LUCIANA LISBOA MOTA E CASTRO
O ICTIOPLAcircNCTON
DO ESTUAacuteRIO DO RIO PIRAQUEcirc-ACcedilU ES
VITOacuteRIA2001
LUCIANA LISBOA MOTA E CASTRO
O ICTIOPLAcircNCTON
DO ESTUAacuteRIO DO RIO PIRAQUEcirc-ACcedilU ES
Orientador Prof o Dr Jean-Christophe Joyeux
VITOacuteRIA2001
Monografia apresentada ao Curso deGraduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicasda Universidade Federal do EspiacuteritoSanto para obtenccedilatildeo do tiacutetulo deBacharel em Ciecircncias Bioloacutegicas
AGRADECIMENTOS
bull Agrave Deus que eacute a forccedila que me impulsiona a cada dia
bull Aos meus pais que nunca mediram esforccedilos para que eu prosseguisse com os meus
estudos e concluiacutesse mais essa etapa Aos meus irmatildeos pelo apoio e companheirismo
bull Ao meu orientador professor Jean-Christophe Joyeux pelas contribuiccedilotildees e sugestotildees
para a realizaccedilatildeo deste trabalho e principalmente pela amizade e compreensatildeo
bull Ao professor Gilberto F Barroso pelo fornecimento de mapas e informaccedilotildees que foram
indispensaacuteveis agrave este trabalho
bull Ao professor Joseacute H Muelbert (FURG - RS) por vir a Vitoacuteria especialmente participar
da avaliaccedilatildeo deste trabalho
bull Aos colegas do Laboratoacuterio de Ictioplacircncton Bruno Genyess e Hilton pelo auxiacutelio nas
coletas pelo apoio de sempre e principalmente pela amizade de vocecircs
bull Ao Sr Pedro e Walace pela disposiccedilatildeo em nos auxiliar nas coletas e pelas sugestotildees
para as coletas
bull Agrave ARACRUZ CELULOSE pelo apoio financeiro
bull Ao Centro de Tecnologia em Aquicultura (CTA) por nos emprestar o barco e ao BMLP
por nos emprestar o motor indispensaacuteveis para a realizaccedilatildeo dos trabalhos de campo
bull Aos professores funcionaacuterios e estagiaacuterios do DERN pela amizade e por
proporcionarem o nosso ambiente de trabalho tatildeo agradaacutevel
bull Agrave todos os meus amigos pela compreensatildeo e pelo carinho de sempre em especial agrave
Keyla e Maria Alciele por me ajudarem a escrever esta monografia
bull Agrave todos aqueles que embora natildeo estejam citados aqui contribuiacuteram de alguma forma
para a conclusatildeo deste trabalho
SUMAacuteRIO
RESUMO
1 INTRODUCcedilAtildeO 5
2 OBJETIVOS
21 Objetivo geral
22 Objetivos especiacuteficos
8
8
8
3 METODOLOGIA
31 Aacuterea de estudo
32 Amostragens
33 Processamento das amostras
34 Anaacutelises estatiacutesticas
9
9
10
13
14
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
42 Dados bioacuteticos
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
18
18
22
25
28
5 DISCUSSAtildeO 31
6 CONCLUSOtildeES 35
7 REFEREcircNCIAS 36
ANEXOS 42
RESUMO
Estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de vida de
vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo contra
predadores de larvas e formas jovens de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio Este
trabalho apresenta a distribuiccedilatildeo espacial e temporal num periacuteodo de seis meses do
ictioplacircncton no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e analisa se haacute diferenccedila na distribuiccedilatildeo das
larvas entre os dois braccedilos do rio Foram realizadas 12 coletas mensais noturnas em trecircs
pontos do estuaacuterio um no braccedilo norte um no braccedilo sul e um na entrada do estuaacuterio Em
cada ponto foram feitos trecircs arrastos com rede tipo bongocirc de malha 333 microm com trecircs
minutos de duraccedilatildeo cada Foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e oxigecircnio
dissolvido da aacutegua de superfiacutecie e de fundo Em seis meses foram encontrados 44 taxa
sendo Engraulidae Gobiidae e Haemulidae os mais abundantes O ictioplacircncton foi mais
abundante nos meses mais quentes (marccedilo a maio ANOVA p le 0001) e no braccedilo norte
(ANOVA p = 0005) As espeacutecies residentes do estuaacuterio apresentaram tanto distribuiccedilatildeo
espacial homogecircnea entre os trecircs pontos de amostragem no caso dos engrauliacutedeos quanto
distribuiccedilatildeo espacial heterogecircnea no caso de Microgobius meeki As espeacutecies migratoacuterias
demersais parecem predominar no braccedilo norte como Achirus sp (teste de Friedman p =
0032) e as migratoacuterias pelaacutegicas como Gobionellus spp (teste de Friedman p = 0020)
no braccedilo sul
5
1 INTRODUCcedilAtildeO
Um grande nuacutemero de espeacutecies de peixes marinhos de importacircncia comercial tecircm
uma parte de sua vida associada a sistemas costeiros como por exemplo peixes das famiacutelias
Centropomidae (robalos) Mugilidae (tainhas) Sciaenidae (corvinas cangoaacutes) Gerreidae
(carapicus) etc (Helmer amp Barbosa 1987 Oshiro amp Arauacutejo 1987 e Andreata et al 1997)
De fato estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de
vida de vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo
contra predadores de larvas e formas juvenis de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio
(Laegdsgaard amp Johnson 2000)
Os estudos sobre distribuiccedilatildeo do ictioplacircncton ou seja relativos aos ovos e larvas
dos peixes satildeo entatildeo fundamentais sob vaacuterios aspectos Sob o aspecto cientiacutefico esses
estudos visam o conhecimento da bioecologia dos ovos e larvas eventualmente auxiliando
na taxonomia dos adultos (Smith amp Thacker 2001) Sob o aspecto comercial de pesca satildeo
aplicados na detecccedilatildeo de aacutereas de concentraccedilatildeo de adultos atraveacutes da quantidade de ovos e
larvas em determinadas regiotildees estudos populacionais e piscicultura entre outros
(Ciechomski 1981 apud Soares et al 1991) Aleacutem disso teleoacutesteos jovens satildeo
extremamente susceptiacuteveis aos distuacuterbios antroacutepicos tanto na fase larval quanto na juvenil
(Kingsford amp Gray 1996) Nos estuaacuterios a poluiccedilatildeo a destruiccedilatildeo do habitat e a sobrepesca
satildeo as maiores ameaccedilas (Joyeux amp Ward 1998) No Brasil os efeitos dos efluentes
domeacutesticos e industriais lanccedilados nos estuaacuterios ainda natildeo foram quantificados mas sem
duacutevida devem ser relevantes (Kingsford amp Gray 1996 Barroso amp Dias Jr 1997) Esses
ambientes suportam um grande nuacutemero de pescadores profissionais de subsistecircncia e
esportivos Embora natildeo haja estatiacutestica ateacute o momento a pesca em pequena escala
6
possivelmente represente uma fonte econocircmica de importacircncia para os moradores das
regiotildees estuarinas (Andreata amp Frederick 1999)
A ictiofauna estuarino-costeira do Espiacuterito Santo eacute pouco conhecida sendo
apresentada apenas no trabalho de Helmer amp Barbosa (1987) O domiacutenio oceacircnico foi
assunto de estudos ictioplanctoloacutegicos mais aprofundados (Ekau amp Matsuura 1996 Ekau
et al 1999) No litoral estudos em andamento estimam aproximadamente 230 espeacutecies de
peixes (S Floeter amp JL Gasparini comunicaccedilatildeo pessoal) incluindo as espeacutecies de costatildeo
(recifais) e aquelas que se encontram tipicamente sobre fundos oceacircnicos moles (areia e
lama) e nos estuaacuterios totalizando um terccedilo de todas as espeacutecies marinhas e estuarinas
conhecidas do Brasil (Fishbase 1998)
As espeacutecies espiacuterito-santenses pertencem tanto ao conjunto das formas tropicais
quanto ao de aacuteguas temperadas (Floeter amp Gasparini 2000) Este uacuteltimo eacute mais conhecido
em relaccedilatildeo agrave descriccedilatildeo do estado larval e agrave sua ecologia devido agrave sua similaridade com a
fauna do Atlacircntico Nordeste (desde Welch amp Breder 1923-24 Hildebrand amp Cable 1930
1934 1938 etc) e ao importante desenvolvimento das pesquisas no Sul do Brasil desde
Weiss amp Krug (1977) Sinque (1980) e Weiss (1981) Em regiotildees mais proacuteximas
recentemente trabalhos tecircm sido desenvolvidos no estado do Rio de Janeiro (Soares et al
1991 Bonecker 1997 Castro 1998 e Soares 1998) e no sul da Bahia (Castro amp Bonecker
1996) A primeira informaccedilatildeo sobre o ictioplacircncton no Espiacuterito Santo foi apresentada em
resumo por Bonecker amp Dias (1986) apud Bonecker (1997) Recentemente Almeida et al
(2000) e Pereira et al (2000) apresentaram dados preliminares sobre a imigraccedilatildeo do
ictioplacircncton para a Baiacutea de Vitoacuteria e as massas daacutegua que este ictioplacircncton utiliza
durante a sua migraccedilatildeo
7
De modo geral nos estuaacuterios o ictioplacircncton eacute composto por espeacutecies residentes ou
seja que completam todo o seu ciclo de vida neste local e de espeacutecies migratoacuterias que se
reproduzem no oceano e imigram para o estuaacuterio ainda na fase larval ou juvenil As larvas
migratoacuterias apresentam dois tipos de comportamento para deslocarem verticalmente na
coluna de aacutegua O primeiro consiste num deslocamento vertical diurno independente da
mareacute (Joyeux 1998) O segundo tambeacutem consiste num deslocamento vertical diurno na
coluna de aacutegua poreacutem dependente da fase da mareacute (Joyeux 1998) Este eacute frequumlentemente
chamado TST sigla para Tidal Stream Transport As larvas pelaacutegicas ou seja aquelas
que satildeo mais abundantes na parte superior da coluna daacutegua utilizam preferencialmente o
primeiro tipo As larvas demersais que satildeo mais abundantes na parte inferior da coluna
daacutegua utilizam o segundo tipo Os dois tipos de comportamento podem ser utilizados para
as larvas manterem-se em um local ou progredirem para montante Entretanto a teoria
supotildee que o segundo tipo eacute mais eficiente em relaccedilatildeo ao posicionamento horizontal e entatildeo
as larvas que utilizam TST para migrarem podem ter vantagens sobre aquelas que natildeo
utilizam tal comportamento em ambientes estratificados Assim as espeacutecies que utilizam e
aquelas que natildeo utilizam o TST podem ter distribuiccedilatildeo horizontal diferenciada dentro dos
estuaacuterios
Este trabalho descreve a comunidade ictioplanctocircnica e apresenta a sua distribuiccedilatildeo
espacial e temporal (num periacuteodo de seis meses) no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Aleacutem
disso analisa se haacute diferenccedila tanto na composiccedilatildeo fauniacutestica como na abundacircncia entre os
dois braccedilos do rio Assim a morfologia do estuaacuterio pode ser utilizada para explicar melhor
qual a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas hidroloacutegicas com a distribuiccedilatildeo espacial o
comportamento e a ecologia das larvas de peixes dependentes dos estuaacuterios
8
2 OBJETIVOS
21 Objetivo geral
Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar
a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000
22 Objetivos especiacuteficos
a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do
Piraquecirc-accedilu
b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton
c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes
d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e
demersais
9
3 METODOLOGIA
31 Aacuterea de estudo
O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de
Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz
municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de
Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e
apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte
o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas
fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave
estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio
Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF
Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um
beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes
totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco
poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)
10
Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)
32 Amostragens
As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de
2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)
a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras
denominado Balsa
b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de
Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa
11
c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute
a 53 km a montante da Balsa
A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km
a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)
Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)
Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333
microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada
por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As
amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de
trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande
abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos
12
foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As
amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir
a despigmentaccedilatildeo
As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das
larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se
iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua
minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute
baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta
e a triagem
Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de
outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do
pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)
Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas
Ordem de amostragemData
Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo
28 marccedilo 00 1 3 2 2 _
27 abril 00 3 1 2 3 30
30 maio 00 3 1 2 3 33
27 junho 00 1 3 2 3 28
25 julho 00 2 1 3 3 28
22 agosto 00 2 3 1 3 28
25 setembro 00 3 1 2 3 34
20 outubro 00 1 3 2 3 25
26 novembro 00 2 3 1 3 37
19 dezembro 00 3 2 1 3 23
17 janeiro 01 1 2 3 3 29
16 fevereiro 01 3 2 1 3 30
13
Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e
concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-
se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85
33 Processamento das amostras
Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses
de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)
foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham
grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)
Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras
Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas
Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468
Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044
Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376
Abril 1a laje 1a 1 2 323 646
Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068
Abril 1a laje 3a 1 4 124 496
Abril Balsa 1a 1 1 378 378
a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais
A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes
Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan
(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo
preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados
Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta
14
amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas
seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)
34 Anaacutelises estatiacutesticas
O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula
1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros
foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados
foacutermula 4)
Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)
Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo
Distacircncia = ∆ bull Constante (2)
onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)
e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363
Aacuterea = π bull Raio2 (4)
onde π = 314159
e onde Raio = 03m
A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi
calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)
Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)
onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos
e onde
Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)
15
onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e
18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes
na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou
bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas
anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50
Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por
anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras
de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para
as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por
profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis
bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros
meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas
reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos
originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)
um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do
fluxocircmetro
As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com
o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes
normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas
sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero
de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute
obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)
S = - α bull ln (1 - x) (7)
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
LUCIANA LISBOA MOTA E CASTRO
O ICTIOPLAcircNCTON
DO ESTUAacuteRIO DO RIO PIRAQUEcirc-ACcedilU ES
Orientador Prof o Dr Jean-Christophe Joyeux
VITOacuteRIA2001
Monografia apresentada ao Curso deGraduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicasda Universidade Federal do EspiacuteritoSanto para obtenccedilatildeo do tiacutetulo deBacharel em Ciecircncias Bioloacutegicas
AGRADECIMENTOS
bull Agrave Deus que eacute a forccedila que me impulsiona a cada dia
bull Aos meus pais que nunca mediram esforccedilos para que eu prosseguisse com os meus
estudos e concluiacutesse mais essa etapa Aos meus irmatildeos pelo apoio e companheirismo
bull Ao meu orientador professor Jean-Christophe Joyeux pelas contribuiccedilotildees e sugestotildees
para a realizaccedilatildeo deste trabalho e principalmente pela amizade e compreensatildeo
bull Ao professor Gilberto F Barroso pelo fornecimento de mapas e informaccedilotildees que foram
indispensaacuteveis agrave este trabalho
bull Ao professor Joseacute H Muelbert (FURG - RS) por vir a Vitoacuteria especialmente participar
da avaliaccedilatildeo deste trabalho
bull Aos colegas do Laboratoacuterio de Ictioplacircncton Bruno Genyess e Hilton pelo auxiacutelio nas
coletas pelo apoio de sempre e principalmente pela amizade de vocecircs
bull Ao Sr Pedro e Walace pela disposiccedilatildeo em nos auxiliar nas coletas e pelas sugestotildees
para as coletas
bull Agrave ARACRUZ CELULOSE pelo apoio financeiro
bull Ao Centro de Tecnologia em Aquicultura (CTA) por nos emprestar o barco e ao BMLP
por nos emprestar o motor indispensaacuteveis para a realizaccedilatildeo dos trabalhos de campo
bull Aos professores funcionaacuterios e estagiaacuterios do DERN pela amizade e por
proporcionarem o nosso ambiente de trabalho tatildeo agradaacutevel
bull Agrave todos os meus amigos pela compreensatildeo e pelo carinho de sempre em especial agrave
Keyla e Maria Alciele por me ajudarem a escrever esta monografia
bull Agrave todos aqueles que embora natildeo estejam citados aqui contribuiacuteram de alguma forma
para a conclusatildeo deste trabalho
SUMAacuteRIO
RESUMO
1 INTRODUCcedilAtildeO 5
2 OBJETIVOS
21 Objetivo geral
22 Objetivos especiacuteficos
8
8
8
3 METODOLOGIA
31 Aacuterea de estudo
32 Amostragens
33 Processamento das amostras
34 Anaacutelises estatiacutesticas
9
9
10
13
14
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
42 Dados bioacuteticos
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
18
18
22
25
28
5 DISCUSSAtildeO 31
6 CONCLUSOtildeES 35
7 REFEREcircNCIAS 36
ANEXOS 42
RESUMO
Estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de vida de
vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo contra
predadores de larvas e formas jovens de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio Este
trabalho apresenta a distribuiccedilatildeo espacial e temporal num periacuteodo de seis meses do
ictioplacircncton no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e analisa se haacute diferenccedila na distribuiccedilatildeo das
larvas entre os dois braccedilos do rio Foram realizadas 12 coletas mensais noturnas em trecircs
pontos do estuaacuterio um no braccedilo norte um no braccedilo sul e um na entrada do estuaacuterio Em
cada ponto foram feitos trecircs arrastos com rede tipo bongocirc de malha 333 microm com trecircs
minutos de duraccedilatildeo cada Foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e oxigecircnio
dissolvido da aacutegua de superfiacutecie e de fundo Em seis meses foram encontrados 44 taxa
sendo Engraulidae Gobiidae e Haemulidae os mais abundantes O ictioplacircncton foi mais
abundante nos meses mais quentes (marccedilo a maio ANOVA p le 0001) e no braccedilo norte
(ANOVA p = 0005) As espeacutecies residentes do estuaacuterio apresentaram tanto distribuiccedilatildeo
espacial homogecircnea entre os trecircs pontos de amostragem no caso dos engrauliacutedeos quanto
distribuiccedilatildeo espacial heterogecircnea no caso de Microgobius meeki As espeacutecies migratoacuterias
demersais parecem predominar no braccedilo norte como Achirus sp (teste de Friedman p =
0032) e as migratoacuterias pelaacutegicas como Gobionellus spp (teste de Friedman p = 0020)
no braccedilo sul
5
1 INTRODUCcedilAtildeO
Um grande nuacutemero de espeacutecies de peixes marinhos de importacircncia comercial tecircm
uma parte de sua vida associada a sistemas costeiros como por exemplo peixes das famiacutelias
Centropomidae (robalos) Mugilidae (tainhas) Sciaenidae (corvinas cangoaacutes) Gerreidae
(carapicus) etc (Helmer amp Barbosa 1987 Oshiro amp Arauacutejo 1987 e Andreata et al 1997)
De fato estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de
vida de vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo
contra predadores de larvas e formas juvenis de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio
(Laegdsgaard amp Johnson 2000)
Os estudos sobre distribuiccedilatildeo do ictioplacircncton ou seja relativos aos ovos e larvas
dos peixes satildeo entatildeo fundamentais sob vaacuterios aspectos Sob o aspecto cientiacutefico esses
estudos visam o conhecimento da bioecologia dos ovos e larvas eventualmente auxiliando
na taxonomia dos adultos (Smith amp Thacker 2001) Sob o aspecto comercial de pesca satildeo
aplicados na detecccedilatildeo de aacutereas de concentraccedilatildeo de adultos atraveacutes da quantidade de ovos e
larvas em determinadas regiotildees estudos populacionais e piscicultura entre outros
(Ciechomski 1981 apud Soares et al 1991) Aleacutem disso teleoacutesteos jovens satildeo
extremamente susceptiacuteveis aos distuacuterbios antroacutepicos tanto na fase larval quanto na juvenil
(Kingsford amp Gray 1996) Nos estuaacuterios a poluiccedilatildeo a destruiccedilatildeo do habitat e a sobrepesca
satildeo as maiores ameaccedilas (Joyeux amp Ward 1998) No Brasil os efeitos dos efluentes
domeacutesticos e industriais lanccedilados nos estuaacuterios ainda natildeo foram quantificados mas sem
duacutevida devem ser relevantes (Kingsford amp Gray 1996 Barroso amp Dias Jr 1997) Esses
ambientes suportam um grande nuacutemero de pescadores profissionais de subsistecircncia e
esportivos Embora natildeo haja estatiacutestica ateacute o momento a pesca em pequena escala
6
possivelmente represente uma fonte econocircmica de importacircncia para os moradores das
regiotildees estuarinas (Andreata amp Frederick 1999)
A ictiofauna estuarino-costeira do Espiacuterito Santo eacute pouco conhecida sendo
apresentada apenas no trabalho de Helmer amp Barbosa (1987) O domiacutenio oceacircnico foi
assunto de estudos ictioplanctoloacutegicos mais aprofundados (Ekau amp Matsuura 1996 Ekau
et al 1999) No litoral estudos em andamento estimam aproximadamente 230 espeacutecies de
peixes (S Floeter amp JL Gasparini comunicaccedilatildeo pessoal) incluindo as espeacutecies de costatildeo
(recifais) e aquelas que se encontram tipicamente sobre fundos oceacircnicos moles (areia e
lama) e nos estuaacuterios totalizando um terccedilo de todas as espeacutecies marinhas e estuarinas
