Download - Odisseia em Revista - 5
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Edição especial de fim de ano / 2011—Nº 05
www.cpodisseia.com/odisseiaemrevista
Por Kleber Insaurrade
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Direção Geral
Marcelo Lambert
Redação
Raquel Lambert
Criação e Diagramação
Leandro Zermiani
Web Design
Leandro Zermiani
Colaboradores nesta edição
Audrey Maceá
Kleber Insaurrade
Marici Harumi Bando
Samuel Candido de Oliveira
Thiago Abramson
Vanilson Fickert
Marketing e Circulação
Leandro Zermiani
Alexandre Abramson
Central de atendimento
Equipe
Editorial - 03
Qualidade de Vida - 06
Turismo - 08
Literatura - 14
Engenharia de Alimentos - 16
Filosofia - 18
Psicologia - 19
Sumário
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2012 - UM ANO DE MUDANÇAS
Pensar um novo ano é sempre a busca de novas metas, sonhos, desejos e principalmente a perspecti-
va de melhorar e rever posturas e atitudes que avaliamos ser inadequadas diante de nossas vidas.
Mas a pergunta que cabe é porque esperamos o final do ano para essas reflexões? Porque não adotar
posturas libertárias e fundamentalmente emancipadoras para nossas vidas todos os dias?
Outra questão importante a pesar é o fato do quanto normatizamos nossas vidas sobre a perspectiva
calendárica, e com isso momentos tão importantes passam e nem percebemos, é fundamental viver inteiros,
buscar diariamente a felicidade e a construção de um mundo justo e igualitário, onde a prioridade humana
seja a fraternidade e a união dos povos.
Querer um mundo para todos, significa, diariamente lutar pela construção de uma sociedade onde o
conhecimento seja verdadeiramente democratizado e as oportunidades não se transformem em artigo de
luxo destinado para poucas pessoas.
Espero, profundamente, que 2012 seja a materialização de ações concretas para transformação efetiva
de nossa sociedade. Hoje muito se fala sobre o calendário Maia e o final dos tempos em 21 de dezembro de
2012, mas sem dúvida nenhuma 2012 não representa o final e sim o início de uma Nova Era, em dezembro
vai ser o final de um ciclo e início de um novo, temos sempre que visualizar um mundo com possibilidades
reais de sonhar, e pensar um mundo com prazo de validade e fazer com que o hoje deixe de existir.
Quando o CENTRO DE PESQUISAS ODISSEIA foi idealizado o objetivo principal e determinante
para o nosso trabalho era levar conhecimento livre para o maior número de pessoas possível, pensamos e
percebemos que essa é nossa vocação e partindo desse pressuposto desejamos a todos vocês através de nos-
sos projetos uma possibilidade real de emancipação humana, portanto, nós do ODISSEIA, vislumbramos
um ano de 2012 repleto de realizações e conquistas.
Vamos continuar juntos nessa jornada, onde o limite dessa estrada seja a vitória de todos nós, vitória
essa que é simbolizada pela palavra trabalho, honestidade e determinação.
Em nome de todo CENTRO DE PESQUISAS ODISSEIA, eu desejo a todos um FELIZ NATAL e
um PRÓSPERO ANO NOVO.
MUITA LUZ – MUITA LUZ – MUITA LUZ
MARCELO LAMBERT
www.marcelolambert.com
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CENTRO DE PESQUISAS ODISSEIA
Nossa missão é a democratização do conhecimento e a luta constante
pela emancipação humanas, através da contínua busca de respostas e
construções de questionamentos que levará a humanidade a um equilí-
brio mental, físico e espiritual.
Visite nosso site:
w w w. c p o d i s s e i a . c o m
Conheça nossos projetos
C14 Antáres
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Civilização Maia História e Pensamento
Adquira o livro do Professor Marcelo Lambert pelo site:
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CAMINHADA + CORRIDA = QUALIDADE DE VIDA
A forma mais acessível e barata de exercício físico é a caminhada. Ela é a atividade mais segura e
prazerosa, prepara o seu corpo para um maior estímulo, pode ser praticada por iniciantes, sedentários e obe-
sos e é o primeiro passo para todos os tipos de corrida.
