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Em O outro lado da moe-da, o tema é o Dinheiro. DesdeMarcel Duchamp, os objetosindustrializados têm sido incor-porados ao discurso da arte. Olivro mostra como os artistascontemporâneos também seapropriam de objetos da vidacotidiana, produzidos aos mi-lhares, para falar sobre estemundo cheio de objetos.

Infinitas coleções*

Conteúdos

• Leitura da imagem• Objetos do cotidiano na

construção do trabalho de arte

• Seleção, coleção, seriação, classificação e repetição na composição do trabalhode arte

Etapas

1. Leia e discuta com osalunos o texto e as imagens dolivro, percebendo como objetosmuito comuns podem se trans-formar numa coleção especial. • Leiam juntos a seção “Infi-nitas coleções” (página 28) dolivro. Percebam que a ilustrado-ra do livro: (1) agrupou imagensde objetos numa série; (2) repe-tiu essas imagens numa deter-minada ordem; (3) distribuiucores e formas para dar equilí-brio ao conjunto etc.

2. Juntos observem comoArthur Bispo do Rosário organi-

za suas coleções. Percebamtambém outros jeitos de orga-nizar e escolher objetos que olivro apresenta.• Peça à turma que observe, nodia-a-dia, objetos comuns inte-ressantes quanto aos formatose/ou cores. Peça que coletemcinco objetos iguais ou pareci-dos, para fazer uma montagemem sala de aula. Avise que, nofim do trabalho, os objetos se-rão devolvidos.

3. Divida a classe em peque-nos grupos. Cada grupo desco-bre uma maneira interessantede mostrar os objetos trazidospor todos os integrantes. A pri-meira coisa a produzir é umaidéia em torno da qual os obje-tos serão selecionados, classifi-cados e reunidos. Com as mon-tagens realizadas, percebamjuntos as semelhanças e dife-renças entre elas, descobrindocomo cada grupo organizousuas coleções.

4. Desafie a turma a des-montar essas coleções e a mon-tar, com os mesmos objetos,uma grande coleção. Lembreque agora será preciso ter umanova idéia e de novo selecionar,classificar, agrupar e reorganizaros objetos no espaço, pensandonuma construção estética.

5. Avaliem juntos a grandecoleção, recuperando, com aturma, a idéia de onde partirampara formá-la, as escolhas quefizeram e se o modo de organi-zação ficou mais próximo dojeito de organizar do artista Bispo do Rosário ou da ilus-tradora do livro. Você podedocumentar as várias etapasdesta proposta, fotografando eexpondo as fotografias.

Obs.: Cada uma das etapas sugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• A técnica artística a serviçode uma idéia

• Cildo Meireles e as técnicas de reprodução da imagem

• O conceito de objeto naobra de Jac Leirner

• Coleções de objetos na arte;assemblage

• Rubem Grilo e a xilogravuracomo técnica de reprodução da imagem

• Arte e vida cotidiana• O conceito de objeto na arte

contemporânea • O dinheiro na arte e a arte

no dinheiro• Arte e política• A materialidade na arte

contemporânea • Arte e ironia • História da Arte – três

artistas na linha do tempo

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

O outro lado da moeda fazparte da Coleção Arte na Esco-la – O Leitor de Imagens, umprojeto da Companhia EditoraNacional e do Instituto Arte naEscola, de autoria de AnameliaBueno Buoro, Beth Kok eEliana Aloia Atihé, que tam-bém produziram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

O outro lado da moeda

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para o Ensino Fundamental II. Todas as propostas daseção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

Encarte_02_dinheiro 08.02.18 11:10 Page 1

Em O outro lado da moe-da, o tema é o Dinheiro. DesdeMarcel Duchamp, os objetosindustrializados têm sido incor-porados ao discurso da arte. Olivro mostra como os artistascontemporâneos também seapropriam de objetos da vidacotidiana, produzidos aos mi-lhares, para falar sobre estemundo cheio de objetos.

Infinitas coleções*

Conteúdos

• Leitura da imagem• Objetos do cotidiano na

construção do trabalho de arte

• Seleção, coleção, seriação, classificação e repetição na composição do trabalhode arte

Etapas

1. Leia e discuta com osalunos o texto e as imagens dolivro, percebendo como objetosmuito comuns podem se trans-formar numa coleção especial. • Leiam juntos a seção “Infi-nitas coleções” (página 28) dolivro. Percebam que a ilustrado-ra do livro: (1) agrupou imagensde objetos numa série; (2) repe-tiu essas imagens numa deter-minada ordem; (3) distribuiucores e formas para dar equilí-brio ao conjunto etc.

2. Juntos observem comoArthur Bispo do Rosário organi-

za suas coleções. Percebamtambém outros jeitos de orga-nizar e escolher objetos que olivro apresenta.• Peça à turma que observe, nodia-a-dia, objetos comuns inte-ressantes quanto aos formatose/ou cores. Peça que coletemcinco objetos iguais ou pareci-dos, para fazer uma montagemem sala de aula. Avise que, nofim do trabalho, os objetos se-rão devolvidos.

3. Divida a classe em peque-nos grupos. Cada grupo desco-bre uma maneira interessantede mostrar os objetos trazidospor todos os integrantes. A pri-meira coisa a produzir é umaidéia em torno da qual os obje-tos serão selecionados, classifi-cados e reunidos. Com as mon-tagens realizadas, percebamjuntos as semelhanças e dife-renças entre elas, descobrindocomo cada grupo organizousuas coleções.

4. Desafie a turma a des-montar essas coleções e a mon-tar, com os mesmos objetos,uma grande coleção. Lembreque agora será preciso ter umanova idéia e de novo selecionar,classificar, agrupar e reorganizaros objetos no espaço, pensandonuma construção estética.

5. Avaliem juntos a grandecoleção, recuperando, com aturma, a idéia de onde partirampara formá-la, as escolhas quefizeram e se o modo de organi-zação ficou mais próximo dojeito de organizar do artista Bispo do Rosário ou da ilus-tradora do livro. Você podedocumentar as várias etapasdesta proposta, fotografando eexpondo as fotografias.

Obs.: Cada uma das etapas sugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• A técnica artística a serviçode uma idéia

• Cildo Meireles e as técnicas de reprodução da imagem

• O conceito de objeto naobra de Jac Leirner

• Coleções de objetos na arte;assemblage

• Rubem Grilo e a xilogravuracomo técnica de reprodução da imagem

• Arte e vida cotidiana• O conceito de objeto na arte

contemporânea • O dinheiro na arte e a arte

no dinheiro• Arte e política• A materialidade na arte

contemporânea • Arte e ironia • História da Arte – três

artistas na linha do tempo

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

O outro lado da moeda fazparte da Coleção Arte na Esco-la – O Leitor de Imagens, umprojeto da Companhia EditoraNacional e do Instituto Arte naEscola, de autoria de AnameliaBueno Buoro, Beth Kok eEliana Aloia Atihé, que tam-bém produziram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

O outro lado da moeda

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para o Ensino Fundamental II. Todas as propostas daseção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

Encarte_02_dinheiro 08.02.18 11:10 Page 1

Em O outro lado da moe-da, o tema é o Dinheiro. DesdeMarcel Duchamp, os objetosindustrializados têm sido incor-porados ao discurso da arte. Olivro mostra como os artistascontemporâneos também seapropriam de objetos da vidacotidiana, produzidos aos mi-lhares, para falar sobre estemundo cheio de objetos.

Infinitas coleções*

Conteúdos

• Leitura da imagem• Objetos do cotidiano na

construção do trabalho de arte

• Seleção, coleção, seriação, classificação e repetição na composição do trabalhode arte

Etapas

1. Leia e discuta com osalunos o texto e as imagens dolivro, percebendo como objetosmuito comuns podem se trans-formar numa coleção especial. • Leiam juntos a seção “Infi-nitas coleções” (página 28) dolivro. Percebam que a ilustrado-ra do livro: (1) agrupou imagensde objetos numa série; (2) repe-tiu essas imagens numa deter-minada ordem; (3) distribuiucores e formas para dar equilí-brio ao conjunto etc.

2. Juntos observem comoArthur Bispo do Rosário organi-

za suas coleções. Percebamtambém outros jeitos de orga-nizar e escolher objetos que olivro apresenta.• Peça à turma que observe, nodia-a-dia, objetos comuns inte-ressantes quanto aos formatose/ou cores. Peça que coletemcinco objetos iguais ou pareci-dos, para fazer uma montagemem sala de aula. Avise que, nofim do trabalho, os objetos se-rão devolvidos.

3. Divida a classe em peque-nos grupos. Cada grupo desco-bre uma maneira interessantede mostrar os objetos trazidospor todos os integrantes. A pri-meira coisa a produzir é umaidéia em torno da qual os obje-tos serão selecionados, classifi-cados e reunidos. Com as mon-tagens realizadas, percebamjuntos as semelhanças e dife-renças entre elas, descobrindocomo cada grupo organizousuas coleções.

4. Desafie a turma a des-montar essas coleções e a mon-tar, com os mesmos objetos,uma grande coleção. Lembreque agora será preciso ter umanova idéia e de novo selecionar,classificar, agrupar e reorganizaros objetos no espaço, pensandonuma construção estética.

5. Avaliem juntos a grandecoleção, recuperando, com aturma, a idéia de onde partirampara formá-la, as escolhas quefizeram e se o modo de organi-zação ficou mais próximo dojeito de organizar do artista Bispo do Rosário ou da ilus-tradora do livro. Você podedocumentar as várias etapasdesta proposta, fotografando eexpondo as fotografias.

