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O Ombro do Atleta

Ronaldo Alves da Cunha

ANATOMIA E BIOMECÂNICA

ANATOMIA E BIOMECÂNICA

� Estabilizadores do ombro:

ESTÁTICOS DINÂMICOS

Congruência articular Manguito rotator

Versão articular Bíceps braquial

Lábio Glenoidal Força Negativa

Cápsula e ligamentos Mov. escapulotorácico

ANATOMIA E BIOMECÂNICA(Estabilização Dinâmica)

Manguito Rotador

tendão longo do bíceps

subescapularsupraespinal

supraespinal

redondo

menor

infraespinal

ANATOMIA E BIOMECÂNICA(Estabilização Dinâmica)

ANATOMIA E BIOMECÂNICA(Estabilização Dinâmica)

Bíceps/Deltóide

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ANATOMIA E BIOMECÂNICA(Estabilização Dinâmica)

Movimentos escapulares

ANATOMIA E BIOMECÂNICA(Estabilização Dinâmica)

Músculos escapulares

ANATOMIA E BIOMECÂNICA(Estabilização Dinâmica)

Músculos escapulares

Levantador da escápula

Rombóide menor

Rombóide maior

Trapézio

Deltóide

ANATOMIA E BIOMECÂNICA(Estabilização Dinâmica)

Manguito Rotador:

o Centro da cabeça umeral desvia 0,3 mm do centro daglenóide durante a abdução no plano da escápula

o Fadiga dos mm. do manguito rotador: migraçãosuperior de 2,5 mm da cabeça umeral

Hayes et al, 2002

ANATOMIA E BIOMECÂNICA(Estabilização Dinâmica)

Bíceps Braquial :

o a compressão da GU através do rebaixamento dacabeça do úmero

o contribui para estabilidade do ombro tanto quanto osmm. do manguito rotador individualmente

Hayes et al, 2002

ANATOMIA E BIOMECÂNICA(Estabilização Dinâmica)

Mm. Escapulares:

o Sincronia entre rotação escapular e elevação umeral:alinhamento da fossa glenóide e cabeça do úmero

o Estabilidade da escápula = plano seguro

Hayes et al, 2002

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ANATOMIA E BIOMECÂNICA(Estabilização Dinâmica)

o Movimento assimétrico da escápula é visto em 64%das pessoas com instabilidade ântero-inferior

DISCINESIA INSTABILIDADE

Hayes et al, 2002

ANATOMIA E BIOMECÂNICA(Estabilização Estática)

Cápsula Articular:

o Diversas camadas de feixes de fibras de colágeno,diferentes em forma e orientação

o Porção ântero-inferior espessa e mais forte (tensa em ABD eRL)

o Os ligamentos GU são extensões da cápsula

Hayes et al, 2002

ANATOMIA E BIOMECÂNICA(Estabilização Estática)

ANATOMIA E BIOMECÂNICA(Estabilização Estática)

Cápsula Articular

ANATOMIA E BIOMECÂNICA(Estabilização Estática)

� Ligamentos:

- glenoumeral superior: limita translação ant/inf durante adução

- glenoumeral médio: limita a translação anterior durante abdução (60°- 90°)

- glenoumeral inferior (maior e mais forte lig. GU): limita translação ant, post e inf durante abdução > 45°

� banda anterior, banda posterior

Hayes et al, 2002

ANATOMIA E BIOMECÂNICA(Estabilização Estática)

A P

PB AB

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ANATOMIA E BIOMECÂNICA(Estabilização Dinâmica)

� Propriocepção

o Cápsula e ligamentos glenoumerais

- Órgão terminal de Ruffini� Adaptação lenta

� Informa posição articular estática e dinâmica

� Detecta alterações de direção, amplitude e velocidade dos movimentos

- Corpúsculos de Paccini� Adaptação rápida

� Identifica alterações na tensão

� Monitora aceleração e desaceleração da tensão dos ligamentos

(Vangness, 1994)

E o ombro do atleta????

American Medical Association

• Contato – Boxe, futebol, basquete,

handebol e futebol americano

• Não-contato– Tênis, natação, golfe,

voleibol e lançamentos no atletismo

Problemas na região do ombro:

• 66% dos nadadores

• 57% dos jogadores de beisebol

• 50 % dos tenistas profissionais

• 44% dos de voleibol

• 7 % dos golfistas

– Grande incidência de lesões é acarretada por excesso de treinos e pela própria exigência do esporte.

(Scovazzo et al., 2000)

Principalmente nos esportes de arremesso

Nos esportes de arremesso:

• As lesões de MMSS giram em torno de 75% do total e a articulação do ombro é a região mais afetada

– Na natação:

• Dor no ombro em 63,4%

– No atletismo:

• Os arremessadores apresentam 50% das lesões ao nível do tronco e MMSS

(Cavallo e Speer, 1998)

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O arremesso:

• É um movimento balístico do membro superior, no qual o seu centro de massa ou objeto externo é propelido para fora do centro de massa do corpo.

(Ejnisman et al., 2001)

O arremesso:

• Apresenta características específicas em relação à:

– intensidade

– frequencia dos movimentos

• Predispões a lesões da estrutura do ombro

(Ejnisman et al., 2001)

Tipos de arremesso:

• Inferior:

– Caracteriza-se por um movimento de superior para inferior do braço.