Para iniciar qualquer prática esportiva é muito importante a consulta com um especialista de prefe-
rência da área esportiva para avaliações médicas, dando assim parâmetros para o professor de Educação
Física exercer sua atividade dentro dos objetivos de cada indivíduo.
Existem poucos cuidados para a prática, mas é bom evitar terrenos com inclinações, preservando as
articulações, tênis e roupas leves as mesmas recomendadas para corridas, respeitando o tipo de pisada e
favorecendo a transpiração.
Pronto!Você já está apto para iniciar uma atividade física prazerosa ao lado de amigos, inicie com
alongamento preparando os músculos e as articulações para o exercício, caminhe no máximo 30 ou 40 mi-
nutos em ritmo leve, à medida que for evoluindo aumente a intensidade da caminhada, e só depois
(converse com seu treinador) alterne com alguns minutos de trote.
Agora, ao iniciar a corrida procure terrenos mais macios, esteira, grama, terra batida, pedrisco e as-
falto, essa é a sequência de terrenos para a corrida por grau de dificuldade.
A hidratação é muito importante em qualquer fase da caminhada e da corrida, consuma próximo de
200 ml a cada 20 ou 30 minutos, isso irá favorecer o bom funcionamento do coração, dando aos músculos a
energia que precisam para se movimentar.
Os benefícios da caminhada e da corrida são muitos:
Fortalecimento do coração, por se tratar de uma atividade aeróbia, freqüência arterial em repouso mais bai-
xa, normalização da pressão arterial, tendo um coração mais sadio, diminuindo o risco de um infarto do
miocárdio em até 40%.
Amplia a capacidade de funcionamento dos pulmões, aumentando a capacidade de absorver mais
oxigênio (vo² máximo), melhora o fluxo de oxigênio para o cérebro, ajudando na capacidade de lidar com o
estresse, auxilia na manutenção e na recuperação da auto-estima, reduzindo a ansiedade, a depressão, pelo
aumento dos níveis da serotonina, melhora na qualidade do sono.
Aumento de massa muscular, força e resistência, manutenção do peso corporal, regula os níveis de
açúcar no sangue (abaixa a glicose, deixando as células mais sensíveis à insulina), previne a osteoporose,
aumento do colesterol bom (HDL), diminuição do ruim (LDL), favorecendo a diminuição dos triglicerí-
deos, maior integração social (aumento do círculo de amizades), tudo isso aliado a uma alimentação balan-
ceada, trará ganhos a sua qualidade de vida!
Seu corpo vai mudar, sua vida vai mudar e até sua maneira de ver o mundo, você deve estar prepa-
rado para as mudanças que chegarão e estar motivado e motivos aqui não faltaram!
Então, saiam do sofá!
Professor: Kleber Insaurrade
Cref: 025736-G/SP
Email: [email protected]
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Turismo
Olá Caroneiros
Dezembro é a época das Festas de Fim de Ano – Na-
tal e Reveillon. Para quem está na área do turismo,
como este turismólogo que escreve, é a época de fé-
rias e viagens também (claro, para os outros, pois é
quando trabalhamos muito) pois coincide com o nos-
so início de verão.
Em nosso país somente agora as viagens tornaram-se
acessíveis a uma parcela maior da população e o tu-
rismo deixou de ser um artigo de luxo. Fruto de nos-
sa incapacidade de pensar a longo prazo sofremos
com a infraestrutura deficiente, em especial nossos
aeroportos e malha aérea.
Portal de Gramado - RS
Mas voltemos ao nosso tema inicial. Tive a oportu-
nidade de trabalhar no Festival de Turismo de Gra-
mado no último novembro e até então somente tinha
informações de terceiros (professores e viajantes) ou
em revistas da área sobre a Serra Gaúcha. Pelo que
havia absorvido Gramado era um típico destino de
inverno, com uma forte ocupação nos meses de in-
verno e baixa procura nos demais (como Campos do
Jordão em São Paulo). Para evitar que hotéis e res-
taurantes ficassem vazios em outras épocas do ano a
comunidade muito organizada elaborou eventos ao
longo do ano como a Chocofest, o Festival de Cine-
ma de Gramado o Festival de Turismo de Gramado e
o Natal Luz. Este último coincide o início justamen-
te com o Festival de Turismo, ou seja, quando cente-
nas de agentes de viagens de todo o país e dos países
sulamericanos visitam a região e consequentemente
repassam o espetáculo que é esta região no Rio
Grande do Sul.
