O Povo da Antiga Aliança
(Geografia e História de Israel)
Escola de Formação Cristã
Paróquia Santíssima Trindade – Feira X
Sumário
1. A terra da Bíblia
1.1 - O «Crescente Fértil» e os caminhos da Palestina
1.2 - Nomes da Terra Santa
1.3 - Limites geográficos
1.4 - Zonas geográficas:
a) A Transjordânia
b) O Vale (ou depressão) do Jordão
c) Montanhas da Cisjordânia (ou Palestina propriamente dita)
d) A zona costeira
e) Mapa resumo do relevo e das zonas geográficas da Palestina
1.5 – As localidades bíblicas
O Povo da Antiga Aliança:
Geografia e História de Israel
2. História de Israel: breve panorama
2.1 – A origem do Povo de Deus: Abraão e os Patriarcas
2.2 – Moisés e o Êxodo
2.3 - A ocupação de Canaã: de Josué aos Juízes
2.4 – A Monarquia
2.5 - O Cisma: os dois reinos
2.6 – O Exílio na Babilónia e a época do Império Persa
2.7 – O período helenístico e a Restauração do grande Israel: os Macabeus
2.8 – O período romano
2.9 – Cronologia sintética do Povo da Antiga Aliança
3. Síntese final
4. Bibliografia recomendada
1. A terra da Bíblia
1.1 - O «Crescente Fértil» e
os caminhos de Palestina
Berço geográfico das grandes civilizações;
é uma região de “meia-lua” que abrange a
Mesopotâmia – mesos + potos = no meio de
rios (Tigre e Eufrates), a Terra Santa e parte
do Egito.
Região fértil, propícia para a agricultura.
ISRAEL SITUA-SE NO «CRESCENTE
FÉRTIL»:ISRAEL É PONTO DE PASSAGEM:
-Caminho do Mar : a «Via Maris» (vermelho)
- Caminho Real: a «Via Régia» (azul)
Isto leva a que esteja um pouco à mercê
das pressões do poderio imperial dos
povos vizinhos…
1.2 – Nomes da Terra Santa
a) Na Bíblia:
•«Terra Santa» (Zac 2, 12; At 7, 33);
•«Terra de Canaã» (Gn 12, 5; 13, 12; At 13, 19);
•«Terra Prometida» (porque Deus fez aliança com Abraão:
à tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até o grande Eufrates);
•«Terra dos Hebreus» (Gn 40, 15);
•«Terra de Judá» (sul de Israel atual, referente à tribo de Judá. Rt 1, 7);
•«Terra de Israel» (Ez 11, 16-20; Mt 2, 20-21);
• Etc.
b) Outros:•«Kinahhi»
•«Khuru»
•«Amurru»
•«Harus»
•«Retenu»
•«Palassthu» (Filisteia)
Palestina não é nome bíblico. É
de «Filisteia» que deriva
«Palestina», por mercê da
obras de certos escritores
gregos e latinos
NOMES DA TERRA PROMETIDA AO LONGO DA HISTÓRIA…
1.3 – Limites geográficos
LIMITES GEOGRÁFICOS
a) A Norte: com o Líbano e a Síria e os contrafortes
montanhosos do Líbano meridional, o Monte Hermon e a
profunda garganta de Litani;
b) A Este: limitada pelo deserto siro-arábico que
acompanha a antiga via das caravanas até ao «Wadi el-
Hesa» ( a torrente «Zéred» bíblica), situada a sudoeste
do Mar Morto;
c) A Sul: com o Deserto do Neguev, que vai
confundir-se com o deserto sinaítico;
d) A Oeste: com o Mar Mediterrâneo, desde a foz
do Nahr el-Qasimiyeh até ao Wadi el-Arish (a bíblica
«torrente do Egito»).
Historicamente, os limites de
Israel estão ligados às
vicissitudes do Povo de Israel (a
maior extensão territorial foi nos
reinados de David e Salomão e
depois no tempo de Herodes).