conhecidas do Brasil (Fishbase 1998)
As espeacutecies espiacuterito-santenses pertencem tanto ao conjunto das formas tropicais
quanto ao de aacuteguas temperadas (Floeter amp Gasparini 2000) Este uacuteltimo eacute mais conhecido
em relaccedilatildeo agrave descriccedilatildeo do estado larval e agrave sua ecologia devido agrave sua similaridade com a
fauna do Atlacircntico Nordeste (desde Welch amp Breder 1923-24 Hildebrand amp Cable 1930
1934 1938 etc) e ao importante desenvolvimento das pesquisas no Sul do Brasil desde
Weiss amp Krug (1977) Sinque (1980) e Weiss (1981) Em regiotildees mais proacuteximas
recentemente trabalhos tecircm sido desenvolvidos no estado do Rio de Janeiro (Soares et al
1991 Bonecker 1997 Castro 1998 e Soares 1998) e no sul da Bahia (Castro amp Bonecker
1996) A primeira informaccedilatildeo sobre o ictioplacircncton no Espiacuterito Santo foi apresentada em
resumo por Bonecker amp Dias (1986) apud Bonecker (1997) Recentemente Almeida et al
(2000) e Pereira et al (2000) apresentaram dados preliminares sobre a imigraccedilatildeo do
ictioplacircncton para a Baiacutea de Vitoacuteria e as massas daacutegua que este ictioplacircncton utiliza
durante a sua migraccedilatildeo
7
De modo geral nos estuaacuterios o ictioplacircncton eacute composto por espeacutecies residentes ou
seja que completam todo o seu ciclo de vida neste local e de espeacutecies migratoacuterias que se
reproduzem no oceano e imigram para o estuaacuterio ainda na fase larval ou juvenil As larvas
migratoacuterias apresentam dois tipos de comportamento para deslocarem verticalmente na
coluna de aacutegua O primeiro consiste num deslocamento vertical diurno independente da
mareacute (Joyeux 1998) O segundo tambeacutem consiste num deslocamento vertical diurno na
coluna de aacutegua poreacutem dependente da fase da mareacute (Joyeux 1998) Este eacute frequumlentemente
chamado TST sigla para Tidal Stream Transport As larvas pelaacutegicas ou seja aquelas
que satildeo mais abundantes na parte superior da coluna daacutegua utilizam preferencialmente o
primeiro tipo As larvas demersais que satildeo mais abundantes na parte inferior da coluna
daacutegua utilizam o segundo tipo Os dois tipos de comportamento podem ser utilizados para
as larvas manterem-se em um local ou progredirem para montante Entretanto a teoria
supotildee que o segundo tipo eacute mais eficiente em relaccedilatildeo ao posicionamento horizontal e entatildeo
as larvas que utilizam TST para migrarem podem ter vantagens sobre aquelas que natildeo
utilizam tal comportamento em ambientes estratificados Assim as espeacutecies que utilizam e
aquelas que natildeo utilizam o TST podem ter distribuiccedilatildeo horizontal diferenciada dentro dos
estuaacuterios
Este trabalho descreve a comunidade ictioplanctocircnica e apresenta a sua distribuiccedilatildeo
espacial e temporal (num periacuteodo de seis meses) no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Aleacutem
disso analisa se haacute diferenccedila tanto na composiccedilatildeo fauniacutestica como na abundacircncia entre os
dois braccedilos do rio Assim a morfologia do estuaacuterio pode ser utilizada para explicar melhor
qual a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas hidroloacutegicas com a distribuiccedilatildeo espacial o
comportamento e a ecologia das larvas de peixes dependentes dos estuaacuterios
8
2 OBJETIVOS
21 Objetivo geral
Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar
a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000
22 Objetivos especiacuteficos
a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do
Piraquecirc-accedilu
b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton
c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes
d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e
demersais
9
3 METODOLOGIA
31 Aacuterea de estudo
O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de
Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz
municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de
Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e
apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte
o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas
fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave
estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio
Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF
Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um
beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes
totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco
poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)
10
Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)
32 Amostragens
As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de
2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)
a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras
denominado Balsa
b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de
Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa
11
c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute
a 53 km a montante da Balsa
A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km
a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)
Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)
Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333
microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada
por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As
amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de
trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande
abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos
12
foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As
amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir
a despigmentaccedilatildeo
As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das
larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se
iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua
minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute
baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta
e a triagem
Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de
outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do
pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)
Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas
Ordem de amostragemData
Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo
28 marccedilo 00 1 3 2 2 _
27 abril 00 3 1 2 3 30
30 maio 00 3 1 2 3 33
27 junho 00 1 3 2 3 28
25 julho 00 2 1 3 3 28
22 agosto 00 2 3 1 3 28
25 setembro 00 3 1 2 3 34
20 outubro 00 1 3 2 3 25
26 novembro 00 2 3 1 3 37
19 dezembro 00 3 2 1 3 23
17 janeiro 01 1 2 3 3 29
16 fevereiro 01 3 2 1 3 30
13
Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e
concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-
se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85
33 Processamento das amostras
Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses
de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)
foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham
grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)
Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras
Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas
Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468
Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044
Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376
Abril 1a laje 1a 1 2 323 646
Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068
Abril 1a laje 3a 1 4 124 496
Abril Balsa 1a 1 1 378 378
a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais
A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes
Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan
(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo
preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados
Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta
14
amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas
seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)
34 Anaacutelises estatiacutesticas
O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula
1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros
foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados
foacutermula 4)
Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)
Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo
Distacircncia = ∆ bull Constante (2)
onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)
e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363
Aacuterea = π bull Raio2 (4)
onde π = 314159
e onde Raio = 03m
A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi
calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)
Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)
onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos
e onde
Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)
15
onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e
18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes
na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou
bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas
anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50
Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por
anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras
de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para
as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por
profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis
bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros
meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas
reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos
originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)
um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do
fluxocircmetro
As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com
o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes
normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas
sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero
de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute
obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)
S = - α bull ln (1 - x) (7)
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
AGRADECIMENTOS
bull Agrave Deus que eacute a forccedila que me impulsiona a cada dia
bull Aos meus pais que nunca mediram esforccedilos para que eu prosseguisse com os meus
estudos e concluiacutesse mais essa etapa Aos meus irmatildeos pelo apoio e companheirismo
bull Ao meu orientador professor Jean-Christophe Joyeux pelas contribuiccedilotildees e sugestotildees
para a realizaccedilatildeo deste trabalho e principalmente pela amizade e compreensatildeo
bull Ao professor Gilberto F Barroso pelo fornecimento de mapas e informaccedilotildees que foram
indispensaacuteveis agrave este trabalho
bull Ao professor Joseacute H Muelbert (FURG - RS) por vir a Vitoacuteria especialmente participar
da avaliaccedilatildeo deste trabalho
bull Aos colegas do Laboratoacuterio de Ictioplacircncton Bruno Genyess e Hilton pelo auxiacutelio nas
coletas pelo apoio de sempre e principalmente pela amizade de vocecircs
bull Ao Sr Pedro e Walace pela disposiccedilatildeo em nos auxiliar nas coletas e pelas sugestotildees
para as coletas
bull Agrave ARACRUZ CELULOSE pelo apoio financeiro
bull Ao Centro de Tecnologia em Aquicultura (CTA) por nos emprestar o barco e ao BMLP
por nos emprestar o motor indispensaacuteveis para a realizaccedilatildeo dos trabalhos de campo
bull Aos professores funcionaacuterios e estagiaacuterios do DERN pela amizade e por
proporcionarem o nosso ambiente de trabalho tatildeo agradaacutevel
bull Agrave todos os meus amigos pela compreensatildeo e pelo carinho de sempre em especial agrave
Keyla e Maria Alciele por me ajudarem a escrever esta monografia
bull Agrave todos aqueles que embora natildeo estejam citados aqui contribuiacuteram de alguma forma
para a conclusatildeo deste trabalho
SUMAacuteRIO
RESUMO
1 INTRODUCcedilAtildeO 5
2 OBJETIVOS
21 Objetivo geral
22 Objetivos especiacuteficos
8
8
8
3 METODOLOGIA
31 Aacuterea de estudo
32 Amostragens
33 Processamento das amostras
34 Anaacutelises estatiacutesticas
9
9
10
13
14
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
42 Dados bioacuteticos
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
18
18
22
25
28
5 DISCUSSAtildeO 31
6 CONCLUSOtildeES 35
7 REFEREcircNCIAS 36
ANEXOS 42
RESUMO
Estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de vida de
vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo contra
predadores de larvas e formas jovens de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio Este
trabalho apresenta a distribuiccedilatildeo espacial e temporal num periacuteodo de seis meses do
ictioplacircncton no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e analisa se haacute diferenccedila na distribuiccedilatildeo das
larvas entre os dois braccedilos do rio Foram realizadas 12 coletas mensais noturnas em trecircs
pontos do estuaacuterio um no braccedilo norte um no braccedilo sul e um na entrada do estuaacuterio Em
cada ponto foram feitos trecircs arrastos com rede tipo bongocirc de malha 333 microm com trecircs
minutos de duraccedilatildeo cada Foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e oxigecircnio
dissolvido da aacutegua de superfiacutecie e de fundo Em seis meses foram encontrados 44 taxa
sendo Engraulidae Gobiidae e Haemulidae os mais abundantes O ictioplacircncton foi mais
abundante nos meses mais quentes (marccedilo a maio ANOVA p le 0001) e no braccedilo norte
(ANOVA p = 0005) As espeacutecies residentes do estuaacuterio apresentaram tanto distribuiccedilatildeo
espacial homogecircnea entre os trecircs pontos de amostragem no caso dos engrauliacutedeos quanto
distribuiccedilatildeo espacial heterogecircnea no caso de Microgobius meeki As espeacutecies migratoacuterias
demersais parecem predominar no braccedilo norte como Achirus sp (teste de Friedman p =
0032) e as migratoacuterias pelaacutegicas como Gobionellus spp (teste de Friedman p = 0020)
no braccedilo sul
5
1 INTRODUCcedilAtildeO
Um grande nuacutemero de espeacutecies de peixes marinhos de importacircncia comercial tecircm
uma parte de sua vida associada a sistemas costeiros como por exemplo peixes das famiacutelias
Centropomidae (robalos) Mugilidae (tainhas) Sciaenidae (corvinas cangoaacutes) Gerreidae
(carapicus) etc (Helmer amp Barbosa 1987 Oshiro amp Arauacutejo 1987 e Andreata et al 1997)
De fato estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de
vida de vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo
contra predadores de larvas e formas juvenis de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio
(Laegdsgaard amp Johnson 2000)
Os estudos sobre distribuiccedilatildeo do ictioplacircncton ou seja relativos aos ovos e larvas
dos peixes satildeo entatildeo fundamentais sob vaacuterios aspectos Sob o aspecto cientiacutefico esses
estudos visam o conhecimento da bioecologia dos ovos e larvas eventualmente auxiliando
na taxonomia dos adultos (Smith amp Thacker 2001) Sob o aspecto comercial de pesca satildeo
aplicados na detecccedilatildeo de aacutereas de concentraccedilatildeo de adultos atraveacutes da quantidade de ovos e
larvas em determinadas regiotildees estudos populacionais e piscicultura entre outros
(Ciechomski 1981 apud Soares et al 1991) Aleacutem disso teleoacutesteos jovens satildeo
extremamente susceptiacuteveis aos distuacuterbios antroacutepicos tanto na fase larval quanto na juvenil
(Kingsford amp Gray 1996) Nos estuaacuterios a poluiccedilatildeo a destruiccedilatildeo do habitat e a sobrepesca
satildeo as maiores ameaccedilas (Joyeux amp Ward 1998) No Brasil os efeitos dos efluentes
domeacutesticos e industriais lanccedilados nos estuaacuterios ainda natildeo foram quantificados mas sem
duacutevida devem ser relevantes (Kingsford amp Gray 1996 Barroso amp Dias Jr 1997) Esses
ambientes suportam um grande nuacutemero de pescadores profissionais de subsistecircncia e
esportivos Embora natildeo haja estatiacutestica ateacute o momento a pesca em pequena escala
6
possivelmente represente uma fonte econocircmica de importacircncia para os moradores das
regiotildees estuarinas (Andreata amp Frederick 1999)
A ictiofauna estuarino-costeira do Espiacuterito Santo eacute pouco conhecida sendo
apresentada apenas no trabalho de Helmer amp Barbosa (1987) O domiacutenio oceacircnico foi
assunto de estudos ictioplanctoloacutegicos mais aprofundados (Ekau amp Matsuura 1996 Ekau
et al 1999) No litoral estudos em andamento estimam aproximadamente 230 espeacutecies de
peixes (S Floeter amp JL Gasparini comunicaccedilatildeo pessoal) incluindo as espeacutecies de costatildeo
(recifais) e aquelas que se encontram tipicamente sobre fundos oceacircnicos moles (areia e
lama) e nos estuaacuterios totalizando um terccedilo de todas as espeacutecies marinhas e estuarinas
conhecidas do Brasil (Fishbase 1998)
As espeacutecies espiacuterito-santenses pertencem tanto ao conjunto das formas tropicais
quanto ao de aacuteguas temperadas (Floeter amp Gasparini 2000) Este uacuteltimo eacute mais conhecido
em relaccedilatildeo agrave descriccedilatildeo do estado larval e agrave sua ecologia devido agrave sua similaridade com a
fauna do Atlacircntico Nordeste (desde Welch amp Breder 1923-24 Hildebrand amp Cable 1930
1934 1938 etc) e ao importante desenvolvimento das pesquisas no Sul do Brasil desde
Weiss amp Krug (1977) Sinque (1980) e Weiss (1981) Em regiotildees mais proacuteximas
recentemente trabalhos tecircm sido desenvolvidos no estado do Rio de Janeiro (Soares et al
1991 Bonecker 1997 Castro 1998 e Soares 1998) e no sul da Bahia (Castro amp Bonecker
1996) A primeira informaccedilatildeo sobre o ictioplacircncton no Espiacuterito Santo foi apresentada em
resumo por Bonecker amp Dias (1986) apud Bonecker (1997) Recentemente Almeida et al
(2000) e Pereira et al (2000) apresentaram dados preliminares sobre a imigraccedilatildeo do
ictioplacircncton para a Baiacutea de Vitoacuteria e as massas daacutegua que este ictioplacircncton utiliza
durante a sua migraccedilatildeo
7
De modo geral nos estuaacuterios o ictioplacircncton eacute composto por espeacutecies residentes ou
seja que completam todo o seu ciclo de vida neste local e de espeacutecies migratoacuterias que se
reproduzem no oceano e imigram para o estuaacuterio ainda na fase larval ou juvenil As larvas
migratoacuterias apresentam dois tipos de comportamento para deslocarem verticalmente na
coluna de aacutegua O primeiro consiste num deslocamento vertical diurno independente da
mareacute (Joyeux 1998) O segundo tambeacutem consiste num deslocamento vertical diurno na
coluna de aacutegua poreacutem dependente da fase da mareacute (Joyeux 1998) Este eacute frequumlentemente
chamado TST sigla para Tidal Stream Transport As larvas pelaacutegicas ou seja aquelas
que satildeo mais abundantes na parte superior da coluna daacutegua utilizam preferencialmente o
primeiro tipo As larvas demersais que satildeo mais abundantes na parte inferior da coluna
daacutegua utilizam o segundo tipo Os dois tipos de comportamento podem ser utilizados para
as larvas manterem-se em um local ou progredirem para montante Entretanto a teoria
supotildee que o segundo tipo eacute mais eficiente em relaccedilatildeo ao posicionamento horizontal e entatildeo
as larvas que utilizam TST para migrarem podem ter vantagens sobre aquelas que natildeo
utilizam tal comportamento em ambientes estratificados Assim as espeacutecies que utilizam e
aquelas que natildeo utilizam o TST podem ter distribuiccedilatildeo horizontal diferenciada dentro dos
estuaacuterios
Este trabalho descreve a comunidade ictioplanctocircnica e apresenta a sua distribuiccedilatildeo
espacial e temporal (num periacuteodo de seis meses) no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Aleacutem
disso analisa se haacute diferenccedila tanto na composiccedilatildeo fauniacutestica como na abundacircncia entre os
dois braccedilos do rio Assim a morfologia do estuaacuterio pode ser utilizada para explicar melhor
qual a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas hidroloacutegicas com a distribuiccedilatildeo espacial o
comportamento e a ecologia das larvas de peixes dependentes dos estuaacuterios
8
2 OBJETIVOS
21 Objetivo geral
Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar
a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000
22 Objetivos especiacuteficos
a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do
Piraquecirc-accedilu
b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton
c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes
d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e
demersais
9
3 METODOLOGIA
31 Aacuterea de estudo
O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de
Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz
municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de
Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e
apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte
o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas
fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave
estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio
Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF
Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um
beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes
totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco
poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)
10
Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)
32 Amostragens
As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de
2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)
a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras
denominado Balsa
b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de
Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa
11
c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute
a 53 km a montante da Balsa
A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km
a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)
Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)
Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333
microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada
por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As
amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de
trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande
abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos
12
foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As
amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir
a despigmentaccedilatildeo
As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das
larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se
iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua
minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute
baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta
e a triagem
Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de
outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do
pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)
Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas
Ordem de amostragemData
Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo
28 marccedilo 00 1 3 2 2 _
27 abril 00 3 1 2 3 30
30 maio 00 3 1 2 3 33
27 junho 00 1 3 2 3 28
25 julho 00 2 1 3 3 28
22 agosto 00 2 3 1 3 28
25 setembro 00 3 1 2 3 34
20 outubro 00 1 3 2 3 25
26 novembro 00 2 3 1 3 37
19 dezembro 00 3 2 1 3 23
17 janeiro 01 1 2 3 3 29
16 fevereiro 01 3 2 1 3 30
13
Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e
concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-
se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85
33 Processamento das amostras
Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses
de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)
foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham
grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)
Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras
Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas
Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468
Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044
Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376
Abril 1a laje 1a 1 2 323 646
Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068
Abril 1a laje 3a 1 4 124 496
Abril Balsa 1a 1 1 378 378
a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais
