômico e uma melhor distribuição de renda, dentre outras metas.

1.2 - LEI DA OFERTA

A oferta de determinado produto ou serviço varia na razão direta dos seus preços, na unidade de tempo, mantidas as demais variáveis constantes, a partir de um nível de preços tal que seja suficiente para fazer face ao custo de produção do mesmo, até o limite superior de pleno emprego dos fatores de produção.

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Quando o preço reduz, a quantidade ofertada reduz.

1.3 - LEI DA DEMANDA

A quantidade procurada de determinado bem ou serviço varia na razão inversa de seus respectivos preços, mantidas as demais influências constantes, na unidade de tempo.

Quando o preço reduz, a quantidade demandada aumenta.

1.4 - EQUILÍBRIO DE MERCADO

Os vendedores (ofertantes) e compradores (demandadores) encontram-se no mercado para fazer suas transações, surgindo dessa força de negociação o equilíbrio de mercado que define o preço e a quantidade de equilíbrio.

A maximização do lucro do ofertante depende do mercado – concorrência perfeita ou imperfeita.

Na concorrência perfeita há grande número de vendedores e compradores. Os agentes não têm poderes para interferir nos preços, ou seja, cada um aceita o preço definido pelo mercado.

Quantidade demandada

R$

Curva de Demanda

Q 2

P 2

Q 1

P 1

Quantidade ofertada

Preço

Curva de Oferta

P 2

q 2 q 1

P 1

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Na concorrência imperfeita (monopólio, oligopólio etc.), os vendedores detêm o poder econômico, manipulando os preços, maximizando os lucros e alocando quantidades de recursos aquém da concorrência perfeita e impondo maior preço aos consumidores.

Dessa forma, o mercado imperfeito acaba encontrando um poder compensador, por meio de normas definidas pela autoridade econômica, formação de sindicatos de categorias econômicas/profissionais etc., que objetivam coibir o abuso de poder econômico e permitir uma melhor alocação de recursos.

Gráfico da Lei da Oferta e Procura

2 – CLASSIFICAÇÃO DE PREÇOS − Preço de mercado: corresponde ao resultado de pesquisa de mercado ou

consultas junto aos fornecedores.

− Preço exeqüível: corresponde ao valor “mínimo” suficiente para a execução de determinada obra ou serviço, isento da parcela correspondente ao lucro.

− Preço ofertado ou proposto: é o preço apresentado pelo proponente em uma determinada licitação. Para contratação por dispensa ou inexigibilidade de licitação é o preço proposto pelo futuro contratado para a realização de determinado fornecimento.

− O preço ofertado reflete o desejo do fornecedor como contrapartida na realização da obra ou serviço e é influenciado por vários fatores, tais como: conquista de mercado, recuperação de custos fixos, situação econômico-financeira etc.

− Preço de referência: é o preço calculado para uma determinada obra ou serviço, que reflete o justo equilíbrio entre as exigências estabelecidas na especificação técnica.

Ponto de equilíbrio Demanda

Preço Oferta

Quantidade de equilíbrio

Valor (R$)

Q e

P e

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3 – FORMAÇÃO DO PREÇO

3.1 – DEFINIÇÃO DE PREÇO

Conceitualmente, pode-se definir "preço" como resultado da soma de todos os custos e despesas, sejam elas diretas ou indiretas, fixas ou variáveis, envolvidas no processo de produção, controle administrativo e financeiro, estrutura de funcionamento, comercialização/vendas, marketing etc., montante esse acrescido de uma remuneração dos serviços prestados pela empresa contratante a seus proprietários, assim como dos recolhimentos de todas as despesas legais e fiscais. Em outras palavras, é a contrapartida financeira paga pelo contratante aos proprietários da empresa contratada pela efetiva prestação de seus serviços.

Na formação do preço, teremos a composição dos custos diretos dos serviços (mão-de-obra, materiais e equipamentos) como base de incidência dos demais custos e despesas indiretas, apropriados através de critérios de rateio, assim como a incidência de uma taxa de lucro sobre o total dos custos dos serviços. Após esse cálculo, incide-se o recolhimento de todas as taxas legais e fiscais pertinentes, como: ISSQN, ICMS, Cofins, dentre outros.