Vista do Vale do Quilombo em Gramado
Lago Negro em Gramado
Hortênsias na estrada de acesso a Gramado – RS
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É uma das regiões mais organizadas em turis-
mo, se não for a mais, de todo o Brasil pois este se-
tor depende de uma série de prestadores de serviços
– hospedagem, restaurantes, atrativos, guias, táxis,
receptivo, telefonia, caixas eletrônicos, bancos, ser-
viços públicos de limpeza, segurança, iluminação
entre outros, e basta uma falha de um deles para que
toda a cadeia seja prejudicada. Em vários outros paí-
ses já existe um trabalho coordenado destes serviços
para que o turista saia mais encantado e gaste mais
em sua viagem – gerando renda na cidade que rece-
be. Mas no Brasil ainda temos os trabalhos não inte-
grados, o que dificulta a vida dos turistas que passei-
am por aqui. Todavia na Serra Gaúcha você conse-
gue marcar passeios na própria recepção do hotel e
visitar fábricas locais (chocolate, cristais, roupas de
couro), Parques Naturais, Museus (de cera, automó-
veis, de motos), atividades de aventura, passeios nas
pequenas propriedades rurais e também as cidades
do entorno como Canela, as vinícolas em Bento
Gonçalves e Caxias do Sul a até o Parque de Apara-
dos da Serra e o Canyon do Itaimbezinho (que infe-
lizmente não consegui vaga para visitar).
Igreja de Pedra em Canela
Parque do Caracol
Dentre o pouco tempo livre que possuía cami-
nhei muito pelo centro da cidade, com seu estilo eu-
ropeu “enchaimel” e muitas lojas principalmente
chocolates. Aliás a gastronomia é um dos pontos al-
tos da região. Esqueça qualquer tentativa de regime
e feche a boca somente quando retornar. Terra de
imigrantes, principalmente alemães e italianos, o tu-
rista encontra uma grande variedade de opções. No
meu caso uma certa predileção pelas massas – um
espaguete a carbonara excelente, mas degustei tam-
bém um rodízio de comida alemã muito bom e um
de pizza (este em Canela), Filé Mignon ao Molho
Gorgonzola e até um sanduíche num Pub irlandês
com cerveja Guinness. Faltou experimentar a se-
quência de Fondue (Carne, queijo e chocolate) e a
truta. Claro que toda esta variedade e organização
tem um preço ou seja não espere nada super em con-
ta como acontece em outras regiões do país mas o
atendimento é muito bom e isso tem seu preço.
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Gastronomia
Mas algo muito bom e barato e extremamente
criativo está atrás da rodoviária onde encontramos
uma área onde os pequenos produtores vendem
seus produtos nos fins de semana e durante toda a
semana algumas famílias usam os fornos que ali
existem para fazerem pães, biscoitos e Cucas – típi-
co doce da região – que saem fresquinhos e delicio-
sos. Vale a pena carregar alguns na mala.
Pequenos proprietários fazendo as Cucas para os
turistas.
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Como estava na terra do mais famoso Festival de Cinema do país aproveite para assistir um
filme em pleno Palácio dos Festivais – Meia Noite em Paris de Woody Allen que gostei bastante.
Logo na entrada uma escultura do Kikito – o nosso Oscar – nos informa que trata-se de uma repre-
sentação do Deus do bom humor.
Palácio dos Festivais em Gramado
O palácio fica em frente a rua coberta e ao lado da Igreja prin-
cipal. E chego ao ponto alto da viagem – o Natal Luz. Este mega
evento envolve toda a cidade e é extremamente bem organizado,
principalmente pelo volume de pessoas que atrai. Toda a área cen-
tral e decorada (com muito bom gosto mesmo com muitas coisas de
pet) e iluminada. Além disso o comércio se esforça nas decorações
criando um clima mito bonito.
