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ANO II | No 6 | DEZEMBRO DE 2007 | 1
O que difere aquele brinquedo importado, com suas luzinhas
piscantes, barulhos e movimentos desconjuntados, daque-
le carrinho que está explorando a superfície de Marte? Qual
a diferença do avião pilotado por controle remoto encontra-
do em qualquer clube de aeromodelismo do avião que bus-
ca alvos para as tropas em combate? E qual a diferença
daquele jogo para computador que leva o jogador a viajar
por diversas capitais do mundo para os simuladores que
treinam pilotos de aviação comercial ou de combate?
A resposta para todas as perguntas anteriores está
na inteligência embutida que vai interagir com os diversos
subsistemas de um equipamento complexo e robusto. Quan-
do se fala na inteligência incorporada a um produto, susci-
tam a discussão em diversas áreas do conhecimento: re-
des neurais artificiais, malhas de controle não-lineares, equa-
ções diferenciais, plataformas estabilizadas, sistemas espe-
cialistas, inteligência artificial. Mas esse salto tecnológico em-
butido muitas vezes não aparece, levando a conceitos errô-
neos. A título ilustrativo, serão discutidos, a seguir, os exem-
plos citados no início do texto.
Um brinquedo que realiza movimentos simples e repe-
titivos, falando frases pré-gravadas, não pode ser considera-
do um robô. Mas definir o que é um robô não é tarefa fácil,
uma vez que grupos diferentes conceituam de formas dife-
rentes, não chegando a uma definição formal única. De ma-
neira geral, um robô pode ser considerado um sistema auto-
mático inteligente, capaz de interagir com o ambiente por
intermédio de sensores e atuadores e de realizar tarefas de
forma autônoma ou com alguma supervisão humana. A fic-
ção científica está cheia de exemplos.
Um aeromodelo é uma aeronave em escala reduzida,
podendo ser controlado por rádio e ser utilizado única e exclu-
sivamente para esporte ou lazer. Já um veículo aéreo não tripu-
lado, mais conhecido pela sigla VANT, é algo muito mais com-
plexo, sendo definido como uma aeronave projetada ou mo-
dificada para operar sem piloto humano, podendo ser utiliza-
do para prover vigilância e reconhecimento ou mesmo para o
combate. Os VANTs apresentam características como aspec-
to, forma de propulsão, peso, alcance e finalidade das mais
variadas. Sua carga é constituída de sensores que se desti-
nam às mais variadas funções: câmeras de TV, radares, câ-
meras de infravermelho, equipamentos de inteligência de si-
nais, laser, sensores meteorológicos, sensores para detecção
de agentes químicos ou radiológicos, entre outros. Seu plano
de vôo pode ser pré-programado ou pode ser pilotado remo-
tamente através de um enlace confiável de comunicações.
Enquanto um programa de computador, como o jogo
em que o usuário está pilotando uma aeronave virtual, está
limitado à tela do computador, o simulador de treinamento
para pilotos de aeronaves é um sistema complexo que deve
replicar, da forma mais realística possível, a operação de uma
aeronave real. Para tanto, esses simuladores utilizam répli-
cas em tamanho real das cabines montadas em um sistema
com atuadores hidráulicos e/ou eletromecânicos para re-
criar os movimentos da aeronave durante o vôo. Todos os
subsistemas da cabine são integrados/controlados por com-
putadores de alta tecnologia que também vão gerar cená-
rios realísticos. Esses simuladores são únicos para cada tipo
de aeronave (um simulador para um jato comercial é dife-
rente de um para um avião de caça ou de helicóptero) e lar-
gamente utilizados para treinar tripulações em operações
normais ou em situações de emergência. Sendo assim, você
viajaria por uma companhia aérea em que seus pilotos apren-
dessem a pilotar uma aeronave utilizando um jogo para en-
tretenimento doméstico?
Embutir uma inteligência a um produto envolve al-
tas tecnologias nas mais diversas áreas do conhecimen-
to em um sistema por si só complexo. E isso custa muito
caro. Os projetos de pesquisa e desenvolvimento de sis-
temas inteligentes, como os citados anteriormente, re-
cebem investimentos que variam de dezenas de milhões
de reais a cifras que estão na casa dos bilhões de reais.
Incorporando inteligênciaO diferencial invisível
Maj QEM Renato Massayuki Okamoto
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CTEx NOTÍCIAS | 2C T E XC T E X
No Brasil, o termo VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado),
tem sido usado para qualquer tipo de aeronave com
capacidade de voar sem um piloto a bordo. Tal generali-
zação se deve ao fato de não existir no Brasil uma nor-
ma que faça distinção entre aeromodelos, aeromodelos
remotamente pilotados, sistemas de VANT táticos, sis-
temas de VANT estratégicos e sistemas de VANT civis.