Obs.: Cada uma das etapas sugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• A técnica artística a serviçode uma idéia

• Cildo Meireles e as técnicas de reprodução da imagem

• O conceito de objeto naobra de Jac Leirner

• Coleções de objetos na arte;assemblage

• Rubem Grilo e a xilogravuracomo técnica de reprodução da imagem

• Arte e vida cotidiana• O conceito de objeto na arte

contemporânea • O dinheiro na arte e a arte

no dinheiro• Arte e política• A materialidade na arte

contemporânea • Arte e ironia • História da Arte – três

artistas na linha do tempo

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

O outro lado da moeda fazparte da Coleção Arte na Esco-la – O Leitor de Imagens, umprojeto da Companhia EditoraNacional e do Instituto Arte naEscola, de autoria de AnameliaBueno Buoro, Beth Kok eEliana Aloia Atihé, que tam-bém produziram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

O outro lado da moeda

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para o Ensino Fundamental II. Todas as propostas daseção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

Encarte_02_dinheiro 08.02.18 11:10 Page 1

Em O outro lado da moe-da, o tema é o Dinheiro. DesdeMarcel Duchamp, os objetosindustrializados têm sido incor-porados ao discurso da arte. Olivro mostra como os artistascontemporâneos também seapropriam de objetos da vidacotidiana, produzidos aos mi-lhares, para falar sobre estemundo cheio de objetos.

Infinitas coleções*

Conteúdos

• Leitura da imagem• Objetos do cotidiano na

construção do trabalho de arte

• Seleção, coleção, seriação, classificação e repetição na composição do trabalhode arte

Etapas

1. Leia e discuta com osalunos o texto e as imagens dolivro, percebendo como objetosmuito comuns podem se trans-formar numa coleção especial. • Leiam juntos a seção “Infi-nitas coleções” (página 28) dolivro. Percebam que a ilustrado-ra do livro: (1) agrupou imagensde objetos numa série; (2) repe-tiu essas imagens numa deter-minada ordem; (3) distribuiucores e formas para dar equilí-brio ao conjunto etc.

2. Juntos observem comoArthur Bispo do Rosário organi-

za suas coleções. Percebamtambém outros jeitos de orga-nizar e escolher objetos que olivro apresenta.• Peça à turma que observe, nodia-a-dia, objetos comuns inte-ressantes quanto aos formatose/ou cores. Peça que coletemcinco objetos iguais ou pareci-dos, para fazer uma montagemem sala de aula. Avise que, nofim do trabalho, os objetos se-rão devolvidos.

3. Divida a classe em peque-nos grupos. Cada grupo desco-bre uma maneira interessantede mostrar os objetos trazidospor todos os integrantes. A pri-meira coisa a produzir é umaidéia em torno da qual os obje-tos serão selecionados, classifi-cados e reunidos. Com as mon-tagens realizadas, percebamjuntos as semelhanças e dife-renças entre elas, descobrindocomo cada grupo organizousuas coleções.

4. Desafie a turma a des-montar essas coleções e a mon-tar, com os mesmos objetos,uma grande coleção. Lembreque agora será preciso ter umanova idéia e de novo selecionar,classificar, agrupar e reorganizaros objetos no espaço, pensandonuma construção estética.

5. Avaliem juntos a grandecoleção, recuperando, com aturma, a idéia de onde partirampara formá-la, as escolhas quefizeram e se o modo de organi-zação ficou mais próximo dojeito de organizar do artista Bispo do Rosário ou da ilus-tradora do livro. Você podedocumentar as várias etapasdesta proposta, fotografando eexpondo as fotografias.

Obs.: Cada uma das etapas sugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• A técnica artística a serviçode uma idéia

• Cildo Meireles e as técnicas de reprodução da imagem

• O conceito de objeto naobra de Jac Leirner

• Coleções de objetos na arte;assemblage

• Rubem Grilo e a xilogravuracomo técnica de reprodução da imagem

• Arte e vida cotidiana• O conceito de objeto na arte

contemporânea • O dinheiro na arte e a arte

no dinheiro• Arte e política• A materialidade na arte

contemporânea • Arte e ironia • História da Arte – três

artistas na linha do tempo

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

O outro lado da moeda fazparte da Coleção Arte na Esco-la – O Leitor de Imagens, umprojeto da Companhia EditoraNacional e do Instituto Arte naEscola, de autoria de AnameliaBueno Buoro, Beth Kok eEliana Aloia Atihé, que tam-bém produziram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

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O outro lado da moeda

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para o Ensino Fundamental II. Todas as propostas daseção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

Encarte_02_dinheiro 08.02.18 11:10 Page 1

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

O tema de Agora eu era é aInfância. Não uma infância per-feita e idealizada, mas um mo-mento de nossa vida em que aalegria e a tristeza, a segurançae o perigo já estão misturados.Lendo a obra de Iberê Camargopodemos olhar nossa infância,em busca de mais lembranças eexperiências.

Memórias e imagens*

Conteúdos

• Leitura de Carretel Azul• Memória visual como

referência para a construçãoda imagem

• O ritmo na composição do texto visual

• Construção da imagem a partir de um tema

Etapas

1. Realize com a turma a lei-tura de imagem (leia o passo-a-passo deste encarte).

2. Amplie as informaçõessobre a imagem e o tema comoutros livros, internet, contosde fadas, fotos de família...

3. Organize as descobertasdo grupo num texto coletivo.Você ou um aluno anota nalousa o que os outros dizem:

espalhe as palavras e frases aoinvés de ordená-las em listas. Aturma pode recorrer a esseregistro mais tarde.

4. O ateliê relacionará a ima-gem lida com o universo de imagens da turma sobre a infân-cia. Este trabalho partirá da me-mória visual. Proponha que:• Tragam à memória a imagemde um brinquedo e procuremlembrar-se do ritmo das brinca-deiras realizadas com ele (agita-das/calmas, rápidas/lentas, nochão/no ar/na água, individuais/em grupo).• A partir da lembrança de umbrinquedo e dos movimentos aele relacionados, pintem carto-linas inteiras (duas por aluno)com tintas espessas de cores di-versas. Usem pincéis largos,buchas, esponjas. Explique queas pinceladas irão expressar aforça da memória (pinceladasfortes/fracas, grossas/finas, cla-ras/escuras, soltas/ precisas...).• Recortem numa das cartoli-nas várias vezes a silhueta dobrinquedo lembrado.• Sobre a outra cartolina intei-ra, construam uma composiçãocom os recortes. Sugerimosque o ritmo da montagem sejaparecido com o da brincadeira.

5. Montem uma exposição,e façam a leitura das imagensproduzidas.

6. Avaliem os trabalhos, reu-nindo uma reprodução da obralida com as produções da tur-ma. Assim vocês poderão revero processo vivido e descobrir asrelações que existem entre to-das as imagens. Em comum, háo tema Infância. As produçõespossivelmente mostrarão umcaminho que vai da imagemguardada na memória para aimagem feita com papel e tin-ta. A repetição das silhuetasdos brinquedos recortadas ecoladas produz ritmos nas com-posições das produções. Veri-fique se todos perceberamessas relações.

Obs.: Cada uma das etapassugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• Tintas e têmpera• Linhas, formas e cores na

obra de Alfredo Volpi• Ritmo e cores na obra de

Iberê Camargo• Arte e memória em Iberê

Camargo• Cores e texturas na

fotografia de Miguel Rio Branco

• A fotografia como arte• Retrato e identidade na

fotografia de Miguel RioBranco

• As marcas da pincelada e a força da expressão napintura de Iberê Camargo

• Arte e infância• Abstração e figuração• O tema infância numa

proposta de ateliê de arte • Arte postal • Arte e cultura popular• Figura e fundo • Movimento e equilíbrio na

construção de objetos tridimensionais

• Movimento na superfíciebidimensional

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

Agora eu era faz parte da Cole-ção Arte na Escola – O Leitor deImagens, um projeto da Com-panhia Editora Nacional e doInstituto Arte na Escola, deautoria de Anamelia BuenoBuoro, Beth Kok e Eliana AloiaAtihé, que também produzi-ram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

Agora eu era

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para os primeiros anos do Ensino Fundamental II.Todas as propostas da seção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 1

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

O tema de Agora eu era é aInfância. Não uma infância per-feita e idealizada, mas um mo-mento de nossa vida em que aalegria e a tristeza, a segurançae o perigo já estão misturados.Lendo a obra de Iberê Camargopodemos olhar nossa infância,em busca de mais lembranças eexperiências.

Memórias e imagens*

Conteúdos

• Leitura de Carretel Azul• Memória visual como

referência para a construçãoda imagem

• O ritmo na composição do texto visual

• Construção da imagem a partir de um tema

Etapas

1. Realize com a turma a lei-tura de imagem (leia o passo-a-passo deste encarte).

2. Amplie as informaçõessobre a imagem e o tema comoutros livros, internet, contosde fadas, fotos de família...

3. Organize as descobertasdo grupo num texto coletivo.Você ou um aluno anota nalousa o que os outros dizem:

espalhe as palavras e frases aoinvés de ordená-las em listas. Aturma pode recorrer a esseregistro mais tarde.

4. O ateliê relacionará a ima-gem lida com o universo de imagens da turma sobre a infân-cia. Este trabalho partirá da me-mória visual. Proponha que:• Tragam à memória a imagemde um brinquedo e procuremlembrar-se do ritmo das brinca-deiras realizadas com ele (agita-das/calmas, rápidas/lentas, nochão/no ar/na água, individuais/em grupo).• A partir da lembrança de umbrinquedo e dos movimentos aele relacionados, pintem carto-linas inteiras (duas por aluno)com tintas espessas de cores di-versas. Usem pincéis largos,buchas, esponjas. Explique queas pinceladas irão expressar aforça da memória (pinceladasfortes/fracas, grossas/finas, cla-ras/escuras, soltas/ precisas...).• Recortem numa das cartoli-nas várias vezes a silhueta dobrinquedo lembrado.• Sobre a outra cartolina intei-ra, construam uma composiçãocom os recortes. Sugerimosque o ritmo da montagem sejaparecido com o da brincadeira.

5. Montem uma exposição,e façam a leitura das imagensproduzidas.

6. Avaliem os trabalhos, reu-nindo uma reprodução da obralida com as produções da tur-ma. Assim vocês poderão revero processo vivido e descobrir asrelações que existem entre to-das as imagens. Em comum, háo tema Infância. As produçõespossivelmente mostrarão umcaminho que vai da imagemguardada na memória para aimagem feita com papel e tin-ta. A repetição das silhuetasdos brinquedos recortadas ecoladas produz ritmos nas com-posições das produções. Veri-fique se todos perceberamessas relações.