Exposição de Renas Enfeitadas – a Cow Parade de lá
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Vila do Papai Noel
Mas além disso a cidade possui vários eventos ao
longo do dia e que vão desde meados de novembro
até a primeira quinzena de janeiro. Corais, bandas,
músicos se apresentam em diversos locais e os gran-
des shows de Natal. Toda noite as 20:30h, por e-
xemplo, uma rua central onde está uma árvore de
Natal é fechada e ocorre o acendimento das luzes
um espetáculo rápido de som e luz que ao final toda
a decoração das ruas é iluminado. E fica lotado de
turistas para assistirem as luzes se acendendo.
Iluminação das ruas
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Iluminação das ruas
Um muito interessante e a Parada
de Natal, um desfile com vários perso-
nagens ligados ao Natal, carros alegóri-
cos, música e muita coreografia. Além
disso existem 3 grandes palcos na cida-
de (um pouco mais afastados do cen-
tro) e cada dia ocorre um grande espe-
táculo diferente. O que assisti aconte-
ceu sob um lago num espetáculo de
som, luz, fogo, águas, fogos de artifí-
cios e música com sete cantores líricos,
um coral e um grupo de percussão, que
narram o Nascimento de Jesus. Imper-
dível, mas compre logo cedo pois estes
espetáculos são muito concorridos.
A Serra Gaúcha tem muito a ofe-
recer e desejo retornar para curtir mais
as delícias do Rio Grande do Sul. Este
nosso país é uma dádiva, sempre nos
surpreende em qualquer estado que
possamos visitar. Levante e vá preparar
suas malas para conhecer o Brasil. Até
a próxima.
PS.
A G
uin
ess
NÃ
O p
atro
cin
ou
a v
iage
m o
u q
ual
qu
er
de
spe
sa.
Vanilson Fickert
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Literatura
TEMPO
Sou observadora da vida,
Sou observadora do mundo!!!
Há tempos sinto-me detalhista na
forma mais literal da palavra. As peque-
nas coisas, os gestos mais simples, des-
pertam a minha atenção. O Sol ao beijar
o mar, a leve brisa da manhã a acariciar
as faces apressadas dos transeuntes a ca-
minho do trabalho, as gotas de orvalho
caídas nas folhagens... Um abraço, ape-
nas um abraço...
Nos acostumamos com a correria, com a agitação urbana e esquecemo-nos dos detalhes. Só os deta-
lhes fazem a diferença.
Ao ouvir o choro do meu filho pela primeira vez, as palavras fugiram a minha boca, as ações perde-
ram-se em meus sentidos e uma lágrima, apenas uma lágrima descrevia o que estava sentindo.
O fato de ser MÃE.
Então, o tempo, sem pestanejar, não se intimida a correr. Meu filho começa a descobrir o mundo das
palavras, começou a ler e formou-se na Educação Infantil... Puxa... Meu filho alcança hoje a sua primeira
vitória. Sua primeira conquista.
Ao mesmo tempo, ao regressar para minha casa depois de mais um dia de trabalho, vejo um menino,
da idade de meu filho, sentado na sarjeta a espera do sinal vermelho do farol. Que vida é essa? Que socie-
dade é essa, que fecha os “para brisas” com medo de assalto, com medo de uma criança?
É certo que a violência gerada pela desigualdade social desenfreada nos amedronta. Mas ficaremos
de braços cruzados?
Aquele menino é vítima do descaso, do abandono, da intolerância e do desprezo.
Aí, então, ouço: “O tempo está passando rápido, cada ano mais rápido”. Ora, os dias duram 24 horas
e o ano é formado por 365 dias. O tempo está mais rápido, ou você não percebe o tempo?
Somos escravos das tecnologias. As crianças não sabem brincar de esconde-esconde, pular corda,
mas sabem manusear, com perfeição, um controle de vídeo-game e as teclas de um computador. Estão sem-
pre CONECTADOS. Isso é infância? Que histórias nossos filhos contarão aos seus filhos? Não temos tem-
po de pensar nisso, pois estamos preocupados em suprir suas necessidades, em implantar a semente do con-
sumismo neles. E, ainda assim, não temos tempo de ensiná-los as brincadeiras que brincávamos.
Somos escravos do TEMPO...
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Não hesitei em sentar uns instantes, ao lado de meus alunos e observá-los. Camisetas com mensagens
de apoio e desejando “Boas Festas”, estojos que eram lançados ao ar, choros, alegria em terem “passado”
para a série seguinte, preocupação com a temida recuperação... Um mix de sentimentos e atitudes.