Comprimento:
«De Dan a Bersabé»
(Cisjordânia) (cerca de 320km ou
380 km se se soma o deserto do
Negueb)
«Do Arnon ao sopé do Hermon»
(Transjordânia)
Largura: 30 a 50 km na parte
Norte;
60 a 80 km na parte SulÉ uma região banhada pelo Mediterrâneo a
oeste, tendo ao norte a Fenícia e Síria, a leste
e sul a Arábia, e ao sul partes do Egito.
1ª
2ª
3ª
4ª
1.4 - Zonas
geográficas
1ª
2ª
3ª
4ª
A Transjordânia
O Vale do Jordão
Montanhas da Cisjordânia,
(ou Palestina propriamente dita)
A zona costeira
O Vale do Jordão divide
a Cisjordânia da
Transjordânia
a) A Transjordânia
► Região composta por montanhas
desérticas, não muito altas, separadas por
um bom número de torrentes;
► Região de temperaturas extremas
(muito calor durante o dia e muito frio
durante a noite);
► Cinco zonas (de norte para sul): Alturas de Golán
Zona de Edom
Zona de Moabe
Zona de Galaad
Zona de Amon
1) Gn 36, 43 - «Esaú foi o antepassado dos
habitantes de Edom»
2) Flávio Josefo – João Batista esteve preso em
Maqueronte, a leste do Mar Morto
1) Dt 2, 24 ; Num 22, 36 – referem-se a esta terra;
2) Livro de Rute – aí se desenrola parte deste
livro.
Situa-se aqui o Vale de Basan, de que fala,
por ex. Am 4, 1ss
Zona de Basan
b) O Vale (ou depressão) do Jordão
Monte Hermón
- É uma das nascentes
do Jordão, situada no
Líbano;
- 2224 m altitude (tem
sempre neve).
LAGO
HULE
- Hoje
convertido
em «Vale
do Hule»;
pouco
resta do
lago;
-Aqui perto
está
cidade de
Haçor
-(Gn 11,
1ss; 1 Re
9, 15; 2 Re
15, 29; 1
Mac 11, 67)
Rio Jordão
- Vale do Jordão:
depressão profunda,
largura média 16 Km,
onde corre o Rio
Jordão desde o
Hermón, ao Mar Morto;
desce de 329 m até 393
m abaixo do mar;
afluentes principais:
Jarmuc e o Jaboc;
comprimento cerca de
300 km
- LOCAL DE BATISMO
DE JESUS CRISTO E
PREGAÇÃO DE JOÃO
BATISTA
Mar da Galileia
- Diversos nomes: «lago de
quineret» (em forma de liraq; Nm
34, 11), «Lago de Genesaré», «Mar
da Galileia», «Lago de
Tiberíades» (devido à cidade
romana das margens em honra de
Tibério);
-21km x 11 km, prof. máxima de
45 metros; 212 mt abaixo do nível
do mar; água prevalentemente
doce;
-ZONA DO MINISTÉRIO DE JESUS
CRISTO
-Cidades bíblicas próximas:
Korasaim, Betsaida, Cafarnaúm
(não aparece no AT; importante
no NT: Mt 9, 1 – aqui Jesus faz
milagres)
Mar Morto
-76km x 17 km;
-Ponto mais baixo da superfície
terrestre (393 m abaixo do nível das
águas do mar); intensa
concentração de sais, que leva a
ausência total de formas de vida.
c) Montanhas da Cisjordânia (ou Palestina
propriamente dita)
-Formam uma cadeia
única que parte dos
montes do Líbano a norte
e estende-se para sul,
atravessando três
regiões: Galileia, Samaria
e Judeia; a única fratura
transversal é a planície
de Jezrael.