Obs.: Cada uma das etapassugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• Tintas e têmpera• Linhas, formas e cores na

obra de Alfredo Volpi• Ritmo e cores na obra de

Iberê Camargo• Arte e memória em Iberê

Camargo• Cores e texturas na

fotografia de Miguel Rio Branco

• A fotografia como arte• Retrato e identidade na

fotografia de Miguel RioBranco

• As marcas da pincelada e a força da expressão napintura de Iberê Camargo

• Arte e infância• Abstração e figuração• O tema infância numa

proposta de ateliê de arte • Arte postal • Arte e cultura popular• Figura e fundo • Movimento e equilíbrio na

construção de objetos tridimensionais

• Movimento na superfíciebidimensional

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

Agora eu era faz parte da Cole-ção Arte na Escola – O Leitor deImagens, um projeto da Com-panhia Editora Nacional e doInstituto Arte na Escola, deautoria de Anamelia BuenoBuoro, Beth Kok e Eliana AloiaAtihé, que também produzi-ram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

Agora eu era

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para os primeiros anos do Ensino Fundamental II.Todas as propostas da seção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 1

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

O tema de Agora eu era é aInfância. Não uma infância per-feita e idealizada, mas um mo-mento de nossa vida em que aalegria e a tristeza, a segurançae o perigo já estão misturados.Lendo a obra de Iberê Camargopodemos olhar nossa infância,em busca de mais lembranças eexperiências.

Memórias e imagens*

Conteúdos

• Leitura de Carretel Azul• Memória visual como

referência para a construçãoda imagem

• O ritmo na composição do texto visual

• Construção da imagem a partir de um tema

Etapas

1. Realize com a turma a lei-tura de imagem (leia o passo-a-passo deste encarte).

2. Amplie as informaçõessobre a imagem e o tema comoutros livros, internet, contosde fadas, fotos de família...

3. Organize as descobertasdo grupo num texto coletivo.Você ou um aluno anota nalousa o que os outros dizem:

espalhe as palavras e frases aoinvés de ordená-las em listas. Aturma pode recorrer a esseregistro mais tarde.

4. O ateliê relacionará a ima-gem lida com o universo de imagens da turma sobre a infân-cia. Este trabalho partirá da me-mória visual. Proponha que:• Tragam à memória a imagemde um brinquedo e procuremlembrar-se do ritmo das brinca-deiras realizadas com ele (agita-das/calmas, rápidas/lentas, nochão/no ar/na água, individuais/em grupo).• A partir da lembrança de umbrinquedo e dos movimentos aele relacionados, pintem carto-linas inteiras (duas por aluno)com tintas espessas de cores di-versas. Usem pincéis largos,buchas, esponjas. Explique queas pinceladas irão expressar aforça da memória (pinceladasfortes/fracas, grossas/finas, cla-ras/escuras, soltas/ precisas...).• Recortem numa das cartoli-nas várias vezes a silhueta dobrinquedo lembrado.• Sobre a outra cartolina intei-ra, construam uma composiçãocom os recortes. Sugerimosque o ritmo da montagem sejaparecido com o da brincadeira.

5. Montem uma exposição,e façam a leitura das imagensproduzidas.

6. Avaliem os trabalhos, reu-nindo uma reprodução da obralida com as produções da tur-ma. Assim vocês poderão revero processo vivido e descobrir asrelações que existem entre to-das as imagens. Em comum, háo tema Infância. As produçõespossivelmente mostrarão umcaminho que vai da imagemguardada na memória para aimagem feita com papel e tin-ta. A repetição das silhuetasdos brinquedos recortadas ecoladas produz ritmos nas com-posições das produções. Veri-fique se todos perceberamessas relações.

Obs.: Cada uma das etapassugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• Tintas e têmpera• Linhas, formas e cores na

obra de Alfredo Volpi• Ritmo e cores na obra de

Iberê Camargo• Arte e memória em Iberê

Camargo• Cores e texturas na

fotografia de Miguel Rio Branco

• A fotografia como arte• Retrato e identidade na

fotografia de Miguel RioBranco

• As marcas da pincelada e a força da expressão napintura de Iberê Camargo

• Arte e infância• Abstração e figuração• O tema infância numa

proposta de ateliê de arte • Arte postal • Arte e cultura popular• Figura e fundo • Movimento e equilíbrio na

construção de objetos tridimensionais

• Movimento na superfíciebidimensional

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

Agora eu era faz parte da Cole-ção Arte na Escola – O Leitor deImagens, um projeto da Com-panhia Editora Nacional e doInstituto Arte na Escola, deautoria de Anamelia BuenoBuoro, Beth Kok e Eliana AloiaAtihé, que também produzi-ram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

Agora eu era

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para os primeiros anos do Ensino Fundamental II.Todas as propostas da seção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 1

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

O tema de Agora eu era é aInfância. Não uma infância per-feita e idealizada, mas um mo-mento de nossa vida em que aalegria e a tristeza, a segurançae o perigo já estão misturados.Lendo a obra de Iberê Camargopodemos olhar nossa infância,em busca de mais lembranças eexperiências.

Memórias e imagens*

Conteúdos

• Leitura de Carretel Azul• Memória visual como

referência para a construçãoda imagem

• O ritmo na composição do texto visual

• Construção da imagem a partir de um tema

Etapas

1. Realize com a turma a lei-tura de imagem (leia o passo-a-passo deste encarte).

2. Amplie as informaçõessobre a imagem e o tema comoutros livros, internet, contosde fadas, fotos de família...

3. Organize as descobertasdo grupo num texto coletivo.Você ou um aluno anota nalousa o que os outros dizem:

espalhe as palavras e frases aoinvés de ordená-las em listas. Aturma pode recorrer a esseregistro mais tarde.

4. O ateliê relacionará a ima-gem lida com o universo de imagens da turma sobre a infân-cia. Este trabalho partirá da me-mória visual. Proponha que:• Tragam à memória a imagemde um brinquedo e procuremlembrar-se do ritmo das brinca-deiras realizadas com ele (agita-das/calmas, rápidas/lentas, nochão/no ar/na água, individuais/em grupo).• A partir da lembrança de umbrinquedo e dos movimentos aele relacionados, pintem carto-linas inteiras (duas por aluno)com tintas espessas de cores di-versas. Usem pincéis largos,buchas, esponjas. Explique queas pinceladas irão expressar aforça da memória (pinceladasfortes/fracas, grossas/finas, cla-ras/escuras, soltas/ precisas...).• Recortem numa das cartoli-nas várias vezes a silhueta dobrinquedo lembrado.• Sobre a outra cartolina intei-ra, construam uma composiçãocom os recortes. Sugerimosque o ritmo da montagem sejaparecido com o da brincadeira.

5. Montem uma exposição,e façam a leitura das imagensproduzidas.

6. Avaliem os trabalhos, reu-nindo uma reprodução da obralida com as produções da tur-ma. Assim vocês poderão revero processo vivido e descobrir asrelações que existem entre to-das as imagens. Em comum, háo tema Infância. As produçõespossivelmente mostrarão umcaminho que vai da imagemguardada na memória para aimagem feita com papel e tin-ta. A repetição das silhuetasdos brinquedos recortadas ecoladas produz ritmos nas com-posições das produções. Veri-fique se todos perceberamessas relações.

Obs.: Cada uma das etapassugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• Tintas e têmpera• Linhas, formas e cores na

obra de Alfredo Volpi• Ritmo e cores na obra de

Iberê Camargo• Arte e memória em Iberê

Camargo• Cores e texturas na

fotografia de Miguel Rio Branco

• A fotografia como arte• Retrato e identidade na

fotografia de Miguel RioBranco

• As marcas da pincelada e a força da expressão napintura de Iberê Camargo

• Arte e infância• Abstração e figuração• O tema infância numa

proposta de ateliê de arte • Arte postal • Arte e cultura popular• Figura e fundo • Movimento e equilíbrio na

construção de objetos tridimensionais

• Movimento na superfíciebidimensional

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

Agora eu era faz parte da Cole-ção Arte na Escola – O Leitor deImagens, um projeto da Com-panhia Editora Nacional e doInstituto Arte na Escola, deautoria de Anamelia BuenoBuoro, Beth Kok e Eliana AloiaAtihé, que também produzi-ram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

Agora eu era

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para os primeiros anos do Ensino Fundamental II.Todas as propostas da seção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 1

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

O tema de Agora eu era é aInfância. Não uma infância per-feita e idealizada, mas um mo-mento de nossa vida em que aalegria e a tristeza, a segurançae o perigo já estão misturados.Lendo a obra de Iberê Camargopodemos olhar nossa infância,em busca de mais lembranças eexperiências.

Memórias e imagens*

Conteúdos

• Leitura de Carretel Azul• Memória visual como

referência para a construçãoda imagem

• O ritmo na composição do texto visual

• Construção da imagem a partir de um tema

Etapas

1. Realize com a turma a lei-tura de imagem (leia o passo-a-passo deste encarte).

2. Amplie as informaçõessobre a imagem e o tema comoutros livros, internet, contosde fadas, fotos de família...

3. Organize as descobertasdo grupo num texto coletivo.Você ou um aluno anota nalousa o que os outros dizem:

espalhe as palavras e frases aoinvés de ordená-las em listas. Aturma pode recorrer a esseregistro mais tarde.

4. O ateliê relacionará a ima-gem lida com o universo de imagens da turma sobre a infân-cia. Este trabalho partirá da me-mória visual. Proponha que:• Tragam à memória a imagemde um brinquedo e procuremlembrar-se do ritmo das brinca-deiras realizadas com ele (agita-das/calmas, rápidas/lentas, nochão/no ar/na água, individuais/em grupo).• A partir da lembrança de umbrinquedo e dos movimentos aele relacionados, pintem carto-linas inteiras (duas por aluno)com tintas espessas de cores di-versas. Usem pincéis largos,buchas, esponjas. Explique queas pinceladas irão expressar aforça da memória (pinceladasfortes/fracas, grossas/finas, cla-ras/escuras, soltas/ precisas...).• Recortem numa das cartoli-nas várias vezes a silhueta dobrinquedo lembrado.• Sobre a outra cartolina intei-ra, construam uma composiçãocom os recortes. Sugerimosque o ritmo da montagem sejaparecido com o da brincadeira.