O medo do “terceirão” que tomaram consciência de que não estariam mais juntos no próximo ano:
“O que farei depois das férias?”
Mas, ao mesmo tempo, seus olhos expiravam esperança, garra e vitória. Pois é, eles cresceram e estão
indo ao encontro se um MUNDO que ainda não conhecem.
O que teremos no futuro? Grandes químicos, dentistas, economistas, arquitetos... Não sei, eles ainda
não sabem, mas vão descobrir... pois eles são o FUTURO!!!
E mais uma vez ficarei observando,
Observando a magia da vida,
Observando a metamorfose do ser humano.
O Papai-Noel está por vir e o que peço é simples... bem simples... Façam mais, olhem mais, obser-
vem mais, ajam mais... Vamos deixar que o tempo cumpra sua função natural.
Eu me lembro do passado, VIVO o presente e sonho (e continuarei sonhando) com o futuro... Um
futuro em que as pessoas conspirem a favor do tempo.
Sou observadora da VIDA,
Sou observadora do MUNDO!!!
Audrey Macéa
Professora de Gramática e Literatura
e-mail: [email protected]
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Engenharia de Alimentos
Amigos,
Nesta edição continuarei com o tema rotulagem. Como comentei na edição passada, o rotulo é um
importante meio de comunicação entre o fabricante e o consumidor.
A Anvisa estabelece normas e padrões para rotulagem de forma a garantir informações claras e ge-
nuínas e que auxiliem na educação alimentar do consumidor e não o induzam a erros. Para isso, além das
informações obrigatórias que falamos na edição passada, estabeleceu informações que são proibidas nos
rótulos:
Informar propriedades que não podem ser demonstradas, por exemplo, informar que o produto reduz risco
de doença coronária, previne câncer de intestino, etc.
Aconselhar o consumo de um alimento que tenha propriedades medicinais ou terapêuticas, como
por exemplo, “.. emagrece..”, “..melhora o sono..”, “... diurético”.
Destacar presença de componentes intrínsecos a alimentos de igual natureza, exemplo “aveia, fonte de fi-
bras”, quando o correto é: “aveia, fonte de fibras, como toda aveia”.
Incluir vocabulário, ilustrações, símbolos ou emblemas que induzam o consumidor a erros ou enganos.
E mais, algumas advertências são obrigatórias no rotulo de forma a alertar o consumidor portador
de enfermidade, sobre a presença de algum ingrediente que não deve ser consumido, ou para informar so-
bre alguma característica específica do ingrediente que compõe o produto:
Para celíacos, pessoas intolerantes à ingestão de glúten, a Lei 10.674 de 16/05/03 obriga que todo
alimento industrializado contenha no rotulo obrigatoriamente as inscrições “contém glúten”, para produtos
que contenham trigo, cevada e derivados, ou “Não contém glúten”.
Para portadores de fenilcetonúria, deficiência na enzima que metaboliza o aminoácido fenilalanina,
produtos que contenham este aminoácido devem obrigatoriamente declarar nos rótulos: Fenilcetonúricos:
contém fenilalanina” conforme a Portaria SVS/MS no 29/98.
Para alimentos irradiados, de acordo com a resolução RDC 21/01, devem ser rotulados no painel
principal: “alimento tratado por processo de irradiação” ou se tiver na composição algum ingrediente irra-
diado, deve constar na lista de ingredientes, por exemplo “orégano (tratado por processo de irradiação)”. A
irradiação é um processo de esterilização que reduz a carga microbiana do alimento, e não deixa resíduos.
Tem como principio a exposição do produto à radiação ionizante.
Produtos transgênicos ou geneticamente modificados (OGM), com mais de 1% do produto a partir
de OGM, devem ser rotulados no painel principal (decreto 4680, de 24/04/2003). Os produtos transgênicos
sofreram modificação no seu material genetico por técnicas de biotecnologia com o intuito de inserir carac-
terísticas desejáveis como plantas mais resistentes por exemplo a pragas, a chuvas, ou mais nutritivas.