Isso posto, pode-se demonstrar a decomposição do preço pela seguinte fórmula:

− Preço = Custo Direto + BDI

− Preço = Custo Direto * (1 + BDI%/100)

O "BDI – Benefício e Despesas Indiretas" é um coeficiente incidente sobre o total dos custos diretos, com o intuito de ressarcir a contratada de todos os seus gastos com custos e despesas indiretas, despesas legais, despesas fiscais, despesas securitárias e outras, assim como remunerar o retorno de investimento aos proprietários das empresas, mediante a aplicação de uma taxa de lucro, pelo custo de oportunidade e risco do negócio. Para a contratada essa taxa de lucro é variável no tempo face a planejamentos empresariais no tocante a sua estruturação de custos operacionais e administrativos, carteira de serviços no mercado, conquista de mercado, dentre outras diretrizes empresariais para participação e ofertas de propostas comerciais de seus serviços.

Resumindo, BDI = Preço / custo.

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Os estudos elaborados pela SGGE tiveram seus preços referenciais elaborados com base em estudos técnicos dos serviços, possibilitando a padronizando das respectivas especificações técnicas dos serviços e, consequentemente, promovendo as composições de custos e preços unitários, baseadas na identificação, caracterização e quantificação dos principais insumos consumidos no processo produtivo, seus correspondentes coeficientes de consumo, pesquisa de preços de insumos praticados no mercado, consultas a balanços patrimoniais de empresas representativas do segmento de atividade extraindo indicadores de lucratividade, parâmetros percentuais para levantamento e posterior rateio de despesas indiretas, variáveis que são integrantes da composição da taxa de BDI.

Assim sendo, o preço de referência é obtido com base em composições de custos diretos, acrescidas das despesas indiretas, despesas legais e do lucro. É, portanto, o resultado da exata definição e especificação do bem ou serviço que se pretende adquirir e para que uma determinada empresa prestadora de serviços possa formular uma proposta de preço do serviço a ser executado, sendo necessário que a contratante tenha a definição exata do objeto que se pretende obter.

Para a administração, a planilha de orçamento representa o produto do somatório do "preço de referência" de cada item discriminado multiplicado pelos respectivos quantitativos, gerando o valor estimado para a reserva orçamentária e limite para o pagamento do objeto que se pretende contratar. Valores propostos superiores àqueles serão compulsoriamente desclassificados. Portanto, o preço de referência é o parâmetro de aceitabilidade dos preços propostos em uma determinada contratação.

− Decreto N.º 45.623, de 10 de janeiro de 2001

Artigo 35.Todos os contratos de serviços terceirizados deverão, obrigatoriamente, ser registrados no Cadastro de Serviços Terceirizados e seus valores ajustados aos parâmetros referenciais disponibilizados pela Secretaria do Governo e Gestão Estratégica.

3.1.1 – Valores Referenciais Existentes

Estudos de Serviços Terceirizados – Publicações da SGGE – (www.cadterc.sp.gov.br)

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III – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS E PREÇOS

1 – CONCEITOS IMPORTANTES

− Gasto – sacrifício financeiro para produção.

− Custo – todo gasto envolvido, direta ou indiretamente, na produção.

− Despesa – todo gasto relacionado com atividades associadas ou não a produção.

− Custo Direto (CD) – todo gasto decorrente de atividade desenvolvida na área de execução/prestação dos serviços, perfeitamente caracterizado, identificado e quantificado de forma a poder ser diretamente apropriado como custo de atividade específica do serviço. Ex. mão-de-obra operacional, materiais e equipamentos aplicados ou consumidos especificamente em cada atividade ou fase do serviço.

− Custo Indireto – todo gasto decorrente de atividade desenvolvida diretamente na área de prestação de serviços, perfeitamente caracterizado e identificado, mas que não tem condições de ser apropriado quantitativamente a uma fase ou atividade específica do serviço, neste caso devendo obedecer a um critério de rateio. Ex. Administração da sede ou local, comercialização, funcionamento da empresa, despesas fiscais e securitárias etc.

− Apropriação – ato de quantificar os insumos utilizados ou consumidos na execução de uma atividade.

− Atividade – parcela identificável de um serviço. Correspondente à execução de parte do produto final.

− Especificação Técnica – descrição da metodologia a ser aplicada para execução do serviço.

2 – COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS

Os custos diretos deverão ser caracterizados, identificados e quantificados de forma que espelhem a especificação técnica dos serviços, aplicando-se todos os seus custos com mão-de-obra, materiais e equipamentos diretamente utilizados e consumidos na execução de uma atividade.

Para exemplificarmos, desenvolvemos sucintamente a composição de custos e preços de uma pizza:.

− Primeiro passo: Definição do produto a ser adquirido:

• "Fornecimento semanal aos sábados de 3 (três) pizzas tipo mussarela."

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− Segundo passo: Definição da especificação técnica do produto, descrevendo o método de produção, insumos a serem utilizados e respectivos coeficientes de consumo, embalagem requerida, quantidade, local, prazo e horário para entrega.