A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) emitiu, no
corrente ano, o guia IS-RBHA 91-NN, o qual define VANT
como uma aeronave projetada ou modificada para ope-
rar sem piloto humano a bordo, além de classificá-los
em quatro grupos de acordo com o espaço aéreo que
irá operar, sem levar em conta, de forma clara, as ca-
racterísticas físicas e funcionais do VANT como parte de
um sistema.
Com a ausência de uma normalização do que ve-
nha a ser VANT de emprego militar, freqüentemente são
oferecidos aos diversos escalões do EB “sistemas de
VANT” de baixo custo, os quais não são capazes de aten-
der aos requisitos de um material de emprego militar.
Para diferenciar sistemas de VANT de emprego militar
de outros sistemas, cabem as seguintes definições em
complemento ao que estabelece o guia IS-RBHA 91-NN:
Aeromodelo: aeronave abaixo de 25 kg, utilizada única
e exclusivamente para esporte e lazer, cuja operação é
regida por regulamento próprio (RBHA 100).
Aeromodelo Remotamente Pilotado: aeronave abaixo
de 150 kg, equipada com uma carga útil variável (nor-
malmente câmera de vídeo, transmissor de vídeo, tele-
metria e sensores diversos), utilizada normalmente em
pesquisas relacionadas a VANT (IS-RBHA 91-NN).
VANT Tático: aeronave utilizada em operações milita-
res, com capacidade de executar missões com trajetó-
rias previamente programadas de forma autônoma ou
remotamente controlada. Permite o transporte de instru-
mentação para a coleta de informações da área sobre-
voada, tanto de dados como de imagens, enviando-as
para uma estação localizada em terra. Apresenta rusti-
Conceito de VANT
Maj QEM José Cerdeira Gonzalez
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Exemplo de aeromodelo
Exemplo de aeromodelo remotamente pilotado
Exemplo de VANT tático
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ANO II | No 6 | DEZEMBRO DE 2007 | 3
cidade e capacidade de operar em condições climáti-
cas e eletromagnéticas hostis, compatíveis com os ma-
teriais de emprego militar (MEM). A arquitetura física de
um sistema de VANT tático é muito variada. Dependen-
do do tipo de missão, alcance e altitude de vôo, o siste-
ma pode possuir: aeronaves, estação de solo, sistema
de lançamento, sistema de decolagem e pouso automá-
ticos, sistema de enlace de comunicações, sensores
multiespectrais de missão, entre outros.
VANT Estratégico: aeronave utilizada em operações
militares, com capacidade de executar missões com
grandes alcance, altitude e duração, de forma autôno-
ma, com trajetórias previamente programadas. Permi-
te o transporte de instrumentação para a coleta de in-
formações da área sobrevoada, tanto de dados como
de imagens, enviando-as via satélite, para uma esta-
ção localizada em terra. Apresenta rusticidade e capa-
cidade de operar em condições climáticas e eletromag-
néticas hostis, compatíveis com os MEM, contudo ne-
cessita de infra-estrutura aeroportuária. A arquitetura
física de um sistema de VANT estratégico possui pelo
menos: aeronaves, estação de solo, sistema de decola-
gem e pouso automáticos, sistema de enlace de comuni-
cações via satélite, sensores multiespectrais de missão.
VANT Civil: é uma aeronave com capacidade de execu-
tar vôos com trajetórias previamente programadas de
forma autônoma ou remotamente controlada. Permite
o transporte de instrumentação para a coleta de infor-
mações da área sobrevoada, tanto de dados como de
imagens, enviando-as para uma estação localizada em
terra. Apresenta baixa rusticidade e pouca capacidade
de operar em condições climáticas e eletromagnéti-
cas hostis, sendo por tanto incompatíveis com os MEM.
A linha de pesquisa em VANT, estabelecida no CTEx,
atualmente desenvolve o sistema de VANT VT15 (VANT
Tático de 15 km de alcance), o qual é o primeiro passo
de um desenvolvimento faseado, que passará em segui-
da para o sistema de VANT VT30, objetivando chegar o
ao sistema de VANT VT70 definido nas Condicionantes
Doutrinárias Operacionais (CONDOP), nos Requisitos
Operacionais Básicos (ROB) e nos Requisitos Técni-
cos Básicos (RTB) do Exército Brasileiro. Em cada fase
se chegará a um produto com as características de fun-
cionalidades, confiabilidade e rusticidade dos MEM.
A elaboração de uma norma brasileira para clas-
sificação dos sistemas de VANT táticos, que seja co-
mum para três Forças Singulares, ajudará a evitar
que sejam ofertados sistemas de VANT “amadores”,
os quais não possuem as características de um MEM.
Exemplo de
VANT de
emprego civil
Exemplo de VANT estratégico
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CTEx NOTÍCIAS | 4C T E XC T E X
Os simuladores são sistemas que tentam reproduzir a
experiência de voar uma aeronave. Busca-se sempre a
maior proximidade possível da realidade para que o mes-
mo possa ser utilizado no treinamento efetivo de pilotos.