Enfim, muitos são os avanços científicos que permeiam o mundo dos alimentos, e muito ainda há
para se descobrir, e a legislação tem um papel fundamental neste sentido, pois é através do seu acompanha-
mento e rápida resposta à estas descobertas é que o consumidor terá o conhecimento e acesso á estas infor-
mações no rotulo da embalagem, e poderá fazer as escolhas que mais atendam às suas necessidades.
Desejo a todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!
Um grande abraço e até a próxima edição!
Referencia bibliográfica:
Anvisa: www.anvisa.com.br
Marici Harumi Bando
Engenheira de Alimentos
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Com apresentação do Professor
Marcelo Lambert, sempre com
muitas novidades com uma
programação diversificada!
Aos domingos, às 17h.
Acompanhem a programação em
nosso site
www.cpodisseia.com
no Canal Odisseia.
Confira as entrevistas visitando o Arquivo do Programa Conexão Odisseia
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Filosof ia
Professor Thiago Abramson
GIORDANO BRUNO
Olá amigos, iniciaremos uma série de estudos relacio-
nados aos pensadores da Idade Média e do período conheci-
do como Renascimento. O primeiro desta série será um de
meus favoritos, um homem de seu tempo, no entanto, com
um ímpeto extremamente revolucionário. Giordano Bruno.
A renascença foi um período histórico que abrangeu a
Europa entre os anos de 1350 e 1650. Marcou uma transição
entre a Idade Média e a Idade Moderna. No sentido estrito,
vinculou-se à Itália do século XIV, momento em que os ho-
mens foram estimulados à produção literária e artística pela
redescoberta dos clássicos gregos e latinos. No sentido am-
plo, a renascença foi um período de reorientação cultural em
que a Igreja deixou de dominar a atividade humana, passan-
do esta a uma orientação individualista, secular e moderna.
Giordano Bruno nasceu em Nola, Itália, em 1548. Ingressou no convento de São Domingos, em Ná-
poles, onde foi ordenado ao sacerdócio e onde alcançou o doutorado em teologia.
O período da vida de Giordano Bruno encaixa-se no momento em que a Igreja vive a Contra-
Reforma. Portanto, um momento tenso, não muito fácil. Os líderes do movimento protestante já haviam
abalado as bases do catolicismo. De sorte que Bruno, com suas idéias, era mais uma ameaça.
A Igreja Católica nutria uma concepção teocêntrica medieval e se enxergava como a representante
máxima de Deus entre os homens. Seus líderes julgavam-se guardiães das doutrinas sagradas (virgindade
de Maria, a Trindade, a divindade de Cristo e tantas outras), como também defendiam o direito de dominar
as nações, e controlar o conhecimento filosófico e científico.
Giordano Bruno insurgiu-se contra os dogmas católicos, de vez que passou a duvidar das doutrinas da
Igreja. Bruno questionava o inferno, o diabo, a virgindade de Maria, a Trindade, o Espírito Santo, a Cristo-
logia. Suas idéias pregam a separação entre o Estado, a Igreja, a Filosofia e a Ciência. Embora doutor em
teologia, sua filosofia é o que mais aflora, tendo como característica uma volta aos princípios do neoplato-
nismo de Plotino e ao hermetismo da Europa pré-cristã. Seu pensamento, gnóstico em essência, conduziu a
magia da renascença às suas fontes pré-cristãs. Nesta concepção, Deus está em tudo que existe, não haven-
do como dissociá-lo da matéria. Visão holista do universo e de toda a realidade.
Toda esta conjuntura foi fatal para Bruno, pois o momento era de muita intolerância por parte da I-
greja. E seu fim não foi outro senão a morte na fogueira em 17 de fevereiro de 1600.
A reflexão a destacar na vida de Giordano Bruno é quanto a sua resolução em não desistir de suas
idéias, mesmo diante da morte. Diante disto, perguntamos: seria a vida menos valiosa do que as idéias? Ou
as idéias devem ser equilibradas à vida em valor? Renunciar idéias é renunciar à vida?
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Psico logia
Relacionamento Familiar
Caros leitores resolvi escrever sobre Relacio-
namento Familiar depois da entrevista concedida ao
Conexão Odisséia em outubro.