• "O produto deverá ter o formato redondo e, conter no mínimo, 30 cm de diâmetro, massa preparada com 250 gramas de farinha de trigo, 300 miligramas de água e 5 gramas de sal refinado; 150 gramas de molho de tomate, conter recheio preparado com, no mínimo, 150 gramas de queijo tipo mussarela e 200 gramas de cebola, ingredientes esses que deverão ser assados por 5 minutos no forno a lenha. Quando retirados do forno, deverão ser acrescidos 50 gramas de azeitonas pretas por cima. Deverá ser acondicionado em forma de papelão, acondicionados em recipientes herméticos e isotérmicos, transportados e entregues semanalmente aos sábados na Rua XXXXXX, 1111 – Pinheiros."

− Terceiro passo: Elabora-se o cálculo do custo direto, dentro das especificações técnicas definidas.

• Para se produzir uma pizza tipo mussarela, são necessários:

a) Material - gêneros alimentícios 250 g de farinha de trigo 300 ml de água 150 g de mussarela 50 g de molho de tomate 200 g de cebola 50 g de azeitona 5 g de sal

b) Mão-de-obra 0,15 h de pizzaiolo 0,10 h de ajudante de pizzaiolo 0,10 h de forneiro

Obs.: 0,15 e 0,10 hora representam, respectivamente, 9 e 6 minutos.

c) Material - Diversos

1 un de Embalagem

Transporte (valor fixo por unidade)

O custo direto da pizza representa a quantidade dos ingredientes ou insumos utilizados/consumidos no processo, multiplicada pelos respectivos preços unitários, cotados através de pesquisa no mercado.

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3 – COMPOSIÇÃO DO PREÇO UNITÁRIO

Elencamos alguns custos e despesas que, embora envolvidos diretamente na produção, não são passíveis de apropriação quantitativa ao produto, devendo ser apropriado através de critério de rateio em função da escala de produção.

a) Equipamentos: Mesa de preparo; Faca, espátula, colher, pá de forneiro;

b) Instalações: Forno a lenha; Cozinha; Área de preparação; Salão de vendas.

Com base na especificação técnica, composição de custos, pesquisa de preços dos insumos no mercado, obtém-se o valor do custo direto do produto, que será a base de composição do preço unitário da pizza, após a aplicação de uma taxa ou coeficiente que ressarça o fornecedor de todos os demais gastos, tais como os custos indiretos, despesas indiretas, despesas legais, fiscais, securitárias, dentre outras, e também a remuneração dos serviços ao proprietário do negócio (BDI).

Pizza tipo Mussarela (IO = )

Mão-de-obra

Item Qtde.. Unidade Custo Unitário (R$)

Custo Total (R$)

Pizzaiolo 0,15 h /hora Forneiro 0,10 h /hora ajudante de pizzaiolo 0,10 h /hora Subtotal de salários Encargos Sociais ( %) Total da mão-de-obra

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Material - gêneros alimentícios Item Qtde.. Unidade Custo Unitário

(R$) Custo

Total (R$) Farinha de trigo 0,250 kg /kg Água 0,300 l /l Queijo mussarela 0,150 kg /kg molho de tomate 0,050 kg /kg Cebola 0,200 kg /kg Azeitona 0,050 kg /kg sal refinado 0,005 kg /kg Subtotal de materiais - gêneros alimentícios

Material - diversos Item Qtde.. Unidade Custo Unitário

(R$) Custo

Total (R$) Embalagem 1 un /un Transporte (valor fixo) 1 un /un Subtotal de materiais - diversos Total de custos diretos (MO + Materiais) - R$ BDI ( %) Preço Unitário (R$)

4 – PREÇOS e CUSTOS NOS SERVIÇOS TERCEIRIZADOS

Para efeito de composição de preços, preço é definido como o resultado da soma dos custos diretos + custos e despesas indiretas + lucro + encargos fiscais, ou seja, é a retribuição paga pelo contratante pela prestação de um serviço para uma empresa contratada.

Preço = custo direto + BDI

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4.1 – CUSTOS NOS SERVIÇOS TERCEIRIZADOS Custo é o somatório dos gastos necessários para a produção e

comercialização de um determinado bem, obra ou serviço.

Portanto, custo direto é o valor dos insumos utilizados ou consumidos diretamente em uma atividade, que pode ser identificado e quantificado diretamente na execução, tais como:

− mão-de-obra (salários diretos, encargos sociais e benefícios);

− materiais de consumo diretamente aplicados no escopo contratado (produtos de limpeza, uniformes etc.);

− equipamentos diretamente utilizados (aspirador de pó, enceradeiras, revólveres, veículos etc.)