Os simuladores são usados para treinar tripulações no
vôo visual, no treinamento de panes e em diversas outras
situações de vôo. O custo de simuladores de vôo pode
variar de R$ 5 milhões até R$ 25 milhões, dependendo
do grau de realidade que se deseja obter.
A FAA (Federal Aviation Administration) classifica
os simuladores como Full Flight Simulator do nível B ao
D de acordo com o grau de realidade, sendo o D o mais
realista. Os simuladores que além de realizar o vôo vir-
tual realizam outras missões de treinamento são cha-
mados de Full Mission Simulator.
O CTEx vem trabalhando no desenvolvimento de
um Full Mission Simulator que será homologado como
Full Flight Simulator (FFS) nível B segundo as normas da
FAA, previstos no AC 120-63. O produto será um simu-
lador do helicóptero de ataque Fennec HA-1 – SHEFE,
cujo objetivo principal é o treinamento do piloto em si-
tuações diversas, tais como: reação em caso de pa-
nes na aeronave durante o vôo, execução de tiro com o
armamento orgânico, consecução de vôo visual diur-
no e noturno, operação de vôo noturno com equipa-
mento de visão noturna (EVN) e vôo tático. Sabe-se que
o Fennec não voa por instrumentos, mas o simulador
poderá ser empregado neste treinamento. Além disso,
o treinamento executado no simulador poderá ser con-
tado como hora de vôo real. O trabalho será realizado
em parceria com empresas nacionais e deverá ter um
custo de R$ 2 milhões.
Além do SHEFE, o CTEx prevê o desenvolvimento de
uma família de simuladores na qual o SHEFE seria o
precursor e seguiria com o simulador para o helicópte-
ro Cougar (SHECOU) e posteriormente o simulador para
o helicóptero Black Hawk (SHEK).
Os simuladores para o helicóptero Cougar (SHECOU)
e para o Black Hawk (SHEK) serão concebidos empre-
gando os ensinamentos adquiridos no desenvolvimen-
to do SHEFE. No SHEFE, buscam-se soluções de baixo
custo sem comprometimento do realismo necessário.
No SHECOU e no SHEK, a filosofia do projeto é desen-
volver um simulador que voe instrumentos, tenha mo-
vimentos, por intermédio de uma plataforma hidráuli-
ca, e emule panes que podem ocorrer na aeronave
real. Por serem aeronaves de maior complexidade e com
um grande número de sistemas, estima-se um gasto
da ordem de R$ 10 milhões para cada um destes pro-
jetos. Eles serão projetados visando a sua homologa-
ção pelas autoridades aeronáuticas brasileiras como
um Full Flight nível D. Espera-se, ao final do projeto da
família de simuladores, atender as demandas da Avi-
ação do Exército e estimular as empresas nacionais a
adquirirem a tecnologia de desenvolvimento de simula-
dores. Além disso, a expectativa é que esta tecnologia
seja empregada pelo EB para o desenvolvimento de
simuladores de blindados e viaturas de maneira geral.
TC QEM Hélio de Assis Pegado
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Simulação de vôo
Exemplo de um Simulador
de helicóptero
SHEFE – Simulador a ser
desenvolvido para o
helicóptero Fennec HA-1
SHECOU – Simulador
a ser desenvolvido para
o helicóptero Cougar
SHEK – Simulador a ser
desenvolvido para
o helicóptero Black Hawk
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ANO II | No 6 | DEZEMBRO DE 2007 | 5
O Radar SABER M60 participou, a convite da Artilharia
Divisionária da 1a Divisão de Exército (AD/1), da defesa
antiaérea de pontos sensíveis na região de Macaé du-
rante a Operação Albacora, realizada em setembro de
2007. A Operação Albacora é um exercício combinado
coordenado pelo Ministério da Defesa, com a partici-
pação de meios da Marinha, Exército e Aeronáutica, vi-
sando à defesa do nosso litoral e à manutenção da so-
berania nacional.
Na ocasião, militares do 1o Grupo de Artilharia An-
tiaérea (1o GAAAe), acompanhados por integrantes da equi-
pe do projeto, instalaram e operaram o radar SABER M60,
assim como o Centro de Operações Antiaéreas Automa-
Radar SABER M60 estréia em exercíciooperacional combinado
TC QEM Roberto Castelo Branco Jorge*
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Foi realizada no CTEx mais uma importante etapa da ava-
liação do Radar SABER M60 conduzida pelo Centro de
Avaliações do Exército (CAEx). Nessa etapa, foram rea-
lizados dois ensaios dos radares primário e secundário:
o de alcance de detecção e o de precisão das medidas.
Esses ensaios foram conduzidos por uma equipe do
Grupo Especial de Inspeção em Vôo (GEIV), organização
militar do Comando da Aeronáutica encarregada da homo-
logação de todos os radares em uso no Sistema de Con-
trole do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e no SISDA-
BRA (Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro), e acom-
panhados por integrantes do CAEx e do projeto RADAR.