- É a parte onde se
desenrolam os principais
e decisivos
acontecimentos da
história bíblica
Galileia
► Regiões:
Samaria
Judeia
Deserto do
Negueb
NAZARÉ
REGIÃO DA
GALILEIA
VISTA DO
MEGUIDOREGIÃO DA SAMARIA
MONTE TABOR
Montes
de Efraim
Montes
de Judá
d) A zona costeira
Planície de Aser
Planície ou Vale de Jesrael ou
Esdrelon
Monte Carmelo
Planície de Saron
Planície ou Costa Filisteia
Shefela
Negueb Ocidental
► Regiões:
Palco das principais batalhas nas
quais se disputou a posse do país
Por aqui
andou o
profeta Elias
“país baixo”: região de colinas entre a costa
e os Montes de Judá
BASAN
GALAAD
MOAB
EDOM
A
R
A
B
Á
M.
Carmelo
528m
Montes
de Judá
Montes
de Efraim
▲
M. Tabor
588m
AMON
1.5 - As localidades bíblicas
2. História de Israel: breve
panorama
2.1. A ORIGEM DO POVO DE DEUS:
ABRAÃO E OS PATRIARCAS
A história do povo bíblico começa com
Abraão (mas é só com Josué, no «Pacto de
Siquém», que o Povo de Israel começa a
existir como tal). Ele é, por excelência, o
antepassado do povo bíblico. Com ele
começa a História dos Patriarcas (“os
chefes de família do Povo de Israel”); por
exemplo: Abraão, Isaac, Jacob, os seus 12
filhos (especialmente José), Moisés…
-Ele é o «arameu errante»: «Meu pai era um arameu
errante: desceu ao Egito com um pequeno número e
ali viveu como estrangeiro, mas depois tornou-se
um povo forte e numeroso» (Dt 26,5).
- Pertencia a um clã de semi-nômades: durante parte
do ano eram um povo errante e criavam ovelhas; no
restante tempo faziam tímidas tentativas de vida
sedentária e de cultivo da Terra.
- A sua migração pode ser relacionada com a dos
Amoritas, semitas ocidentais designados por
«Proto-arameus»; os semitas, de que procede o
Povo de Deus, expandiram-se da Arábia Meridional
para ocidente (“semita”, de Sem, um dos filhos de
Noé).
Por volta de 1850 a.C. (data
“aproximada”), Abraão parte de
Ur dos caldeus (na Mesopotâmia)…
O «Crescente Fértil» facilita as migrações…
…e instala-se em Haran.
Em Haran ouve o chamamento do Senhor e vai morar para a «Terra Prometida», para Siquém;
…mais tarde vai
ao Egito…
…e ao regressar
instala-se em definitivo em
Hebron.
A viagem de Abraão tem motivos económicos(procura de melhores pastos e de melhor vida) etambém religiosos (chamamento do Senhor, sendoconhecido pelo «Pai da fé»). Mas Abraão e osseus não são, a princípio, monoteístas: numambiente politeista, eles reconhecem um deusentre todos os outros: El; é o «Deus dos Pais»(de Abraão, de Isaac e de Jacob), protetor deum determinado clã; é mais um henoteísmo(adora-se apenas um deus principal, que é o maispoderoso, mas sem negar a existência de outros).O caminho para o monoteísmo começa…
Séc. XIX ou
XVIII a.C.(datas aproximadas)
2.2. MOISÉS E O ÊXODOSécs. XVII a.C.
ao
XIII a.C. (datas aproximadas)
No contexto das movimentações
semitas (especialmente dos Hicsos,
estrangeiros vindos do leste), em
vagas sucessivas, os descendentes
do patriarca Jacob instalam-se no
Egito (durante 400 anos – Gn 15, ou
430 – Ex 12). A «Casa de Israel» vai
aumentando ao longo de todo este
tempo, muitas vezes integrados na
vida local.
JOSÉ, o preferido do seu pai
Jacob, é vendido como escravo
pelos irmãos para o Egito (séc.
XVI a.C.). Começa como
escravo, até ser elevado à
categoria de primeiro-ministro
(especialmente pela sua
interpretação dos sonhos do
Faraó). Mais tarde, o pai e os
irmãos vão viver para o Egito,
para a «região de Góssen».