Os custos diretos são produto de composição de custos, cujos valores dos insumos componentes do objeto são aferidos mediante pesquisas de mercado.

− Mão-de-obra

a) salário

• piso salarial de cada categoria (acordo/dissídio/convenção coletiva de trabalho) ou pesquisa no mercado de trabalho.

• CF/88

b) encargos sociais

• Legislação

• CLT

• Acordo/dissídio/convenção coletiva de trabalho

• CF/88

c) benefícios

• CF/88

• Acordo/dissídio/convenção coletiva de trabalho

• CLT

− Materiais

• Pesquisa de preços no mercado (incluso frete e impostos)

• Consulta em revistas especializadas (incluso frete e impostos)

− Equipamentos

• Pesquisa de preços no mercado (incluso frete e impostos)

• Consulta em revistas especializadas (incluso frete e impostos)

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4.2 – PREÇOS UNITÁRIOS NOS SERVIÇOS TERCEIRIZADOS

Preço = custos + BDI

4.2.1 – BDI – Benefício e Despesas Indiretas

O "BDI – Benefício e Despesas Indiretas" é um coeficiente que é aplicado aos custos diretos da obra ou serviço que resultará na formação do preço final do objeto.

A taxa de despesas indiretas aplicada sobre os custos diretos visa a ressarcir a contratada de todos os gastos com seus custos indiretos, despesas diretas e indiretas envolvidas na execução dos serviços.

A taxa de lucro é a expectativa do benefício ou retorno financeiro esperado pelo empreendedor, que pode ser visualizada no balanço da empresa.

As despesas legais são taxas fiscais e securitárias que incidem sobre o faturamento/receita bruta, tais como ISS/ICMS, PIS, Cofins, Seguro de Responsabilidade Civil etc.

As contribuições relativas a PIS/Pasep e Cofins são fixas em termos percentuais sobre o faturamento da empresa.

As alíquotas e a base de cálculo do fato gerador a título de ISS e ICMS são variáveis de acordo com a região e o produto. Essas taxas diferentes influenciam no preço a ser ofertado.

Custos indiretos ou despesas indiretas são aqueles gastos cujo somatório é rateado de forma proporcional nas diversas frentes de trabalho que a empresa encontra-se atuando, tais como custos da administração, treinamentos, supervisão, medicina e segurança do trabalho etc.

As despesas indiretas são obtidas pela média percentual de incidência calculadas sobre os custos diretos. Geralmente podem ser extraídos dos balanços financeiros das empresas do ramo.

Assim sendo, as despesas indiretas, pela razão de não poderem ser diretamente apropriadas, incorporam o coeficiente do "BDI – Benefício e Despesas Indiretas".

BDI

Preço = custo direto + despesas indiretas + lucro + despesas legais

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5 – SITUAÇÕES DE PREÇO X CUSTO

− Preço maior que o Custo

Em função da fixação do preço e comparada a relação preço e custo teremos as suas possibilidades e sua análise com relação às empresas prestadoras e contratantes.

E a situação normal. Dentro de uma economia normal de mercado livre, os fornecedores sempre objetivarão a minimização dos custos e maximização dos lucros.

− Preço igual ao Custo

Ocorre em situações em que o fornecedor pretende conquistar novos mercados, procurando colocar maiores quantidades e “zerando” o lucro.

− Preço menor que o Custo

Ocorre em ocasiões de redução de demanda, de recessão econômica. O fato de o preço ser menor que o custo não implica, necessariamente, prejuízo financeiro, pois alguns itens de custo, tais como despesas de depreciação, previsão de encargos fiscais, aprovisionamento dos encargos sociais e trabalhistas etc. não são monetários, isto é, não implicam saída de caixa. No entanto, essa situação acarretará prejuízo econômico (deterioração de equipamentos e instalações, estagnação tecnológica etc.)

Para situação de reequilíbrio econômico – financeiro.

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ADENDO

ANÁLISE DE EXEQÜIBILIDADE DE PREÇOS PROPOSTOS

2.1) Diligenciar a proponente para comprovação da exeqüibilidade.

2.2) Comparar a composição demonstrada pelo proponente com as composições de custos unitários e BDI da contratante.

2.3) Verificar se os valores dos insumos (salários, encargos sociais, benefícios, materiais de consumo etc.) adotados são compatíveis com o mercado.

2.4) Verificar se os quantitativos dos insumos (mão-de-obra, materiais, equipamentos etc.) adotados são compatíveis com a execução do objeto.