Na ocasião da realização dos ensaios, uma aeronave
Bandeirantes do GEIV, especialmente instrumentada para
essa missão, cumpriu diversos planos de vôo previamen-
SABER M60 torna-se o primeiro radarnacional avaliado pelo GEIV
TC QEM Roberto Castelo Branco Jorge*
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
te acordados com o CAEx, e os testes, no parecer dos mili-
tares do GEIV, comprovaram o excelente desempenho
do SABER M60 e sua conformidade com as especifi-
cações estabelecidas. Outro fato digno de registro é que,
desde que o GEIV foi criado, em 1972, o Radar SABER
M60 foi o primeiro radar nacional avaliado por aquela OM.
tizado Experimental (COAAe Exp), também desenvolvido
pelo CTEx. Uma Unidade de Tiro, operada por militares da
9a Bateria de Artilharia Antiaérea, recebia do COAAe Exp,
de forma automatizada e em tempo real, os dados para
engajamento oportuno das aeronaves da força oponente.
COAAe Exp
Radar Saber M60
Operação do
Radar durante
o teste
Equipe que participou
do teste diante do
Radar SABER M60
*O autor é gerente do projeto Radar SABER M60.
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CTEx NOTÍCIAS | 6C T E XC T E X
No período de 20 a 24 de agosto, oficiais do Quadro
de Engenheiros Militares (QEM) do CTEx participaram
da Semana de Integração no Instituto Militar de Enge-
nharia (IME).
A Semana de Integração no IME teve o objetivo de
proporcionar aos alunos da ativa maior conhecimento
dos campos de atuação do futuro do oficial do QEM e
aos alunos da reserva contatos com empresas, visan-
No período de 27 a 30 de agosto, os oficiais-alunos do
Curso de Especialização na área de Defesa Química, Bi-
ológica e Nuclear (C Esp Of DQBN/2007) da Escola de
Instrução Especializada (EsIE) participaram de instruções
de defesa nuclear, realizadas no âmbito da Divisão de
Defesa Química, Biológia e Nuclear do CTEx.
As instruções foram solicitadas pelo instrutor da
EsIE e visaram apresentar fundamentos sobre a ener-
gia nuclear, além de oferecer aplicações dos conheci-
mentos teóricos em situação prática simulada e em exer-
cícios propostos, de forma a complementar o ensino
do C Esp Of DQBN/2007.
Além de 10 oficiais-alunos do Exército Brasileiro,
houve a participação de um oficial integrante da Marinha
do Brasil, um da Força Aérea Brasileira, um do Corpo
de Bombeiros do Distrito Federal e de três oficiais inte-
grantes dos exércitos da Venezuela, Bolívia e Paraguai.
Foram abordados os seguintes temas: física das
radiações, noções gerais de radioproteção e dosimetria,
efeitos da radiação no corpo humano, aplicações mili-
tares da energia nuclear, dosimetria das radiações, tó-
picos especiais em engenharia nuclear, blindagem das
radiações ionizantes, equipamentos de proteção indivi-
dual, acidentes radiológicos e exercícios de ações e res-
postas. A abordagem dos tópicos transcorreu por meio
de palestras, debates, exercícios práticos, exibição de
filmes e visita às instalações de pesquisa nuclear e radio-
lógica. Houve ênfase para as instruções de resposta a
emergências radiológicas e detecção nuclear.
No encerramento, foram distribuídos lembrança
e material informativo do CTEx, além de cd-rom con-
tendo informações técnicas a respeito das instruções
ministradas.
O evento contribuiu para o estreitamento de la-
ços entre a EsIE e o CTEx no que tange à defesa nuclear.
Participação do CTExna Semana de Integração no Instituto
Militar de Engenharia
Cap QEM Eduardo Massayoshi Abe
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do a oportunidades futuras. Além do CTEx, o evento con-
tou com o apoio de várias organizações militares, tais
como: Centro de Avaliações do Exército (CAEx), Arsenal
de Guerra do Rio de Janeiro (AGR), 2o Centro Telemática
de Área (2o CTA) e o Laboratório Químico Farmacêutico
do Exército (LQFEx).
Durante o evento, os oficiais do CTEx divulgaram
aos alunos as atividades da engenharia militar reali-
zada neste centro. Outrossim, foi realizada uma pa-
lestra, na qual o CTEx e os seus principais projetos em
desenvolvimento foram apresentados.
Instrução para alunos do C Esp Of DQBN
Cap QEM Jorge Alberto Valle da Silva
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ANO II | No 6 | DEZEMBRO DE 2007 | 7
No dia 16 de outubro do corrente ano foi comemorado o
28o Aniversário do Centro Tecnológico do Exército.
