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Page 1: O que acontece depois da morte? | Diário do Minho [10_11_2012, p. 18]

RELIGIÃO Diário do MinhoSÁBADO, 10 de novembro de 201218 www.diariodominho.pt

Auditório Vita juntou 500 pessoas à procura de saber o que acontece após a morte

O Auditório Vita encheu por completo, na noite de quinta-feira, para aco-lher a conferência intitu-lada “Os que morreram: ressuscitam?”, proferida pelo jesuíta Vasco Pinto de Magalhães. Numa ini-ciativa que se repete pelo segundo ano consecutivo, os católicos bracarenses puderam aprofundar me-lhor as questões em tor-no do «grande mistério da humanidade»: a mor-te, no denominado “mês das almas”.

Apresentado como um «perguntador» pelo pa-dre Luís Marinho, o anti-go mestre de noviços da Companhia de Jesus lan-çou o tema proposto e, em seguida disponibilizou-se para responder a algumas dezenas de questões colo-

cadas pelos presentes.Segundo o padre Vasco

Pinto de Magalhães, «há um problema fundamen-tal» quando se aborda a

questão da morte e da res-surreição, «que é o dualis-mo antropológico».

«Nós não somos duas coisas, corpo e alma, so-

mos uma só. A alma não é uma coisa que anda cá dentro e depois sai», sus-tentou. Referindo que esta ideia condiciona a nossa

forma de encarar a mor-te, o sacerdote jesuíta de-fendeu que «o corpo não é uma quantidade de ma-téria», mas sim «o con-junto das relações inter-pessoais» que cada um de nós estabelece ao lon-go da vida.

«É o pecado que mata a relação, o futuro ou a es-perança», completou, pe-rante as cerca de cinco centenas de pessoas que quiseram marcar presen-ça nesta iniciativa.

O também fundador do Centro Português de Bio-ética esclareceu depois que o termo “carne”, mui-to utilizado por S. Paulo, «representa a nossa fragi-lidade e egoísmo», e não propriamente a matéria de que somos feitos.

«Ao contrário de outras

tradições religiosas, o Cris-tianismo afirma que a ma-téria é boa, pois é criada por Deus. A pessoa huma-na, porém, é incapaz de, por si só, tornar-se alen-to vital», sublinhou, acres-centando a «necessidade de Deus» que a humani-dade sente.

Quando questionado so-bre a reencarnação, o con-ferencista referiu que esta tese existencialista «não é compatível com o Cristia-nismo», dado que pressu-põe que a alma vive iso-lada do corpo.

Esta iniciativa, organi-zada pelo arciprestado de Braga, contou ainda com um momento de oração ini-cial e com a atuação de um quarteto de cordas.

Rui Ferreira, Dep. Arq. Comunicação Social

DR

Conferência foi organizada pelo arciprestado de Braga pelo segundo ano consecutivo

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