A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes
Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan
(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo
preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados
Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta
14
amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas
seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)
34 Anaacutelises estatiacutesticas
O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula
1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros
foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados
foacutermula 4)
Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)
Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo
Distacircncia = ∆ bull Constante (2)
onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)
e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363
Aacuterea = π bull Raio2 (4)
onde π = 314159
e onde Raio = 03m
A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi
calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)
Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)
onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos
e onde
Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)
15
onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e
18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes
na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou
bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas
anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50
Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por
anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras
de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para
as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por
profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis
bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros
meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas
reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos
originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)
um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do
fluxocircmetro
As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com
o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes
normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas
sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero
de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute
obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)
S = - α bull ln (1 - x) (7)
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
SUMAacuteRIO
RESUMO
1 INTRODUCcedilAtildeO 5
2 OBJETIVOS
21 Objetivo geral
22 Objetivos especiacuteficos
8
8
8
3 METODOLOGIA
31 Aacuterea de estudo
32 Amostragens
33 Processamento das amostras
34 Anaacutelises estatiacutesticas
9
9
10
13
14
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
42 Dados bioacuteticos
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
18
18
22
25
28
5 DISCUSSAtildeO 31
6 CONCLUSOtildeES 35
7 REFEREcircNCIAS 36
ANEXOS 42
RESUMO
Estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de vida de
vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo contra
predadores de larvas e formas jovens de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio Este
trabalho apresenta a distribuiccedilatildeo espacial e temporal num periacuteodo de seis meses do
ictioplacircncton no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e analisa se haacute diferenccedila na distribuiccedilatildeo das
larvas entre os dois braccedilos do rio Foram realizadas 12 coletas mensais noturnas em trecircs
pontos do estuaacuterio um no braccedilo norte um no braccedilo sul e um na entrada do estuaacuterio Em
cada ponto foram feitos trecircs arrastos com rede tipo bongocirc de malha 333 microm com trecircs
minutos de duraccedilatildeo cada Foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e oxigecircnio
dissolvido da aacutegua de superfiacutecie e de fundo Em seis meses foram encontrados 44 taxa
sendo Engraulidae Gobiidae e Haemulidae os mais abundantes O ictioplacircncton foi mais
abundante nos meses mais quentes (marccedilo a maio ANOVA p le 0001) e no braccedilo norte
(ANOVA p = 0005) As espeacutecies residentes do estuaacuterio apresentaram tanto distribuiccedilatildeo
espacial homogecircnea entre os trecircs pontos de amostragem no caso dos engrauliacutedeos quanto
distribuiccedilatildeo espacial heterogecircnea no caso de Microgobius meeki As espeacutecies migratoacuterias
demersais parecem predominar no braccedilo norte como Achirus sp (teste de Friedman p =
0032) e as migratoacuterias pelaacutegicas como Gobionellus spp (teste de Friedman p = 0020)
no braccedilo sul
5
1 INTRODUCcedilAtildeO
Um grande nuacutemero de espeacutecies de peixes marinhos de importacircncia comercial tecircm
uma parte de sua vida associada a sistemas costeiros como por exemplo peixes das famiacutelias
Centropomidae (robalos) Mugilidae (tainhas) Sciaenidae (corvinas cangoaacutes) Gerreidae
(carapicus) etc (Helmer amp Barbosa 1987 Oshiro amp Arauacutejo 1987 e Andreata et al 1997)
De fato estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de
vida de vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo
contra predadores de larvas e formas juvenis de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio
(Laegdsgaard amp Johnson 2000)
Os estudos sobre distribuiccedilatildeo do ictioplacircncton ou seja relativos aos ovos e larvas
dos peixes satildeo entatildeo fundamentais sob vaacuterios aspectos Sob o aspecto cientiacutefico esses
estudos visam o conhecimento da bioecologia dos ovos e larvas eventualmente auxiliando
na taxonomia dos adultos (Smith amp Thacker 2001) Sob o aspecto comercial de pesca satildeo
aplicados na detecccedilatildeo de aacutereas de concentraccedilatildeo de adultos atraveacutes da quantidade de ovos e
larvas em determinadas regiotildees estudos populacionais e piscicultura entre outros
(Ciechomski 1981 apud Soares et al 1991) Aleacutem disso teleoacutesteos jovens satildeo
extremamente susceptiacuteveis aos distuacuterbios antroacutepicos tanto na fase larval quanto na juvenil
(Kingsford amp Gray 1996) Nos estuaacuterios a poluiccedilatildeo a destruiccedilatildeo do habitat e a sobrepesca
satildeo as maiores ameaccedilas (Joyeux amp Ward 1998) No Brasil os efeitos dos efluentes
domeacutesticos e industriais lanccedilados nos estuaacuterios ainda natildeo foram quantificados mas sem
duacutevida devem ser relevantes (Kingsford amp Gray 1996 Barroso amp Dias Jr 1997) Esses
ambientes suportam um grande nuacutemero de pescadores profissionais de subsistecircncia e
esportivos Embora natildeo haja estatiacutestica ateacute o momento a pesca em pequena escala
6
possivelmente represente uma fonte econocircmica de importacircncia para os moradores das
regiotildees estuarinas (Andreata amp Frederick 1999)
A ictiofauna estuarino-costeira do Espiacuterito Santo eacute pouco conhecida sendo
apresentada apenas no trabalho de Helmer amp Barbosa (1987) O domiacutenio oceacircnico foi
assunto de estudos ictioplanctoloacutegicos mais aprofundados (Ekau amp Matsuura 1996 Ekau
et al 1999) No litoral estudos em andamento estimam aproximadamente 230 espeacutecies de
peixes (S Floeter amp JL Gasparini comunicaccedilatildeo pessoal) incluindo as espeacutecies de costatildeo
(recifais) e aquelas que se encontram tipicamente sobre fundos oceacircnicos moles (areia e
lama) e nos estuaacuterios totalizando um terccedilo de todas as espeacutecies marinhas e estuarinas
conhecidas do Brasil (Fishbase 1998)
As espeacutecies espiacuterito-santenses pertencem tanto ao conjunto das formas tropicais
quanto ao de aacuteguas temperadas (Floeter amp Gasparini 2000) Este uacuteltimo eacute mais conhecido
em relaccedilatildeo agrave descriccedilatildeo do estado larval e agrave sua ecologia devido agrave sua similaridade com a
fauna do Atlacircntico Nordeste (desde Welch amp Breder 1923-24 Hildebrand amp Cable 1930
1934 1938 etc) e ao importante desenvolvimento das pesquisas no Sul do Brasil desde
Weiss amp Krug (1977) Sinque (1980) e Weiss (1981) Em regiotildees mais proacuteximas
recentemente trabalhos tecircm sido desenvolvidos no estado do Rio de Janeiro (Soares et al
1991 Bonecker 1997 Castro 1998 e Soares 1998) e no sul da Bahia (Castro amp Bonecker
1996) A primeira informaccedilatildeo sobre o ictioplacircncton no Espiacuterito Santo foi apresentada em
resumo por Bonecker amp Dias (1986) apud Bonecker (1997) Recentemente Almeida et al
(2000) e Pereira et al (2000) apresentaram dados preliminares sobre a imigraccedilatildeo do
ictioplacircncton para a Baiacutea de Vitoacuteria e as massas daacutegua que este ictioplacircncton utiliza
durante a sua migraccedilatildeo
7
De modo geral nos estuaacuterios o ictioplacircncton eacute composto por espeacutecies residentes ou
seja que completam todo o seu ciclo de vida neste local e de espeacutecies migratoacuterias que se
reproduzem no oceano e imigram para o estuaacuterio ainda na fase larval ou juvenil As larvas
migratoacuterias apresentam dois tipos de comportamento para deslocarem verticalmente na
coluna de aacutegua O primeiro consiste num deslocamento vertical diurno independente da
mareacute (Joyeux 1998) O segundo tambeacutem consiste num deslocamento vertical diurno na
coluna de aacutegua poreacutem dependente da fase da mareacute (Joyeux 1998) Este eacute frequumlentemente
chamado TST sigla para Tidal Stream Transport As larvas pelaacutegicas ou seja aquelas
que satildeo mais abundantes na parte superior da coluna daacutegua utilizam preferencialmente o
primeiro tipo As larvas demersais que satildeo mais abundantes na parte inferior da coluna
daacutegua utilizam o segundo tipo Os dois tipos de comportamento podem ser utilizados para
as larvas manterem-se em um local ou progredirem para montante Entretanto a teoria
supotildee que o segundo tipo eacute mais eficiente em relaccedilatildeo ao posicionamento horizontal e entatildeo
as larvas que utilizam TST para migrarem podem ter vantagens sobre aquelas que natildeo
utilizam tal comportamento em ambientes estratificados Assim as espeacutecies que utilizam e
aquelas que natildeo utilizam o TST podem ter distribuiccedilatildeo horizontal diferenciada dentro dos
estuaacuterios
Este trabalho descreve a comunidade ictioplanctocircnica e apresenta a sua distribuiccedilatildeo
espacial e temporal (num periacuteodo de seis meses) no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Aleacutem
disso analisa se haacute diferenccedila tanto na composiccedilatildeo fauniacutestica como na abundacircncia entre os
dois braccedilos do rio Assim a morfologia do estuaacuterio pode ser utilizada para explicar melhor
qual a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas hidroloacutegicas com a distribuiccedilatildeo espacial o
comportamento e a ecologia das larvas de peixes dependentes dos estuaacuterios
8
2 OBJETIVOS
21 Objetivo geral
Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar
a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000
22 Objetivos especiacuteficos
a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do
Piraquecirc-accedilu
b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton
c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes
d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e
demersais
9
3 METODOLOGIA
31 Aacuterea de estudo
O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de
Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz
municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de
Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e
apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte
o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas
fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave
estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio
Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF
Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um
beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes
totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco
poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)
10
Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)
32 Amostragens
As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de
2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)
a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras
denominado Balsa
b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de
Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa
11
c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute
a 53 km a montante da Balsa
A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km
a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)
Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)
Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333
microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada
por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As
amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de
trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande
abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos
12
foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As
amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir
a despigmentaccedilatildeo
As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das
larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se
iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua
minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute
baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta
e a triagem
Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de
outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do
pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)
Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas
Ordem de amostragemData
Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo
28 marccedilo 00 1 3 2 2 _
27 abril 00 3 1 2 3 30
30 maio 00 3 1 2 3 33
27 junho 00 1 3 2 3 28
25 julho 00 2 1 3 3 28
22 agosto 00 2 3 1 3 28
25 setembro 00 3 1 2 3 34
20 outubro 00 1 3 2 3 25
26 novembro 00 2 3 1 3 37
19 dezembro 00 3 2 1 3 23
17 janeiro 01 1 2 3 3 29
16 fevereiro 01 3 2 1 3 30
13
Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e
concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-
se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85
33 Processamento das amostras
Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses
de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)
foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham
grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)
Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras
Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas
Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468
Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044
Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376
Abril 1a laje 1a 1 2 323 646
Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068
Abril 1a laje 3a 1 4 124 496
Abril Balsa 1a 1 1 378 378
a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais
A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes
Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan
(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo
preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados
Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta
14
amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas
seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)
34 Anaacutelises estatiacutesticas
O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula
1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros
foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados
foacutermula 4)
Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)
Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo
Distacircncia = ∆ bull Constante (2)
onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)
e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363
Aacuterea = π bull Raio2 (4)
onde π = 314159
e onde Raio = 03m
A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi
calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)
Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)
onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos
e onde
Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)
15
onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e
18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes
na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou
bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas
anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50
Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por
anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras
de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para
as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por
profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis
bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros
meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas
reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos
originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)
um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do
fluxocircmetro
As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com
o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes
normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas
sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero
de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute
obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)
S = - α bull ln (1 - x) (7)
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
RESUMO
Estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de vida de
vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo contra
predadores de larvas e formas jovens de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio Este
trabalho apresenta a distribuiccedilatildeo espacial e temporal num periacuteodo de seis meses do
ictioplacircncton no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e analisa se haacute diferenccedila na distribuiccedilatildeo das
larvas entre os dois braccedilos do rio Foram realizadas 12 coletas mensais noturnas em trecircs
pontos do estuaacuterio um no braccedilo norte um no braccedilo sul e um na entrada do estuaacuterio Em
cada ponto foram feitos trecircs arrastos com rede tipo bongocirc de malha 333 microm com trecircs
minutos de duraccedilatildeo cada Foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e oxigecircnio
dissolvido da aacutegua de superfiacutecie e de fundo Em seis meses foram encontrados 44 taxa
sendo Engraulidae Gobiidae e Haemulidae os mais abundantes O ictioplacircncton foi mais
abundante nos meses mais quentes (marccedilo a maio ANOVA p le 0001) e no braccedilo norte
(ANOVA p = 0005) As espeacutecies residentes do estuaacuterio apresentaram tanto distribuiccedilatildeo
espacial homogecircnea entre os trecircs pontos de amostragem no caso dos engrauliacutedeos quanto
distribuiccedilatildeo espacial heterogecircnea no caso de Microgobius meeki As espeacutecies migratoacuterias
demersais parecem predominar no braccedilo norte como Achirus sp (teste de Friedman p =
0032) e as migratoacuterias pelaacutegicas como Gobionellus spp (teste de Friedman p = 0020)
no braccedilo sul
5
1 INTRODUCcedilAtildeO
Um grande nuacutemero de espeacutecies de peixes marinhos de importacircncia comercial tecircm
uma parte de sua vida associada a sistemas costeiros como por exemplo peixes das famiacutelias
Centropomidae (robalos) Mugilidae (tainhas) Sciaenidae (corvinas cangoaacutes) Gerreidae
(carapicus) etc (Helmer amp Barbosa 1987 Oshiro amp Arauacutejo 1987 e Andreata et al 1997)
De fato estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de
vida de vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo
contra predadores de larvas e formas juvenis de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio
(Laegdsgaard amp Johnson 2000)
Os estudos sobre distribuiccedilatildeo do ictioplacircncton ou seja relativos aos ovos e larvas
dos peixes satildeo entatildeo fundamentais sob vaacuterios aspectos Sob o aspecto cientiacutefico esses
estudos visam o conhecimento da bioecologia dos ovos e larvas eventualmente auxiliando
na taxonomia dos adultos (Smith amp Thacker 2001) Sob o aspecto comercial de pesca satildeo
aplicados na detecccedilatildeo de aacutereas de concentraccedilatildeo de adultos atraveacutes da quantidade de ovos e
larvas em determinadas regiotildees estudos populacionais e piscicultura entre outros
(Ciechomski 1981 apud Soares et al 1991) Aleacutem disso teleoacutesteos jovens satildeo
extremamente susceptiacuteveis aos distuacuterbios antroacutepicos tanto na fase larval quanto na juvenil
(Kingsford amp Gray 1996) Nos estuaacuterios a poluiccedilatildeo a destruiccedilatildeo do habitat e a sobrepesca
satildeo as maiores ameaccedilas (Joyeux amp Ward 1998) No Brasil os efeitos dos efluentes
domeacutesticos e industriais lanccedilados nos estuaacuterios ainda natildeo foram quantificados mas sem
duacutevida devem ser relevantes (Kingsford amp Gray 1996 Barroso amp Dias Jr 1997) Esses
ambientes suportam um grande nuacutemero de pescadores profissionais de subsistecircncia e
esportivos Embora natildeo haja estatiacutestica ateacute o momento a pesca em pequena escala
6
possivelmente represente uma fonte econocircmica de importacircncia para os moradores das
regiotildees estuarinas (Andreata amp Frederick 1999)
A ictiofauna estuarino-costeira do Espiacuterito Santo eacute pouco conhecida sendo
apresentada apenas no trabalho de Helmer amp Barbosa (1987) O domiacutenio oceacircnico foi
assunto de estudos ictioplanctoloacutegicos mais aprofundados (Ekau amp Matsuura 1996 Ekau
et al 1999) No litoral estudos em andamento estimam aproximadamente 230 espeacutecies de
peixes (S Floeter amp JL Gasparini comunicaccedilatildeo pessoal) incluindo as espeacutecies de costatildeo
(recifais) e aquelas que se encontram tipicamente sobre fundos oceacircnicos moles (areia e
lama) e nos estuaacuterios totalizando um terccedilo de todas as espeacutecies marinhas e estuarinas
conhecidas do Brasil (Fishbase 1998)
As espeacutecies espiacuterito-santenses pertencem tanto ao conjunto das formas tropicais
quanto ao de aacuteguas temperadas (Floeter amp Gasparini 2000) Este uacuteltimo eacute mais conhecido
em relaccedilatildeo agrave descriccedilatildeo do estado larval e agrave sua ecologia devido agrave sua similaridade com a
fauna do Atlacircntico Nordeste (desde Welch amp Breder 1923-24 Hildebrand amp Cable 1930
1934 1938 etc) e ao importante desenvolvimento das pesquisas no Sul do Brasil desde
Weiss amp Krug (1977) Sinque (1980) e Weiss (1981) Em regiotildees mais proacuteximas
recentemente trabalhos tecircm sido desenvolvidos no estado do Rio de Janeiro (Soares et al
1991 Bonecker 1997 Castro 1998 e Soares 1998) e no sul da Bahia (Castro amp Bonecker
1996) A primeira informaccedilatildeo sobre o ictioplacircncton no Espiacuterito Santo foi apresentada em
resumo por Bonecker amp Dias (1986) apud Bonecker (1997) Recentemente Almeida et al
(2000) e Pereira et al (2000) apresentaram dados preliminares sobre a imigraccedilatildeo do
ictioplacircncton para a Baiacutea de Vitoacuteria e as massas daacutegua que este ictioplacircncton utiliza
durante a sua migraccedilatildeo
7
De modo geral nos estuaacuterios o ictioplacircncton eacute composto por espeacutecies residentes ou
seja que completam todo o seu ciclo de vida neste local e de espeacutecies migratoacuterias que se
reproduzem no oceano e imigram para o estuaacuterio ainda na fase larval ou juvenil As larvas
migratoacuterias apresentam dois tipos de comportamento para deslocarem verticalmente na
coluna de aacutegua O primeiro consiste num deslocamento vertical diurno independente da
mareacute (Joyeux 1998) O segundo tambeacutem consiste num deslocamento vertical diurno na
coluna de aacutegua poreacutem dependente da fase da mareacute (Joyeux 1998) Este eacute frequumlentemente
chamado TST sigla para Tidal Stream Transport As larvas pelaacutegicas ou seja aquelas
que satildeo mais abundantes na parte superior da coluna daacutegua utilizam preferencialmente o
primeiro tipo As larvas demersais que satildeo mais abundantes na parte inferior da coluna
