O Cerrado possui uma flora diversa e fascinante, crescendo em uma região marcada pelos contrastes biofísicos
(Gottsberger & Silberbauer-Gottsberger , 2006)
O Cerrado
- Localização (estados
brasileiros), fronteira com
Paraguai e Bolívia;
- Segundo maior bioma do País;
- tamanho = 2 milhões de km²;
- 23% do território brasileiro
Localização do bioma Cerrado
Caracterização do Cerrado
• catalogadas 774 espécies de árvores e arbustos – 429 endêmicas; • região com:
alta luminosidade baixa densidade demográfica intensa atividade pastoril;
• ameaçado devido a expansão agrícola
• destruição cobertura vegetal - supera 70% da área original; • menos de 2% Cerrado protegido Parques Nacionais ou Reservas
Caracterização do Cerrado
• mosaico fisionomia vegetais; Campo Limpo; Campo Sujo; Campo Rupestre; Cerrado; Cerradão, Matas secas; Matas ciliares; Matas galeria; Veredas.
Cerradão
Cobertura: 50 - 90%
8 - 1
5m
Cerrado sensu stricto denso
5 - 8
m
50 - 70% Cerrado sensu stricto
20 - 50%
3 - 6
m
Campo Cerrado
5 - 20%
2 - 3
m
Campo Sujo
< 5%
~ 2m
Campo Limpo
< 1%
< 1m
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Cobertura:
Vista aérea Vista panorâmica
CAMPO LIMPO • fitofisionomia herbácea, poucos arbustos, nenhuma árvore • encontrada junto às veredas, olhos d'água e em encostas e chapadas
CAMPO SUJO • fisionomia herbáceo-arbustiva - arbustos e subarbustos espaçados; • solos rasos afloramentos rochosos ou solos mais profundos pouco férteis.
CAMPO RUPESTRE • vegetação sobre topos de serras e com afloramentos rochosos; • predominam ervas e arbustos; • topografia acidentada e grandes blocos de rochas, solo raso, ácido e pobre em nutrientes orgânicos; • ocorrência espécies vegetais restritas geograficamente (endêmicas)
CERRADO • Fitofisionomia característica do bioma; • árvores baixas e retorcidas, arbustos, subarbustos e ervas; • plantas lenhosas possuem casca corticeira, folhas grossas, coriáceas e pilosas
CERRADÃO • caracteriza-se composição mista espécies Cerrado, Mata de Galeria e Mata Seca; • a maioria das espécies estão sempre com folhas (perenifólias); • solos profundos; • menor concentração de alumínio no solo em relação a outras fisionomias.
MATA SECA • formação florestal não associada cursos d'água; • apresenta diferentes índices deciduidade; • estrato arbóreo - altura entre 15 e 25 metros
MATA DE GALERIA • sempre-verde (não perde as folhas durante a estação seca); • copas árvores encontrando sobre o curso d'água; • árvores altura entre 20 e 30 metros; • solos variam em profundidade, fertilidade e umidade;
MATA CILIAR • mata densa e alta - acompanha rios de médio e grande porte; • copa das árvores não encontram sobre a água; • árvores altura entre 20 e 25 metros; • solos variam de rasos a profundos ou aluviais (com acúmulo de material carregado pelas águas)
VEREDA • vegetação caracterizada presença do Buriti (Mauritia flexuosa); • solos hidromórficos e circundadas por Campo Limpo, geralmente úmido
Cariocar brasiliense (pequi)
Tabebuia sp. (Ipê)
Mauritia flexuosa (Buriti)
Estado de Conservação do Cerrado
Distribuição da população no Brasil
Tipos de estresses que existem no cerrado
- Alternância de estações chuvosa e seca;
- Solos com altas concentrações de alumínio e pobres em nutrientes;
- Fogo
Estresses permanentes e estresses estacionais
Estresses permanentes Estresses estacionais solos com altas
concentrações de alumínio e pobres em nutrientes
Alternância de estações chuvosa e seca
fogo
Adaptações relacionadas com cada tipo de estresse
a) alternância de estações chuvosa e seca
1-Estresse estacional
• altitude 835 metros nível mar;
• clima bastante regular - continental tropical semi-úmido; • temperatura média 25ºC, máximas 40ºC no verão; • meses mais frios junho e julho - temperaturas 20 a 10ºC; • estação seca - abril a setembro; • meses mais chuvosos - novembro, dezembro e janeiro;
• precipitações entre 1.100 e 1.600 mm
Raízes profundas permitem que as plantas acessem a água armazenada no solo profundo durante os períodos de baixa disponibilidade de água e de alta demanda evaporativa,
mantendo a fixação de carbono e transpiração.