2.5) Verificar os encargos legais (alíquotas de ISS/ICMS, PIS, Cofins, Seguro de Responsabilidade Civil);

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ADENDO

CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE DE PROPOSTAS PARA OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA (§ 1º acrescido ao artigo 48 - inciso II pela Lei n. 9.648, de 25/5/98)

− Critério de exeqüibilidade : – menor preço – art. 48 – inciso II – parágrafo 1º

• 1º passo: calcular o valor de 70 % de:

a.) média aritmética dos valores propostos superiores a 50% do valor orçado:

a.1) desconsiderar propostas cujos valores sejam menores que 50% do valor de referência;

a.2) desconsiderar propostas cujos valores sejam maiores que o valor orçado;

a.3) das propostas restantes, calcular a média aritmética.

Valor orçado pela Administração

(Valor referencial) média aritmética

das propostas

50% Valor orçado pela Administração a.4) calcular 70% média aritmética obtida no item anterior, que será considerado

como o 1º limite de exeqüibilidade das propostas.

Valor orçado pela Administração (Valor referencial)

70% da média aritmética 1º limite de das propostas exeqüibilidade

Valores de propostas

desconsideradas

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b) valor orçado pela administração

Valor orçado pela Administração (Valor referencial)

70% Valor orçado = 2º limite de exeqüibilidade

b.1) o valor encontrado de 70% do valor orçado pela administração (valor referencial estabelecido) será considerado o 2º limite de exeqüibilidade:

• 2º passo : comparar os 2 limites de exeqüibilidade ( a.4 e b.1);

• 3º passo : o menor valor encontrado será utilizado como critério de desclassificação de propostas por serem considerados manifestamente inexeqüíveis.

2º limite de 1º limite de < ibi exeqüibilidade

exeqüibilidade

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ADENDO DEFINIÇÃO E CÁLCULO DE QUARTIL Quartil é uma medida de tendência central que divide uma série de valores ordenados de forma crescente em quatro partes iguais. Para comparar os preços praticados entre serviços comuns, os itens foram classificados e separados em amostras distintas e, então, aplicados ao recurso estatístico dos quartis, em que as amostras são divididas em quatro partes e ordenadas de forma crescente de preços unitários contratados.

25% - 1ª parte

25% - 2ª parte

25% - 3ª parte

25% - 4ª parte

1º Quartil 2º Quartil 3º Quartil 4º Quartil Isso posto, convencionou-se para fins de controle dos contratos terceirizados que: - a primeira parte (25% ou um quarto dos contratos) é o 1º quartil; - a segunda parte (25% ou segundo quarto dos contratos) é o 2º quartil; - a terceira parte (25% ou terceiro quarto dos contratos) é o 3º quartil; - a quarta parte (últimos 25% dos contratos) é o 4 quartil. O valor situado no limite superior do 2º quartil é a mediana; O valor situado no limite superior do 3º quartil é o máximo aceitável para limite aceitável . Os valores da amostra, coletada e ordenada de forma crescente, que estão situados entre a mediana e o 3º quartil representam o 3º quartil. O limite superior do 3º quartil aponta que 75% dos valores da amostra está igual ou abaixo desse valor. Mediana Limite do 3º quartil

25% - 1ª parte

25% - 2ª parte

25% - 3ª parte

25% - 4ª parte

1º Quartil 2º Quartil 3º Quartil 4º Quartil

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Se 75% dos contratos possuem preços unitários abaixo do limite do 3º quartil, demonstrando-se economicamente viáveis, por que admitir preços acima desse limite ? Portanto, os preços dos 25% dos contratos situados acima do limite do 3º quartil devem ser objeto de reavaliação, negociação ou devidamente justificados (especificidades). EXEMPLO: Valores unitários de Limpeza Predial - Áreas Internas - Pisos Frios (R$/m²) Valores unitários Valores unitários (Amostra) em ordem crescente

1,08 1º 0,98 1,10 2º 1,05 0,98 3º 1,08 1,45 4º 1,10 1,78 5º 1,11 1,58 6º 1,14 1,60 7º 1,28 1,05 8º 1,30 1,14 9º 1,32 1,28 10º 1,40 1,30 11º 1,45 1,40 12º 1,46 1,55 13º 1,55 1,32 14º 1,58 1,46 15º 1,60 1,11 16º 1,78

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Distribuição dos valores em quatro partes iguais (QUARTIS)

0,98 1º Quartil 1,05

1,08 1,10 1,11

2º Quartil 1,14 1,28 1,30 1,32

3º Quartil 1,40 1,45 1,46 1,55

4º Quartil 1,58 1,60 1,78

Mediana = (1,30 + 1,32) / 2 = 1,31

Valor limite do 3º quartil


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