daacutegua utilizam o segundo tipo Os dois tipos de comportamento podem ser utilizados para
as larvas manterem-se em um local ou progredirem para montante Entretanto a teoria
supotildee que o segundo tipo eacute mais eficiente em relaccedilatildeo ao posicionamento horizontal e entatildeo
as larvas que utilizam TST para migrarem podem ter vantagens sobre aquelas que natildeo
utilizam tal comportamento em ambientes estratificados Assim as espeacutecies que utilizam e
aquelas que natildeo utilizam o TST podem ter distribuiccedilatildeo horizontal diferenciada dentro dos
estuaacuterios
Este trabalho descreve a comunidade ictioplanctocircnica e apresenta a sua distribuiccedilatildeo
espacial e temporal (num periacuteodo de seis meses) no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Aleacutem
disso analisa se haacute diferenccedila tanto na composiccedilatildeo fauniacutestica como na abundacircncia entre os
dois braccedilos do rio Assim a morfologia do estuaacuterio pode ser utilizada para explicar melhor
qual a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas hidroloacutegicas com a distribuiccedilatildeo espacial o
comportamento e a ecologia das larvas de peixes dependentes dos estuaacuterios
8
2 OBJETIVOS
21 Objetivo geral
Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar
a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000
22 Objetivos especiacuteficos
a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do
Piraquecirc-accedilu
b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton
c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes
d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e
demersais
9
3 METODOLOGIA
31 Aacuterea de estudo
O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de
Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz
municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de
Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e
apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte
o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas
fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave
estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio
Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF
Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um
beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes
totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco
poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)
10
Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)
32 Amostragens
As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de
2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)
a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras
denominado Balsa
b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de
Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa
11
c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute
a 53 km a montante da Balsa
A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km
a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)
Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)
Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333
microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada
por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As
amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de
trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande
abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos
12
foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As
amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir
a despigmentaccedilatildeo
As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das
larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se
iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua
minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute
baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta
e a triagem
Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de
outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do
pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)
Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas
Ordem de amostragemData
Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo
28 marccedilo 00 1 3 2 2 _
27 abril 00 3 1 2 3 30
30 maio 00 3 1 2 3 33
27 junho 00 1 3 2 3 28
25 julho 00 2 1 3 3 28
22 agosto 00 2 3 1 3 28
25 setembro 00 3 1 2 3 34
20 outubro 00 1 3 2 3 25
26 novembro 00 2 3 1 3 37
19 dezembro 00 3 2 1 3 23
17 janeiro 01 1 2 3 3 29
16 fevereiro 01 3 2 1 3 30
13
Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e
concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-
se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85
33 Processamento das amostras
Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses
de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)
foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham
grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)
Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras
Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas
Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468
Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044
Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376
Abril 1a laje 1a 1 2 323 646
Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068
Abril 1a laje 3a 1 4 124 496
Abril Balsa 1a 1 1 378 378
a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais
A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes
Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan
(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo
preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados
Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta
14
amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas
seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)
34 Anaacutelises estatiacutesticas
O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula
1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros
foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados
foacutermula 4)
Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)
Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo
Distacircncia = ∆ bull Constante (2)
onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)
e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363
Aacuterea = π bull Raio2 (4)
onde π = 314159
e onde Raio = 03m
A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi
calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)
Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)
onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos
e onde
Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)
15
onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e
18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes
na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou
bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas
anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50
Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por
anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras
de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para
as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por
profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis
bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros
meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas
reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos
originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)
um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do
fluxocircmetro
As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com
o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes
normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas
sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero
de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute
obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)
S = - α bull ln (1 - x) (7)
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
5
1 INTRODUCcedilAtildeO
Um grande nuacutemero de espeacutecies de peixes marinhos de importacircncia comercial tecircm
uma parte de sua vida associada a sistemas costeiros como por exemplo peixes das famiacutelias
Centropomidae (robalos) Mugilidae (tainhas) Sciaenidae (corvinas cangoaacutes) Gerreidae
(carapicus) etc (Helmer amp Barbosa 1987 Oshiro amp Arauacutejo 1987 e Andreata et al 1997)
De fato estuaacuterios e aacuteguas costeiras desempenham um papel muito importante no ciclo de
vida de vaacuterios organismos marinhos Estes locais apresentam alta produtividade e proteccedilatildeo
contra predadores de larvas e formas juvenis de peixes que os utilizam como berccedilaacuterio
(Laegdsgaard amp Johnson 2000)
Os estudos sobre distribuiccedilatildeo do ictioplacircncton ou seja relativos aos ovos e larvas
dos peixes satildeo entatildeo fundamentais sob vaacuterios aspectos Sob o aspecto cientiacutefico esses
estudos visam o conhecimento da bioecologia dos ovos e larvas eventualmente auxiliando
na taxonomia dos adultos (Smith amp Thacker 2001) Sob o aspecto comercial de pesca satildeo
aplicados na detecccedilatildeo de aacutereas de concentraccedilatildeo de adultos atraveacutes da quantidade de ovos e
larvas em determinadas regiotildees estudos populacionais e piscicultura entre outros
(Ciechomski 1981 apud Soares et al 1991) Aleacutem disso teleoacutesteos jovens satildeo
extremamente susceptiacuteveis aos distuacuterbios antroacutepicos tanto na fase larval quanto na juvenil
(Kingsford amp Gray 1996) Nos estuaacuterios a poluiccedilatildeo a destruiccedilatildeo do habitat e a sobrepesca
satildeo as maiores ameaccedilas (Joyeux amp Ward 1998) No Brasil os efeitos dos efluentes
domeacutesticos e industriais lanccedilados nos estuaacuterios ainda natildeo foram quantificados mas sem
duacutevida devem ser relevantes (Kingsford amp Gray 1996 Barroso amp Dias Jr 1997) Esses
ambientes suportam um grande nuacutemero de pescadores profissionais de subsistecircncia e
esportivos Embora natildeo haja estatiacutestica ateacute o momento a pesca em pequena escala
6
possivelmente represente uma fonte econocircmica de importacircncia para os moradores das
regiotildees estuarinas (Andreata amp Frederick 1999)
A ictiofauna estuarino-costeira do Espiacuterito Santo eacute pouco conhecida sendo
apresentada apenas no trabalho de Helmer amp Barbosa (1987) O domiacutenio oceacircnico foi
assunto de estudos ictioplanctoloacutegicos mais aprofundados (Ekau amp Matsuura 1996 Ekau
et al 1999) No litoral estudos em andamento estimam aproximadamente 230 espeacutecies de
peixes (S Floeter amp JL Gasparini comunicaccedilatildeo pessoal) incluindo as espeacutecies de costatildeo
(recifais) e aquelas que se encontram tipicamente sobre fundos oceacircnicos moles (areia e
lama) e nos estuaacuterios totalizando um terccedilo de todas as espeacutecies marinhas e estuarinas
conhecidas do Brasil (Fishbase 1998)
As espeacutecies espiacuterito-santenses pertencem tanto ao conjunto das formas tropicais
quanto ao de aacuteguas temperadas (Floeter amp Gasparini 2000) Este uacuteltimo eacute mais conhecido
em relaccedilatildeo agrave descriccedilatildeo do estado larval e agrave sua ecologia devido agrave sua similaridade com a
fauna do Atlacircntico Nordeste (desde Welch amp Breder 1923-24 Hildebrand amp Cable 1930
1934 1938 etc) e ao importante desenvolvimento das pesquisas no Sul do Brasil desde
Weiss amp Krug (1977) Sinque (1980) e Weiss (1981) Em regiotildees mais proacuteximas
recentemente trabalhos tecircm sido desenvolvidos no estado do Rio de Janeiro (Soares et al
1991 Bonecker 1997 Castro 1998 e Soares 1998) e no sul da Bahia (Castro amp Bonecker
1996) A primeira informaccedilatildeo sobre o ictioplacircncton no Espiacuterito Santo foi apresentada em
resumo por Bonecker amp Dias (1986) apud Bonecker (1997) Recentemente Almeida et al
(2000) e Pereira et al (2000) apresentaram dados preliminares sobre a imigraccedilatildeo do
ictioplacircncton para a Baiacutea de Vitoacuteria e as massas daacutegua que este ictioplacircncton utiliza
durante a sua migraccedilatildeo
7
De modo geral nos estuaacuterios o ictioplacircncton eacute composto por espeacutecies residentes ou
seja que completam todo o seu ciclo de vida neste local e de espeacutecies migratoacuterias que se
reproduzem no oceano e imigram para o estuaacuterio ainda na fase larval ou juvenil As larvas
migratoacuterias apresentam dois tipos de comportamento para deslocarem verticalmente na
coluna de aacutegua O primeiro consiste num deslocamento vertical diurno independente da
mareacute (Joyeux 1998) O segundo tambeacutem consiste num deslocamento vertical diurno na
coluna de aacutegua poreacutem dependente da fase da mareacute (Joyeux 1998) Este eacute frequumlentemente
chamado TST sigla para Tidal Stream Transport As larvas pelaacutegicas ou seja aquelas
que satildeo mais abundantes na parte superior da coluna daacutegua utilizam preferencialmente o
primeiro tipo As larvas demersais que satildeo mais abundantes na parte inferior da coluna
daacutegua utilizam o segundo tipo Os dois tipos de comportamento podem ser utilizados para
as larvas manterem-se em um local ou progredirem para montante Entretanto a teoria
supotildee que o segundo tipo eacute mais eficiente em relaccedilatildeo ao posicionamento horizontal e entatildeo
as larvas que utilizam TST para migrarem podem ter vantagens sobre aquelas que natildeo
utilizam tal comportamento em ambientes estratificados Assim as espeacutecies que utilizam e
aquelas que natildeo utilizam o TST podem ter distribuiccedilatildeo horizontal diferenciada dentro dos
estuaacuterios
Este trabalho descreve a comunidade ictioplanctocircnica e apresenta a sua distribuiccedilatildeo
espacial e temporal (num periacuteodo de seis meses) no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Aleacutem
disso analisa se haacute diferenccedila tanto na composiccedilatildeo fauniacutestica como na abundacircncia entre os
dois braccedilos do rio Assim a morfologia do estuaacuterio pode ser utilizada para explicar melhor
qual a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas hidroloacutegicas com a distribuiccedilatildeo espacial o
comportamento e a ecologia das larvas de peixes dependentes dos estuaacuterios
8
2 OBJETIVOS
21 Objetivo geral
Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar
a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000
22 Objetivos especiacuteficos
a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do
Piraquecirc-accedilu
b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton
c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes
d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e
demersais
9
3 METODOLOGIA
31 Aacuterea de estudo
O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de
Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz
municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de
Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e
apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte
o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas
fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave
estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio
Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF
Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um
beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes
totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco
poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)
10
Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)
32 Amostragens
As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de
2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)
a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras
denominado Balsa
b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de
Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa
11
c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute
a 53 km a montante da Balsa
A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km
a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)
Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)
Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333
microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada
por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As
amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de
trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande
abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos
12
foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As
amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir
a despigmentaccedilatildeo
As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das
larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se
iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua
minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute
baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta
e a triagem
Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de
outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do
pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)
Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas
Ordem de amostragemData
Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo
28 marccedilo 00 1 3 2 2 _
27 abril 00 3 1 2 3 30
30 maio 00 3 1 2 3 33
27 junho 00 1 3 2 3 28
25 julho 00 2 1 3 3 28
22 agosto 00 2 3 1 3 28
25 setembro 00 3 1 2 3 34
20 outubro 00 1 3 2 3 25
26 novembro 00 2 3 1 3 37
19 dezembro 00 3 2 1 3 23
17 janeiro 01 1 2 3 3 29
16 fevereiro 01 3 2 1 3 30
13
Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e
concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-
se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85
33 Processamento das amostras
Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses
de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)
foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham
grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)
Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras
Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas
Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468
Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044
Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376
Abril 1a laje 1a 1 2 323 646
Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068
Abril 1a laje 3a 1 4 124 496
Abril Balsa 1a 1 1 378 378
a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais
A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes
Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan
(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo
preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados
Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta
14
amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas
seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)
34 Anaacutelises estatiacutesticas
O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula
1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros
foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados
foacutermula 4)
Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)
Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo
Distacircncia = ∆ bull Constante (2)
onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)
e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363
Aacuterea = π bull Raio2 (4)
onde π = 314159
e onde Raio = 03m
A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi
calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)
Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)
onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos
e onde
Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)
15
onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e
18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes
na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou
bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas
anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50
Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por
anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras
de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para
as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por
profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis
bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros
meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas
reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos
originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)
um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do
fluxocircmetro
As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com
o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes
normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas
sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero
de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute
obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)
S = - α bull ln (1 - x) (7)
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
6
possivelmente represente uma fonte econocircmica de importacircncia para os moradores das
regiotildees estuarinas (Andreata amp Frederick 1999)
A ictiofauna estuarino-costeira do Espiacuterito Santo eacute pouco conhecida sendo
apresentada apenas no trabalho de Helmer amp Barbosa (1987) O domiacutenio oceacircnico foi
assunto de estudos ictioplanctoloacutegicos mais aprofundados (Ekau amp Matsuura 1996 Ekau
et al 1999) No litoral estudos em andamento estimam aproximadamente 230 espeacutecies de
peixes (S Floeter amp JL Gasparini comunicaccedilatildeo pessoal) incluindo as espeacutecies de costatildeo
(recifais) e aquelas que se encontram tipicamente sobre fundos oceacircnicos moles (areia e
lama) e nos estuaacuterios totalizando um terccedilo de todas as espeacutecies marinhas e estuarinas
conhecidas do Brasil (Fishbase 1998)
As espeacutecies espiacuterito-santenses pertencem tanto ao conjunto das formas tropicais
quanto ao de aacuteguas temperadas (Floeter amp Gasparini 2000) Este uacuteltimo eacute mais conhecido
em relaccedilatildeo agrave descriccedilatildeo do estado larval e agrave sua ecologia devido agrave sua similaridade com a
fauna do Atlacircntico Nordeste (desde Welch amp Breder 1923-24 Hildebrand amp Cable 1930
1934 1938 etc) e ao importante desenvolvimento das pesquisas no Sul do Brasil desde
Weiss amp Krug (1977) Sinque (1980) e Weiss (1981) Em regiotildees mais proacuteximas
recentemente trabalhos tecircm sido desenvolvidos no estado do Rio de Janeiro (Soares et al
1991 Bonecker 1997 Castro 1998 e Soares 1998) e no sul da Bahia (Castro amp Bonecker
1996) A primeira informaccedilatildeo sobre o ictioplacircncton no Espiacuterito Santo foi apresentada em
resumo por Bonecker amp Dias (1986) apud Bonecker (1997) Recentemente Almeida et al
(2000) e Pereira et al (2000) apresentaram dados preliminares sobre a imigraccedilatildeo do
ictioplacircncton para a Baiacutea de Vitoacuteria e as massas daacutegua que este ictioplacircncton utiliza
durante a sua migraccedilatildeo
7
De modo geral nos estuaacuterios o ictioplacircncton eacute composto por espeacutecies residentes ou
seja que completam todo o seu ciclo de vida neste local e de espeacutecies migratoacuterias que se
reproduzem no oceano e imigram para o estuaacuterio ainda na fase larval ou juvenil As larvas
migratoacuterias apresentam dois tipos de comportamento para deslocarem verticalmente na
coluna de aacutegua O primeiro consiste num deslocamento vertical diurno independente da
mareacute (Joyeux 1998) O segundo tambeacutem consiste num deslocamento vertical diurno na
coluna de aacutegua poreacutem dependente da fase da mareacute (Joyeux 1998) Este eacute frequumlentemente
chamado TST sigla para Tidal Stream Transport As larvas pelaacutegicas ou seja aquelas
que satildeo mais abundantes na parte superior da coluna daacutegua utilizam preferencialmente o
primeiro tipo As larvas demersais que satildeo mais abundantes na parte inferior da coluna
daacutegua utilizam o segundo tipo Os dois tipos de comportamento podem ser utilizados para
as larvas manterem-se em um local ou progredirem para montante Entretanto a teoria
supotildee que o segundo tipo eacute mais eficiente em relaccedilatildeo ao posicionamento horizontal e entatildeo
as larvas que utilizam TST para migrarem podem ter vantagens sobre aquelas que natildeo
utilizam tal comportamento em ambientes estratificados Assim as espeacutecies que utilizam e