Lembro que iniciamos falando sobre a confi-
guração familiar, olhando para trás, a família era for-
mada por Pai Mãe e Filhos, hoje esta composição
mudou, temos famílias compostas mais ou menos
assim:
Pai + mãe + filhos;
Pai + Filhos / Mãe + Filhos;
Pai + Madrasta + Filhos + enteados / Mãe + Padrasto
+ Enteados;
Padrasto + Madrasta + Enteados.
Neste contexto existem avós que se responsa-
bilizam pela criação dos netos, mesmo com os pais
em perfeitas condições de educar seus filhos, não
falo de passar o dia com estes (avós) e a noite dormir
com os pais, pois trabalham o dia todo. Quero men-
cionar os avós que assumem por completo seus ne-
tos.
Uma das maiores preocupações que temos é
quanto ao tempo que estamos dedicando a nossa fa-
mília, ao convívio familiar, quando usamos a expres-
são convívio, não estamos nos referindo ao tempo
cronológico. Seguindo a lógica grega – tempo de
Cronos, o deus tirano que escraviza e nos pressiona
pelas obrigações, sugerindo que não há tarefa roti-
neira ou obrigações que possamos sentir prazer.
Quando nos referimos ao tempo dedicado ao
convívio familiar, estamos dizendo o que todos já
dizem que: “mais importante que o tempo investido
com a família é a qualidade deste tempo dedicado a
ela” isto é um fato, mas esquecemos que esta quali-
dade está ligada a nossa disposição interna, ou seja,
quanto de nós mesmos estamos dispostos a investir
neste momento. Procurando ser mais claro, quanto
mais presente estivermos nesta relação, mais profun-
da e efetiva será. Ser Presente quer dizer estarmos de
corpo e alma no lugar onde estamos. Não adianta
estarmos em casa e pensando nas coisas do trabalho
e chegando ao trabalho ficarmos pensando nas ques-
tões familiares, isto é não estar presente.
No nosso entender o principal motivo que nos
impede de estarmos exatamente onde estamos é o
fato que isto exige de nós envolvimento, intimidade
e compromisso, é obvio que há níveis de envolvi-
mento, intimidade e compromisso, porém, a qualida-
de deste tempo dispensado a cada atividade executa-
da, principalmente, no relacionamento familiar, im-
plica em clareza da profundidade deste nível.
Há fatores que complicam nossa clareza destas
situações, como os problemas que enfrentamos no
trabalho e preocupações objetivas, tais como paga-
mento de contas, doenças familiares e de amigos,
estas só para mencionar algumas.
Há outra que acreditamos ser uma das piores, a
incapacidade ou dificuldade de ficar com o outro, a
situação é ainda pior isto estiver ligada à esposa, ao
marido, aos filhos ou irmãos, certamente não será
possível ter uma relacionamento saudável no seio
familiar.
Estar presente exige permanência por inteiro
com o outro, estar aqui e pensar no acolá não é estar
presente.
Há dois problemas que desejo levantar:
1º Temos ouvido de muitos pais “Não quero e
não vou errar como meus pais erraram comigo”, e
na tentativa de fazer diferente, acaba jogando tudo
fora, coisa que foram úteis e outras que não foram.
A idéia de fazer diferente não é ruim, mas a de jogar
tudo fora, de negar a importância do que foi feito,
isto acreditamos ser muito complicado e perigoso.
Temos visto crianças sem limites e sem respei-
to pelos mais velhos, respondendo a tudo e a todos
sem distinção, isto não é autonomia, ou lutar pelos
seus direitos, isso é falta de educação, infelizmente
vemos este tipo de atitude em todos os níveis soci-
ais.
Temos ouvido de alguns pais: “quando era cri-
anças nunca fui apoiado...”, hoje na ânsia de fazer
diferente, apóiam os filhos em tudo, chegando ao
ponto questionar o resultado dos atos de seus filhos,
por vezes atos que infringem questões legais.
20
Percebemos que não houve um pensar, uma
reflexão ou avaliação, não percebem que pode ter
ocorrido uma interpretação equivocada da atuação
de seus Pais e não a atuação deles.
2º Relação baseada na troca ou na premiação.
Temos visto crianças realizando coisas das
mais simples as mais complexas, tudo porque dese-
jam receber algo em troca. Vamos a um exemplo
muito comum nos dias de hoje, pais prometem um
presente porque se o filho for promovido na escola,
não creditamos que presenteá-lo por uma vitória seja
errado, o que não achamos adequado é condicionar
este agrado a algo que deve ser sua responsabilidade.