Instalado na região de Guaratiba, Rio de Janeiro – RJ,
o CTEx tem por missão realizar a pesquisa científica, o
desenvolvimento experimental e a aplicação do conhe-
cimento visando à obtenção de Materiais de Emprego
Militar de interesse do Exército.
A celebração dessa data contou com a realização
de diversos eventos:
— Exposição de pinturas;
— Culto ecumênico;
— Solenidade militar;
— Exposição de projetos, equipamentos e serviços
desenvolvidos no CTEx;
— Corrida rústica.
A solenidade militar realizada no CTEx contou com
a ilustríssima presença do General-de-Exército Carlos
Aníbal Pacheco, do Sr Presidente do Clube Militar, Gene-
ral-de-Exército Gilberto Barbosa de Figueiredo e do Sr Di-
retor de Formação e Aperfeiçoamento, General-de-Divi-
são Hélio Chagas de Macedo, de diversos ex-comandan-
tes do CTEx, além da presença de demais convidados
civis e militares.
O CTEx está continuamente aprimorando a capaci-
dade de seu Quadro Técnico e buscando o que há de mais
moderno na Ciência e Tecnologia em proveito dos Proje-
tos de Engenharia que vão se materializar em produtos e
serviços para seu principal cliente: o Exército Brasileiro.
Aniversário do CTExTC QEM Ubiratan de Carvalho Oliveira
[email protected]○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
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CTEx NOTÍCIAS | 8C T E XC T E X
Em 23 de agosto, visitou o CTEx a comitiva do Curso de
Política, Estratégia e Alta Administração do Exército
(CPEAEx), composta de quatro oficiais-instrutores e 36
oficiais-alunos, da Escola de Comando e Estado-Maior
do Exército. Na oportunidade, os oficiais assistiram a
No dia 10 de outubro de 2007, foi realizado o 1o Salão
de Pintura do CTEx. O evento teve como objetivo consoli-
dar a posição da Unidade como referência para a socie-
dade, na divulgação e no estimulo da arte. Registra-se a
Visita do CPEAEx
Maj QEM Geraldo Gurgel Filho
Maj QEM Marcelo Pacheco
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Salão de pintura
Maj Art Marcus Vinicius de Oliveira
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palestras e a demonstrações dos principais Materiais
de Emprego Militar (MEM) desenvolvidos pelo CTEx. A
visita mostrou-se uma excelente oportunidade para que
os oficiais do CPEAEx conhecessem as atividades de
desenvolvimento e pesquisa de projetos direcionados
à operacionalidade da Força Terrestre, realizadas pelos
engenheiros militares, no âmbito do CTEx.
Foram apresentados os projetos: Morteiros 60, 81
e 120 mm; Simulador de Tiro de Pistola; Radar SABER
M60; Módulo de Telemática Operacional; Módulo de
Telemática do Batalhão Haiti; Módulo Portátil de Guerra
Eletrônica; Simulador de Não-Comunicações; Carbono.
presença da Presidente da Sociedade de Belas Artes,
Sra Therezinha de Jesus Hillal Souza, de renomados pro-
fessores componentes da Comissão Julgadora e de sig-
nificativo número de artistas plásticos do Estado do Rio
de Janeiro. Os artistas concorreram com obras em esti-
los clássico e impressionista, nos temas livre ou de pai-
sagens do CTEx, sendo premiados os 10 primeiros colo-
cados dentre os 130 participantes do Salão de Pintura.
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ANO II | No 6 | DEZEMBRO DE 2007 | 9
Um das mais relevantes tendências relacionadas com os esfor-
ços de modernização das forças terrestres no mundo nos últi-
mos 10 anos é a crescente importância de programas, projetos
e estudos de definição de uma nova geração de equipamentos
pessoais para o soldado individual.
Esses programas – cujos nomes têm sido, entre outros,
“Soldado do Futuro”,1 “Modernização do Soldado”, “Sistema
de Combate Individual do Futuro” – cobrem uma variada gama
de diferentes capacidades e as correspondentes tecnologias
habilitadoras, condicionados às idéias e ambições de cada for-
ça terrestre, bem como às disponibilidades orçamentárias.
Em termos gerais, os esforços estão direcionados para o
objetivo principal de reforçar o papel do soldado de Infantaria
como uma “plataforma” e um “sistema-dos-sistemas” dele pró-
prio, acrescentado uma significativa capacitação para recebi-
mento, remessa, análise e apresentação de dados e outras in-
formações, tornando-se capaz de lutar em um ambiente de rede
centralizada2 – normalmente no âmbito de seu grupo de com-
bate e mesmo de forma isolada, se necessário.
Ao mesmo tempo, outros elementos do equipamento in-
dividual do soldado que tem importância na efetividade do com-
bate devem ser melhorados, para incluir, por exemplo, equi-
pamentos de visão noturna, proteção QBN, coletes de proteção
balística, novos armamentos, fardamento especial, entre outros.