5. Montem uma exposição,e façam a leitura das imagensproduzidas.

6. Avaliem os trabalhos, reu-nindo uma reprodução da obralida com as produções da tur-ma. Assim vocês poderão revero processo vivido e descobrir asrelações que existem entre to-das as imagens. Em comum, háo tema Infância. As produçõespossivelmente mostrarão umcaminho que vai da imagemguardada na memória para aimagem feita com papel e tin-ta. A repetição das silhuetasdos brinquedos recortadas ecoladas produz ritmos nas com-posições das produções. Veri-fique se todos perceberamessas relações.

Obs.: Cada uma das etapassugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• Tintas e têmpera• Linhas, formas e cores na

obra de Alfredo Volpi• Ritmo e cores na obra de

Iberê Camargo• Arte e memória em Iberê

Camargo• Cores e texturas na

fotografia de Miguel Rio Branco

• A fotografia como arte• Retrato e identidade na

fotografia de Miguel RioBranco

• As marcas da pincelada e a força da expressão napintura de Iberê Camargo

• Arte e infância• Abstração e figuração• O tema infância numa

proposta de ateliê de arte • Arte postal • Arte e cultura popular• Figura e fundo • Movimento e equilíbrio na

construção de objetos tridimensionais

• Movimento na superfíciebidimensional

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

Agora eu era faz parte da Cole-ção Arte na Escola – O Leitor deImagens, um projeto da Com-panhia Editora Nacional e doInstituto Arte na Escola, deautoria de Anamelia BuenoBuoro, Beth Kok e Eliana AloiaAtihé, que também produzi-ram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

Agora eu era

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para os primeiros anos do Ensino Fundamental II.Todas as propostas da seção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 1

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

O tema de Agora eu era é aInfância. Não uma infância per-feita e idealizada, mas um mo-mento de nossa vida em que aalegria e a tristeza, a segurançae o perigo já estão misturados.Lendo a obra de Iberê Camargopodemos olhar nossa infância,em busca de mais lembranças eexperiências.

Memórias e imagens*

Conteúdos

• Leitura de Carretel Azul• Memória visual como

referência para a construçãoda imagem

• O ritmo na composição do texto visual

• Construção da imagem a partir de um tema

Etapas

1. Realize com a turma a lei-tura de imagem (leia o passo-a-passo deste encarte).

2. Amplie as informaçõessobre a imagem e o tema comoutros livros, internet, contosde fadas, fotos de família...

3. Organize as descobertasdo grupo num texto coletivo.Você ou um aluno anota nalousa o que os outros dizem:

espalhe as palavras e frases aoinvés de ordená-las em listas. Aturma pode recorrer a esseregistro mais tarde.

4. O ateliê relacionará a ima-gem lida com o universo de imagens da turma sobre a infân-cia. Este trabalho partirá da me-mória visual. Proponha que:• Tragam à memória a imagemde um brinquedo e procuremlembrar-se do ritmo das brinca-deiras realizadas com ele (agita-das/calmas, rápidas/lentas, nochão/no ar/na água, individuais/em grupo).• A partir da lembrança de umbrinquedo e dos movimentos aele relacionados, pintem carto-linas inteiras (duas por aluno)com tintas espessas de cores di-versas. Usem pincéis largos,buchas, esponjas. Explique queas pinceladas irão expressar aforça da memória (pinceladasfortes/fracas, grossas/finas, cla-ras/escuras, soltas/ precisas...).• Recortem numa das cartoli-nas várias vezes a silhueta dobrinquedo lembrado.• Sobre a outra cartolina intei-ra, construam uma composiçãocom os recortes. Sugerimosque o ritmo da montagem sejaparecido com o da brincadeira.

5. Montem uma exposição,e façam a leitura das imagensproduzidas.

6. Avaliem os trabalhos, reu-nindo uma reprodução da obralida com as produções da tur-ma. Assim vocês poderão revero processo vivido e descobrir asrelações que existem entre to-das as imagens. Em comum, háo tema Infância. As produçõespossivelmente mostrarão umcaminho que vai da imagemguardada na memória para aimagem feita com papel e tin-ta. A repetição das silhuetasdos brinquedos recortadas ecoladas produz ritmos nas com-posições das produções. Veri-fique se todos perceberamessas relações.

Obs.: Cada uma das etapassugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• Tintas e têmpera• Linhas, formas e cores na

obra de Alfredo Volpi• Ritmo e cores na obra de

Iberê Camargo• Arte e memória em Iberê

Camargo• Cores e texturas na

fotografia de Miguel Rio Branco

• A fotografia como arte• Retrato e identidade na

fotografia de Miguel RioBranco

• As marcas da pincelada e a força da expressão napintura de Iberê Camargo

• Arte e infância• Abstração e figuração• O tema infância numa

proposta de ateliê de arte • Arte postal • Arte e cultura popular• Figura e fundo • Movimento e equilíbrio na

construção de objetos tridimensionais

• Movimento na superfíciebidimensional

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

Agora eu era faz parte da Cole-ção Arte na Escola – O Leitor deImagens, um projeto da Com-panhia Editora Nacional e doInstituto Arte na Escola, deautoria de Anamelia BuenoBuoro, Beth Kok e Eliana AloiaAtihé, que também produzi-ram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

Agora eu era

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para os primeiros anos do Ensino Fundamental II.Todas as propostas da seção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 1

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

O tema de Agora eu era é aInfância. Não uma infância per-feita e idealizada, mas um mo-mento de nossa vida em que aalegria e a tristeza, a segurançae o perigo já estão misturados.Lendo a obra de Iberê Camargopodemos olhar nossa infância,em busca de mais lembranças eexperiências.

Memórias e imagens*

Conteúdos

• Leitura de Carretel Azul• Memória visual como

referência para a construçãoda imagem

• O ritmo na composição do texto visual

• Construção da imagem a partir de um tema

Etapas

1. Realize com a turma a lei-tura de imagem (leia o passo-a-passo deste encarte).

2. Amplie as informaçõessobre a imagem e o tema comoutros livros, internet, contosde fadas, fotos de família...

3. Organize as descobertasdo grupo num texto coletivo.Você ou um aluno anota nalousa o que os outros dizem:

espalhe as palavras e frases aoinvés de ordená-las em listas. Aturma pode recorrer a esseregistro mais tarde.

4. O ateliê relacionará a ima-gem lida com o universo de imagens da turma sobre a infân-cia. Este trabalho partirá da me-mória visual. Proponha que:• Tragam à memória a imagemde um brinquedo e procuremlembrar-se do ritmo das brinca-deiras realizadas com ele (agita-das/calmas, rápidas/lentas, nochão/no ar/na água, individuais/em grupo).• A partir da lembrança de umbrinquedo e dos movimentos aele relacionados, pintem carto-linas inteiras (duas por aluno)com tintas espessas de cores di-versas. Usem pincéis largos,buchas, esponjas. Explique queas pinceladas irão expressar aforça da memória (pinceladasfortes/fracas, grossas/finas, cla-ras/escuras, soltas/ precisas...).• Recortem numa das cartoli-nas várias vezes a silhueta dobrinquedo lembrado.• Sobre a outra cartolina intei-ra, construam uma composiçãocom os recortes. Sugerimosque o ritmo da montagem sejaparecido com o da brincadeira.

5. Montem uma exposição,e façam a leitura das imagensproduzidas.

6. Avaliem os trabalhos, reu-nindo uma reprodução da obralida com as produções da tur-ma. Assim vocês poderão revero processo vivido e descobrir asrelações que existem entre to-das as imagens. Em comum, háo tema Infância. As produçõespossivelmente mostrarão umcaminho que vai da imagemguardada na memória para aimagem feita com papel e tin-ta. A repetição das silhuetasdos brinquedos recortadas ecoladas produz ritmos nas com-posições das produções. Veri-fique se todos perceberamessas relações.

Obs.: Cada uma das etapassugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• Tintas e têmpera• Linhas, formas e cores na

obra de Alfredo Volpi• Ritmo e cores na obra de

Iberê Camargo• Arte e memória em Iberê

Camargo• Cores e texturas na

fotografia de Miguel Rio Branco

• A fotografia como arte• Retrato e identidade na

fotografia de Miguel RioBranco

• As marcas da pincelada e a força da expressão napintura de Iberê Camargo

• Arte e infância• Abstração e figuração• O tema infância numa

proposta de ateliê de arte • Arte postal • Arte e cultura popular• Figura e fundo • Movimento e equilíbrio na

construção de objetos tridimensionais

• Movimento na superfíciebidimensional

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

Agora eu era faz parte da Cole-ção Arte na Escola – O Leitor deImagens, um projeto da Com-panhia Editora Nacional e doInstituto Arte na Escola, deautoria de Anamelia BuenoBuoro, Beth Kok e Eliana AloiaAtihé, que também produzi-ram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

Agora eu era

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para os primeiros anos do Ensino Fundamental II.Todas as propostas da seção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 1

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

O tema de Agora eu era é aInfância. Não uma infância per-feita e idealizada, mas um mo-mento de nossa vida em que aalegria e a tristeza, a segurançae o perigo já estão misturados.Lendo a obra de Iberê Camargopodemos olhar nossa infância,em busca de mais lembranças eexperiências.

Memórias e imagens*

Conteúdos

• Leitura de Carretel Azul• Memória visual como

referência para a construçãoda imagem

• O ritmo na composição do texto visual

• Construção da imagem a partir de um tema

Etapas

1. Realize com a turma a lei-tura de imagem (leia o passo-a-passo deste encarte).

2. Amplie as informaçõessobre a imagem e o tema comoutros livros, internet, contosde fadas, fotos de família...

3. Organize as descobertasdo grupo num texto coletivo.Você ou um aluno anota nalousa o que os outros dizem:

espalhe as palavras e frases aoinvés de ordená-las em listas. Aturma pode recorrer a esseregistro mais tarde.