Mas a vida complica-se e
na XVIII dinastia expulsam
os Hicsos,
alcançando uma verdadeira
perseguição à «Casa de Israel»
na XIX dinastia
(principalmente Seti I e
Ramsés II):
É o tempo da “servidão”.
É aí que surge MOISÉS, líder
e libertador, que em nome
de Javé, os conduz pelo
Deserto (onde Deus
revela o Seu nome – Javé - no
Sinai e a Sua Lei; aí dá-se a
«Aliança», celebra-se a Páscoa
– «passagem»;
1º do Senhor sobre o Egito;
2º da Travessia para a Terra
Prometida) até à Transjordânia
(entre 1230 e 1220 a.C.).
Antes de chegar à Terra
Prometida, Moisés morre
no Monte Nebo.
É o ÊXODO, acontecimento
fundante
da História de
Israel.
Distingue-se em:
1) Êxodo «expulsão»
(estes grupos penetraram
primeiramente na
Terra prometida);
2) Êxodo «fuga»
(do grupo de Moisés)
Há muitos outros
itinerários propostos…
Travessia do
Mar: seria o
Vermelho ou o
«Mar dos
Juncos»?
2.3. A OCUPAÇÃO DE CANAÃ:
DE JOSUÉ AOS JUÍZES
Sécs. XIII a.C.
a XI a.C.(datas aproximadas)
JOSUÉ sucede a Moisés e
introduz os hebreus na
Palestina, atravessando o
Jordão. A Bíblia atribui-lhe a
conquista da «Terra
Prometida», de um modo
épico; mas a realidade mostra
que a conquista foi bastante
mais difícil e demorada…
Geograficamente, as tribos dividiram-
se em três grupos:
- Meridional (Judá, Simeão e
metade da tribo de Dane Rúben);
- Central («o grupo de Josué»,
formado pelas tribos de Benjamim,
Efraim, Manassés, Gad);
- Setentrional (Isaacar, Zabulão,
Asser, Neftali e metade da de Dan).
Provavelmente, os vários grupos não
ingressaram todos ao mesmo tempo
na Terra Prometida.
Com o Pacto de
Siquém
(Jos 24), as
tribos
(ou clãs)
começam a
identificar-se
como um
só Povo.
Em momentos cruciais
surgem nas diversas tribos
homens carismáticos, líderes
libertadores, que preparam e
conduzem a guerra: os
JUÍZES. Dividem-se em
maiores (Otoniel, Eúde,
Débora e Barac, Gedeão,
Jefté e Sansão) e menores
(todos os outros).
O último juiz, SAMUEL
(também profeta),
constitui a transição para a realeza:
volta o povo para o culto ao
Verdadeiro Deus; combate e vence os
Filisteus; escolhe Saúl
para primeiro rei.
2.4. A MONARQUIA
A partir do
Séc. XI a.C. até ao
X a.C.
(Reino unido)
As tribos vêem a necessidade de se
unir, colocando alguém à frente que
as governe e as oriente, devido às
fortes investidas dos povos vizinhos,
especialmente dos filisteus. Impõe-se
a necessidade da Monarquia.
SAÚL (c. 1033-1012 AC): - É o primeiro rei de Israel, que governou
durante cerca de 30 anos;
- Foi escolhido pelos chefes de Israel, em torno do carismático
profeta e último juiz, Samuel, que o ungiu como rei;
-Conquistou grandes territórios aos filisteus, com a ajuda do filho
Jónatas;
- Aos poucos distancia-se do povo, cresce a inimizade entre ele e
David e os filisteus reconquistam terreno;
- Morre na batalha de Guilboá.DAVID (c. 1012-972): Começa por ser soldado de Saúl;
- No plano militar e político:
* Com a morte de Saúl, as tribos do Sul elegem-no como
Rei; só mais tarde é que se impôs ao Norte, unificando
assim todas as tribos num território;
* Conquista Jerusalém aos jebuseus;
* Elimina definitivamente os filisteus;
*Funda um império desde o mar Morto até à Síria,
aproveitando o enfraquecimento da Assíria e do Egito;
* Fixa a realeza à sua família (profecia de Natan);
-No plano administrativo:
* Torna Jerusalém capital do reino;
* Organiza o seu reino, criando diferentes funções (chefes
de exército, secretários, cronistas…);
* Chega a fazer um recenseamento;
-No plano religioso:
* Reorganiza o culto;
* Começam os preparativos para a construção do Templo;
* Transporta a Arca da Aliança para Jerusalém.