Embora diversos desafios tecnológicos precisem ser com-
pletamente resolvidos, em especial a fonte de energia, vários
sistemas “Soldado do Futuro” estão alcançando diversos graus
de maturação.
O sistema norte-americano “Guerreiro Terrestre”3 está sen-
do usado em combate no Iraque e, embora o Exército dos Esta-
dos Unidos tenha decidido terminar o projeto, outros progra-
mas estão entrando na fase de produção em série e mais al-
guns entrarão no processo decisório para possíveis aquisições
em larga escala. É importante ressaltar que a combinação dos
problemas de desenvolvimento com os aspectos financeiros e
com os ensinamentos decorrentes da utilização real determi-
nou uma evolução da abordagem estilo ciência-ficção – que pre-
valeceu por ocasião do lançamento do projeto – para uma con-
figuração mais modesta, realista e prática.
A seguir são apresentadas lista de projetos em andamento
em diversos exércitos do mundo, permitindo que se tenha a
percepção da relevância e prioridade recebida pelo tema em
todo o mundo, sobretudo nos países desenvolvidos:
• Projeto “Wundurra”4 – Exército Australiano;
• Projeto do Soldado do Futuro5 – Exército Búlgaro;
• Projeto de Modernização do Soldado6 – Exército
Dinamarquês;
• Projeto FELIN7 – Exército Francês;
• Sistemas LW, MW e GSS8 – Exército dos Estados Unidos;
• Sistema “Infanterist der Zukunft”9 – Exército Alemão;
• Sistema “Dominator”10 – Exército Israelense;
• Sistema “Soldato do Futuro” – Exército Italiano;
• Sistema VOSS11 – Exército Holandês;
• Sistema AIFS12 – Exército Romeno;
• Sistema ACMS13 – Exército de Singapura;
• Sistema COMFUT – Exército Espanhol;
• Sistema FIST14 – Exército Britânico;
Um aspecto essencial a considerar, em todos esses projetos,
é que no nível do soldado individual, Comando e Controle (C2) de-
vem permitir respostas a três questões básicas: “onde estou?”, “onde
estão meus companheiros?” e “onde está o inimigo?”. Daí infere-
se a pergunta fundamental: que informações relacionadas com
Inteligência, Vigilância, Aquisição de alvos e Reconhecimento (IVAR)
devem estar à disposição do soldado individual? Muitos fatores
humanos e tecnológicos determinantes para solucionar essas
indagações dependem da atribuição do militar, da missão, bem
como do impacto de ambos nas tarefas e ferramentas requeridas.
Soldado do futuro
TC QEM Antônio Carlos Castañon Vieira
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1 Principal fonte bibliográfica: Military Technology, v. XXXI, Issue 9, 2007.2 Ambiente de rede centralizada – no original, Network centric environment.3 “Guerreiro Terrestre” – idem, “Land Warrior”.4 Conforme Maj Thomas Basan, do Exército Australiano – em Australia´s Project “Wundurra”, Military Technology, v. XXXI, Issue 9, 2007.5 Conforme Cel Peter Dimitrov, do Exército Búlgaro – em The Soldier of the Future – Bulgarian Experience, Military Technology, v. XXXI, Issue 9, 2007.6 Conforme Maj Gen Poul Liaerskou, Chefe do Comando Operacional do Exército Dinamarquês, em The Danish Approach to a Soldier Modernisation Programme, Military
Technology, v. XXXI, Issue 9, 2007.7 Conforme Gen Bruno Cuche, Chefe do Estado-Maior do Exército Francês, em The Way Forward for the French Infantryman, Military Technology, v. XXXI, Issue 9, 2007.8 LW – Land Warrior – Combatente Terrestre. Esse sistema encontra-se em uso operacional no Iraque.
MW – Mounted Warrior.
GSS – Ground Soldier System – Sistema Soldado Terrestre. Trata-se de um demonstrador de tecnologia avançado para o combatente do futuro.9 Intanterist der Zukunft – Infante do Futuro.10 Soldado do Futuro “Dominator” – trata-se de um sistema desenvolvido pela empresa Elbit Systems, baseado em especificações do Ministério da Defesa israelense
para o sistema ANOG, sobre o qual poucas informações oficiais foram divulgadas.11 VOSS – acrônimo, em holandês, de Sistema Soldado Operacional Melhorado.12 AIFS – Advanced Individual Fighting System – Sistema de Combate Individual Avançado13 ACMS – Advanced Combat Man System – Sistema do Combatente Avançado.14 FIST – Future Integrated Soldier Technology – Tecnologia Integrado do Soldado do Futuro.
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CTEx NOTÍCIAS | 10C T E XC T E X
Na maioria de suas acepções, o verbo atender pode ser empregado na regência direta ou indireta. Em algumas acepções,
pode ser apenas transitivo indireto; e, em outras, pode ser intransitivo.