4. O ateliê relacionará a ima-gem lida com o universo de imagens da turma sobre a infân-cia. Este trabalho partirá da me-mória visual. Proponha que:• Tragam à memória a imagemde um brinquedo e procuremlembrar-se do ritmo das brinca-deiras realizadas com ele (agita-das/calmas, rápidas/lentas, nochão/no ar/na água, individuais/em grupo).• A partir da lembrança de umbrinquedo e dos movimentos aele relacionados, pintem carto-linas inteiras (duas por aluno)com tintas espessas de cores di-versas. Usem pincéis largos,buchas, esponjas. Explique queas pinceladas irão expressar aforça da memória (pinceladasfortes/fracas, grossas/finas, cla-ras/escuras, soltas/ precisas...).• Recortem numa das cartoli-nas várias vezes a silhueta dobrinquedo lembrado.• Sobre a outra cartolina intei-ra, construam uma composiçãocom os recortes. Sugerimosque o ritmo da montagem sejaparecido com o da brincadeira.

5. Montem uma exposição,e façam a leitura das imagensproduzidas.

6. Avaliem os trabalhos, reu-nindo uma reprodução da obralida com as produções da tur-ma. Assim vocês poderão revero processo vivido e descobrir asrelações que existem entre to-das as imagens. Em comum, háo tema Infância. As produçõespossivelmente mostrarão umcaminho que vai da imagemguardada na memória para aimagem feita com papel e tin-ta. A repetição das silhuetasdos brinquedos recortadas ecoladas produz ritmos nas com-posições das produções. Veri-fique se todos perceberamessas relações.

Obs.: Cada uma das etapassugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• Tintas e têmpera• Linhas, formas e cores na

obra de Alfredo Volpi• Ritmo e cores na obra de

Iberê Camargo• Arte e memória em Iberê

Camargo• Cores e texturas na

fotografia de Miguel Rio Branco

• A fotografia como arte• Retrato e identidade na

fotografia de Miguel RioBranco

• As marcas da pincelada e a força da expressão napintura de Iberê Camargo

• Arte e infância• Abstração e figuração• O tema infância numa

proposta de ateliê de arte • Arte postal • Arte e cultura popular• Figura e fundo • Movimento e equilíbrio na

construção de objetos tridimensionais

• Movimento na superfíciebidimensional

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

Agora eu era faz parte da Cole-ção Arte na Escola – O Leitor deImagens, um projeto da Com-panhia Editora Nacional e doInstituto Arte na Escola, deautoria de Anamelia BuenoBuoro, Beth Kok e Eliana AloiaAtihé, que também produzi-ram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

Agora eu era

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para os primeiros anos do Ensino Fundamental II.Todas as propostas da seção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 1

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

O tema de Agora eu era é aInfância. Não uma infância per-feita e idealizada, mas um mo-mento de nossa vida em que aalegria e a tristeza, a segurançae o perigo já estão misturados.Lendo a obra de Iberê Camargopodemos olhar nossa infância,em busca de mais lembranças eexperiências.

Memórias e imagens*

Conteúdos

• Leitura de Carretel Azul• Memória visual como

referência para a construçãoda imagem

• O ritmo na composição do texto visual

• Construção da imagem a partir de um tema

Etapas

1. Realize com a turma a lei-tura de imagem (leia o passo-a-passo deste encarte).

2. Amplie as informaçõessobre a imagem e o tema comoutros livros, internet, contosde fadas, fotos de família...

3. Organize as descobertasdo grupo num texto coletivo.Você ou um aluno anota nalousa o que os outros dizem:

espalhe as palavras e frases aoinvés de ordená-las em listas. Aturma pode recorrer a esseregistro mais tarde.

4. O ateliê relacionará a ima-gem lida com o universo de imagens da turma sobre a infân-cia. Este trabalho partirá da me-mória visual. Proponha que:• Tragam à memória a imagemde um brinquedo e procuremlembrar-se do ritmo das brinca-deiras realizadas com ele (agita-das/calmas, rápidas/lentas, nochão/no ar/na água, individuais/em grupo).• A partir da lembrança de umbrinquedo e dos movimentos aele relacionados, pintem carto-linas inteiras (duas por aluno)com tintas espessas de cores di-versas. Usem pincéis largos,buchas, esponjas. Explique queas pinceladas irão expressar aforça da memória (pinceladasfortes/fracas, grossas/finas, cla-ras/escuras, soltas/ precisas...).• Recortem numa das cartoli-nas várias vezes a silhueta dobrinquedo lembrado.• Sobre a outra cartolina intei-ra, construam uma composiçãocom os recortes. Sugerimosque o ritmo da montagem sejaparecido com o da brincadeira.

5. Montem uma exposição,e façam a leitura das imagensproduzidas.

6. Avaliem os trabalhos, reu-nindo uma reprodução da obralida com as produções da tur-ma. Assim vocês poderão revero processo vivido e descobrir asrelações que existem entre to-das as imagens. Em comum, háo tema Infância. As produçõespossivelmente mostrarão umcaminho que vai da imagemguardada na memória para aimagem feita com papel e tin-ta. A repetição das silhuetasdos brinquedos recortadas ecoladas produz ritmos nas com-posições das produções. Veri-fique se todos perceberamessas relações.

Obs.: Cada uma das etapassugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• Tintas e têmpera• Linhas, formas e cores na

obra de Alfredo Volpi• Ritmo e cores na obra de

Iberê Camargo• Arte e memória em Iberê

Camargo• Cores e texturas na

fotografia de Miguel Rio Branco

• A fotografia como arte• Retrato e identidade na

fotografia de Miguel RioBranco

• As marcas da pincelada e a força da expressão napintura de Iberê Camargo

• Arte e infância• Abstração e figuração• O tema infância numa

proposta de ateliê de arte • Arte postal • Arte e cultura popular• Figura e fundo • Movimento e equilíbrio na

construção de objetos tridimensionais

• Movimento na superfíciebidimensional

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

Agora eu era faz parte da Cole-ção Arte na Escola – O Leitor deImagens, um projeto da Com-panhia Editora Nacional e doInstituto Arte na Escola, deautoria de Anamelia BuenoBuoro, Beth Kok e Eliana AloiaAtihé, que também produzi-ram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

Agora eu era

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para os primeiros anos do Ensino Fundamental II.Todas as propostas da seção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 1

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

O tema de Agora eu era é aInfância. Não uma infância per-feita e idealizada, mas um mo-mento de nossa vida em que aalegria e a tristeza, a segurançae o perigo já estão misturados.Lendo a obra de Iberê Camargopodemos olhar nossa infância,em busca de mais lembranças eexperiências.

Memórias e imagens*

Conteúdos

• Leitura de Carretel Azul• Memória visual como

referência para a construçãoda imagem

• O ritmo na composição do texto visual

• Construção da imagem a partir de um tema

Etapas

1. Realize com a turma a lei-tura de imagem (leia o passo-a-passo deste encarte).

2. Amplie as informaçõessobre a imagem e o tema comoutros livros, internet, contosde fadas, fotos de família...

3. Organize as descobertasdo grupo num texto coletivo.Você ou um aluno anota nalousa o que os outros dizem:

espalhe as palavras e frases aoinvés de ordená-las em listas. Aturma pode recorrer a esseregistro mais tarde.

4. O ateliê relacionará a ima-gem lida com o universo de imagens da turma sobre a infân-cia. Este trabalho partirá da me-mória visual. Proponha que:• Tragam à memória a imagemde um brinquedo e procuremlembrar-se do ritmo das brinca-deiras realizadas com ele (agita-das/calmas, rápidas/lentas, nochão/no ar/na água, individuais/em grupo).• A partir da lembrança de umbrinquedo e dos movimentos aele relacionados, pintem carto-linas inteiras (duas por aluno)com tintas espessas de cores di-versas. Usem pincéis largos,buchas, esponjas. Explique queas pinceladas irão expressar aforça da memória (pinceladasfortes/fracas, grossas/finas, cla-ras/escuras, soltas/ precisas...).• Recortem numa das cartoli-nas várias vezes a silhueta dobrinquedo lembrado.• Sobre a outra cartolina intei-ra, construam uma composiçãocom os recortes. Sugerimosque o ritmo da montagem sejaparecido com o da brincadeira.

5. Montem uma exposição,e façam a leitura das imagensproduzidas.

6. Avaliem os trabalhos, reu-nindo uma reprodução da obralida com as produções da tur-ma. Assim vocês poderão revero processo vivido e descobrir asrelações que existem entre to-das as imagens. Em comum, háo tema Infância. As produçõespossivelmente mostrarão umcaminho que vai da imagemguardada na memória para aimagem feita com papel e tin-ta. A repetição das silhuetasdos brinquedos recortadas ecoladas produz ritmos nas com-posições das produções. Veri-fique se todos perceberamessas relações.

Obs.: Cada uma das etapassugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• Tintas e têmpera• Linhas, formas e cores na

obra de Alfredo Volpi• Ritmo e cores na obra de

Iberê Camargo• Arte e memória em Iberê

Camargo• Cores e texturas na

fotografia de Miguel Rio Branco

• A fotografia como arte• Retrato e identidade na

fotografia de Miguel RioBranco

• As marcas da pincelada e a força da expressão napintura de Iberê Camargo

• Arte e infância• Abstração e figuração• O tema infância numa

proposta de ateliê de arte • Arte postal • Arte e cultura popular• Figura e fundo • Movimento e equilíbrio na

construção de objetos tridimensionais

• Movimento na superfíciebidimensional

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

Agora eu era faz parte da Cole-ção Arte na Escola – O Leitor deImagens, um projeto da Com-panhia Editora Nacional e doInstituto Arte na Escola, deautoria de Anamelia BuenoBuoro, Beth Kok e Eliana AloiaAtihé, que também produzi-ram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

Agora eu era

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para os primeiros anos do Ensino Fundamental II.Todas as propostas da seção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 1

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

O tema de Agora eu era é aInfância. Não uma infância per-feita e idealizada, mas um mo-mento de nossa vida em que aalegria e a tristeza, a segurançae o perigo já estão misturados.Lendo a obra de Iberê Camargopodemos olhar nossa infância,em busca de mais lembranças eexperiências.