SALOMÃO (c. 972-933):
-Filho de David e Betsabé, que fora esposa de
Urias, sucede o pai no trono;
-É conhecido pela sua sabedoria;
-No plano político e administrativo divide o
país em 12 distritos administrativos e
prossegue uma política de centralização; o
comércio marítimo é também intenso;
-No plano religioso constrói um grandioso
Templo; consegue certa unidade religiosa;
-Contudo:
•As despesas eram enormes, pelo que
sobrecarrega o povo com impostos (inclusive
para construir o seu palácio, maior que o
Templo…);
• A sua vida privada deteriora-se (tem um
grande harém de mulheres (cerca de 1000 ?),
algumas das quais levam-no à idolatria;
•Morre após 40 anos de reinado.
O Templo de Jerusalém, mandado edificar pelo rei Salomão no séc. X a. C., era o local sagrado dos
hebreus.
2.5. O CISMA – OS DOIS REINOSDo séc. X a.C
(933 a.C.)
ao
Séc. VI a.C.
Os pesados tributos de Salomão estão na base da revolta: o filho de Salomão, Roboão, não ouve o pedido das tribos do
norte para lhes suavizar os encargos e dá-se a cisão; assim, a partir de 933 a.C. há dois reinos:
-O Reino do Sul ou Judá, com capital em Jerusalém, cujos reis são descendentes de David; os reinados são maiores do
que no Sul; destaque para o rei JOSIAS, que em 622 aC empreende uma reforma religiosa (encontra durante obras do
Templo, um escrito, provavelmente do Deuteronómio): destrói todos os lugares de culto, deixando apenas o Templo de
Jerusalém (para eles, se Deus é só um, só pode viver num santuário); neste Reino destaca-se a acção dos profetas
Isaías, Miqueias, Jeremias, Naum, Habacuc e Sofonias;
-O Reino do Norte, ou Israel, com Samaria por capital (primeiro Siquém), cujos reis não descendem de David (19 reis
divididos por 9 dinastias, sendo 8 deles assassinados, pelo que há menor estabilidade e os reinados são mais pequenos do
que no Sul); Jeroboão foi o primeiro rei: criou dois lugares de culto a Javé (um em Betel e outro em Dan), mas deixou-se
levar pela idolatria; neste Reino destaca-se a acção dos profetas Amós, Oseias, Elias e Eliseu;
-O império de David desintegra-se, pois além disso, há outros territórios que declaram a independência (Moab, Amon,
etc.)..
2.6. O EXÍLIO NA BABILÓNIA
E A ÉPOCA DO IMPÉRIO PERSA
CATIVEIRO (OU EXÍLIO) DA BABILÓNIA (587 A.C. a 538 A.C.):
•Deportação para a Babilónia dos principais responsáveis de Judá, à volta de 20000, em três vagas sucessivas;
•Lá conservam a cultura e crença nacionais, mas sem o Templo, começam a reunir-se aos Sàbados, início das
Sinagogas; na generalidade falam em aramaico;
•Surge a preocupação de conservar e purificar tudo o que se refere à Lei de Moisés e também captam-se
elementos antigos das culturas vizinhas; destaque para a ação dos profetas Ezequiel, Deutero-Isaías e Abdias;
• É redigido o Talmude da Babilónia, texto normativo dos judeus;
•Começa a «Diáspora» dos judeus, ou “Dispersão”;
•Em 538 A.C., Ciro, rei da Pérsia, conquista a Babilónia e dá liberdade aos judeus de voltarem a Judá (pelo Édito
de Ciro).
Sécs. VI a.C. a
Séc. IV a.C.