Há autores que, para pessoas, preferem a regência direta (atender alguém) e, para coisas, preferem a regência
indireta (atender a). Exemplos:
— O comandante atendeu o visitante;
— O chefe da divisão bélica atenderá os gerentes de grupos finalísticos;
— O comandante atendeu aos pedidos do fiscal administrativo;
— Os subordinados atenderam às orientações emanadas do comando da OM.
A seguir, são apresentadas as acepções do verbo atender e respectivos exemplos, fundamentados no Dicionário Houaiss.
Atender
Transitivo direto e transitivo indireto
1 Dar atenção a, ouvir:
� Atendeu os conselhos dos amigos;
� Atendeu aos conselhos do subcomandante.
2 Responder (a chamado):
� O médico atendeu o pedido de urgência;
� O comandante atendeu ao telefone.
3 Estar disponível para ouvir; receber:
� Atendeu os que o procuraram com reclamações;
� O coordenador de P&D não pôde atender aos gerentes de grupos finalísticos hoje.
4 Dar audiência a; receber em audiência:
� O papa atendeu os ministros de Estado em seus aposentos;
� O subchefe da OM atendeu aos chefes de divisão no salão nobre.
5 Dar consulta médica (a); examinar (enfermo):
� O médico atende os pacientes naquele pavilhão;
� O médico atendeu aos soldados antes do término do acampamento.
6 Dar solução a; resolver, responder:
� Isto não atende as suas necessidades;
� O fiscal administrativo atendeu à parte relativa ao acidente da viatura.
7 Dar despacho favorável; deferir; aprovar:
� O secretário do trabalho atendeu as reivindicações dos trabalhadores;
� O chefe da OM atendeu aos requerimentos dos servidores civis.
8 Mostrar a mercadoria a (comprador); vender:
� A balconista atendeu cortesmente os fregueses;
� O assessor de comunicação social atendeu com fidalguia aos visitantes.
9 Prestar socorro; acudir, socorrer:
� Os bombeiros atenderam as vítimas da enchente;
� Os sentinelas atenderam aos operários acidentados.
Transitivo direto e intransitivo
10 Servir à mesa (em restaurantes, cafés etc.):
� Os garçons demoraram a nos atender no restaurante;
� Nesta OM, os taifeiros não atendem bem.
Transitivo indireto
11 Ter a atenção despertada por; atentar:
� Ele não atendeu para os prenúncios da chuva.
Intransitivo
12 Cumprir ordem; seguir conselho; obedecer, ouvir, acatar:
� A babá já o chamou para dentro várias vezes, mas ele não atende.
13 Aguardar com atenção, esperar atentamente:
� Atende que ouvirás o seu chamado.
Espaço do vernáculoVERBO ATENDER
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ANO II | No 6 | DEZEMBRO DE 2007 | 11
Os veículos militares necessitam de motores que possuam
uma elevada relação potência/peso, capazes de fornecer
a presteza necessária durante manobras em combate e
em qualquer terreno. Uma das caracte-
rísticas que estes motores devem apre-
sentar é o de serem compactos, liberan-
do mais espaço interno e reduzindo o
peso do veículo. O sistema de tração elé-
trica, utilizado em veículos híbridos, mos-
tra-se como uma das melhores alterna-
tivas, pois permite a movimentação si-
lenciosa do veículo – baixa assinatura,
essencial para emprego em missões de
reconhecimento e de observação, sem
comprometer a mobilidade.
O sistema de propulsão elétrica
para veículos militares apresenta como
principais vantagens: a otimização do es-
Motores híbridos
Cap QEM Marcello Menezes Eifler
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paço interno, a redução de perdas na transmissão de po-
tência e a utilização de fontes alternativas de energia. En-
tretanto, o maior problema enfrentado pelos carros elétri-
cos, em relação aos motores de combustão interna, têm
sido o desempenho e a autonomia menores, além do custo
elevado das fontes de energia (baterias ou células de com-
bustível). Um projeto conceitual em estudo pela empresa
ZF FRIEDRICHSHAFEN AG, da Alema-
nha, para tração elétrica de um veículo
sobre rodas de uso militar é apresenta-
do na figura. Os motores de propulsão
elétricos estão posicionados nas rodas
e são alimentados por baterias ou por
células de combustível. Um gerador, aci-
onado por um motor de combustão, é
responsável por carregar essas fontes
de alimentação. Nesse projeto, diversos
componentes mecânicos que integram
um conjunto convencional de trans-
missão, como caixas de transferência
e diferenciais, podem ser substituídos
por programas de controle eletrônicos.Motor acoplado à roda, para tração
elétrica desenvolvido pela ZF
Ocorreu em Brasília no auditório do Estado-Maior do Exér-
cito, no período de 23 a 25 de outubro, o V Seminário de
Ciência e Tecnologia em Áreas Estratégicas e de Aplicação
Dual. O evento foi realizado pela Secretaria de Logística,
Mobilização, Ciência e Tecnologia do Ministério da Defesa
(SELOM/MD) com a colaboração do Ministério da Ciência
e Tecnologia (MCT). O CTEx esteve presente nas palestras
e na exposição no pátio do QGEx com os projetos RADAR,
Visão Termal e Carbono.