aquelas que natildeo utilizam o TST podem ter distribuiccedilatildeo horizontal diferenciada dentro dos
estuaacuterios
Este trabalho descreve a comunidade ictioplanctocircnica e apresenta a sua distribuiccedilatildeo
espacial e temporal (num periacuteodo de seis meses) no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Aleacutem
disso analisa se haacute diferenccedila tanto na composiccedilatildeo fauniacutestica como na abundacircncia entre os
dois braccedilos do rio Assim a morfologia do estuaacuterio pode ser utilizada para explicar melhor
qual a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas hidroloacutegicas com a distribuiccedilatildeo espacial o
comportamento e a ecologia das larvas de peixes dependentes dos estuaacuterios
8
2 OBJETIVOS
21 Objetivo geral
Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar
a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000
22 Objetivos especiacuteficos
a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do
Piraquecirc-accedilu
b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton
c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes
d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e
demersais
9
3 METODOLOGIA
31 Aacuterea de estudo
O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de
Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz
municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de
Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e
apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte
o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas
fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave
estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio
Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF
Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um
beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes
totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco
poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)
10
Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)
32 Amostragens
As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de
2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)
a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras
denominado Balsa
b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de
Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa
11
c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute
a 53 km a montante da Balsa
A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km
a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)
Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)
Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333
microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada
por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As
amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de
trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande
abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos
12
foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As
amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir
a despigmentaccedilatildeo
As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das
larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se
iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua
minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute
baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta
e a triagem
Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de
outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do
pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)
Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas
Ordem de amostragemData
Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo
28 marccedilo 00 1 3 2 2 _
27 abril 00 3 1 2 3 30
30 maio 00 3 1 2 3 33
27 junho 00 1 3 2 3 28
25 julho 00 2 1 3 3 28
22 agosto 00 2 3 1 3 28
25 setembro 00 3 1 2 3 34
20 outubro 00 1 3 2 3 25
26 novembro 00 2 3 1 3 37
19 dezembro 00 3 2 1 3 23
17 janeiro 01 1 2 3 3 29
16 fevereiro 01 3 2 1 3 30
13
Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e
concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-
se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85
33 Processamento das amostras
Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses
de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)
foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham
grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)
Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras
Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas
Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468
Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044
Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376
Abril 1a laje 1a 1 2 323 646
Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068
Abril 1a laje 3a 1 4 124 496
Abril Balsa 1a 1 1 378 378
a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais
A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes
Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan
(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo
preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados
Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta
14
amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas
seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)
34 Anaacutelises estatiacutesticas
O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula
1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros
foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados
foacutermula 4)
Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)
Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo
Distacircncia = ∆ bull Constante (2)
onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)
e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363
Aacuterea = π bull Raio2 (4)
onde π = 314159
e onde Raio = 03m
A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi
calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)
Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)
onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos
e onde
Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)
15
onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e
18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes
na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou
bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas
anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50
Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por
anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras
de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para
as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por
profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis
bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros
meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas
reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos
originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)
um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do
fluxocircmetro
As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com
o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes
normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas
sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero
de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute
obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)
S = - α bull ln (1 - x) (7)
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
7
De modo geral nos estuaacuterios o ictioplacircncton eacute composto por espeacutecies residentes ou
seja que completam todo o seu ciclo de vida neste local e de espeacutecies migratoacuterias que se
reproduzem no oceano e imigram para o estuaacuterio ainda na fase larval ou juvenil As larvas
migratoacuterias apresentam dois tipos de comportamento para deslocarem verticalmente na
coluna de aacutegua O primeiro consiste num deslocamento vertical diurno independente da
mareacute (Joyeux 1998) O segundo tambeacutem consiste num deslocamento vertical diurno na
coluna de aacutegua poreacutem dependente da fase da mareacute (Joyeux 1998) Este eacute frequumlentemente
chamado TST sigla para Tidal Stream Transport As larvas pelaacutegicas ou seja aquelas
que satildeo mais abundantes na parte superior da coluna daacutegua utilizam preferencialmente o
primeiro tipo As larvas demersais que satildeo mais abundantes na parte inferior da coluna
daacutegua utilizam o segundo tipo Os dois tipos de comportamento podem ser utilizados para
as larvas manterem-se em um local ou progredirem para montante Entretanto a teoria
supotildee que o segundo tipo eacute mais eficiente em relaccedilatildeo ao posicionamento horizontal e entatildeo
as larvas que utilizam TST para migrarem podem ter vantagens sobre aquelas que natildeo
utilizam tal comportamento em ambientes estratificados Assim as espeacutecies que utilizam e
aquelas que natildeo utilizam o TST podem ter distribuiccedilatildeo horizontal diferenciada dentro dos
estuaacuterios
Este trabalho descreve a comunidade ictioplanctocircnica e apresenta a sua distribuiccedilatildeo
espacial e temporal (num periacuteodo de seis meses) no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Aleacutem
disso analisa se haacute diferenccedila tanto na composiccedilatildeo fauniacutestica como na abundacircncia entre os
dois braccedilos do rio Assim a morfologia do estuaacuterio pode ser utilizada para explicar melhor
qual a relaccedilatildeo das caracteriacutesticas hidroloacutegicas com a distribuiccedilatildeo espacial o
comportamento e a ecologia das larvas de peixes dependentes dos estuaacuterios
8
2 OBJETIVOS
21 Objetivo geral
Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar
a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000
22 Objetivos especiacuteficos
a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do
Piraquecirc-accedilu
b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton
c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes
d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e
demersais
9
3 METODOLOGIA
31 Aacuterea de estudo
O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de
Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz
municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de
Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e
apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte
o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas
fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave
estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio
Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF
Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um
beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes
totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco
poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)
10
Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)
32 Amostragens
As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de
2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)
a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras
denominado Balsa
b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de
Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa
11
c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute
a 53 km a montante da Balsa
A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km
a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)
Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)
Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333
microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada
por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As
amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de
trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande
abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos
12
foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As
amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir
a despigmentaccedilatildeo
As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das
larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se
iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua
minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute
baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta
e a triagem
Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de
outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do
pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)
Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas
Ordem de amostragemData
Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo
28 marccedilo 00 1 3 2 2 _
27 abril 00 3 1 2 3 30
30 maio 00 3 1 2 3 33
27 junho 00 1 3 2 3 28
25 julho 00 2 1 3 3 28
22 agosto 00 2 3 1 3 28
25 setembro 00 3 1 2 3 34
20 outubro 00 1 3 2 3 25
26 novembro 00 2 3 1 3 37
19 dezembro 00 3 2 1 3 23
17 janeiro 01 1 2 3 3 29
16 fevereiro 01 3 2 1 3 30
13
Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e
concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-
se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85
33 Processamento das amostras
Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses
de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)
foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham
grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)
Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras
Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas
Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468
Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044
Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376
Abril 1a laje 1a 1 2 323 646
Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068
Abril 1a laje 3a 1 4 124 496
Abril Balsa 1a 1 1 378 378
a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais
A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes
Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan
(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo
preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados
Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta
14
amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas
seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)
34 Anaacutelises estatiacutesticas
O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula
1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros
foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados
foacutermula 4)
Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)
Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo
Distacircncia = ∆ bull Constante (2)
onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)
e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363
Aacuterea = π bull Raio2 (4)
onde π = 314159
e onde Raio = 03m
A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi
calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)
Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)
onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos
e onde
Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)
15
onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e
18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes
na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou
bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas
anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50
Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por
anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras
de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para
as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por
profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis
bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros
meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas
reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos
originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)
um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do
fluxocircmetro
As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com
o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes
normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas
sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero
de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute
obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)
S = - α bull ln (1 - x) (7)
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
8
2 OBJETIVOS
21 Objetivo geral
Caracterizar a fauna ictioplanctocircnica do estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu bem como determinar
a sua distribuiccedilatildeo espacial e temporal no periacuteodo de marccedilo a agosto de 2000
22 Objetivos especiacuteficos
a) Descrever a abundacircncia e a composiccedilatildeo taxonocircmica do ictioplacircncton no estuaacuterio do
Piraquecirc-accedilu
b) Descrever a variaccedilatildeo temporal e espacial do ictioplacircncton
c) Verificar a existecircncia de diferenccedilas de distribuiccedilatildeo espacial entre espeacutecies residentes
d) Verificar a existecircncia de diferenccedila de distribuiccedilatildeo entre espeacutecies migratoacuterias pelaacutegicas e
demersais
9
3 METODOLOGIA
31 Aacuterea de estudo
O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de
Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz
municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de
Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e
apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte
o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas
fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave
estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio
Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF
Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um
beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes
totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco
poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)
10
Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)
32 Amostragens
As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de
2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)
a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras
denominado Balsa
b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de
Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa
11
c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute
a 53 km a montante da Balsa
A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km
a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)
Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)
Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333
microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada
por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As
amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de
trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande
abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos
12
foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As
amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir
a despigmentaccedilatildeo
As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das
larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se
iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua
minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute
baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta
e a triagem
Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de
outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do
pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)
Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas
Ordem de amostragemData
Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo
28 marccedilo 00 1 3 2 2 _
27 abril 00 3 1 2 3 30
30 maio 00 3 1 2 3 33
27 junho 00 1 3 2 3 28
25 julho 00 2 1 3 3 28
22 agosto 00 2 3 1 3 28
25 setembro 00 3 1 2 3 34
20 outubro 00 1 3 2 3 25
26 novembro 00 2 3 1 3 37
19 dezembro 00 3 2 1 3 23
17 janeiro 01 1 2 3 3 29
16 fevereiro 01 3 2 1 3 30
13
Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e
concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-
se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85
33 Processamento das amostras
Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses
de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)
foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham
grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)
Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras
Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas
Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468
Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044
Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376
Abril 1a laje 1a 1 2 323 646
Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068
Abril 1a laje 3a 1 4 124 496
Abril Balsa 1a 1 1 378 378
a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais
A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes
Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan
(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo
preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados
Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta
14
amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas
seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)
34 Anaacutelises estatiacutesticas
O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula
1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros
foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados
foacutermula 4)
Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)
Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo
Distacircncia = ∆ bull Constante (2)
onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)
e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363
Aacuterea = π bull Raio2 (4)
onde π = 314159
e onde Raio = 03m
A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi
calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)
Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)
onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos
e onde
Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)
15
onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e
18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes
na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou
bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas
anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50
Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por
anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras
de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para
as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por
profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis
bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros
meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas
reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos
originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)
um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do
fluxocircmetro
As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com
o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes
normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas
sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero
de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute
obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)
S = - α bull ln (1 - x) (7)
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
9
3 METODOLOGIA
31 Aacuterea de estudo
O Rio Piraquecirc-accedilu tem sua nascente localizada a 1100m de altitude na Reserva de
Nova Lombardia municiacutepio de Santa Teresa (ES) e seu estuaacuterio no distrito de Santa Cruz
municiacutepio de Aracruz (ES) - localizado ao norte do estado a aproximadamente 50 km de
Vitoacuteria (Figura 1) O estuaacuterio estaacute localizado proacuteximo agraves coordenadas 40o09W e 19o57S e
apresenta-se na forma de Y com a bifurcaccedilatildeo logo apoacutes a barra de entrada O braccedilo norte
o chamado Rio Piraquecirc-accedilu atraveacutes do qual desaacutegua o rio homocircnimo tem caracteriacutesticas
fiacutesico-quiacutemicas bastante variaacuteveis devido ao fluxo de aacutegua doce Por isso tem tendecircncia agrave
estratificaccedilatildeo (GF Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) O braccedilo sul o afluente chamado Rio