A nossa preocupação está no resultado deste
tipo de comportamento que estamos ensinando a
nossas crianças, um dos possíveis resultados é o fato
da criança introjetar - guardar dentro de si – que nos-
sas ações buscam algo concreto, esquecendo-se que
as atitudes devem ser regidas pelo prazer e respeito
ao outro e a si mesmo.
Relacionamentos baseados na troca e premia-
ção levam a um tipo de interação social sem com-
promisso consigo e com o outro, onde o foco está na
vantagem, no ganho e/ou no lucro, típico de uma
pessoa não madura.
Há momentos que chego a pensar que valores
como solidariedade, altruísmo e compaixão deixarão
de fazer parte de nossas vidas, em detrimento a troca
e premiação.
Quais as consequências de tudo isto?
- crianças e adolescentes isolados em casa, pois não
conseguem se relacionar efetivamente, a não ser com
a ajuda das novas tecnologias, MNS, WebCan e re-
des de relacionamento;
- valorização dos amigos mais do que a família, sen-
tindo que sou mais bem entendido fora da família do
que dentro dela;
- indefinição de papéis familiares, este é um fator
bem difícil, pois quando estes não estão claro tudo
fica confuso na cabeça da criança, não sabendo
quem é quem, quem faz o que e quem é responsável
pelo que no cotidiano;
- falta de conhecimento de si e do outro (família e
fora dela);
- Pais, crianças, adolescentes e adultos inseguros - a
percepção de que nem tudo está sob o meu controle
nos deixa inseguros e frustrados.
A grande questão não está em se sentir insegu-
ro ou não, todos são em uma determinada medida,
mas sim: Como estaremos lidando com a inseguran-
ça?
Que jovens e adolescentes que estamos criando
hoje, estamos sendo tão permissivos que chegamos a
eximi-los de suas responsabilidades, deixamos de
delegar e comprometê-los com suas escolhas, infe-
lizmente estamos criando pessoas fracas emocional-
mente.
A possibilidade de termos uma sociedade com
homens e mulheres insatisfeitos e infelizes é grande,
gerando uma sociedade com estima reduzida, com
forte tendência a depressão – metaforicamente - esta-
mos criando uma nuvem negra que está cobrindo o
céu e que se não cuidarmos logo ela nos envolverá,
impedirá de vermos o outro e a nós mesmos.
Como saímos deste quadro nada animador?
1. Reconhecermos que isto existe;
2. Reconhecermos e percebermos até onde
estamos envolvidos neste processo enlou-
quecedor;
3. Prestar atenção em nossas atitudes com o
objetivo de reconhecer as situações que
atuamos das formas descritas acima;
4. Estabelecer estratégias para mudar de com-
portamento;
5. Buscar outras alternativas para nossas ati-
tudes, por mais corriqueiras que sejam;
6. Não desistir, mudar um comportamento e
um padrão mental é difícil e demanda tem-
po.
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Samuel Candido de Oliveira
Psicólogo e Teólogo
Como ultima mensagem deste ano desejo que com a chegada do natal aproveitemos esta época para
refletir sobre nossas atitudes e comportamentos que tivemos ao longo do ano com nossos amigos, familia-
res e comigo mesmo.
Por vezes acreditamos na ideia que ao presentear uma pessoa isto trará a amizade, o perdão e a alegri-
a, o que além de ser algo totalmente falso, estará apenas alimentando um sentimento consumista longe de
qualquer afetividade verdadeira. Se tal fato pode ser perigoso para nós e nossos amigos, pensemos o quanto
isto pode influenciar no comportamento de nossos filhos.
Substituir amor, carinho e afeto por brinquedos e aparelhos eletrônicos de ultima geração não irá tra-
zer a essência de nossas crianças ou reorganizar o passado, mas sim o reconhecimento de nossas falhas e a
mudança de comportamento.
Podemos ter um futuro bem melhor, mas isto começa a ser construído hoje.
Obrigado e Feliz natal a todos.
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Realização
Odisseia Produções
www.cpodisseia.com
Edição número 5 - Dezembro de 2011