Os principais objetivos do seminário foram aumentar
a sinergia entre os Institutos do MD/MCT e estabelecer me-
tas para o ordenamento das atividades de pesquisa e de-
senvolvimento em áreas de conhecimento estratégicas que
V Seminário de Ciência e Tecnologia em ÁreasEstratégicas e de Aplicação Dual
se caracterizem como de aplicação dual. A programação
do evento contemplou, no dia 23, um “Workshop sobre Áre-
as Estratégicas em Ciência e Tecnologia”, com apresenta-
ção dos principais projetos dos Institutos/Unidades de pes-
quisa do MD/MCT. O Chefe do CTEx ministrou uma pales-
tra sobre a missão e os mais relevantes projetos em de-
senvolvimento no CTEx. Além das FFAA, participaram do
Workshop o INPE, INT, CenPRA, LNCC, LNLS e CBPF. Os
temas abordados incluíram radares de alta sensibilidade,
materiais de alta densidade energética, programa aeroes-
pacial, fontes renováveis de energia, sistemas de defesa,
entre outros.
Nos dias 24 e 25 foi realizado o “Ciclo de Palestras
sobre Áreas Estratégicas em Ciência e Tecnologia” com pre-
sença significativa de diversos órgãos da Administração Pú-
blica Federal. O CTEx foi representado pelo TC Castelo, que
apresentou os principais avanços do Projeto Radar SABER
M60, e pelo Maj Beniamin, que apresentou os projetos do
CTEx para o desenvolvimento de tecnologia de visão termal.
Maj QEM Beniamin Achilles Bondarczuk
1o Ten QEM Maria Helena Gonçalves Pereira
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CTEx NOTÍCIAS | 12C T E XC T E X
Materiais compósitos são sistemas constituídos de dois
ou mais componentes e projetados de forma a apresen-
tar propriedades superiores às de seus materiais cons-
tituintes. Geralmente, os materiais compósitos são cons-
tituídos por uma matriz que suporta e protege um mate-
rial de reforço, que por sua vez transfere suas proprie-
dades físicas à matriz. Os materiais compósitos mais
comuns são constituídos de matrizes poliméricas, me-
tálicas ou cerâmicas, reforçadas por fibras orgânicas,
de vidro, de carbono ou cerâmicas.
As excelentes propriedades mecânicas da fibra de
carbono, associadas ao seu baixo peso, motivaram sua
aplicação em materiais compósitos para a indústria aero-
espacial a partir da década de 60. Desde então, com a
progressiva redução de custo, as áreas de aplicação dos
compósitos de fibra de carbono ampliaram-se gradual-
mente, incluindo hoje as indústrias aeronáutica, bélica,
petrolífera, de artigos esportivos, automobilística e de
construção civil, entre outras.
Para a maioria das aplicações dos compósitos de
fibra de carbono são empregadas matrizes poliméricas,
nos chamados CFRP (carbon fiber reinforced plastics).1
Para aplicações especiais a altas temperaturas, tais co-
mo em tubeiras de mísseis e lançadores de satélites, a
matriz também é constituída de carbono, nos chamados
compósitos carbono/carbono. Matrizes cerâmicas, como
o carbeto de silício, são usadas para aplicações balísticas
e em altas temperaturas.
O potencial dos compósitos de fibra de carbono pa-
ra aplicações em Materiais de Emprego Militar é exem-
plificado pelo XM312, um protótipo de metralhadora
calibre .50 em desenvolvimento nos Estados Unidos. O
uso de compósitos de fibra de carbono (CFRP) em seu
corpo e suporte, aliado a um cano de titânio e um novo
sistema de recuo, proporciona uma redução de 66%
no peso da arma, em relação à metralhadora Browing
M2. Além de mais leve (apenas 19 kg, incluindo o su-
porte), a XM312 é mais curta, mais precisa e apre-
senta um recuo menor que a metralhadora Browning.
Compósitos de Fibra de Carbono
Cap QEM Alexandre Taschetto de Castro
[email protected]○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Chefe do CTEx
Gen Bda Aléssio Ribeiro Souto
Subchefe do CTEx
Cel Antonio Cesar Castro De Sordi
Editor
Cap Bruno Vinicius da Fonseca Lima Amorim
Distribuição
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CTEx NotíciasInformativo do Centro Tecnológico do ExércitoAno II • No 6 • Dezembro de 2007
Aqui se delineia o Exército do futuro!
C T E XC T E X
Protótipo XM312 de
metralhadora .50 (EUA)
Emprego de
compósitos de fibra de
carbono (em azul)
no Boeing 787, previsto
para entrar em
serviço em 2008
1 Plástico reforçado com fribra de carbono.