Memórias e imagens*

Conteúdos

• Leitura de Carretel Azul• Memória visual como

referência para a construçãoda imagem

• O ritmo na composição do texto visual

• Construção da imagem a partir de um tema

Etapas

1. Realize com a turma a lei-tura de imagem (leia o passo-a-passo deste encarte).

2. Amplie as informaçõessobre a imagem e o tema comoutros livros, internet, contosde fadas, fotos de família...

3. Organize as descobertasdo grupo num texto coletivo.Você ou um aluno anota nalousa o que os outros dizem:

espalhe as palavras e frases aoinvés de ordená-las em listas. Aturma pode recorrer a esseregistro mais tarde.

4. O ateliê relacionará a ima-gem lida com o universo de imagens da turma sobre a infân-cia. Este trabalho partirá da me-mória visual. Proponha que:• Tragam à memória a imagemde um brinquedo e procuremlembrar-se do ritmo das brinca-deiras realizadas com ele (agita-das/calmas, rápidas/lentas, nochão/no ar/na água, individuais/em grupo).• A partir da lembrança de umbrinquedo e dos movimentos aele relacionados, pintem carto-linas inteiras (duas por aluno)com tintas espessas de cores di-versas. Usem pincéis largos,buchas, esponjas. Explique queas pinceladas irão expressar aforça da memória (pinceladasfortes/fracas, grossas/finas, cla-ras/escuras, soltas/ precisas...).• Recortem numa das cartoli-nas várias vezes a silhueta dobrinquedo lembrado.• Sobre a outra cartolina intei-ra, construam uma composiçãocom os recortes. Sugerimosque o ritmo da montagem sejaparecido com o da brincadeira.

5. Montem uma exposição,e façam a leitura das imagensproduzidas.

6. Avaliem os trabalhos, reu-nindo uma reprodução da obralida com as produções da tur-ma. Assim vocês poderão revero processo vivido e descobrir asrelações que existem entre to-das as imagens. Em comum, háo tema Infância. As produçõespossivelmente mostrarão umcaminho que vai da imagemguardada na memória para aimagem feita com papel e tin-ta. A repetição das silhuetasdos brinquedos recortadas ecoladas produz ritmos nas com-posições das produções. Veri-fique se todos perceberamessas relações.

Obs.: Cada uma das etapassugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• Tintas e têmpera• Linhas, formas e cores na

obra de Alfredo Volpi• Ritmo e cores na obra de

Iberê Camargo• Arte e memória em Iberê

Camargo• Cores e texturas na

fotografia de Miguel Rio Branco

• A fotografia como arte• Retrato e identidade na

fotografia de Miguel RioBranco

• As marcas da pincelada e a força da expressão napintura de Iberê Camargo

• Arte e infância• Abstração e figuração• O tema infância numa

proposta de ateliê de arte • Arte postal • Arte e cultura popular• Figura e fundo • Movimento e equilíbrio na

construção de objetos tridimensionais

• Movimento na superfíciebidimensional

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

Agora eu era faz parte da Cole-ção Arte na Escola – O Leitor deImagens, um projeto da Com-panhia Editora Nacional e doInstituto Arte na Escola, deautoria de Anamelia BuenoBuoro, Beth Kok e Eliana AloiaAtihé, que também produzi-ram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

Agora eu era

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para os primeiros anos do Ensino Fundamental II.Todas as propostas da seção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 1

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

O tema de Agora eu era é aInfância. Não uma infância per-feita e idealizada, mas um mo-mento de nossa vida em que aalegria e a tristeza, a segurançae o perigo já estão misturados.Lendo a obra de Iberê Camargopodemos olhar nossa infância,em busca de mais lembranças eexperiências.

Memórias e imagens*

Conteúdos

• Leitura de Carretel Azul• Memória visual como

referência para a construçãoda imagem

• O ritmo na composição do texto visual

• Construção da imagem a partir de um tema

Etapas

1. Realize com a turma a lei-tura de imagem (leia o passo-a-passo deste encarte).

2. Amplie as informaçõessobre a imagem e o tema comoutros livros, internet, contosde fadas, fotos de família...

3. Organize as descobertasdo grupo num texto coletivo.Você ou um aluno anota nalousa o que os outros dizem:

espalhe as palavras e frases aoinvés de ordená-las em listas. Aturma pode recorrer a esseregistro mais tarde.

4. O ateliê relacionará a ima-gem lida com o universo de imagens da turma sobre a infân-cia. Este trabalho partirá da me-mória visual. Proponha que:• Tragam à memória a imagemde um brinquedo e procuremlembrar-se do ritmo das brinca-deiras realizadas com ele (agita-das/calmas, rápidas/lentas, nochão/no ar/na água, individuais/em grupo).• A partir da lembrança de umbrinquedo e dos movimentos aele relacionados, pintem carto-linas inteiras (duas por aluno)com tintas espessas de cores di-versas. Usem pincéis largos,buchas, esponjas. Explique queas pinceladas irão expressar aforça da memória (pinceladasfortes/fracas, grossas/finas, cla-ras/escuras, soltas/ precisas...).• Recortem numa das cartoli-nas várias vezes a silhueta dobrinquedo lembrado.• Sobre a outra cartolina intei-ra, construam uma composiçãocom os recortes. Sugerimosque o ritmo da montagem sejaparecido com o da brincadeira.

5. Montem uma exposição,e façam a leitura das imagensproduzidas.

6. Avaliem os trabalhos, reu-nindo uma reprodução da obralida com as produções da tur-ma. Assim vocês poderão revero processo vivido e descobrir asrelações que existem entre to-das as imagens. Em comum, háo tema Infância. As produçõespossivelmente mostrarão umcaminho que vai da imagemguardada na memória para aimagem feita com papel e tin-ta. A repetição das silhuetasdos brinquedos recortadas ecoladas produz ritmos nas com-posições das produções. Veri-fique se todos perceberamessas relações.

Obs.: Cada uma das etapassugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• Tintas e têmpera• Linhas, formas e cores na

obra de Alfredo Volpi• Ritmo e cores na obra de

Iberê Camargo• Arte e memória em Iberê

Camargo• Cores e texturas na

fotografia de Miguel Rio Branco

• A fotografia como arte• Retrato e identidade na

fotografia de Miguel RioBranco

• As marcas da pincelada e a força da expressão napintura de Iberê Camargo

• Arte e infância• Abstração e figuração• O tema infância numa

proposta de ateliê de arte • Arte postal • Arte e cultura popular• Figura e fundo • Movimento e equilíbrio na

construção de objetos tridimensionais

• Movimento na superfíciebidimensional

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

Agora eu era faz parte da Cole-ção Arte na Escola – O Leitor deImagens, um projeto da Com-panhia Editora Nacional e doInstituto Arte na Escola, deautoria de Anamelia BuenoBuoro, Beth Kok e Eliana AloiaAtihé, que também produzi-ram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

Agora eu era

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para os primeiros anos do Ensino Fundamental II.Todas as propostas da seção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 1

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

O tema de Agora eu era é aInfância. Não uma infância per-feita e idealizada, mas um mo-mento de nossa vida em que aalegria e a tristeza, a segurançae o perigo já estão misturados.Lendo a obra de Iberê Camargopodemos olhar nossa infância,em busca de mais lembranças eexperiências.

Memórias e imagens*

Conteúdos

• Leitura de Carretel Azul• Memória visual como

referência para a construçãoda imagem

• O ritmo na composição do texto visual

• Construção da imagem a partir de um tema

Etapas

1. Realize com a turma a lei-tura de imagem (leia o passo-a-passo deste encarte).

2. Amplie as informaçõessobre a imagem e o tema comoutros livros, internet, contosde fadas, fotos de família...

3. Organize as descobertasdo grupo num texto coletivo.Você ou um aluno anota nalousa o que os outros dizem:

espalhe as palavras e frases aoinvés de ordená-las em listas. Aturma pode recorrer a esseregistro mais tarde.

4. O ateliê relacionará a ima-gem lida com o universo de imagens da turma sobre a infân-cia. Este trabalho partirá da me-mória visual. Proponha que:• Tragam à memória a imagemde um brinquedo e procuremlembrar-se do ritmo das brinca-deiras realizadas com ele (agita-das/calmas, rápidas/lentas, nochão/no ar/na água, individuais/em grupo).• A partir da lembrança de umbrinquedo e dos movimentos aele relacionados, pintem carto-linas inteiras (duas por aluno)com tintas espessas de cores di-versas. Usem pincéis largos,buchas, esponjas. Explique queas pinceladas irão expressar aforça da memória (pinceladasfortes/fracas, grossas/finas, cla-ras/escuras, soltas/ precisas...).• Recortem numa das cartoli-nas várias vezes a silhueta dobrinquedo lembrado.• Sobre a outra cartolina intei-ra, construam uma composiçãocom os recortes. Sugerimosque o ritmo da montagem sejaparecido com o da brincadeira.

5. Montem uma exposição,e façam a leitura das imagensproduzidas.

6. Avaliem os trabalhos, reu-nindo uma reprodução da obralida com as produções da tur-ma. Assim vocês poderão revero processo vivido e descobrir asrelações que existem entre to-das as imagens. Em comum, háo tema Infância. As produçõespossivelmente mostrarão umcaminho que vai da imagemguardada na memória para aimagem feita com papel e tin-ta. A repetição das silhuetasdos brinquedos recortadas ecoladas produz ritmos nas com-posições das produções. Veri-fique se todos perceberamessas relações.