Herbáceas geralmente não possuem raizes profundas e são sazonais
Existe disponibilidade de água em solos
profundos
Pouca disponibilidade de água para a
vegetação
Presente no Cerrado Presente no Caatinga
Vegetação Escleromórfica x Vegetação Xeromórfica
Classificações diferentes
Adaptações relacionadas com cada tipo de estresse
b) fogo
1) Estresse estacional
Ecossistemas classificados em: • Independentes do fogo; • Sensíveis ao fogo; • Dependentes do fogo.
Presença periódica e depende do fogo para manter
os processos ecológicos
Ecossistema inflável e combustível
• fator ecológico importante;
• Gerado por diversas formas naturais – principal descargas elétricas;
• hipótese - cerrado vegetação clímax, não torna floresta devido clima e solo;
• Fogo papel secundário;
• falta nutrientes e alumínio – responsáveis pela fisionomia característica.
- Importante para o florescimento e germinação de parte das espécies;
Adaptações relacionadas com cada tipo de estresse
a) solos pobres em nutrientes e solos com altas concentrações de alumínio
2) Estresse permanente
Vegetação Escleromórfica x Vegetação Xeromórfica
Relação com o déficit mineral no solo
Obs: As árvores do cerrado obtêm água, luz e dióxido de carbono suficientes para a produção de carboidratos, mas são incapazes de
usufruir de todo esse produto para o crescimento do indivíduo, devido a deficiência de mineral (principalmente N e P)
Assim os compostos de carbono fixados são utilizados para a formação de estruturas escleromórficas: - Estruturas lignificadas (importantes para resistir ao fogo)
-paredes celulares espessas -cutícula espessa
Presença de Alumínio no solo
- O alumínio diminui a disponibilidade de outros minerais como P, Ca, Mg, N e K
Importância de Leguminosas no Cerrado (fixam N do solo devido a presença de nódulos)
- A concentração de alumínio no solo diminui da fisionomia Campo Limpo para o Cerradão, propiciando um aumento de biomassa;
- As plantas desenvolveram mecanismos de tolerância ao alumínio, assim podem ser: • excludentes • hiper-acumuladoras • acumuladoras: fazem o processo de desintoxicação
Conclusões No Cerrado as plantas sofrem influência de: -estações alternadas chuvosas e secas; -solos pobres em nutrientes; -altas concentrações de alumínio no solo; -fogo.
Adaptações necessárias para tolerar à esses estresses permanentes e estacionais: -desenvolvimento de um sistema radicular profundo; -formas de crescimento; -presença de xilopódio; -estruturas lignificadas; -folhas espessas com cutícula proeminente.
Principais Referências Bibliográficas
Livros Gottsberger, G. & Silberbauer – Gottsberger, I. (2006). Life in the Cerrado. AZ Drunk
and Datentechnik GmbH, Kempten, Germany. Rizzini, C. T. (1976). Tratado de Fitogeografia do Brasil. São Paulo, v.1. Hucitec/ Edusp.
327 p. Rizzini, C. T. (1979) . Tratado de Fitogeogradia do Brasil: Aspectos Sociológicos e
Florísticos, São Paulo, v.2. Hucitec/Edusp, 374 p. Artigos Científicos Myers N., Mittermeier R.A., Mittermeier C.G., Fonseca G.A.B., Kent J. (2000)
Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature 403 : 853-858. Pivello V. R. (2011). The use of fire in the Cerrado and Amazonian Rainforests of Brazil:
past and present. Fire Ecology 7 (1): 24-39. Oliveira, R. S. et al. (2005). Deep root function in soil water dynamics in Cerrado
savannas of Central Brazil. Functional Ecology. 19: 574-581 Ratter, J.A., S. Bridgewater, J.F. Ribeiro. (1997). Biodiversity patterns of woody cerrado
vegetation: an overall view. Annals of Botany 80: 223-230.