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Page 1: Novas Tecnologias e Mídias Sociais São Tema de Palestra Ministrada Por Mariela Castro

Novas tecnologias e mídias sociais são tema de

palestra ministrada por Mariela Castro

On April 23, 2015

No dia 17, a jornalista e publicitária Mariela Castro ministrou uma palestra com o tema Mídias Digitais, no Departamento de Comunicação Social da UFPR (Decom). Comunicadora fascinada por novas tecnologias e mídias sociais, Mariela dedica-se a fortalecer e aprimorar os processos de comunicação entre pessoas e empresas na era digital. Assina o blog Mídias Sociais no portal da revista Exame e produz conteúdo para diversas mídias. Também conduz palestras e workshops sobre comunicação, consumo, comportamento online, tecnologia educacional e, principalmente, o impacto do digital na maneira como as pessoas se comunicam, trabalham, aprendem, consomem e se relacionam entre si e com marcas.

Com 24 anos de carreira acumulou experiência nos campos de redação, assessoria de imprensa, comunicação governamental e relações com investidores. A Prattica conversou com ela, confira a entrevista abaixo.

Prattica – Qual o principal impacto causado pelo avanço e desenvolvimento das mídias digitais nos Meios de Comunicação?

Mariela Castro – Acredito que o maior impacto seja a rapidez com que as coisas acontecem e vão ao ar. Antes, quando existia apenas a mídia impressa, o jornalista estava um passo a frente, pois escrevia notícias que as pessoas só iriam ler no dia seguinte, e agora, com o advento das mídias digitais, existe uma pressão muito maior para que a informação seja publicada em tempo real.

P – Há mais vantagens ou desvantagens quando se trata do uso das mídias nos meios comunicacionais?

MC – Há uma vantagem enorme, porque os próprios jornalistas usam as redes sociais como fonte de informação, eles acompanham o twitter, blogs e estão sempre plugados para poderem se pautar nas coisas que estão efetivamente acontecendo. Antigamente, quando não existiam esses recursos tecnológicos, havia uma pressão muito grande para o jornalista ir para rua, porque era lá que ele obtinha as histórias e não sentado na redação. Mas hoje, apenas seguindo algumas pessoas no twitter e navegando na internet já é possível conseguir várias informações.

P – Qual o perfil profissional de um comunicador exigido na era de convergências dos meios?

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MC – Tem que ser uma pessoa curiosa, apesar de ser algo que não foi a convergência que trouxe, mas que já era necessário, e que consiga fazer uma curadoria de conteúdo. O que quero dizer é que quando muitas mídias são acompanhadas, há uma quantidade gigantesca de informação e nem sempre tudo que foi compartilhado é verdadeiro, por esse motivo é necessário fazer uma espécie de dieta da informação. Do mesmo jeito que alguém não come “porcarias” para engordar, essa pessoa não deveria consumir conteúdos ruins para não tornar o cérebro obeso. Porém, as pessoas não param para separar isso, elas ficam apenas consumindo tudo e acabam afirmando que não tem tempo de acompanhar determinados conteúdos que gostariam. Claro que há também os momentos de lazer e entretenimento, mas deveria haver uma maior regularidade no consumo dos conteúdos que fazem bem a “dieta”.

P – Qual a sua opinião sobre o uso de redes sociais como método de interação entre o professor e seus alunos?

MC – Acho muito interessante, mas é algo que deve ser bem conduzido, pois deve haver foco para que não haja confusão de qual é o objetivo da interação. Acredito que professores e alunos devem ter um grau de proximidade, mas isso não quer dizer que sejam necessariamente amigos. O caso é similar a quando um jornalista cria um relacionamento com uma fonte, o principal objetivo, na grande parte dos casos, é a coleta de informações e não a criação de laços.

P – É necessária uma orientação da equipe docente, tanto universitária como escolar, sobre a melhor maneira de utilizar as mídias digitais como auxilia as aulas?

MC – Sim. Eu tenho acompanhado esse lado de tecnologia educacional e percebo que parte dos professores ainda se sentem intimidados com o fato de que os alunos, em tese, têm um maior conhecimento nessa questão do domínio das tecnologias. Hoje, existe uma tendência de que o professor não seja mais o sábio no palco, mas sim um guia que auxilia os alunos no aprendizado. A questão é que se o professor mudar essa concepção antiquada e deixar de lado esse receio de adotar as mídias sociais para a interação e também na busca de outros aprendizados, como cursos online, há muitas vantagens para ambos os lados, é um aprendizado compartilhado.

Escrito por Karen Sailer

Revisão por Mel Moura e Maria Miqueletto


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