Obs.: Cada uma das etapassugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• Tintas e têmpera• Linhas, formas e cores na

obra de Alfredo Volpi• Ritmo e cores na obra de

Iberê Camargo• Arte e memória em Iberê

Camargo• Cores e texturas na

fotografia de Miguel Rio Branco

• A fotografia como arte• Retrato e identidade na

fotografia de Miguel RioBranco

• As marcas da pincelada e a força da expressão napintura de Iberê Camargo

• Arte e infância• Abstração e figuração• O tema infância numa

proposta de ateliê de arte • Arte postal • Arte e cultura popular• Figura e fundo • Movimento e equilíbrio na

construção de objetos tridimensionais

• Movimento na superfíciebidimensional

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

Agora eu era faz parte da Cole-ção Arte na Escola – O Leitor deImagens, um projeto da Com-panhia Editora Nacional e doInstituto Arte na Escola, deautoria de Anamelia BuenoBuoro, Beth Kok e Eliana AloiaAtihé, que também produzi-ram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

Agora eu era

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para os primeiros anos do Ensino Fundamental II.Todas as propostas da seção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 1

A leitura deimagens na salade aula de Arte

O contato com a imagem daarte sensibiliza e educa nosso olhar.Por isso, ler imagens é importanteem qualquer idade da vida. A ima-gem oferece uma visão da reali-dade muito diferente daquela quea palavra oferece. O texto referen-cial nos dá uma compreensão gra-dual sobre um tema, enquanto aimagem – visual ou verbal – ofere-ce-nos uma visão integral e simultâ-nea desse mesmo tema, possibili-tando outras maneiras de abordá-loe de compreendê-lo.

Expressar-se com imagens

A arte visual nos dá acesso aoutra linguagem, ao mesmo tempooposta e complementar à lingua-gem verbal, ou seja, a palavra. Len-do imagens em sala de aula, você e seus alunos vão aprender sobreessa linguagem, usando-a paracombinar com outras, interagircom o mundo, expressar e comuni-car idéias e sentimentos, conhecero mundo e se conhecer melhor.Numa escola como a nossa, quevaloriza excessivamente o raciocí-nio lógico-matemático e a expres-são verbal escrita, a linguagem daarte visual pode equilibrar o exces-so de racionalidade, propondo oexercício da sensibilidade, da ima-ginação, da intuição; habilidadesque estimulam outras maneiras de pensar, sentir, ensinar, aprendere agir.

Ler imagens emtodas as disciplinas

O potencial interdisciplinar etransdisciplinar da arte é infinito. Aarte fala de tudo: História, Geo-política, Filosofia, Literatura, Mate-mática, Geometria, Poesia, Socio-logia, Antropologia, Mitologia... Aslinguagens da arte também levam acultura para dentro da escola. Asartes visuais reúnem um conheci-mento que “costura” os outros,oferecendo caminhos para integraras disciplinas escolares. Por isso,uma obra de arte pode ser texto epretexto para ampliar e aprofundarqualquer conteúdo ou disciplina.

Pensando assim, além do professorde Arte, todos os professores, espe-cialistas ou generalistas, interessa-dos em ler quaisquer imagens comseus alunos, podem se apropriardesta Coleção.

A arte é também um caminhopara expressarmos emoções eidéias. A leitura da imagem da arteem sala de aula mobiliza simulta-neamente a cognição e a imagina-ção, encaminhando um modo deconhecer que valoriza tanto a infor-mação objetiva quanto a formaçãoda subjetividade. Ler imagens per-mite-nos descobrir as coisas de quemais gostamos: o movimento esté-tico que nos fala mais, o artistacom o qual mais nos identificamos,a obra desse artista que mais nossensibiliza... Dessa maneira, alémde aprendermos sobre o mundo,aprendemos também sobre nósmesmos.

Cognição e imaginação

O contato com as imagens daarte mantém acesa nossa própriaimaginação. E imaginar será umahabilidade cada vez mais valori-zada, num mundo cada vez maisincerto. Os inventores, cientistas,políticos, empresários que real-mente fazem a diferença paramelhor são também grandes “ima-ginadores”, ou seja, criadores deimagens nas quais projetam hipó-teses, cenários futuros, soluçõesemergenciais.

Há ainda a possibilidade dedesenvolver habilidades narrativas,descritivas, analíticas e interpre-tativas, as quais podem, no míni-mo, contribuir muitíssimo paraenriquecer conteúdos de LínguaPortuguesa, História, Geografia,Filosofia... Isso sem falar nas inter-faces com a Matemática, a Infor-mática e a Geometria.

A Coleção e a disciplina de Arte

Cada livro é um guia de suges-tões para ler imagens. Na sala deaula, os livros sugerem uma abor-dagem da imagem por etapas:olhar, perceber, descrever, analisar,relacionar, interpretar, amplificar,pesquisar outras fontes de ima-gens (no jornal, na internet, na TV,na publicidade...), produzir ima-gens (tangíveis e/ou intangíveis). A Coleção pretende aproximarobras, artistas e temas da vida deseus leitores.

Mix e Remix ajudam a fazeressa aproximação exclusivamentepor meio das imagens.

Olho do curador mostra comoas obras podem conversar umascom as outras, ao redor de ummesmo tema.

Arte no tempo pode ser ogatilho de uma seqüência de aulassobre as transformações na so-ciedade, na cultura, na vida doartista...

Fazer fazeres destaca uma téc-nica, um movimento artístico, umoutro artista, um conteúdo comumna obra de um mesmo artista...

O olho e a mão pode gerarobjetos concretos, produzidos noateliê de artes, ou simplesmenteestimular uma idéia, expressar umsentimento, vencer um precon-ceito, propor outro jeito de pensarou uma maneira diferente de ver...

Repertório é um pequeno edespretensioso glossário, útil paraa leitura.

Indicações oferece dicas deconexões interdisciplinares e trans-disciplinares.

Vaivém é o momento maislivre, de apropriar-se das imagense trocá-las com o mundo de forada escola.

O tema de Agora eu era é aInfância. Não uma infância per-feita e idealizada, mas um mo-mento de nossa vida em que aalegria e a tristeza, a segurançae o perigo já estão misturados.Lendo a obra de Iberê Camargopodemos olhar nossa infância,em busca de mais lembranças eexperiências.

Memórias e imagens*

Conteúdos

• Leitura de Carretel Azul• Memória visual como

referência para a construçãoda imagem

• O ritmo na composição do texto visual

• Construção da imagem a partir de um tema

Etapas

1. Realize com a turma a lei-tura de imagem (leia o passo-a-passo deste encarte).

2. Amplie as informaçõessobre a imagem e o tema comoutros livros, internet, contosde fadas, fotos de família...

3. Organize as descobertasdo grupo num texto coletivo.Você ou um aluno anota nalousa o que os outros dizem:

espalhe as palavras e frases aoinvés de ordená-las em listas. Aturma pode recorrer a esseregistro mais tarde.

4. O ateliê relacionará a ima-gem lida com o universo de imagens da turma sobre a infân-cia. Este trabalho partirá da me-mória visual. Proponha que:• Tragam à memória a imagemde um brinquedo e procuremlembrar-se do ritmo das brinca-deiras realizadas com ele (agita-das/calmas, rápidas/lentas, nochão/no ar/na água, individuais/em grupo).• A partir da lembrança de umbrinquedo e dos movimentos aele relacionados, pintem carto-linas inteiras (duas por aluno)com tintas espessas de cores di-versas. Usem pincéis largos,buchas, esponjas. Explique queas pinceladas irão expressar aforça da memória (pinceladasfortes/fracas, grossas/finas, cla-ras/escuras, soltas/ precisas...).• Recortem numa das cartoli-nas várias vezes a silhueta dobrinquedo lembrado.• Sobre a outra cartolina intei-ra, construam uma composiçãocom os recortes. Sugerimosque o ritmo da montagem sejaparecido com o da brincadeira.

5. Montem uma exposição,e façam a leitura das imagensproduzidas.

6. Avaliem os trabalhos, reu-nindo uma reprodução da obralida com as produções da tur-ma. Assim vocês poderão revero processo vivido e descobrir asrelações que existem entre to-das as imagens. Em comum, háo tema Infância. As produçõespossivelmente mostrarão umcaminho que vai da imagemguardada na memória para aimagem feita com papel e tin-ta. A repetição das silhuetasdos brinquedos recortadas ecoladas produz ritmos nas com-posições das produções. Veri-fique se todos perceberamessas relações.

Obs.: Cada uma das etapassugeridas não corresponde ne-cessariamente a uma aula. Di-mensione o tempo, dividindo asetapas em várias aulas, de acor-do com o rendimento do grupo.

Outros conteúdos do livro

• Tintas e têmpera• Linhas, formas e cores na

obra de Alfredo Volpi• Ritmo e cores na obra de

Iberê Camargo• Arte e memória em Iberê

Camargo• Cores e texturas na

fotografia de Miguel Rio Branco

• A fotografia como arte• Retrato e identidade na

fotografia de Miguel RioBranco

• As marcas da pincelada e a força da expressão napintura de Iberê Camargo

• Arte e infância• Abstração e figuração• O tema infância numa

proposta de ateliê de arte • Arte postal • Arte e cultura popular• Figura e fundo • Movimento e equilíbrio na

construção de objetos tridimensionais

• Movimento na superfíciebidimensional

Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens

Av. Alexandre Mackenzie, 691 – 05322-000 – Jaguaré – São Paulo – SP Tel.: (11) 2799-7799

www.editoranacional.com.br [email protected]

Agora eu era faz parte da Cole-ção Arte na Escola – O Leitor deImagens, um projeto da Com-panhia Editora Nacional e doInstituto Arte na Escola, deautoria de Anamelia BuenoBuoro, Beth Kok e Eliana AloiaAtihé, que também produzi-ram este encarte.

Professor,Para nós, autoras, é muito importante saber o que você achou deste material.

Envie sua opinião para:AUTORAS – COLEÇÃO ARTE NA ESCOLA

e-mail [email protected]

Agora eu era

Nascemos leitores de imagens muito competentes.

A expressão do rosto de nossa mãe, o desenho do livro de

histórias, o logotipo do caminhão, tudo é texto para nós. Até que

nos ensinam que textos são feitos somente de letras

que formam palavras que formam frases que formam parágrafos...