ÉPOCA DO IMPÉRIO PERSA:
•Corresponde a um regresso de alguns exilados da Babilónia;
• Ciro começa a reconstruir os fundamentos do Templo, mas é interrompido pela
oposição dos samaritanos;
•A reconstrução do Templo de Jerusalém deu-se sob a liderança de Zorobabel
(descendente da família real), entre 520 e 515 A.C.;
•Não é restaurada a Dinastia de David; entre 445 e 443 AC, são reconstruídas as
muralhas de Jerusalém, sob o comando de Neemias;
•No pós-exílio destaca-se a ação dos profetas Ageu, Zacarias, Malaquias, Joel,
Jonas, Baruc, Daniel e Trito-Isaías;
• ESDRAS é o encarregado de formular, promulgar e fazer respeitar as Leis de
Moisés: é a Tora, ou Pentateuco (em 398 AC?);
•As bases do judaísmo estão lançadas: há uma organização política sem realeza,
cujos dois pólos são de caráter religiosos, o Templo e a Lei.
2.7. O PERÍODO HELENÍSTICO E A RESTAURAÇÃO
DO GRANDE ISRAEL: OS MACABEUS
Séc. IV a.C.
ao
Séc. I a. C.
Em 333 a.C., a Palestina é
conquistada por Alexandre Magno,
senhor de um vastíssimo Império.
Após a sua morte, o reino é dividido
entre os Lágidas do Egito, a sul e os
Selêucidas na Síria, a norte. A
Palestina fica sob o domínio dos
Lágidas («ptolomeus») (320 a.C. a
300 a.C.).
Em 300 a.C. funda-se
uma colónia
em Alexandria,
importante
centro comercial e
cultural, em que a
cultura grega é
difundida.
Aí faz-se a tradução
da Bíblia em grego
(dos LXX).Em 200 a.C. a Palestina
passa para o domínio
dos Selêucidas. Estes
decretam a
perseguição
sistemática dos judeus.
O auge é
atingido em 168 a.C.,
quando Antíoco IV
Epifânio ordena a
helenização sistemática
e forçada da Samaria e
Judeia. É proibido
observar as crenças
judaicas, como o
Sábado.
Uma família de sacerdotes, os
Asmonianos (Macabeus) começa
uma revolta de luta armada, com
Matatias e a sucessão de seus
filhos, especialmente JUDAS
MACABEU, que purifica o Templo
em 164 a.C. (de que deriva o
Hanoukah, festa judaica) e torna
Israel independente. Israel é agora
tão grande como no tempo de
David…
2.8. O PERÍODO ROMANOA partir de
63 A.C.
Ao séc. VII d.C.
Em 63 a.C., a Palestina é
incorporada à Província
Romana da Síria, por
POMPEU.
A casa de Antípatro, alto funcionário pró-romano,
consegue grande aceitação dos romanos. O seu filho,
Herodes (o grande), é nomeado rei dos Judeus pelo
senado romano em 40 a.C., mas na dependência dos
romanos. Começa o “século de Herodes”: reconstrói o
Templo, constrói Cesareia marítima, continua a
helenização do país, sempre tendo em vista o interesse
dos romanos… Morre em 4 a.C.. À sua morte, o reino
foi dividido pelos seus três filhos: Arquelau, Herodes
Antipas (o tal, de João Batista…) e Filipe.
3. Síntese final
Através da Geografia Bíblica ...
Podemos compreender as
sociedades que viveram nestas
épocas;
O contexto do Antigo
Testamento…
A religião bíblica, é uma religião
da História: Deus revela-Se
através dos acontecimentos de
um povo, como veremos;
O conhecimento da história do
povo hebreu é de fundamental
importância para se
compreender a história do
cristianismo e sua evolução.
Podemos localizar os relatos no
espaço e no tempo…
…compreender as regiões nas
quais ocorreram os fatos
relatados na Bíblia…
…e os lugares específicos
indicados no texto bíblico e suas
atuais localizações geográficas.
Através da História de Israel ...
4. Bibliografia recomendada