(Ejnisman et al., 2001)

Tipos de arremesso:

• Superior:

– Caracteriza-se pela rotação do úmero com o membro superior em qualquer posição

(Ejnisman et al., 2001)

Tipos de arremesso:

• Lateral:

– É caracterizado não pela ação do ombro e sim pela limitação dos movimentos (abdução)

(Ejnisman et al., 2001)

Fases do arremesso

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Fases do arremesso:

• Posicionamento:

– O atleta segura a bola ou posiciona-se à espera da mesma

(Ejnisman et al., 2001)

Fases do arremesso:

• Preparação:

– Inicio: segurando a bola com duas das mãos

– Término: com a saída da bola de uma das mãos

(Ejnisman et al., 2001)

Fases do arremesso:

• Armação precoce:

– Inicio: saída da bola da mão

– Término: contato do pé não dominante no solo

(Ejnisman et al., 2001)

Fases do arremesso:

• Armação tardia:

– Inicio: contato do pé não-dominante no solo

– Término: até a máxima rotação lateral

(Ejnisman et al., 2001)

Fases do arremesso:

• Aceleração:

– Inicio: máxima rotação lateral

– Término: soltura da bola

(Ejnisman et al., 2001)

Fases do arremesso:

• Desaceleração:

– Inicio: soltura da bola

– Término: retorno à posição inicial

(Ejnisman et al., 2001)

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Especificidade do esporte As braçadas na natação:

• Conceitualmente são movimentos de arremesso

• Atletas de alto nível realizam:

– 16.000 braçadas semanais, percorrendo 20.000 metros/dia

(Scovazzo et al., 2000)

As braçadas na natação:

• Entrada:

• Batida:

• Propulsão:

• Recuperação:

(Scovazzo et al., 2000)

No Handebol:

• Os atletas realizam cerca de 48.000 arremessos por temporada

• Com velocidade média de 130 Km/h

(Aloza et al., 1998)

Tênis:

• Apresenta variações do arremesso dependendo do golpe

– Saque

– Forehand

– Backhand

Kibler et al., Clin Sports Med 2000;9:781–792

Forehand e backhand:

• Preparação:

• Aceleração:

• Finalização:

Kibler et al., Clin Sports Med 2000;9:781–792

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Tênis:

Esporte com demanda de grandes energias

• Grandes energias geradas:

até 4000 W de energia em cada saque

• Grandes Velocidades angulares atingidas:

� rotação de tronco - 350º/seg

� adução horizontal do ombro– 1150º/seg

� rotação medial do ombro – 1700º/seg

Kibler et al., Clin Sports Med 2000;9:781–792

Tênis:Esporte com demanda de grande sobrecarga

• A execução do movimento no tênis é gerada entre 0,4 – 0,6 seg

• Promove uma grande aceleração do ombro (de 0 a 64 Km/h)

• Gera uma velocidade na bola de 193 a 249 Km/h

• 54% da força total é gerada pelo sistema perna/quadril/tronco

• Ombro é o funil da cadeia cinética (regulador de força)

Kibler et al., Clin Sports Med 2000;9:781–792

Mecanismos de lesão:

• Atraumático:– arremessadores em esporte

de não-contato (beisebol, natação, tênis e vôlei)

• Traumático:– Diretos e indiretos (esportes

que priorizam contato físico)

– Judô, rúgbi e jiu-jitsu

E a lesão??

• Muitas vezes ultrapassa-se o limite fisiológico do ombro

ADM de Rotação Medial Membro Dominante:

GIRD (Glenoumeral Internal RotationDeficit):

Adaptação natural do ombro desenvolvida em atletas arremessadores, atribuída a microtraumas repetitivos:

- contratura da banda posterior-inferior:

perda de RM > ganho de RL (patológico)

- retroversão do úmero proximal:

perda de RM = ganho de RL (fisiológico)

LINTNER et al, 2007 e MYERS et al, 2006

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Desequilíbrio muscular:

•Atletas arremessadores apresentam um desequilíbrio na razão de torque de Rot. Laterais e Rot. Mediais

• Maior força dos Rot. Mediais (RM)

• Menor força do Rot. Laterais (RL)

• Valor normativo: RL = 2/3 RM

Ellenbecker et al., J Sci Med Sport 2003;6(1):63-70.

Ellenbecker et al., JOSPT 1999;29(5):275-281.

• Aceleração do movimento � Rotadores mediais (concêntrico)

• Desaceleração do movimento � Rotadores laterais (excêntrico)

Rotadores laterais fracos � Estresse glenoumeral anterior excessivo

(instabilidade, lesões de manguito)

Desequilíbrio muscular:

Yildiz et al., Scand J Med Sci Sports2006;16:174–80

Mecanismo de “Peel-Back”:

� Atividades Repetitivas acima da cabeça (arremesso)

o atividade excêntrica do bíceps durante a fase dedesaceleração do arremesso

oMecanismo “Peel-Back”

- Fase de armação tardia do arremesso

- abdução (90 graus) + máxima rotação externa

- Torção na base do bíceps

- Transmissão força torsional

(Andrews, 1985)

(Burkhart, 1998)

Mecanismo de “Peel-Back”:

Tendão da cabeça longa do bíceps Mecanismo “Peel-Back”

Gesto esportivo

Prevenção:

Reequilíbrio Muscular

• Manguito Rotador

• Estabilizadores de escápula

• Estabilizadores de tronco

Melhora da ADM de RM

Sintomatologia:

• Dor

• Localização:– ântero-lateral sugestiva de síndrome

de impacto,

– pode ser secundária à instabilidade glenoumeral

• Afeta também atletas amadores e recreacionais

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Lesões mais comuns Lesões mais comuns:

• Luxações

• Tendinopatias

(Ejnisman et al., 2001)

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