Piraquecirc-mirim parece mais profundo que o braccedilo norte Por receber pouca aacutegua doce suas
caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas satildeo relativamente estaacuteveis Eacute raramente estratificado (GF
Barroso comunicaccedilatildeo pessoal) Os dois braccedilos e a confluecircncia satildeo marginados por um
beliacutessimo manguezal que se estende ateacute o mar Anaacutelises das concentraccedilotildees de coliformes
totais e fecais entre outras indicam que o estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu parece pouco
poluiacutedo (GF comunicaccedilatildeo pessoal)
10
Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)
32 Amostragens
As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de
2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)
a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras
denominado Balsa
b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de
Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa
11
c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute
a 53 km a montante da Balsa
A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km
a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)
Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)
Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333
microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada
por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As
amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de
trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande
abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos
12
foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As
amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir
a despigmentaccedilatildeo
As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das
larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se
iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua
minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute
baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta
e a triagem
Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de
outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do
pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)
Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas
Ordem de amostragemData
Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo
28 marccedilo 00 1 3 2 2 _
27 abril 00 3 1 2 3 30
30 maio 00 3 1 2 3 33
27 junho 00 1 3 2 3 28
25 julho 00 2 1 3 3 28
22 agosto 00 2 3 1 3 28
25 setembro 00 3 1 2 3 34
20 outubro 00 1 3 2 3 25
26 novembro 00 2 3 1 3 37
19 dezembro 00 3 2 1 3 23
17 janeiro 01 1 2 3 3 29
16 fevereiro 01 3 2 1 3 30
13
Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e
concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-
se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85
33 Processamento das amostras
Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses
de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)
foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham
grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)
Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras
Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas
Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468
Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044
Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376
Abril 1a laje 1a 1 2 323 646
Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068
Abril 1a laje 3a 1 4 124 496
Abril Balsa 1a 1 1 378 378
a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais
A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes
Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan
(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo
preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados
Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta
14
amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas
seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)
34 Anaacutelises estatiacutesticas
O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula
1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros
foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados
foacutermula 4)
Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)
Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo
Distacircncia = ∆ bull Constante (2)
onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)
e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363
Aacuterea = π bull Raio2 (4)
onde π = 314159
e onde Raio = 03m
A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi
calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)
Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)
onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos
e onde
Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)
15
onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e
18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes
na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou
bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas
anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50
Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por
anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras
de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para
as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por
profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis
bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros
meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas
reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos
originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)
um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do
fluxocircmetro
As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com
o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes
normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas
sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero
de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute
obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)
S = - α bull ln (1 - x) (7)
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
10
Figura 1 Bacia do complexo Piraquecirc-accedilu Piraquecirc-mirim A grade indicacoordenadas UTM (Universal Transversal Mercator em metros) No quadroesquerdo estaacute a localizaccedilatildeo do estuaacuterio no estado do Espiacuterito Santo No quadrodireito estatildeo dados geograacuteficos gerais para a bacia estuaacuterio e rios (CortesiaGilberto Fonseca Barroso)
32 Amostragens
As amostragens foram realizadas mensalmente entre marccedilo de 2000 e fevereiro de
2001 em trecircs pontos do estuaacuterio (Figura 2)
a) o primeiro localizado na entrada do estuaacuterio proacuteximo agraves balsas de cultivo de ostras
denominado Balsa
b) o segundo localizado no braccedilo norte (Rio Piraquecirc-accedilu) em frente ao antigo porto de
Caieiras denominado Caieiras que estaacute a 55 km de distacircncia a montante da Balsa
11
c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute
a 53 km a montante da Balsa
A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km
a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)
Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)
Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333
microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada
por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As
amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de
trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande
abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos
12
foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As
amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir
a despigmentaccedilatildeo
As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das
larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se
iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua
minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute
baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta
e a triagem
Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de
outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do
pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)
Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas
Ordem de amostragemData
Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo
28 marccedilo 00 1 3 2 2 _
27 abril 00 3 1 2 3 30
30 maio 00 3 1 2 3 33
27 junho 00 1 3 2 3 28
25 julho 00 2 1 3 3 28
22 agosto 00 2 3 1 3 28
25 setembro 00 3 1 2 3 34
20 outubro 00 1 3 2 3 25
26 novembro 00 2 3 1 3 37
19 dezembro 00 3 2 1 3 23
17 janeiro 01 1 2 3 3 29
16 fevereiro 01 3 2 1 3 30
13
Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e
concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-
se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85
33 Processamento das amostras
Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses
de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)
foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham
grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)
Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras
Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas
Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468
Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044
Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376
Abril 1a laje 1a 1 2 323 646
Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068
Abril 1a laje 3a 1 4 124 496
Abril Balsa 1a 1 1 378 378
a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais
A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes
Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan
(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo
preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados
Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta
14
amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas
seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)
34 Anaacutelises estatiacutesticas
O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula
1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros
foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados
foacutermula 4)
Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)
Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo
Distacircncia = ∆ bull Constante (2)
onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)
e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363
Aacuterea = π bull Raio2 (4)
onde π = 314159
e onde Raio = 03m
A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi
calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)
Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)
onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos
e onde
Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)
15
onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e
18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes
na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou
bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas
anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50
Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por
anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras
de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para
as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por
profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis
bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros
meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas
reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos
originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)
um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do
fluxocircmetro
As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com
o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes
normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas
sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero
de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute
obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)
S = - α bull ln (1 - x) (7)
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
11
c) o terceiro situado no braccedilo sul (Rio Piraquecirc-mirim) no ponto chamado 1a Laje que estaacute
a 53 km a montante da Balsa
A confluecircncia dos dois braccedilos encontra-se a 22 km a montante da Balsa a 33 km
a jusante de Caieiras e a 31 km a jusante da 1a laje (Figura 2)
Figura 2 O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu e os pontos amostrais Coordenadasgeograacuteficas em graus minutos e segundos (Cortesia Gilberto Fonseca Barroso)
Foi utilizada para as coletas rede cocircnica do tipo bongocirc com malha de 333
microcircmetros diacircmetro de abertura de 60cm e 3m de comprimento total A rede foi puxada
por barco a motor equipada com fluxocircmetro mecacircnico (General Oceanics 2030R) As
amostras foram coletadas por arrastos na regiatildeo meacutedia da coluna daacutegua com duraccedilatildeo de
trecircs minutos cada Esta duraccedilatildeo foi reduzida a dois ou ateacute um minuto quando havia grande
abundacircncia de ctenoacuteforos ou detritos (meses de agosto setembro e novembro) Arrastos
12
foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As
amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir
a despigmentaccedilatildeo
As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das
larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se
iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua
minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute
baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta
e a triagem
Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de
outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do
pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)
Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas
Ordem de amostragemData
Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo
28 marccedilo 00 1 3 2 2 _
27 abril 00 3 1 2 3 30
30 maio 00 3 1 2 3 33
27 junho 00 1 3 2 3 28
25 julho 00 2 1 3 3 28
22 agosto 00 2 3 1 3 28
25 setembro 00 3 1 2 3 34
20 outubro 00 1 3 2 3 25
26 novembro 00 2 3 1 3 37
19 dezembro 00 3 2 1 3 23
17 janeiro 01 1 2 3 3 29
16 fevereiro 01 3 2 1 3 30
13
Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e
concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-
se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85
33 Processamento das amostras
Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses
de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)
foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham
grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)
Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras
Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas
Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468
Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044
Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376
Abril 1a laje 1a 1 2 323 646
Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068
Abril 1a laje 3a 1 4 124 496
Abril Balsa 1a 1 1 378 378
a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais
A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes
Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan
(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo
preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados
Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta
14
amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas
seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)
34 Anaacutelises estatiacutesticas
O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula
1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros
foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados
foacutermula 4)
Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)
Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo
Distacircncia = ∆ bull Constante (2)
onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)
e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363
Aacuterea = π bull Raio2 (4)
onde π = 314159
e onde Raio = 03m
A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi
calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)
Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)
onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos
e onde
Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)
15
onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e
18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes
na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou
bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas
anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50
Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por
anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras
de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para
as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por
profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis
bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros
meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas
reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos
originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)
um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do
fluxocircmetro
As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com
o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes
normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas
sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero
de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute
obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)
S = - α bull ln (1 - x) (7)
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
12
foram triplicados exceto na coleta de marccedilo que teve apenas duas reacuteplicas por ponto As
amostras foram fixadas em formol neutralizado 5 e armazenadas fora da luz para reduzir
a despigmentaccedilatildeo
As amostragens foram feitas no periacuteodo noturno devido agrave maior abundacircncia das
larvas na coluna daacutegua neste periacuteodo do que durante o dia (Hettler amp Barker 1993) Se
iniciaram logo apoacutes o pocircr do sol nas fases de mareacutes mortas (ou seja de quadratura = lua
minguante) com uma periodicidade aproximada de 28 (vinte e oito) dias Nessas mareacutes haacute
baixa concentraccedilatildeo de ctenoacuteforos e detritos originados do mangue que prejudicam a coleta
e a triagem
Os pontos foram amostrados de maneira aleatoacuteria para minimizar os efeitos de
outros fatores que poderiam influenciar os resultados tal como tempo decorrido depois do
pocircr do sol estaacutegio e forccedila da mareacute etc (Tabela 1)
Tabela 1 Dados gerais do plano de amostragem do ictioplacircncton noestuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu Nuacutemero eacute o nuacutemero de reacuteplicas no ponto eIntervalo eacute o intervalo de tempo em dias entre duas coletas consecutivas
Ordem de amostragemData
Balsa 1a laje CaieirasNuacutemero Intervalo
28 marccedilo 00 1 3 2 2 _
27 abril 00 3 1 2 3 30
30 maio 00 3 1 2 3 33
27 junho 00 1 3 2 3 28
25 julho 00 2 1 3 3 28
22 agosto 00 2 3 1 3 28
25 setembro 00 3 1 2 3 34
20 outubro 00 1 3 2 3 25
26 novembro 00 2 3 1 3 37
19 dezembro 00 3 2 1 3 23
17 janeiro 01 1 2 3 3 29
16 fevereiro 01 3 2 1 3 30
13
Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e
concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-
se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85
33 Processamento das amostras
Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses
de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)
foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham
grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)
Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras
Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas
Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468
Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044
Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376
Abril 1a laje 1a 1 2 323 646
Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068
Abril 1a laje 3a 1 4 124 496
Abril Balsa 1a 1 1 378 378
a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais
A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes
Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan
(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo
preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados
Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta
14
amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas
seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)
34 Anaacutelises estatiacutesticas
O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula
1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros
foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados
foacutermula 4)
Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)
Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo
Distacircncia = ∆ bull Constante (2)
onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)
e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363
Aacuterea = π bull Raio2 (4)
onde π = 314159
e onde Raio = 03m
A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi
calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)
Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)
onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos
e onde
Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)
15
onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e
18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes
na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou
bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas
anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50
Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por
anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras
de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para
as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por
profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis
bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros
meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas
reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos
originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)
um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do
fluxocircmetro
As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com
o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes
normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas
sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero
de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute
obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)
S = - α bull ln (1 - x) (7)
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
13
Em todos os pontos foram feitas mediccedilotildees de temperatura salinidade e
concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido em duas profundidades (superfiacutecie e fundo) utilizando-
se Medidor Multi Paracircmetro YSI 85
33 Processamento das amostras
Sob microscoacutepio estereoscoacutepico (lupa) as larvas coletadas nos seis primeiros meses
de amostragem (51 amostras 6 em marccedilo de 2000 e 9 em cada um dos 5 meses seguintes)
foram triadas e identificadas e os ovos apenas enumerados As amostras que continham
grande abundacircncia de larvas ou de ovos foram fracionadas (ateacute 18 Tabela 2)
Tabela 2 Dados referentes agraves sete amostras fracionadas paratriagem Triadas eacute o nuacutemero de larvas nas fraccedilotildees triadasEstimadas eacute o nuacutemero estimado de larvas nas amostras inteiras
Mecircs Ponto Reacuteplica Fraccedilatildeo triada Triadas Estimadas
Marccedilo Caieiras 2a 1 4 367 1468
Marccedilo 1a laje 1a 1 4 261 1044
Marccedilo 1a laje 2a 1 8 172 1376
Abril 1a laje 1a 1 2 323 646
Abril 1a laje 2a 1 4 267 1068
Abril 1a laje 3a 1 4 124 496
Abril Balsa 1a 1 1 378 378
a amostra foi triada inteiramente para as larvas mas apenas metade dos ovos daamostra foi enumerada Nos outros casos a fraccedilatildeo triada para os ovos e a fraccedilatildeotriada para as larvas satildeo iguais
A identificaccedilatildeo foi realizada principalmente a partir das referecircncias gerais seguintes
Fahay (1983) Moser et al (1984) Leis amp Trnski (1989) Matarese et al (1989) Jeyaseelan