Diante do poder da palavra escrita, é preciso estimular o

olhar para as imagens, todas elas: do anúncio ao grafite, do

desenho animado ao álbum de fotos da família...

Isso precisa acontecer para o bem da própria palavra escrita, que

se renova e se reinventa quando dialoga com a imagem.

O LEITOR DEIMAGENS

*A proposta de ateliê que apresentamos aqui foi elaborada para os primeiros anos do Ensino Fundamental II.Todas as propostas da seção O olho e a mão também podem ser realizadas no ateliê.

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 1

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

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Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes.Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também podesugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicaçõessempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTOA imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, RepertórioeIndicaçõesestabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Óperae Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

Encarte_01_infancia 08.02.18 11:08 Page 2

Os livros da Coleção oferecemuma proposta de trabalho para aaula de Arte e também a possibili-dade de percorrer o caminho quevai do artista ao leitor, por meio daobra. É muito importante quevocê, professor, conheça os princi-pais objetivos da Coleção:

1. desenvolver as habilidadesde leitura de seus alunos (da linguagem visual e da linguagemverbal);

2. educar e sensibilizar olharesque produzem imagens e vivemmergulhados num mundo repletode imagens;

3. ampliar repertórios de arte ecultura;

4. estimular o hábito e o prazerda leitura (dos livros da Coleção e de outros que indicamos fora docontexto da aula de Arte, come-çando assim a formar uma peque-na biblioteca de artes visuais).

Passo-a-passoda leitura deimagens

Existem muitas maneiras de lerimagens. Esta é apenas uma delas.Cada livro da Coleção realiza omesmo percurso e, como os temase as imagens mudam de livro paralivro, sempre acontecem coisas di-ferentes. Sugerimos aqui algumasetapas de leitura da imagem muitoparecidas com as que nós, as auto-ras, seguimos para criar os livrosda Coleção.

1OLHAR E VER Estimule seusalunos a passearem livremen-te pela imagem, durante o

tempo que for necessário. Se elesfizerem isso com incrível rapidez,convide-os a olharem mais umpouco, a procurarem, a descobri-rem detalhes. Use estratégias deconcentração, como uma músicade fundo, por exemplo. Estimuleoutros sentidos, que não apenas avisão. Perceba como é importanteque cada um tenha seu próprioexemplar do livro. O primeiro con-tato livre entre o olhar e a imagemestabelece uma relação singular.Alguém vai ver o chapéu, outro vainotar o sapato, outro vai enxergar

uma cor... Quando um leitor olhauma imagem, ele se concentra,focaliza o olhar, percebe, sente,interage com a imagem e projetanela suas próprias imagens. Noslivros da Coleção, esse momentocorresponde à apresentação ini-cial, em que textos verbais nosconvidam a investigar detalhes.

2 TROCAR EXPERIÊNCIASQuando todas essas expe-riências são trocadas na sala

de aula, cada leitor de imagenslevanta o detalhe que mais cha-mou sua atenção. Os olhares seenriquecem nessa troca inicial deimpressões. No final, numa con-versa com a classe, outros comen-tários ampliarão esse contato. Estemomento e o anterior abrem aporta para a leitura da imagem.

3DESCREVER É hora de siste-matizar os momentos ante-riores, descrevendo. Isso pode

ser feito em duplas, em pequenosgrupos, ou no grande grupo, sem-pre com o professor estimulan-do todos a dizerem o que estãovendo. O olhar vai em busca deelementos para ver e descrever. Adescrição da imagem vai ajudar a descobrir mais detalhes e, comeles, significados que o artistacifrou em seu texto visual. Porexemplo, ao notar que a cor dealgum objeto não corresponde àrealidade, vamos querer saber porque isso acontece. Por isso, a des-crição de um texto visual podegerar mais perguntas do que res-postas. Nos livros da Coleção, adescrição verbal é feita desde o momento da apresentação daobra, procurando usar uma lingua-gem mais poética (analógica) doque lógica.

4ANALISAR Olhando umpouco mais a imagem, des-cobrimos como ela foi cons-

truída: o que está na frente eatrás, o que é grande e pequeno,o que está por cima e por baixo,como foram usadas as cores,linhas, formas, os materiais e efei-tos obtidos pelo artista... Essasinformações permitem percebercomo o texto visual foi construído.Neste momento é importanteestabelecer o maior número possí-vel de relações. Por exemplo: porque será que Van Gogh, que teveuma vida tão difícil, pintou umvaso de girassóis tão vibrante?Descrevendo seus Girassóis, vouperceber que o vaso pintado émuito diferente de um vaso que euusaria para enfeitar minha casa. Novaso de Van Gogh, há girassóisabertos, fechados, em botão, mur-chos, secos, pequenos, graúdos,sobrepostos, justapostos... Relacio-nando os dois vasos – o meu e o deVan Gogh – posso pensar que oartista quer falar do ciclo vital dasplantas – nascimento, esplendor emorte –, tema que remete à vidahumana. Só percebo isso se rela-ciono o vaso real e o vaso pintado.

Para realizar uma leitura deimagem mais aprofundada, 50minutos por semana são insufi-cientes. Por isso, a leitura poderáser dividida em algumas aulas, ocu-padas por um ou dois passos deleitura. Elabore propostas claras,estimulantes e sedutoras, que pro-voquem seus alunos a retomar aleitura de uma mesma imagem. Acada aula, a turma precisará serreaquecida para investigar e desco-brir o que a imagem ainda tem adizer. Você pode propor, por exem-plo, que seus alunos recuperemcores, figuras, impressões da ima-gem lida, só que de memória ou deolhos fechados. Enquanto elesfalam, você escreve palavras soltasna lousa. Também pode sugerir

que eles tragam de casa outrasimagens, coletadas em jornais, re-vistas, na internet etc. que tenhamalguma relação com a imagemlida. Canções e outras produçõesmusicais são sempre bem-vindas.As imagens verbais enriquecemainda mais esse processo: contos,mitos, crônicas, poemas, trava-lín-guas… As imagens sonoras tam-bém têm esse poder. Quem quiserpode mostrar sua contribuição ecomentar as relações dela com a imagem lida. Cada aula podeencerrar-se com uma pequenaprodução: um esboço, uma cola-gem, um texto curto, um haicai,uma página de diário, tudo nasci-do da imagem lida. O ateliê pro-põe a experiência de produzirobjetos a partir da leitura. Mate-riais interessantes, como livrossobre o tema que a imagem apre-senta, trechos de filmes, CD-ROMcom jogos interativos, canções,também funcionam para aquecera turma e retomar o trabalho. Aseção Indicações sempre dá mui-tas dicas desses materiais.

A produção de um tra-balho no ateliê requer umaaula exclusiva. Conte à tur-ma que o artista tambémprecisa se aquecer pararetomar seu trabalho. Sóque ele não tem hora paraterminar, enquanto vocêstêm de encerrar em 50 mi-nutos. Por isso, o ateliêprecisa ser entendido comouma aproximação do fazerartístico. É importante quetodos percebam que, portrás da produção de umaimagem bi ou tridimensio-nal, há o envolvimentocom um tema, um processoimaginativo que estimulasentimentos e idéias, umcuidadoso planejamento,muitas tentativas (algumasfrustradas), uma maneirade organizar a linguagemvisual e de revelar um jeitode ser, pensar e fazer.

Nos livros da Coleção, as relaçõessão feitas e sugeridas o tempotodo, em todas as seções.

5RELACIONAR TEXTO ECONTEXTO A imagem daobra de arte é o texto a ser

lido. O contexto é o conjunto detextos que envolve a construçãodo significado de uma obra dearte. Pode ser o tempo e o espaçoem que viveu o artista, os diálogosentre essa e outras obras domesmo artista ou de outros artis-tas, aspectos históricos, sociais,antropológicos, culturais, quetambém ajudam a construir os significados da imagem lida…Nela podemos perceber que a arteé uma linguagem que existe notempo e no espaço, que fala de

um tempo e de um espaço. Falatambém ao nosso tempo e dolugar que ocupamos no mundo. Amaneira de os artistas elaboraremseus textos visuais, os modos co-mo eles compõem suas obras,sempre se relacionam com otempo e o espaço em que estãoinseridos. Nos livros da Coleção,Mix Ateliê, O olho e a mão,Arte no tempo, Repertório eIndicações estabelecem muitasrelações entre texto e contexto.

6INTERPRETAR Por fim, cadaleitor elabora sua interpre-tação, produzindo uma nova

imagem, um texto verbal (que po-de ser um poema, uma letra de canção, um e-mail), um obje-to... Ao fechar o processo de leitu-ra, cada um terá formulado uma

interpretação sua, mas baseada notexto do artista.Também terá descoberto significa-dos que nasceram da relação doleitor com a imagem da obra dearte. Resumo da Ópera e Olhodo curador investem diretamentenessa amarração da leitura.

ADEQUANDO O PASSO-A-PASSO À SUA REALIDADE

Cumprir todos os seis passospressupõe uma razoável maturi-dade por parte do leitor de ima-gens. Numa sala de aula de Edu-cação Infantil, por exemplo, osdois primeiros podem ser sufi-cientes. Do 1º ao 5º ano do EnsinoFundamental, você poderá entrartambém no terceiro e no quartomomento (descrição e análise). A história de vida do artista (texto-e-contexto) também pode ser inte-ressante para que essa faixa etáriacomece a estabelecer relaçõesentre biografia e obra. Para traba-lhar do 6º ano do Ensino Funda-mental ao Ensino Médio, você, que conhece bem suas turmas,pode redimensionar os passos.Nessa fase, as etapas de descrição,análise/relações texto-e-contexto einterpretação podem ser aprofun-dadas. É claro que pode haver umgrupo de educação infantil muitoenvolvido, e outro, de ensino mé-dio, menos disposto. Nenhumaregra é geral e as exceções serãosempre estimulantes.

A Coleção Arte na Escola – O Leitor de Imagens nas aulas de Arte

A leitura de imagens em aulas de 50 minutos

O leitor de imagens no ateliê de artes

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