(1998) uma coletacircnea anocircnima de figuras colhidas na literatura (Anocircnimo) e a ediccedilatildeo
preliminar de Richards (2001) Para larvas mais desenvolvidas (juvenis) foram utilizados
Figueiredo amp Menezes (1978 1980 e 2000) Menezes amp Figueiredo (1980 e 1985) Barletta
14
amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas
seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)
34 Anaacutelises estatiacutesticas
O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula
1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros
foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados
foacutermula 4)
Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)
Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo
Distacircncia = ∆ bull Constante (2)
onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)
e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363
Aacuterea = π bull Raio2 (4)
onde π = 314159
e onde Raio = 03m
A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi
calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)
Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)
onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos
e onde
Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)
15
onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e
18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes
na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou
bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas
anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50
Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por
anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras
de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para
as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por
profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis
bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros
meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas
reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos
originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)
um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do
fluxocircmetro
As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com
o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes
normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas
sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero
de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute
obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)
S = - α bull ln (1 - x) (7)
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
14
amp Correcirca (1992) Smith (1997) e Carvalho-Filho (1999) Em vaacuterios casos foram realizadas
seacuteries de desenvolvimento (exemplo nos anexos A e B)
34 Anaacutelises estatiacutesticas
O volume de aacutegua filtrado em cada arrasto (Vfiltrado em metros cuacutebicos foacutermula
1) foi calculado a partir da distacircncia percorrida pelo fluxocircmetro (Distacircncia em metros
foacutermula 2) multiplicada pela aacuterea da boca de abertura da rede (Aacuterea em metros quadrados
foacutermula 4)
Vfiltrado = Distacircncia bull Aacuterea (1)
Em todas as equaccedilotildees bull eacute o sinal de multiplicaccedilatildeo
Distacircncia = ∆ bull Constante (2)
onde ∆ = no registrado no fim do arrasto - no registrado no iniacutecio do arrasto(3)
e onde Constante = constante do fluxocircmetro = 00384363
Aacuterea = π bull Raio2 (4)
onde π = 314159
e onde Raio = 03m
A abundacircncia (nuacutemero por metro cuacutebico foacutermula 5) de cada espeacutecie e dos ovos foi
calculada sobre o volume triado (Vtriado foacutermula 6)
Abundacircncia = Nuacutemero Vtriado (5)
onde Nuacutemero eacute o nuacutemero de indiviacuteduos ou de ovos
e onde
Vtriado = Vfiltrado bull Fraccedilatildeo triada (6)
15
onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e
18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes
na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou
bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas
anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50
Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por
anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras
de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para
as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por
profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis
bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros
meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas
reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos
originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)
um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do
fluxocircmetro
As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com
o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes
normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas
sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero
de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute
obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)
S = - α bull ln (1 - x) (7)
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
15
onde Fraccedilatildeo triada eacute a fraccedilatildeo triada da amostra e varia entre 1 (toda a amostra foi triada) e
18 (um oitavo da amostra foi triada)(Tabela 2) Os dados do fluxocircmetro foram aberrantes
na 2a reacuteplica de Caieiras do mecircs de maio (05m3 filtrados indicando que a heacutelice ficou
bloqueada apesar da rede funcionar normalmente) O nuacutemero de dados utilizaacuteveis nas
anaacutelises de abundacircncia eacute entatildeo 50
Os dados obtidos tanto os bioloacutegicos quanto os fiacutesico-quiacutemicos foram tratados por
anaacutelises natildeo-parameacutetricas - teste de Friedman com α = 005 - considerando que as amostras
de uma mesma campanha satildeo ligadas entre si (Zar 1999) O nuacutemero inicial de valores para
as variaacuteveis ambientais eacute 12 (uma mediccedilatildeo por mecircs por ponto de amostragem e por
profundidade durante o ano inteiro de amostragem) O nuacutemero de valores para as variaacuteveis
bioloacutegicas foi de 16 Havendo duas replicaccedilotildees por ponto em marccedilo e trecircs nos outros
meses foi escolhido comparar as primeiras reacuteplicas dos pontos entre si as segundas
reacuteplicas dos pontos entre si e as terceiras reacuteplicas dos pontos entre si (Tabela 3) Dos
originais 17 grupos de replicaccedilotildees (marccedilo com 2 grupos os 5 outros meses com 3 grupos)
um foi invalidado (o das 2as reacuteplicas do mecircs de maio) pelo natildeo funcionamento do
fluxocircmetro
As variaacuteveis contiacutenuas foram testadas para normalidade (e homocedasticidade) com
o teste de Kolmogorov-Smirnov-Lilliefors (Legendre amp Legendre 1983) Apoacutes
normalizaccedilatildeo anaacutelises parameacutetricas de variacircncia (ANOVA Zar 1999) foram aplicadas
sobre os dados bioloacutegicos sendo a variaacutevel dependente o nuacutemero de indiviacuteduos o nuacutemero
de ovos ou o iacutendice de diversidade (α = alpha de Williams ou alpha de Fisher) O alpha eacute
obtido atraveacutes das seguintes equaccedilotildees (foacutermulas 7 e 8) (Rosenzweig 1995)
S = - α bull ln (1 - x) (7)
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
16
onde S eacute o nuacutemero de taxa larvais na amostra (excluindo os natildeo identificados)
e onde α eacute o iacutendice de diversidade
e onde ln eacute o operador logariacutetmico neperiano (de base e)
e onde x eacute uma constante que satisfaz
S N = [(x - 1) x] bull ln (1 - x) (8)
onde N eacute o nuacutemero de indiviacuteduos na amostra
Tabela 3 Combinaccedilatildeo das amostras nos grupos testados atraveacutes do teste deFriedman para a abundacircncia dos taxa
Mecircs Balsa Caieiras 1a laje Grupo
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 1Marccedilo
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 2
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 3
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 4Abril
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 5
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 6
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 7Maio
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 8
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 9
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 10Junho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 11
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 12
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 13Julho
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 14
1a reacuteplica 1a reacuteplica 1a reacuteplica 15
2a reacuteplica 2a reacuteplica 2a reacuteplica 16Agosto
3a reacuteplica 3a reacuteplica 3a reacuteplica 17
grupo invalidado devido agrave falha do fluxocircmetro
As variaacuteveis independentes incluiacutedas nas anaacutelises de variacircncia foram
a) O local de amostragem com trecircs categorias pontos Balsa Caieirase 1a laje
b) O mecircs do ano com seis categorias marccedilo abril maio junho julho e agosto
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
17
c) O volume triado para larvas como covariaacutevel contiacutenua em m3
Foi utilizado para as ANOVAs o tipo III onde a significacircncia da variaacutevel
independente testada eacute estimada apoacutes as outras variaacuteveis do modelo serem incluiacutedas ou
seja quando essas outras variaacuteveis jaacute explicarem uma parte da variabilidade da variaacutevel
dependente A utilizaccedilatildeo deste tipo diminui a possibilidade de as significacircncias obtidas
serem falsas Diferenccedilas entre as categorias das variaacuteveis foram posteriormente testadas
atraveacutes das meacutedias marginais
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
18
4 RESULTADOS
41 Dados abioacuteticos
Nos trecircs pontos a temperatura tanto da superfiacutecie quanto do fundo teve seus
maiores valores no veratildeo e seus menores valores no inverno (Figura 3) No mecircs de
dezembro a temperatura nos trecircs pontos teve um decliacutenio devido agraves chuvas De acordo com
o teste de Friedman (Tabela 4) a temperatura foi significativamente diferente entre os trecircs
pontos tanto na superfiacutecie quanto no fundo
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Te
mp
era
tura
(C
) d
a
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
18
22
26
30
34
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Tem
per
atu
ra (
C)
do
fu
nd
o
(b)
Figura 3 Evoluccedilatildeo mensal da temperatura nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a temperatura na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a temperatura do fundo Para melhor visualizaccedilatildeoo eixo vertical inicia-se em 18oC
Balsa Caieiras 1a Laje
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
19
Baseado nas ordens meacutedias obtidas no teste de Friedman Caieiras e 1a laje
apresentaram valores de temperatura semelhantes enquanto que Balsa mostrou ter aacuteguas
mais frias que os outros dois pontos (Tabela 4)
Tabela 4 Resultados dos testes de Friedman para as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas daaacutegua do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 emtodos os casos
Temperatura Salinidade OxigecircnioEstatiacutestica
Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo Superfiacutecie Fundo
Nuacutemero de valores 12 12 12 12 11 9
Qui-quadrado 6435 11511 23532 19500 10364 14889
Significacircncia 0040 0003 0000 0000 0006 0001
Local Ordem meacutedia
Balsa 142 129 296 300 273 300
Caieiras 225 208 100 175 191 178
1a laje 233 263 204 125 136 122
um valor foi excluiacutedo trecircs valores foram excluiacutedos Ver texto para explicaccedilotildees
Nos meses de marccedilo e dezembro a salinidade superficial diminuiu nos trecircs pontos
devido agrave aacutegua doce proveniente das chuvas (Figura 4) Nos meses de novembro e dezembro
houve queda da salinidade de fundo em Caieiras e 1a laje respectivamente tambeacutem por
causa das chuvas O ponto Balsa apresentou valores de salinidade de superfiacutecie maiores
que 1a laje que por sua vez apresentou valores maiores que Caieiras (Figura 4) Quanto
agrave salinidade do fundo na Balsa tambeacutem foram encontrados os maiores valores enquanto
que Caieiras geralmente teve uma pequena superioridade sobre os valores da 1a laje
(Figura 4) Segundo o teste de Friedman (Tabela 4) a salinidade tanto de superfiacutecie quanto
de fundo apresentou diferenccedila significativa entre os valores dos trecircs pontos
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
20
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
da
sup
erfiacute
cie
(a)
0
10
20
30
40
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Sal
inid
ade
do
fu
nd
o
(b)
Figura 4 Evoluccedilatildeo mensal da salinidade nos trecircs pontos deamostragens Acima (a) estaacute a salinidade na aacutegua da superfiacutecieabaixo (b) estaacute a salinidade do fundo
Quanto agraves concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido verificou-se que a Balsa
apresentou os maiores valores seguindo de Caieiras e por uacuteltimo 1a laje tanto para as
concentraccedilotildees superficiais quanto para as de fundo (Figura 5) No mecircs de outubro houve
um pico dessas concentraccedilotildees nos trecircs pontos (Figura 5) Natildeo se pode relacionar esses
valores a qualquer evento (por exemplo climaacutetico) excepcional Poreacutem assim como esses
valores natildeo podem ser relacionados a qualquer manutenccedilatildeo ou falha do aparelho de
mediccedilatildeo os dados foram utilizados nas anaacutelises Os valores de oxigecircnio de julho 2000 em
Balsa Caieiras 1a Laje
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
21
Caieiras (fundo) de novembro 2000 na 1a laje (fundo) e de fevereiro 2001 na Balsa
(superfiacutecie e fundo) foram considerados outliers ou seja valores extraordinaacuterios (natildeo
representativos) e por isso foram desprezados Como esses valores foram encontrados
sempre nas uacuteltimas mediccedilotildees das campanhas das amostragens referidas acredita-se que
podem ter sido obtidos por falha do aparelho de mediccedilatildeo De acordo com o teste de
Friedman (Tabela 4) as concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido tanto na superfiacutecie quanto no
fundo tiveram valores significativamente diferentes nos trecircs pontos
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
da
su
pe
rfiacutec
ie
(a)
0
2
4
6
8
10
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev
Mecircs
Oxi
gecircn
io d
isso
lvid
o (
mg
L)
do
fu
nd
o
(b)Figura 5 Evoluccedilatildeo mensal da concentraccedilatildeo de oxigecircniodissolvido nos trecircs pontos de amostragens Acima (a) estaacute aconcentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua da superfiacutecie abaixo(b) estaacute a concentraccedilatildeo de oxigecircnio dissolvido na aacutegua do fundo
Balsa Caieiras 1a Laje
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
22
42 Dados bioacuteticos
Durante os seis primeiros meses foram triadas 7430 larvas (de um total amostrado
estimado de 12014) das quais 7235 foram identificadas Natildeo foi possiacutevel a identificaccedilatildeo
de 195 larvas Foram enumerados 21649 ovos de um total amostrado estimado de 51365
Foram identificados 44 taxa (excluindo as larvas natildeo identificadas) que pertencem a
23 famiacutelias Estes 44 taxa foram identificados seja ao niacutevel de espeacutecie (17 espeacutecies) ou ao
niacutevel de gecircnero (15 gecircneros) ou ao niacutevel de famiacutelia (12 famiacutelias) (Tabela 5)
Os ovos natildeo foram identificados Vaacuterios tipos foram encontrados (ver Anexo C)
incluindo ovos de Engraulidae facilmente reconheciacuteveis devido agrave sua forma oval
As famiacutelias com maiores nuacutemeros de indiviacuteduos nos trecircs pontos foram Engraulidae
Gobiidae e Haemulidae (Tabela 5)
Os taxa que ocorreram apenas na Balsa foram Paralichthyidae Microdesmus
longipinnis Stellifer rastrifer Gobiosoma sp Gobiosoma hemigymnum Menticirrhus sp
Atherinella brasiliensis Ophichthidae e Raneya brasiliensis
Foram encontrados apenas em Caieiras os taxa Odontoscion dentex Dormitator
maculatus Pseudophallus mindii Lutjanus analis e Mugilidae
Ostetus lineatus e Gobiesocidae foram taxa que ocorreram apenas na 1a laje
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
23
Tabela 5 Lista dos taxa identificados nas coletas realizadas entre marccedilo e agosto de 2000 no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu O nuacutemero de indiviacuteduos e a frequumlecircncia total e por ponto de amostragem satildeo dados sem correccedilatildeo pelo volume triadoN eacute o nuacutemero de indiviacuteduos Freq eacute a frequumlecircncia lt 001 indica frequumlecircncia inferior a 1
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqENGRAULIDAE 3546 048 640 023 1093 067 1813 062GOBIIDAE Microgobius meeki 2594 035 1364 048 315 019 915 031HAEMULIDAE 402 005 388 014 0 14 lt 001Natildeo identificados 195 003 115 004 26 002 54 002TETRAODONTIDAE Sphoeroides sp 136 002 80 003 28 002 28 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp2 134 002 60 002 63 004 11 lt 001SCIAENIDAE (larvas viteliacutenicas) 84 001 58 002 20 001 6 lt 001GOBIIDAE Gobionellus sp1 83 001 35 001 39 002 9 lt 001SCIAENIDAE Micropogonias furnieri 30 lt 001 15 001 7 lt 001 8 lt 001GERREIDAE Eucinostomus sp 36 lt 001 14 lt 001 13 lt 001 9 lt 001GOBIIDAE Coryphopterus glaucofraenum 35 lt 001 14 lt 001 3 lt 001 18 lt 001BLENNIIDAE 31 lt 001 11 lt 001 7 lt 001 13 lt 001ACHIRIDAE Achirus sp 17 lt 001 1 lt 001 4 lt 001 12 lt 001ATHERINIDAE 11 lt 001 2 lt 001 5 lt 001 4 lt 001CLUPEIDAE 11 lt 001 10 lt 001 0 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer sp 8 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 4 lt 001SCIAENIDAE 9 lt 001 0 3 lt 001 6 lt 001PARALICHTHYIDAE Citharichthys sp 7 lt 001 1 lt 001 5 lt 001 1 lt 001SYNGNATHIDAE Syngnathus sp 5 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 3 lt 001PARALICHTHYIDAE 5 lt 001 5 lt 001 0 0MICRODESMIDAE Microdesmus longipinnis 5 lt 001 5 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus sp 4 lt 001 3 lt 001 0 1 lt 001
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
24
Tabela 5 continuaccedilatildeo
Todos os pontos Balsa 1a Laje CaieirasFamiacutelia Espeacutecie
N Freq N Freq N Freq N FreqCYNOGLOSSIDAE Symphurus sp 4 lt 001 3 lt 001 1 lt 001 0OPHICHTHIDAE Echiopsis intertinctus 4 lt 001 1 lt 001 0 3 lt 001SCIAENIDAE Odontoscion dentex 3 lt 001 0 0 3 lt 001OPHICHTHIDAE Myrophis punctatus 3 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 1 lt 001ELEOTRIDAE Dormitator maculatus 3 lt 001 0 0 3 lt 001SYNGNATHIDAE Oostetus lineatus 2 lt 001 0 2 lt 001 0SYNGNATHIDAE 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Cosmocampus sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001SYNGNATHIDAE Hippocampus reidi 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0SERRANIDAE Diplectrum sp 2 lt 001 1 lt 001 0 1 lt 001CARANGIDAE Oligoplites sp 2 lt 001 1 lt 001 1 lt 001 0EXOCOETIDAE Hyporamphus sp 2 lt 001 0 1 lt 001 1 lt 001SCIAENIDAE Stellifer rastrifer 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0GOBIIDAE Gobiosoma hemigymnum 1 lt 001 1 lt 001 0 0SCIAENIDAE Menticirrhus sp 1 lt 001 1 lt 001 0 0SYNGNATHIDAE Pseudophallus mindii 1 lt 001 0 0 1 lt 001ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0LUTJANIDAE Lutjanus analis 1 lt 001 0 0 1 lt 001OPHICHTHIDAE 1 lt 001 1 lt 001 0 0MUGILIDAE 1 lt 001 0 0 1 lt 001GOBIESOCIDAE 1 lt 001 0 1 lt 001 0OPHIDIIDAE Raneya brasiliensis 1 lt 001 1 lt 001 0 0
Total 7430 100 2842 100 1641 100 2947 100
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
25
421 Padrotildees gerais de abundacircncia e diversidade
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de larva apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0119 N = 50
Significacircncia = 0074) o que permitiu o seu uso em anaacutelises parameacutetricas Nenhuma
transformaccedilatildeo simples conseguiu melhorar a distribuiccedilatildeo do volume triado devido agrave sua
bimodalidade causada pela presenccedila de algumas amostras com tempo de arrasto inferior a
trecircs minutos e ao fracionamento para triagem No entanto considerando que as anaacutelises
parameacutetricas satildeo resistentes a condiccedilotildees inadequadas (Zar 1999) a variaacutevel natildeo-
normalizada (Estatiacutestica = 0138 N = 50 Significacircncia = 0019) foi incluiacuteda no modelo
como covariaacutevel Poreacutem a fim de se assegurar em relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da
anormalidade da distribuiccedilatildeo somente significacircncias le 001 foram consideradas
Os resultados mostram que o nuacutemero de larvas variou significativamente entre os
meses e os locais (Tabela 6 Figura 6)
Baseado nos valores do quadrado meacutedio e da estatiacutestica F o mecircs teve maior
influecircncia que o local (Tabela 6)
Tabela 6 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode indiviacuteduos O R2 ajustado do modelo eacute de 0776
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 7439 22203 le 0001
Erro 41 0335
Total 49
Local 2 1990 5939 0005
Mecircs 5 11081 33074 le 0001
Volume triado (larvas) 1 2192 6542 0014bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
26
Baseado nas meacutedias marginais a maior abundacircncia de larvas ocorreu nos meses de
marccedilo a maio e o ponto com maior abundacircncia foi Caieiras (Figura 6) 1a laje foi o
ponto com a menor abundacircncia de larvas
20
30
40
50
60
70
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
35
40
45
50
55
Balsa Caieiras 1a laje
Local de amostragem
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 6 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de indiviacuteduosem funccedilatildeo do mecircs (acima) e do local de amostragem (em baixo)
Apoacutes transformaccedilatildeo logariacutetmica [x = ln(x + 1)] o nuacutemero de ovos apresentou
distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente da normal (Estatiacutestica = 0075 N = 50
Significacircncia = 0200) Nenhuma transformaccedilatildeo simples melhorou a distribuiccedilatildeo do volume
triado A variaacutevel natildeo transformada foi incluiacuteda no modelo (Estatiacutestica = 0128 N = 50
Significacircncia = 0041) Somente significacircncias le 001 na ANOVA foram consideradas Os
resultados mostram que o nuacutemero de ovos variou significativamente entre os meses mas
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
27
foi independente do local e do volume triado (Tabela 7) Baseado nas meacutedias marginais os
ovos foram mais abundantes nos meses de marccedilo e abril (Figura 7)
Tabela 7 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o nuacutemerode ovos O R2 ajustado do modelo eacute de 0713
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 27624 16233 le 0001
Erro 41 1702
Total 49
Local 2 0592 0348 0708bull
Mecircs 5 24395 14336 le 0001
Volume triado (ovos) 1 7381 4337 0044bull
bull Natildeo significante ao niacutevel de α = 001
01234567
marccedilo abril maio junho julho agosto
Mecircs
Meacuted
ia m
arg
inal
[l
n(n
uacutem
ero
+1)
]
Figura 7 Meacutedias marginais (plusmn 1 erro padratildeo) para o nuacutemero de ovos emfunccedilatildeo do mecircs
O iacutendice de diversidade apresentou distribuiccedilatildeo natildeo significativamente diferente do
normal (Estatiacutestica = 0120 N = 50 Significacircncia = 0070) A fim de se assegurar em
relaccedilatildeo a qualquer efeito negativo da anormalidade da distribuiccedilatildeo do volume filtrado
somente significacircncias le 001 foram consideradas
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
28
Os resultados mostram que o iacutendice de diversidade natildeo variou significativamente
em relaccedilatildeo ao mecircs local ou volume triado (Tabela 8) Somente 305 da variabilidade do
iacutendice eacute explicada pelo modelo
Tabela 8 Estatiacutesticas para a ANOVA tipo III realizada sobre o iacutendice dediversidade alpha de Williams O R2 ajustado do modelo eacute de 0305
FonteGraus deliberdade
Quadradomeacutedio
Estatiacutestica F Significacircncia
Modelo 8 3692 3684 0003
Erro 41 1002
Total 49
Local 2 2298 2292 0114bull
Mecircs 5 1627 1624 0175bull
Volume triado (larvas) 1 6709 6694 0013bull
bullNatildeo significante ao niacutevel de α = 001
422 Padrotildees espaciais de abundacircncia
Foram realizados testes de Friedman sobre as abundacircncias dos seguintes taxa
Engraulidae Microgobius meeki Haemulidae Sphoeroides sp Gobionellus spp
Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) Micropogonias furnieri Eucinostomus sp Coryphopterus
glaucofraenum Blenniidae e Achirus sp com o objetivo de verificar se estes taxa
apresentam abundacircncia significativamente diferente nos trecircs pontos de amostragem
(Tabela 9)
Na Balsa houve predomiacutenio dos taxa Haemulidae Sphoeroides sp e Blenniidae
(Tabela 9) Poreacutem apenas Haemulidae apresentou abundacircncia de indiviacuteduos
significativamente diferente entre os trecircs pontos Nos trecircs taxa foram encontradas larvas
muito jovens o que indica que podem ser espeacutecies residentes da zona estuarina ou costeira
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
29
Em Caieiras os taxa que foram melhor representados ou seja que tiveram maior
abundacircncia foram M meeki Engraulidae C glaucofraenum M furnieri e Achirus sp
Apenas M meeki e Achirus sp apresentaram diferenccedilas significantes na abundacircncia
(Tabela 9) Dos cinco taxa que predominaram em Caieiras somente M furnieri e Achirus
sp satildeo migratoacuterias por natildeo ter sido encontrado nenhum indiviacuteduo muito jovem destas
espeacutecies em qualquer ponto de amostragem do estuaacuterio Nos outros trecircs taxa encontrou-se
larvas muito jovens indicando que podem ser residentes
Tabela 9 Resultados dos testes de Friedman sobre abundacircncia para os taxa com maiornuacutemero de indiviacuteduos no estuaacuterio do Rio Piraquecirc-accedilu considerando 16 grupos de valores(ver Tabela 3) O nuacutemero de graus de liberdade eacute igual a 2 em todos os casos Ascaracteriacutesticas referem-se aos haacutebitos das espeacutecies Resid = residente em estuaacuterios Migr =migratoacuterio Pelaacuteg = pelaacutegico Demer = demersal
Ordem meacutediaTaxa Caracteriacutesticas
Qui -quadrado
SignificacircnciaBalsa Caieiras 1a laje
Engraulidae Resid - Pelaacuteg 0677 0713 197 216 188
M meeki Resid - Demer 11625 0003 225 244 131
Haemulidae - 14308 0001 256 191 153
Sphoeroides sp Resid - 5920 0052 225 219 156
Gobionellus spp Migr - Pelaacuteg 7840 0020 200 156 244
Sciaenidae yolk-sac - 0737 0692 203 191 206
M furnieri Migr - Demer 0214 0898 197 206 197
Eucinostomus sp Migr - Demer 0205 0903 200 194 206
C glaucofraenum Resid - 5333 0069 200 225 175
Blenniidae Resid - 0621 0733 209 191 200
Achirus sp Migr - Demer 6857 0032 188 225 188
A caracterizaccedilatildeo foi feito essencialmente segundo Barletta-Bergan (1999) e Hettler amp Barker (1993) e nocaso dos Engraulidae apoiando-se sobre a grande abundacircncia de ovos reconheciacuteveis Considerou-se pelaacutegicasas espeacutecies que natildeo tecircm relaccedilatildeo estreita com o fundo neste estaacutegio de desenvolvimento Foram consideradasdemersais as demais espeacutecies
Eucinostomus sp Gobionellus spp e Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) tiveram suas
maiores abundacircncias na 1a laje Gobionellus spp foi o uacutenico taacutexon desses trecircs que
apresentou significacircncia no teste de Friedman (Tabela 9) Este gecircnero apresentou duas
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
30
espeacutecies (identificadas como sp1 e sp 2) que foram unidas para serem testadas porque
ambas pertencem ao mesmo gecircnero satildeo migratoacuterias e tecircm tendecircncia a serem mais
pelaacutegicas que demersais Eucinostomus sp tambeacutem parece ser uma espeacutecie migratoacuteria ao
contraacuterio dos Sciaenidae (larvas viteliacutenicas) que podem ser residentes
Os taxa que natildeo foram testados possuiacuteram um nuacutemero extremamente reduzido de
indiviacuteduos invalidando assim o uso do teste
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
31
5 DISCUSSAtildeO
Famiacutelias importantes encontradas em ecossistemas costeiros de zonas tropicais satildeo
segundo Haedrich (1983) Clupeidae Engraulidae Mugilidae Sciaenidae Gobiidae e
Achiridae Aleacutem dessas no presente trabalho foram encontradas tambeacutem Haemulidae
Tetraodontidae Gerreidae Blenniidae Atherinidae Paralichthyidae Syngnathidae
Microdesmidae Lutjanidae Cynoglossidae Ophichthidae Eleotridae Serranidae
Carangidae Exocoetidae Gobiesocidae e Ophidiidae (Tabela 5) A maioria dessas famiacutelias
de peixes foram encontradas em estuaacuterios brasileiros como no do rio Mucuri por Castro amp
Bonecker (1996) no estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos por Muelbert amp Weiss (1991) e na Baiacutea de Vitoacuteria por Almeida et al (2000)
Nos seis meses de amostragens foram triados 21649 ovos e 7430 larvas A maior
abundacircncia de ovos foi observada nos meses de marccedilo e abril (Figura 7) e de larvas no
periacuteodo entre marccedilo e maio (Figura 6) Ibagy amp Muelbert (1997) observaram que a grande
maioria dos ovos de peixes do estuaacuterio da Lagoa dos Patos ocorreu no veratildeo Soares et al
(1991) notaram que na Laguna de Marapendi o aumento do nuacutemero do ovos ocorreu na
primavera e veratildeo Como as primeiras seis amostragens deste trabalho iniciaram no final do
veratildeo e terminaram no fim do inverno torna-se difiacutecil a comparaccedilatildeo com outras regiotildees
Neste estudo a famiacutelia Engraulidae representou 48 de todas as larvas triadas nos
seis meses A grande abundacircncia dessa famiacutelia tambeacutem foi observada na Baiacutea de Vitoacuteria
por Almeida et al (2000) no estuaacuterio do rio Mucuri por Castro amp Bonecker (1996) e no
estuaacuterio do rio Caeteacute por Barletta-Bergan (1999) Essa abundacircncia estaacute relacionada em
parte ao fato de larvas de espeacutecies dessa famiacutelia apresentarem vida planctocircnica prolongada
(Weiss 1981) Segundo Haedrich (1983) os engrauliacutedeos satildeo mais frequumlentes em baixas
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
32
latitudes (regiotildees tropicais) suplantando o nuacutemero de clupeiacutedeos que satildeo mais frequumlentes
em altas latitudes (regiotildees temperadas) Neste trabalho a frequumlecircncia de Clupeidae foi
inferior a 1
Assim como no rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e na Baiacutea de Vitoacuteria
(Almeida et al 2000) a segunda famiacutelia mais abundante foi a Gobiidae sendo
representada principalmente pela espeacutecie Microgobius meeki (35 do total de larvas
triadas) e Gobionellus spp (Tabela 5) No complexo estuarino da baiacutea de Paranaguaacute
Sinque et al (1982) apud Castro amp Bonecker (1996) observaram que os gobiacutedeos
ultrapassaram os valores de densidade dos engrauliacutedeos No entanto Barletta-Bergan
(1999) verificou que no estuaacuterio do rio Caeteacute os gobiacutedeos aparecem em baixa frequumlecircncia
sendo suplantados pela altiacutessima abundacircncia de ciaeniacutedeos O mesmo ocorre no estuaacuterio da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991)
A famiacutelia Haemulidae que representou 5 do total de larvas triadas foi a terceira
mais abundante (Tabela 5) Nos estuaacuterios do rio Mucuri (Castro amp Bonecker 1996) e da
Lagoa dos Patos (Muelbert amp Weiss 1991) esta famiacutelia natildeo foi encontrada e no estuaacuterio do
rio Caeteacute (Barletta-Bergan 1999) esta foi encontrada em nuacutemero extremamente reduzido
Larvas das famiacutelias Tetraodontidae e Sciaenidae foram encontradas em frequumlecircncia
reduzida (Tabela 5) Nos estuaacuterios dos rios Mucuri e Caeteacute e da Lagoa dos Patos a famiacutelia
Sciaenidae foi muito abundante principalmente no veratildeo Como as amostras dos meses de
dezembro janeiro e fevereiro do estuaacuterio do Piraquecirc-accedilu ainda natildeo foram triadas natildeo
podemos dizer que Sciaenidae eacute uma famiacutelia pouco abundante neste estuaacuterio
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
33
Os demais taxa foram menos representativos no estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu sendo
encontrados tambeacutem em baixas densidades por Castro amp Bonecker (1996) Muelbert amp
Weiss (1991) e Barletta-Bergan (1999)
Os dados de temperatura salinidade e oxigecircnio dissolvido mostram que
1) O ponto Balsa tem caracteriacutesticas mais costeiras que os outros dois pontos pois
apresenta alta salinidade (principalmente no fundo) baixas temperaturas e altas
concentraccedilotildees de oxigecircnio dissolvido
2) O ponto Caieiras tem caracteriacutesticas proacuteprias de rio ou seja salinidade baixa
principalmente na superfiacutecie (aparentemente devido agrave descarga de aacutegua doce do rio
Piraquecirc-accedilu) e valores de temperatura e oxigecircnio dissolvido intermediaacuterios aos outros
dois pontos
3) O ponto 1a laje possui caracteriacutesticas que o diferenciam dos outros dois pontos
apresentando-se como estuaacuterio de aacutegua pouco diluiacuteda com caracteriacutesticas fiacutesico-
quiacutemicas mais estaacuteveis que as do outro braccedilo o Piraquecirc-accedilu
Pelo fato de apresentar-se na forma de Y e ter pontos com caracteriacutesticas tatildeo
diferentes (como citado acima) o estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu eacute o local ideal para o estudo
da migraccedilatildeo das larvas de peixes
Dos onze taxa testados por teste de Friedman apenas quatro apresentaram
significacircncia na sua distribuiccedilatildeo espacial Microgobius meeki Haemulidae Gobionellus
spp e Achirus sp (Tabela 9)
Haemulidae foi mais abundante na Balsa e natildeo se sabe se eacute residente ou
migratoacuteria Talvez seja residente da zona mais marinha do estuaacuterio (zona costeira) por
terem sido encontradas larvas muito jovens dessa famiacutelia predominando na Balsa
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
34
Pouco se sabe sobre os deslocamentos verticais e horizontais das espeacutecies residentes
dos estuaacuterios M meeki eacute uma espeacutecie demersal e parece ser residente do estuaacuterio
predominando em Caieiras (braccedilo norte)
As espeacutecies migratoacuterias que no teste de Friedman apresentaram significacircncia
quanto agrave distribuiccedilatildeo satildeo Gobionellus spp e Achirus sp Por se tratar de espeacutecies
migratoacuterias (Hettler amp Barker 1993 Barletta-Bergan 1999) a sua posiccedilatildeo na coluna
daacutegua pode definir qual mecanismo que iratildeo utilizar para entrarem no estuaacuterio e nele
permanecerem
As espeacutecies demersais ou seja aquelas que estatildeo mais relacionadas ao fundo
podem ter vantagens sobre as pelaacutegicas quanto agrave migraccedilatildeo para estuaacuterios estratificados Seu
posicionamento na coluna daacutegua (fundo) favorece sua penetraccedilatildeo nesses ambientes porque
quando a mareacute enche e avanccedila para dentro do estuaacuterio leva consigo aquelas espeacutecies mais
abundantes no fundo para mais longe e mais rapidamente que as da superfiacutecie O braccedilo
norte (Caieiras) estaacute mais relacionado agrave essa entrada da mareacute e ao fluxo de aacutegua doce
proveniente do rio Piraquecirc-accedilu que o braccedilo sul (1a laje) sendo mais sujeito agrave
estratificaccedilatildeo Por isso as espeacutecies demersais representadas neste estudo pelo Achirus sp
parecem ter vantagens sobre as pelaacutegicas durante a migraccedilatildeo para colonizarem o braccedilo
norte (Tabela 9) As espeacutecies pelaacutegicas satildeo aquelas que estatildeo menos relacionadas com o
fundo e natildeo conseguem ser levadas pela mareacute para o interior do estuaacuterio tatildeo longe e tatildeo
rapidamente como as espeacutecies demersais Essas espeacutecies entatildeo devido a morfologia do
estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu deveriam ser encontradas em maior abundacircncia no braccedilo sul do
que no braccedilo norte De fato Gobionellus spp que neste estudo foi representado por duas
espeacutecies de tendecircncia pelaacutegica eacute mais abundante no braccedilo sul(Tabela 9)
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
35
6 CONCLUSOtildeES
O estuaacuterio do rio Piraquecirc-accedilu apresentou num periacuteodo de seis meses fauna
ictioplanctocircnica composta por 44 taxa sendo os mais abundantes Engraulidae Gobiidae e
Haemulidae
O ictioplacircncton variou mais em funccedilatildeo dos meses do que em relaccedilatildeo aos pontos de
amostragens Os ovos e larvas foram mais abundantes nos meses mais quentes (dos seis
meses triados) ou seja marccedilo a maio As larvas foram mais abundantes no braccedilo norte que
no braccedilo sul
As espeacutecies residentes do estuaacuterio podem apresentar uma distribuiccedilatildeo espacial
heterogecircnea entre os pontos de amostragem como no caso do Microgobius meeki ou
distribuiccedilatildeo espacial homogecircnea como no caso dos Engraulidae
O braccedilo norte por ser estratificado tende a ser colonizado principalmente por
espeacutecies demersais tais como Achirus sp enquanto o braccedilo sul por ser menos
estratificado tende a ser colonizado por espeacutecies mais pelaacutegicas tais como Gobionellus
spp
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
36
7 REFEREcircNCIAS
ALMEIDA HG et al Imigraccedilatildeo do ictioplacircncton no sistema estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria-
ES Resultados Preliminares In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p 220-227
ANDREATA JV FREDERICK A Atividades pesqueiras na laguna Rodrigo de Freitas
Rio de Janeiro Brasil Boletim do Laboratoacuterio de Hidrobiologia Rio de Janeiro v11
p53-65 1999
ANDREATA JV et al Distribuiccedilatildeo mensal dos peixes mais representativos da lagoa
Rodrigo de Freitas Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de Zoologia Rio de Janeiro
v14 no1 p121-134 1997
ANOcircNIMO Sem data nem tiacutetulo coleccedilatildeo de desenhos de larvas de peixes coletados na
literatura cientiacutefica mundial com referecircncias bibliograacuteficas
BARLETTA M CORREcircA MFM Guia para identificaccedilatildeo de peixes da costa do Brasil
1ed Curitiba Universidade Federal do Paranaacute 1992 131p
BARLETTA-BERGAN A Structure and seasonal dynamics of larval and juvenile fish
in the mangrove-fringed estuary of the Rio Caeteacute in North Brazil 1999 220p Tese
(Doutorado) - Universidade de Bremen Alemanha 1999
BARROSO GF DIAS JR C Avaliaccedilatildeo preliminar da qualidade da aacutegua do canal da
Passagem manguezal do Lameiratildeo Vitoacuteria (ES) In SEMINAacuteRIO REGIONAL DE
ECOLOGIA 8 1997 Satildeo Carlos Anais Satildeo Carlos 1997 v8 p 221-232
BONECKER ACT Caracterizaccedilatildeo do ictioplacircncton na entrada da Baiacutea de
Guanabara (RJ) 1997 152 p Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) -
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ecologia e Recursos Naturais Universidade Federal de
Satildeo Carlos Satildeo Carlos 1997
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
37
BONECKER ACT DIAS A de S O ictioplacircncton da Baiacutea do Espiacuterito Santo (ES) In
ENCONTRO BRASILEIRO DE PLAcircNCTON 2 1986 Salvador Anais Salvador 1986
p35
CARVALHO-FILHO A Peixes costa brasileira 3ed Satildeo Paulo Melro 1999 320 p
CASTRO MS Variaccedilatildeo temporal das larvas de peixes em um ponto fixo na entrada
da Baiacutea de Guanabara - RJ (Brasil) 1998 63p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Biologia
Marinha) - Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Biologia Marinha Universidade Federal
Fluminense Rio de Janeiro 1998
CASTRO MS BONECKER ACT Ocorrecircncia de larvas de peixe no sistema estuarino
do rio Mucuri Arquivos de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v39 no1 p171-185
1996
CIECHOMSKI JD Ictioplacircncton In BOLTOVSKOY D (Ed) Atlas del zooplacircncton
del Atlantico Sudoccidental INIDEP 1981 p829-860
EKAU W MATSUURA Y Leg 9 Diversity and distribution of ichthyoplankton in the
continental shelf waters off East Brazil In EKAU W KNOPPERS B (compil) Joint
Oceanographic Projects JOPS-II Cruise report and first results Sedimentation
processes and productivity in the continental shelf waters off East and Northeast
Brazil Alemanha Center for Tropical Marine Ecology 1996 p 135-138
EKAU W WESTHAUS-EKAU P MEDEIROS C Large scale distribution of fish
larvae in the continental shelf waters off North-East Brazil Archive of Fishery and
Marine Research v47 no 3 p183-200 1999
FAHAY M P Guide to the early stages of marine fishes occuring in the western north
Atlantic Ocean Cape Hatteras to the southern Scotian Shelf Journal of Northwest
Atlantic Fishery Science Canadaacute 1983 v4 423 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - II
Teleostei (1) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1978 110 p
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
38
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
III Teleostei (2) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 89 p
FIGUEIREDO JL MENEZES NA Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
VI Teleostei (5) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 2000 116 p
FISHBASE [CD-ROM] Manila ICLARM 1998
FLOETER SR GASPARINI JL The southwestern Atlantic reef fish fauna composition
and zoogeographic patterns Journal of Fish Biology Inglaterra 2000 p1099-1114
HAEDRICH RL Estuarine Fishes In KETCHUM BH (Ed) Estuaries and Enclosed
Seas Elseyies Publishing Company (Ecosystems of the world 26) 1983 p 183-207
HELMER JL BARBOSA PSB Influecircncia do ciclo diaacuterio e tipo de mareacute na ictiofauna
ao norte da Baiacutea de Vitoacuteria ES In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p267-282
HETTLER JR WF BARKER DL Distribution and Abundance of Larval Fishes at Two
North Carolina Inlets Estuarine Coastal and Shelf Science Inglaterra 1993 p161-179
HILDEBRAND SF CABLE LE Development and life history of fourteen teleostean
fishes at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1930 v46
p383-488
HILDEBRAND SF CABLE LE Reproduction and development of whitings or
kingfishes drums spot croaker and weakfishes or sea trouts family Sciaenidae of the
Atlantic coast of the United States Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington
1934 v 48 p41-117
HILDEBRAND SF CABLE LE Further notes on the development and life history of
some teleosts at Beaufort NC Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1938
v48 p505-642
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
39
IBAGY AS MUELBERT JH Condiccedilotildees oceanograacuteficas composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo do
ictioplacircncton no estuaacuterio da Lagoa dos Patos RS Brasil In CONGRESSO LATINO-
AMERICANO SOBRE CIEcircNCIAS DO MAR 7 1997 Santos Anais Satildeo Paulo
Instituto Oceanograacutefico da Universidade de Satildeo Paulo 1997 v2 p20-22
JEYASEELAN MJP Manual of fish eggs and larvae from Asian mangrove waters 1ed
Paris UNESCO 1998 193 p
JOYEUX J-C Spatial and Temporal Entry Patterns of Fish Larvae into North Carolina
Estuaries Comparisons Among One Pelagic and Two Demersal Species Estuarine
Coastal and Shelf Science Inglaterra 1998 v47 p 731-752
JOYEUX J-C WARD AB Constraints on coastal lagoons fisheries Advances in
Marine Biology Inglaterra v34 p 73-178 1998
KINGSFORD MJ GRAY CA Influence of pollutants and oceanography on abundance
and deformities of wild fish larvae In SCHMITT RJ OSENBERG CW(Eds)
Detecting ecological impacts concepts and applications in coastal habitats San Diego
Academic Press 1996 p 235-255
LAEGDSGAARD P JOHNSON C Why do juveniles fish utilize mangrove habitats
Journal of Experimental Marine Biology and Ecology 2000 v257 no2 p 229-253
LEGENDRE L LEGENDRE P Numerical Ecology 1ed Amsterdam Elsevier
Scientific Publishing Company 1983 419p
LEIS JM TRNSKI T The larvae of indo-pacific shorefishes 1ed Austraacutelia New South
Wales University Press 1989 370 p
MATARESE AC et al Laboratory Guide to Early Life History Stages of Northeast
Pacific Fishes 1ed Washington US Department of Commerce 1989 652 p
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil -
IV Teleostei (3) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1980 96 p
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
40
MENEZES NA FIGUEIREDO JL Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil - V
Teleostei (4) 1ed Satildeo Paulo Universidade de Satildeo Paulo 1985 105 p
MOSER HG et al Ontogeny and systematics of fishes Special Publication 1 La Jolla
American Society of Ichthyologists and Herpetologists 1984 760 p
MUELBERT JH WEISS G Abundance and Distribution of Fish Larvae in the Channel
Area of the Patos Lagoon Estuary Brazil In ROBERT DH (Ed) Larval fish
recruitment and research in the Americas proceedings of the thirteenth annual fish
conference Estados Unidos NOAA Technical Report NMFS 95 1991 p43-54
OSHIRO LMY ARAUacuteJO FG Estudo preliminar de peixes jovens e crustaacuteceos
decaacutepodos da baiacutea de Sepetiba RJ In SIMPOacuteSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA
SUL E SUDESTE BRASILEIRA SIacuteNTESE DOS CONHECIMENTOS 1 1987
Cananeacuteia Anais Cananeacuteia ACIESP 1987 v3 p283-297
PEREIRA BB et al Caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas da aacutegua na entrada do sistema
estuarino da Baiacutea de Vitoacuteria In SIMPOacuteSIO DE ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
CONSERVACcedilAtildeO 5 2000 Vitoacuteria Anais Satildeo Paulo ACIESP 2000 v2 p198-205
RICHARDS WJ (Ed) Preliminary guide to the identification of the early life history
stages of ichthyoplankton of the western central Atlantic Draft edition Disponiacutevel
http20815223321NOAA [capturado em 08 fev 2001]
ROSENZWEIG ML Species diversity in space and time 1ed Cambridge Cambridge
University Press 1995 439p
SINQUE C Larvas de Sciaenidae (Teleostei) identificadas na regiatildeo estuarino-lagunar de
Cananeacuteia Boletim de Zoologia da Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v5 p39-77
1980
SINQUE C KOBLITZ S COSTA LM Ictioplacircncton do complexo estuarino-baiacutea de
Paranaguaacute e adjacecircncias (25o 10S - 25o 35S e 48o 10W - 48o 45W) Paranaacute Brasil - I -
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
41
Aspectos gerais Arquivo de Biologia e Tecnologia Rio de Janeiro v35 nos 3 e 4 p 279-
300 1982
SMITH CL National Audubon Society Field Guide toTropical Marine Fishes 1ed New
York Chanticleer 1997 720p
SMITH DG TRACKER CE Late-stage larvae of the family Microdesmidae (Teleostei
Gobioidei) from Belize with notes on systematics and biogeography in the western
Atlantic Bulletin of Marine Science Estados Unidos 2001 v67 no 3 p 997-1012
SOARES CL Composiccedilatildeo e distribuiccedilatildeo espaccedilo-temporal do ictioplacircncton das
Lagoas Imboassica Cabiuacutenas e Comprida Macaeacute RJ 1998 131p Dissertaccedilatildeo
(Mestrado em Ciecircncias Bioloacutegicas) - Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Zoologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 1998
SOARES CL ANDREATA JV MARCA AG Composiccedilatildeo e sazonalidade do
ictioplacircncton da lagoa de Marapendi Rio de Janeiro Brasil Revista Brasileira de
Zoologia Rio de Janeiro v4 no 2 p35-49 1991
WEISS G Ictioplancton del estuario de Lagoa dos Patos Brasil 1981 163 p Tese
(Doutorado) - Facultad de Ciencias Naturales y Museo Universidad Nacional de La Plata
Argentina 1981
WEISS G KRUG LC Caracteriacutesticas do desenvolvimento e metamorfose de
Lycengraulis olidus (Engraulidae) e Brevoortia pectinata (Clupeidae) no estuaacuterio da Lagoa
dos Patos Brasil Atlacircntica Rio Grande Rio Grande 1977 p 83-117
WELCH WW BREDER CM Contributions to the life histories of Sciaenidae of the
eastern United States coast Bulletin of the Bureau of Fisheries Washington 1923-24
v39 p141-201
ZAR JH Biostatistical analysis 4ed New Jersey Prentice Hall 1999
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
42
Anexo A
(a)
(b)
(c)
Anexo A Seacuterie de desenvolvimento do Gobiidae Microgobius meeki Todos osindiviacuteduos satildeo provenientes da amostra 01 de 28032000 coletada na Balsa agraves1927 Escala = 054 mm acima (a) 108 mm no meio (b) e 2 mmem baixo (c)
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm
43
Anexo B Adulto do Gobiidae Microgobius meeki Cortesia Joseacute LuizHelmer Escala e proveniecircncia desconhecidas
Anexo C Alguns ovos de teleoacutesteos do estuaacuterio do rio Piraquecirc-accediluprovenientes da amostra 07 de 28 mar 2000 realizada no ponto de amostragem1a lage agraves 2317 Os ovos de Engraulidae satildeo facilmente reconheciacuteveis pelaforma oval Escala 04 mm